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Dissertação

1. abordada pelos dicion rios apresentando acep es aparentemente similares ato ou efeito de percorrer dist ncia ou espa o percorrido trajeto movimento caminho determinado itiner rio roteiro A curiosidade se estabelece nesses verbetes destacados ato ou efeito de percorrer trajeto ou trajet ria movimento e itiner rio Esses termos podem ser muito bem articulados corroborando diferentes contextos nos quais podem estar inseridos mas de per si n o garantem a idoneidade ou caracter sticas precisas de nenhum trabalho Quando pensei em como discorrer acerca das experi ncias que vivi nas escolas onde desenvolvi este trabalho a id ia de percurso se mostrou muito interessante 2 Quadro esquema no qual a informa o disposta e organizada em linhas e colunas 75 De forma reveladora pude perceber como os termos destacados acima acabaram se encaixando indicando formas e sentidos bem peculiares As escolhas metodol gicas realizadas passaram longe do estabelecimento de um roteiro ou de um itiner rio no sentido da planifica o dos movimentos que mostrariam a trajet ria a percorrer poss veis procedimentos para obter precisamente as informa es que auxiliassem na busca de respostas s minhas quest es Antes privilegiei o imprevisto que de certa forma vivifica a escola ou aborda a escola em sua vida ou considera a vida que h na escola em suas rela es entre os sujeitos ali implicados Assumi os riscos in
2. 4 s rie mas dando uma conota o e entendendo os limites tamb m da forma como eles v o lidar com aquele conhecimento Para compreender melhor elementos dessa organiza o al m das quest es que remetem s trajet rias relativas EF e que remetem s bases te ricas que j haviam sido citadas pelo professor questionei sobre onde o Professor M busca inspira o para as atividades abordadas pela EF Ele informou que busca em fontes variadas tais como literatura manuais de atividades busca num arquivo pr prio onde tem registradas todas as atividades que j utilizou em suas aulas conversa A brincadeira de monstro uma varia o da tradicional brincadeira de ca ador emque um aluno pega b ia os alunos que t m de passar de um ponto a outro sendo os alunos pegos boiados exclu dos da brincadeira O Professor M considera essa brincadeira tradicional como sendo excludente proporcionando comportamentos individualistas No entanto ele juntamente com as crian as criaram formas distintas de fazer essa brincadeira o ca ador virou monstro as crian as boiadas ficavam temporariamente retidas num espa o do campo de jogo as outras crian as quando passavam podiam desboiar as crian as retidas Uma varia o dessa brincadeira o monstro duas fases que consiste na divis o do campo de jogo em duas fases por uma parede imagin ria que possui portas representadas por bambol s segurados por alunos os monstros s
3. ES DA EDUCA O F SICA smsesemereess A rede municipal de ensino de Vit ria o oficial e a Educa o F sica na escola isesnsnineairen cano ainfior ini dna nei elton iii aiat as dani sinais Descri o da EMEF 1a is saas discar asian assis cando nc santinhos A INSER O DA EF NA EMEF 1 PELA PR TICA DO PROFESSOR J A CRIA O DE UMA CULTURA INTEGRATIVA Descri o da EMEF 2 assmsasssisaenisencensisarioeeasiieniasantpentoniemitrando A INSER O DA EF NA EMEF 2 PELA PR TICA DO PROFESSOR M A CRIA O DE UMA CULTURA N O PREVISTA z maua a E e aar a AA ALGUMAS REFLEX ES A PARTIR DAS PR TICAS DOS PROFESSORES J E M saisusiassimaasasidimasassenaiagio ante s cecicasasandasbcosdas REFER NCIAS BIBLIOGR FICAS eeeeeeeeeeemeemees 37 74 89 114 117 131 134 145 162 231 246 281 12 1 INTRODU O Como a Educa o F sica EF tem sido inserida nas escolas segundo os esfor os de seus professores na sua organiza o na rela o com os alunos e com as peculiaridades dos contextos onde atuam Essa a quest o chave deste trabalho uma quest o que vem sendo constru da h muito tempo verdade que por esfor os de v rios pesquisadores mas a proposta que apresento nesta oportunidade faz men o a uma trajet ria minha como professor e tamb m como pesquisador N o obstante venha enfrentando essa quest o como professor de escolas de Ensino Fundamental o
4. Em termos de matr culas informa es referentes ao ano de 2006 percebe se que h at a 5 s rie do Ensino Fundamental a manuten o da m dia de 4 200 alunos inscritos por s rie O n mero de matr culas apresentou um decr scimo paulatino nas s ries subsequentes chegando a 3 583 alunos na ltima s rie fato que corrobora as avalia es nacionais referentes ao abandono escolar no decorrer da carreira dos estudantes brasileiros nesse segmento de ensino Esse fato n o diferente nas escolas em que desenvolvi o estudo No turno matutino na EMEF 1 havia uma nica turma de 8 s rie com pouco menos de 35 alunos e na EMEF 2 havia tamb m apenas uma turma com menos de 25 alunos Chama aten o o fato de que as demais s ries formavam no m nimo duas turmas o que na vis o dos dois professores J e M representa a caracteriza o dos fatores s cio culturais que continuam dificultando a perman ncia de alunos nas escolas tais como trabalho infantil de alunos que precisam auxiliar a implementa o das finan as familiares quest es s cio culturais das fam lias que dificultam a perman ncia desses alunos nas escolas e envolvimento dos adolescentes na carreira do tr fico e nas viol ncias sociais correlatas A legisla o municipal como a Lei n 4 747 98 que institui o sistema municipal de Vit ria a exemplo da Lei federal n 9 394 96 possui um forte car ter diretivo na Todas informa es retiradas das p
5. Nesse sentido Monteiro 2001 citando Tardif Lessard e Lahaye 1991 afirma que h fontes que oferecem aos professores saberes diversificados que podem ser acionados em suas pr ticas pedag gicas S o eles e saberes da forma o profissional contribui o que as ci ncias humanas oferecem educa o contida nos saberes pedag gicos concep es sobre a pr tica educativa arcabou o ideol gico algumas formas de saber fazer e algumas t cnicas e saberes das disciplinas s o aqueles difundidos e selecionados pela institui o universit ria correspondendo s v rias reas de conhecimento e Saberes curriculares saberes que a institui o escolar apresenta como aqueles a serem ensinados resultando de um processo de sele o cultural e e saberes da experi ncia aqueles constitu dos no exerc cio da pr tica cotidiana da profiss o fundados no trabalho e no conhecimento do meio Sobre os saberes da experi ncia Monteiro complementa S o saberes que brotam da experi ncia e s o por ela validados Incorporam se viv ncia individual e coletiva sob a forma de habitus e de habilidades de saber fazer e de saber ser Esses saberes n o prov m das institui es de forma o dos curr culos esses saberes n o se encontram sistematizados no quadro de doutrinas ou teorias eles s o saberes pr ticos e n o da pr tica eles n o se aplicam pr tica para melhor conhec la eles se integram a ela e s o part
6. Para ele essa forma de trabalhar era um dilema pois j participava de discuss es desde a gradua o com outros professores as quais indicavam a necessidade de 249 um esfor o de supera o mas em sua pr tica n o sabia como romper com essa pr tica n o sabia como concretizar o que j se constitu a um anseio pessoal Outra situa o que representou um desafio para o Professor M foi um enfrentamento da vis o que os demais agentes escolares tinham da EF na escola como uma disciplina auxiliar assess ria como facilitadora da tarefa das demais disciplinas da escola Pra mim isso queria dizer Olha a EF pra mim n o vale nada o que vale s o os conte dos da sala de aula e se voc viver em fun o deles vai ser considerado um bom profissional E tinha a id ia na prefeitura que o bom professor de EF era aquele que virava professor auxiliar do professor da sala de aula Reportando se ao livro Metodologia de ensino da Educa o F sica disse que esses enfrentamentos ocorreram antes de ter um contato com o livro Em princ pio parece que esse livro auxiliou ou auxilia a compreens o de EF e de seu papel na escola pois o Professor M acaba mencionando o em outros momentos da conversa Num primeiro momento rememora como essa obra o auxiliou na compreens o do que se constitu a como conte dos da EF Em rela o a esses conte dos disse que sua forma o inicial aconteceu em um per odo em que era muito
7. aproximar desse campo tive que antecipar o contato com essa quest o que passou a ser a quest o do trabalho como a pr tica pedag gica de professores de EF influi na inser o desse componente curricular certo que alimentar esse deslocamento foi uma medida arriscada pois centralizar os professores e as pr ticas desses professores exigiria o envolvimento de quest es pessoais multiplicando a sensa o de incerteza e inseguran a Por um lado adentrar a discuss o das escolhas e motiva es dos professores destacando os como sujeitos que se encontram envolvidos em contextos e que trazem em suas pr ticas trajet rias distintas de forma o passou a ser uma situa o interessante para o trabalho at por coer ncia considerando o referencial te rico as t cnicas de levantamento das informa es e o tipo de pesquisa Mas iniciei esse trabalho receoso das motiva es desses sujeitos por n o estar preparado para lidar com elas ou antecip las pois estava certo de que na din mica da vida das escolas h tamb m obscuridades que podem n o aparecer nem nas a es dos sujeitos nem em suas falas Em dois momentos distintos por exemplo em que conversava com o Professor J deparei me com informa es contradit rias a respeito da sua rela o com o fen meno esportivo que apareceu tanto como um conhecimento instrumental para sua pr tica como atendendo a objetivos pessoais Num primeiro momento o celular do Pro
8. dos problemas de indisciplina Na compreens o do Professor J ele mant m uma rela o de muita proximidade com seus alunos e por mais que considere ter um n mero reduzido de aulas acredita que o n vel de relacionamento professor aluno melhor e mais pessoal do que o dos demais professores que possuem mais aulas Por essa raz o ele afirma que poderia auxiliar na compreens o de alguns pontos para melhorar o trabalho na escola caso houvesse uma melhor integra o com os outros professores Outro elemento que trata como uma situa o ideal seriam as tr s aulas de EF para todas as turmas Essas coloca es do Professor J indicam que ele v esse trabalho em conjunto entre os professores como uma possibilidade a partir da e para a valoriza o da EF como um componente curricular da escola Primeiro ele cnama a aten o para essa necessidade um trabalho coletivo na escola segundo valoriza o fator relacional espec fico que remete s caracter sticas da EF a forma como est organizada e os conte dos com os quais lida como s o trabalhados esses conte dos na escola o que gera uma rela o mais pr xima e pessoal com os alunos e terceiro quando fala sobre as tr s aulas n o se pode considerar que o n mero de aulas encerra na quest o organizacional da grade escolar dos componentes curriculares a valoriza o de certos componentes curriculares em detrimento de outros em grande medida porque s o mais valorizados os
9. n o teve qualquer retorno sobre os resultados da pesquisa Por fim disseram que iriam conversar com o Professor M sobre a pesquisa no dia de seu planejamento e que depois marcariam um hor rio para que eu pudesse conversar com o ele Elas ainda informaram que o Professor M atua de 1 a 4 s ries no total de sete turmas ministrando tr s aulas por semana para cada turma Pouco tempo depois o Professor M apareceu novamente na sala e sentando perguntou quem estava orientando a pesquisa Respondi Mudando a fei o com a qual havia me recebido calou se Uma das pedagogas pedindo desculpas se ausentou por alguns minutos Voltando a se dirigir a mim ele disse que gostava de mim mas que n o gostava da pol tica de trabalho do grupo do qual meu orientador faz parte sendo dif cil para ele abrir a escola para aquele grupo Por fim pude apresentar de forma preliminar os objetivos da pesquisa e explicar como havia chegado at aquela escola seguindo a indica o dos Informantes da SEME PMV dizendo que gostaria muito de desenvolver o trabalho ali observando sua pr tica Ele e a pedagoga passaram a falar do projeto que ele tem com suas turmas e as respectivas professoras regentes a constru o de um livro expondo na forma de texto e express o art stica experi ncias vivenciadas nas aulas de EF Acabou fazendo refer ncia a uma experi ncia que teve no passado com a confec o do livro sobre termos presentes no jogo
10. o como pra as quadras brinquedos etc l Programa em n vel federal que incentivam escolas a funcionarem nos finais de semana com o oferecimento de cursos oficinas e atividades de lazer 154 do JEMVI terminarem para que pudessem usar a quadra Percebi isso e confirmei com o Professor J que havia um combinado de utiliza o da quadra da escola no final de semana Outra forma de atendimento indireto que percebi est na organiza o do projeto de esportes da escola que de certa forma tem como seu organizador o Professor J Chamo de atendimento indireto por ser opcional para os alunos da escola e por talvez n o atender ao interesse objetivo da comunidade mas quilo a que se prop e a escola Uma das l gicas de funcionamento desse projeto est na oferta da oportunidade ao conhecimento e participa o nas competi es de pr ticas esportivas em que a escola se inscrever Esse projeto j marcou a participa o de alunos das comunidades nas modalidades de handebol basquetebol futsal voleibol e em v rias provas do atletismo sendo grande parte delas desenvolvidas pelo Professor J Tratarei desse tema mais adiante explorando a rela o desse projeto com a EF bem como identificando as influ ncias que esses dois espa os tempos sofrem No entanto h uma quest o interessante possibilitada por essas a es Diz respeito a dois irm os que passaram pela escola e tiveram uma duradoura passagem pelo projeto na modalidade
11. As aulas n o acontecem preferencialmente na quadra coberta devido ao fato de o Professor J dividir o espa o tempo com outra professora e por isso fizeram um combinado flex vel fixando as aulas na semana em que cada um deles tem o direito de utilizar esse espa o Pode se usar o termo preferencialmente pois segundo algumas falas percebidas e algumas observa es o referido professor prefere atuar no espa o da quadra coberta porque acredita ter a maior controle sobre o que acontece na aula e sobre o desenvolvimento das atividades que prop e aos alunos considerando o tipo de conte do selecionado e valorizado porque o espa o dificulta a dispers o dos alunos mantendo os alunos maior tempo concentrados nas atividades das aulas porque o espa o privilegiado utilizado pelo 183 professor para o ensino do gesto esportivo e para a pr tica dos esportes supracitados que representam o principal substrato dos conhecimentos de que trata a EF na pr tica desse professor O espa o quadra coberta representa um valor simb lico para os alunos j que o esporte o conte do trabalhado de forma predominante principalmente o handebol futsal voleibol e basquetebol Isso faz com que os alunos encarem a aula nesse espa o com maior seriedade Em certo momento percebi que um aluno extremamente atuante nas aulas de EF estava sentado num banco enquanto sua turma estava em aula no espa o alternativo Intrigado sentei ao seu lad
12. Do ponto de vista inicial j na pr pria sugest o deles que j foi abordado Diretamente incide na forma como eles jogam a dependendo de eu considerar aquilo positivo ou negativo eu fa o as interfer ncias N o s o conhecimento o conte do que eles tenham pra trazer pra mim mas a forma como ele lida com esse conte do l fora e como ele traz pra mim na aula Quanto a gente fala a partir do conhecimento do aluno a gente usa muito isso n pra tentar ampliar o conhecimento o senso comum Compreender Daquilo que o aluno traz o que tem de individualismo competi o cega n Da forma como ele lida l fora com os conte dos da EF e como a gente pode fazer as interfer ncias e ajudar ele a superar Por exemplo eu acho que o Aluno da 4 s rie ele um aluno que com todas as dificuldades que ele apresentava inicialmente que eu considero que eu tive bastante xito com ele tenho visto que ele um aluno mais solid rio E hoje essa interfer ncia dele ainda traz um pouco dessa experi ncia de vida dele mas j teve modifica o Eu j vejo ele lidando com mais solidariedade e pensando coletivamente ele cuidando mais das crian as porque ele grand o e tem uma id ia de cuidar Eu nem sei se essa sele o inicial que eu fa o mas principalmente daquilo que eles me trazem no momento se interfere nessa sele o minha N o s na sele o mas na interfer ncia que eu fa o Na sel
13. Porque como eu estou teoricamente com uma equipe melhor na quadra eu t ganhando o jogo se eu mudo voc perde E normal Por mais que voc tente justificar isso tem sempre aquele coment rio P Mas s vice S terceiro n Perguntei e esses coment rios acontecem por parte de quem Ah Dire o pedagogas E mais uma brincadeira querendo amenizar Mas uma brincadeira n que Ent o por isso que necess rio n o nem justificar os resultados mas explicar como est funcionando porque essas pessoas n o v o aos jogos ver como que a gente participa Professor J grifos meus Essa disparidade entre a fun o do esporte e da EF na escola tem exigido do professor certas posturas com o fim de firmar seu lugar na escola e a import ncia da EF num outro patamar Por m se por um lado pode se dizer que o professor tem se esfor ado para fixar a EF em outros patamares por outro ele admite ter lidado com essa rela o EF projeto eventos esportivos de maneira a valorizar uma l gica diferente da que ele valoriza atualmente intentando envolver um grande volume de alunos e oportunizando a participa o de todos Sendo assim se h o abalo da rotina da escola pela necessidade de sa da do Professor J e dos alunos para os jogos e isso n o resulta na premia o m xima esse fato gera os coment rios de quem aparentemente n o reconhece a l gica com que opera o professor 209
14. disciplina e conduta dos alunos visando a a es coletivas que podem ser tomadas no sentido de resgatar esse aluno para a 208 rotina da escola para a valoriza o desse momento em que ele se encontra Informou que a partir do m s de junho de 2007 os professores conseguiram um espa o no final do dia letivo para discutirem essas a es coletivamente Nesse espa o ele fez interven es relativas a um projeto sobre defici ncia visual que desenvolveu mas n o conseguiu tratar a quest o da fun o do Projeto Desporto Escolar Ele tem atribu do essa dificuldade ao fato de os professores tomarem projeto apenas como treinamento Acho engra ado isso pois n s temos as equipes na escola temos a quest o do gesto esportivo muito forte mesmo mas esse ano eu mudei muito o foco mais agora pro final do ano H alguns anos atr s a gente levava os alunos Ent o eu como todos os professores fazem e isso um senso comum voc coloca os melhores tentando ganhar o jogo De dois anos pra c eu tenho mudado isso e esse ano foi mais interessante ainda porque n s disputamos quatro competi es de quadra fora as competi es de atletismo Em todas elas independente do resultado todos eles participavam alunos selecionados do projeto inclusive no handebol de areia Tentei na medida do poss vel colocar o mesmo tempo e faz los entender isso E at engra ado porque eu chego na escola com o segundo lugar n
15. o mas como um compromisso com o que foi produzido pelos esfor os de v rias pessoas que deixaram suas contribui es nessa escola por meio dos espa os tempos organizados pela EF Outro fator contradit rio que rivaliza com os ideais que orientam a inser o da EF nessa escola diz respeito organiza o Todos os apontamentos positivos referentes l gica com que opera o Professor M revelaram a estrutura o da EF no trato com os alunos na sequ ncia das aulas e nas intera es poss veis por m a execu o das aulas revelou problemas de ordem pr tica que s o incoerentes com toda a preocupa o do professor Em v rias oportunidades o professor preparou os alunos para as atividades que seriam desenvolvidas conduziu os ao espa o 272 apropriado por m n o estava com o material preparado para a execu o da atividade Sem contar com a quest o do tempo gasto para o preparo do ambiente onde seria desenvolvida a atividade n o se sustentava essa condi o por n o ser coerente com toda a fala que o Professor M apresentava aos alunos As duas atividades supracitadas pique rabo e pique bandeira que estavam planejadas foram apresentadas em sala os alunos sa ram sabendo o que iriam fazer nas aulas por m se depararam com o professor recortando as tiras em folhas de jornal e procurando os objetos para fazer de bandeiras Uma das op es que o Professor M apresentou para suprir falta de bandeiras foi um par de garrafa
16. 2000 p 15 O curr culo uma pr xis antes que um objeto est tico emanado de um modelo coerente de pensar a educa o ou as aprendizagens necess rias das crian as e dos jovens que tampouco se esgota na parte expl cita do projeto de socializa o cultural nas escolas E uma pr tica express o da fun o socializadora e cultural que determinada institui o tem que reagrupa em torno dele uma s rie de subsistemas ou pr ticas diversas entre as quais se encontra a pr tica pedag gica desenvolvida em institui es escolares que comumente chamamos ensino E uma pr tica que se expressa em comportamentos pr ticos diversos O curr culo como projeto baseado num plano constru do e ordenado relaciona a conex o entre determinados princ pios e uma realiza o dos mesmos algo que se h de comprovar e que nessa express o pr tica concretiza seu valor E uma pr tica na qual se estabelece um di logo por assim dizer entre agentes sociais elementos t cnicos alunos que reagem frente a ele professores que o modelam etc Desenvolver essa acep o do curr culo como mbito pr tico tem o atrativo de poder ordenar em torno deste discurso as fun es que cumpre e o modo como as realiza estudando o processualmente se expressa numa pr tica e ganha significado dentro de uma pr tica de algum modo pr vio e que n o fun o apenas do curr culo mas de outros determinantes E o contexto da pr tica ao mesmo tempo que context
17. A vantagem segundo ele que os alunos podiam participar de diversas atividades mudando de grupos e organizando atividades diferentes No meio dessa explica o referindo se s aulas na quadra coberta pediu que algumas alunas falassem o que haviam trabalhado na ltima aula Com certa dificuldade elas foram lembrando at que citaram as atividades com bola passe corrida e arremesso foi uma aula de handebol O professor deu a entender que na aula na quadra coberta h um maior direcionamento da sua parte em rela o atividade dos alunos A sequ ncia das observa es no entanto trouxe uma s rie de lacunas que dificultava a compreens o do que representavam as aulas no espa o alternativo para a EF na escola Rapidamente percebi que as atividades ocorridas na quadra coberta eram mais valorizadas pelo professor e pela maior parte dos alunos devido ao comprometimento com que eles se envolviam nas atividades A caracter stica mais marcante da organiza o dessas aulas estava na possibilidade de escolha e gerenciamento das atividades pelos alunos por mais que houvesse por parte do professor a administra o de pequenos problemas e diferen as produzidas na rela o entre os alunos em meio s atividades O Professor J fazia uma sele o mais ou menos aleat ria de materiais para levar at aquele espa o Informava aos alunos os materiais que possu a e perguntava quais atividades seriam desenvolvidas Digo que a
18. O trabalho com o esporte nessa escola tem ntima rela o com a dupla fun o da EF no curr culo em a o da EMEF 1 e uma mais voltada para a quest o dos conte dos culturais centralizando o papel ou a potencialidade do conhecimento esportivo como os gestos t cnicos as caracter sticas da forma intitucionalizada de participar praticar e tamb m os conhecimentos sobre o esporte tas como o hist rico de desenvolvimento das pr ticas ditas oficiais e a outra expressa uma postura mais auxiliar mais voltada para as quest es de auto estima de incentivo aos alunos no investimento da carreira escolar Esse incentivo se d no enquadramento dos alunos no papel que lhes objetivado considerando as metas da escola que recaem sobre eles a exig ncia de certa disciplina diante da din mica escolar que se traduz na obedi ncia e no cumprimento das tarefas e das regras apresentadas como algo a ser incorporado pelos alunos como procedimentos aprov veis com a utiliza o adequada dos espa os nos tempos corretos o que pressup e um dado comportamento uma dada postura corporal O trabalho que o Professor J diz manter com o professor da sala de aula quanto aos problemas de indisciplina e motiva o de estudo dos alunos e assiduidade nas aulas ocorreu mais predominantemente de maneira informal s vezes nos corredores s vezes na sala dos professores no hor rio do recreio Nesses espa os os professores acabam falando de alguns ca
19. compromisso entre o conte do oficialmente adotado e as necessidades dos alunos tal como o professore as percebe BROPHY 1982 citado por SACRISTAN 2000 p 172 grifo meu preciso pois impor limites vis o vertical determinista de professor como um mero aplicador Al m das necessidades dos alunos podemos esperar que os professores questionem o curr culo tica e epistemologicamente por meio de uma pr tica resistente abordando outros valores e concep es sobre o curr culo distanciando o curr culo prescrito do curr culo em a o por meio de suas interpreta es pessoais do que lhe foi apresentado O enfoque do cotidiano neste estudo vem fazer uma tens o dupla trazer a id ia de produ o de movimentos mais autodeterminados por parte dos professores e ao mesmo tempo fazer com que n o esque amos que os professores s o sujeitos hist ricos e que suas 65 trajet rias sinalizam para processos sociais mais amplos de domina o e resist ncia raz o pela qual me vejo na situa o de lembrar que na fala dos professores falam muitas vozes que fizeram fazem parte da hist ria pessoal de cada um Sendo assim ao mesmo tempo em que se atribui status aos professores quando se ressaltam suas a es precisa se destacar que suas escolhas e as modela es que fazem na realidade curricular das escolas s o movidas por motiva es que revelam processos hist ricos no caso deste estudo o desenvolvimento do discurso acad
20. consideradas obsoletas j que o deslocamento dos alunos ocorria sem a necessidade de organiza o delas Havia por parte do Professor J uma grande preocupa o com o abalo da rotina da escola Sua trajet ria como professor de EF j havia proporcionado alguns tipos de constrangimentos por conta das peculiaridades desse componente curricular Por essa raz o ele controlava os procedimentos iniciais que ocorriam sempre nas salas de aula o deslocamento dos alunos e as atividades pr ximas ao pr dio da escola perto das outras salas de aula visando n o perturbar as outras atividades da escola Essa medida est relacionada ao cuidado em evitar reclama es de pedagogas coordenadoras e professores o que produziria constrangimentos para ele Na pr tica desse professor o esporte tem uma import ncia central seja por ser o conte do privilegiado para a composi o das aulas e do pr prio curr culo da EF Chamo de curr culo da EF o planejamento organizado na distribui o de conhecimentos e atividades nos v rios per odos do ano bimestres ou trimestres indicando inclusive os objetivos as formas de fazer eventos e avalia es Esse curr culo pode existir seja na forma prescrita formalizada seja na forma de anota es mas tamb m h que se considerar as organiza es n o registradas que 168 seja por ser o meio pelo qual interfere diretamente na conduta dos alunos considerando as rela es entre eles e entre os al
21. e o in cio das observa es passaram se dezessete dias mostrando a dificuldade em poder conseguir minha entrada na escola Senti que o professor ainda estava com o p atr s por conta das minhas rela es acad micas a saber da minha vincula o com o mestrado N o sabia ao certo que o impacto que esse contato com o professor poderia ter sobre a pesquisa por m ponderei que deveria me arriscar por acreditar que seria importante identificar as caracter sticas da EF na EMEF 2 A EMEF 2 est situada num bairro que apresenta dois momentos distintos em sua forma o o primeiro momento no in cio dos anos 1920 em que possu a uma importante fun o na produ o de insumos para diferentes partes do Brasil o segundo momento na d cada de 1970 caracterizado por uma ocupa o desordenada o que comprometeu muito a qualidade de vida da popula o principalmente pela degrada o ambiental da regi o Em 1990 esse bairro juntamente com outros de sua regi o foi beneficiado com um grande projeto de urbaniza o o que gerou desenvolvimento socioecon mico recupera o e a preserva o ambiental A maioria das resid ncias pr pria de alvenaria e na maior parte delas falta a conclus o H ainda um problema cr nico para uma parte pequena do bairro referente ao abastecimento de gua o que exige a pr tica de estocar gua em reservat rio ton is de lat o normalmente sem tampa e em condi es prec
22. encaminhado SEME PMV para avalia o Essa exig ncia administrativa importante pois os dois professores envolvidos na concretiza o desse projeto recebem uma suplementa o de carga hor ria precisando ser aprovado pela respectiva secretaria De certa forma a informa o que foi passada pelos Informantes se confirmou em rela o a essa din mica preciso frisar tamb m que o objetivo da Coordena o de Desporto Escolar na SEME PMV tem alcan ado um de seus objetivos nessa escola com rela o conex o entre as aulas de EF e o projeto O Professor J desempenha um papel de organizador do Projeto Desporto Escolar pois ele quem elabora o projeto quem responde pela organiza o e tamb m o respons vel pelas modalidades de atletismo handebol e basquetebol sendo as outras modalidades futsal e voleibol de responsabilidade de um professor da turma da tarde A justificativa do projeto bem reveladora das inten es desse professor na din mica desse projeto dentro da EMEF 1 pois indica a cria o de um espa o que tem sido ocupado pela EF na escola onde esse componente curricular exerce essa fun o j que organizado segundo esses crit rios O referido projeto visa utilizar o desporto como meio de garantir aos alunos da escola o acesso s atividades que venham a favorecer a a o educativa em todos os seus aspectos motores cognitivos afetivos e sociais oportunizando uma abrang ncia que n o vis
23. entre essas pr ticas e a maior parte dos elementos que t m caracterizado esse componente curricular na escola Se o Professor J tem trabalhado eminentemente com o esporte desenvolvendo o gosto dos alunos por esse conte do cultural al m de us lo como meio entre outros fatores j tratados proporciona uma identidade para a EF estruturando a curricularmente em torno do esporte e conhecimentos que gravitam ao redor desse tema As atividades que surgem por causa de conting ncias como festivais apresenta es e qualquer outro tipo de evento podem representar pr ticas corporais desvinculadas do que os alunos e demais sujeitos escolares consideram como pr ticas do curr culo da EF Talvez haja uma confus o ou uma compreens o d bia entre pr ticas corporais e atividades conte dos da EF numa dada escola por ser na maioria dos casos destinada EF a responsabilidade por desenvolver tais pr ticas Uma conex o ou o estabelecimento de rela es entre EF e essas atividades precisa ser desenvolvida ou seja n o acontece de forma natural No caso da situa o estudada o Professor J privilegia o esporte que caracteriza a EF Talvez ele pudesse passar a explorar mais efetivamente o gosto dos alunos visando tamb m a outros conte dos com o fim de incorporar essas outras pr ticas eliminando a dist ncia que existe entre essas pr ticas contingenciais e as aulas de EF Essa reflex o n o est relacionada com a deslegitima o da p
24. es produ es e resist ncias nas escolas as formas de lidar com as suas atribui es como reagem as determina es suas decis es prefer ncias e raz es que justificam as decis es e revelam as l gicas n o escrituradas prescritas pelas quais operam os sujeitos cotidianos mas que d o formato institui o escolar em que atuam e institui o no interior do curr culo que a EF Nesse sentido olhei para a escola precisamente para os fen menos concretizados nas aulas de EF buscando juntamente com os professores das situa es 32 estudadas compreender como e por que as inser es dessas Educa es F sicas ocorreram da forma como ocorreram buscando recuperar essa trajet ria nas a es nas falas dos docentes e na maneira como organizam suas pr ticas Para isso tem sido necess rio compreender como esses professores se relacionaram com a escola compreendendo alguns dilemas que acometeram essas trajet rias e que podem auxiliar na delimita o do quadro geral da inser o desse componente curricular nas escolas Devo reconhecer no entanto que essa din mica n o fruto de destreza da minha parte o fato que fui agraciado por selecionar duas situa es em que os dois professores um de cada escola t m trajet rias que se confundem com as pr prias trajet rias dessas escolas e tamb m talvez o mais importante suas trajet rias se confundem com as trajet rias da EF nessas escolas Para ilustrar e
25. es de saneamento b sico deficientes Essa condi o foi sendo alterada com os projetos da administra o p blica municipal e estadual e tamb m com mutir es que a pr pria comunidade realizou A altera o desse quadro social do bairro serviu de forte justificativa para os movimentos de reestrutura o do projeto pedag gico da escola pois atualmente quase a totalidade das casas de alvenaria ainda por acabar sendo a maior parte resid ncias pr prias Informa es contidas no projeto pedag gico da escola no site da Prefeitura de Municipal de Vit ria REGI ES ADMINISTRATIVAS DE VIT RIA Dispon vel em lt http www vitoria es gov br regionais nome asp gt Acesso em 30 05 2008 e informa es dadas pela diretora da escola professora fundadora da escola 152 Esse bairro est situado em uma regi o administrativa de Vit ria que aglomera tanto bairros antigos como bairros mais recentes A principal atividade econ mica dessa regi o est concentrada no mbito de servi os sendo a renda m dia de R 958 00 A m dia do bairro onde se situa a escola inferior m dia da regi o constando de R 429 11 Em termos de escolaridade na regi o os n meros referentes s pessoas respons veis pelo domic lio indicam que quase 3 500 t m no Ensino Fundamental o curso mais elevado que frequentaram seguidos de quase 2 500 de pessoas com sua maior escolaridade no Ensino M dio Esse n mero sofre uma grave queda em
26. escola se possa exigir o atendimento das pol ticas educacionais de longo prazo n o as que se renovam de quatro em quatro anos resguardando o m nimo de dignidade para os alunos No documento destinado ao debate das diretrizes curriculares para o Ensino Fundamental os componentes curriculares s o estruturados a partir da Pedagogia Hist rico Cultural sendo as propostas para cada componente marcadas por apresentarem uma unidade na diferen a decorrente do fato da aproxima o detectada em suas bases pol tico s cio hist ricas epistemol gicas e metodol gicas de uma fundamenta o te rico filos fica cr tica e p s cr tica VIT RIA 140 SEME PMV Diretrizes curriculares para o Ensino Fundamental 2004 p 18 Em meio a essas caracter sticas a EF apresenta uma proposta marcadamente inserida na perspectiva de uma Pedagogia Hist rico Cultural ao enfatizar a especificidade e a transversalidade dessa rea de conhecimento e ao articular fortemente ao enfoque intercultural o di logo VITORIA SEME PMV Diretrizes curriculares para o Ensino Fundamental 2004 p 21 Sua integra o com o processo educacional das escolas dar se ia pela pr tica pedag gica de seus professores visando contribui o ao desenvolvimento dos alunos a constru o de rela es com os saberes possibilitando a reflex o em aula a cria o das condi es oportunidade para a constru o de conhecimentos a
27. escolar que formam o seu todo e que contribuem para o cumprimento da fun o social da escola na comunidade que atende Seria eficaz e desej vel que essa rela o EF projeto escola passasse por uma esp cie de processo de institucionaliza o situando de forma clara e propositada esse projeto e a rela o com a escola assim como os ciclos de avalia o dos alunos envolvidos no projeto identificando inclusive os poss veis avan os e retrocessos e aliando essa avalia o a medidas coletivas Nesse processo recairia sobre a EF a responsabilidade em organizar as condi es para o desenvolvimento de pr ticas escolares valorizadas pelas caracter sticas internas desse componente curricular o trato de um conhecimento espec fico que remete ao fazer e ao relacionar se enfatizando as rela es mais pessoais e pr ximas constru das entre alunos e professores e entre os pr prios alunos considerando principalmente os 223 conte dos que s o tratados por esse componente os quais exigem rela es mais pr ximas como nas brincadeiras na forma como o Professor J lida com os alunos motivando os para a participa o efetiva e valoriza o das atividades e das aulas Seria necess rio para tanto que alguns elementos fossem profundamente pensados al m da explicita o dos objetivos e da organicidade da imbrica o entre EF projeto para que essa inser o da EF fosse mais contundente e cumprisse com os objetivos
28. eu pudesse concluir este trabalho Esteja Tua b n o sobre sua vida e de sua fam lia Pelos Professores J e M que aceitaram colaborar com esta pesquisa Pai obrigado pelos amigos que mais e mais t m merecido meu amor e cuidado Joabe e Simone Kamila Diego Pr Jos e sua fam lia e Anderson Pai obrigado pela minha esposa mulher virtuosa paciente amorosa incisiva temente e dedicada ao servi o ao Reino do Eterno Salmo 121 1 Elevo os meus olhos para os montes e pergunto De onde me vir o socorro 2 O meu socorro vem do Elohim que fez os c us e a terra 3 Ele n o permitir que voc tropece o seu protetor se manter alerta 4 sim o protetor de Israel n o dormir ele est sempre alerta 5 Elohim o seu protetor como sombra que o protege ele est sua direita 6 De dia o sol n o o ferir nem a lua de noite 7 Elohim o proteger de todo o mal proteger a sua vida 8 Elohim proteger a sua sa da e a sua chegada desde agora e para sempre RESUMO Considerar a Educa o F sica como um componente curricular que participa na execu o de um planejamento de ensino de uma escola representa no cotidiano escolar in meras possibilidades pois s o muitas as vari veis que caracterizam esse componente nas escolas Entre essas vari veis incluem se a as idiossincrasias do professor que organiza a Educa o F sica as condi es de materiais e infra estrutura os arranjos de espa o
29. gina da Secretaria de Educa o de Vit ria Dispon vel em lt http www vitoria es gov br secretarias educacao index asp gt Acesso em 09 06 2008 51 Dispon vel em lt http portal mec gov br arquivos pdf pne pdf gt Acesso em 09 06 2008 Dispon vel em lt http Awww planalto gov br ccivil 03 Ato2007 2010 2007 Lei L11494 htm gt Acesso em 09 06 2008 Lembrando que poca o Ensino Fundamental nessa rede perfazia 8 anos da vida escolar dos alunos 136 estrutura o de uma s rie de fatores sendo essa uma tend ncia tamb m acompanhada pela legisla o estadual Os documentos oficiais do munic pio selecionados para as finalidades deste estudo acompanham essa tend ncia principalmente as Leis e os Decretos J as diretrizes curriculares para o ensino fundamental em vig ncia talvez por ser um documento assinado por especialistas da rea da educa o e por professores da referida rede apresente um discurso mais descentralizado mais afeto l gica dos n veis de autonomia das escolas A autonomia poss vel nesses documentos das escolas assistida pela SEME PMV nas quest es do calend rio escolar e do desenvolvimento do projeto pedag gico da escola que precisa estar de acordo com a base m nima disposta pelas diretrizes curriculares A diretividade exposta da Lei municipal n 4747 98 chega s defini es do que considerado espa o de desenvolvimento das aulas o efetivo trabalho leti
30. m para tratar do assunto Como exemplo posso citar o conselho de classe que na fala do Professor J um espa o restrito Cito tamb m a sala dos professores no hor rio do recreio onde h um acordo a princ pio t cito de que um espa o tempo tido como um espa o tempo para descontra o e descanso um relaxamento para as duas ltimas aulas do dia letivo Por isso as conversas sobre alunos e demais problemas da sala de aula se resumem a algumas reclama es mas nada que seja diretamente relacionada identifica o e supera o de problemas Outro ponto que tratei com o Professor J a quest o do registro das informa es e dos avan os que t m sido conseguidos com o trabalho da EF e do Projeto Desporto Escolar Se a fun o do projeto tem sido ampliada para a participa o dos alunos e as pr ticas constru das nesse espa o tempo tem superado as limita es do antigo treinamento que o professor organizava isso tudo precisa fazer parte de forma efetiva e vis vel na vida da escola pois como disse o professor h sujeitos escolares que n o sabem o que acontece nos jogos nem as a es pedag gicas que t m sido efetivadas Essa iniciativa poderia ser um fomento discuss o e valoriza o das atividades diferentes das mais valorizadas pela escola a valoriza o das a es pedag gicas que envolvam o relacionar se o contato numa situa o tal que favore a a compreens o de que h outros componentes da vida
31. mico da EF as pol ticas educacionais que envolvem a EF e o esporte na da escola e as pol ticas curriculares Por essa raz o ressalto como fator primordial que o contexto da pr tica do professor n o depende apenas de suas iniciativas inten es ou qualidades j que o professor se submete tamb m s demandas que lhe s o colocadas Ante as caracter sticas do curr culo em a o os estudos sobre as pr ticas dos professores revelam os principais elementos aos quais se deve voltar a aten o para compreender a complexidade do que concretizado na escola SACRIST N 2000 p 205 205 e pluridimensionalidade m ltiplas tarefas que desempenha o professor simultaneamente ou de forma sequencial o essas tarefas s o frutos de acontecimentos diversos requerendo aten o seletiva para processos e demandas que se d o simultaneamente o a imediatez com que se produzem esses acontecimentos torna improv vel a antecipa o de todos eles e imprevisibilidade dos acontecimentos ocorre pelos fatores que condicionam os acontecimentos e car ter hist rico ocorre por se prolongarem as pr ticas no tempo produzindo efeitos sobre o meio e nos pr prios sujeitos envolvidos e falta de controle t cnico rigoroso apoiado em conhecimentos seguros ganham maior vulto as tomadas de posi o pessoais e as negocia es com os diferentes elementos que exigem algo da pr tica e envolvimento pessoal pois os processos de ensino
32. ministra o de pr ticas esportivas por m como monitor do projeto fazia parte de um grupo multidisciplinar que avaliava caso a caso os problemas dos alunos atendidos Essa paci ncia pedag gica o auxiliou nas tomadas de posi o ante o que era apresentado a ele como problema principalmente os problemas disciplinares N o demais lembrar que o Professor J n o o nico professor de EF no turno matutino A professora que trabalha com ele foi admitida no ltimo concurso p blico 166 que ocorreu no ano de 2005 Antes dela o Professor J teve como companheiros de turno uma s rie de professores contratados de forma provis ria com contratos de um ano No percurso do professor na escola ele trabalhou com outros professores na condi o de efetivos mas o mais importante saber que o Professor J tem uma presen a marcante na escola em face do componente curricular EF j que outros professores n o tiveram seus trabalhos prolongados como o Professor J no turno da manh Por isso as afirma es e as mem rias desse professor t m sido respeitadas como importantes informa es relacionadas forma como a EF foi inserida por meio de sua pr tica Acredito n o ser um equ voco admitir a influ ncia desse professor nas caracter sticas da EF no turno matutino da EMEF 1 Segundo o Professor J com a atual professora ele tem conseguido estabelecer um contato uma maior aproxima o na organiza o da EF Os professores
33. o sua seriedade organiza o e compromisso tamb m influenciaram o reconhecimento de seu trabalho o que acaba se confundindo com a valoriza o da 274 EF Nessa l gica a pr tica do professor um elemento fundamental para a concretiza o do seu trabalho pedag gico o que permite destacar as caracter sticas da EF pelo que concretizado nas aulas H por m outros fatores como as caracter sticas desse professor que contribuem para essa valoriza o Faz se necess rio portanto chamar a aten o para o fato de que outros professores de EF j passaram pela EMEF 2 ou est o trabalhando com a EF nessa escola mas a hist ria do Professor M suas convic es d vidas avan os e retrocessos representam linhas fundamentais da trajet ria da EF da escola indicando uma forma espec fica de inser o Compreendi portanto essa situa o como sendo um exemplo de inser o da EF por meio da cria o de uma cultura n o prevista na escola sendo essa situa o manifesta em pontos distintos como o processo de forma o do Professor M a trajet ria da EF na escola e o desenvolvimento das atividades da EF no cotidiano escolar Todos esses pontos s podem ser compreendidos se analisados como imbricados mas tratarei isoladamente de cada um deles As pr prias caracter sticas do Professor M Ihe proporcionaram a configura o de uma inser o espec fica da EF bem como uma participa o espec fica na materializa o do
34. o da divis o das aulas na grade da escola situa o em que o Professor J parece mais um expectador traz uma s rie de implica es e situa es problem ticas para a EF Como j foi dito pode se afirmar que h a utiliza o de crit rios administrativos para expor a uma dada turma mais conte do de EF do que a outras Os professores de EF acabam por m reproduzindo esses crit rios administrativos sobre a organiza o de suas aulas na utiliza o do espa o privilegiado ao menos na pr tica do Professor J Se os conte dos s o trabalhados de maneira mais direta e clara aos alunos nesse espa o o que justificaria uma 6 s rie possuir tr s de suas aulas nesse espa o enquanto a outra possui apenas uma Que l gica pedag gica explicaria essa situa o No m nimo a distribui o desigual dessas aulas representa certa incoer ncia na l gica de organiza o geral desse componente curricular na escola O principal problema referente a essa quest o da utiliza o dos espa os que interfere na organiza o da EF da EMEF 1 diz respeito ao descompasso entre as preocupa es e objetivos do Professor J na organiza o da EF e as maneiras como as aulas no espa o alternativo se d o Obviamente o professor tem sua disposi o no espa o da quadra coberta facilita es como os materiais e a maneira como o pr prio espa o est configurado levando se em considera o o tipo de conhecimento que privilegiado em suas aula
35. o divididos nas fases que possuem espa os espec ficos onde devem ficar as crian as boiadas que tentam atravessar somente pelas portas 259 com a outra professora fica pensando nas aulas o que muitas vezes proporciona alguns insights que uma facilidade que disse que possui facilidade que se pode denominar de experi ncia e criatividade dispositivos pessoais A organiza o do seu dia de planejamento segundo ele leitura dos jornais registros das aulas dadas na ltima semana e escolha das atividades que ir trabalhar na semana Os elementos que mais chamaram a aten o dizem respeito sele o das atividades e do tempo em que os alunos estar o envolvidos nelas Por um lado a fala do professor parece simples pela maneira como tratou o assunto com um tom de obviedade not rio de tal maneira que se pode deduzir facilmente que a experi ncia do Professor M possibilitou tal constru o por outro lado essa fala traz certa complexidade por envolver uma s rie de conceitos posturas e rela es que s o vividos todos os dias no cotidiano da escola Faz se necess rio ressaltar a import ncia da compreens o das l gicas com as quais operam os professores nas escolas bem como relacionar essas l gicas s influ ncias que recaem sobre suas vidas Nesse sentido h um duplo produto pois tanto a pr tica do professor interfere na din mica escolar quanto essa pr tica formatada pelas caracter sticas da escola
36. o e realidades escolares mostraram dr sticas diferen as Os Professores J e M sentiram de maneira diferente os impactos resultando em escolhas distintas Muito embora tenha identificado essas diferen as os professores J e M t m justificado de maneira semelhante a fun o social da EF na escola isto a valoriza o do conhecimento de que a EF se ocupa Mas o que isso representa na organiza o da EF n o parece claro na pr tica do Professor J 283 Esses professores est o diferentemente implicados nas escolas em que atuam devido a compreens o de que tem do componente curricular com que trabalham o que lhes fornece um tipo de rela o com o saber O tipo de envolvimento que cada professor tem com os conhecimentos que giram em torno dos espa os tempos aulas de EF indicam como eles t m compreendido de formas distintas a fun o social desse componente curricular em suas escolas Parte dessa diferen a est atrelada s condi es objetivas dos contextos em que est o situados Parte da diferen a est nas maneiras pessoais como eles encararam as press es que se colocavam perante a tarefa de organizar a EF em suas respectivas escolas Considero tamb m que ambos os professores se encontram em momentos distintos de sua forma o o Professor J em um momento de instabilidade e experimenta es buscando criar outros tipos de sentidos e significados para a EF na EMEF 1 o Professor M em uma fase de maior estabilidade conquis
37. o e por conhecer as caracter sticas pessoais dos professores tais como organiza o seriedade e comprometimento com o trabalho que desenvolviam Decidi ent o agrupar as indica es em dois grupos que a princ pio representavam dois tipos distintos de inser o da EF das pr ticas docentes que foram lembradas pela evid ncia do trabalho com o esporte e das pr ticas docentes lembradas pela ressignifica o dos conte dos que os professores promovem ou tentam promover por meio de suas aulas Para compor esses grupos optei por selecionar as escolas que foram indicadas com certa nfase bem como seus exemplos e justificativas 37 Segundo uma das coordenadoras de desporto da Ger ncia de Ensino Fundamental da SEME PMV o projeto de esportes surgiu a partir da SEME PMV como uma proposta para que todas as escolas com interesse e possibilidades estruturassem a partir do projeto pol tico pedag gico seus pr prios projetos de esporte A l gica de trabalho seria a de que os projetos desenvolvidos pelas escolas fossem articulados com as necessidades pedag gicas dessas escolas estabelecendo um tipo de vincula o com o que acontece na escola e nos projetos A partir da distribui o do projeto da SEME PMV para todas as escolas elas poderiam se organizar e requerer cargas hor rias extras para que fossem desenvolvidos os projetos A coordenadora disse que essa din mica existe h cerca de dois anos Nesse caso o projeto documento la
38. o professor disse que no princ pio do ano letivo as rela es integrativas entre EF e demais componentes curriculares ocorriam sim por meio dessa rela o por m com a organiza o da elabora o desses trabalhos tem ticos de pesquisa houve a possibilidade de outra rela o a gente teve outros trabalhos coletivos e n o somente essa quest o da gente estar atrav s desse trabalho da EF trabalhando essa quest o disciplinar mesmo Foi a mostra cultural No segundo trimestre eu fiz uma tem tica diferente pra t como que eu poderia dizer Pra estar avaliando al m do trabalho que feito l como voc viu na quadra a utiliza o dos espa os que a gente tem que ficou tamb m prejudicado com a reforma do espa o l atr s espa o alternativo Ent o a gente variou a atividade com todas as turmas e chegamos a um trabalho em grupo no segundo trimestre com temas Eu sugeri uns temas e tamb m sugeri para que eles buscassem outros Ent o surgiu tamb m a quest o da defici ncia visual que eu tinha tamb m trabalhado com eles E surgiram outros temas interessantes a quest o racial da valoriza o da cultura afro brasileira das influ ncias dessa cultura que foi o tema da nossa mostra primeiro socorros alguns esportes inser o do negro nos jogos ol mpicos E desses dois a gente conseguiu levar pra mostra cultural que estavam mais interligados Ent o quer dizer a gente
39. o que eu cheguei no boca de forno ao contr rio foram os alunos que criaram voc n o faz uma discuss o a voc me pega uma menina que tem coragem de dizer se o cara me fizer um neg cio desse eu taco na cara dele que uma outra forma de dizer tacar na cara Ela n o teria que usar uma linguagem formal para isso N o teria que colocar pegaria lan aria a bandeja na face n o teria que usar Ela foi do ponto de vista ling stico clar ssima e al m disso ela deu uma resposta que obviamente pode ser considerada literal como metaf rica tamb m Eu daria essa resposta Leo Isso ideologia E vis o de mundo Todas essas coisas est o vinculadas a vis o que eles t m de aluno a vis o que eles t m de avalia o a vis o que eles t m de conte do ideol gica Aquela prova ali pra mim mostra com clareza a ideologia deles da onde vem tanta arrog ncia da onde vem tanto desprezo pela fala do aluno os grifos representam momentos em que o Professor M refor ou a voz e ou bateu na mesa Posteriormente o Professor M ainda fez men o a um coment rio que presenciei que um vigia da escola fez ao observar uma aula de EF em que os alunos estavam pulando do trampolim num grande colch o Ele dizia que alguns professores dificultam o que f cil falando sobre as rela es entre professores e alunos pois n o ouvem o que os alunos t m a dizer e n o os deixam falar dos seus interesses
40. profissional Frente ela sic pode se contrapor outra forma de entender sua fun o profissional mais pr xima do planejador do conte do de sua pr pria atividade E essa nova imagem n o s mais adequada como a realidade dos fatos e com a conveni ncia de uma proposi o liberadora dos professores para que progressivamente tenham maior controle sobre sua pr pria pr tica como tamb m exigida inclusive pelas pr prias necessidades educativas dos alunos Quem a n o ser o professor pode moldar o curr culo em fun o das necessidades de determinados alunos ressaltando os seus significados de acordo com suas necessidades pessoais e sociais dentro de um contexto cultural A figura do professor como mero desenvolvedor do curr culo contr ria a sua pr pria fun o educativa SACRISTAN 2000 p 168 grifo meu importante frisar que uma das l gicas que refor a a id ia de professor executor est pautada na rela o entre a institui o escolar e a ci ncia mas bvio dentro de uma determinada concep o de ci ncia Isso ocorre quando as compet ncias dos professores s o concebidas como Ao contr rio agrega o de habilidades submetidas a controle de padr es espec ficos de comportamento Proposi es como a programa o por objetivos forma o em habilidades condutuais etc servem a um modelo no qual os professores t m que precisar o que pretendem porque essa a forma de confr
41. que quisessem para chegar aula Essa op o dos alunos n o parecia ser uma inten o do professor os alunos que por terem geralmente duas op es de caminho acabavam realizando uma escolhenda Posteriormente o Professor buscando evitar grandes dispers es informava os alunos de como iriam encontrar a quadra j que eles iam na frente No in cio das atividades o professor dirigia aos alunos algumas falas complementares s que tinha feito na sala de aula direcionando as caracter sticas da atividade as situa es a que os alunos precisam atentar e juntamente com os alunos estruturava as atividades dividindo os alunos em grupos estabelecendo pap is aos alunos e distribuindo os materiais Muitas atividades foram praticadas pelas diferentes turmas com que esse professor trabalha 12 22 3 e 4 s ries por m poss vel perceber que a forma como o Professor M falava apresentava as atividades e as organizava indicou para mim que as aulas das 1 e 2 s ries possu am certa proximidade diferente das aulas das 3 e 4 que possu am outro tipo de l gica Nas atribui es dadas aos alunos por exemplo percebi maior n vel de direcionamento para as primeiras s ries O professor se preocupava mais com a determina o dos limites de espa o e de atitude dos alunos e durante o desenvolvimento das atividades cnamava a aten o para as regras e sobre o comportamento desses alunos Percebi que esse professor faz is
42. rio Ele afirma poder enumerar 253 por conta das suas anota es todas as atividades das aulas de EF para todas as turmas durante grande parte dos anos que lecionou na EMEF 2 A maneira como a EF foi organizada no ano letivo de 2007 foi uma nova tentativa de distribui o l gica dos conte dos Essa l gica englobava a maneira como seriam abordados os conte dos como seriam apresentados aos alunos e como tudo isso influiria na organiza o das aulas e da pr pria EF Sendo uma organiza o nova o Professor M fez quest o de esclarecer que fruto de sua experi ncia e de sucessivas tentativas e organiza es frustradas e de outras bem sucedidas Fez men o por exemplo aos objetivos que est o norteando seu trabalho como sendo constru es hist ricas produto das discuss es dos embates e das necessidades que percebeu junto aos alunos que em sua avalia o se confundem com a pr pria trajet ria da EF na escola Esse exerc cio que o Professor M faz parte da a o de elaborar um curr culo cumprindo principalmente a sele o e a ordena o dos conte dos culturais da EF no curr culo da escola A din mica que foi adotada pelo professor durante o ano letivo de 2007 foi e cada aluno ficou respons vel por descrever alguma atividade nova interessante aprendida nas f rias atividade que possu a alguma rela o com as atividades desenvolvidas nas aulas de EF e cada aluno apontou ao menos tr s atividades qu
43. rio organizacional eu cnamo de administrativo ou burocr tico para que um tal profissional pudesse ter sua carga hor ria fechada Tendo o m ximo de todas as suas aulas dentro de uma escola Eu acabei ficando com dezessete horas e a professora com quinze s que ela tem cinco horas de projeto e eu n o Eu tenho agora porque eu acabei destinando duas aulas e meia basicamente pra fazer projeto nesse hor rio de planejamento na segunda feira ent o eu fiquei com um meio OA n Como o professor possui duas janelas em sua grade de aulas chamadas de OA ele em tese usa esses tempos para as atividades que faria no hor rio de planejamento Ent o ainda tentamos mudar essa quest o das tr s aulas Inicialmente tinha aquela quest o da organiza o da escola no in cio do funcionamento da escola como a EF era complicada era aluno pra tudo que lado era o tipo de trabalho pelo visto de professores em final de carreira Ent o batida na mesa era futebol queimada e trabalhava os esportes Mas assim O que que isso O aluno ficava solto Batida na mesa Ent o isso influenciou nessa diminui o de aulas Conseguimos reverter um pouco Grandes avan os nisso principalmente na vis o que a EF tem na vis o que t m da EF mas ainda temos dificuldade de estar retornando com algumas turmas de 5 a 8 Mas foi um crit rio Esse ano foi um crit rio mais organizacional Professor J Analisando a grade curricular perceb
44. te rica dos textos nas aulas Ainda discursando sobre os conte dos ele disse que trabalha com informa es das regras e o hist rico dos esportes que s o praticados nas aulas tidos como conhecimentos complementares Logo o Professor J faz uma distin o entre os conte dos referentes aos gestos esportivos e o que chama de conhecimentos complementares que possuem uma fun o informativa mas tamb m s o utilizados como meio punitivo Sendo assim ao mesmo tempo em que ele valoriza o trato do 214 conhecimento em torno do esporte institucionalizado esse conhecimento assume uma dimens o punitiva junto ao trabalho com os alunos E s o esses conhecimentos juntamente com as informa es trabalhadas nas aulas na quadra coberta que acabam sendo cobrados na prova de EF O Professor J parece tentar aproximar a EF do status dos demais componentes curriculares atribuindo lhe caracter sticas semelhantes quando realiza suas aulas te ricas e quando aplica suas provas pautando parte da organiza o da EF no que mais caracter stico dos componentes curriculares mais desenvolvidos nas salas de aula N o que ele n o possa desenvolver esse trabalho mas acredito que n o haja a necessidade de formatar a EF segundo essas caracter sticas dos demais componentes curriculares para que ela seja valorizada pois o diferencial da EF que o Professor J compreende do qual eu compartilho o trato com um tipo de conhecimen
45. ticas e como os sujeitos envolvidos nas aulas interagem uns com os outros e com as coisas por meio dos conte dos culturais mobilizados Nesse sentido concordo com a afirma o de Caparr z 2001 p 204 que faz uma considera o consequente sobre a realidade em que os sujeitos escolares materializam suas pr ticas de EF No contexto de sua fala estava interessado em questionar a produ o das prescri es da rea da EF quando tomavam as pr ticas dos professores das escolas de maneira demasiadamente abstrata aligeirando avalia es e cr ticas sobre elas S o dele estas palavras Logicamente a dimens o ideal deve existir pois da tens o entre a dimens o da realidade da pr tica e a dimens o da pr tica idealizada que podemos devemos materializar a pr tica poss vel grifos do autor Chamo a aten o por m para o fato de que em n vel escolar o que concretizado nas aulas de EF a EF que concretizada no cotidiano escolar sempre uma pr tica poss vel pois resulta da tens o de muitas vari veis Com isso afirmo que a inser o da EF na escola sempre uma inser o poss vel 54 Compreender como o professor se relaciona com as diferentes proposi es e com os diversos elementos e fatores dentro da complexa teia que envolve a Educa o F sica na din mica da escola p blica procurando observar como opera e que import ncia atribui a essas proposi es e a esses elementos pode ser uma form
46. tomando uma postura de t cnicos aplicadores seja porque a din mica escolar e a rela o entre escola proposta curricular e administra o est o sendo desenvolvidas em tempos diferentes Corol rio desse descompasso o distanciamento entre administra o e escolas a dificuldade de identifica o e enfrentamento dos problemas curriculares a perpetua o de pr ticas desarticuladas entre os agentes educacionais ou articuladas ao sabor das rela es frut feras que conseguem travar em determinadas escolas sendo sempre um elo fr gil n o permanente por ser centrado na intera o que esses sujeitos escolares estabelecem entre si Esses s o temas que precisam ser enfrentados se que se quer avan ar na articula o entre pol tica educacional e o que concretizado nas escolas Esse descompasso se evidencia tamb m nas contradi es dos documentos oficiais na mencionada diretividade das normas ante a pseudo democratiza o expressa nas diretrizes curriculares Em rela o EF esse descompasso se manifesta em Leis municipais como e Lei n 5 429 01 que autoriza o Poder Executivo por interm dio da SEME PMV a incluir nas atividades extracurriculares os jogos escolares na rede municipal de ensino A quest o que se imp e Que justificativas existem para a necessidade da regulamenta o desses jogos na forma de lei Por que e em quais par metros est pautada essa lei para definir esses jogos como uma atividade ext
47. turma que j havia desenvolvido uma aula com essa atividade ele relembrou durante a prepara o da turma nos procedimentos iniciais que tinha havido um insucesso na aula anterior devido ao desequil brio das equipes Nessa oportunidade ele socializou a t tica valorizando a intelig ncia dos alunos da outra turma e perpetuando aquilo que foi vivenciado em outra aula A t tica era a seguinte um aluno ficava de costas para a equipe oponente permitindo que os atacantes avan assem e pegassem a bandeira o retorno do aluno era dificultado pois esse defensor observava por qual caminho ele tentaria retornar A 4 s rie do Professor M n o uma turma ap tica muito ativa e sempre exigiu esfor o o esfor o do professor para garantir os momentos de organiza o das atividades em sala por m durante a socializa o da t tica criada pela outra turma todos os alunos ficaram envolvidos e interessados O pique bandeira consiste na divis o de duas equipes sendo uma respons vel por pegar um objeto a bandeira que fica numa rea espec fica no fundo do campo da equipe oponente ao mesmo tempo em que deveria defender sua bandeira 8 As turmas de 3 e 4 s ries t m essa incumb ncia sobre a forma o de grupos j as de 1 e 2 s ries s o auxiliadas pelo professor Assim ele regula a dificuldade das atividades 267 e S O LA Za nu a na P Ei 3 Fotografias 14 Socializa o e experimenta
48. O 31 8 1m8 o m aa AUDIT RIO QUADRA COBERTA GUARITA Esquema 7 Ilustra o da estrutura da EMEF 1 O local onde fica a escola possui uma grande beleza natural perto de um parque ecol gico estadual A escola est pr xima a uma rodovia por m sua posi o mais central num bairro de ruas estreitas e de pavimenta o prec ria resulta num ambiente calmo com pouco tr fego de autom veis o que favorece o deslocamento dos alunos sendo eles mesmos respons veis por esse deslocamento 151 Fotografia 1 Vis o dos fundos da EMEF 1 limite com um parque estadual A hist ria do bairro foi marcada por uma s rie de problemas judiciais inclusive com a a o da pol cia devido ocupa o irregular e desordenada que ocorreu Essa ocupa o problem tica ocorreu no in cio da d cada de 1980 por meio de um loteamento clandestino sendo os lotes vendidos sem o registro apropriado A not cia de que os loteamentos n o eram regulares se espalhou fazendo com que muitas fam lias de bairros vizinhos invadissem essas terras buscando melhores condi es de vida e fugindo das dificuldades referentes ao pagamento de aluguel um bairro que possui uma grande rea de morro loteada e tamb m uma parte mais baixa onde se situa a escola poca da elabora o do projeto pedag gico da escola havia muitos barracos sendo o servi o de gua insuficiente para grande parte dos habitantes e as condi
49. O primeiro deslocamento da pesquisa ocorreu ao agregar ao objeto de partida as categoriza es estabelecidas pelos Informantes aos professores que trabalhavam nas escolas de Ensino Fundamental da rede de ensino de Vit ria Ao serem questionados sobre situa es em que a EF se inseria nas escolas participando de forma efetiva em seu projeto os Informantes entrevistados em momentos diferentes pautaram suas indica es na pr tica de certos professores categorizando os em dois grupos distintos o de professores que possuem o trabalho evidenciado pelo trato com esporte e participa es em eventos esportivos e o de professores evidenciados pelo trabalho especificamente com a EF como componente curricular preocupados em ressignifica os conte dos desse componente Preferi ent o assumir provisoriamente essa categoriza o buscando manter as duas situa es o mais pr ximo poss vel uma da outra seja pelo interesse 1 Diferentes manifesta es inser es deste componente curricular em diferentes contextos de a o em que professores e alunos funcion rios escolares e comunidade se encontram criando uma parcela da cultura qual esses sujeitos tem acesso no transcorrer de sua vida Este processo de indica es ser abordado de maneira mais completa no terceiro cap tulo 19 nas suas semelhan as seja pela aten o s suas peculiaridades evitando um tom de compara o e avalia o Essa decis o foi fundamental
50. Org Pesquisa Hist rica na Educa o F sica v 6 Vit ria PROTEORIA 2001 p 49 84 Entre a educa o f sica da escola e a educa o f sica na escola a educa o f sica como componente curricular Vit ria UFES Centro de Educa o F sica e Desportos 1997 Discurso e pr tica pedag gica elementos para a compreens o da complexa teia que envolve a educa o f sica na din mica escolar In CAPARROZ Francisco Eduardo Org Educa o f sica escolar pol tica investiga o e interven o Vit ria ES Proteoria 2001 p 193 214 288 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 CERTEAU M de A inven o do cotidiano Artes do fazer Petr polis Vozes 2000 CHERVEL A Hist ria das disciplinas escolares reflex es sobre um campo de pesquisa Teoria amp educa o Porto Alegre n 2 p 177 229 1991 FARIA FILHO L M Escolariza o culturas e pr ticas escolares no Brasil elementos te ricos metodol gicos de um programa de pesquisa LOPES A C MACEDO E ORG Disciplinas e integra o curricular hist ria e pol ticas Rio de Janeiro DP amp A 2002 p 13 36 FERRA O C E Curr culo escolar In BARTOLOZZI FERREIRA E ORG Pol tica educacional do Estado do Esp rito Santo a educa o um direito Vit ria SEEB SEDU 2004 p 94 129 FORQUIN Jean Claude Escola e cultura as bases sociais e epistemol gicas do conhecimento escolar Porto A
51. Outra quest o alarmante esse distanciamento entre a maneira como organizada a participa o das turmas nos jogos e os objetivos do projeto treinamento de esportes e os demais sujeitos escolares Isso de certa forma contradiz a informa o dada pelo Informante 1 de que h um apoio e um reconhecimento ao trabalho da EF na escola pelo trabalho desse componente curricular com o esporte Isso se manifesta tamb m na fala do Professor J quando ele avalia como complicadas as suas sa das da escola com os alunos para os jogos por envolver negocia es com a pedagoga e outros sujeitos escolares como os professores j que essas sa das precisam ser no hor rio das aulas de EF Por essa raz o ele tem de repor as aulas pegando duas turmas Nessas aulas ele escolhe atividades como filmes ou algo semelhante por considerar dif cil e cansativo trabalhar com duas turmas ao mesmo tempo Essa din mica imp e ao professor algumas limita es e traduz a pouca flexibilidade que a escola imp e sobre essas atividades extra curriculares Acredito que a rotina da escola signifique algo muito valioso para todos os sujeitos escolares e isso se reflete muito na pr tica do Professor J que tenta contornar todas as situa es poss veis fazendo acordos para garantir certa harmonia ao mesmo tempo em que garante seu espa o H no entanto o respaldo da escola para as quest es b sicas que envolvem a sa da dos alunos Essa informa o foi dad
52. SEME PMV por exemplo n o foram discutidos detidamente com a administra o p blica mas como possibilidade de interpreta o de documentos oficiais e de algumas especula es em decorr ncia desse exerc cio A contribui o da EF no efetivo exerc cio educacional das escolas faz parte da minha presen a e perman ncia nas escolas mormente nas aulas de 4 A l gica aqui de cultura transmitida compartilhada produzida vivida Sei que abordar a cultura com esses objetivos n o tarefa simples por isso n o tenho simplificado a discuss o sobre a cultura mas acredito j ter tratado de maneira decisiva neste estudo a conex o entre os referenciais do curr culo cultura escolar e cotidiano justamente no aspecto cultural agora sim de sele o transmiss o compartilhamento produ o e das pr ticas que s o vivenciadas nas escolas pr ticas que t m a EF como participante efetiva 132 EF pois um estudo sobre toda a estrutura organiza o da escola exigiria maior tempo nas escolas e intera o com os demais professores para uma compreens o mais ampla e complexa das vidas das escolas Essas quest es n o foram aprofundadas para n o comprometer a conclus o do trabalho e como consequ ncia das minhas escolhas ao privilegiar uma melhor compreens o da organiza o da EF nas duas escolas O envolvimento estabelecido por mim nas escolas resultou no entanto na identifica o de certos padr es de organiza o das escol
53. Segundo Macedo 2000 a hist ria oral fruto de um movimento de democratiza o do discurso cient fico dando sua contribui o na considera o e capta o da hist ria contida no meio de um povo ou de pessoas que se encontram num caso espec fico Ao chegar at essas informa es burlava a l gica do Estado da Hist ria escrita que evidenciava fortemente a hist ria dos vencedores O material primordial da hist ria oral s o os discursos as conversas os depoimentos as mem rias as confer ncias mas tamb m qualquer outro tipo de comunica o humana que pode ser gravada transcrita e preservada como fonte prim ria Esse procedimento de 127 pesquisa se mostrou com um grande potencial uma contra institui o metodol gica questionando a racionalidade oficial baseada na produ o e valida o das escrituras que fruto da exacerba o da escrita e da desconsidera o do conhecimento oral Torna se uma oposi o como contra hist ria uma hist ria vista de baixo hist ria local e do comunit rio hist ria dos humildes e dos sem hist ria tirando do esquecimento aquilo que a hist ria oficial sepultou Possui uma forte aproxima o com o referencial do cotidiano sendo uma possibilidade de tornar evidente o que n o foi registrado mas sobreviveu de alguma forma na mem ria daqueles que viveram em uma dada situa o tamb m uma possibilidade de compreender segundo outras l gicas a forma como se constitu
54. a Coordena o de Desporto Escolar por se manifestar essa rela o de maneiras distintas Essas rela es institucionais e difusa contribuem para a compreens o da raz o pela qual certas pr ticas ou certas inser es da EF possuem mais evid ncia para a administra o Por outro lado essas rela es sinalizam que podem existir pr ticas inser es que n o est o no campo de vis o da SEME PMV s o as pr ticas produzidas com certo anonimato como possibilidade entre as expectativas da administra o e as condi es que essa administra o proporciona aos professores nas situa es concretas de trabalho as escolas Essa din mica prop e um vale entre o prescrito e as realiza es curriculares cotidianas entre as possibilidades prescritas de inser o da EF e o que de fato efetivado concretamente no cotidiano da escola culminando num tipo de inser o A proposi o feita no sentido de indicar que a administra o n o est preparada para identificar diferentes formas de inser o da EF pelo elevado distanciamento entre o que existe como 4 Isso precisa ser ressaltado e melhor compreendido em outros estudos que visam compreender mais a fundo o que isso representa sobre a efetiva o da EF nas escolas dessa rede 107 prescrito e o que realizado bem como das condi es concretas em que professores com estilos de trabalho diferentes efetivam sua tarefa Ambas as rela es institucionais e difusas s o
55. a compreens o da inser o da EF na escola mas ele soube responder e tentamos juntos compreender porque houve dificuldade de chegarmos a essa resposta Minha inten o era discutirrcompreender quanto das caracter sticas pessoais do Professor M podem ser percebidas nas caracter sticas da EF do turno matutino da EMEF 2 considerando a forma como recebeu as influ ncias da escola das pol ticas da administra o do munic pio e da comunidade na qual a escola est srg preciso alertar no entanto que n o estou avaliando a eq idade simb lica entre EF e demais componentes curriculares s podendo afirmar que a EF possui uma fun o no curr culo da escola relativa aos conte dos culturais com os quais lida 277 inserida e considerando tamb m como essas influ ncias calharam na constru o de uma forma espec fica de inser o da EF O pr prio Professor M admitiu submeter sua pr tica subsequentemente seus alunos aos desafios da supera o que acreditava serem necess rios H que se considerar que houve uma reestrutura o das caracter sticas da EF ali muito por conta desse trabalho que pode ser percebido at hoje uma vez que a organiza o desse componente curricular vive em desenvolvimento Aparece de forma bem concreta a relev ncia que a figura do professor tem para a forma como se manifestam os componentes curriculares ou a forma como se trabalham e concebem os conte dos culturais que s o responsabilidades desse
56. as decis es e as maneiras de sentir a realidade escolar do professor que a organiza No entanto acredito j ter exposto a l gica de que a inser o da EF extravasa muito o voluntarismo do professor Suas decis es representam uma das for as que formatam a EF Por isso o resultado concreto da constru o desse componente curricular precisa ser registrado como parte de um compromisso com os sujeitos que a constru ram no cotidiano escolar assim como um compromisso com os que ir o adentrar um espa o tempo inventado e se n o fora dado se este n o natural suas l gicas internas precisam ser conhecidas A valoriza o do registro dessa forma tem sido encarada por conta da maneira como tomo o componente curricular uma institui o como ensina Gar glio que possui uma hist ria uma produ o Se est o em evid ncia as teorias que evidenciam a produ o de uma cultura na escola essa produ o a cultura criada nas escolas constitui um bojo de conhecimentos importantes para os sujeitos escolares at porque a constitui o dos componentes curriculares se justificam n o apenas pela sua organiza o interna mas por escolarizar conhecimentos da cultura mais ampla Por isso afirmo que a EF contribui no projeto educacional da escola na fun o da escola na sociedade na medida em que escolariza uma parcela dessa cultura Sobre o caso espec fico da EMEF 2 n o acredito que o registro servisse como f rmula para sua perpetua
57. atuar na composi o dessas defini es acredito que pouca ou nenhuma expectativa possa ser identificada por parte da administra o ou da escola em rela o aos aspectos pedag gicos da organiza o desses componentes curriculares nas escolas No caso da pr tica do Professor J frente da EF da EMEF 1 patente que ele n o segue orienta es pedag gicas contidas em algum tipo de sele o cultural ou documento norteador do trabalho pedag gico dos professores E isso n o acontece por qualquer problema que possibilitaria a desaprova o desse professor A quest o que n o existem esses documentos A prescri o orientadora desse professor sua experi ncia sua rela o com o fen meno esportivo sua trajet ria na EMEF 1 a trajet ria da EF nessa escola e a fun o social que ele atribui EF segundo todos esses elementos Sendo assim o hor rio de planejamento sempre no dia de segunda feira era destinado ao atendimento do trabalho burocr tico como preenchimento de pautas elabora o de provas e de textos de apoio sobre os esportes trabalhados no trimestre contendo informa es sobre regras e aspectos t cnicos do jogo Nesse tempo tamb m o Professor J resolvia quest es sobre a organiza o do projeto treinamento de esportes cuidando das inscri es dos alunos agendamento de jogos e entregando os bilhetes de permiss o para a sa da dos alunos da escola O Professor J organizou o trabalho do ano
58. auxiliaram no exerc cio de compreens o das condi es e dos motivos pelos quais organizavam suas pr ticas da maneira como o faziam explorando assim os significados que atribu fam a elas Esse modelo te rico em suma representa elos entre curr culo 36 cultura escolar e cotidiano entre as quest es da pesquisa e as vidas das escolas e entre mim e os professores J e M Esses deslocamentos aqui descritos como parte do percurso da pesquisa referem se tamb m ao processo de adapta o daquilo que foi projetado antes do contato com as situa es estudadas O resultado da soma dos dois deslocamentos proporcionou o avan o na adequa o da pesquisa s situa es estudadas considerando a maior articula o entre a teoria de refer ncia as t cnicas de levantamento das informa es e a vida contida nessas situa es Precisa ser registrada a afirma o importante de Andr 2000 que apenas na escrita deste trabalho pude perceber ela diz respeito ao casamento da por o emp rica do trabalho com a por o te rica como uma rela o equilibrada consequente e coerente A autora adverte que h que se cuidar para n o metodizar a pesquisa a despeito da teoria e n o teorizar de forma inconsequente a pesquisa sem levar em conta os encargos emp ricos e as possibilidades de conclus o da pesquisa Acreditava estar tomando as decis es apenas segundo as percep es que tinha das situa es segundo minhas sensibilidades
59. bola Fotografia 3 Trecho inicial da prova de handebol do primeiro trimestre da EMEF 1 Inicialmente o professor faz men o do esporte como pr tica saud vel e remete ao aspecto do lazer que perfaz um dos elementos valorizados pelo professor a possibilidade de os alunos terem acesso a outros espa os tempos fora da escola a partir das experi ncias adquiridas nas atividades esportivas vivenciadas nas aulas Esse professor defende tamb m a import ncia da EF na escola na educa o dos alunos no sentido de estabelecerem uma rela o mais amistosa respeitosa nesses espa os tempos o que extravasa o trabalho com os conhecimentos mais objetivados acerca do esporte Posteriormente a prova apresenta uma quest o referente s regras do jogo de handebol conte do trabalhado nas aulas em que h a pr tica do esporte e tamb m em aulas te ricas desenvolvidas em sala de aula Esse trabalho mais te rico destacado e valorizado pelo professor como ponto de aproxima o da EF aos demais componentes curriculares al m de perfazer uma parte importante do trabalho do professor no que se refere avalia o Nessa escola nas turmas organizadas pelo Professor J o clima de prova tamb m vivenciado na EF tanto os momentos de revis o como os de exerc cios a aplica o da prova propriamente dita bem como a entrega das notas 181 O desenvolvimento das aulas na organiza o da EF n o apresentou grand
60. como ele v o papel da EF e como lida com seus conte dos A esse respeito disse que se v em uma situa o de mudan a e lembrando se das escolhas que tem feito diz que est revendo muitas coisas Citou como exemplo o seu retorno ao estudo remetendo a um curso de especializa o em que est inserido H tr s quatro anos atr s parece que n o mas eu trabalhava de uma forma muito diferente fazia as aulas trabalhava at alguns elementos que eu trabalho hoje mas a minha forma de ver esses elementos est completamente diferente E eu acredito que daqui a um ou dois anos eu vou estar vendo esses elementos talvez esteja trabalhando as mesmas coisas com algumas altera es Mas a forma como eu vou estar vendo e inserindo isso nas aulas vai ser muito diferente E como eu t trabalhado h dois anos com 5 a 8 s rie eu t ainda construindo essa rela o Eu s tinha rela o com as turmas de 5 a 8 s rie somente por meio de projeto Com isso compreendi que a evid ncia que o Professor J deu em sua trajet ria na escola aos espa os tempos jogos e treinos e s pr ticas esportivas objetivadas para esses fins acabou deslocando a aten o dos demais sujeitos escolares resultando numa compreens o simplista da pr tica desse professor como vimos nas indica es dos informantes por exemplo que atribu ram a ele apenas um direcionamento para os eventos esportivos e treinamentos esvaziando essa pr tica docen
61. compreens es poss veis sobre a influ ncia da pr tica dos professores de EF nos seus contextos situados de trabalho 4 1 A rede municipal de ensino de Vit ria o oficial e a Educa o F sica na escola A rede municipal de ensino de Vit ria est subordinada s legisla es mais abrangentes em n vel Federal e Estadual cabendo administra o a normatiza o e organiza o das escolas de Educa o Infantil e de Ensino Fundamental situando se nesse ltimo segmento as escolas onde atuam os professores J e M Esse segmento possui um total de cinquenta e tr s escolas trinta e oito das quais est o situadas em bairros de periferia e quinze em bairros de classe m dia Essa informa o n o diz muito sobre a clientela que cada escola atende uma vez que Vit ria um munic pio de propor es pequenas facilita o traslado de alunos de um bairro para o outro Outro fator e este determinante remete configura o dos bairros de Vit ria Muitas escolas est o situadas em bairros de classe m dia mas atendem tamb m e principalmente s comunidades de periferia n o sendo poss vel uma correla o linear entre a escola pertencer a bairros de classe m dia e o n o atendimento s comunidades perif ricas Com isso n o dif cil identificar caracter sticas pr prias de escolas de bairros perif ricos em escolas sediadas em bairros de classe m dia No caso das EMEF 1 e 2 as duas s o escolas de periferia e atendem em
62. da cultura que produzida nas escolas pois n o qualquer teoria de curr culo que se aproxima das discuss es da cultura escolar muito menos das discuss es do cotidiano Por essa raz o neste trabalho voltar o olhar para a escola exige a eleva o do status que essa institui o tem na produ o de uma cultura pr pria Isso s poss vel por sua vez quando se atribui aos sujeitos escolares o direito de serem ouvidos e compreendidos em suas l gicas de a o Recai ent o sobre os pesquisadores que optam por abordar suas quest es segundo esse enfoque a necessidade de estruturar as condi es para que essa compreens o se efetive de fato Esse o contexto em que foi elaborado este trabalho Um esfor o pretensamente amplo na abordagem mas que de maneira simples por m compreensiva buscou na pr tica de dois professores do Ensino Fundamental da Rede Municipal de Educa o de Vit ria elementos para compreender como a EF foi tem sido inserida em duas escolas Na Escola Municipal de Ensino Fundamental 1 EMEF 1 onde atua o Professor J a organiza o da EF deve muito trajet ria desse professor nessa escola considerando tamb m algumas pr ticas anteriores entrada do professor nessa escola e a maneira como ele compreende a fun o da EF na escola segundo o trato com o conhecimento principalmente o conhecimento proveniente das pr ticas esportivas Na Escola Municipal de Ensino Fundamental 2 EMEF 2
63. da EF passam pela rela o que o Professor J tem com o conhecimento justamente por conta das intera es que ele possibilita aos alunos diante da sele o das atividades e da sele o dos esportes trabalhados durante o ano Mas tamb m por conta das rela es que ele conseguiu precisou estabelecer na escola ele o respons vel pela organiza o da EF para sete turmas da escola o professor mais antigo o que exerce influ ncia sobre a pr tica da outra professora que atua com as demais turmas ele recebeu a escola em uma condi o complicada em que a rela o professor aluno apareceu in meras vezes em sua fala at em uma avalia o mais atual como principal fator dificultador para o encaminhamento de seu trabalho para a organiza o da EF da EMEF 1 Esse ltimo fator fez com que ele assumisse algumas responsabilidades que iam al m da escolariza o do esporte principal fun o da EF na escola em sua opini o Na trajet ria da EF sob sua responsabilidade foram sendo criados alguns 8 Essa afirma o pode ser confirmada por perceber em um dia de observa es que a professora estava utilizando uma das formas de organizar a aula que o Professor J apresenta aos seus alunos dividindo a turma por sexo com uma atividade direcionada pela professora em quadra e outras atividades mais livres na rea adjacente quadra coberta Essa organiza o n o tinha sido observada nas aulas dessa professora o que de certa forma
64. da fun o social da institui o escolar aparece como um esquema diretor ou referencial para a a o docente do ponto de vista de sele o de conte dos culturais e habilidades de diferentes ordens e apresentado por meio dos instrumentos mediadores tradutores um determinante decisivo na pr tica profissional V rios s o os mecanismos de controle ante o que os professores t m efetivado como desenvolvimento do curr culo basicamente sobre os conte dos avalia es dos ciclos os livros texto pr definidos determinados tipos de pol tica de forma o em servi o cursos e aperfei oamentos obrigat rios que endossam a pol tica curricular associa o desses meios de forma o com planos de carreira entre outros as press es reais ou percebidas em cada um desses elementos se somam no que passa a ser um quadro no qual os professores podem mostrar submiss o busca de brechas resist ncia confronto etc SACRIST N 2000 p 170 Muito embora recaia sobre os professores um forte controle os professores fazem pol tica desde baixo Isso quer dizer que n o somente sofrem pol tica mas s o produtores de pol ticas Nesse sentido Ver os professores como meros executantes da pol tica imposta desde cima incorreto Os professores distorcem essa pol tica antes de serem fi is aplicadores para adapt la s necessidades que percebem em seus alunos de modo que o conte do ensinado a estes provavelmente um
65. das descri es das informa es que foram levantadas auxiliando na compreens o dos processos de inser o da EF em duas escolas por meio da pr tica de dois professores A compreens o desses processos auxiliam a compreender as caracter sticas que a EF apresenta numa e noutra escola Para que essa empreitada fosse poss vel EF tem sido atribu do o valor de participante do efetivo exerc cio educacional das duas escolas por organizar uma parcela da cultura que essas escolas mobilizam V rias foram as quest es possibilitadas pelas incurs es feitas a partir da entrada no campo de pesquisa Os objetivos deste cap tulo s o estes apresentar as condi es em que as pr ticas dos Professores J e M se desenvolvem destacando as influ ncias da SEME PMV e as caracter sticas das EMEFs 1 e 2 apresentar as possibilidades concretizadas de inser o da EF por meio da pr tica desses professores identificando as caracter sticas desse componente curricular nesses dois contextos as intera es poss veis dos sujeitos escolares nos espa os tempos organizados por esse componente curricular o tipo de cultura de EF criada nessas intera es as contribui es desse componente na efetiva o do projeto educacional de cada escola A maior parte desses quesitos foi abordada diretamente com os sujeitos escolares Outros s o frutos da interpreta o poss vel atendendo s condi es nas quais esta pesquisa foi desenvolvida Os elementos da
66. das escolhas que esses fazem e por que fazem e como fazem sem superestim las Faz se necess rio assinalar que por mais que tenha escolhido formas mais flex veis para o desenvolvimento deste trabalho n o posso deixar de expor minhas inquieta es e d vidas acerca de poss veis limita es dessa forma de empreender uma pesquisa cient fica principalmente no que diz respeito s escolhas metodol gicas visto que n o acredito que haja formas inteiramente seguras de se empreender um trabalho deste porte sem qualquer tipo de coer o por mais que se possa justificar essas coer es como o tempo as limita es te ricas etc Apreender reconstituir a vida da escola como na proposta de Andr 2000 uma tarefa muito dif cil estando o elevado status dos m todos cient ficos na acep o mais positivista do termo t o perto dos dias atuais Acredito ent o que falar em formas alternativas de produzir ci ncia nestes dias que se seguem n o significa uma ruptura integral em rela o heran a cient fica moderna No entanto preciso avan ar e sem qualquer tipo de embara o atuar na frente de trabalho como a busca de uma alternativa de pensar a inser o da EF no curr culo de escolas do Ensino Fundamental buscando ampliar as possibilidades de compreens o chegando cada vez mais perto das l gicas com as quais operam os que participam da vida dessas escolas A RECORTE az K CO LAX MULTIPLICIDADE DE FATOR
67. decis es desejos fraquezas e potencialidades entram em jogo no desenvolvimento das suas aulas Mas ao passo que me aproximo do referencial do cotidiano Certeau 1996 n o deixa esquecer que o sujeito cotidiano possui sim formas de fazer com o que lhe apresentado Nem as determina es prescritivas sejam curriculares sejam as propositivas dos centros de pesquisa 46 nem as determina es pol ticas nem as representa es que at mesmo os demais sujeitos escolares t m em rela o EF s o determina es plenamente coercitivas para o professor de EF H margens de autonomia ou autoria um f lego para a es mais auto centradas em que as determina es do contexto espec fico da escola e do contexto geral da sociedade n o podem corromper por completo nesses espa os de autonomia que professores de EF t m feito escolhas e t m produzido uma forma de fazer com o que lhes apresentado lidando com conting ncias com as caracter sticas dos alunos com as condi es objetivas que t m com seus gostos e prefer ncias o que culmina na cria o de diferentes culturas de EF Ao passo que preciso ressaltar essa contribui o que os estudos do cotidiano trazem a este estudo eles mesmos sinalizam que os sujeitos cotidianos s o formados por experi ncias m ltiplas e que suas a es n o s o meros voluntarismos Se de fato professores de EF s o sujeitos privilegiados para que se possa compreender que tipo de cu
68. destaque para os componentes L ngua Portuguesa e Matem tica mas como debateria a quest o das tr s aulas de EF nas 6 s ries e das duas aulas nas demais s ries Deveria dizer que a EF nessa escola mais valorizada nas primeiras s ries do Ensino Fundamental do que nas s ries finais Para responder positivamente a essa quest o teria que desvincular o tempo de planejamento das professoras regentes de classe do n mero de aulas de EF Claramente a escola perde em n o debater quest es curriculares em n o fazer a sele o cultural por ter que lidar com quest es administrativas impostas a partir de fora formatando toda a l gica interna de organiza o da escola Sendo assim quest es que definiram a import ncia de um dado conhecimento sobre outros remetem tradi o ao destaque da import ncia da alfabetiza o do ensino da l ngua m e e do c lculo N o por acaso apenas nos ltimos anos nas provas de avalia o do ensino em n vel nacional estejam levando em considera o conte dos referentes a Geografia Hist ria e Ci ncias Mas os n meros que mais alarmam ainda na educa o brasileira est o na quest o da alfabetiza o na capacidade dos alunos em ler compreender o que l em escrever e fazer c lculos n o esquecendo que esses n meros s o requisitos b sicos para n o dizer nicos que ranqueiam as diferentes redes de ensino no Brasil Defendo ent o a id ia de que mais e mais se perde na escola
69. dias de trabalho nas escolas j que me deslocava de minha casa para as escolas de bicicleta e podia num mesmo dia ir s duas escolas sem comprometer meus compromissos com os professores O fato de as escolas serem de periferia foi tamb m destacado pelos dois Informantes pois segundo eles as escolas pr ximas UFES as escolas em bairros mais centrais ou com acesso mais facilitado por meio da utiliza o de nibus t m sido muito buscadas por pesquisadores sendo as de periferia de pouca visibilidade O principal fator no entanto consistiu na possibilidade de abordar escolas em que h de alguma forma a evid ncia das Educa es F sicas dessas escolas 3 3 Levantamento das informa es se Segundo os Informantes os respons veis pelas escolas mais buscadas pelos pesquisadores t m oferecido certa resist ncia em aceitar o desenvolvimento de pesquisas nas depend ncias dessas escolas 117 Para auxiliar na tarefa de sistematiza o das t cnicas de levantamento das informa es segui uma indica o de Stake 1998 que a partir das decis es estruturais do trabalho sinaliza a import ncia do desenvolvimento de perguntas informativas S o quest es amplas levantadas a respeito de aspectos importantes e outras menos importantes que ajudam na rela o com os casos a serem estudados No caso deste trabalho intentando resguardar as caracter sticas peculiares que requerem um n vel de aten o dirigida especificamen
70. do curr culo reportando se ao curr culo como documento oficial Informei o de que faria um trabalho de observa o e algumas entrevistas e analisaria alguns documentos Para isso acreditava que seria importante estar presente nas aulas em reuni es pedag gicas da escola e nos planejamentos da EF Por conta disso ele disse ser interessante que eu falasse com a diretora para conseguir a sua permiss o da mesma e que se ela concordasse que eu poderia fazer o trabalho O professor mencionou a necessidade de ter contato com os resultados do trabalho que precisaria dar um retorno para a escola J com a diretora tamb m professora de EF fiz as devidas apresenta es expliquei por que havia falado com as pedagogas e com o professor primeiro pois acreditava que minha pesquisa iria envolver mais as quest es pedag gicas do que as administrativas Informei sobre os cuidados ticos da pesquisa Nesse ponto a diretora foi enf tica em rela o preserva o do nome da escola e de seus funcion rios Refor ou a necessidade do retorno das conclus es do trabalho como possibilidade de melhorar o funcionamento da escola Por fim a diretora afirmou que a escola estaria aberta para colaborar com a pesquisa 234 Retornando ao professor informei o sobre o aceite da diretora e disse lhe que iria escola na quinta feira seguinte dia 29 de mar o para iniciar as observa es preliminares Entre o primeiro contato por telefone
71. dos aos alunos acreditando ter que ter sempre planejado um volume muito grande de atividades para dar conta dessa demanda a que acreditava ter que corresponder 261 amarradas As pr prias grades da quadra foram utilizadas pelos alunos em atividades de escalar Faz se necess rio para fins de ilustra o expor a forma como percebi a estrutura das aulas e as intera es estabelecidas nesses espa os tempos Fazer uso da possibilidade de construir padr es que ilustrem um elemento vivo como uma aula n o indica a simplifica o das rela es ali estabelecidas tampouco representa desconsidera o s varia es poss veis O intuito exemplificar de maneira mais ampla a estrutura das aulas considerando a forma de organiza o e as interven es do professor referentes exposi o e regula o das atividades O Professor M vai sala 2 Pede a aten o dos alunos e aguarda o sil ncio e a aten o dos alunos senta se faz a cnamada fala sobre a aula do dia 3 Conduz os alunos para o local onde ser o desenvolvidas as atividades O professor libera os alunos para sa rem dois a dois Os alunos s o respons veis por ir at o local de desenvolvimento da aula podendo escolher por onde passar j que a escola possui dois corredores que possibilitam essa variedade 4 Quando chega ao local da aula organiza grupos ou a turma para a efetiva o da atividade realiza a divis o e a disposi o de materiais
72. e em outras oportunidades deixava os alunos organizarem essa divis o Nesse sentido compreendi que as turmas trabalhadas pelo professor h mais tempo operavam com mais facilidade segundo os crit rios pr definidos por ele passando as demais turmas pelo processo de internaliza o de incorpora o da l gica eleita pelo professor como a mais indicada A l gica exposta abertamente pelo professor s turmas mais novas era justificada pelo n vel de competitividade das equipes e pela qualidade dos jogos Quanto mais equilibrados os times mais complexas seriam as intera es dos alunos nas atividades aumentando as exig ncias para os alunos na conquista do xito As partidas eram desenvolvidas em um tempo de vinte minutos Depois desse tempo o Professor J conduzia as alunas rea anexa quadra e o grupo de alunos passava pelo processo de divis o das equipes e sucess o de jogos De acordo com a quantidade de alunos e as exig ncias das regras sobre o n mero m nimo de participantes de cada desporto o professor permitia que alunos jogassem com as alunas e vice versa Em certas ocasi es o Professor J permitia que alunas repetentes ou que tinham uma boa participa o e desenvolvimento no projeto treinamento de esportes ou seja com mais viv ncia em alguns desportos participassem com os alunos j que na maioria dos casos a qualidade t cnica das equipes masculinas sobressa a das equipes femininas de mesma ida
73. e de tempo as condi es sociais imediatas que cercam a escola as pr ticas concretizadas nos espa os tempos aulas de Educa o F sica que inscrevem no ch o da escola uma hist ria particular desse componente a qual comp e a hist ria a trajet ria da pr pria escola que abriga essas aulas Este texto est enriquecido dessas inquieta es uma vez que apresenta o resultado de uma pesquisa mobilizada para identificar algumas vari veis sobre a inser o da Educa o F sica em duas escolas de Ensino Fundamental Foi esta a principal quest o orientadora da pesquisa Como a Educa o F sica por meio da pr tica de dois professores tem sido inserida em duas escolas distintas V rias outras quest es derivadas surgiram a partir dessa quest o todas elas relacionadas as reas de estudo Curr culo Cultura escolar e Cotidiano Essas distintas reas foram abordadas na busca pela compreens o da inser o da Educa o F sica em duas escolas sendo essa inser o tomada como a cria o no curr culo em a o SACRIST N 2000 de culturas de Educa o F sica Nesse sentido este trabalho situa a pr tica pedag gica dos Professores J e M a inser o da Educa o F sica segundo as l gicas internas da pr tica do Professor J identificada como a cria o de uma cultura integrativa da Educa o F sica com a escola e a inser o da Educa o F sica segundo as l gicas da pr tica do Professor M identificada como a cria
74. e figura como fundamental porque se refere a uma rela o mais pr xima com os sujeitos que transitam nas escolas assim como a forma como me reporto s quest es que observei Falo do respeito e da considera o por aqueles atores que permitiram minha entrada e perman ncia nos seus ambientes de trabalho revelando quest es pessoais Chamo de desafio por considerar a import ncia de desde o come o me familiarizar com termos que venham proporcionar status a esses atores e situ los como sujeitos de suas pr ticas evitando uma postura hierarquizada entre pesquisador representante da universidade e escola Esse desafio constitui se como pre o ao se abordar os feitos das escolas como produ o cultural que marca toda a vida da escola e que extravasa os muros escolares o pre o por decidir transitar na escola segundo uma 83 abordagem dial gica e compreensiva Por essa raz o os termos que discriminarei adiante n o s o ufanismos ou modismos descabidos mas um esfor o que identifiquei como fundamental para superar as dificuldades relacionais entre pesquisador e sujeitos escolares universidade e escola O primeiro termo ao qual gostaria de me ater campo de trabalho pesquisa Tomo esse termo em refer ncia ao local mas tamb m fase da pesquisa em que h forte influ ncia da organiza o concreta por meio da qual come o a estabelecer contato com as escolas onde as pr ticas de EF s o efetuadas Nesse sentido os pri
75. e jovens com o esporte com o intuito de afastar essas pessoas das drogas ou da viol ncia Tive ent o boas oportunidades com o Professor J de conversar sobre essa l gica e ele afirmou n o acreditar nessa possibilidade pois n o atribui ao esporte essa fun o Para ele um trabalho em conjunto de toda a escola envolvendo os familiares e a comunidade como um todo tratando com o aluno a quest o do conhecimento seria uma possibilidade mais concreta de enfrentamento das dificuldades das realidades dos alunos Nesse sentido ele afirmou sua posi o de que n o credita nessa tarefa messi nica que atribuem ao esporte Ele acredita que os profissionais envolvidos com o esporte podem auxiliar mas n o resolvem o problema pois a escolha final sempre recai sobre os alunos o que remete s v rias experi ncias que eles estabelecem em v rios espa os tempos al m da escola com essa l gica que esse professor tenta cumprir com essa segunda atribui o que ele d EF na escola De certa forma essa tentativa se cumpre mas de maneira informal j que os espa os concretos de avalia o das v rias situa es dos alunos com algum tipo de problema de continuar na escola s o tratados em conversas nos corredores na hora do recreio e de maneira aligeirada em espa os como reuni es e no conselho de classe Em v rias oportunidades o professor refor ou a quest o da restri o do espa o para a discuss o de casos relativos
76. e operacionalizar o curr culo segundo modo j fixado GOODSON 1995 p 31 Dessa maneira pode se perceber o interesse de Sacrist n 2000 acerca das manifesta es n o t o evidentes nas escolas A pr tica escolar que podemos observar num momento hist rico tem muito a ver com os usos as tradi es as t cnicas e as perspectivas dominantes em torno da realidade do curr culo num sistema educativo determinado SACRIST N 2000 p 9 z Segundo o autor a cultura da escola ou cultura escolar resultado do projeto cultural manifestado pelo curr culo que esse projeto cria como realidade curricular Ele afirma ainda que o curr culo assume o importante papel de articula o entre a cultura escolar e a cultura social obviamente cindindo essas duas dimens es para fim did tico de explica o uma vez que se entende o papel do curr culo como uma estrutura relacional entre a disposi o cultural mais ampla e aquilo que a cultura da escola Isso s poss vel quando se compreendem e se valorizam os conte dos culturais e a forma como esses conte dos s o abordados na escola torna o curr culo como sendo um artefato pedag gico que molda a pr pria rela o na pr tica educativa concreta e por sua vez afetado pela mesma SACRIST N 2000 p 53 Historicamente n o se pode abordar o curr culo como artefato pedag gico antecedente pr tica de ensino O curr culo foi sendo estruturado ao passo que ia
77. e t citos mantendo a rotina da escola o mais intocada poss vel Nas sess es do Projeto Desporto Escolar os alunos presentes se inscrevem segundo seus interesses em modalidades espec ficas O que lhes apresentado como atividades e atribui es exige uma parcela maior de compromisso e interesse Nesse espa o tempo os alunos quando demonstram algum tipo de desinteresse s o questionados pelo Professor J e lembrados de que n o precisam estar ali se n o quiserem Isso imp e aos alunos o v nculo pelo desejo de fazer parte daquele grupo sendo dos alunos a responsabilidade de perman ncia no projeto inclusive por esse v nculo que o Professor J atua na motiva o dos alunos que apresentam algum tipo de problema disciplinar e ou motiva aqueles que est o faltando quando a perman ncia no projeto se manifesta nas decis es desses alunos A distribui o das aulas nos espa os escolares tamb m figura no mbito dos combinados como um fator contradit rio grave que traz consequ ncias quanto ao tipo de valoriza o de alguns espa os por comportarem a maior parte das 218 atividades mais valorizadas pelo tipo de organiza o da EF raz o pela qual ocorre nesse espa o o desenvolvimento da maior parte das atividades em que se manifesta mais fortemente a rela o do Professor J com os alunos e desses sujeitos com o conhecimento numa rela o mais efetiva de ensino e aprendizagem Nesse aspecto percebe se que a quest
78. e universidade tentando explicar os fen menos decorrentes dos encontros sociais estabelecidos na escola apenas pela l gica das teorias aceitas pela universidade Compreender antes de tudo um esfor o em que as primeiras impress es ou os preconceitos do pesquisador precisam ser postos em suspens o para que seja poss vel perceber ver os acontecimentos do cotidiano escolar de forma contextualizada recobrando os sentidos e l gicas com os quais operam os sujeitos escolares Esse posicionamento exige do pesquisador crit rios e cuidados desde a organiza o das t cnicas para o levantamento das informa es at a sele o das informa es que revelam de forma mais respeitosa os posicionamentos e os sentidos que os sujeitos escolares atribuem s suas a es A quest o da suspens o dos preconceitos se caracteriza pela pr tica de uma esp cie de benef cio da d vida em que as conclus es do pesquisador s o postas em quest o juntamente com os sujeitos dos casos estudados Esse processo auxilia na medida em que supera os aligeiramentos nas interpreta es pois ao debater os pontos de vista com os sujeitos escolares explicando as raz es para ter chegado a uma ou outra conclus o possibilita um debate entre esse ponto de vista e o do autor das a es que resultaram em dada interpreta o Todo esse processo visa amplia o da vis o do pesquisador sobre os casos enriquecendo o trabalho com informa es mais precis
79. educacionais da SEME PMV Por essa raz o decidi entrar 90 no campo de pesquisa realizando entrevistas com informantes da SEME PMV fazendo um mapeamento r stico de possibilidades interessantes que pudessem fornecer as informa es necess rias pesquisa Essas entrevistas ocorreram em mar o de 2007 Escolhi o Informante 1 por ser considerado um sujeito de dentro da SEME PMV que conhece a EF da rede de ensino de Vit ria Ele foi indicado por alguns professores de EF da referida rede de ensino e tamb m por pesquisadores que realizaram pesquisas nessa rede J o Informante 2 foi indicado pelo primeiro para discorrer sobre as poss veis rela es pedag gicas mantidas entre a EF e as escolas situando o que ocorria nas aulas desse componente uma vez que o Informante 1 se desqualificou para responder a tais quest es As entrevistas seguiram um planejamento semelhante foram entrevistas abertas precedidas da devida apresenta o dos objetivos da pesquisa passando para um momento de caracteriza o do informante e por fim das indica es das escolas tentando captar poss veis justificativas para as indica es O momento de caracteriza o dos Informantes foi uma alternativa para compreender qual o envolvimento deles com as situa es indicadas buscando identificar rela es que pudessem fornecer pistas das motiva es das indica es O Informante 1 professor de EF membro da Coordena o de Desporto Escolar da
80. em toda a sua forma de analisar o curr culo o v de forma intimamente relacionada com a materializa o da tarefa educativa direcionada a escola A partir dessa rela o visceral de sua teoria do curr culo com a cultura das escolas o fim de toda a inten o curricular a concretiza o dos fins sociais e culturais de socializa o que se atribui a educa o escolarizada ou de ajuda ao desenvolvimento de Sacrist n completa 56 est mulo e cen rio do mesmo o reflexo de um modelo educativo determinado pelo que necessariamente tem de ser um tema controvertido e ideol gico de dif cil concretiza o num modelo e proposi o simples Pretender reduzir os problemas chave de que se ocupam as teorias e pr ticas relacionadas com o curr culo a problemas de ndole t cnica que preciso resolver no m nimo uma ignor ncia culp vel O curr culo relaciona se com a instrumentaliza o concreta que faz da escola um determinado sistema social pois atrav s dele que lhe dota de conte do miss o que se expressa por meio de usos quase universais em todos os sistemas educativos embora por condicionamentos hist ricos e pela peculiaridade de cada contexto se expresse em ritos mecanismos etc que adquirem certa especificidade em cada sistema educativo N o devemos esquecer que o curr culo n o uma realidade abstrata margem do sistema educativo em que se desenvolve e para o qual se planeja SACRISTAN
81. escolas particulares do JEMVI Jogos 211 Estudantis Municiais de Vit ria E todos os alunos na faixa dos 10 aos 17 anos Com isso tudo foram vinte trof us entre todas as competi es que a gente conseguiu As medalhas s o uma infinidade e sobram algumas No ano seguinte eu fa o um festival na escola distribuo para as turminhas de s ries iniciais Professor J Muito embora tenha conseguido captar detalhes da organiza o da EF nessa escola de maneira que o Professor J acenou positivamente ante a apresenta o de minhas impress es e interpreta es percebi que h fatores que dificultam a inser o ou a valoriza o desse componente por parte dos demais sujeitos escolares segundo a organiza o dada por esse professor EF e que precisam ser destacados S o algumas contradi es e pr ticas incongruentes que divergem no todo dos discursos inten es e de certas pr ticas do professor e que trazem certa dubiedade o que dificulta a implementa o do projeto que esse professor tem para a EF da EMEF 1 A primeira quest o que gostaria de explorar se refere s limita es que a rela o com o conhecimento esporte traz pr tica desse professor O posicionamento de valoriza o do esporte como conte do principal de onde extrai a organiza o das aulas e a sele o das atividades em si n o representa um grande problema mas a ado o do modelo institucionalizado do esporte limita uma compreen
82. essas aulas como ele justificava esse tipo de organiza o que diferen a conseguia compreender entre os dois tipos de aula quais os objetivos tra ados para essas aulas e sobre o lugar que na organiza o de sua pr tica como um todo essas aulas ocupavam Todas essas quest es foram produzidas por meio das lacunas que n o conseguia preencher apenas com as observa es principalmente quando me dei conta de que havia uma grande diferen a do trabalho organizado nesses diferentes espa os Minhas inquieta es ficaram mais fortes quando ao analisar o hor rio do professor com a discrimina o das aulas que seriam desenvolvidas na quadra coberta percebi que algumas turmas possu am mais aulas na quadra do que outras Nesse sentido com que crit rios eram distribu das essas aulas j que os trabalhos nesses dois espa os eram marcadamente diferentes As tabelas que seguem indicam a quantidade semanal de aulas de cada turma do Professor J bem como a quantidade de aulas que eram desenvolvidas nos diferentes espa os privilegiados para a execu o das atividades da EF O primeiro arranjo de aulas estava vigente quando eu iniciei meu trabalho junto com o Professor J No decorrer das observa es essas aulas foram rearranjadas por ele juntamente com a outra professora 192 Turma Aulas na quadra coberta Aulas no espa o alternativo Total de aulas 32 A 1 2 3 52 A 2 0 2 52 B 1 1 2 6 A 3 0 3 6 B 1 2
83. estava inconformado com a forma chula que uma aluna de 8 s rie usou numa prova A prova continha um pequeno texto que dizia que uma pessoa rica presenteou uma pessoa pobre com uma bandeja de lixo a pessoa pobre ent o agradeceu retirou o lixo p s flores e perfume e devolveu a bandeja rica Na prova foi questionado aos alunos o que eles fariam nessa situa o ou seja a quest o apelava para uma posi o pessoal dos alunos Uma aluna respondeu que sentaria a bandeja na cara da pessoa rica O professor de Portugu s contrariado disse que achava um absurdo a aluna usar daquele tipo de linguagem numa prova e que estava disposto 241 a anular a quest o da aluna pois numa prova de Portugu s n o fez uso da norma culta O Professor M questionou O que que ideologicamente esse texto diz para as nossas crian as Nossas crian as massacradas pelo sistema Porra est o dizendo O Quando voc tiver se fodendo voc ao inv s de brigar voc d amor voc n o luta n o voc abaixa a cabe a voc aceita Puta que o pariu Olha o que ideologicamente N o que eu n o ache que n o possa usar um texto desse esse texto pode ser provocador de uma discuss o assim como a EF pode trabalhar com um conte do reacion rio como por exemplo um boca de forno um conte do reacion rio que a princ pio tem um que manda o outro cumpre e se n o obedecer toma porrada se n o fazem a discuss o pois foi na discuss
84. expectativa de que os alunos se integrem rotina da escola como se essa rotina fosse dada Como tentei expor ela foi criada desde as pr ticas at nos documentos que as oficializou o regimento da escola O maior exemplo o cuidado que o Professo J tem diante da possibilidade de abalo da rotina da escola Se o tempo gasto pelo professor no deslocamento de uma aula para outra proporcionar ociosidade aos alunos de tal forma a favorecer algum tipo de alvoro o ou se o deslocamento da sala para o espa o exterior ao pr dio da escola for tumultuado s o problemas dos alunos indisciplina causa problema na rela o professor aluno Acredito que essa seja uma avalia o poss vel mas por que n o se leva a s rio a informa o de que a escola na maior parte de suas atividades 213 oferece um ambiente pouco atrativo e ou com pobreza de movimentos Por que o trabalho intelectual que valorizado aquele que se resume a p r os alunos sentados em carteiras pouco confort veis oferecendo a eles alguns momentos de varia o como os encontros na entrada no recreio na sa da e em algumas aulas de EF Por mais que a escola invista em salas de inform tica laborat rios variados biblioteca h que se destacar que a maior parte das atividades que s o desenvolvidas nesses espa os remete a algum tipo de individualiza o do trabalho e se as atividades mais valorizadas na escola se concentram na l gica da aten o pela imobiliza o ou
85. ficar vasculhando muito mas tentei observar o m ximo que pude de onde estava sentado Evitei contatos com os alunos que j chegavam sem antes entrar em contato com a pedagoga Minhas primeiras impress es foram positivas em rela o ao espa o da escola Podia ver uma quadra coberta um pr dio com a pintura limpa Outro pr dio em reforma e todo o p tio num estado de limpeza que me surpreendeu pois n o era um p tio pequeno e nem todos os espa os eram cal ados o que me causou a impress o de que a manuten o para que ficasse no estado de limpeza apresentado n o era tarefa f cil Percebi que a escola atende a todas as s ries do Ensino Fundamental Entre bate papos corre corre e outras brincadeiras os alunos iam chegando Chamou me a aten o a chegada de um aluno em uma cadeira de rodas que foi substitu da depois de um percurso em paralelep pedo por um andador Ele foi auxiliado por uma jovem senhora que o trouxe e sozinho andou at o interior do pr dio da escola Interessante foi perceber que essa situa o incomum para mim n o abalou em nada as brincadeiras e conversas dos alunos Os professores e demais funcion rios da escola foram chegando muitos em seus carros quase todos me cumprimentando com um respeitoso bom dia Alguns interagindo com os alunos que os acompanhavam outros passando desapercebidamente Um professor chegou de moto e foi recebido por um aluno que correu em sua dire o mas n
86. filas por estarem os alunos inseridos e responsabilizados pela organiza o da escola Os tempos marcados pelo sinal de prepara o para o in cio das aulas de in cio e fim das aulas fazem parte dessa organiza o ficando o pessoal de limpeza seguran a professores e alunos a par das situa es e momentos do dia letivo A determina o da utiliza o dos espa os facilita no bloco 1 destinado parte administrativa da escola todas as condi es de trabalho para os professores em planejamento e para o corpo t cnico da escola H a utiliza o da sala da coordena o onde s o tratadas por exemplo as quest es de indisciplina de maneira que pude observar v rios alunos pais de alunos e alguns professores sendo atendidos nesse espa o sem que fosse necess ria a exposi es dos problemas em corredores preservando n o s a ordem da escola como a integridade de alunos pais e professores Esse um fator de organiza o muito importante pois diante de problemas que observei nas aulas de EF o Professor J n o gritou e n o precisou de atitudes en rgicas que poderiam ser problem ticas para a rotina da escola Ele informou que essa n o uma conduta s dele mas que h um combina o entre alunos professores e coordenadores referente a essas quest es Outros fatores tamb m corroboram a organicidade entre espa os tempos sujeitos pr ticas e materiais escolares proporcionando aos alunos condi es de a
87. fins bem delimitados administra o publica e certas vezes privada aos interesses pol ticos comunit rios e individuais Quando a pr tica do professor centrada em meio a esse emaranhado de elementos que se entrecruzam colocada em discuss o sua forma o inicial sua hist ria de vida as condi es concretas em que concretizado seu trabalho entre outras muitas vari veis Todos esses elementos est o em jogo no momento em que s o apresentadas tarefas ao professor e suas a es podem ser resgatadas e interpretadas com a finalidade de compreender as raz es para sua pr tica ser da forma como tem se mostrado Passei ent o a admitir que as caracter sticas da EF num e noutro contextos possui intimidade com o tipo de interven o que diferentes professores fazem no desenvolvimento de seus trabalhos Para compreender quais as caracter sticas desse componente em escolas concretas focando a raz o pela qual essas caracter sticas se concretizaram precisei deter o olhar ao menos num primeiro momento na pr tica dos professores imediatamente respons veis pela sua organiza o entendendo organiza o como planejamento e execu o Por esta raz o assumi a posi o pela inflex o do objeto de partida apoiado nos elementos Digo num primeiro momento pois admito que este pesquisador mesmo poderia abordar a EF por meio da pr tica dos Professores J e M sem centralizar o olhar para as a es desses sujeitos n
88. foi identificada como uma forma funcionalista que observada na rela o profissional que muitos professores manifestam dia a dia na EMEF 2 Em reflex o com o Professor M conclu mos que uma das justificativas mais utilizadas pelos professores para legitimar essa rela o com o conhecimento e com os alunos est baseada na ntima rela o escola esfera do trabalho Essa rela o p e os professores como paladinos que lutam naturalmente por uma causa boa e justa e os alunos que por algum motivo n o se adaptam s regras e rigores dessa causa s o responsabilizados pelo seu fracasso na escola e na vida Segundo o Professor M uma postura extremamente positivista e corporativista dos professores que acabam por se posicionar como elementos neutros que n o podem ser questionados Lembrou se de situa es em que foi pensada uma s rie de avalia es das atua es dos professores pelos alunos a o que n o deu certo 240 pois os professores n o admitiram que os alunos os avaliassem como se n o tivessem capacidade para tal No discurso que fizeram ficou impl cito que os alunos tinham que antes ficar quietos e disciplinados nas aulas mostrar resultados para depois serem ouvidos nas suas queixas O Professor M e mais alguns poucos professores identifiquei tr s no total compreendem as rela es dos professores com os alunos da escola minguando em problemas e embates em disputas de poder motivadas pelo mau humor int
89. gico moderno sofreu fortes influ ncias do neoplatonismo uma das vertentes em que fora fundamentado o movimento Iluminista Assim esse pensamento perfilado s chamadas Ci ncias Humanas se conformou em uma espacializa o forte articulando se segundo o entendimento de que os saberes est o distribu dos num suposto espa o epistemol gico Esse espa o divis vel em lugares disciplinares possuindo uma 15 Acredito que seja importante marcar que n o vejo diferen a entre inser o da EF na escola e inser o da EF no curr culo N o se pode fazer rela o por exemplo na pr pria id ia que utilizei de que na escola n o havia EF mas passou a existir segundo o atendimento de demandas sociopol ticas pois n o existia uma EF fora da escola para ser inserida Logo quando me refiro inser o da EF no curr culo estou falando de uma inser o numa escola espec fica por meio da pr tica dum dado professor j que neste estudo estou considerando as pr ticas de professores no cotidiano escolar Retomo esse assunto de forma espec fica ainda neste cap tulo 1 O autor vai al m afirmando que ensinamos aprendemos a ver o mundo por meio da configura o do curr culo 39 forte tend ncia em trazer luz elementos objetos referentes a essas disciplinas No entanto n o sem negar a possibilidade necessidade de algum relacionamento com outras disciplinas ou outros conhecimentos estabelecendo uma caracter stica de o
90. importantes para a inser o da EF nas escolas No entanto tenho percebido outras possibilidades que extravasam o ponto de vista da administra o falo do deslocamento para o foco do que concretizado pedagogicamente nas aulas de EF para as atua es dos professores respons veis por esse trabalho seja os professores que orientam seu trabalho na escola buscando estabelecer uma pr tica de ressignifica o dos conte dos da EF seja os professores que atuam nas escolas por interm dio do desenvolvimento de trabalhos com o fen meno esportivo Tenho a desconfian a de que essa situa o concorre com a forma como a administra o percebe as possibilidades de inser o da EF na escola tenciono ent o compreender a inser o da EF elevando o status da compreens o dos objetivos pedag gicos desses professores e de outros processos que desvelam poss veis objetivos de orienta o pol tica profissional e pessoal Esse descompasso entre SEME PMV e o que ocorre nas escolas pode ser explicado pela diferen a entre o prescrito e o realizado e possivelmente pela pouca import ncia que a administra o d quest o da inser o da EF nas escolas da rede Ali s talvez seja importante ressaltar n o apenas a pouca import ncia na quest o de como tem se inserido a EF nas escolas mas tamb m de como t m se desenvolvido os trabalhos de cada componente curricular Digo isso porque a EF o nico componente curricular que possu
91. indica a influ ncia da organiza o dada pelo Professor J EF na pr tica da outra professora mas nova na escola ainda estabelecendo sua forma de trabalhar ao mesmo tempo em que se depara com uma cultura de EF em que herda um legado assim como foi com o Professor J 202 mecanismos para o enfrentamento das dificuldades relativas indisciplina dos alunos Seguido essa l gica seria obvio afirmar que esse professor teria um compromisso maior com a organiza o da EF na escola por meio do esporte que representa o principal motivo de valoriza o desse componente curricular por esse professor mas tamb m pelo cumprimento de um papel fundamental na disciplinariza o e motiva o dos alunos que tem se manifestado hodiernamente na rela o aulas de EF e projeto treinamento de esportes Se n o fosse assim se o Professor J estivesse apenas interessado em trabalhar a escolariza o do esporte em sua manifesta o oficial n o se importanto com essa segunda fun o da EF na escola seu trabalho se resumiria ao atendimento das ltimas s ries do Ensino Fundamental mas pelo contr rio n o essa sua prefer ncia nessa escola O Professor J disse que n o tem a prefer ncia de trabalhar com turmas de 5 a 8 s ries nessa escola pois j realizava esse trabalho na escola em que trabalha tarde sua prefer ncia seria trabalhar com turmas de 1 a 4 s ries Deixou claro ainda que se fosse poss vel gostaria
92. interesse deste trabalho Antes asseguro ser mais interessante compreender que s o professores empenhados em estruturar de forma comprometida suas aulas explorando um bojo mais ecl tico de conte dos tendo como ponto de partida a realidade onde trabalham Sendo assim assumi a forma de classifica o dada pelo 99 informante com o fim de ordenar essas primeiras informa es e para auxiliar no esfor o de compreens o das indica es De certa forma ressignificar os conte dos da EF rivalizava com uma pr tica mais esportivizada tanto que esses dois r tulos possibilitaram a forma o de dois grupos diferentes mas que possu am professores que evidenciavam a EF na escola O grupo de professores destacado pelo trabalho com o esporte foi pensado para atender necessidade surgida a partir das duas entrevistas principalmente com o Informante 2 Isso porque os dois fizeram indica es lembrando a participa o de alguns professores no JEMVI e ou a pr tica esportivizada que encaminhavam nas escolas que de alguma forma lhes proporcionou certa visibilidade nas escolas e tamb m para os Informantes Durante o desenvolvimento da entrevista com o Informante 2 o JEMVI foi citado v rias vezes sendo alguns professores indicados pela mobiliza o que promovem nas escolas em raz o desses jogos por meio do desenvolvimento dos projetos De alguma forma a participa o e o xito nesses jogos trazem prest gio aos professor
93. interven o que mudou isso dando a no o de que foi um processo mas meu trabalho eu dou satisfa o e h esse respeito esse sentimento todo o professor tem que se organizar pra fazer o seu trabalho na sala terminou a prova n o pode descer pra n o atrapalhar os outros professores principalmente a aula de EF que acontece principalmente no espa o externo na quadra ou no espa o alternativo as palavras em negrito expressam o aumento da voz do Professor J seguido de batidas na mesa A interfer ncia talvez a mais evidente que se pode destacar diante dessa quest o da rotina da escola recai sobre a organiza o das aulas sobre a exig ncia do Professor J nas aulas de EF sobre diferentes das exig ncias no desenvolvimento das sess es do Projeto Desporto Escolar Em nenhum momento quis aproximar as aulas de EF das sess es do projeto pois s o momentos diferentes da rela o entre o Professor J e seus alunos em atividades esportivas Por m nessa rela o professor alunos que vejo possibilidade de identifica o de pontos diferentes em ambas as pr ticas por desempenharem elas fun es diferentes na escola j que est o debaixo de exig ncias tamb m diferentes Nas aulas de EF o Professor J apresenta muita preocupa o na ocupa o dos alunos Isso faz com que ele sempre aja buscando a motiva o deles e em certos 217 casos a obriga o de participar das atividades o que toma espa o da preocupa o
94. mas falavam que ele foi transferido ou ocupava o cargo de diretor Ora ser que ao mudar o professor a cultura de EF n o permanece ou se n o permanece altera se automaticamente com a entrada de um professor com outras caracter sticas Aparentemente na l gica dos Informantes sim 2 Esse foi um ponto que fiz quest o de frisar para evitar que os Informantes e os futuros colaboradores pensassem que eu como pesquisador queria ver como determinadas concep es de EF se materializavam nas escolas 97 No transcorrer das indica es ambos os Informantes fizeram uma pr classifica o das escolas O Informante 1 pr classificou as situa es da seguinte forma situa es onde as pr ticas dos professores ou das professoras seguiam uma perspectiva de ressignifica o dos conte dos da EF outras onde a pr tica esportiva era a perspectiva de trabalho dominante e outras que n o receberam classifica o alguma O Informante 2 organizou suas indica es de forma distinta mas com alguma aproxima o parte das indica es se deu pelo evidente envolvimento dos professores ou da escola no JEMVI por interm dio do desenvolvimento dos trabalhos dos projetos movimento que evidenciava a posi o da EF na escola parte por acreditar o informante que os professores desenvolviam um bom trabalho nas aulas fosse pelo seu engajamento pol tico fosse por sua rela o com o corpo t cnico da escola pelas experi ncias relatadas na forma
95. na fala do pr prio professor N s t nhamos tr s aulas para todas as turmas inicialmente de 1 a 82 De 1 a 4 a gente tinha apenas o professor regente de classe e de EF e ele tinha s tr s PLs De 5 a 8 os alunos n o tinham aulas de Ingl s e s vezes tinham aulas de Artes Ent o o que aconteceu Houve a inser o do Ingl s e das aulas de Artes Aqui nas nossas turmas de 1 a 4 eu n o tenho certeza se tem Ingl s Ent o por conta disso algumas turmas tiveram que diminuir a quantidade de aulas de alguns professores E infelizmente na escola n s da EF hoje ainda somos o lado mais fraco da corda N o deveria ser assim e nem pode ser assim pelo trabalho que n s fazemos Ent o o que aconteceu Teve um ano que as 4 s ries tinham duas aulas de EF e uma aula de Artes porque a senhora Ana Maria Marreco ex Secret ria Municipal de Educa o n o queria que o aluno ficasse muito fora da sala N o sei se voc entende isso Num tom explicativo Muito sem fazer o trabalho de ler e escrever Ent o foi uma briga pol tica grande n s conseguimos resgatar as tr s aulas de EF de 1 a 4 com mais duas de Artes hoje eles t m at Filosofia mas uma nica aula Ent o o professor tem seu planejamento garantido n E de 5 a 8 n s tivemos um ano que tivemos uma aula s por semana Foi quando n s tivemos a aula de uma hora A famigerada aula de uma hora que Dona Ana Maria Marreco imp s e que n s conseguimos derruba
96. na forma o dos alunos N o isso por m que orienta a norma educacional que considera a EF obrigat ria na escola se integrada ao projeto pedag gico Para que isso ocorra com certos n veis de qualidade seria necess rio o desenvolvimento de a es integradoras n o a es pol ticas que demandam EF o atendimento de quest es descontextualizadas das realidades das escolas Se a administra o e professores acreditam que seja prof cuo o atendimento pela EF aos jogos escolares pr tica da capoeira da nata o e de festivais encontros sociais e pr ticas corporais que isso seja compreendido desde as rela es que esse componente est estabelecendo nas escolas segundo as conex es poss veis em cada contexto e as necessidades dos alunos visando atingir se n o a totalidade a maioria deles para que possam ser beneficiados Esse processo ou esses cuidados seria til para que as pol ticas fossem estruturadas a partir das pr ticas concretas podendo ser efetivadas com o m nimo de estranhamento face o que ocorre nas escolas 145 Essas regulamenta es precisam ser confrontadas com as pr ticas que s o efetivadas nas escolas entendidas como pr ticas poss veis responsabilizando os professores e escolas pelo tipo de cultura de EF que tem sido desenvolvido nas escolas O princ pio desse confronto talvez se expresse no enfrentamento da quest o que tipo de impacto esperam que ocorra os autores dessas normas n
97. nenhum planejamento como documento formal para a organiza o da EF nessa escola As percep es referentes organiza o da EF e das aulas propriamente ditas dizem respeito s observa es e s conversas que tive com o Professor J Posto isso entendo que a configura o da EF em rela o organiza o das aulas aos conte dos s atribui es dadas aos alunos interven o do professor fruto de constru es que o Professor J desenvolveu durante o seu tempo nessa escola considerando tamb m as outras experi ncias pessoais Esses fatores t m sustentado a pr tica desse professor sendo representados nas motiva es inten es e a es interven es com as quais ele tem organizado a inser o da EF na EMEF 1 revelada ent o uma s rie de conhecimentos representa es e pr ticas nas decis es e nessa organiza o que tem fundamentado essa inser o Com isso o Professor J tem criado uma cultura de EF na medida em que inscreve na escola crit rios de organiza o por meio dos quais estabelece rela es com os demais sujeitos escolares utilizando espa os e 182 materiais nos tempos espec ficos da EF onde quando s o vivenciadas pr ticas escolares culmin ncia de toda a estrutura iniciada pelas a es estruturantes desse professor Nesse sentido falo de uma s rie de conhecimentos que estruturam a inser o da EF ao mesmo tempo em que s o estruturados pelo meio Fica claro ent o que tomo o
98. novas gera es Contudo outras pr ticas denominadas curr culo oculto surgem como formas espec ficas de fazer transmitir e assimilar conte dos culturais s o manifesta es n o escrituradas vividas tanto por professores na forma como abordam os conte dos ante os alunos 2 O que alguns chamam de curr culo oculto Sacristan 2000 diz ser uma das facetas manifestas pelo curr culo real s o as a es dos sujeitos que revelam a maneira como esses subjetivam as determina es do curr culo 68 como pelos pr prios alunos na forma como lidam valorizam e se envolvem com os conte dos e c digos que lhes s o apresentados A proposta estrutural de curr culo de Sacrist n apresenta se frut fera pois exp e a parcialidade pol tica que atravessa as prescri es curriculares at aquele que cria as condi es para as rela es em que os sujeitos escolares se envolvem e por meio das quais se estabelece a cultura escolar Sacrist n 2000 p 105 estrutura os processos pelos quais o curr culo passa no decorrer de seu desenvolvimento com a finalidade de facilitar a visualiza o de suas diversas formas de manifesta o uma estrutura que auxilia na compreens o das determina es imediatas e as nem t o imediatas expressas por m ltipos subsistemas que influenciam o desenvolvimento do curr culo Por meio dessa estrutura o poss vel perceber de forma mais consequente as interfer ncias que a administr
99. o desvinculado da aula daquilo que a proposta da escola INFORMANTE 1 No entanto essa vincula o esbarra na tradi o diz o Informante 2 na id ia de professor treinador cargo que foi extinto por uma administra o passada O tipo de vincula o almejada pela Coordena o do Desporto Escolar tamb m n o ficou esclarecido tampouco como as escolas devem se relacionar com essa 102 quest o uma vez que os projetos s o enviados com o consentimento das escolas para a dita coordena o aprovar ou n o de maneira que alguns projetos possuem ainda uma conota o diferente da orienta o da Coordena o de Desporto Escolar Essas orienta es dizem respeito s quest es de exacerba o da competi o e dos efeitos nocivos do esporte INFORMANTE 2 mas na fala do Informante 2 ningu m ensinou n pra aquelas pessoas que l est o pro corpo t cnico da escola que a perspectiva outra n A a gente compreende quando a diretora diz que o professor excelente porque ele traz muito trof u ou ent o que esse ano trocou o professor e o professor horroroso porque n o trouxe trof u pra escola revelando essa fala que h descompassos entre as inten es da manuten o dos projetos e das pr ticas significados que esses efetivamente suscitam na escola O Informante 2 sinalizou positivamente ao ser questionado sobre algumas experi ncias de aulas de EF poderem estar
100. o ou melhor a reelabora o do que lhe fora apresentado como organiza o dever objetivo orienta o enfim um movimento que articula as expectativas expressas no curr culo com os anseios desejos op es ou seja limites impostos no din mico processo de realiza o do curr culo A dimens o do curr culo expressa nas aulas o curr culo em a o pois uma express o das possibilidades que um dado momento hist rico p de materializar Nem o curr culo como algo tang vel nem os subsistemas que o determinam s o realidades fixas mas hist ricas SACRIST N 2000 p 102 Essa l gica foi de suma import ncia para a tomada de posi o a respeito do segundo deslocamento As aulas s o justamente um dos espa os tempos da escola em que s o vivenciadas domina es e resist ncias de maneira que elas s o fortemente determinadas pelo que a escola representa seja a organiza o da escola seja o grupo de professores seja o corpo t cnico sejam as determina es que a escola sofre desde a administra o No entanto refletindo a partir das id ias de Sacrist n 2000 e das id ias de Certeau 1996 n o se pode olhar para as aulas apenas segundo a compreens o de que s o espa os tempos determinados por for as exteriores por quereres de fora mas tamb m como espa os tempos de contesta o de resist ncia com certas margens de autonomia que possibilitam aos sujeitos nelas situados a cria o de espa os
101. o de uma cultura n o prevista de Educa o F sica Palavras chave Educa o F sica Curr culo Cultura escolar Cotidiano Abstract To consider Physical Education as a curricular component that participates in a school teaching planning execution representes in the everyday school life countless possibilities since the variables which caracterize those school conponents are in great number like the teachers idiosyncrasies that organizes it the material conditions and infrastructure the space and time arrangements the immediate social conditions that circles the school the practices that are materialized in time spaces Physical Education classes that inscribe in the school grounds a particular history of that component history that sets up history the path of the school itself that shelters those classes This text is enriched of those unrests once it shows a research which was mobilized to identify some variables about Physical Education insertion in two Elementary Schools The main orientated question of the search was How physical education by two teachers practices is insert in two distintive schools Many other derived questions emerged after that one all of them are related to the study areas Curriculum School Culture and Everyday Life Those distintive areas were broached in the search by the comprehension of the Physical Education insertion in two schools that insertion has been taken as the creation in the action
102. o direcionadas escola interferem na sua organiza o interna e em suas pr ticas subjacentes E esse processo p e os sujeitos num importante papel que auxilia na compreens o do que uma dada escola tem sido concretamente Tomando como base os elementos que revelam a dita forma escolar de socializa o torna se patente a necessidade de compreens o da escola como lugar de organiza o e produ o de uma cultura pr pria Citando N voa Vago 2003 p 201 informa que as produ es sobre a escola e sua rela o com a cultura s o antigas mas apenas recentemente os estudos das a es dos sujeitos v m possibilitando o conhecimento da cultura que produzida na escola Historicamente a escola foi vista como um lugar de cultura primeiro numa acep o idealizada de aquisi o de conhecimentos e das normas universais mais tarde numa perspectiva cr tica de inculca o ideol gica e de reprodu o social Num e noutro caso ignorou se o trabalho interno de produ o de uma cultura escolar em rela o com o conjunto das culturas em conflito numa dada sociedade mas com especificidades pr prias que n o podem ser olhadas apenas pelo prisma das sobredetermina es do mundo exterior Esse autor faz uma rela o entre a Escolariza o do social e a inser o da EF na escola quando diz que a afirma o social da EF se configura e se expressa tamb m na afirma o escolar da EF VAGO CACHORRO 2008 p 1
103. o documental de curr culo cnama a aten o para o que representa lan ar um olhar sobre o curr culo real e para tal recorre s pr ticas entre professores e alunos e entre os alunos usos de materiais e finalidade das atividades Na situa o escolar real concreta se aprendem mais coisas dependendo da experi ncia de intera o entre alunos e professores ou entre os pr prios alunos dependendo dos materiais com os quais o aluno se relaciona dependendo das atividades concretas que s o desenvolvidas Resgato as caracter sticas gerais citadas por Gar glio 2005 de que a EF uma disciplina que se organiza na escola que enfatiza o trabalho em grupo que trata de um conhecimento fundamentalmente ligado vida cultura e ao cotidiano impregnada do sentir e do relacionar se e que se traduz num saber fazer para destacar sua especificidade no interior da escola Assim como Gar glio Bracht 2003a p 32 assevera que a EF uma pr tica de interven o e o que a caracteriza a inten o pedag gica com que trata um conte do que configurado retirado do universo da cultura corporal de movimento Ou seja n s da EF interrogamos o movimentar se humano sob a tica do pedag gico Entendo como fundamental esta quest o uma vez que Bracht defende que corpo e movimento n o s o objetos da EF pois seu lugar na escola estaria em xeque uma vez que outros componentes curriculares poderiam como o fazem estud
104. o foi decisiva pro meu trabalho Essa forma o que voc tem como atleta Eu fui atleta corredor de pista mesmo por muito tempo n o influenciou na minha aula isso n o Eu acho que a forma o que voc tem na faculdade ela muito mais importante pra trabalho dentro da escola do que qualquer forma o como atleta O Professor J afirmou que considera as suas experi ncias com o esporte dentro da faculdade mais determinantes do que suas experi ncias anteriores com o esporte pois ele n o considera que jogar praticar qualifique algu m para ensinar Nesse sentido ele ponderou que seu envolvimento com o esporte o ajudou a desenvolver o gosto pelo esporte pela pr tica de esportes de querer aprender a fazer mais e melhor por saber fazer algumas coisas por ter habilidades que o esporte requer desenvolvidas e se encontrar apto para a pr tica de maneira que essa facilidade e esse dom nio da t cnica foram determinantes para a escolha do curso de EF Para organizar as aulas ele n o considera que essas experi ncias como atleta exer am uma influ ncia direta pois o esporte a que ele mais se dedica na EMEF 1 o basquetebol que foi o esporte que menos praticou mas com o qual obt m os melhores resultados em campeonatos com essa escola interessante frisar que mesmo o Professor J dizendo que sua rela o com a pr tica de alguns esportes n o determinou a organiza o de seu trabalho na escola h um fator de sua trajet
105. o trocaram palavras Era o Professor J que eu ainda n o conhecia Esse mesmo aluno minutos depois sentou se ao meu lado e perguntou meu nome Respondi e retribu a pergunta ele respondeu Perguntei em que s rie estudava 3 Fui recebido pela Pedagoga R que me convidou a entrar em sua sala onde me ouviu com interesse e certo entusiasmo Disse que achava interessante o trabalho e que talvez isso ajudasse com id ias sobre como atender aos alunos deficientes 148 citando o caso do aluno citado da 6 s rie e de uma aluna com problemas na vis o a qual veio a perder completamente a vis o no decorrer deste trabalho A Pedagoga R tem o h bito de conversar livremente sobre as coisas gosta de contar hist rias de informar sobre o trabalho que faz Nos poucos momentos em que tive a oportunidade de me encontrar com ela para resolver alguma quest o da pesquisa deixei a falar contar os fatos e as formas com que abordou os fatos e muitas vezes essas informa es se relacionavam diretamente com a pesquisa outras indiretamente Mas essas poucas conversas foram fundamentais para que eu pudesse me familiarizar com aspectos e atividades da escola Ela informou que toda a escola est participando de um momento de avalia o motivado pela SEME PMV sobre a habilidade escrita dos alunos A EMEF 1 reestruturou a proposta enviada e envolveu todos os professores nessa avalia o A avalia o consistiu na escrita pelos
106. oficiais dos desportos praticados os alunos eram obrigados a dar duas voltas correndo na quadra podendo ainda ser exclu dos da partida e ou das atividades da aula Essa puni o destinada aos alunos foi uma adapta o regra do handebol destinada ao controle dos excessos e das pr ticas antidesportivas resultando na exclus o do atleta por dois minutos O Professor J disse que essa regra foi um combinado entre ele e os alunos justificada pela l gica de que numa aula de EF seria um desperd cio cumprir dois minutos sentados cumprir a puni o correndo possibilitaria um r pido retorno partida e a melhoria do condicionamento f sico Outro tipo de organiza o das aulas no espa o da quadra coberta envolvia um trabalho conjunto entre alunas e alunos A diferen a fundamental entre essa organiza o e a outra envolve as atividades desenvolvidas Se no primeiro tipo de organiza o a atividade principal era o desenvolvimento de partidas dos desportos praticados no trimestre no segundo tipo as atividades estavam relacionadas com o aprendizado dos gestos t cnicos dos fundamentos dos desportos Nessa organiza o o professor dividiu a turma em dois grupos mistos e passou tarefas espec ficas para cada grupo Fez a exposi o de alguns gestos t cnicos e deu explica es sobre o posicionamento na quadra usando como crit rio as regras e algumas informa es t ticas ligadas aos objetivos do desporto ensinado 188 Fot
107. onde transitam segundo c digos pr prios consumindo os produtos determinados desde fora de forma pr pria onde uma a o efetivada No curr culo em a o produzido pelos sujeitos escolares parte do que se faz um fazer com um fazer determinado por regras estabelecidas desde dentro Nesse espa o se vivenciam pr ticas de resist ncia N o parecia a princ pio uma tarefa simples estabelecer um elo entre a l gica de Sacrist n pensando mais detidamente nos subsistemas e as trajet rias das escolas passando pelo que produzido como cultura escolar centralizando a forma como os sujeitos cotidianos encaminham suas a es no sentido de agir em meio s determina es de maneira mais aut noma poss vel resistindo s for as s quais se encontram subordinados Esses sujeitos cotidianos tamb m chamados por Certeau 31 de sujeitos ordin rios possuem linguagens espec ficas chamadas pelo autor de ordin rias Essas linguagens constituem uma reserva de distin es e de conex es acumuladas pela experi ncia hist rica e armazenadas no falar de todos os dias CERTEAU 1996 p 76 Certeau n o recorre aos fatos hist ricos ou s pr ticas discursivas para desenvolver sua teoria sobre a hist ria por considerar que esses fatos e produ es remetem sempre s produ es culturais daqueles que de v rias formas intentam legitimar essas produ es culturais como dignas de serem perpetuadas e consum
108. p blico e evidente e por muito tempo eram os nicos tipos de documentos considerados em pesquisas 128 Existem tamb m os documentos resultantes da a o S o relat rios atas que representam elabora es feitas a posteriori da a o realizada Estes documentos se aproximam e em certos momentos obedecem a dispositivos dos documentos projetivos prescritivos mas retratam as a es concretas de forma mais fiel No confronto entre esses dois tipos de documentos pode se inferir disparidades deslocamentos a es que caracterizam a forma de fazer dos autores de suas a es os quais t m determina es a cumprir nos documentos oficiais Sarmento assinala o fato de que a leitura dos documentos resultantes das a es n o representa a possibilidade da leitura de uma imagem transparente mas sim a possibilidade de retratar a transparente imagem das interpreta es consagradas Nesse sentido sua fun o se completa quando triangulada com outras informa es Neste trabalho considerando o referencial do curr culo as leis municipais est o sendo tomadas como rea de prescri o do curr culo j as diretrizes gerais e as espec ficas para a rede de ensino da PMV t m sido tomadas tanto como prescri es quando como apresenta o da prescri o oficial aos professores Os documentos oficiais que foram levantados guardam rela o com a PMV a SEME PMV e com as pr prias escolas Para o levantamento dos documentos oficiais
109. para a necessidade da supera o do conceito de verdade para a constru o dos significados socialmente aceitos ampliando assim a possibilidade de di logo segundo um trabalhoso exerc cio de compreens o dos fatores que possibilitaram uma ou outra leitura a o Por essa raz o esses autores t m defendido uma teoria do curr culo em que se articulassem de forma consequente essas duas tend ncias 28 contexto em que estavam inseridos Sobre esta quest o Sacrist n 2000 p 22 citando KING 1986 diz que o significado ltimo do curr culo dado pelos pr prios contextos em que se insere a um contexto de aula no qual encontramos uma s rie de elementos como livros professores conte dos crian as b outro contexto pessoal e social modelado pelas experi ncias que cada pessoa tem e traz para a vida escolar refletidas em aptid es interesses habilidades etc al m do clima social que se produz no contexto de classe c existe al m disso outro contexto hist rico criado pelas formas passadas de realizar a experi ncia educativa que deram lugar a tradi es introjetadas em forma de cren as reflexos institucionais e pessoais etc porque cada pr tica curricular cria de alguma forma incid ncias nas que a suceder o d finalmente se pode falar de um contexto pol tico medida que as rela es dentro de classe refletem padr es de autoridade e poder express o de rela es de mesmo tipo na sociedade ext
110. para que fosse poss vel realizar os primeiros contatos com os sujeitos de cada escola pois foi poss vel chegar a cada uma delas com algumas informa es preliminares auxiliando inclusive a responder a questionamentos sobre os motivos de escolha da escola professor por exemplo Sendo assim o deslocamento evidenciado pela mudan a do olhar antes direcionado para o estudo da inser o da EF em uma escola voltando aten o para a pr tica de dois professores o que resultou em importante mudan a para a busca da compreens o da forma como a EF inserida pela pr tica desses professores Os contatos com os Informantes possibilitados a partir do objeto em sua apresenta o inicial trouxe pesquisa o que Stake 1998 chama de temas micos temas considerados mais evolu dos dos que aqueles tidos de antem o pelo pesquisador S o quest es e caracter sticas dos atores apresentados e indicados por eles s o pessoas que pertencem ao campo de estudos indicando elementos que surgem desde dentro Esses temas s o tratados como mais evolu dos do que os do pesquisador de fora do campo por n o se encaixarem perfeitamente s caracter sticas concretas do campo requerendo por parte do pesquisador uma nova formula o a partir desses novos temas Posso afirmar que houve uma evolu o desde o objeto de partida A minha decis o de tomar as categoriza es dos Informantes como uma etapa preliminar para o acesso s escolas
111. parte da discuss o sobre o projeto pedag gico da escola Foi uma tima oportunidade para ter acesso a alguns detalhes da trajet ria da escola bem como das condi es em que o documento apresentado como projeto pedag gico da escola foi elaborado A EMEF 2 possui um hist rico de lutas e trabalhos junto comunidade Essa escola funcionou em v rios endere os at que depois de anos pudesse ter uma espa o com condi es decentes para seu funcionamento Atualmente o projeto arquitet nico da escola ainda n o foi totalmente conclu do segundo a fala de uma das pedagogas havia a proje o da constru o de um audit rio e da extens o da cobertura do p tio 237 O projeto pedag gico da escola original foi perdido O que h na escola uma c pia na qual falta uma de suas p ginas uma p gina referente a planos de a o De certa forma isso representa um descaso com o documento da escola o que pode indicar tamb m a dist ncia entre as pr ticas escolares e as orienta es contidas nesse documento orientador O teor do documento foi basicamente formado pelo hist rico da escola com precis o de datas e das incurs es da comunidade no estabelecimento da escola inclusive com paralisa es e manifesta es p blicas resultando inclusive na retirada de um diretor da escola Outro elemento tratado de maneira mais aprofundada se refere s op es te ricas referentes metodologia de trabalho e orienta o do
112. pequenos grupos mas sempre em atividades em que a pobreza do movimento requisito m nimo para o ensino j que n o h o ensino com o movimento O movimento e o contato f sico muitas vezes s o tidos como problemas ou at indisciplina em suma nas salas de aulas inclusive nas aulas de EF a participa o dos alunos mais objetivada sendo o comportamento esperado a obedi ncia e o cumprimento das exig ncias da disciplina denotando a objetiva o da utiliza o das salas de aula Como foi exposto durante toda a descri o da inser o da EF na EMEF 1 h a influ ncia da segunda na organiza o da primeira Na avalia o do Professor J h na hist ria da trajet ria da EF nessa escola pontos que apontam para a valoriza o como a falta de car ncia de materiais e o cuidado dos espa os primordiais nos quais s o desenvolvidas as aulas de EF No entanto os problemas em decorr ncia da rela o professor aluno por mais que se encontrem num outro patamar ainda representam grande influ ncia das condi es nas quais a EF precisa operar Por m o Professor J acredita que o que mais determinou a forma como esse componente curricular tem sido organizado a sua pr pria experi ncia profissional a forma 8 Considerando que o Professor J inicia as aulas nas salas de aula esperando sempre que ap s sua entrada na sala os alunos estejam sentados e em sil ncio do contr rio n o inicia sua interven o 225
113. por serem mais sistematizadas Nesse sentido as a es dos professores J e M s o escolhas que interferiram interferem no percurso na trajet ria da EF nas escolas bem como das suas pr prias trajet rias e tamb m das trajet rias das respectivas escolas Cultura Escolar Curr culo em a o Sujeitos Materiais Espa os Tempos Pr ticas Fazer com Autodetermina es Curr culo Determina es externas Cotidiano Esquema 3 Modelo te rico Sacrist n 2000 assim com outros autores da rea do curr culo mas tamb m da rea de forma o docente situam as pr ticas docentes como elementos centrais para o que se efetiva nos cotidianos escolares Para este estudo em especial os elementos estudados por Sacrist n que mais auxiliaram dizem respeito dimens o do curr culo modelada pelos professores circunscrevendo n o s a organiza o do trabalho docente mas tamb m a dimens o do curr culo em a o como j citado Antes por m de discorrer sobre as apropria es que os professores fazem do z curr culo importante cientificar o leitor de que no curso de desenvolvimento do 3 Importante afirmar que outras interse es poderiam ser praticadas por m essas foram possibilidades que encontrei ao lidar com tr s grandes reas de estudo independentes 61 curr culo como foi exposto por Sacrist n 2000 h outras dimens es de importante valor sendo todas elas relaci
114. primeiro autor auxilia a compreender a EF na escola de forma complexa sem tributar tudo o que um componente curricular ou aparenta ser figura de um professor ou de uma professora mas a um complexo n mero de rela es poss veis no interior da escola onde determinado n mero de personagens se encontram num espa o tempo espec fico o que nos remete entre outras coisas aos percursos hist ricos que esse componente curricular seguiu ou seja s trajet rias que esse componente seguiu no interior das escolas A segunda autora ressalta as press es que a escola exerce sobre a EF sinalizando os aspectos de forma o do professor influenciados por essas press es ficando patente uma implicando m tua Com a mudan a de enfoque das indica es dadas pelos Informantes um cuidado se imp s o de n o poder afirmar de antem o se em todas as realidades as pr ticas desses docentes estavam mais voltadas para a inser o da EF na escola ou para suas pr prias inser es na escola ou na rede ou em outro grupo qualquer Talvez essa seja uma quest o d bia inevit vel decorrente do deslocamento das possibilidades de inser o de um componente curricular para a pessoa do professor processo que tenho chamado de personifica o da inser o do componente curricular Com esses sen es n o penso que seja poss vel isolar de um lado as caracter sticas dos professores e de outro as caracter sticas do componente curricular em est
115. professor como sujeito inacabado que possui desejos que faz escolhas e tamb m como sujeito altamente influenciado pelas condi es que o envolvem Tanto a pr tica poss vel consequ ncia da interven o dos professores como essa interven o resultado das vari veis que formam as condi es em que essa pr tica poss vel se materializa Por essa raz o os elementos estruturantes das vidas das escolas s o evidenciados como fundamentais para o entendimento do que concretizado nas pr ticas poss veis que nada mais s o do que a es intencionais mais ou menos organizadas e coerentes com os objetivos dos professores que formatam o trabalho pedag gico concreto que ocorre nas escolas O que manifestado nas pr ticas escolares representa o tipo de cultura produzida na escola Toda essa estrutura est respaldada pelo curr culo como estruturador das pr ticas escolares criando as condi es para todo esse movimento ao mesmo tempo em que esse movimento forma o curr culo como estrutura estruturada pela pr tica dos sujeitos escolares H na organiza o expl cita das aulas de EF organizadas pelo Professor J uma distin o de aulas que ocorrem em espa os diferentes podendo ser desenvolvidas na quadra coberta ou num espa o descoberto atr s do pr dio da escola que chamarei de espa o alternativo que consta de uma quadra de cimento e uma de terra uma rea cimentada e uma parte gramada configurando um espa o variado
116. professores resultaram de um tipo de assimila o dos desafios oferecidos pelo contexto onde teriam que organizar o componente curricular EF Nesse sentido as caracter sticas das escolas dos grupos de funcion rios das comunidades e dos alunos exigiam dos professores a tomada de posi o sobre a organiza o da EF e nesse n vel havia uma s rie de conhecimentos experi ncias e desejos que proporcionavam seguran a ou inseguran a aos professores o que por sua vez resultou na necessidade possibilidade de um professor arriscar mais por n o estar satisfeito com sua pr tica e do outro se apegar mais s suas convic es nos conhecimentos que lhe traziam uma sensa o de seguran a A rela o com o conhecimento como tem sido tratada neste estudo forma possibilidades concretas referentes s escolhas dos professores Logicamente tenho tomado apenas as influ ncias do conhecimento disciplinar como diria Tardif no caso dos Professores J e M os conhecimentos da rea acad mica da EF 282 Assumindo a pluralidade de produ es desse mbito acredito que os professores se aproximaram de maneira desigual da discuss o desses conhecimentos ao mesmo tempo em que assumiram uma postura mais pr xima de uma forma de pensar a EF do que de outras Com isso quero dizer que os movimentos no mbito da produ o acad mica da EF que remetem ao desenvolvimento societ rio brasileiro ao per odo de democratiza o e ao in cio da diver
117. projeto educacional da escola na respectiva comunidade Segundo as pr prias coloca es do Professor M os elementos que recebera poca da forma o inicial ocorrida entre 1986 e 1989 n o Ihe proporcionaram as condi es necess rias para p r em pr tica o ideal transformador de EF discuss o que fora iniciada durante a forma o inicial por meio de contatos que estabelecera com alguns professores e colegas que buscavam um novo tipo de engajamento entre a EF e a educa o dos alunos discutindo suas finalidades e formas de trabalho dentro das escolas Isso proporcionou ao Professor M um n vel de conhecimento interessante segundo ele da discuss o da rea da educa o envolvendo a cr tica do modelo tradicional e especificamente a pr tica da EF voltada ao esporte ignorando temas como competitividade exacerbada sele o dos mais h beis e as rela es com o mundo do trabalho manutenindo uma sociedade classista No entanto por mais que j tivesse em mente essas discuss es n o possu a os conhecimentos pr ticos que possibiltassem materializar incurs es coerentes com esse ideal devido ao aporte de informa es da forma o inicial 275 N o restam d vidas que esse professor recorreu aos conhecimentos a que teve acesso na forma o inicial para responder s exig ncias das primeiras experi ncias em ambiente escolar apesar de n o se sentir incomodado com algumas situa es que se configuravam como dif ceis
118. que ocuparam essa cadeira passaram muito rapidamente pela escola e ou uma aproxima o n o foi poss vel No entanto a aproxima o que pude perceber durante o processo das observa es se restringiu organiza o do hor rio da escola mais precisamente na combina o sobre a utiliza o do espa o da quadra coberta n o havendo ocorr ncias de planejamentos ou outros encontros para fins de estudo sobre algum tema Muitas aulas desses dois professores ocorrem concomitantemente o que exigiu deles um arranjo sobre a utiliza o da quadra coberta Com isso identifiquei a centralidade import ncia desse espa o para a EF na escola Diante dos desafios que o Professor J teve que enfrentar para trabalhar na EMEF 1 algumas experi ncias e caracter sticas desse professor auxiliaram na estrutura o dos objetivos pedag gicos formulados por ele no decorrer de sua pr tica nessa escola Esses objetivos pedag gicos est o intimamente ligados fun o da EF na escola Nesse sentido j que eles foram sendo constru dos e estabelecidos por esse professor possuem alta relev ncia para a compreens o da organiza o interna desse componente curricular Sendo assim vari veis como experi ncias anteriores como monitor em um programa de assist ncia social sua forma o inicial voltada para esporte e as rela es que conseguiu estabelecer no interior da escola formaram uma situa o prop cia para a estrutura o de uma pr tica centra
119. que se desenvolveu este trabalho um olhar sobre o curr culo e as a es de professores e outros atores sociais escolares que transcende a mera reprodu o ou a obedi ncia irrestrita s prescri es e pol ticas curriculares e educacionais que a toda hora s o apresentadas a eles Um olhar que endossando o dito de Sacrist n 2000 acredita que o curr culo cria as condi es para a cultura escolar n o por ser a vida da escola uma consequ ncia s orienta es curriculares mas por ser um di logo entre essas orienta es e um variado n mero de press es que recaem sobre o curr culo elevando o status das a es dos sujeitos escolares das formas como eles desempenharam seus pap is sociais perante as determina es do 12 Ferra o 2004 apoiado em Silva 2003 alerta para o fato de que h importantes limites nas teoriza es cr ticas a respeito do curr culo como a cren a na possibilidade de uma supera o ideol gica ou na possibilidade de se chegar a uma subjetividade pura transcendental ou a uma verdade No entanto essa teoria possui forte potencial para as avalia es dos contextos mais amplos dos comprometimentos pol ticos que remetem s rela es macro ponto em que muitas vezes falham as teorias ditas p s cr ticas acusadas de discutir restritamente em mbitos micro n o fazendo ou fazendo pouca rela o com o quadro pol tico e social mais amplo As teorias p s criticas por outro lado chamaram a aten o
120. que traz um componente pessoal ao trabalho e h trabalhos cient ficos que n o tragam em si quest es pessoais preciso definir que a quest o apresentada um resultado mais ou menos coerente de minha trajet ria na carreira de professor na rea acad mica da EF Essa carreira vem sendo estabelecida justamente num momento em que mais evidentemente tanto no mbito da Educa o em geral como no da EF em particular t m sido discutidas a ci ncia as verdades e as pr ticas sociais alimentadas pelas disciplinas acad micas pairando certo sentimento de incertezas e d vidas No meu caso particular essas incertezas e d vidas se manifestaram num forte sentimento de inseguran a Formei me num curso em que estive pr ximo a discuss es que remetiam a pr ticas cient ficas ainda fortemente influenciadas pelas certezas por uma abordagem mais positivista seja no tocante s concep es unilaterais de corpo anatomo biol gico seja nas pr ticas esportivas objetivas basquetebol voleibol etc seja nas concep es educacionais pedag gicas e psicol gicas que se mostravam idealiza es ou um projeto que de alguma forma destacava a universidade como centro privilegiado para pensar os problemas da pr tica escolar e a escola como um lugar de obedi ncia s verdades e a seguran as cient ficas No entanto as d vidas que tenho perante essa forma de fazer cient fico n o v m de id ia minhas mas desse mesmo curr culo q
121. rela o s pessoas que tiveram acesso ao Ensino Superior 445 Essa propor o acompanhada pelos n meros referentes ao bairro onde est sediada a escola Esses n meros permitem compreender a situa o de import ncia que essa escola tem para a comunidade De certa forma os investimentos que devem ter sido envidados para a constru o manuten o e reformas da escola situam bem esse papel central que a escola tem seja para o bairro seja para as demais comunidades que se beneficiam com ela Os n meros atualizados referentes ao potencial de matr culas da escola indicam que a ela possui capacidade para atender a 835 alunos de um total de 6 073 espalhados nas 10 EMEFs da regi o onde est inserida ou seja 14 do potencial da regi o atendido pela escola O fato de a escola estar num bairro novo menos de 30 anos juntamente com os n meros apresentados aponta para uma popula o de idade n o avan ada em idade produtiva e que trabalha principalmente fora do bairro onde mora A baixa renda das fam lias revela a grande probabilidade de dilemas familiares que inclusive podem acarretar o envolvimento das crian as e adolescentes em situa es de trabalho para o aprimoramento da renda familiar quest o abordada pela Pedagoga R e pelo Professor J Situa es de trabalho precoce e aus ncia dos pais durante grande parte do dia n o t m somado bons resultados para as fam lias de baixa renda brasileiras recaindo sobre as esco
122. ria que n o se pode deixar de citar A forma como ele valoriza o esporte elegendo o como o conte do e o meio principal para desenvolver e organizar o seu trabalho na escola como o principal meio utilizado para firmar as suas rela es com a escola e com os alunos influencia desde o momento em que 201 tra ou os objetivos pedag gicos para a EF o desenvolvimento pelo gosto do esporte Esse dito gosto aparece em sua fala mais uma vez quando discorre sobre as suas motiva es para a escolha do curso de EF Por um lado tem se sua defici ncia na escrita como um fator determinante para o abandono de uma poss vel forma o como contador talvez por trazer a ele certa inseguran a Por outro sua desenvoltura para as pr ticas esportivas o assegurava de que poderia cursar EF na universidade justamente pelo gosto que desenvolveu e por seus xitos nessa pr tica Assim parece bem evidente que esse sentimento e essa rela o aparecem nas inten es pedag gicas do Professor J nas suas justificativas ao eleger esse elemento da cultura como principal elemento cultural de suas aulas S o justamente agora como professor suas facilidades de lidar com o esporte que o influenciam a trabalhar com esse conte do e n o com outros o conhecimento que det m que lhe proporciona mais seguran a e que de certa forma o autoriza a desenvolver o seu trabalho nessa escola e em outros espa os Digo que todos os fatores inerentes organiza o
123. salas de aula biblioteca p tio coberto refeit rio sala de inform tica e sala dos professores Por m esse mesmo cuidado n o foi percebido nos espa os destinados maior parte das aulas de EF que ocorriam em espa os com uma apresenta o em certos dias lament vel N o consegui segundo esse vi s perceber algum tipo de valora o positiva das aulas de EF pela escola Em nenhum momento me senti em condi es de tratar essa situa o com o Professor M Mas essa condi o em que os alunos eram expostos n o soava como algo bom n o era coerente com o mesmo cuidado percebido no asseio de todos os outros espa os que tive acesso Talvez essa situa o possa ser explicada por algumas palavras que o Professor M disse na minha primeira incurs o na escola quando deixou claro que acreditava que sua pr tica na escola tinha permitido grandes avan os em rela o inser o da EF na escola mas que n o conseguia visualizar a situa o da EF na EMEF 2 diferente do quadro geral da EF em outras escolas Segundo o professor h na escola e na rede como um todo a desvaloriza o do movimento que pode ser explicado pela valoriza o do trabalho intelectual e desvaloriza o do trabalho manual Devido a 245 isso muitas vezes a EF valorizada por desempenhar um papel de ap ndice na escola um caso parte auxiliando o desenvolvimento do trabalho de outros professores e da escola como um todo muito mais do que pela valori
124. se explicam Talvez a falta de clareza do que se espera da EF nas escolas e tamb m o que em certa medida representa a falta de expectativas da escola sobre a EF explique a aus ncia ou a falta de necessidade de um planejamento formalizado para esse componente curricular Em nenhum momento esse fator apareceu como um problema Essa aus ncia n o constitui impedimento para que a EF seja inserida na escola Se ampli ssemos essa discuss o curricular para os outros componentes chegar amos talvez ao mesmo ponto se n o h defini es sobre as fun es de um componente curricular destina se aos professores a responsabilidade de organiz lo e concretiz lo na escola Nessa l gica ficam mais em evid ncia as decis es e desejos dos professores os significados que conseguem atribuir os fatores de forma o desses professores e as condi es nas quais ocorrem suas pr ticas como elementos fundamentais para a compreens o do que concretizado nas escolas claro que qualquer pesquisa s ria teria que situar esses fatores Ressalto por m que o fato de as pol ticas curriculares e por que n o as pol ticas educacionais serem omissas sobre a import ncia da caracteriza o das fun es dos componentes curriculares da sele o cultural que cada escola precisaria fazer amplia as responsabilidades dos professores sobre o que concretizado nas escolas De certa forma os professores ficam isolados com uma grande responsabilidad
125. sele o dos materiais era mais ou menos aleat ria pois ele sempre escolhia uma bola de jogar futebol e pelo menos uma bola de voleibol os outros materiais variavam Praticamente em todas as aulas observadas nesse espa o considerando as diferentes turmas a organiza o observada contava de um grupo grande de meninos em alguns casos todos eles que organizavam jogos de futebol na quadra de cimento que algumas meninas que organizavam brincadeiras relativas ao voleibol na rea gramada e ou na rea adjacente quadra coberta de um grupo misto que organizava jogos de voleibol na quadra de terra Vale ressaltar que estruturar um padr o para essa organiza o de aula n o tarefa f cil pois os 191 alunos migravam entre as atividades no desenvolvimento das aulas com exce o dos alunos que organizavam o futebol Nessa organiza o o Professor J mantinha uma postura mais permissiva em rela o aos alunos no que diz respeito escolha e organiza o das atividades por m n o permitia que ficassem toa incentivava sempre para que criassem atividades Assumia uma postura mais administrativa ocupando se em solucionar pequenos problemas trazidos pelos alunos garantindo que n o houvesse exageros como brigas trapa as e danos integridade dos alunos da escola e dos materiais Tratando com o Professor J sobre a organiza o das aulas no espa o alternativo levantei quest es referentes import ncia atribu da a
126. sendo esquecidas pela SEME PMV devido forte evid ncia que o JEMVI e a participa o de alguns professores t m nesse evento As quest es referentes s aulas de EF ficam circunscritas aos professores que se manifestam e compartilham seus relatos no espa o de forma o que tamb m um espa o de disputas haja vista as diferentes participa es e envolvimento dos professores em rela o s quest es das aulas e s quest es dos jogos de maneira que os professores indicados por n o terem uma inten o voltada para a quest o esportiva foram lembrados por suas posi es fortes seus relatos tempo em que est o trabalhando nas suas escolas e pela organiza o de seus trabalhos As quest es acima pontuadas conotam certa centralidade dada pela SEME PMV e corpo t cnico das escolas participa o dos professores no JEMVI j que essas pr ticas ficam em evid ncia e s o valorizadas sendo tratadas de maneira mais objetiva Outras rela es tamb m s o poss veis entre EF fen meno esportivo e escola ou um tipo espec fico de inser o da EF por meio do fen meno esportivo j que o que ocorre nas aulas de EF o que concretizado pedagogicamente pelos professores da rede como um todo acabaria ficando em segundo plano assim como as pr ticas dos professores que s o mais envolvidos nas quest es das aulas sendo evidenciados apenas os professores pol micos que demonstram posturas firmes que atuam h bastante t
127. sendo representado por partes cada qual ocupando um lugar epistemol gico espec fico dentro da escola Cada um desses lugares vivenciado nas aulas que envolvem atividades materiais No sentido de funcionalidade organicidade pois existem aulas que acontecem fora da escola topograficamente J que o mbito das a es n o fora discutido pormenorizadamente por Sacristan 2000 27 rela es e condutas espec ficas para serem desenvolvidas em espa os e tempos espec ficos representados mormente pelas aulas dos mais variados componentes curriculares culminando na manifesta o f sica dos diferentes lugares epistemol gicos Essa reflex o s foi poss vel porque tenho buscado orienta o num tipo de teoria do curr culo que segundo Ferra o 2004 fruto da articula o entre abordagens cr ticas e p s criticas do curr culo Um dos autores que se baseia Ferra o Silva 2008 p 147 que declara Depois das teorias cr ticas e p s cr ticas do curr culo torna se imposs vel pensar o curr culo simplesmente atrav s de conceitos t cnicos como os de ensino e efici ncia ou de categorias psicol gicas como as de aprendizagem e desenvolvimento ou ainda de imagens est ticas como as de grade curricular e lista de conte dos Segundo Silva 2003 o curr culo o que dele se faz pode se pensar o curr culo atrav s de met foras outras Essas id ias de Silva indicam bem o momento te rico em
128. seria imobiliza o para a aten o sempre haver a imposi o de normas que co bam a distra o por parte dos alunos em atividades pouco atrativas Acredito ent o que as situa es proporcionadas pela elei o do esporte da forma como t m sido efetivadas na escola acompanham em certa medida a l gica da EMEF 1 Essa rela o com o conhecimento favorece uma situa o complicada tamb m nas aulas que o professor denomina de te ricas que ocorrem dentro da sala de aula Essas aulas fazem parte da organiza o e ocupam duas fun es trazem conhecimentos sobre o esporte na dimens o institucionalizada como regras e hist rico s o utilizadas para solucionar quest es de indisciplina e problemas perante a organiza o das aulas de EF Sobre isso o Professor J explica que quando tenho oportunidade utilizo a sala de v deo a sala de aula e outros espa os para estar trabalhando isso ou mesmo quando h algum problema com a turma at mesmo de quest o disciplinar eu busco a sala de aula Eu digo pra eles que eu fico de castigo com eles na sala de aula trabalhando aquela quest o de organiza o temos que aprender a utilizar o espa o pra n o atrapalhar tamb m a rotina da escola Todo mundo sabe que um dos grandes problemas que encontramos com a EF A EF ela muda toda a rotina da escola Ent o quando n s temos esses problemas com a turma eu aproveito para trabalhar tamb m essas quest es mais
129. tem esses valores essas habilidades para desenvolver tal esporte E o outro que eu acho mais importante a quest o da sa de mesmo da pr tica de uma atividade f sica n que melhora seu sistema cardiorrespirat rio sua musculatura Percebi ent o nas tentativas do Professor J o interesse de imprimir uma participa o da EF nas quest es da escola como uma ferramenta motivadora e disciplinadora dos alunos Essa intera o estabelecida pelo professor entre EF e a escola n o pode ser tomada sem que sejam antes identificados alguns elementos Ele atribui EF na escola a tarefa de escolarizar o conhecimento sobre o esporte principalmente por meio da exposi o de situa es aos alunos baseadas na experi ncia com os gestos esportivos Isso p e na concep o do professor a import ncia a EF na escola por tratar nesse espa o de um conhecimento espec fico O Professor J vislumbra uma fun o da EF na escola cumprindo com tarefas motivadoras e disciplinadoras dos alunos atuando por meio das pr ticas esportivas vivenciadas nas aulas e nas sess es do projeto de esportes Ele acredita no potencial do esporte como conte do cultural como elemento de interesse dos alunos para que possam participar de esportes nos espa os de lazer p blico e para que saibam se relacionar nesses espa os e tamb m considera o desenvolvimento do h bito da pr tica esportiva como fator de promo o da sa de Todos esses fatores indicam mais
130. tem gerado uma situa o favor vel ao trabalho coletivo na escola Os problemas no relacionamento professor aluno t m se multiplicado e a postura de parte dos professores a de culpabiliza o dos alunos por desinteresse maus modos e indisciplina V rias foram os problemas percebidos sobre essa quest o Como exemplo disso cito o espa o tempo sala dos professores na hora do recreio um local demarcado por grupos Pelo que pude perceber o grupo de professores aparentemente possue uma rela o amistosa brinca troca informa es sobre posicionamentos tirados em assembl ia dos professores e conversa sobre amenidades No entanto n o percebi qualquer conversa de cunho pedag gico e ou discuss o sobre casos de alunos com algum tipo de problema que n o gerasse um debate em face da postura pol tica e ideol gica existente entre os professores Outro exemplo desses problemas entre os professores ocorreu durante a elabora o de um cronograma para a continuidade dos trabalhos concernentes ao projeto pedag gico Houve uma proposta por parte das pedagogas de fazerem um encontro num feriado que cairia numa quarta feira propondo que os professores tirassem seu feriado no dia do planejamento ou no dia de hor rios de planejamento concentrados 239 Um dos professores n o aprovou a id ia e outro acabou se manifestando e justificando sua reprova o dizendo que os professores seriam penalizados por terem que tirar a folga no dia de plane
131. ticos subjacentes s suas a es Alguns esquemas s o relativamente est veis reclamados por um princ pio de economia de ordem psicol gica no profissional e pelos condicionamentos institucionais e sociais que demandam pautas adaptativas de resposta SACRIST N 2000 p 206 Esse autor salienta que para a efetiva o de uma investiga o da estabilidade dos estilos docentes preciso construir uma unidade de an lise que congregue de forma coesa toda a variedade de intera es entre aspectos que interv m nas diferentes situa es de ensino para que n o se perca o seu significado real Um significado derivado do equil brio particular das posi es singulares que nessa situa o mant m a totalidade dos elementos que se entrecruzam na mesma SACRIST N 2000 p 206 haja vista os elementos pessoais do processo de ensino o processo de aprendizagem que o aluno realiza o tipo de atividade do 67 professor os conte dos culturais mobilizados os meios com os quais se realiza e a organiza o dentro da qual est inserida A organiza o dada a este trabalho permite fazer uma sele o de vari veis a partir do enfoque dado aula de EF Acredito assim que a quest o da inser o da EF destacando se as caracter sticas que esse componente possui em uma e outra escola bem como sua parcela de contribui o em cada situa o passa necessariamente e inicialmente pelo que concretizado nas aulas Digo i
132. todo dos demais componentes curriculares Tem reca do sobre a EF que possui suas caracter sticas espec ficas e diferentes das caracter sticas dos componentes mais desenvolvidos nas salas de 215 aula a necessidade de tal organiza o que permita que ela n o destoe do ritmo definido mais ou menos explicitado pela escola como necess rio para o encaminhamento das atividades com os alunos para o funcionamento dos componentes curriculares Antes de continuar nessa reflex o de fundamental import ncia lembrar que a forma como tenho abordado a inser o da EF considera as decis es que os professores t m tomado no decorrer de suas trajet rias nas escolas Isso implica o reconhecimento dos impactos e das necessidades que esses sujeitos sentem Por essa raz o tomo o tipo de organiza o da escola as objetiva es que recaem sobre as a es dos alunos e o teor das atividades mais privilegiadas nessa escola como fatores imprescind veis para a compreens o da constru o de um quadro que define de certa forma encargos que precisam ser enfrentados pelo professor frente da organiza o de seu componente curricular Esses encargos geram um tipo de sentimento no professor Como acompanhei o Professor J percebi sua necessidade de integrar a EF no ritmo do funcionamento da escola criando um espa o o mais seguro poss vel que permita a ele perceber suas contribui es por meio da organiza o desse componente curricular Inte
133. 2 p 11 30 OLIVEIRA B Curr culos Pr ticados entre a regula o e a emancipa o Rio de Janeiro DP amp A 2008 RODRIGUES A B O ITINER RIO PESSOAL PROFISSIONAL E A CONSTRU O DA PRATICA DOCENTE 2007 No prelo RODR GUEZ J G Qu aprenden los que ense an In GARCIA R L ZACCUR E GIAMBIAGI I orgs Cotidiano di logos sobre di logos Rio de Janeiro DP amp A 2005 p 107 120 RODRIGUEZ L L Educa o F sica escolar os saberes que fundamentam o professor ante o impacto da primeira experi ncia 2004 Monografia Gradua o em Educa o F sica Centro de educa o f sica e desportos Universidade Federal do Esp rito Santo Vit ria ES 2004 Poss veis inser es da Educa o F sica na escola objetivos conte dos e especificidade do conhecimento 2005 Monografia Especializa o em Educa o F sica escolar para a Educa o B sica Centro de Educa o F sica e desportos Universidade Federal do Esp rito Santo Vit ria ES 2005 SACRIST N J G Curr culo e diversidade cultural In SILVA T T MOREIRA A F ORGS Territ rios contestados o curr culo e os 290 38 39 40 41 42 43 44 45 novos mapas pol ticos e culturais Petr polis RJ Vozes 1995 p 82 113 O Curr culo uma reflex o sobre a pr tica Porto Alegre Artmed 2000 SARMENTO M J O estudo de caso etnogr fico em educa o In ZAGO N CARVALHO M P VI
134. 3 72 A 1 1 2 8 A 1 1 2 Tabela 3 Primeiro arranjo de aulas das turmas do Professo J Turma Aulas na quadra coberta Aulas no espa o alternativo Total de aulas 32 A 2 1 3 52 A 1 1 2 52 B 1 1 2 6 A 3 0 3 6 B 2 1 3 72 A 1 1 2 8 A 1 1 2 Tabela 4 Segundo arranjo de aulas das turmas do Professo J Na oportunidade que tivemos de conversar detidamente sobre a organiza o das aulas ocorridas no espa o alternativo o Professor J disse que essa disposi o das aulas em dois tipos de organiza o n o era um desejo dele mas uma op o feita por motivo de necessidade e organiza o da escola uma vez que em diversas oportunidades h a concomit ncia entre as aulas ministradas por ele e pela outra professora Para ele inclusive a outra quadra situada nos fundos da escola deveria ser coberta mas impossibilidades estruturais e de solo levaram a empreiteira respons vel pelas obras da escola a dizer que n o seria adequado cobrir aquele 198 espa o Explicando a forma como procedem na organiza o da utiliza o desses espa os disse Ent o n s sentamos e tentamos elaborar um m nimo de aulas pra uma turma e pra outra dentro da quadra As prefer ncias dizem respeito mais organiza o das aulas mesmo eu t com a oitava s rie nessa aula e voc t com qual Tal Ent o voc fica com essa aqui e eu fico com essa Ah a quarta s rie
135. 5 Regula as atividades de perto questionando o compromisso dos alunos e colocando algumas problematiza es Em caso de dificuldade dos alunos ele sugere que a turma repense os objetivos da atividade para constru rem algum tipo de solu o 6 Informa os alunos sobre o fim da aula recolhe os materiais e diz aos alunos para beberem gua irem ao banheiro e depois para a sala de aula Os procedimentos iniciais das aulas do Professor M ser o tratados como pontos pertencentes a todas as aulas que foram observadas No entanto cada aula possui caracter sticas diferentes que s o determinadas pelas atividades que a comp em mas poss vel tra ar um padr o para as aulas levando se em conta as intera es que o Professor M estabelece com os alunos em rela o organiza o da aula 262 A chegada do Professor M s salas sempre acompanhada da euforia dos alunos rapidamente dava lugar aos comandos do professor para que os alunos se organizassem para a efetua o da chamada Nesse momento grande parte dos alunos ficava sentada outros poucos mais ansiosos cercavam o professor A chegada do professor s salas em certas turmas causava tanta euforia que alguns alunos apresentavam comportamentos inusitados Numa ocasi o um aluno que por algum motivo se afei oou a mim ao ver que o Professor M e eu cheg vamos come ou a sorrir a me dar tapas e a pular A professora de sala pegou o aluno e o conduziu ao seu lugar A outr
136. 93 4 Essa afirma o auxilia no sentido de conferir import ncia tem tica da inser o da EF na escola e no caso deste estudo de p r em relevo a import ncia e por que n o a determin ncia que a figura do professor representa para a afirma o escolar da EF atingindo a afirma o social de forma muito mais ampla Abordo a tem tica da inser o da EF considerando a l gica de que a escola uma institui o social que trata estratos da cultura numa concep o mais ampla segundo uma sele o met dica de conte dos culturais representados mormente pelos diferentes componentes que comp em os curr culos escolares nos quais a EF 73 tem figurado Discursar sobre as vidas das escolas exige superar a id ia de mera transmiss o de conhecimentos Esses conhecimentos s o antes reelaborados e ocupam fun es diferentes em cada escola num grau elevado de especificidade Ao elevar o status das rela es que s o constru das estabelecidas entre os sujeitos escolares h o risco de se afastar da compreens o das influ ncias das caracter sticas sociais mais amplas que acometem os sujeitos e as escolas estudadas Torna se importante compreender como os professores se envolveram nos debates pol ticos da EF na trajet ria de suas forma es iniciais e as repercuss es que esses eventos tiveram na efetiva o de suas pr ticas Outros elementos importantes s o as decis es administrativas que reca ram sobre as pr
137. CDU 796 LEONARDO LIMA RODRIGUEZ INSERIR A EDUCA O F SICA NO CURR CULO UMA PR TICA PEDAG GICA REALIZADA NO COTIDIANO Disserta o apresentada ao Programa de P s Gradua o em Educa o F sica do Centro de Educa o F sica e Desportos da Universidade Federal do Esp rito Santo como requisito parcial para a obten o do Grau de Mestre em Educa o F sica na rea de concentra o em Educa o F sica Curr culo e Cotidiano Aprovada em 15 de setembro de 2008 COMISS O EXAMINADORA Prof Dr Valter Bracht Universidade Federal do Esp rito Santo Orientador Prof Dr Silvana Ventorim Universidade Federal do Esp rito Santo Prof Dr Jos Angelo Gar glio Centro Federal de Educa o Tecnol gica de Minas Gerais AGRADECIMENTOS Agrade o ao Eterno criador do c us e da terra por ter me favorecido com as condi es para que pudesse concluir mais esse projeto Obrigado Pai pelos amigos Mauro Ueberson Felipe e Kezia pelos companheiros da primeira turma do mestrado de Educa o F sica da UFES os componentes do LESEF especialmente ao professor Francisco Educardo Caparr z pelos companheiros que cursaram comigo a Licenciatura Plena em Educa o F sica pelos professores que tive o prazer de conhecer na trajet ria de minha escolariza o pelos meus alunos que sempre me tiram o sono e aos quais desejo felicidade vida e paz pela Congrega o Judaico Messi nica Netivyah pelo ze
138. Campinas SP Papirus 2000 BETTI M Educa o F sica e sociedade S o Paulo Editora Movimento 1995 BORGES Cec lia Maria Ferreira O professor de educa o f sica e a constru o do saber Campinas SP Papirus 1998 BRACHT V A constitui o das teorias pedag gicas da educa o f sica Cad CEDES online ago 1999 vol 19 no 48 citado 29 Junho 2006 p 69 88 Dispon vel na World Wide Web lt http ynww scielo br scielo php script sci arttext amp pid S0101 326219990001000058 amp Ing pt amp nrm iso gt ISSN 0101 3262 Educa o F sica e ci ncia cenas de um casamento in feliz Iju Ed Uniju 2003a Identidade e crise da Educa o F sica um enfoque epistemol gico In BRACHT V CRISORIO R ORG A Educa o F sica no Brasil e na Argentina identidade desafios e perspectivas S o Paulo Autores Associados 2003b p 13 30 Saber e fazer pedag gicos acerca da legitimidade da Educa o F sica como componente curricular In CAPARROZ F E ORG Educa o f sica pol tica investiga o e interven o vol 1 Vit ria ES Proteoria 2001 p 67 80 BRACHT V CRIS RIO R ORG A Educa o F sica no Brasil e na Argentina identidade desafios e perspectivas S o Paulo Autores Associados 2003 CAPARR Z F E Perspectivas para compreender e transformar as contribui es da educa o f sica na constitui o dos saberes escolares In FERREIRA NETO A
139. ES QUE DELIMITA O PERMEIAM PERFAZEM O CAMPO DE TRABALHO PESQUISA Esquema 5 Situa es estudadas 86 Assim como na indica o do Esquema 5 o recorte feito pode ser tomado como um olhar disciplinado revelando a trama que forma as vidas das escolas onde quando s o vivenciados projetos distintos de interven o em EF Por mais que tenha buscado construir um discurso mais coerente com as a es dos sujeitos escolares livre das determina es de um pensamento cient fico positivista o que est patente em minhas a es de compreender como a rela o desses sujeitos se d como as institui es s o formatadas pelos significados de suas a es n o posso inocentemente garantir a aus ncia de tend ncias positivistas mas sim a tentativa de avan ar de superar essas limita es Sarmento 2003 asserta que o contato com a cr tica da produ o cient fica trouxe um esp rito ativista que ao ser exorcizado revelou as limita es do discurso cient fico Esse autor afirma que n o se pode ser puro livre de toda e qualquer determina o ordena o Por isso compreendi que as investiga es dos contextos de a o visam precisamente dar sentido SARMENTO 2003 Essa quest o foi compartilhada neste estudo com os personagens que vivifcam as escolas Sendo assim por mais que ainda temperada com as determina es cient ficas positivistas esta pesquisa se faz tamb m das conting nci
140. Esse autor destaca que ao se trabalhar com mais de um caso as t cnicas de levantamento das informa es podem direcionar pontos semelhantes que aproximem a an lise interpreta o dos casos bem como servem de refer ncia para a identifica o de elementos pr prios de cada caso Em rela o a esta pesquisa destaquei os seguintes aspectos e procedimentos iniciais a es do professor na organiza o inicial das aulas destacando avisos e a prepara o das atividades das aulas e rela es interpessoais rela es dos Professores J e M com seus alunos rela es entre os alunos destacando as intera es proporcionadas pelas aulas e rela o com o conhecimento como lidam os professores com o conhecimento em suas aulas como o apresentam aos alunos que tipo de intera es fazem com os materiais que tipo de intera es suscitam entre os alunos entre si e entre os materiais e atividades de aula Minhas decis es por n o estruturar as observa es nem deix las desprendidas plenamente devem se aos seguintes pontos e como professor tenho algum conhecimento da forma como funcionam as escolas sei que os professores t m hor rios de planejamento e de aulas t m deveres burocr ticos articulam com professores e pedagogas formas de encaminhar seu trabalho e suas propostas enfrentam problemas e precisam dar respostas r pidas para eles A especificidade de cada contexto proporciona intera es distintas entre profes
141. F na EMEF 2 No entanto esse registro se encontra ainda sem a devida sistematiza o que potencializaria essa utiliza o Durante as observa es conversamos muito sobre a import ncia desse registro explorando a l gica de que ele n o trabalharia eternamente na organiza o da EF 270 na EMEF 2 podendo se aposentar escolher trabalhar numa escola mais pr xima sua resid ncia atuar na escola como diretor ou qualquer outra possibilidade Considerando que a trajet ria da EF nessa escola tem se constitu do em avan os em certa estabiliza o e valoriza o questionei a ele se essa situa o perduraria sem a presen a desse professor nas principais escolhas pedag gicas desse componente curricular Ele se lembrou de uma fala da professora de EF que atua tarde alertando para o processo de reestrutura o do projeto pol tico pedag gico da escola como uma oportunidade de oficializa o e registro dos avan os promovidos na trajet ria da EF na escola isso seria uma forma de dizer que a EF independe do Professor M e que est no projeto pol tico pedag gico da escola E eu acho que ela tem raz o Porque embora o trabalho do professor seja essencial essa personifica o n o boa porque o professor n o eterno E as crian as a comunidade a pr pria hist ria jogada no lixo A iniciativa de registrar os eventos das aulas poderia por exemplo p r a professora que atua no mesmo turno que el
142. Ger ncia de Ensino Fundamental da mencionada rede de ensino Foi indicado como uma pessoa que conhece a EF das escolas da PMV devido ao trabalho que desenvolve na Secretaria de Educa o Ele no momento de caracteriza o do informante empenhou se em explicar que muito embora a coordena o onde atua seja uma coordena o voltada para o esporte ela mant m uma rela o com a EF de tal forma que permite o contato com quest es referentes EF escolar que n o afetam diretamente a tem tica do desporto escolar concordando com as indica es de que foi objeto Nesse sentido identifiquei que o trabalho desenvolvido segundo seu depoimento extravasa a administra o esportiva do Ensino Fundamental dessa rede de ensino Segundo suas afirma es o contato que tem com as realidades escolares vinha dos momentos propiciados pela Forma o Continuada de professores da rea da EF que foi um processo iniciado segundo ele em 2002 por meio do estudo dos PCNs e que em 2006 ocorria 91 quinzenalmente s segundas feiras Nesses espa os tempos os professores t m a oportunidade de relatar suas experi ncias vividas nas suas respectivas escolas Outra forma mencionada de contato com a realidade escolar foi sua participa o em eventos esportivos nas escolas podendo perceber nessas escolas um tipo de envolvimento da EF Por meio do desenvolvimento dos jogos estudantis h contato entre essa coordena o e as escolas podendo muit
143. IST N 2000 p 107 Nesse sentido preciso destacar que os marcos te ricos em que est o balizados esses documentos prescritivos da pr tica escolar da EF apontam para as decis es e encaminhamentos dos professores como principal fator de efetiva o dessa pol tica curricular Essa proposta ent o seria t o bem sucedida quanto maior fosse a atua o dos professores em sua implementa o Essa posi o referenda a l gica democr tica na qual foram apoiadas essas diretrizes uma vez que elas foram apresentadas como um referencial para que a comunidade escolar refletisse discutisse e a partir da elaborasse o projeto educativo de cada escola esse sim norteador das a es dos professores em sala de aula VIT RIA SEME PMV Diretrizes curriculares para o Ensino Fundamental 2004 Fica evidente no entanto que essas prescri es desde sua formula o at o desenvolvimento das a es dessa pol tica curricular apresentou uma lacuna referente ao acompanhamento do seu desenvolvimento no que diz respeito participa o das escolas dos professores e da comunidade Os documentos em nenhum momento indicam como seriam avaliados esse desenvolvimento faltando a sinaliza o de como seria identificado o envolvimento das escolas na sua implementa o 142 Essa situa o permite afirmar que a estrutura o da dimens o curricular prescritiva n o resolve as quest es provenientes de seu desenvolvimento nas escolas Af
144. LELA R A T ORGS Itiner rios de pesquisa perspectivas qualitativas em sociologia da educa o Rio de Janeiro DP amp A 2008 p 137 182 SILVA T T Documento de identidade uma introdu o s teorias do curr culo Belo Horizonte Aut ntica 2008 STAKE R E Investigaci n con studio de casos Madrid Ediciones Morata 1998 VAGO T M A educa o f sica na cultura escolar discutindo caminhos para a interven o e a pesquisa In BRACHT V CRISORIO R ORG A Educa o F sica no Brasil e na Argentina identidade desafios e perspectivas S o Paulo Autores Associados 2003 p 197 222 VAGO T M CACHORRO G Introdu o cultura escolar e educa o f sica In BRACHT V CRISORIO R ORG A Educa o F sica no Brasil e na Argentina identidade desafios e perspectivas S o Paulo Autores Associados 2008 p 191 196 VEIGA NETO A Espa o e curr culo In LOPES A C e MACEDO E Org Disciplinas e integra o curricular hist ria e pol ticas Rio de Janeiro DP amp A 2002 p 201 220 WHYTE W F Sociedade de esquina A estrutura social de uma rea urbana pobre e degradada Rio de Janeiro Jorge Zahar Editor 2005 291
145. Mas tamb m tem a ver com a fala com a postura com as coisas que n o se deixam passar E uma luta constante no sentido de que eu ainda ou o o professor falar que O o menino n o vai pra EF n o porque n o terminou a atividade ou porque t fazendo bagun a Ainda existe uma luta constante porque se voc n o marcar posi o com ele chegar e falar O professor calma a temos que discutir isso a melhor Porque a primeira resposta minha Eu tamb m t a fim de tirar uns alunos da sua aula porque est o dando problema na minha aula l Acontece isso n ainda Ent o EF de certa forma esses embates t o antigos eles ainda se remetem gente E inacredit vel mas 8 Percebe se uma forte valoriza o do papel que desempenham os professores na concretiza o do curr culo propostas de ensino em autores como Sacristan 2000 Morgado 2005 Hernandez 1999 278 acontece por mais que o discurso seja feito at porque a vis o hegem nica de escola a concep o de escola ainda continuam em rela o aos profissionais na valoriza o de determinados conte dos Isso n o s problema da EF problema das Artes isso um problema menor mas de Hist ria Geografia Portugu s e Matem tica vira o conte do da escola Mesmo assim eu acredito que em outros lugares que um profissional n o conseguiu ficar muito tempo onde o reflexo das suas interven es s o menos perc
146. O vigia continuou afirmando que muitos professores agem de maneira arrogante contra os alunos Citou um caso ocorrido naquele ano em que no primeiro dia de aula um professor de Matem tica entrou numa sala de aula e um aluno o chamou 73 A brincadeira Boca de forno ao contr rio consiste na reelabora o das rela es daquele que manda e dos que cumprem as tarefas O objetivo exatamente o oposto da brincadeira original ao inv s de obedecer deve se desobedecer E o resultado de uma discuss o que o Professor M teve com os alunos em uma aula que acabou sendo por ele escolhido como um elemento a ser socializado para todas as turmas Os dizeres da brincadeira foram refeitos ficaram da seguinte forma Boca de forno Forno Tudo o que o seu mestre mandar fazer N s n o faremos Por que Porque n o temos medo do bolo E o que o mestre mandar fazer Faremos ao contr rio 242 por um apelido O professor iniciou uma gritaria com o aluno e p s metade da turma para fora de sua aula N o apenas por esse motivo mas a rela o desse professor com os alunos se tornou insustent vel culminando na decis o do conselho de escola de exigir a inscri o desse professor no processo de remo o preciso compreender o processo de conflito entre professores e alunos tamb m pelas l gicas apresentadas pelos professores Essas l gicas sempre remetem s condi es em que os professores trabalham a forma o d
147. UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESP RITO SANTO CENTRO DE EDUCA O FISICA E DESPORTOS PROGRAMA DE POS GRADUA A O EM EDUCA O FISICA LEONARDO LIMA RODRIGUEZ INSERIR A EDUCA O F SICA NO CURR CULO UMA PR TICA PEDAG GICA REALIZADA NO COTIDIANO VIT RIA 2008 LEONARDO LIMA RODRIGUEZ INSERIR A EDUCA O F SICA NO CURR CULO UMA PR TICA PEDAG GICA REALIZADA NO COTIDIANO Disserta o apresentada ao Programa de P s Gradua o em Educa o F sica do Centro de Educa o F sica e Desportos da Universidade Federal do Esp rito Santo como requisito parcial para a obten o do Grau de Mestre em Educa o F sica na rea de concentra o em Educa o F sica Curr culo e Cotidiano Orientador Prof Dr Valter Bracht VIT RIA 2008 Dados Internacionais de Cataloga o na publica o CIP Biblioteca Central da Universidade Federal do Esp rito Santo ES Brasil Rodriguez Leonardo Lima 1981 R696i Inserir a Educa o F sica no curr culo uma pr tica pedag gica realizada no cotidiano Leonardo Lima Rodriguez 2008 291 f il Orientador Valter Bracht Disserta o mestrado Universidade Federal do Esp rito Santo Centro de Educa o F sica e Desportos 1 Educa o f sica Curr culos 2 Escolas 3 Ensino Curr culos 4 Pr tica de ensino Bracht Valter 1957 II Universidade Federal do Esp rito Santo Centro de Educa o F sica e Desportos Ill T tulo
148. a o dos sistemas de ensino tem em rela o pr tica pedag gica mais percept vel nas pol ticas curriculares e tamb m como essa pr tica pedag gica limita as prescri es oriundas dessa administra o o que denota resist ncias que recaem sobre o curr culo muitas vezes alterando as caracter sticas desse curr culo e criando uma maneira de fazer espec fico no cotidiano escolar atrelado aos interesses imediatos dos sujeitos escolares 69 CURR CULO PRESCRITO CURR CULO APRESENTADO AOS PROFESSORES lt gt administrativo CURR CULO MODELADO PELOS PROFESSORES Condicionamentos escolares Campo econ mico pol tico social cultural e ENSINO INTERATIVO i CURR CULO EM A O Esquema 4 Estrutura do curr culo no processo de seu desenvolvimento de Sacrist n 2000 adaptado pelo autor LLR Evidenciando os professores nas aulas suas formas de fazer que declaram suas idiossincrasias o que vivenciado nos encontros sociais que a EF proporciona sugere diferentes maneiras de usar os espa os escolares na concep o de Veiga Neto 2002 Essa posi o est baseada nas possibilidades em se operar com o cotidiano o qual busco compreender com o aux lio de Certeau Esse autor prop e uma subvers o da an lise dos produtos culturais devido vis o descentralizada que possui em rela o cultura n o admitindo a cultura erudita como o significado ltimo de cultural aler
149. a comunidade Por mais que a constru o de uma escola demande estudos e vise a melhorias para a comunidade n o se pode descartar o impacto de se retirar da comunidade um espa o de lazer Por essa raz o digo que h quest es contradit rias pois como j afirmei essa escola um elemento fundamental para as comunidades que ela atende por outro lado patente a escassez de espa os de lazer no bairro tanto que o hist rico da escola envolve certos desentendimentos entre membros da comunidade e ela como invas es por exemplo talvez isso justifique a presen a dos vigias nas escolas muito embora a rela o com a comunidade segundo os contatos que fiz esteja sem problemas atualmente Atualmente a regi o em que a escola est inserida possui 20 espa os de lazer por m apenas 1 espa o de lazer est situado no bairro da escola uma pra a com brinquedos e uma quadra Outro ponto que poderia corroborar o acesso da comunidade a esse espa o seria a inscri o da escola no Programa Escola Aberta o que n o o caso Numa das minhas observa es na escola em dia de jogo do JEMVI pude ver que membros da comunidade estavam esperando os jogos 8 N o tenho o interesse de desenvolver neste estudo a discuss o sobre o lazer compreendendo que o termo espa os de lazer est relacionado a locais p blicos destinados a pr ticas esportivas e outras atividades que motivam o encontro social o divertimento e a descontra
150. a organiza o de seu trabalho e fazer da pr tica dos professores apenas uma das possibilidades de interpreta o para a apreens o da forma como a EF tem sido inserida em ambas as situa es 23 apresentadas pelos Informantes mas tamb m nas possibilidades te ricas apresentadas por Sacrist n 2000 e nas indica es de Stake 1998 como ponto de partida para a minha entrada nas escolas pois precisava apresentar um discurso mais ou menos l gico e preciso sobre os interesses desta pesquisa que convencesse os sujeitos escolares a colaborarem Precisamente nesse momento iniciei o desenvolvimento de um dos elementos mais importantes da pesquisa o tema da inser o Percebi que estava tratando o termo inser o de maneira impessoal e que segundo as primeiras informa es sobre as pr ticas dos Professores J e M precisava desenvolver uma l gica que conectasse a a o desses professores maneira como a EF se inseria nas escolas Passei a perseguir as seguintes quest es como a EF tem sido inserida pela pr tica de dois professores em situa es concretas distintas Que caracter sticas manifestam as Educa es F sicas que esses dois professores se prop em a organizar Que a es desses professores contribu ram para a formata o do tipo de EF em cada uma das escolas Como as trajet rias desses dois professores nas escolas das Educa es F sicas e das pr prias escolas podem oferecer condi es concretas para a compr
151. a os e as normas de conduta que recai sobre os alunos h que se afirmar que nos espa os tempos organizados pela EF t m sido criadas condi es de resist ncias a algumas dessas determina es sem que todos esses movimentos se d em de maneira intencional Com isso afirmo que nos espa os tempos aulas de EF os sujeitos escolares t m 279 tido a possibilidade de vivenciar a utiliza o dos espa os de maneira espec fica t m superado os impedimentos quanto s formalidades do uniforme t m ultrapassado os limites temporais de t rmino da aula atividades Por m essas pequenas resist ncias n o podem ser tomadas como algo a mais do que realmente s o A abertura curricular foi manifestada quando o tempo da aula de EF foi ignorado perdurando a atividade em que os alunos estavam envolvidos no que o Professor M chamou de dia do brinquedo Os alunos ficaram envolvidos com suas atividades e o professor achou por bem n o interromper a atividade e pediu professora que permitisse que eles ficassem em aula junto com a outra turma que teria aula naquele hor rio O envolvimento dos alunos na atividade fez com que o tempo fosse realmente superado ao menos por um per odo O deslocamento dos alunos pela escola nas aulas de EF como uma op o por qual corredor passar ignorando a forma como a escola utiliza essa movimenta o em outros tempos assim como o fato de na aula de EF alguns alunos tirarem imediatamente a ca
152. a atitude do aluno foi tirar sua camisa ao que foi seguido por outros alunos que tamb m se descal aram Fotografias 13 Recep o calorosa dos alunos ao Professor M alguns tiraram suas camisas e cal ados Em algumas situa es esse processo de chegada e chamada era um pouco tumultuado nesses casos o professor garantia os seus procedimentos iniciais elevando a voz e se necess rio exigindo o posicionamento dos alunos em seus lugares Ao t rmino da chamada o professor procedia apresenta o das atividades lembrando dos conte dos que estavam sendo trabalhados Na apresenta o das atividades o professor destacava os objetivos e as regras utilizando na maior parte 263 das vezes o quadro para ilustrar algumas situa es da atividade Com as turmas de 1 e 2 s ries fazia uma apresenta o mais aberta das regras e objetivos da atividade j com os alunos de 3 e 4 s ries dependendo dos conte dos discutia elementos referentes s disposi es t ticas da atividade apresentando solu es de outras turmas realizando o compartilhamento dos avan os t ticos dos diferentes grupos O Professor M liberava os alunos de dois em dois pois acreditava que a fila n o dava certo Teve experi ncias de agress es entre os alunos entre outros conflitos que geravam problemas a ele Nessa maneira de conduzir os alunos para o local da aula ele ficava na porta e deixava com que os alunos seguissem pelos caminhos
153. a de 4 s rie participasse elaborando um livro mas o que foi retratado nesse livro destacou claramente o distanciamento entre esses dois professores j que os alunos fizeram men o a pr ticas distintas O Professor M iniciando sua fala sobre a trajet ria da escola disse que j est na escola h 12 anos logo ele professor de EF nessa escola desde quando ainda era anexo de outra escola da regi o Partindo logo para o processo como organiza seu trabalho hoje o professor disse que essa uma forma nova que vem sendo constru da ao longo do tempo Em sua fala frisou que as aulas que organizava assim como nas aulas de muitos outros professores a bola tinha sempre um papel central situa o que o incomodava A forma como trabalha hoje ent o partiu da necessidade de ressignifica o de sua pr tica pautando a para al m da utiliza o 248 das atividades com bola buscando assim ampliar as oportunidades de trabalho junto aos alunos O primeiro formato que elaborou veio de um desafio que ele imp s a si e aos seus alunos trabalhar seis meses sem a utiliza o de material nenhum Em suas palavras eu acho que eu precisava tamb m romper com a tradi o da EF da qual eu fazia parte e eu n o sabia como fazer diferente Foi um desafio tamb m que eu vi como necessidade para fazer um trabalho diferenciado com as crian as Entendendo que essa supervaloriza o das atividades com bola em especial as at
154. a importante para visualizar como vem ocorrendo a pr tica pedag gica dos professores de Educa o F sica e com isso possibilitar um di logo com as proposi es para a Educa o F sica escolar de modo a tensionar as reflex es em favor de uma pr tica poss vel e n o uma pr tica abstrata porque exclusivamente idealizada nem tampouco uma pr tica imobilizante e cristalizada porque eivada dos v cios e dos obst culos impostos pela realidade CAPARROZ 2001 p 204 205 grifo do autor Compreendo ser necess rio tratar de forma espec fica a rela o entre as tr s vertentes com base nas quais abordo o objeto j apresentado Caracter sticas dessas vertentes j foram ventiladas em trechos anteriores deste trabalho para que fosse poss vel ilustrar melhor as escolhas por mim realizadas O que venho chamado de modelo te rico envolvendo as reas do curr culo a cultura escolar e o cotidiano vem da necessidade de apurar meus olhares sobre as duas escolas em que busquei compreender as pr ticas de dois professores tendo como foco as decis es diretamente relacionadas com as caracter sticas das aulas de EF para da retirar os elementos necess rios sobre a inser o desse componente curricular Chamo de necessidade de apurar olhares pois em minha forma o os elementos proporcionados pelos estudos dessas vertentes suscitaram cada vez mais condi es para que pudesse compreender a EF na escola Cada uma dessas vert
155. a manifesta o e influ ncia do curr culo em todos os seus est gios fazendo uma an lise das prescri es da administra o e identificando as caracter sticas que a EF tomara em Com rela o a isso vale a pena relatar a brincadeira feita pelo Professor M Esse um professor muito preocupado com a quest o da sa de e sabendo que eu sempre ia para as escolas de bicicleta disse que eu precisava pedalar mais por apresentar certo ac mulo de gordura no abdome Parece uma conversa irrelevante mas eu compreendi que minha presen a n o era um inc modo uma vez que ele fez essa brincadeira na sala dos professores espa o em que faz esse tipo de brincadeira tamb m com outros professores de maneira que me senti parte do grupo 26 ambas as escolas segundo as peculiaridades das interven es dos Professores J e M Uma quest o que n o se pode perder de vista que a aula ocorre dentro da escola portanto as v rias determina es que recaem sobre a escola t m um reflexo nas aulas Compreendo escola como uma institui o onde se encerram v rios tipos de determina es pol ticas sociais e culturais Um lugar de disputas de poder e legitima o de conhecimentos de veicula o de conte dos culturais mas tamb m do cultivo de valores constituindo um corpo de saberes Uma institui o permeada por contradi es e outros elementos que dificultam a apreens o de sua totalidade lugar onde s o vivenciadas domina es e r
156. a ou outra alternativa de a o nem sempre aos professores s o expostas alternativas mas uma forma de se efetivar o trabalho H tamb m a possibilidade de os professores n o conseguirem perceber as alternativas isso porque de certa forma internalizaram a forma como lhes foi apresentada a situa o em que est o enquadrados passando a ver as rela es poss veis por meio do curr culo como rela es naturais Como ensina Borges 1998 as escolas marcam a trajet ria de forma o dos professores e muito por apresentarem condi es que exigem deles o desenvolvimento de uma pr tica que lhes permita atuar com o m nimo de seguran a nessa hora que se percebe o valor dos saberes docentes principalmente aqueles que s o formados no desenvolvimento da experi ncia Esses saberes surgem da experimenta o e da avalia o das pr ticas docentes formando uma forma de agir e de se organizar na escola A valoriza o desses 62 saberes entre outros fatores tem subsidiado os esfor os de supera o da no o de professor como executor de tarefas motiva o pela qual v rios autores como j foi mencionado t m destacado a import ncia desse sujeito para a compreens o e mudan a do ensino A vis o do professor como funcion rio servidor p blico dependente cuja atua o est administrativamente controlada algu m que cumpre com uma tarefa estabelecida de fora uma configura o pol tica de seu papel
157. a pelo Professor J ao explicar que teve que sair muitas vezes no final do ano devido concomit ncia das finais de dois campeonatos em que suas equipes estavam inscritas por isso que voc me viu louco esse final de ano Complicou no final do ano agora As Olimp adas as finais do JEMVI foram basicamente em duas semanas em uma semana dez dias praticamente eu n o dei aula Isso complicado pra mim E a gente n o tem tanto essa retaguarda Ent o com esse trabalho que eu tenho com os professores de t explicando o projeto de entender o porqu dessa necessidade A dire o d muito apoio a pedagoga Tem professor falando de casos de outros professores de EF que a dire o tem uma verba municipal mas n o libera n o usa toda n o d lanche para os meninos Eu tenho liberdade de ir at a padaria eu tenho a liberdade de estar solicitando lanche dentro das normas da prefeitura ent o a gente tem bastante apoio bastante aceita o N o obstante a ocorr ncia dessas dificuldades no dia a dia do Professor J seu trabalho no projeto tem avan ado e ele tem investido na rela o desse projeto com a EF Isso se manifesta na justificativa do documento que ele apresentou para a 210 escola Muito do que comp e o dia letivo e muitas das informa es tratadas nas aulas de EF se reportam ao Projeto Desporto Escolar H uma interpenetra o do que ocorre no projeto nas aulas de EF durante as aulas o profes
158. a pelo seu bom desempenho na organiza o de equipes nos jogos estudantis por outro essa possibilidade n o deveria representar necessariamente que suas a es frente das equipes de alunos fossem pautadas em seus interesses manifestas por exig ncias e cobran as desrespeitosas aos alunos por parte desse professor 118 Outro exemplo remonta a uma especula o do Informante 2 mas que sinaliza a necessidade de cuidados ao considerar abordagens submetidas s caracter sticas de professores Esse informante afirmou haver professores na rede que defendem um tipo de educa o que se fazem conhecer por seus posicionamentos pol ticos transformadores mas que n o concretizam na sua pr tica pedag gica uma proposta coerente com seu discurso o que chamou de perfil do professor militante Em ambos os casos os professores s o conhecidos por situa es n o diretamente ligadas sua pr tica pedag gica s o classificados ou rotulados em grupos distintos de professores mas ambas as pr ticas pedag gicas s o desconhecidas Portanto pode se identificar que os professores n o foram indicados pelo que concretizam em suas escolas nas aulas de EF porque o que acontece nas aulas est fora do campo de vis o da administra o Todos esses sen es no entanto n o revelam nada mais que receios e cuidados acredito bem justificados que tomei para poder me aproximar de forma efetiva da pr tica dos professores e de s
159. a pr pria comunica o s vezes se conduzem em boa medida atrav s da 66 comunica o pessoal criando se uma trama psicol gica forte na qual todos ficam envolvidos e car ter social das tarefas remete ao alto poder socializador dos indiv duos pois atrav s delas se concretizam as condi es da escolaridade do curr culo e da organiza o que cada centro educativo O elevado n mero de vari veis que envolvem a pr tica docente aparece ao pesquisador como barreira para o estabelecimento de padr es e de racionaliza es a serem estabelecidas diretamente com o curr culo em a o Por essa condi o concentrar essas vari veis ou um n mero poss vel delas a sa da quando se busca a compreens o de tra os da vida da escola que exigem o estudo dessas vari veis sob pena de perder o significado das a es dos sujeitos Nesse sentido pode se configurar o ponto de vista para a quest o da estabilidade dos estilos docentes desde a perspectiva pessoal e coletiva o que nos leva a buscar as pautas que explicam sua poss vel racionalidade sua estabiliza o em padr es de conduta pedag gica sua coer ncia ou incoer ncia sua pr pria continuidade temporal SACRISTAN 2000 p 205 Sacrist n chama a aten o para o fato de que n o se deve tomar as a es dos professores como algo racionalmente calculado apoiado em crit rios est veis antes os professores agem segundo esquemas pr
160. a presen a de conhecimentos espec ficos desse componente no interior da escola conhecimentos esses valorizados pelo Professor M como esporte jogos brincadeiras e gin stica Essa condi o possibilita afirmar que h a EF tem angariado mais margem de influ ncia na produ o de cultura que se d na EMEF 2 j que h um cuidado e valoriza o dos conte dos culturais que s o tratados por esse componente Cuidado manifesto na manuten o das tr s aulas por turma na considera o da manifesta o dos interesses dos alunos por exemplo Valoriza o por conta de professores que atuam com outros componentes curriculares que aceitam fazer trabalhos coletivos com a EF identificando um conhecimento vivenciado na escola e levando para outros componentes a explora o das viv ncias que os alunos t m nas aulas de EF Avaliando a situa o da EF atual da escola o Professor M afirma que apesar da rotatividade de professores que j trabalharam com esse componente curricular possui um espa o de respeitabilidade muito maior do que em outros tempos Considera que essa situa o se configurou em parte pela postura que ele assumiu e tamb m pelos resultados que puderam ser observados Questionei o sobre o quanto dessa respeitabilidade da EF se sustenta independentemente da figura que o Professor M representa na escola tentando dividir com e minhas ang stias sobre a import ncia das caracter sticas pessoais do professor para
161. abalho trata de forma expl cita essa quest o de maneira que n o se exclui a subjetividade do pesquisador ao contr rio em certa medida a valoriza situando o pesquisador como um sujeito de desejo e com imperfei es sendo o preconceito um elemento ao qual precisam ser dedicados cuidados Macedo 2000 discorrendo sobre essa tem tica diz ser necess ria a suspens o dos preconceitos e que para isso ocorrer preciso t los expl citos Em outras palavras quanto mais se quer transcender os pr prios preconceitos para alcan ar de forma mais fidedigna as rela es que os sujeitos estabelecem entre si e com as institui es mais claros esses preconceitos t m de estar para o pesquisador mais d vidas devem ser colocadas a respeito dos posicionamentos e certezas do pesquisador no sentido de superar poss veis antecipa es que impossibilitariam a compreens o das situa es estudadas Dessa forma o pesquisador pode avan ar na supera o dos preconceitos para que seja poss vel chegar s representa es outras dos sujeitos implicados transcendendo as observa es objetivadas imediatas Para tornar esses desafios consequentes para o trabalho como uma forma espec fica de abordar as pr ticas dos professores J e M bem como o processo de registro an lise e interpreta o das caracter sticas das escolas decidi por enfrentar o que o professor Molina chamou de reconvers o ling stica Este um dos desafios deste trabalho
162. ada por mim como a extens o da fase de constru o do objeto indica a necessidade do meu contato com alguns elementos constitutivos da vida das escolas para que fosse poss vel dar continuidade ao trabalho O que chamo de deslocamento ent o representa escolhas e mudan as de foco para que fosse poss vel compreender o que me dizia o campo de estudo sobre a inser o da EF nas escolas Dessa forma encaro os deslocamentos como movimentos necess rios para que eu pudesse realizar um di logo entre as quest es inerentes ao objeto de partida estabelecido de forma mais abstrata e as realidades em que a EF era inserida Nesse sentido defendo a id ia de que o objeto no desenrolar da pesquisa foi passando de uma situa o de insufici ncia emp rica at chegar a um ponto em que fosse poss vel estabelecer um di logo o mais equilibrado poss vel com as vidas das escolas medida que o objeto sofria altera es toda a pesquisa era influenciada Sendo assim a pesquisa foi sendo impregnada com a concretude das escolas assumindo uma das caracter sticas fundamentais dos estudos do tipo etnogr fico a rela o equilibrada entre a teoria que fundamenta e a empiria que revela os contextos concretos de a o Segundo o que foi descrito no cap tulo anterior o objeto com o qual adentrei ao campo de pesquisa momento identificado pelas entrevistas com os Informantes da SEME PMV foi uma possibilidade em meio a uma grande oferta de si
163. ado puro antes quero afirmar que as escolhas feitas pelos professores s o elementos fundamentais para serem compreendidos se que se quer saber o que a EF tem concretizado nas escolas Chamo a aten o ent o para a grande dist ncia que pode haver entre o que tem sido programado ou desenvolvido a partir das prescri es curriculares e das produ es acad micas da EF e o que pode estar sendo efetivado na escola Considero que essa dist ncia possa ser superada ou se possa iniciar uma compreens o para posterior supera o por meio da identifica o das influ ncias que os professores de EF exercem sobre a inser o desse componente curricular Isso justifica cada vez mais a necessidade de compreens o das escolhas realizadas pelos professores nas escolas onde trabalham e de como as escolhas formatam a EF real pegando de empr stimo a l gica de curr culo real de Sacrist n assim como se destaca a import ncia da identifica o das situa es concretas em que esses professores est o inseridos 95 Outra quest o que se manifestou com o deslocamento da inser o da EF com a escola a partir do foco centrado na pr tica do professor diz respeito participa o de professores nas quest es pol ticas da escola De acordo com o Informante 2 os professores destacados pela participa o e engajamento em quest es pol ticas da escola n o guardam necessariamente rela o com uma pr tica pedag gica comprometida com uma inse
164. ais uma vez a colabora o dos informantes apresentando uma fala mais simples honesta e menos pretensiosa ante esses sujeitos Mais tarde deparei me com situa es que concorriam com as situa es selecionadas para este estudo outros professores de EF que atuavam concomitantemente com os professores que foram selecionados Isso me imp s o cuidado de deixar claro que o estudo n o era sobre a EF da escola ou do turno espec fico mas sim da forma como se inseria a EF por meio da pr tica do professor cujas aulas estavam sendo observadas Esses cuidados colaboraram muito para os encaminhamentos que foram feitos para as decis es que tomei dentro da escola Com o 96 desenvolvimento do trabalho nas escolas pude observar a influ ncia que os professores selecionados por meio de suas pr ticas exerciam sobre os demais professores de EF que atuavam junto com eles por serem os Professores Je M remanescentes dos grupos fundadores da escola sendo suas pr ticas institucionalizadas conhecidas pelos outros professores pelos alunos e por meio das indica es por agentes da SEME PMV O processo de indica o feita pelos dois Informantes foi semelhante Na maior parte das designa es realizadas os informantes se lembravam de professores espec ficos e de onde trabalhavam identificando as caracter sticas principais desses professores o que funcionava como justificativa Outra forma muito utilizada pelos Informantes foi a li
165. alguns limites determinando organiza es diferentes Como exemplo disso cito a organiza o em trimestres enquanto no projeto da escola h a indica o de que o ano letivo seria dividido em bimestres Toda essa estrutura marca a vida escola s o a es concretizadas interferem na organiza o da escola e no funcionamento dos componentes curriculares representam influ ncia na aprendizagem dos alunos O primeiro ponto que sinalizo 160 a a o dos funcion rios de limpeza e seguran a Tendo suas a es delimitadas nos documentos contribuem para a organiza o e apresenta o da escola o que considero fundamental para a valoriza o e respeito aos alunos A aquisi o de materiais did ticos tamb m favorecem o trabalho pedag gico seja nos materiais esportivos que atendem s demandas dos professores seja nas atividades extra sala de aula como inform tica biblioteca e mais recentemente a r dio da escola seja nos quadros brancos superando os lousas e o giz o que indica preocupa o e aten o s situa es de sa de pelo oferecimento de condi es mais favor veis As manuten es e reformas foram observadas durante praticamente todo o per odo em que estive presente na escola corroborando as proje es feitas no plano bienal Outro fator percebido diz respeito utiliza o dos espa os nos tempos escolares Nesse sentido pude observar que a organiza o da escola prescindiu da utiliza o de
166. alunos de suas autobiografias para que fosse percebido o est gio de desenvolvimento da escrita A escola ent o iniciou o trabalho expondo as autobiografias dos professores corpo t cnico e diretora no p tio da escola passando aos alunos o material onde deveriam escrever suas autobiografias Cada professor ficou respons vel por ler as autobiografias dos alunos de uma dada s rie preencher uma tabela sobre o est gio de escrita individual dos alunos Para que isso acontecesse os professores receberam um treinamento a fim de identificar elementos na escrita dos alunos baseados no trabalho de Em lia Ferrero A pedagoga me informou que o Professor J estava encarregado de ler os trabalhos da 8 s rie Depois desse primeiro bate papo a pedagoga me mostrou parte das depend ncias da escola e me apresentou a alguns funcion rios professores coordenadoras outra pedagoga e fomos at quadra procurar o Professor J Nesse momento ela j me apresentava como um professor de EF mestrando que iria realizar uma pesquisa na escola De certa forma esse entusiasmo n o era acompanhado pelas outras pessoas a quem ela me apresentava Destaco aqui a outra pedagoga respons vel pelo trabalho com as turmas de 12 a 4 s ries ou seja envolvendo as turmas da professora de EF e apenas uma turma do Professor J Ela sempre se mostrou muito ocupada a reuni o que eu havia marcado com a Pedagoga R por exemplo fora marcada pensando na presen a d
167. alunos gozar de experi ncias no mbito social dar um conhecimento m nimo mesmo do hist rico das regras e de como esse esporte foi desenvolvido Quando eu tenho a oportunidade a gente utiliza a sala de v deo a sala e outros espa os para estar trabalhando isso A forma como esse professor expressou lidar com esses objetivos revela o fator de import ncia que a trajet ria da escola tem na maneira como ele organiza a EF na escola Os objetivos que ele foi tra ando para as turmas na sua entrada na escola foram sendo transformados na introdu o de seu trabalho com todas as turmas e s o sempre recobrados quando necess rio O acesso da comunidade ao esporte e conhecimento das caracter sticas dessa comunidade tamb m figuram fortemente na fala do Professor J at hoje ao situar a import ncia do oferecimento do esporte para as comunidades que a escola atende 171 Nos pontos que o Professor J citou pode se perceber a tentativa de supera o de situa es para ele problem ticas seja a rela o professor aluno seja as tentativas de estabelecer um trabalho coletivo com outros professores seja divulga o do esporte nas comunidades que s o atendidas pela escola O esporte ent o aparece como ponto de converg ncia para que seja poss vel o alcance desses objetivos J que no imagin rio do professor os alunos gostam do esporte por meio do esporte pode motivar os alunos nos trabalhos escolares Ao mesmo tempo
168. antes alternativas diante das peculiaridades e exig ncias do objeto na medida em que auxiliaram na compreens o da maneira como ven las cosas los actores las personas estudiadas Y por ltimo es probable que las interpretaciones del investigador reciban mayor consideraci n que las de las personas estudiadas sin embargo el investigador cualitativo de casos intenta preservar las realidades m ltiples las visiones diferentes e incluso contradictorias de lo que sucede STAKE 1998 p 23 Tornou se fundamental ao chegar s escolas ambientes ricos em situa es e caracter sticas identificar os vest gios do que se constituiria em fontes indel veis de informa es imprescind veis para as respostas s minhas quest es Por isso busquei identificar que rela es que vest gios produzidos no dia a dia das duas escolas poderiam ser retratadas para atingir meus objetivos O Professor Dr Vicente Molina Neto em uma palestra discorreu sobre os compromissos que pesquisadores precisavam ter ao abordar de forma n o convencional seus objetos de estudo Nessa oportunidade falou sobre os riscos de se assumir uma forma alternativa de produ o de conhecimento por meio de m todos cient ficos emergentes atuando como um esfor o dial gico entre as diferentes formas de conhecer com inten o de estabelecer um contato respeitoso e especialmente uma rela o n o verticalizada entre a escola e a universidade Muitos cuidados a
169. aqui citados rapidamente 41 surgem v rios fatores a considerar para identificar suas caracter sticas bem como as raz es para ela apresentar tais caracter sticas em vez de outras Portanto faz se necess rio recorrer a um conceito que permite falar de maneira abrangente da EF na escola deixando margens necess rias para que esta se diferencie em suas caracter sticas segundo as vari veis dos contextos onde inserida falo do conceito de matriz disciplinar Develay 1995 citado por Monteiro 2001 e Gar glio 2005 discute as caracter sticas internas que um componente curricular pode tomar a partir da interven o do estudo dos saberes dos professores que atuam em sua organiza o S o elencados diferentes saberes docentes que fundamentam a a o dos professores como determinantes para a configura o de um componente curricular Develay advoga que a ess ncia da nova profissionalidade dos professores o dom nio dos saberes que ensinam dom nio este que para ele de natureza epistemol gica ou seja corresponde a um olhar cr tico sobre os princ pios m todos e conclus es de uma ci ncia Para Develay o olhar epistemol gico reflexivo possibilitando que seja elevado o status do saber produzido na escola pelos professores saberes da pr tica como diria Tardif gerando um saber de alto n vel que o profissional deve oferecer atrav s dos muitos conte dos que ensina N o o resultado de uma acumula
170. ar tanto corpo como o movimento A EF tematiza conte dos culturais criados em espa os tempos de lazer e trabalho pr ticas corporais que provocam emula es sentimentos rela es e movimento uma constru o social fruto das media es e 49 rela es de homens mulheres e crian as historicamente em pr ticas sociais espec ficas tais como jogo esporte dan a capoeira luta Interessa se no sentido significado que o movimentar se possui e que mediado simbolicamente o coloca no plano da cultura por isso o mover se entendido como linguagem Essa especificidade da EF faz retomar a discuss o j feita por Veiga Neto 2002 e Silva 2000 Neste caso esse componente curricular s pode ser ao menos teoricamente isolado tendo destacadas suas peculiaridades pois o curr culo como mais se tem experimentado foi inventando segundo conting ncias sociais que o dotaram de um formato disciplinar setorizado por uma reparti o de diferentes epistemologias Como veremos no decorrer do texto a EF oferece uma forma espec fica de utiliza o dos espa os nos tempos curriculares que lhe s o atribu dos Nas duas escolas onde realizei parte desta pesquisa pude averiguar que a maior quantidade de movimentos que os alunos faziam na escola eram vivenciados nas aulas de EF Por isso chamo a aula de EF como um espa o tempo espec fico mpar dentro da escola Por conta das caracter sticas dos materiais e dos espa os d
171. arga experi ncia como professor em academias de gin stica trabalhando com a pr tica de muscula o Um dos pontos abordados de maneira contundente pelo professor sobre as discuss es sobre o ensino da EF consiste numa cr tica ao chamado movimento renovador da EF ao que ele chama de desbiologiza o da EF Em sua forma de pensar as cr ticas desse movimento renovador aproxima o dos interesses da performance alto rendimento culminaram numa concep o de EF 273 voltada para as quest es das ci ncias humanas negando a dimens o biol gica do homem No entanto ao analisar sua pr tica no que tange sele o cultural em nenhum momento percebi a sele o de conte dos ou a sistematiza o de experi ncias destacando quest es como atividade f sica e sa de e for a por exemplo Ao contr rio pode se dizer que o Professor M vem trabalhando eminentemente com os conte dos tradicionais da EF Compreendo essa tend ncia como influ ncia da forma o inicial do Professor M contando com a l gica dos jogos pr desportivos e da psicomotricidade com os livros em que ele tem buscado id ias para atividades por exemplo 200 jogos infantis de Nicanor Miranda e com o que os alunos trazem como experi ncia deles levando em considera o que esse professor atua h muito tempo com as s ries iniciais do Ensino Fundamental Acredito que seja dif cil buscar outros conte dos para serem trabalhados pois a seguran a e expe
172. arotada faz um movimento muito legal l mesmo A secret ria l a gente fala que ela faz um l bi para a EF s vezes ela liga pra pedir algum material dizendo P vamo d for a vamo d g s que aqui funciona Pois a gente percebe que h um envolvimento uma fala nica l a respeito da EF Essa escola na fala do Informante 1 uma escola que p ra quando vai acontecer algum evento esportivo querendo dizer que a escola se envolve com o que de alguma forma a EF traz para o seu interior Esse termo p ra interessante pois possibilita uma s rie de interpreta es por exemplo esse parar significaria um 115 tempo no desenvolvimento dos trabalhos pedag gicos da escola Nesse caso um evento esportivo seria extra escolar fora do compromisso pedag gico da escola Por outro lado parar pode ser tamb m compreendido como a aceita o desses eventos pela escola como sendo parte integrante de suas responsabilidades junto comunidade e aos bens culturais J o Informante 2 diz que eles provocam muitas coisas com o JEMVI agora eu n o sei na aula mas evidenciou o tempo de atua o do Professor J na escola bem como sua boa rela o com o corpo t cnico da escola Optei portanto por essa escola por acreditar ser interessante ter conhecimento da forma como a EF se insere naquela realidade escolar que tem o esporte como uma forte express o identificando em que medida o desenvolvim
173. articipa o do Professor J em projetos ou em atividades desse tipo Sinalizo por m que essa situa o pode produzir uma falsa valoriza o para a EF por ocupar um papel importante em momentos festivos do curr culo fazendo com que esse componente seja valorizado n o pelo que mobiliza dia a dia na escola no desenvolvimento do curr culo mas sim por cumprir com algumas tarefas pontuais espalhadas do calend rio escolar Toda essa quest o permitiu a identifica o de certo inc modo que o Professor J tem sentido em rela o valoriza o da EF na escola N o tive a compet ncia para compreender quanto desse inc modo foi gerado pela minha entrada e perman ncia na escola j que essa quest o da afinidade do Professor J com o esporte foi determinante para o meu interesse em pesquisar sua pr tica Por outro lado durante o processo das observa es no ano letivo de 2007 esse professor iniciou um curso 230 de especializa o e um curso sobre o atendimento a alunos com defici ncia visual o que denota um investimento em sua forma o Por conta desses fatores acredito que o Professor J tem questionado essa posi o que a EF tem ocupado na escola por mais que esses questionamentos ainda n o estejam manifestados claramente em sua pr tica di ria em suas aulas Sobre essa quest o destaco os desencontros contidos na fala desse professor e nos elementos de sua pr tica Ao mesmo tempo em que percebe a EF na escola
174. as Assim concluo que o esfor o de compreens o pode ser efetivado por mais da articula o de variados elementos tais como decis es escolhas comportamentos oportunidades prefer ncias obriga es desvios resist ncias por meio desses elementos que os sujeitos de forma consciente ou n o manifestam seu querer seus desejos suas fragilidades suas compet ncias e incompet ncias pois eles indicam um caminho para recuperar as motiva es e os significados que esses 80 sujeitos atribuem s suas pr ticas Essa recupera o visa a superar objetiva es advindas de um olhar mais detido nas rela es do presente vistas segundo uma l gica de causa efeito Superar essa rela o de causa efeito remete a um entendimento mais processual valorizando as trajet rias da EF na escola da escola e do professor na escola e de sua forma o Em suma o esfor o de compreens o proporciona uma forma de retratar as situa es estudadas identificando como se materializam as a es dos sujeitos implicados nas situa es bem como os impactos de suas decis es no contexto escolar Vale ressaltar que nessa perspectiva de pesquisa os sujeitos escolares tomam um papel de co autoria nas interpreta es juntamente com o pesquisador Isso n o quer dizer que o pesquisador n o tenha ou deva ter autonomia para discordar mas sim que os sujeitos pesquisados s o chamados a colaborar com o desenvolvimento da pesquisa sendo as possibilida
175. as d vidas e incoer ncias da vida cotidiana Por essa raz o torna se fundamental compreender que a ambiguidade gerada por essas diferentes formas de ver o objeto centralizando aqui minhas percep es e os significados atribu dos pelos sujeitos escolares n o quer dizer aus ncia de sentido mas multiplicidade conflitiva de sentidos e de l gicas Justamente por esse exerc cio que penso ser poss vel compreender os diferentes sentidos atribu dos EF na escola pelos professores pedagogas e alunos ao inv s de contrap los a um sentido sublime abstrato e pretensamente correto Coerentemente com a forma como abordei as quest es referentes l gica terminol gica desta pesquisa fiz a escolha por colaboradores e informa es ao inv s de popula o amostra e dados Preferi tratar desses dois termos conjuntamente pois percebo que entre eles h uma liga o fundamental A id ia de colaboradores possui uma dupla dire o primeiro s o os sujeitos de uma dada situa o das escolas no caso deste trabalho que concordaram em participar de uma pesquisa que inicialmente estava permeada de quest es que n o levavam em conta os interesses desses sujeitos de modo que eles ao entrarem em contato com os interesses do pesquisador assumiram compromissos com o intuito 87 de colaborar com o trabalho segundo essa dire o situa o pesquisador tamb m como um colaborador de maneira que as reflex es por ele d
176. as mais precisamente no que diz respeito utiliza o e organiza o dos espa os e dos tempos escolares e s pr ticas vivenciadas nos espa os comuns aspectos analisados segundo as peculiaridades da organiza o da EF na escola ressaltando assim algumas contribui es no sentido de trazer para a escola pr ticas espec ficas por conta do tipo de organiza o desse componente Ressalto a import ncia do nexo criado entre cultura escolar e cotidiano pois a l gica apresentada evidencia algumas consequ ncias da intera o entre os sujeitos escolares n o apenas nas aulas de EF mas tamb m em outros tempos escolares como entrada na escola recreio deslocamento dentro da escola pr ticas disciplinares referentes corre o de condutas utiliza o dos espa os sala de aulas quadra p tio reas externas biblioteca entre outros Essas consequ ncias s o tomadas como pr ticas de utiliza o dos espa os e do tipo de intera o que s o possibilitadas permitidas e vivenciadas nas escolas sendo a EF respons vel pela organiza o de espa os tempos espec ficos que possibilitam intera es espec ficas Logo o tipo de organiza o que se d em cada escola EF reflete nas vidas das escolas em pr ticas diferentes na produ o de culturas de EF diferentes em possibilidades de contribui o da EF diferentes Sendo assim quando determinar as contribui es luz da maneira como organizada a EF nas es
177. as comunidades atendidas pela escola o n vel cultural dos familiares e ou indiv duos que est o em contato com os alunos a quest o da indisciplina a incompatibilidade de valores entre outros fatores No entanto parte desses elementos s o parte do posicionamento dos professores principalmente quando afirmam que os conflitos s o uma consequ ncia do tipo de envolvimento do aluno com as quest es da escola Nesse sentido os alunos que precisam se adequar aos diversos e diferentes crit rios estipulados de maneira mais ou menos expl cita por professores e demais agentes escolares As rela es que presenciei nos corredores da escola em certa medida contribuem na composi o desse quadro Em algumas oportunidades pude observar uma coordenadora de turno agir de maneira rude com alguns alunos com o intuito de solucionar problemas referentes disciplina Sentado em um banco no p tio coberto no momento em que as turmas voltavam em filas das formas para as salas de aula presenciei uma cena bastante marcante uma professora e uma das coordenadoras penalizavam a todos os meninos de uma s rie porque no momento da forma estavam fazendo bagun a e n o obedeceram aos comandos da professora A coordenadora disse que a professora podia entrar com a fila das alunas e que os alunos ficariam de p at aprenderem a ficar corretamente em fila 243 Fotografia 10 Ca
178. as deixadas pelas observa es das aulas Com as entrevistas tem ticas busquei uma compreens o mais ampla do que est sendo observado visando ao resgate de elementos hist ricos que marcaram foram marcados pelos Professores J e M tomando a aula fato que presenciei como fruto de trajet rias que se cruzam marcando no cotidiano das escolas as possibilidades de inser o da EF que interessam a este estudo Ap s as entrevistas as conversas do dia a dia passaram a considerar as informa es que haviam sido reveladas e que eram tomadas como ponto de partida para um exerc cio m tuo de interpreta o caracterizando um fluxo mais ou menos cont nuo e coerente de conversas e interpreta o das quest es que se colocavam Com o objetivo de me desvencilhar das determina es das poss veis formas de desenvolver as entrevistas busquei as caracter sticas dessas t cnicas que mais se adequavam s necessidades imediatas que percebia tais como e permitir que fossem elaboradas narrativas de vida autobiografias dos professores intentando com eles compreender experi ncias relevantes para 126 os temas discutidos nas entrevistas e de maneira significativa buscar as defini es que pudessem ser desenvolvidas em rela o aos temas citados e chegar ao conhecimento de acontecimentos e de atividades que n o s o diretamente observ veis segundo as interpreta es dos professores em rela o s experi ncias que vi
179. as vezes nesse contato a coordena o receber informa es sobre o envolvimento dos alunos entre outros relatos A partir disso ele passou a destacar algumas situa es indicando professores que desempenhavam suas pr ticas evidenciando as EF em suas escolas O Informante 2 professor de EF atua na rea de Assessoria Escolar tamb m da Ger ncia de Ensino Fundamental O primeiro informante organizou suas indica es seguindo certas caracter sticas que n o privilegiavam o que era concretizado nas aulas de EF por essa raz o ao perguntar a ele sobre essas aulas preferiu indicar outro informante Encarei essa indica o como mais uma contribui o que traria outra opini o sobre as escolas talvez apresentando outra forma de indica o e a possibilidade de construir outro mapeamento sobre a EF das escolas da rede de Vit ria Al m dos tr s momentos pelos quais passou o Informante 1 ao Informante 2 tamb m foram feitas perguntas sobre a rela o da EF com o JEMVI Jogos Escolares Municipais de Vit ria que surgiu como um elemento relevante durante o desenvolvimento da entrevista O segundo entrevistado afirmou ter dificuldade em realizar as indica es em virtude de alguns fatores rotatividade dos professores devido ao processo de remo o que ocorre no fim do ano elei es para diretores proporcionando uma mudan a no grupo de trabalho das escolas mudan a de algumas pedagogas que muitas vezes articulam o t
180. aso da Pedagoga M que atuava em outra EMEF meu contato se restringiu ao dia da entrevista Para Stake 1998 deve se utilizar a entrevista para dirimir quest es de dif cil compreens o e em situa es que gerem d vidas em rela o s interpreta es 125 Whyte 2005 relata em sua experi ncia que certas d vidas possivelmente possam ser respondidas com a sequ ncia das observa es num coment rio feito numa conversa podendo evitar poss veis constrangimentos criados pelas entrevistas Considerando as possibilidades de utiliza o dessa t cnica e as necessidades deste estudo a exemplo do que fiz com a observa o estipulei as entrevistas tem ticas visando a adequar s necessidades do estudo as caracter sticas dos diferentes tipos de entrevista A estrutura o das entrevistas foi desenvolvida segundo a demanda de reconstruir alguns elementos das trajet rias dos professores das Educa es F sicas e das escolas visto que com os deslocamentos ocorridos a maior aten o as aulas exigiu considerando tamb m as indica es de Sacrist n e Certeau que fossem acessados alguns arquivos para al m das objetividades registradas em documentos como as prescri es projetos pedag gicos da escola outros projetos leis municipais entre outros e as percep es advindas das observa es Por isso as entrevistas t m servido tanto para a compreens o dessas trajet rias como para a compreens o das lacun
181. ateriais da EF juntamente com outros materiais Situam se no Bloco 2 a secretaria a sala da dire o uma sala para planejamento banheiro de funcion rios e a sala dos professores Situam se no Bloco 3 todas as salas de aula laborat rio de 7 Esse um ponto importante percebi que o Professor M tem muitas inquieta es n o apenas referentes ao ensino na EF mas tamb m a v rios elementos que auxiliavam na reflex o das rela es estabelecidas na escola Iniciei a compreens o de que esse professor sentia falta de algu m para debater com ele temas sobre Educa o e EF 236 inform tica A escola possui um amplo refeit rio p tios coberto e descoberto um terreiro amplo onde inclusive ficavam estacionados alguns carros um campo gramado chamei de campo gramado porque havia disposi o duas balizas de futebol e a quadra coberta essa com marca es poliesportivas balizas de futsal e tabelas de basquetebol As aulas de EF al m de serem realizadas na quadra coberta eram organizadas tamb m pelo Professor M no terreiro e campo gramado o que o professor chamava para os alunos de aula l embaixo j que a quadra coberta ficava um n vel acima desses outros espa os Q QUADRA BLOCO3 COBERTA iwo O WC WC 3 DJ L I P TIO COBERTO REFEIT RIO TERREIRO BLOCO 1 BLOCO 2 Esquema 8 Ilustra o da estrutura da EMEF 2 Durante a minha perman ncia na escola pude acompanhar
182. b a forma de notas de campo nesse sentido mais pr prio seria chamar de n o dados chamar de cenas do teatro da vida MILES HUBERMAN citados por SARMENTO 2003 Todos esses fatores concatenados considerados tamb m os contextos sociais culturais pol ticos e econ micos remetem ao quadro complexo em que as duas escolas est o situadas no qual como pesquisador produzi as informa es necess rias ao estudo Nesse sentido a l gica de forjar as informa es n o torna falsas as informa es mas as toma como fruto de escolhas prefer ncias e contatos meus com os sujeitos e com os referenciais te ricos que possibilitaram certa sensibilidade para alguns pontos de maneira que reconhe o terem escapado algumas informa es por falta de sensibilidade ou porque as rela es que estabeleci me levaram a perceber certos elementos em detrimento de outros sem contar com as escolhas feitas por considerar uns mais interessantes que outros Portanto afirmo que o levantamento das informa es n o nada mais que o registro da vida ao vivo MACEDO 2000 possibilitado pela combina o casual e paradoxalmente propositada de fatores que calharam na forma o de um bojo de informa es com as quais trabalhei Outro pesquisador levantaria outras quest es e utilizaria outras formas de captar as vidas das escolas chegando a informa es diferentes uma vez que uma das fun es da teoria proporcionar fei o e dinamizar os i
183. buscar sucesso recebendo a aprova o do Professor J Nesse sentido atribuo o aumento da diretividade por parte desse professor nessa situa o busca da cria o de um ambiente mais control vel e previs vel proporcionando a ele maior controle sobre excessos na medida em que exigia maior compromisso dos alunos ante a apresenta o de atividades com contornos mais delimitados Isso se deve ao fato de que ele em sua avalia o viu a necessidade de uma melhor organiza o da aula e da apresenta o das atividades de maneira mais clara evitando dispers es e a cria o de situa es problem ticas dentro das aulas ou que representassem um 196 potencial abalo rotina da escola o que provavelmente resultaria numa situa o constrangedora perante outros sujeitos escolares As observa es e conversas com o Professor J e com os alunos possibilitaram a identifica o de outros aspectos da organiza o das aulas que auxiliam na compreens o da organiza o da EF encaminhada por esse professor Falo dos seguintes aspectos procedimentos iniciais rela es interpessoais rela o com o conhecimento e atividades das aulas Os procedimentos iniciais dizem respeito ao primeiro contato do professor com os alunos s primeiras informa es sobre a aula compreendendo informes a chamada avisos e cobran as No caso das aulas observadas na pr tica do Professor J observou se que esse professor atende ao disposto do re
184. colas estarei me referindo a essa rela o interpreta o ao meu exerc cio como pesquisador n o a um reconhecimento dos sujeitos escolares a respeito dessas contribui es Acredito inclusive que a identifica o dessas contribui es seja uma contrapartida desta pesquisa s escolas iii Fa o essa restri o pois n o presenciei as pr ticas escolares possibilitadas nos espa os tempos organizados por outros professores no desenvolvimento de outros componentes curriculares 133 O trabalho dos professores n o pode ser destacado do desenvolvimento social mais amplo Com isso preciso frisar que o exerc cio de contextualiza o das pr ticas desses professores atendem a quest es que visam ao atendimento do objeto O tipo de inser o da EF percebido nas duas escolas n o tomado como um esfor o solit rio dos professores ou um voluntarismo da parte deles mas tamb m como fruto de um emaranhado de movimentos no quadro social mais amplo que ao se especificarem acabam solapando suas pr ticas dentro das escolas A esse respeito ganham vulto as seguintes quest es e as referentes s influ ncias a que os professores foram submetidos em seus processos de forma o considerando aqui o contexto de forma o e suas escolhas e formas de relacionamento com esses contextos e as caracter sticas da organiza o da EF como resultado da tens o entre uma vis o objetiva e outra subjetiva da pr tica dos professores in
185. complementa as contribui es dos elementos que os estudos da cultura escolar e do cotidiano apresentam esses ltimos agem de maneira suplementar ao que expus sobre os estudos do curr culo agem como fatores significantes ao apresentarem crit rios e elementos das vidas das escolas como possibilidades curriculares Discorrendo sobre o potencial da pr tica Sacrist n 2000 p 202 diz que ela est pautada em elementos que transcendem as prescri es curriculares o que pode ser percebido nos processos de mudan a curricular quando certas pr ticas aparentam ser resistentes como se possu ssem autonomia funcional A pr tica pois se configura por outros meios determinantes para al m dos curriculares A pr tica tem um esqueleto que mant m os estilos pedag gicos a servi o de finalidades muito diversas O curr culo se expressa em usos pr ticos que al m disso tem outros determinantes e uma hist ria grifo meu Com isso ao abordar a realidade das pr ticas curriculares percebi que estas se materializam em elementos tamb m interessantes aos estudos sobre cultura escolar assim como a hist ria das pr ticas 60 escolares A cultura escolar se constitui tamb m como uma possibilidade de interse o com os estudos sobre o cotidiano quando sugere que os sujeitos estudados s o hist ricos frutos n o s de determina es externas mas tamb m de autodetermina es por mais que as primeiras sejam mais evidentes
186. compreender as motiva es para ingressar num curso superior e a forma como organiza seu trabalho Sobre as bases e a seguran a diante dos desafios de seu trabalho considera os elementos do curso que fez na sua forma o como os mais influentes para a sua carreira de professor Nesse sentido quando respondeu ao 200 questionamento acerca da sua rela o com o esporte afirmou que a maior influ ncia veio da sua forma o inicial Rapaz eu nem tinha inten o de fazer EF eu a minha id ia inclusive era ser contador Eu fiz meu curso m dio em contabilidade e eu adorei o curso E engra ado porque na poca eu n o fiz contabilidade pois eu tinha uma letra muito ruim e os livros eram todos escriturados Eu n o vou fazer isso n o cara porque ficar escriturando eu escrevo mal pra caramba Mas eu sempre a n vel de esporte eu fiz quase de tudo na adolesc ncia fiz futsal fiz voleibol um pouquinho de basquetebol joguei handebol na escola competi mas o que eu mais me dediquei mesmo foi o atletismo N o por acaso o que eu me dedico um pouco mais hoje com um trabalho que eu tenho fora da escola uma escolinha de atletismo com inicia o inclus o e com um treinamento quase de alto rendimento porque o trabalho t come ando agora trabalho realizado em seu outro emprego para outra prefeitura Ent o essa no o que eu tive inicial com o esporte influenciou muito mas eu n o acredito pra mim ela n
187. confirmou a presen a do professor e informou o nome das pedagogas Considero esse primeiro contato com a escola importante na medida 146 em que me deixou familiarizado com aspectos da escola permitindo um contato menos acanhado mais enturmado com os sujeitos da escola No segundo contato com a escola ter a feira dia 13 de mar o de 2007 tamb m pelo telefone tinha o intuito de marcar dia e hor rio para uma visita com as pedagogas para informar sobre o interesse de desenvolvimento de uma pesquisa e pedir a permiss o para essa realiza o Fui atendido pela Pedagoga R que ficou interessada em me receber no dia seguinte assim como em me apresentar escola e ao Professor J Quando me apresentei como mestrando em EF e perguntei pedagoga se ela poderia confirmar a atua o do Professor J naquela escola pela manh ela indagou sobre o que eu estava pesquisando em sua voz um tom forte de surpresa e tamb m de curiosidade Tive ent o que antecipar algumas informa es dizendo que havia recebido por interm dio dos Informantes informa es sobre a participa o do Professor J e da escola em eventos esportivos ao que a pedagoga afirmou Ah Isso sim Decidi entrar na escola por interm dio das pedagogas evitando problemas acerca de invadir um territ rio alheio e tentando respeitar uma poss vel hierarquia Acredito que o respeito com os colaboradores fundamental e em todo o tempo tentei exercer
188. conseguem cada vez menos desenvolver a compreens o dos problemas e caracter sticas pr prios culminando na dificuldade de exercer sua parcela de autonomia na supera o desses problemas Segundo o disposto na Lei federal 9 394 96 a sistema de ensino municipal est debaixo das normas estabelecidas pelo Estado Nesse sentido h uma resolu o do Conselho Estadual de Educa o que resolve que Os curr culos de Educa o Infantil Ensino Fundamental Ensino M dio e Educa o de Jovens e Adultos atender o o disposto nos Par metros Curriculares Nacionais PCN s e na proposta do rg o central de Educa o ESP RITO SANTO Resolu o CEE n 1 286 06 Art 105 Nota se que a referida Resolu o acompanha as caracter sticas centralizadoras das normas j citadas Nos termos das normas mencionadas est o sempre garantidos os direitos ao pluralismo de id ias e concep es pedag gicas tamb m garantidas est o as diversidades de cada contexto de cada escola na sele o e organiza o de seus conte dos culturais no entanto esses direcionamentos essas regulamenta es solapam as escolas e os pr prios sistemas de ensino fazendo com que pouco espa o sobre para que as escolas possam de fato identificar e lidar com suas especificidades H a sinaliza o do desenvolvimento do curr culo da escola que deve ter a efetiva participa o do corpo docente mas nas escolas estudadas as discuss es sobre o projeto pol tic
189. conseguir a permiss o para o desenvolvimento da pesquisa em suas depend ncias n o pode ser tomada como determinantes a respeito dos demais momentos que l passei Minha presen a na escola a exemplo da minha presen a na EMEF 1 n o se concretizou muito al m do meu v nculo com o Professor M quando muito eu me permitia andar pela escola para observar isoladamente sua organiza o e alguns elementos que compunham sua vida seu dia a dia Em certos momentos eu me colocava numa posi o intencionalmente distante do Professor M para poder perceber melhor as intera es dele na aula j que o comum era receber sua aten o e estando do seu lado acabava me colocando disposi o para que ele pudesse comentar algo passado nas aulas A EMEF 2 est dividida em tr s blocos uma quadra coberta um refeit rio dois banheiros um p tio coberto um terreiro grande e um campo gramado No Bloco 1 est o situadas a biblioteca uma sala onde trabalham as pedagogas cuja porta possui uma placa indicando EDUCA O F SICA uma sala para as coordenadoras de turno uma sala de dan a a qual durante todo o per odo em que estive na escola percebi que era usada para o estoque de materiais variados como os uniformes antes de serem distribu dos percebi a alguns livros e apenas em uma oportunidade percebi a utiliza o dessa sala para uma atividade cuja l gica n o tive condi es de compreender uma sala onde s o guardados os m
190. considera o trato do conhecimento acerca do esporte como sendo um papel da EF na sua rela o com a comunidade Nesse sentido o professor destaca a falta de oferta de oportunidade para o conhecimento a pr tica e o desenvolvimento de habilidades e gosto pelo esporte dos adolescentes das comunidades atendidas pela escola o que justifica a forma como organiza a EF na escola e como essa relacionada com o projeto de esportes bem evidente a preocupa o que o Professor J demonstra com a boa rela o entre os demais professores e corpo t cnico da escola Sua percep o de que a EF muda a rotina da escola apenas um detalhe mas que diz muito diante do controle que o Professor J quer manter perante a turma para evitar os problemas j citados como o que j ocorreu em v rios momentos em pequenas piadinhas como mencionou o Professor J de outros professores Esse cuidado tanto pode ser sinalizado como uma tentativa de preserva o pessoal das discuss es como tamb m como um cuidado para que a EF possa ser respeitada como componente curricular por cumprir essas tarefas assim como os professores que respondem pelos outros componentes curriculares em tese cumprem Para exemplificar essa rela o exporei a fala do Professor J acerca do papel da EF na escola Afirmando que a EF na escola possui uma hist ria de desvaloriza o informou que n o foi diferente nessa escola e acabou por esbo ar uma linha de compreens o de
191. conte dos culturais que remetem a certos componentes tais como a leitura escrita e a efetua o de c lculos em rela o aos 174 demais conte dos culturais que remetem aos outros componentes curriculares H que se ressaltar nesse ponto que os conte dos que envolvem de forma central o trabalho intelectual ocupam um posto mais privilegiado do que os conte dos com caracter sticas de trabalho manual t cnico onde se manifesta a valoriza o da mente sobre o corpo refor ando essa antiga dicotomia que acomete a escola GAR GLIO 1997 O trabalho de qualquer professor deve ser compreendido como uma pr tica poss vel Por essa raz o considero fundamental tratar de maneira dial gica os elementos que influem nas decis es do professor a respeito das condi es em que sua pr tica se desenvolve A quest o do hor rio da escola merece um lugar especial j que o Professor J considera as tr s aulas um fator ideal e coerentemente v a falta das tr s aulas na maior parte das turmas como um fator de desvaloriza o da EF A quest o do hor rio para esse professor mais precisamente a quest o das tr s aulas de EF para cada turma representa um perda em sua trajet ria na EMEF 1 Quando iniciou seu trabalho nessa escola as aulas de EF eram ministradas tr s vezes por semana para cada turma Mas uma administra o passada orientou que as aulas deveriam ocorrer com uma frequ ncia diferente Cabe aqui perceber essa hist ria
192. cular educou os alunos de maneira diferente nos mesmos espa os escolares em que esses mesmos alunos vivenciaram formas diferentes de educa o Ao identificar virtudes e fraquezas das escolas e das pr ticas dos Professores J e M busquei superar a valoriza o e compara es dos casos por m nunca fugindo da necessidade de julg las luz de quest es pol ticas que permeiam todo este trabalho N o fiz isso como consequ ncia das minhas proje es mas porque as pr ticas escolares e em ltima inst ncia as pr ticas humanas carregam em si contradi es 286 Ao citar as contradi es de ambas as situa es tive a inten o de contribuir como um sujeito de fora para a melhoria das pr ticas escolares de EF nas duas escolas Minha esperan a por m est na possibilidade de segundo meu enfoque trazer outros sentidos e significados para as pr ticas dos Professores J e M valorizando suas preocupa es e escolhas situando os como sujeitos implicados em contextos complexos onde exercem suas escolhas e materializam suas pr ticas Imbu do em contribuir com a discuss o das pr ticas escolares de EF luz de uma teoria do curr culo refor o a id ia de que a falta de um documento orientador sobre as caracter sticas da EF nas escolas seja ele mais amplo ou espec fico de uma dada escola assim como a falta de um planejamento formalizado n o desqualificam a pr tica dos professores Pode se dizer que essas aus ncias
193. culares e como s o constru dos os lugares epistemol gicos onde quando atuam nas suas aulas Nessa rela o espec fica com os conhecimentos disciplinares que os saberes da base da a o profissional ganhariam sentido e validade e seriam portanto saberes intimamente relacionados situa o de trabalho qual devem atender GARIGLIO 2005 p 1986 Compreender que os professores fazem apropria es idiossincr ticas dos materiais planejados pelas institui es formadoras contribui no sentido de romper com a id ia de que eles s o meros executores abrindo se a perspectiva que passa a consider los como profissionais deliberativos Os professores passam a ter consideradas suas concep es pois seus saberes suas teorias impl citas guiam suas estrat gias de atua o HERN NDEZ 1999 E essas teorias dos professores s o encaminhadas a partir do tipo de rela o que eles mant m com a escola do seu hist rico de vida do seu comprometimento investimento com a sua forma o e o seu trabalho das rela es de poder que mant m com os demais atores e estruturas escolares e com as pol ticas educacionais Considerando que cada disciplina tem seu hist rico e que no ch o escolar umas gozam de maior privil gio do que outras Gar glio 2005 descreve duas reflex es interessantes para este trabalho 44 e cada disciplina escolar ostenta o seu princ pio de inteligibilidade sua matriz disciplinar que organiza a total
194. curriculum of Physical Education cultures SACRIST N 2000 In this meaning this work sites the pedagogical practies of the Professors J and M The Physical Education insertion according to the Professor J s practice internal logics identified as the creation of an integration culture between Physical Educaton with the school And the Physical Education insertion according to the Professor M s practice logics identified as the Creation of a Physical Education culture not foreseened Key words Physical Education Curriculum School Culture Everyday life Esquema 1 Esquema 2 Esquema 3 Esquema 4 Esquema 5 Esquema 6 Esquema 7 Esquema 8 LISTA DE ESQUEMAS Sistema curricular de Sacristan 2000 p 23 29 Elementos que entram em jogo na concretiza o da aula de 33 EF Modelo te rico arara 60 Estrutura do curr culo no processo de seu desenvolvimento de Sacristan 2000 adaptado pelo autor LLR 69 Situa es EStdadaS uanamasinlsi aos Era dali asa 85 Rela es institucionais entre SEME PMV e escola 105 Ilustra o da estrutura da EMEF 1 150 Ilustra o da estrutura da EMEF 2 236 Fotografia 1 Fotografias 2 Fotografia 3 Fotografias 4 Fotografias 5 Fotografia 6 Fotografias 7 Fotografias 8 Fotografias 9 Fotografia 10 Fotografias 11 LISTA DE FOTOGRAFIAS Vis o dos fundos da EMEF 1 limite c
195. da escola que participaria de um jogo num s bado na EMEF 1 O Professor J conversou com os alunos nos hor rios destinados EF alertando sobre a decis o que ele tomou junto com a Pedagoga R e sugeriu ao aluno que fizesse uma avalia o acrescentando que havia tempo para ele retornar para o projeto e para a sele o de alunos que atuaria nas depend ncias da pr pria escola N o pude acompanhar a interven o da Pedagoga R n o sei se houve mas a avalia o que foi feita da conduta do aluno at o dia do jogo foi positiva e o aluno passou a integrar a equipe da escola 207 Mais uma vez a fala de Whyte 2005 foi v lida para o desenvolvimento desta pesquisa pois precisei de mais tempo na escola mais tempo lidando com o Professor J para que pudesse compreender mais a fundo essa posi o centralizadora do esporte na inser o da EF Come ava se a perceber que a inser o da EF estava fortemente marcada pelo trabalho e utiliza o do esporte o que extravasava a rela o com o conhecimento que a EF mobilizava na escola elemento identificado pelo Professor J Faltava ainda compreender que sentido o professor atribu a a essa rela o a essa aproxima o Tem se veiculado muito na m dia a falta de algumas autoridades do mbito do esporte e da pol tica reproduzindo a valoriza o do esporte e at do profissional de EF por exercer a EF um papel importante na sociedade segundo a l gica da ocupa o de adolescentes
196. da referida prefeitura e da secretaria foram realizadas buscas nas respectivas p ginas da internet de maneira que tive acesso a leis e decreto envolvendo determina es referentes EF organiza o da rede de ensino s diretrizes curriculares ao or amento e ao esporte Nas escolas os professores pedagogas e diretoras possibilitaram meu acesso ao projeto pol tico pedag gico a planos bianuais e anuais de organiza o da escola Ademais utilizei o registro fotogr fico de ambas as situa es englobando estrutura da escola aulas de EF jogos escolares e mostra cultural Todos esses elementos formam um material que possibilitou realizar as infer ncias sobre a forma como se insere a EF nessas duas situa es O processo de valida o das informa es n o ocorreu como eu havia pensado um momento espec fico quando poderia discutir com os Professores J e M minhas especula es e aproxima es sobre a inser o da EF nas escolas Acredito ter 4 Para acessar as p ginas da PMV http www vitoriaes gov br e da SEME PMV http Awww vitoria es gov br secretarias educacao index asp 129 chegado durante todo o per odo de execu o da pesquisa a importantes informa es seja por meio das observa es das entrevistas do contato com os documentos mas tamb m por meio dos esclarecimentos e direcionamentos e dos verdadeiros momentos de interpreta o marcados pelas in meras conversas que tive com os Professore
197. dades distintas ou de alguma forma consideradas irrelevantes que fossem postas em evid ncia como maneiras espec ficas de inser o da EF na escola 105 lt lt Rela o institucional pb Rela o difusa Esquema 6 Rela es institucionais entre SEME PMV e escola As rela es institucionais e difusas expostas pelo Esquema 6 expressam as rela es entre as diferentes institui es escola SEME PMV e Coordena o de desporto escolar No Decreto n 12 666 que estabelece a organiza o e regulamenta o funcionamento das unidades administrativas da SEME PMV datado de 25 de janeiro de 2006 h defini es precisas sobre o funcionamento de cada coordena o ligada Ger ncia de Ensino Fundamental Coordena o de Desporto Escolar segundo tal documento recai e elaborar executar administrar e monitorar os programas e projetos destinados s atividades da cultura corporal no sistema municipal de ensino e propor momentos que contribuam com o processo de forma o dos professores de educa o f sica do munic pio favorecendo o desempenho de suas fun es nas Unidades de Ensino e expandir as atividades realizadas pelo setor em parcerias com as demais Secretarias do munic pio de Vit ria e planejar organizar e coordenar os jogos escolares municipais e outras atividades afins envolvendo as Unidades de Ensino e elaborar documentos referentes s a es que ser o desenvolvidas nos espa o
198. das escolas mais precisamente nas aulas de EF Negligenciar a import ncia do que tem sido a EF na escola seria o mesmo que dizer seja l o que a EF faz na escola ela cumpre o seu papel na medida em que n o s o produzidos problemas administrativos Como pesquisador n o posso pensar assim Acredito ser fundamental saber o que a EF faz em diferentes contextos contribuindo para o desenvolvimento da fun o educativa da escola e perceber quais s o as conex es e as trocas que revelam a maneira como esta inserida no curr culo Nesse sentido compreende se que h possibilidade de a Coordena o de Desporto Escolar ser um elo entre a EF e a Ger ncia de Ensino Fundamental mas restam algumas d vidas essa coordena o tem um papel de representa o da EF Se sim essa representa o junto aquele Departamento pode indicar a evid ncia de uma pol tica de ensino da EF aliada a uma pol tica de esporte escolar Todas essas quest es auxiliam na medida em que tencionam possibilidades de se compreender aspectos das l gicas que os informantes seguiram Outro elemento interessante considerar que com isso a din mica de indica o tal como foi concebida pode ter deixado de fora uma s rie de realidades situa es professores e Educa es F sicas para as quais a administra o pode ser considerada cega Infelizmente esse tema n o poder ser explorado no presente momento mas seria de suma import ncia para as reali
199. das rela es entre diferentes sujeitos escolares nos espa os tempos criados por esse componente curricular identificando a forma espec fica de inser o em cada escola O segundo e derradeiro deslocamento foi efetuado a partir dos contatos com as situa es estudadas e do processo de estrutura o das t cnicas de levantamento das informa es referentes s aulas de EF como resultado de decis es e posicionamentos diante da variedade de informa es que a pr tica dos professores indicavam sobre a inser o da EF Considerando a l gica de que nesse tipo de pesquisa o pesquisador um elemento fundamental levei s ltimas consequ ncias a id ia de que o pesquisador representa o instrumento principal no levantamento das informa es e das interpreta es 25 O fato de o pesquisador ser uma pessoa o p e numa posi o bem diferente de outros tipos de instrumentos porque permite que ele responda ativamente s circunst ncias que o cercam modificando t cnicas de coleta se necess rio revendo as quest es que orientam a pesquisa localizando novos sujeitos revendo toda a metodologia ainda durante o desenrolar do trabalho ANDRE 2000 p 28 29 Foi assim que passei a observar no contexto escolar a pr tica dos professores de EF tendo no entanto o cuidado de n o parecer intruso e de deixar os professores vontade Com a sequ ncia dos dias foram sendo criadas boas rela es envolvendo brincadeiras amisto
200. de a o maneiras espec ficas de movimenta o num lugar com regras determinadas com normas que criam expectativas de a o Quando os sujeitos nas aulas de EF fazem com o que lhes imposto como tempo espa o material organiza o eles criam pr ticas possibilidades e rela es mpares Se acreditamos que as rela es escolares educam que a obriga o imposta aos alunos de andarem em filas mostra a vontade de quem manda marcando a autoridade e o controle que as pr ticas intencionais ou n o resultam num tipo de intera o entre sujeitos entre os sujeitos e as coisas e entre os sujeitos e o conhecimento produzindo sentidos e significados produzindo cultura espec fica vemos que outros tipos de rela o t m sido vivenciadas entre os alunos e a escola e que nas aulas de EF h tamb m outro tipo de educa o outros tipos de intera es outro tipo de produ o que as pequenas burlas e permissividades caracter sticos dessas aulas traduzem Isso n o quer dizer que nas aulas de EF n o h lugar para repress es As aulas de EF possuem regulamentos e formalidades seguem inclusive as regras da escola Por mais que se respeitem os desejos e a personalidade dos alunos h certas imposi es que regulam a conduta dos alunos muitas vezes n o restando para eles a escolha ou a manifesta o de seus desejos Este ent o mais um espa o tempo contradit rio Como um componente curricular que trata de um conheciment
201. de atuar com adultos noite o que proporcionaria a ele uma experi ncia ampla na rea da educa o Durante o seu percurso nessa escola encontrou algumas dificuldades de trabalhar com outros professores que em sua avalia o n o se mostravam com experi ncia no mbito do ensino al m de a escola ter ficado muito tempo sem um outro professor de EF efetivo vaga sempre sendo ocupada por docentes contratados temporariamente No seu entendimento via os professores que passaram pela escola como pouco experientes o que proporcionava certa desarticula o na manuten o da organiza o das aulas de EF Nesse sentido informou se um professor n o realizasse um trabalho de base relevante para os interesses da escola e para a l gica que vinha sendo constru da para a EF desde as s ries iniciais do Ensino Fundamental lidando desde cedo com as quest es de organiza o da aula dos conte dos a serem trabalhados proporcionaria aos professores das s ries finais dificuldades e s rios problemas Com isso afirmou que a professora que atualmente ministra aulas para a maior parte das turmas de 1 a 4 s ries efetivada na prefeitura mostrou se mais envolvida e capaz de desenvolver um trabalho mais articulado tendo por isso em 2006 e 2007 optado por trabalhar com as s ries finais do Ensino Fundamental 208 Antecipando um dos fatores que segundo o Professor J tem figurado como importante contribui o da EF na EMEF 1 ele r
202. de aula estes s o os primeiros a perguntar quando vai come ar a aula 53 EF pode sugerir aos seus alunos mas pr ticas relacionadas com os conhecimentos que essa rea t m se ocupado em estudar historicamente Uma vez identificados os conhecimentos que a EF t m abordado na escola seus professores t m maior ou menor autonomia para organizarem esse componente curricular Essa autonomia varia de acordo com as caracter sticas do contexto em que esses professores atuam A maneira como tenho abordado o objeto desta pesquisa sinaliza elementos das vidas das escolas que podem ser estudados para que se possa compreender a inser o da EF na escola Qual a concep o de curr culo com que operam os sujeitos escolares Que intera es de ensino e aprendizagem as atividades que s o executadas nas aulas os materiais e a maneira como s o explorados promovem Como o curr culo apresentado aos professores No caso deste estudo h que se atrelar essa quest o maneira como os professores de EF participam na elabora o do documento e como isso se manifesta na organiza o do componente curricular Como os professores lidam com as exig ncias internas e externas das escolas como transitam em meio a um terreno com regras ditadas de fora Como a organiza o dada EF afeta a rotina da escola bem como a utiliza o de espa os e tempos Que tipo de materiais faz parte do contexto escolar para atender s demandas do desenvolvimento das pr
203. de basquetebol Por m com o t rmino do Ensino Fundamental e consequentemente impossibilitados de continuar a participar do projeto da escola formaram um grupo que joga basquetebol numa quadra num bairro vizinho Nesse sentido cnamo a aten o para o papel fundamental do acesso ao esporte basquetebol por parte desses irm os que foram motivados a dar continuidade pr tica envolvendo outras pessoas e gerando a possibilidade de encontros com a finalidade de jogarem basquetebol Os documentos orientadores da escola o projeto pedag gico conclu do no ano 1998 o plano de a o para o bi nio 2006 2007 e um plano de trabalho anual de 2005 apresentam algumas informa es que permitem o levantamento de algumas quest es e o avan o na compreens o das a es praticas envidadas nas escolas Os principais objetivos que segui ao lidar com esses documentos foram os seguintes compreender a concep o de curr culo expressa nos documentos orientadores identificar a fun o atribu da EF expressa nesses documentos amp Todo ano os agentes escolares da EMEF 1 elaboram o plano de trabalho anual que faz refer ncias s atribui es contidas no plano de a o reelaborado bienalmente que por sua vez est pautado no projeto pedag gico da escola 155 identificar o processo de sele o cultural organizado pelos professores e demais agentes escolares A partir da observ ncia desses quesitos confrontei os com as obs
204. de bolinha de gude envolvendo a EF a conceitua o na sala de aula e as produ es art sticas dos alunos nas aulas de Educa o Art stica Esse projeto ocorreria no primeiro semestre letivo envolveria a maneira como fora organizada a distribui o dos conte dos nas aulas de EF ficando a representa o art stica para serem produzidas nas aulas de Educa o Art stica e a produ o da escrita sob responsabilidade da professora regente O projeto culminaria na edi o de um livro por turma e esses livros seriam expostos na mostra cultural 233 Fui orientado pelo pr prio professor a conversar novamente com ele na semana seguinte acatando a id ia das pedagogas que conversariam com ele num primeiro momento Por telefone marquei com o Professor M um hor rio num dia tarde para que pud ssemos conversar ele trabalha na mesma escola ocupando um cargo administrativo Na segunda visita escola ainda sem a certeza de que poderia efetuar a pesquisa l iniciei a conversa dizendo que ficava feliz em saber que ele agora se dedicava integralmente educa o n o precisando mais trabalhar em academias Ele disse que abandonou as academias devido a quest es salariais o que o motivou a fazer um novo concurso Falando novamente da pesquisa pude aprofundar mais sobre o que gostaria de pesquisar e expliquei como estava pensando em fazer isso Ele disse que achava que eu ia encontrar dificuldade se fosse pelo mbito
205. de e s rie Essa varia o na divis o incluindo o fator das habilidades e experi ncias desenvolvidas fazia com que alguns problemas em rela o ao tipo de organiza o dessas aulas fossem resolvidos Aos alunos mais experientes eram apresentados desafios atraentes na medida do poss vel as equipes seguiam padr es pr ximos de equil brio promovendo jogos mais justos e disputados componentes valorizados pelo professor e por certos grupos de alunos Isso teve como resultado a diminui o de problemas referentes ao absente smo na maior parte das turmas e a diminui o de problemas nas intera es entre os alunos e na rela o desses com o Professor J nas atividades 187 Nessas aulas o Professor J se posicionava no centro da quadra sentado com o apito com o qual marcava o jogo De sua posi o cnamava a aten o dos alunos a respeito de quest es t cnicas dos gestos esportivos e do comportamento t tico das equipes exigindo um melhor comportamento diante das exig ncias das atividades sempre relacionadas aos objetivos dos desportos Por conta de sua posi o precisava elevar sua voz para incentivar os alunos dando instru es e aplicando as puni es referentes s faltas graves e atitudes antidesportivas dependendo da gravidade da falta Se a conduta dos alunos fosse considerada abusiva perigosa se ferisse as normas disciplinares estabelecidas entre professores e alunos ou fosse digna de puni o referente s regras
206. de foi abordada pelas pedagogas e diretoras tamb m estive pouco pr ximo das pedagogas coordenadoras de turno e diretoras Todos esses sujeitos talvez um pouco menos as diretoras devido ao volume de trabalho externo sempre estiveram muito atarefados e envoltos em meio a tarefas Num instante estavam atendendo a pais de alunos em outro resolvendo quest es disciplinares em outro articulando trabalho com algum professor ou envolvidos em alguma atividade com os alunos encaminhando executando projetos preenchendo formul rios sobre material ou uniforme em reuni o na SEME PMV em reuni o na pr pria escola etc Todas essas tarefas entendo sejam pr prias desses agentes dentro da escola mas o que mais me chamou a aten o foram algumas datas do calend rio escolar que precisavam ser cumpridas embora com flexibilidade a respeito das necessidades da escola causando por m uma grande movimenta o e um consider vel volume de trabalho para esses funcion rios para al m das demandas ordin rias do dia a dia escolar A essas demandas tenho chamado de demandas externas por serem exigidas ou projetadas a partir de fora das a es inten es da SEME PMV que por mais que d s escolas a autonomia de fazer um calend rio pr prio determinam certos esfor os que s o acrescentados aos labores di rios desses sujeitos Acredito que toda essa din mica tenha favorecido uma situa o diferente em rela o entrevista com a Pedagoga R No c
207. de ser superadas como por exemplo supremacia do material bola em suas aulas Muitas dessas inquieta es e supera es segundo o professor foram experimentadas na sua trajet ria na EMEF 2 Compreendo que esse professor durante seu processo de forma o passou grande parte do tempo na escola onde teve a oportunidade de experimentar seus limites e redirecionar as caracter sticas internas da EF ao mesmo tempo em que redirecionava seu processo de forma o Explicito ent o a imbrica o entre a altera o dos c digos da EF dessa escola e a forma o desse professor Com isso posso afirmar que de fundamental import ncia a busca pela constru o de um cabedal pr tico desse professor como fator de suma import ncia para a forma como a EF foi inserida na EMEF 2 Considerando que num primeiro momento ele possu a uma s rie de informa es t cnicas que o impulsionavam num sentido por meio das suas interven es de tentativas leituras experi ncias e contato com outros professores p de produzir outra forma de interven o e essa produ o culminou na cria o de uma pr tica docente n o esperada n o prevista Por isso compreendo a trajet ria desse professor na EMEF 2 como uma mudan a de rumo uma abertura a uma esp cie de escrita singularizada da sua pr pria forma o como professor e das caracter sticas que a EF dessa escola tomou indicando a maneira como foi inserida por meio da pr tica do Professor M S
208. de um recorte hist rico pondo como elemento central a configura o decorrente da promo o e difus o da institui o escolar no mundo moderno Ele chama a aten o para a repercuss o que tem na sociedade esse processo de configura o e promove a reestrutura o das defini es das identidades pessoais e coletivas p blicas e privadas pol ticas e profissionais A esse processo ele chama escolariza o do social A escolariza o do social estaria relacionada com a fun o que escola historicamente foi sendo atribu da socialmente ocupando ela os espa os antes destinados fam lia e igreja O desenvolvimento desse quadro possibilitou a forma escolar uma forma especificamente escolar de socializa o da inf ncia e da juventude A escola uma institui o que se afirma ao passo que diferentes conhecimentos que apresentam diferentes enunciados sociedade surgem como fundamentos como conhecimentos que precisam ser do conhecimento de todos Essa diversidade de conhecimentos essa pluralidade de enunciados apresenta a educa o como fen meno complexo recaindo sobre a escola grandes margens de responsabilidade 72 de apresentar essa diversidade s novas gera es e estabelecendo se ela como institui o social espec fica Diferentes l gicas est o envolvidas no estabelecimento da escola provenientes de diferentes percep es dos sujeitos sociais que se relacionam dia a dia As diversas atribui es que s
209. de uma fun o da EF na escola na l gica de organiza o desse componente curricular funcionando como um todo mais ou menos coerente que fundamenta as a es desse professor a forma como ele organiza as aulas as l gicas com que estabelece rela es entre as aulas de EF e sess es do projeto a forma como se relaciona com o conhecimento como identifica problemas e os soluciona nas aulas como se relaciona com os alunos e como efetiva sua contribui o na organiza o da escola 178 Falando sobre o que seria o ideal para a inser o da EF na escola o Professor J afirmou que seria um trabalho totalmente em conjunto com os outros professores Informa que neste ano esse trabalho est sendo desenvolvido mais no que diz respeito ao trabalho acerca da disciplina dos alunos no que diz respeito compreens o coletiva de casos espec ficos de cada aluno Mais uma vez valoriza a sua experi ncia na abordagem de crian as e adolescentes em situa o de risco em que fazia parte de um grupo interdisciplinar que estudava o caso espec fico de cada crian a e adolescente Posteriormente esse grupo estruturava um plano de interven o espec fico para cada rea Para ele o conselho de classe deveria ser esse espa o espec fico para tratar desses assuntos mas atualmente esse conselho muito restrito fala se sobre um n mero muito reduzido de casos abordando principalmente a quest o do aproveitamento dos alunos tratando exclusivamente
210. des de colabora o diretamente proporcionais ao envolvimento que o pesquisador permite por parte dos pesquisados e do interesse dos pesquisados em efetivar sua parcela de colabora o Estabelecer um esfor o de compreens o ao inv s de um pretenso posicionamento de que essas rela es poderiam ser simplesmente julgadas ou simplificar essas rela es com explica es bem fundamentadas abstratamente n o pressup e a aus ncia de qualquer tipo de julgamento ou valoriza o mas p e em evid ncia as escolhas dos sujeitos o que implica tamb m um processo de compreens o de que al m de sujeitos que operam muito segundo suas pr prias posi es s o tamb m responsabilizados pelas decis es que tomam perante o componente curricular EF Nesse sentido o esfor o de compreens o n o funciona como um legitimador n o um processo de certifica o de que todas as decis es s o por si s justific veis e isentas de todo e qualquer julgamento porque podem ser compreendidas S o ent o possibilidades de interpreta o que devem ser discutidas entre pesquisador e os sujeitos das situa es estudadas luz dos deveres sociais desses sujeitos com inten o clara de recobrar o significado que eles d o s suas decis es Especificamente em rela o ao caso estudado h uma situa o exemplar para ilustrar a import ncia do esfor o de compreens o superando preconceitos e decis es aligeiradas Falo a respeito da categ
211. desempenhando um papel espec fico principalmente por tematizar um conhecimento que apenas esse componente aborda e por abord lo de uma maneira peculiar o Professor J toma esse conhecimento de certa forma como puni o quando trabalha suas aulas te ricas em sala de aula nas ocasi es em que determinadas turmas agem de maneira indisciplinada A maneira como tenta aproximar a EF dos demais componentes curriculares como no trabalho com textos e na aplica o de provas buscando com essa organiza o certa valoriza o pela aproxima o as caracter sticas de outros componentes curriculares tamb m indica que o Professor J n o tem bem claro o papel que a EF desempenha no curr culo por identificar falta de valoriza o da EF pelas pr prias caracter sticas desse componente que em determinados momentos ele destaca como positivas Essas informa es indicam que esse professor est num processo de questionamento est se pondo em quest o Isso afeta sua pr tica e segundo os crit rios de organiza o desta pesquisa posso afirmar que afeta a organiza o da EF e pode vir a resultar na mudan a das caracter sticas de inser o desse componente curricular por m para isso seria necess ria a materializa o de a es na organiza o das aulas Michael Huberman 1992 p 43 que possui importantes pesquisas no mbito da carreira docente afirma que existe um momento da carreira docente no qual os professores se que
212. desenvolvimento curricular e que escapam s percep es objetivas do cotidiano escolar Esse fator de suma import ncia para a compreens o da forma de inser o da EF na escola Ao longo do texto referir me ei ao tema da inser o de duas formas que tomo como complementares a forma como a EF inserida na escola e a forma como se insere a EF Essa quest o importante pois tenho lidado com esse tema segundo duas perspectivas tamb m complementares uma que situa de forma mais espec fica as decis es dos professores que organizam esse componente curricular na escola situando tamb m os diferentes contextos que apresentam aos professores distintas E aqui a trajet ria do professor na escola e a trajet ria da EF na escola s o fatores de elevada import ncia 51 possibilidades outra fundada na id ia de que a EF na escola reflete movimentos mais amplos de mbito social como as pol ticas e as prescri es que remetem aos centros de forma o de professores de EF e rea acad mica Considero essas duas formas de abordar a quest o como complementares pois por mais que seja necess rio identificar a parcela de contribui o dos m ltiplos fatores que interferem nas a es dos sujeitos escolares h que se destacar o potencial criativo que os sujeitos envolvidos nos encontros sociais como as aulas de EF possuem Sendo assim h um poder de determina o externo s pr ticas escolares e esse poder ou poder
213. direcionado ao atletismo que eu n o trabalho um trimestre espec fico com o atletismo mas trabalho com atividades mais diferenciadas trabalhando com desejos e com a vontade deles e existem tamb m as demandas que a gente tem Diferencial hoje seria a turma de terceira s rie que eu tive que fazer uma mudan a total nas aulas voc p de presenciar que houve um tumulto muito grande nas aulas fora um stress muito grande da minha parte pra eles normal n Qualquer folhinha que cair a turma ia prum lado e pro outro Ent o eu tive que rever no primeiro m s eu revi Ent o as aulas que s o feitas a nica aula que n s temos fora eu diversifico o trabalho ora eu vou pra uns jogos pedag gicos no audit rio ora n s fazemos jogos que antigamente n s cnam vamos de jogos calmos a gente senta faz algumas brincadeiras simples n brincadeiras que passam a aula m sicas brinquedos cantados trabalhei com o origami dobradura de papel Ent o dessa forma que eu entendo e vejo a diferen a desse trabalho que feito dentro e fora de quadra As altera es no combinado sobre a divis o uso dos espa os remetem s caracter sticas das turmas H turmas que j est o enquadradas no tipo de rotina constru da para as diferentes aulas de EF Essas turmas mais centradas diante da organiza o apresentada seja no espa o da quadra coberta seja no espa o alternativo rapidamente se adaptam ao que lhes foi apresentado e agem sem g
214. do de ensino como sendo o curr culo Essa concep o apareceu tamb m numa conversa que eu tive com a diretora da escola indicada pelo Professor J e Pedagoga R como sendo uma pessoa conhecedora do processo de constru o do projeto pedag gico e da trajet ria da escola j que membro fundador dessa Na fala da pedagoga ficou claro que h uma compreens o do curr culo restrita id ia de sele o de conte dos culturais Essa informa o refor a a impress o que o acesso aos documentos produziu h um distanciamento estranhamento entre a compreens o que se tem de curr culo e a fun o que o projeto da escola e documentos atrelados a ele possuiem Nesse sentido o projeto pedag gico e demais documentos n o s o compreendidos como parte do curr culo sendo este identificado como um esfor o 156 ainda ausente representado por um documento que trata da sele o cultural Digo esfor o ausente pois n o h qualquer ind cio nos documentos orientadores da escola de sele o feita pelos agentes educacionais na trajet ria dessa escola As men es encontradas sobre esse tema remetem s diretrizes curriculares da rede municipal de ensino poca da elabora o do projeto pedag gico da escola 1998 as diretrizes curriculares vigentes datavam de 1995 Por m conforme as diretrizes de 2004 as diretrizes de 1995 eram caracterizadas pelo excessivo tom diretivo tanto que uma das tarefas das novas diretrizes foi ap
215. do escolhas e superando mais ou menos as conting ncias do cotidiano com as quais se defrontam Nesse caso os professores precisam ser tomados como sujeitos hist ricos com trajet rias que sinalizam certas determina es e caminhos percorridos rela es formativas que muitas vezes falam muito a respeito de suas decis es Centralizando a figura dos professores em todo esse processo admito que suas interfer ncias e inten es na organiza o da EF na escola e ainda a l gica de trajet ria de forma o desses profissionais sinalizam para a necessidade de admitir que diferentes formas de inser es podem ser realizadas nas escolas Obviamente que considero outras determina es como a tradi o da EF na escola o que de fato este componente curricular concretizou no decorrer da hist ria da escola mas todos estes elementos neste momento est o funcionando como fatores para que seja poss vel compreender as raz es da EF ter tomado uma ou outra formata o segundo as influ ncias que esses fatores fazem recair sobre as decis es dos professores J e M em suas aulas Assim os diferentes conte dos que permeiam os curr culos escolares denotam conforme Gar glio 1997 certa concorr ncia na participa o de cada componente curricular no projeto educacional das escolas podendo nesse caso a EF estar mais ou menos valorizada segundo uma participa o mais ou menos efetiva sem contar com as possibilidades que s o geradas no
216. e o sim por qu Porque se eu considerar a quest o do tempo n que eu falei pra 8 Aluno em idade defasada com s rias dificuldades de relacionamento com os outros alunos apresentando problemas relativos agressividade 260 voc e que eu perdi essa paran ia Porque antes eu lidava assim se foi pique bandeira hoje eu n o posso repetir mais Ent o se fosse assim eu teria que ter umas duzentas brincadeiras diferentes E a eu n o trabalhava as atividades com mais complexidade Ent o quando eu vejo o Aluno da 4 s rie com essa dificuldade ou me dando essa resposta positiva eu vejo que eu tenho que insistir mais nessa brincadeira porque ela est me dando mais possibilidades de interfer ncia E essa talvez seja a minha forma principal mais do que achar que eu vou fazer uma queimada diferente das demais Mais do que isso essa forma que eles utilizam de jogar queimada E que mesmo que eles joguem com agressividade com a agressividade que permitida ao jogo um espa o privilegiado pra eu trabalhar com esse conte do que ele t trazendo Vamos dizer essa experi ncia Professor M Formalmente n o foi apresentado um planejamento da EF Toda a organiza o da EF tem sido elaborada pelo Professor M seja a sele o cultural sejam as orienta es metodol gicas sejam os objetivos tudo tem sido arquitetado de maneira informal pelo Professor M Grande parte dessa elabora o fruto d
217. e de forma priorit ria o desempenho e sim a inclus o social principalmente de alunos que se encontrem em risco pessoal e social Ressaltamos que h alguns anos atr s n o pod amos realizar nenhum tipo de competi o na escola pois ter amos a certeza que muitos conflitos entre os alunos iriam acontecer mas com a a o educativa j proposta pelo projeto conseguimos reverter essa situa o Hoje os alunos t m a compreens o do respeito s normas desportivas e escolares Portanto acreditamos que ser um erro interromper esse processo educativo pois estaremos perdendo todo esse avan o no trato das rela es humanas interpessoais PROJETO DESPORTO ESCOLAR elaborado pelo Professor J grifo meu LLR 205 Esse projeto aberto a todos os alunos a partir da 3 s rie precisando apenas mostrar interesse autoriza o dos pais pois as sess es ocorrem ap s o hor rio do dia letivo Isso favorece um grande n mero de inscritos principalmente por conta da quantidade de vagas que s o abertas 400 no total As sess es do projetotreinamento de esportes acompanhavam algumas proximidades em rela o ao tipo de organiza o das aulas de EF eram organizadas geralmente da seguinte forma organiza o de atividades em grupos tratando de fundamentos da modalidade do dia posteriormente eram organizados jogos coletivos por equipes formadas pelo professor buscando a forma o de equipes mais equilibradas entre si O profe
218. e par desses avan os e dessas trajet rias fornecendo condi es para que ela pudesse optar pela aproxima o ao que fora produzido nas aulas de EF Essa tem tica auxilia a retomada da quest o da sele o cultural realizada pela EF Por um lado o Professor M faz uma sele o e organiza o dos conte dos culturais por m por mais que valorize a EF por tratar um dado conhecimento ele n o oficializou esses avan os e essa estrutura o documentando e tornando p blico todo esse processo Por mais que sempre tenha primado pela apresenta o e participa o nos eventos da escola expondo as produ es dos alunos a aus ncia da formaliza o desses avan os dessa hist ria da EF na EMEF 2 um desperd cio que pode p r tudo isso a perder com o tempo Trato essa quest o como contradi o pois as pr prias bases filos ficas em que se ap ia o Professor M consideram o tratamento hist rico das institui es e das rela es humanas como fundamentais para o entendimento necess rio para a altera o e supera o das limita es que o senso comum imp e s pr ticas de homens e mulheres Possivelmente muitos dos professores que ainda v em a EF 271 como uma disciplina acess ria como ele mesmo diz n o sabem o que ocorre ocorreu nas aulas de EF n o sabem o que tem sido No transcorrer de todo este trabalho tenho abordado a inser o da EF como resultado da concatena o de diversos fatores sendo um deles
219. e ampliar as compreens es dos elementos que observava As observa es desenvolvidas sem os crit rios j explicitados estavam abertas aos elementos do dia a dia das escolas aos acontecimentos nas salas dos professores as percep es relacionadas organiza o que os Professores J e M encaminhavam a EF Durante a minha presen a nas escolas ficava atento s rela es entre os sujeitos escolares demais professores pessoal t cnico administrativo da escola e outros funcion rios Dentre todos esses aspectos o que mais chamou minha aten o diz respeito rela o entre os sujeitos escolares e os usos que esses sujeitos faziam dos espa os e nos tempos escolares Isso me permitiu fazer algumas aproxima es com os usos proporcionados pelos espa os tempos organizados pela EF nas escolas Sendo assim precisei utilizar uma l gica de observa es que proporcionasse a percep o de aspectos inesperados por n o conhecer as peculiaridades das duas escolas Em ambas as situa es fui um observador participante no entanto com n veis de participa o distintos nas duas escolas No caso deste trabalho certo grau de envolvimento se fazia necess rio principalmente para o exerc cio m tuo de interpreta o e de busca do significado das a es dos professores n o obstante 122 alguns autores chamarem a aten o para a o tipo de envolvimento do pesquisador mas as conversas a que me referi cumpriram esse papel fundam
220. e eles consideraram mais significativas no ano anterior e que eles gostariam fossem exploradas novamente e O professor avaliou as atividades citadas ordenou e estipulou os per odos para cada grupamento de atividades durante seis meses considerando os objetivos de n o privilegiar determinados tipos de materiais e n o supervalorizar determinados conte dos o projeto da elabora o dos livros estava diretamente relacionado com essa organiza o 78 Em rela o s atividades citadas o Professor M disse que as atividades que foram in ditas no ano passado e as atividade que j haviam ocorrido em outros momentos mas n o haviam sido sistematizadas dentro de um dado tema como as atividades de embalar apareceram fortemente no interesse dos alunos por isso acabou colocando essa tem tica antes das demais 254 e os itens de interesse dos alunos foram listados no quadro sendo apresentada a l gica de distribui o dos conte dos as datas que seriam contemplados num per odo de seis meses e a perman ncia em uma dada atividade nas aulas teria como term metro o tipo de envolvimento da turma com o conte do Para isso o professor ficava atento ao potencial l dico da atividade em seu desenvolvimento os tipos de intera es possibilitadas por meio da atividade seja entre ele e os alunos seja entre os alunos a manifesta o do interesse dos alunos expressos em suas propostas tomadas como contribui es dos alu
221. e perante o projeto educacional que apresentado sociedade Quando aproximo essas quest es EF s pr ticas dos Professores J e M percebo que essas pr ticas nicas representam muito mais a somat ria das conting ncias das caracter sticas de onde eles efetivam suas pr ticas dos movimentos societ rios 287 e acad micos das reas acad micas da Educa o e da Educa o F sica e de suas trajet rias profissionais do que o resultado de uma inten o pol tica referente pr tica da EF nas escolas N o acredito com isso que se deva responder de forma definitiva sobre a fun o da EF na escola fato esse de grande pol mica em v rios meios Por m uma postura pol tica e s ria que expresse uma posi o em rela o a essa tem tica superando as meras disputas epistemol gicas em favor de uma epistemologia do que produzido concretizado nas escolas me parece uma melhor resposta omiss o a respeito dessas quest es Invariavelmente pr ticas escolares de EF t m sido efetivadas dia ap s dia nas escolas As escolas e seus professores de EF precisam responder quest o sobre a import ncia da EF em seus curr culos e os professores que tentar o responder a essa quest o devem fazer suas sustenta es baseadas em sua produ o destacando o que tem sido produzido e por que tem sido produzida determinada cultura de EF Ao mesmo tempo a rea acad mica da EF precisa se aproximar mais do que os profes
222. e que dispunham as escolas os alunos muitas vezes realizavam intera es e formas de utilizar os espa os das escolas de maneira s poss vel na aula de EF Parto da premissa ent o de que a EF um componente curricular singular possui suas responsabilidades e saberes como parte de um todo responde por um tipo de conte do cultural com o qual mant m uma rela o de problematiza o processo que possibilita a sistematiza o de uma interven o impar no caso do curr culo uma interven o que n o pode ser desenvolvida por qualquer outro componente curricular Deixo de lado nesse momento as quest es referentes s escolhas e objetivos impostos escola press es sociais externas e aos alunos o que justifica em certa medida o status de certos componentes curriculares ou seja deixo de lado inicialmente a quest o da hierarquia dos conte dos culturais da escola Sendo assim evidencio as metas desta pesquisa quando assevero que a EF como um componente curricular que possui seu espa o epistemol gico na escola criando formas de localiza o no interior da escola por meio de suas pr ticas do 19 No cap tulo em que apresento as informa es levantadas discorrerei especificamente sobre esses pontos 50 tipo de conte do cultural que trata da maneira como os sujeitos que se encontram nela fazem uso dos espa os tempos escolares inserida por meio da pr tica de professores que a organizam fazen
223. e sua experi ncia principalmente das experi ncias que teve na escola O Professor M divide os espa os dispon veis na escola com outra professora Segundo o pr prio professor n o h um combinado fechado determinando um n mero de aulas marcando a utiliza o de espa os espec ficos da escola Eles fazem um arranjo de acordo com o planejado para as aulas considerando o que fora combinado com os alunos o tipo de atividade a ser desenvolvida na aula as condi es clim ticas sol forte chuva O Professor M segundo as atividades a serem desenvolvidas sinalizou a prefer ncia de trabalhar em baixo fora do espa o da quadra coberta por ser um espa o sem muitas marcas sem as linhas demarcat rias de uma quadra poliesportiva que de alguma forma dirige os comportamentos dos alunos numa determinada dire o Informou tamb m que alguns conte dos s o mais facilmente trabalhados no espa o da quadra pois se as atividades exigirem uma corrida muito intensa a irregularidade do outro espa o imp e certos riscos as caracter sticas das atividades e das turmas tamb m s o importantes nessa escolha pois se a atividade exige concentra o em excesso e a turma for dif cil um espa o mais confinado auxilia no controle da aula Um exemplo de necessidade de utiliza o da quadra remete sua estrutura onde as cordas s o 81 Para o Professor M era um grande problema a quest o do tempo em que deveria expor os conte
224. ebidas onde a sua postura mais t mida no que diz respeito a marcar a posi o seja por comodismo por timidez mesmo eu acho que mais complicado Uma das coisas que eu considero relevante e que fez a EF aqui especificamente ter um outro status a estrat gia de estar sempre nos momentos de divulga o daquilo que produzido a EF sempre esteve presente Essa uma coisa que eu sempre fiz quest o Em tudo se vai ter discuss o por exemplo de grupo de estudos de das disciplinas em geral a EF tamb m vai apresentar a sua vamos fazer uma feira cultural a EF vai estar presente Ent o eu acho que isso muito importante Eu fa o quest o de estar mostrando as produ es que s o feitas do que foi produzido nas aulas de EF Ent o isso tem a ver com o trabalho isso tem a ver com o reflexo do trabalho l na casa do garoto que o garoto conta Isso tem a ver com a rela o professor aluno Isso tem a ver com a reuni o de pais nas falas aqui que antecedem s visitas na sala de aula da presen a da EF isso tem a ver com os bilhetes que s o encaminhados pra fam lia tem o dia do brinquedo vai um bilhete de eventos Ent o eu acho que uma s rie de coisas uma s rie de interfer ncias que s o feitas que contribui para que a EF seja vista de outra forma H professor ainda que n o v a relev ncia da EF Por exemplo nessa ltima feira foi um reflexo t o bom a produ o dos li
225. ecorreu sua avalia o sobre a atitude dos alunos ante as pr ticas esportivas e s competi es considerando as influ ncias positivas que esse trabalho com o esporte tem proporcionado aos seus alunos o que de certa forma tamb m um elementos motivador de refor o de seu trabalho voc percebe que antigamente quando voc fazia um jogo aqui entre alunos eles se matavam eles n o estavam habituados com o jogo com a competi o Hoje n s fazemos n s vamos fazer e a rela o outra E como se voc fosse jogar uma pelada no bairro e os caras te rasgam Porque se o cara sai da escola com essa cultura que trabalhada na escola quando ele for l na comunidade dele no espa o dele fazer um jogo uma competi o ele vai entender de outra forma aquele jogo Eu vejo claramente essa mudan a de mentalidade Em sua avalia o o projeto treinamento de esportes atua fortemente na quest o da forma o dos alunos no que diz respeito disciplina conduta e motiva o Isso porque nessa escola o esporte tratado de certa forma como chamariz um atrativo para os alunos valorizado pelos sujeitos escolares por mais que essa valoriza o apare a de maneira diferenciada na fala do professor da pedagoga e dos professores O Professor J explicou uma das formas como utiliza o esporte como meio fazendo uma ponte com o projeto treinamento de jogos que desenvolve ap s o hor rio do dia letivo e num hor
226. eens o das caracter sticas desse componente Como essas interven es geraram o que hoje se pratica nessas duas escolas como EF Ainda assim ao adentrar as escolas j aceito pelos atores ali situados sabia que faltava algo para tornar meu olhar mais preciso menos amplo em rela o s in meras vari veis que minhas quest es indicavam Seguindo conselhos de White 2005 e Macedo 2000 vivenciando os ambientes e realizando as primeiras observa es ao mesmo tempo em que ia pensando o objeto minhas quest es e as primeiras informa es que conseguia captar registrar fui calibrando as t cnicas de levantamento das informa es Decidi organizar os olhares sobre as aulas de EF primeiro espa o tempo que elegi para come ar o trabalho de observa o j que invariavelmente eu teria que observar o que era concretizado efetivamente em ambas as escolas nas pr ticas dos dois professores Assim que iniciei a organiza o das t cnicas de levantamento das informa es 7 O tema ser tratado especificamente mais adiante neste mesmo cap tulo Tanto por considerar a aula como o espa o tempo que traduz a finalidade do trabalho escolar quanto por ser uma a o c moda para mim j que os Professores J e M me receberam com muita disposi o tornando a aula de EF o meio em que melhor transitava nas escolas 24 acerca das aulas de EF percebi que era um campo vasto de informa es e fonte fundamental para os el
227. eguindo esse racioc nio dentro da EMEF 2 ao serem constantemente reformuladas as caracter sticas da EF por meio das experimenta es que o professor impunha h que se situar as pr prias caracter sticas do Professor M suas escolhas suas tentativas conquistas em suma a materializa o do seu trabalho preciso ressaltar a interven o desse sujeito no todo que representa a escola Assim se hoje se pode contemplar certa facilidade entre o trabalho desse professor em conjunto com o trabalho de outros professores de outros componentes 84 Em 2003 tive a oportunidade entrevistar esse professor com o intuito de compreender como professores de EF que continuaram a trabalhar em meio escolar receberam os impactos da primeira experi ncia profissional em escola bem como de compreender em que conhecimentos esses rofessores se apegaram para responder s demandas dessa experi ncia 5 Assumindo como real e de grande import ncia a capacidade de influenciar a forma o dos professores da escola BORGES 1998 276 curriculares h que se considerar como importante e fundamental o conjunto de escolhas e das possibilidades que o Professor M teve para que a EF conquistasse esse espa o essa condi o dial gica Neste sentido em termos de curr culo a EF dessa escola vem sendo constru da como um componente curricular a ser considerado nas decis es e participa es em projetos assim como outros componentes curriculares considerando
228. eja para a constru o de uma escola Na l gica apresentada pelo Professor J isso explica o que ele chamou de cultura da viol ncia Essa cultura da viol ncia representa o momento em que ocorriam s rios atritos entre comunidade e a escola seja os proporcionados por pessoas da comunidade no espa o tempo escolar seja os ocorridos no desenvolvimento das pr ticas escolares quando esses atritos se manifestavam entre alunos professores e demais agentes escolares O Professor J lembrou que qualquer atividade que a escola fosse desenvolver era interrompida por invas es de membros da comunidade no interior da escola causando certa tens o entre professores demais agentes educacionais e membros da comunidade Nos primeiros anos da escola na comunidade n o havia muros o que causava uma s rie de problemas para os professores dos alunos ingressantes na escola quando estavam nas aulas de EF as quais ocorriam no espa o externo dos pr dios da escola 165 J h treze anos na escola praticamente a idade da escola o Professor J lembrou que nos primeiros anos da escola antes de sua entrada havia um grupo de professores de EF que em sua vis o eram extremamente tecnicistas o que na sua concep o n o colaborava para um melhor relacionamento e envolvimento dos alunos nas aulas de EF As a es dos professores levavam pouco ou nada em conta a hist ria recente da escola n o acontecendo um trabalho voltado ao entendimen
229. ela tamb m o que n o ocorreu 149 pois estava em outra atividade Eu n o tive oportunidade de me aproximar dela De certa forma n o tive muitoas oportunidades para desenvolver algum tipo de proximidade com os sujeitos escolares excetuando se a Pedagoga R o Professor J e os alunos A Pedagoga R pela sua disposi o e presteza muito embora sempre estivesse atarefada o que de certa forma causava acanhamento da minha parte para me aproximar dela o Professor J por ser uma das figuras centrais deste trabalho sua disposi o e colabora o representaram muito para as possibilidades desta pesquisa Se fosse diferente isto caso ele n o tomasse essa postura provavelmente teria que procurar outra escola ou trabalhar apenas com o Professor M e os alunos aos quais tive acesso por privilegiar principalmente as aulas de EF s o tamb m os sujeitos escolares para quem toda a estrutura escolar est direcionada por isso os usos dos espa os materiais os conte dos selecionados as atividades desenvolvidas sempre foram observadas e consideradas na rela o desses sujeitos com EF com a escola Passamos pelo p tio onde um grupo de alunos jogava voleibol com uma corda amarrada ao pr dio da escola e quadra Nossa surpresa foi n o encontrar o Professor J nem no p tio nem na quadra Ele estava arrumando os materiais da EF num novo espa o que havia sido disponibilizado A Pedagoga R procedeu minha apresenta o e retorn
230. elegendo o voleibol handebol e o futsal como sendo os principais esportes trabalhados variando em algumas turmas ao trabalhar tamb m com o basquetebol Em algumas aulas ocorridas no espa o fora da quadra coberta eram desenvolvidas tamb m algumas atividades de atletismo As modalidades esportivas eleitas como as principais do trimestre congregavam a maior quantidade de aulas na quadra coberta e em rela o ao desenvolvimento desse conte do o professor trabalhou com o hist rico e com aspectos institucionalizados como as regras 180 A prova de EF no primeiro trimestre no ano letivo de 2007 expressa algumas preocupa es e tamb m objetivos desse professor O ESPORTE AL M DE PR TICA SAUD VEL FAZ COM VOC AUMENTE SEU GRUPO DE AMIGOS PRATIQUE i Coloque C para certo e E para errado com base nas regras oficiais do jogo de handebol colocar os dois p s sobre a linha lateral ao cobrar o lateral quicar a bola 3 vezes seguidas sem interrup o fazer um gol arremessando diretamente de uma cobran a de lateral quicar a bola segur la voltar novamente a quicar arremessar em gol na sa da de bola no centro de quadra sem tocar para ningu m cada equipe de handebol e composta de 8 jogadores incluindo o goleiro receber a bola do goleiro ir at o campo advers rio arremessar a bola sem passar para ningu m tomar a bola da m o do advers rio tocando somente na
231. em Qual o pre o que tem se pagado pelo tipo de organiza o que as normas educacionais apresentam s escolas Que reflexos essas determina es e centraliza es apresentam aos sujeitos e s pr ticas escolares Que podemos sociedade brasileira esperar das solu es e encaminhamentos educa o quando na maior parte das medidas s o percebidas solu es meramente administrativas e burocr ticas Quanto do trabalho pedag gico nas escolas comprometido quando mais s o valorizadas as quest es administrativas Que tipo de rela o professor aluno pode ser esperada quando numa sociedade complexa como a brasileira o professor responsabilizado e precisa apresentar garantias de que o aluno ir aprender a despeito das condi es concretas em que vive o aluno e em que se d o ensino do professor Todas essas quest es n o podem ser enfrentadas aligeiradamente mas acredito que o distanciamento de que tenho falado entre as administra es dos sistemas de ensino e o que ocorre nas escolas pode ser explicado ao menos inicialmente pelo estranhamento entre as l nguas faladas nesses dois espa os Muitos avan os t m sido dados nos ltimos anos mas os meros detalhes aqui expostos precisam ser encarados no que diz respeito s determina es que recaem sobre a escola visando ao aprimoramento da rela o entre escolas e administra o para que sejam efetivadas normas que potencializem o trabalho nas escolas ao passo que
232. ementos que buscava sobre a inser o da EF nas duas escolas O tema da inser o da EF abordado com base nas contribui es dos estudos do curr culo extremamente amplo Mesmo considerando o deslocamento a partir dos contatos com os Informantes uma maior aproxima o da pesquisa s escolas era necess ria Isso foi poss vel com a contribui o estrutural dada por Sacrist n 2000 mas ainda sentia que faltavam pesquisa elementos que proporcionassem uma melhor adequa o do objeto realidade das escolas indicando pontos mais precisos para ater minha aten o Isso ficou mais evidente ao adentrar as escolas e perceber a grande variedade de fontes de informa es Nessa ocasi o percebia as vidas das escolas como enigm ticas e seus elementos constituintes como amplamente variados o que dificultou as decis es sobre que tipo de situa es deveria privilegiar Por isso foram dados alguns direcionamentos que serviram tanto como desenvolvimento da estrutura do estudo quanto como decis es pragm ticas acerca do tema pensando eu no tempo de desenvolvimento da pesquisa e nas concretas possibilidades de lidar com as informa es consideradas as formas de adapta o do estudo a essas vidas que encontrei em cada uma das escolas Nesse sentido a fim de evitar permanecer tempo demais levantando um n mero elevado de informa es considerei necess rio organizar o olhar para situa es mais compactas que situassem a EF e determina
233. empenho me no esfor o de tom lo como algo inventado e que sempre carecer do trabalho de funcion rios alunos administra o p blica e professores para a atribui o de sentidos e significados Nesse sentido a teoria curricular de Sacrist n 2000 contribui pois ao abordar o curr culo como conflu ncia de v rias pr ticas nos informa dos fatores determinantes que agem sobre as pr ticas escolares determinadas pelo curr culo e como essas pr ticas configuram o pr prio curr culo o curr culo realizado praticado 40 Tomar o curr culo como conflu ncia de pr ticas extravasando suas caracter sticas administrativo burocr ticas p e os componentes curriculares como setores de experimenta o da experi ncia humana seja pelos fundamentos que os estruturam seja pelas pr ticas escolares que criam culturas setoriais uma vez que os diversos componentes curriculares criam na escola espa os tempos espec ficos de viv ncia dos saberes acumulados pela humanidade Pensando na escola como um lugar onde se vivenciam experi ncias que se entrecruzam mas que guardam especificidades entre si haja vista diferentes atividades s quais os alunos s o submetidos nos mais diversos ambientes criados pelos componentes curriculares h que se ressaltar que cada experi ncia diferente que se pratica na escola referenda ou produz ind cios que auxiliam a identificar as caracter sticas de institui es dentro das escolas os compon
234. empo nas escolas e ou professores considerados s rios e organizados 108 Outra quest o que merece destaque o fato de a rela o da EF das escolas entre seus professores e a SEME PMV ser de certa forma mediada pela Coordena o de Desporto Escolar o que pode ser identificado na fala do Informante 1 Ent o a discuss o da EF se d dentro do Ensino Fundamental Ger ncia de Ensino Fundamental como n s temos uma Coordena o de Desporto a qual n s temos nossa forma o de EF a gente faz esse di logo e acaba tamb m incorporando algumas coisas que nos favorece em fun o de estar tentando trazer essa discuss o da rea da EF com um pouco mais de for a Em rela o s efetivas contribui es para o desenvolvimento dos trabalhos no cotidiano escolar restam algumas quest es provenientes de especula es tais como qual seria essa discuss o que trazida com um pouco mais de for a sendo essa uma Coordena o de Desporto Escolar que em princ pio pode ser interpretada como um elo ou como representante da EF perante a Ger ncia de Ensino Fundamental Ser que as escolas ou os professores que n o participam dos eventos esportivos s o privilegiados tamb m por essas discuss es E tamb m ser que outras discuss es para al m do esporte tamb m s o trazidas com um pouco mais de for a por essa coordena o Os questionamentos que levantei n o visam desqualifica o dos meus inf
235. enciadas nas escolas Essa vertente guarda ntimas rela es com as produ es do cotidiano como t m observado Faria Filho 2002 e Vago 20083 por lembrar que h determina es a que os sujeitos est o submetidos mas que em rela o a essas determina es h movimentos de autoria pr prias dos sujeitos que denotam formas particulares de fazer com CERTEAU 1996 o que lhes apresentado Dirige se mais aten o s a es personificadas com autoria detect veis em meio a pr ticas e relatos al m das mem rias esquecidas Esses elementos acabam servindo de suplemento s informa es levantadas referentes aos registros das observa es e a analise dos documentos oficiais A rea da cultura escolar e a do cotidiano atuam no aux lio rea do curr culo na medida em que permitem a identifica o e a interpreta o das culturas de EF que foram est o sendo criadas e que s o praticadas nas escolas Para fins de estrutura o do trabalho busco em Sacrist n 2000 contribui es concernentes s pr ticas que manifestam o curr culo real na sua estrutura de curr culo como pr xis de curr culo em a o Mesmo tratando o curr culo a partir de uma manifesta o prescrita mais discursiva essa manifesta o mant m uma rela o ntima com a realidade educacional das escolas uma vez que tem o poder mesmo que limitado de influenciar direcionar a pr tica cotidiana dos sujeitos escolares Sacrist n 2000
236. ental Essa rela o precisava ser estabelecida para que se desenvolvesse certa cumplicidade ao mesmo tempo em que minha linguagem ia sendo calibrada para compreender melhor as situa es nas quais ia me inserindo As caracter sticas das observa es que foram desenvolvidas permitiram a participa o mais efetiva dos dois professores segundo a colabora o de que necessitava Isso se revela nas in meras conversas entre as aulas no recreio na sala dos professores nos corredores sobre acontecimentos observados nas aulas sobre a intera o dos alunos com as atividades sobre a interven o dos professores nas atividades sobre a interven o dos alunos nas aulas sobre xitos e dificuldades sobre a desvaloriza o da EF na escola sobre dificuldades dos professores em superar certos problemas etc Atrelado a esses acontecimentos ocorria um esfor o interpretativo dial gico expresso num esfor o m tuo dupla hermen utica como disse Sarmento marcando minha passagem nas escolas pelo prof cuo acesso s informa es dos percursos hist ricos necess rios para construir um entendimento das caracter sticas observadas das Educa es F sicas das pr ticas docentes e das pr prias escolas Posso dizer ent o que em todo o tempo fizemos professores e eu um importante esfor o de idas e vindas tendo como foco os acontecimentos concernentes s caracter sticas atuais da EF nas duas escolas aos tipos de inser o que v m send
237. entes curriculares GAR GLIO 2005 Essas institui es precisam ser compreendidas de maneira complexa pois s o fruto de uma s rie de acontecimentos que formatam determinado componente curricular de maneira espec fica em cada contexto onde inserido uma vez que sofre uma s rie de influ ncias e press es que culminam em formata es exclusivas vari veis de contexto para contexto No caso da EF para efeito deste estudo utilizarei a compreens o de que esta pr tica pedag gica por mais que seja idealizada para cumprir uma fun o na escola passou passa por um desenvolvimento de rea possibilitando a formula o de projetos variados para o seu desenvolvimento na escola Esses diferentes projetos foram s o apresentados aos professores em forma o uns com mais nfase do que outros fazendo com que esses sujeitos ao adentrarem o mbito escolar de alguma forma referendem esses projetos No entanto os estudos sobre saberes docentes did tica curr culo e cultura escolar t m alargado as compreens es a esse respeito indicando que n o se pode esperar dos professores uma aplica o dos conhecimentos que lhes foram apresentados antes esses sujeitos recorrem de maneira mais ou menos intensa a diferentes conhecimentos buscando resolver os problemas ligados ao exerc cio de sua profiss o Em qualquer esfor o feito para aproximar a compreens o das caracter sticas que a EF pode tomar numa escola segundo os referenciais
238. entes possui uma parcela importante na organiza o de todo este estudo na medida em que cumprem importantes fun es espec ficas mas como exporei a seguir ficariam neste estudo sem significado se tratadas de forma isolada Com isso as decis es de altera o do foco deslocamentos a organiza o das t cnicas de levantamento das informa es e os crit rios de an lise interpreta o foram sempre tratados levando em conta a estreita rela o com que tomo cada uma dessas contribui es Nas condi es situadas EMEF 1 e EMEF 2 foi necess ria uma formula o complexa a partir da estrutura sobre o curr culo de Sacrist n 2000 que auxilia a compreens o das conseq ncias das a es no todo do processo educativo de cada escola identificando as peculiaridades de cada situa o al m de ressaltar 55 importantes caracter sticas das diferentes manifesta es do curr culo na vida das escolas destacando os sujeitos escolares como sendo fundamentais em determinados momentos para a compreens o do curr culo que de fato de concretiza nas escolas Os movimentos da cultura escolar FARIA FILHO 2002 VAGO 2003 FORQUIN 1999 trazem a no o mais n tida das consequ ncias das a es dos sujeitos escolares na utiliza o dos materiais escolares e nas pr ticas estabelecidas nos diferentes espa os tempos escolares Constituem se fundamentais esfor os na compreens o de que diferentes culturas s o produzidas e viv
239. ento dos projetos e a participa o no JEMVI influenciam essa inser o bem como compreender com que disponibilidade o Professor J organiza e atua nesses diferentes espa os tempos aula de EF e projetos e como se d o envolvimento dos alunos nesses espa os tempos possivelmente distintos A quest o do hist rico do professor na escola seja perante a organiza o do componente curricular seja na organiza o do projeto de esportes e participa o nos jogos estudantis constituiu se elemento de interesse no que diz respeito compreens o da influ ncia que esse projeto tem na inser o da EF bem como do tipo de rela o que a EF faz com esse projeto de como lidam os sujeitos escolares com a concorr ncia ou concomit ncia e por que n o com a ambiguidade desses dois em princ pio distintos espa os tempos Outra situa o tamb m indicada pelos dois Informantes diz respeito pr tica do Professor M que atua no turno matutino na EMEF 2 Esse professor foi indicado como sendo muito firme em suas posi es pol ticas e com uma boa atua o nas aulas de EF e no envolvimento das quest es gerais da escola e segundo Informante 2 um professor que tem uma forte identifica o com a escola utilizando para justificar essa coloca o o fator deslocamento que ele faz de sua casa para a escola pelo tempo de servi o na Prefeitura de Vit ria esse professor j poderia ter pedido remo o para outra EMEF mais pr
240. ento realizado pelos Informantes ante a tarefa de indicar situa es com inser es da EF marcantes para as escolas passando a situar as pr ticas de determinados professores foi de fundamental import ncia para o cumprimento de seus pap is para a pesquisa possibilitar a sele o de escolas e a facilita o da minha entrada nelas 93 distinta Para este estudo essa l gica se comprovou pelo fato de trabalhar com dois professores indicados em princ pio por apresentarem pr ticas interessantes que contribufam para uma boa inser o da EF na escola mas que organizavam seus trabalhos a partir de orienta es objetivos diferentes A exemplo do Informante 1 o Informante 2 centralizou a figura do professor para realizar as indica es das situa es referindo se s escolas em que conhecia de alguma forma o trabalho dos professores interessante descrever esse processo j que no momento em que tive o contato com os Informantes o conceito de inser o para mim n o estava completo como foi apresentado no cap tulo anterior Essa din mica de desenvolvimento do objeto concomitantemente com o desenvolvimento da pesquisa proporciona esses momentos de insufici ncia Digo insufici ncia pois como n o tinha claro o que esse termo representava por ainda estar em constru o mas ele j aparecia como elemento central no meu objeto tive que lidar com os Informantes para mapear situa es que atendiam s necessidades da pes
241. erar grandes problemas ao Professor J No entanto h turmas como a 3 s rie que ainda n o entraram no jogo que ainda n o se enquadraram nessa organiza o Parte disso diz respeito ao pouco tempo de trabalho dessas turmas nessa organiza o do professor j que as turmas mais avan adas com as quais o Professor J lida h mais tempo rapidamente tomam uma postura mais expectante na quadra coberta aguardando os direcionamentos do professor ou tomam uma postura mais decisiva na organiza o de atividades no espa o alternativo A 3 s rie um extremo exemplar de turma com facilidade de desconcentra o em rela o aos objetivos das aulas no espa o alternativo Essa turma produz situa es problem ticas na vis o do professor faz muito barulho perto das salas de aula n o consegue organizar e manter a concentra o em algumas atividades Lembrando que a nica turma que o Professor J possui nas s ries iniciais do Ensino Fundamental 195 produz situa es de conflito por causa da utiliza o de materiais espa os e pr tica de atividades espalha se pelos arredores da escola dificultando o controle do professor sobre suas a es Isso exigiu da parte do professor a altera o da disposi o das aulas no acordo sobre a de utiliza o dos espa os Na organiza o das aulas quando elas ocorrem na quadra coberta passou a haver maior exig ncia sobre os alunos por mais aten o e
242. erentes a uma forma espec fica de investiga o elevando o status do que n o foi escriturado em termos de curr culo do que n o foi prescrito das rela es em termos interpessoais e das pessoas com a institui o ou com as institui es que se manifestam na escola assumindo os componentes curriculares como institui es conforme indica Gar glio 2005 Isso revela que por mais que estivesse envolto pelas quest es j citadas n o tinha determinado as informa es que seriam imprescind veis para as respostas que buscava Sendo assim a trajet ria deveria ser percorrida na estrutura o pr entrada nas escolas no relato dos meus movimentos sendo esses regidos por um misto de decis es t cnicas pragm ticas relacionadas ao referencial utilizado sobre o curr culo o cotidiano e a cultura escolar mas tamb m pela sensibilidade ao percebido de vital nas rela es que as pessoas ali estabeleciam O itiner rio que percorri s poderia ser abordado no pret rito assim como a trajet ria e os movimentos que fiz Entretanto isso n o quer dizer que n o houve qualquer tipo de preparo para chegar as escolas Houve preparo dos instrumentos para chegar s informa es de que precisava mas os movimentos que eu teria de fazer bem como as falas que iria privilegiar os lugares onde deveria estar ainda se mostravam indeterminados antes de eu chegar s escolas Em resumo o que se mostrava como dificuldade era que tipo de man
243. eriam me atender at a quarta feira da outra semana dia 21 de mar o Fui ent o na data marcada at a escola Fui recebido pela pedagoga Irani e esperei mais alguns minutos pois havia uma demanda grande de servi o para elas o que dificultou conseguirmos nos reunir Pude ver o Professor M em uma aula mas preferi n o ficar olhando para respeitar o espa o dele e da escola pois mesmo conhecendo o professor ele ainda n o sabia da minha inten o de realizar uma pesquisa ali J reunido com as pedagogas na sala onde uma delas atendia a uma m e pude explicar os objetivos da pesquisa e falar das necessidades que teria para a realiza o das observa es das entrevistas e do contato com alguns documentos Durante a conversa com as pedagogas o Professor M me avistou e veio me cumprimentar num tom bem amistoso Perguntando sobre o que estava fazendo ali informei que pretendia ter aquela escola como colaboradora da minha pesquisa por isso estava ali apresentando os objetivos do trabalho para as pedagogas Depois 232 disso ele que ainda estava em hor rio de aula se ausentou garantindo que nos falar amos ainda As pedagogas acharam por bem fazer perguntas sobre a preserva o da imagem da escola e do cuidado com as informa es tiradas dali Falaram tamb m sobre um poss vel retorno que a escola deveria ter dos resultados da pesquisa j que em outros momentos em que a escola aceitou a realiza o de pesquisas l
244. erior As for as pol ticas e econ micas desenvolvem press es que recaem na configura o dos curr culos em seus conte dos e nos m todos de desenvolv los Para situar melhor as raz es das minhas escolhas e como tentativa de ilustrar o segundo deslocamento faz se necess rio reproduzir a l gica do sistema educativo que cont m diferentes oito subsistemas ou mbitos por meio dos quais se expressam pr ticas relacionadas com o curr culo nos quais se decide ou nos quais se criam influ ncias para o significado pedag gico do mesmo SACRIST N 2000 p 23 Sistema Social Subsistema de participa o social e controle Subsistema pol tico administrativo Subsistema pr tico pedag gico Subsistema de inova o Ordena o do 29 Subsistema de especialistas e de pesquisa Subsistema de produ o de meios Subsistema de sistema educativo cria o de conte dos Esquema 1 Sistema curricular de Sacrist n 2000 p 23 A l gica de Sacrist n indica que h uma s rie de pr ticas criadas pelo curr culo que atuam de forma relacional e independente atendem a uma s rie de encargos de responsabilidade de sujeitos que comp em de forma diversa os quadros cargos em diferentes esferas de atua o Assim O curr culo pode ser visto como um objeto que cria em torno de si campos de a o diversos manifestando um sistema curricular SACRIST N 2000 p 101 Nesse sis
245. erva es que foram feitas no dia a dia escolar e tamb m com o tipo de organiza o do componente curricular EF A primeira caracter stica identificada na an lise dos documentos foi o forte car ter burocr tico situando as dimens es da rea constru da e da rea total da escola a descrimina o dos segmentos do pr dio da escola bem como a fun o de cada um o n mero de turmas rela o dos funcion rios da escola exposi o ou men o do regimento da escola Os aspectos atinentes a concep es de escola papel do educador metodologia rela o professor aluno avalia o e conte dos de ensino ou curr culo est o referendados no item de pressupostos te ricos contidos no projeto pedag gico Esses pressupostos est o orientados na pedagogia Cr tico Social dos Conte dos e coerentemente com essa proposta o documento faz questionamentos ao quadro social mais amplo mais precisamente estratifica o da sociedade e situa a import ncia da escola para a comunidade enfatizando a responsabilidade da escola no atendimento s necessidade e as caracter sticas da clientela Destaco conte dos de ensino ou curr culo por ser um ponto contradit rio marcante em todos os documentos acredito que o problema venha da concep o de curr culo contida no projeto pedag gico da escola j que os demais documentos foram desenvolvidos a partir dele Primeiramente h a necessidade de questionar a l gica de conte
246. es diferen as de uma s rie para as demais com exce o do trabalho com a 3 s rie para a qual o Professor J organizou algumas atividades como queimada corridas estafetas atividades envolvendo quicar pular corda fazer rolo para frente origami jogos cantados e o que o professor definiu como jogos de volta calma Em rela o as demais turmas ele apresenta esquemas de aulas semelhantes variando na toler ncia cobran a referente ao tipo de envolvimento e na exig ncia sobre o conhecimento do esporte Sendo assim as atividades planejadas de acordo com o desenvolvimento das aulas nas diferentes turmas e as caracter sticas de cada turma faziam com que ele exigisse mais ou menos na execu o dos movimentos sobre o conhecimento das regras e no comportamento t tico nos jogos Para facilitar o acesso dos alunos das diferentes s ries seja as s ries mais novas seja os alunos menos experientes em determinado esporte iniciava os trabalhos com regras flexibilizadas adaptando os esportes institucionalizados J nas s ries finais exigia um comportamento t tico mais compromissado com os objetivos do esporte e um comportamento t cnico mais apurado cuidando para que os alunos de habilidades menos desenvolvidas em dado esporte tivessem condi es de participar das aulas A participa o das aulas era apresentada como compuls ria e raramente o Professor J teve que intervir para que os alunos participassem das aulas N o foi apresentado
247. es limitam as a es dos sujeitos mas esse poder tamb m limitado segundo os interesses e capacidades dos sujeitos e as rela es que s o estabelecidas nas escolas de maneira que s o dif ceis as previs es dos impactos das decis es de agentes externos nas rela es escolares Nesse sentido defendo a id ia de que a EF como componente curricular n o aparelhada plenamente na escola segundo os interesses ou modismos que permeiam as diferentes administra es p blicas nem nos acirrados debates epistemol gicos da rea da EF As caracter sticas do que concretizado nas escolas dependem muito das decis es prefer ncias capacidades dos sujeitos imediatamente envolvidos afirma o que n o figura mais no rol das novidades no mbito da educa o O que considero interessante j recorrendo s contribui es dos Professores J e M s o as peculiaridades das rela es estabelecidas entre os sujeitos no cotidiano escolar Peculiaridades que exigem a considera o de diferentes fatores como sendo fundamentais para a concretiza o do ensino e subsequentemente para as caracter sticas que apresentam os componentes curriculares Dia a dia nas escolas de Ensino Fundamental pr ticas escolares s o efetivadas tendo como um dos espa os tempos a aula de EF N o se pode esperar no entanto considerando a especificidade de cada escola que a inser o desse componente curricular ocorra de forma igual e linear mas de
248. es o Professor J disse Sobre o trabalho fora da quadra eu tenho uma turma que tem as tr s aulas na quadra Ent o eu tenho um trabalho um acordo feito com essa turma n No caso que eu trabalho com eles cada semestre a gente d uma aten o maior a um esporte ent o a aula vai ser direcionada aquele esporte ou ent o a gente vai fazer um trabalho mais espec fico de aprendizagem de alguns fundamentos ou vamos fazer um jogo propriamente dito variando aula mista aula separada por g nero E outra aula n s vamos trabalhar cada uma um esporte As outras turmas que n s vamos pra quadra com exce o da quest o da terceira s rie toda vez que 194 n s vamos pra quadra naqueles dois meses dois meses e meio que n s vamos dar mais aten o a um esporte n s vamos trabalhar mais um esporte que foi definido em conjunto no trimestre e as aulas que s o fora n s vamos estar trabalhando mais a variedade de jogos dentro do desejo que a turma determina que seja vista por eles mas eu acabo direcionando junto com eles trabalhando com o desejo deles Ent o n o s o aulas livres porque o aluno poderia ficar sentado a aula toda ent o eu n o vejo dessa forma Essa forma uma forma de estar trabalhando a quest o do movimento mas variado E algumas vezes dentro dessa aula livre eu proponho umas atividades diferenciadas quando t chovendo por exemplo quando n s temos que fazer uma outra atividade ou fazendo um trabalho mais
249. es constituintes dela enquanto pr tica docente s o a cultura docente em a o TARDIF LESSARD LAHAYE 1991 citados por MONTEIRO 2001 p 130 131 Gar glio 2005 faz uma leitura diferenciada dos saberes disciplinares Ele os divide em saberes disciplinares propositivos e saberes disciplinares que s o produzidos no contexto situado de trabalho na din mica da escola constru dos em fun o de situa es particulares e singulares Para ele os primeiros d o uma no o falsa do 43 trabalho do professor muitas vezes tratando de discuss es exageradamente abstratas que podem ser configuradas como perniciosas se n o for feito um trabalho de relativiza o dessas teorias J os saberes disciplinares produzidos no contexto situado de trabalho s o marcados fortemente pelos saberes disciplinares propositivos por m sofrem uma media o ao serem relidos pelos professores que recorrem a eles tendo como elementos balizadores as caracter sticas do contexto em que atuam Esses ltimos s o saberes que mant m rela o com as condi es objetivas em que os professores trabalham suas experi ncias positivas e negativas as a es que lhes proporcionam mais seguran a o tipo de alunado com que t m de lidar entre outros fatores Ent o a matriz disciplinar deve ser compreendida como o que os professores em suas rela es di rias com a escola e com os demais sujeitos escolares t m conseguido construir como componentes curri
250. es e ou EF tanto que alguns professores diz o Informante 2 s o valorizados pelo corpo t cnico da escola por conquistarem trof us enquanto que outros s o desvalorizados por n o os conquistarem mas em nenhum momento essa l gica foi explicada de maneira detalhada No entanto quando questionado sobre o que ocorria nas aulas de EF o Informante 2 n o p de fazer afirma es precisas Cabe aqui uma reflex o pensando na din mica das indica es centralizadas na figura do professor pelo desenvolvimento de trabalhos nos projetos n o no tipo de inser o da EF na escola e das rela es que mant m fica na ordem do dia a necessidade de compreender em que medida se d o envolvimento desses professores com as quest es da escola Se a influ ncia do JEMVI t o forte como parece ser a uma primeira aproxima o de maneira que professores s o avaliados positiva ou negativamente de acordo com o xito nesses jogos h uma possibilidade de as rela es entre EF escola e JEMVI serem importantes para a inser o da figura do professor do trabalho que ele desenvolve dentro dos projetos e n o pelo que concretizou nas aulas de EF Recairia no entanto EF algum tipo de m rito pelo fato de o professor ser respons vel tamb m por esse componente 100 curricular e pela associa o confus o da EF com o esporte o que em certa medida poderia ocasionar uma situa o dif cil para a compreens o de quando terminam as au
251. es no meio em que est o inseridos mas antes fazem usos dos espa os tempos em que transitam criando formas de fazer e de relacionarem se uns com os outros e com as institui es com as quais mant m contato Essas formas de fazer ou resist ncias precisam ser compreendidas considerando o quadro social mais restrito a escola mas tamb m o quadro social mais amplo ou seja os impactos sociais dessas resist ncias e principalmente das motiva es que tornaram poss veis tais resist ncias Refiro me s experi ncias que os sujeitos escolares t m no decorrer de sua vida como a pr tica sindical discuss es epistemol gicas de rea entre outras Nesse sentido preciso considerar que as escolhas dos professores no cotidiano escolar manifestadas como resist ncias n o figuram um tipo de poder dos sujeitos uma vez que essas resist ncias n o s o todas conscientes e calculadas Por mais que se possa identificar interfer ncias das escolhas dos sujeitos essas precisam ser limitadas em seu potencial ante esse quadro Por fim tomo o campo de trabalho pesquisa considerando as vidas das escolas como um complexo processo de avan os e retrocessos e considerando os desejos as possibilidades e as capacidades dos sujeitos envolvidos sem deixar de lado a 33 acredito que h impactos sociais das diferentes resist ncias mas este estudo n o esgotar esse assunto e n o est voltado para essa quest o 85 import ncia
252. ese se confirmou devido dist ncia entre as finalidades do curr culo e a organiza o do trabalho do professor J por exemplo No entanto as quest es administrativas foram concretizadas seja em rela o s obras reformas seja em rela o ao funcionamento da escola Nos documentos citados h um quesito diretrizes b sicas de a o que define as fun es os deveres e objetivos da escola do professor da equipe t cnico pedag gica e do diretor H tamb m a indica o precisa da fun o de momentos como dia de planejamento integrado hor rio de planejamento e recreio Essas determina es se dirigem tamb m ao que foi chamado de atividades gerais e pedag gicas dos demais integrantes da escola dirigindo as atividades do pessoal da cozinha pessoal de limpeza pessoal de seguran a pessoal de secretaria e da assessoria O regimento da escola que est anexado ao projeto da escola vai al m determinando elementos como movimenta o dos alunos na escola da entrada para a sala nas aulas de EF no recreio etc os crit rios e as delimita es de puni es os deveres e direitos dos alunos o uso do uniforme os deveres dos profissionais da escola direitos e deveres dos professores deveres dos pedagogos e da coordena o de turno deveres do diretor utiliza o dos espa os escolares e organiza o dos tempos escolares Os documentos posteriores ao projeto da escola d o certos encaminhamentos e superam
253. esenvolvidas surgem como conte do principal das contribui es que pode oferecer como contrapartida dos esfor os envidados pelos sujeitos escolares Nesse sentido ao tomar os sujeitos como colaboradores o pesquisador assume uma postura comprometida com esses sujeitos pondo as informa es levantadas e as interpreta es feitas em quest o em processos de discuss o com os sujeitos da situa o estudada esse processo a j conhecida valida o das informa es No caso desse trabalho o interesse primeiro sistematizar as informa es levantadas cruzando as com os conceitos trabalhados a partir do referencial te rico de base para discuti los com os colaboradores ao mesmo tempo em que discutimos as interpreta es realizadas Como j havia deixado claro em outro momento n o advogo a id ia de que h dados a serem colhidos muito menos de que esses dados sempre estiveram l para serem apreendidos por um trabalho cient fico H duas acep es do termo dado no dicion rio Aur lio que precisam ser expostos por sinalizarem aspectos que procuro superar quando afirmo que o contato com o campo de trabalho pesquisa possibilitou a produ o das informa es que interpretadas sinalizaram sobre a inser o da EF nas escolas acep o um Elemento ou quantidade conhecida que serve de base resolu o de um problema acep o dois O que se apresenta consci ncia como imediato n o constru do ou n o elabo
254. esist ncias por parte de seus sujeitos Ao abordar a quest o das a es dos professores centralizando suas pr ticas e propondo uma aproxima o aos significados que eles poderiam atribuir a essas a es mesmo dentro das aulas de EF al m de enveredar por um caminho vasto em possibilidades eu corria o risco de me afastar do referencial que me fundamentava naquele momento Por essa raz o passei a considerar com maior aten o as influ ncias das reas do curr culo do cotidiano e da cultura escolar Foi precisamente ao me aproximar do segundo deslocamento que passei a construir uma rela o entre essas tr s reas discursivas distintas buscando luz da concretiza o do objeto deste trabalho um elo entre as produ es dessas diferentes reas produ es essas que se encontram em v rios elementos da vida escolar De dentro da escola pude perceber de maneira mais concreta que o curr culo cria as condi es para a produ o de uma cultura da escola al m de cumprir fun es organizacionais administrativas ou pol ticas tais como a espacializa o que o curr culo cria a partir dos conhecimentos e a localiza o disciplinar relacionando conduta conhecimento consumo e utiliza o nos espa os e tempos escolares Veiga Neto 2002 fez uma excelente reflex o a respeito do papel que o curr culo tomado como artefato da modernidade desempenhou desempenha na forma escolar mais conhecida que formata o conhecimento como
255. espeito valoriza o da criatividade dos alunos em resolver os problemas postos pela atividade o compartilhamento das contribui es realizadas em tempos diferentes em turmas diferentes sugerindo uma ruptura da l gica curricular temporal j que pr ticas vivenciadas em tempos diferentes eram compartilhadas acrescentando se atividade inicial Altera o da l gica curricular tamb m foi percebida em outro momento Os alunos de uma 2 s rie estavam em uma atividade de salto com um trampolim A atividade consistia na experimenta o de saltos variados Essa atividade representava uma participa o mais individualizada j que apenas um por vez realizava o salto Durante a atividade um aluno da 5 s rie que estava em aula de EF com a outra professora saiu da atividade de futsal que estava sendo desenvolvida na quadra e entrou na fila para a viv ncia do salto com o trampolim sobre o colch o Num determinado momento esse aluno falou com o Professor M 269 Professor est o entrando na minha frente na fila N o est o deixando eu ir Mas voc dessa turma N o Mas eu n o posso fazer n o T pode O Professor M teve que rapidamente avaliar as condi es da aula a peti o do aluno e os direitos do aluno Aceitando essa situa o acabou por flexibilizar uma barreira que caberia a ele afirmar a seria o Nesse momento houve um repensar ou uma forma de fazer com CERTEAU 1996 q
256. essa quest o sinaliza uma posi o n o muito confort vel EF na escola Esse tipo de men o da EF nesses textos oficiais s o resqu cios de um momento hist rico em que esse componente ocupava uma fun o pol tica baseada nos prop sitos higi nicos e eug nicos Isso revela que o desenvolvimento da rea de estudo da EF mesmo considerando as fervorosas disputas epistemol gicas ainda n o tem manifestado essa pluralidade nesse tipo de texto uma vez que parece estar a EF representada nessas normas apenas pelas l gicas da biologia e ou do esporte Obviamente essa quest o da norma se configura como mais um elemento para o desenvolvimento de certo desconforto estranhamento para a EF na escola Aspectos de autonomia s o sinalizados nas normas jur dicas municipais por m apresentam s rias contradi es quando formatam determinados componentes curriculares selecionando certos conte dos e pr ticas escolares curriculares e extracurriculares Atribuo essa l gica centralizadora como uma reprodu o possibilitada pela submiss o da norma municipal s normas estadual e federal tamb m centralizadoras Acredito que essa seja uma tend ncia do contexto 138 brasileiro onde se normatizam pormenorizadamente as atribui es dos sujeitos escolares ampliando cada vez mais as obriga es relativas aos conte dos obrigat rios e apresentando uma s rie de encargos s escolas que diante dos complexos contextos em que est o inseridas
257. essa raz o fugindo das categoriza es r gidas tomei elementos do que Andr 2000 e Molina Neto 1999 chamaram de etnografia escolar como fatores orientadores para o encaminhamento do trabalho Posto isso preferi no in cio do trabalho aproximar me do que poderia se constituir em elementos para auxiliar na aproxima o do que mais interessava Algumas caracter sticas pois da etnografia escolar foram consideradas imprescind veis de antem o como o seu potencial de fidelidade em rela o s situa es pesquisadas guardando cuidado na descri o do que era observado acompanhado da minha posi o como pesquisador Optando por seguir essa l gica n o me limitaria ent o a descrever mas buscaria tamb m desenvolver um esfor o de interpreta o e nessa din mica produzir conhecimentos A etnografia escolar tem como caracter stica proporcionar contato direto entre o pesquisador e a situa o pesquisada permitindo a reconstru o de processos e de rela es que configuram a experi ncia escolar di ria Assim chegando bem perto do ch o da escola seria poss vel compreender 78 como operam no seu dia a dia os mecanismos de domina o e de resist ncia de opress o e de contesta o ao mesmo tempo em que s o veiculados e reelaborados conhecimentos atitudes valores cren as modos de ver e de sentir a realidade e o mundo ANDRE 2000 p 41 Caracter sticas do estudo de caso tamb m figuraram como interess
258. esse respeito principalmente por meio do cuidado Estava entrando nas escolas com o intuito de realizar uma pesquisa que n o fora requisitada pelos sujeitos escolares ou seja era um intruso ali N o podia entrar na casa do vizinho abrir a geladeira e fechar a porta com o p Nesse sentido tentei evitar constrangimentos como chegar escola perguntar pelo Professor J chegar ao ambiente de aula ficar observando at que ele viesse me perguntar o que eu desejava ou estabelecer algum contato com os alunos o que poderia suscitar alguma desconfian a por parte do professor Cuidado Estabeleci contatos com os colaboradores com cuidado respeitando o fato de estar em ambiente alheio Minha inten o era apresentar os objetivos da pesquisa tomando o cuidado de informar sobre as poss veis necessidades da pesquisa que envolvia a participa o no hor rio letivo da escola no hor rio da entrada no recreio nas aulas de EF nas reuni es no acesso a documentos da escola como o projeto pedag gico o 8 Este n o reconhe o uma express o usual em trabalhos como este mas tenho convic o de que expressa bem o sentimento a situa o que muitas vezes tentei evitar antecipando me aos problemas por meio de medidas respeitosas 147 planejamento de EF registros da escola que ajudassem na compreens o da inser o da EF na escola Cheguei antes do hor rio marcado e n o havia quase ningu m na escola ainda Esperei sem
259. essor Cabe aqui ressaltar como lidei com os professores e como tenho abordado a quest o de objetivos pedag gicos e pessoais N o penso que seja til discutir sobre diferen as entre esses objetivos pois est o ligados visceralmente por m os abordei de forma distinta junto aos professores Os objetivos pessoais s o aqueles ligados as posi es concep es dispositivos que revelam a idiossincrasia dos professores Esses objetivos s o tomados como as motiva es que os professores tiveram t m para impor certa organiza o sobre a EF T m rela o com as experi ncias s o produzidas e garantidas com a experi ncia do professor Essa flexibilidade necess ria porque no mbito das escolas e do trabalho pedag gico de professores esses se organizam de forma distinta uns privilegiando formas prescritas mais ou menos formais outros recorrendo s experi ncias como principal substrato da organiza o do trabalho 169 profissionais anteriores mas tamb m com as experi ncias com os conte dos abordados pela EF Outro elemento que alimenta os objetivos pessoais remete forma como os professores se relacionam com as quest es epistemol gicas da rea dotando esses objetivos de uma carga profissional espec fica Digo isso porque quando iniciei a explorar a compreens o das motiva es dos professores na forma de a es objetivos tratava essa quest o apenas como decis es profissionais referentes s escolhas dos prof
260. essores a respeito das diferentes maneiras de abordar a EF O contato com os professores permitiu a compreens o de que essas motiva es extravasavam das experi ncias profissionais acad micas para a quest o da pessoa do professor j situando tamb m o professor como pessoa dentro de uma organiza o escolar que sofre certas press es e precisa organizar seus trabalhos a partir de escolhas adapta es resist ncias certas vezes evitando conflitos outras enfrentando situa es dif ceis Nesse sentido resolvi tratar com os professores dois tipos de objetivos para abordar a tem tica pessoal de maneira espec fica j que os objetivos pedag gicos estavam dotados de uma conota o mais t cnica A discuss o desses objetivos surgia como algo posterior identifica o das condi es do contexto de trabalho dos professores e das posturas deles perante essas condi es Por isso os objetivos pessoais foram tomados como mais pr ximos dos desejos e motiva es dos professores precedendo os objetivos pedag gicos mais voltados para a organiza o de suas pr ticas Os dois objetivos n o devem ser tratados de forma deslocada Mas tive que abord los separadamente para identificar a por o de escolhas caracter sticas dos professores no tipo de organiza o da EF Abordo os objetivos pessoais como orientadores dos pedag gicos por isso esses dois tipos de objetivos n o podem ser tratados isoladamente Um est ligado com a his
261. estre Por essa raz o a quantidade de grupos varia de acordo com a oferta de alunos e o n mero de integrantes de cada equipe estipulado pelas regras oficiais do esporte Ap s um tempo determinado pelo professor os grupos se alternam e ficam submetidos mesma organiza o Po TE ist Fotografias 4 Exemplo 1 sobre a organiza o da aula de Educa o F sica na EMEF 1 quando da utiliza o do espa o da quadra coberta grupos divididos por sexo atividade principal na quadra e atividades paralelas fora da quadra Em certas oportunidades o Professor J enfrentou problemas nos momentos de forma o das equipes pois alguns alunos realizavam as escolhas segundo crit rios de amizade afinidade o que deixava o professor contrariado j que esperava que a escolha dos alunos se fizesse segundo o crit rio de habilidade de certa forma ele deixava essa expectativa evidente quando explicava os crit rios que os alunos deviam seguir para a realiza o dessas escolhas e quando repreendia os alunos que escolhiam primeiro aqueles que ele considerava menos h beis Percebi que o 186 Professor J permitia que algumas turmas realizassem essa escolha de forma auto orientada o que ocorria de maneira r pida e sem grandes problemas para o professor Essas turmas eram as de 72 e de 8 s ries Nas aulas das outras turmas o professor variava certas vezes orientava as escolhas em outras ele mesmo realizava a forma o das equipes
262. eus significados j que os benef cios como veremos adiante foram volumosos por conta do frut fero contato que tive com dois professores que de maneiras espec ficas encaminham a tarefa de ensinar EF em duas escolas Sobre isso Sarmento 2008 p 146 explica que p r em evid ncia os autores de suas a es nas organiza es escolares coerente com a l gica do desenvolvimento de pesquisas que visam a atribuir autonomia relativa s organiza es escolares conceito intimamente relacionado com a id ia de produ o cultural e da valoriza o das a es dos sujeitos no interior das institui es A esse respeito apresenta o pressuposto epistemol gico da singularidade esse deriva tanto da conceitua o te rica e sociol gica do princ pio da dualidade da estrutura GIDDENS 1984 e da autonomia relativa dos contextos da a o quanto da perspectiva do conhecimento que rejeita as leis explicativas da validade universal Em alternativa define se uma orienta o n o causalista e n o determinista que potencializa a inclus o da ambiguidade das redes de fluxos e da indetermina o na realiza o daqueles factos A polariza o m ltipla dos fatores da ac o coloca os autores no centro do esfor o anal tico SARMENTO 2008 p 146 Por essa raz o destaco o papel fundamental dos Informantes que al m de me proporcionarem as condi es de entrada nas escolas iniciaram o enfrentamento de quest es impl
263. ex o como a outra auxiliam a identifica o da EF ou de outro componente como desempenhando um papel espec fico no curr culo Faria Filho 2002 sinaliza elementos chave que comp em o fen meno educativo pelos quais se analisa articula e descreve a cultura escolar e tempos escolares fazem parte da ordem social escolar s o sempre pessoais e institucionais individuais e coletivos Suas delimita es controles que recaem sobre eles a forma como s o materializados em anos s ries hor rios rel gios campainhas prop em m ltiplas trajet rias de institucionaliza o e espa os escolares uma primeira sinaliza o que se tem que o espa o educa a disposi o dos lugares a serem ocupados a disposi o de materiais e sujeitos em cada espa o as aberturas e as restri es com a rea externa tudo isso fundamental para a indica o impl cita da utiliza o de cada espa o Em todo o tempo e veremos isso por todo o texto os tempos e espa os funcionam como elementos concatenados com os prop sitos pedag gicos da escola e a eles s o atreladas regras sendo os comportamentos objetivados segundo a utiliza o adequada planejada deles e sujeitos escolares esse elemento est relacionado com os estudos do cotidiano por estarem voltados para a identifica o de estrat gias ou das formas como se apropriam das regras que lhes s o apresentadas Eles desenvolvem t ticas de sobreviv ncia buscando cumprir com as
264. expandiu essa quest o do trabalho com os outros professores A gente fez apresenta es no audit rio chamamos os outros professores eles utilizaram os outros professores as outras disciplinas pra estar tamb m a n vel de pesquisa trabalhando o que feito dentro da sala de aula Professor J Eu questionei o professor sobre esse trabalho em conjunto com os outros professores por identificar que parte desse trabalho extra nas aulas de EF para al m do que tem sido valorizado e composto a organiza o desse componente curricular configura se mais como conting ncias formatam menos a inser o da EF na escola Nesse sentido o trabalho em conjunto com os demais professores n o seria relativo ao tipo de conhecimento que a EF escolariza nessa escola ou do tipo de conhecimento que a EF vem tratando junto com os alunos em suas aulas ordin rias Por essa raz o identifico essas atividades como conting ncias que atendem a um momento da escola ou necessidade apresentada ao professor como a prepara o de trabalhos e apresenta es para a mostra cultural como atividades extraordin rias Nesse sentido essas atividades n o seriam potentes para uma nova integra o entre os componentes curriculares e mobilizaram pouco ou nada 228 sobre a inser o da EF na escola sobre a cria o de uma cultura de EF ainda muito voltada para as quest es disciplinares Isso participa o dos outros professores foi uma coisa
265. expectativas direcionadas a eles mas n o de forma totalmente previs vel j que buscam muitas vezes formas que expressem seus desejos o que de certa forma marca a escola com suas contribui es com suas vontades e conhecimentos escolares relacionado intimamente com a quest o do curr culo esse elemento sinaliza conte dos culturais ora valorizados ora abandonados traz tona as l gicas internas e externas escola para a manuten o ou exclus o de conhecimentos bem como a identifica o de hierarquiza es entre eles Em suma remete trajet ria dos conhecimentos em terreno escolar como fruto de uma tradi o seletiva e materiais e pr ticas escolares estes ltimos elementos s o fundamentais na concretiza o da cultura escolar pois englobam o substrato principal da 48 escola a aula entre outras pr ticas de ensinar e aprender poss veis de serem experimentadas nas escolas Os tipos de materiais utilizados em diferentes espa os tempos possibilitam como veremos com Sacrist n diferentes n veis de intera es que podem ser de melhor ou pior qualidade considerando as atividades que estiverem sendo desenvolvidas nessas pr ticas nesses usos Sacrist n 1995 p 86 ao fortalecer a id ia de curr culo real situando a a o dos sujeitos como um fator preponderante para a compreens o do que efetivado pelo curr culo posicionando se contra concep es positivistas de curr culo oficial ou uma vis
266. eze encena uma explica o aos seus alunos O Eu sei que o outro cara s quer ganhar o jogo e vai me trazer problema Ent o eu conscientizo o aluno dizendo Olha esse ano voc n o vai jogar Eu tive este ano participando comigo no projeto em torno de 250 a 300 alunos E competindo em torno de 220 a 250 em todas as modalidades Neste quantitativo h alunos que v o que saem que ficam um pouco O n mero de alunos participantes das competi es envolvem alunos de 3 s rie de 4 e de 5 a 8 N s participamos das competi es municipais e estaduais Estaduais diria o Festival aberto de Cariacica a Corrida r stica da polenta foi l em Venda Nova munic pio da regi o serrana pr ximo Grande Vit ria Corrida Garotada Maratona de Handebol de areia Festival de Atletismo da FAESA Centro universit rio particular do munic pio de Vit ria uma competi o inclusive que n o d medalha e meus alunos foram mesmo sem transporte eles foram estiveram l pelo prazer da competi o do esporte participamos do Circuito Caixa de maratoninha inclusive uma aluna minha ganhou uma bicicleta nessa competi o fiquei muito contente com isso tiveram outras competi es que eles foram mas eu n o estive presente a Corrida r stica do Borel bairro da Grande Vit ria Participamos do JOEVI Jogos Estudantis de Vit ria das Olimp adas escolares competi o que envolve tamb m a participa o de
267. fessor J toca durante a aula depois de desligar o aparelho ele me pede desculpas e pede minha compreens o explicando que por trabalhar com treinamento de alunos para suas respectivas participa es em torneios escolares e por possuir um bom curr culo de conquistas mesmo sendo ele professor em escolas p blicas fica em evid ncia e se torna requisitado pelas escolas particulares que se interessam em estabelecer um v nculo com ele exclusivamente como treinador de seus alunos Pode se inferir que o esporte funciona tamb m como uma possibilidade de empregabilidade para esse professor pelo bom trabalho desenvolvido Em outro momento explicando sobre sua participa o nos jogos sobre as sess es de treinamento do projeto e sobre a sua rela o com os alunos o Professor J condenou a pr tica de professores que usavam jogos para suas autopromo es de 112 tal forma a se comportarem de forma indevida ante seus alunos destratando os com xingamentos reclamando acintosamente das marca es feitas pelos rbitros al m de polemizarem a respeito de problemas ocorridos nos momentos de disputas em outros espa os como o de forma o na SEME PMV ou nas reuni es t cnicas dos jogos estudantis demonstrando condutas conden veis segundo o professor Buscando explicar atitudes desse porte ele disse ainda que muitos professores usam dessas situa es de jogos para se promoverem seja pela conquista da vit ria o que validaria seu
268. ficos da EF e da educa o dia a dia professores efetivavam suas a es e inscreviam nas escolas segundo suas decis es pr ticas escolares de EF Outras quest es me incomodavam muito eram qu o elevado pode ser o descompasso entre o que se prescreve para EF e o que podem querem e compreendem os professores nas escolas Por que l gicas do senso comum como na pr tica a teoria outra ainda parecem ser t o fortes nos discursos dos professores de EF Com que l gicas atuam os professores de EF que sentem nas suas pr ticas os constrangimentos dos contextos em que est o inseridos Como efetivam suas pr ticas na organiza o do componente curricular EF esses professores concursados selecionados para a ministra o de aulas desse componente O que ensina esse componente nas escolas Que papel a forma o desses professores tem no tipo de EF que pr tica nas escolas V rias outras quest es poderiam aqui ser colocadas e todas elas apontariam para a necessidade de voltar o olhar para o que os professores t m realizado nas escolas Voltar o olhar para o que acontece no interior da escola um exerc cio que alguns autores t m efetivado num movimento iniciado h muito no velho continente a Nova 14 Sociologia da Educa o Hodiernamente esse movimento tem possibilitado conex es importantes entre os estudos do curr culo da cultura escolar e do cotidiano sendo todos esses nichos cortados transversalmente pela quest o
269. foi decisiva para o aprimoramento do objeto podendo identificar elementos mais concretos e culminando na adequa o da pesquisa s pr ticas dos professores JeM 3 Como os Informantes falaram a partir dos cargos que possu am na administra o as primeiras rela es estabelecidas entre as escolas e o que eles disseram possibilitaram reflex es e auxiliaram na compreens o de alguns riscos quanto ao deslocamento da aten o para a pr tica dos professores Essas reflex es proporcionaram a prepara o para a adapta o das t cnicas de levantamento das informa es culminando num outro deslocamento o qual exporei adiante determinante para a sequ ncia da pesquisa O dicion rio Aur lio traz para a palavra mico na rubrica de Antropologia Social o seguinte significado Diz se de categorias e valores internos pr prios s sociedades e grupos em estudo e tomados segundo a l gica e coer ncia com que a se apresentam 20 O dito deslocamento n o trouxe apenas exig ncias de ordem metodol gica mas tamb m importantes orienta es sobre o direcionamento da aten o diante da grande variedade de elementos que incidem nas escolas Se por um lado assumi Sacrist n como importante referencial acerca da estrutura desta pesquisa por abordar minuciosamente diferentes manifesta es do curr culo desde sua elabora o formal passando pela forma como os professores compreendem esse artefato at chegar avalia o do que f
270. forte no curr culo do Centro de Educa o F sica e Desportos da Universidade Federal do Esp rito Santo a influ ncia dos estudos da Psicomotricidade atribuindo ele s experi ncias proporcionadas por esses estudos um forte peso para a sua pr tica profissional inicial principalmente no que se refere ao que se constitu a como os conte dos da EF compreendendo a os aspectos psicomotores Lendo um texto de Escobar e Taffarel 1992 compreendeu que os elementos da psicomotricidade n o eram conte do da EF mas conhecimentos interessantes para o professor de EF Com o Coletivo de Autores 1992 parece que se iniciou um novo ciclo onde o Professor M passou a compreender que os conte dos da EF eram elementos da cultura o que o auxiliou a entrar com mais autoridade nas discuss es 74 COLETIVO DE AUTORES Metodologia de ensino da educa o f sica S o Paulo Cortez 1992 75 N o havia na poca como no curr culo de 1991 as disciplinas Educa o F sica escolar 1 2 e 3 mas Psicomotricidade 1 2 e 3 SOARES C L TAFFAREL C N Z ESCOBAR M O A Educa o F sica escolar na perspectiva do s culo XXI In MOREIRA ORG Educa o F sica amp Esportes perspectivas para o s culo XXI S o Paulo Papirus 1992 250 na escola defendendo outro tipo de inser o da EF na escola diferente da l gica de disciplina auxiliar Tom la como um componente curricular pautado no trato de um dado conhecimento valori
271. futuro candidato Nessa l gica pode se especular a respeito das rela es que a administra o mant m com o fen meno esportivo a respeito do conte do cultural esporte e das aulas de EF identificando poss veis contradi es e aproxima es continuidades e rupturas Essa din mica culminaria num tipo de inser o da EF que n o valoriza seu 110 potencial pedag gico n o justifica sua perman ncia na escola pela compreens o dial gica de seu potencial de forma o mas sim possibilita uma perman ncia e valoriza o desse componente curricular sem estabelecer ra zes pois atende a interesses externos e vol teis tornando a EF um agente estranho na escola Essa rela o n o se sustenta tendo em vista o imprescind vel e hist rico grau de conex o entre a EF e a escola pois antes de tudo a EF uma pr tica pedag gica uma pr tica escolar por isso desempenha deve desempenhar uma tarefa pedag gica Muitas vezes me chama a aten o o apoio irrestrito que muitos professores de EF d o a esse tipo de pol tica tomando a como algo natural ou acreditando que de alguma forma est o sendo beneficiados ou valorizados como preferem dizer ao passo que a valoriza o est estritamente direcionada ao esporte esse fen meno que tem se mostrado cada vez mais independente do que faz ou do que se prop e a EF na escola As rela es pouco claras que aos poucos iam se manifestando sobre as influ ncias da adminis
272. gimento da escola no quesito de movimenta o dos alunos pois os alunos t m de aguardar em sala a chegada do professor para que possam se dirigir aos espa os apropriados para a efetiva o das atividades das aulas A movimenta o dos alunos pela escola sob responsabilidade do Professor J ocorreu sempre seguindo a organiza o de filas diferentemente do modo como se deslocavam os alunos em outros tempos escolares quando se movimentavam sem essa obriga o ao som dos sinais de entrada recreio e sa da Os avisos que o professor dava no in cio das aulas variavam entre informes sobre jogos estudantis e sobre as sess es do projeto treinamento de esportes lembrando os dias de treinamento de handebol ou basquetebol feminino ou masculino mas na maioria das aulas observadas o professor n o dava esses avisos Em certas oportunidades o Professor J lembrava os alunos de problemas disciplinares durante o desenvolvimento das atividades ou no deslocamento dos alunos ou sobre algum problema ocorrido entre os alunos antes de sua chegada Poucos desses avisos estavam relacionados s aulas e ou atividades das aulas de EF quando muito o professor fazia a lembran a de que as atividades ocorreriam na quadra coberta ou no espa o alternativo Quando as atividades iriam ocorrer no espa o alternativo era comum o professor dizer A aula vai ocorrer l fora no espa o atr s da escola e voc s alunos j sabem a nossa organiza o Profe
273. grar a EF na rotina da escola ent o faz parte do bojo das preocupa es que esse sujeito possui e isso recai sobre a forma como ele organiza seu componente curricular Sendo assim compreendo que a EF tem sido formatada tamb m pela preocupa o sobre o abalo da rotina da escola Isso quer dizer que as pr ticas escolares criadas por esse componente curricular perpassam por esse cuidado e que algumas das contradi es vivenciadas pelos sujeitos escolares nos espa os tempos organizados por esse componente t m parte de suas explica es nas contradi es da inser o da EF na escola Ao mesmo tempo que se considera a especificidade da EF dentro da escola ela precisa se integrar ao ritmo dos componentes curriculares organizados com outros objetivos e preocupa es Ao mesmo tempo que a EF tem sido valorizada pela diferen a h um processo de iguala o para que ela seja mais bem aceita e ou valorizada A exig ncia sobre a colabora o na manuten o da rotina da escola se manifesta em combinados que traduzem que n o tem sido apenas o professor de EF que precisa tomar cuidados ou precisa respeitar essa rotina Explorando o tema do tipo 216 de valoriza o da EF na escola o Professor J ao comentar sobre sua percep o em rela o aos seus colegas professores pedagogas e demais sujeitos disse que viveu uma frustra o muito grande at hoje bate na minha cabe a Um profissional da EF faltou e por isso
274. har esta discuss o discutirei elementos j trabalhados por Bracht 1999 2001 2003a 2003b 2003c 2005 2006 Veiga Neto 2002 Faria Filho 2002 Vago 2003 Sacrist n 1995 2000 Silva 2000 e Certeau 1996 De acordo com a configura o da rea acad mica da EF considerando diferentes orienta es epistemol gicas pode se abordar a EF como componente curricular de maneiras distintas ou como vez ou outra se pode acompanhar h tentativas de supera o desse termo para um melhor enquadramento dos avan os acad micas no interior das escolas N o pretendo desenvolver esse debate aqui neste espa o importante frisar por m que tenho consci ncia de que tratarei de termos e posi es que n o s o tranquilas no acirrado debate acad mico mas quero por meio do desenvolvimento das id ias que fundamentam este estudo poder estabelecer um di logo com outras formas de se pensar a EF na escola 14 A rea acad mica da EF tem discutido amplamente a hist ria da EF Neste momento tenho claro que n o caberia recorrer a essa discuss o Partirei portanto do princ pio legal de que esse componente curricular obrigat rio fazendo parte nas escolas de Educa o B sica da organiza o escolar oferecendo possibilidades de ensino e aprendizagem aos alunos 38 Como veremos adiante essas diferentes formas de pensar a EF na escola fazem com que diferentes possibilidades sejam criadas sobre a inser o desse componen
275. i alguma representa o junto Ger ncia de Ensino Fundamental ficando os outros sem qualquer tipo de representa o Nesse caso a quest o precisa ser ampliada para as preocupa es em primeiro plano da administra o e sobre essa quest o os problemas que podem ser percebidos n o s o exclusivos da SEME PMV Refiro me quest o das estat sticas dos n meros de matr culas de alunos o que mais tem parecido a grande corrida pelo outro das redes de ensino Essa corrida pelas matr culas est muito relacionada com a pol tica de distribui o de verbas para as escolas corol rio da pol tica em n vel nacional de financiamento da educa o Destaco a import ncia da universaliza o da educa o e a crescente amplia o de vagas voltadas escolariza o de crian as adolescentes jovens e adultos por m vejo uma contrapartida negativa 108 Outro fator negativo que recai fortemente sobre as escolas tem rela o com os investimentos realizados pelas administra es no que diz respeito resposta que as redes t m de dar aos programas de avalia o do ensino incidindo sobre o sistema de ensino a preocupa o em ser considerado um sistema eficiente aumentando os n meros nacionais n meros que s o muitas vezes utilizados em disputas eleitorais seja pelo seu aumento seja pela sua diminui o Essa din mica leva s escolas uma s rie de encargos extras o que tenho chamado de demandas exter
276. i que nas turmas de 1 a 4 s rie EF s o destinadas tr s aulas para Arte duas aulas e para Filosofia uma aula sendo esses tr s componentes curriculares ministrados por professores especialistas Somadas as aulas tem se o resultado de cinco aulas destinadas ao planejamento da professora generalista que trabalha com os demais componentes curriculares L ngua Portuguesa Matem tica Ci ncias e Hist ria Geografia No hor rio da escola h inclusive a atrelamento da aula de EF garantia do hor rio de planejamento das professoras regentes de classe As turmas de 1 e 2 s rie s o as denominadas de Bloco nico tendo o avan o dos alunos ligado a relat rios de desenvolvimento organizados pelos professores Para essas turmas na grade curricular h apenas a discrimina o das aulas dos 176 componentes curriculares dos professores especialistas Assim as professores regentes de classe t m a possibilidade e responsabilidade de trabalhar com os demais componentes curriculares para essas turmas J em rela o s turmas de 32 a 4 s rie cada turma tem um hor rio espec fico para trabalhar com cada componente curricular Para essas turmas a distribui o das horas de aula dos componentes curriculares por turma foi assim organizada Quantidade de aulas por s rie 32 A 4 amp A 42 B Portugu s 7 6 7 Matem tica 6 6 6 Hist ria Geografia 3 3 2 Ci ncias 3 4 4 Arte 2 2 2 Fi
277. ias 12 Fotografias 13 Fotografias 14 Fotografias 15 Fragmentos dos livros elaborados a partir das pr ticas nas aulas de Educa o F sica Recep o calorosa dos alunos ao Professor M alguns tiraram suas camisas e cal ados iii Socializa o e experimenta o de t ticas criadas em outras turmas uma constru o coletiva que extravasa os limites temporais da aula de EF na EMEF 2 Auto organiza o das equipes para a solu o de um problema da atividade numa aula da 4 s rie e direcionamento da atividade numa aula de 1 s rie na EMBED sous nata sto epi E ae a a T na 257 262 267 268 2 1 3 1 3 2 3 3 4 1 4 2 4 2 1 4 3 4 3 1 SUM RIO INTRODU O ieaiaia nyaian nai io iaaeao INSERIR A EDUCA O F SICA NO CURR CULO UMA PR TICA PEDAG GICA REALIZADA NO COTIDIANO A Educa o F sica e sua inser o na escola das possibilidades ao concretizado ssssssesesesooeais CAMINHOS TRILHADOS CAMINHOS PERCORRIDOS O processo de indica o aproxima o do pesquisador s ESCOTAS assina canada visada ii ini eve E sa si E TA A anne n scan negra As pr ticas dos Professores J e M caracter sticas sinalizadas pelos Informantes scsqsssssicsinitasitisdonnimsaa dotar honrarias oii aaa na ni Levantamento das informa es ss o o aeeno AS INSER
278. ica es metodol gicas referentes ao primeiro deslocamento Tal 114 modifica o resultou na sele o de duas situa es distintas duas pr ticas distintas as pr ticas dos Professores J e M Acreditei seguindo essas categoriza es que precisava compreender como a EF vinha sendo inserida pela pr tica de dois professores indicados por motivos distintos inclusive para perceber que diferen as marcantes essas duas situa es poderiam apresentar e enfocando os professores como e o que das suas escolhas poderiam revelar a caracteriza o da EF que era efetivada nas duas escolas 3 2 As pr ticas dos Professores J e M caracter sticas sinalizadas pelos informantes Uma das situa es selecionadas para ser estudada est na escola identificada como EMEF 1 onde a EF se insere por meio da pr tica do Professor J que atua no turno matutino Nenhum dos Informantes citou a escola pelo conhecimento que tinha do que ocorria nas aulas de EF mas pela participa o efetiva da escola e do professor no JEMVI No caso do Informante 1 Essa escola tamb m tem a quest o do esporte uma comunidade tamb m da periferia mas a gente tem ido l participar de alguns momentos e percebe que a EF t dando grandes contribui es sim E a escola tem em uns momentos que a gente tem organizado aqui a n vel de rg o central a diretora pedagoga vem e enfatiza isso E legal n isso marca bem a rea pra caramba Ent o a g
279. idade dos conte dos num conjunto coerente e e as disciplinas escolares s o entidades culturais dotadas de caracter sticas que n o se enquadram numa classifica o preexistente e que longe de ser mero reflexo de disciplinas cient ficas e acad micas constituem se campos de a o fortemente marcados pelas especificidades da escola Nesse sentido uma disciplina escolar se apresenta como um conjunto de saberes de compet ncias de posturas intelectuais de atitudes de valores de c digos e de pr ticas que trazem as marcas da forma escolar Concordando com Gar glio preciso considerar a especificidade da EF na escola os saberes de que d conta as possibilidades e limites dentro da escola Finalmente a EF um componente curricular que det m caracter sticas que n o se enquadram numa classifica o preexistente espec fica uma disciplina que se organiza na escola de forma a enfatizar o trabalho em grupo dotada de um conhecimento que estabelece rela o mais direta e visceral com a vida a cultura e o cotidiano impregnada do sentir e do relacionar se e que se traduz num saber fazer GAR GLIO 2005 Percebe se que o papel do professor na constru o ou cria o dos par metros dessa matriz fundamental Nesse sentido a compreens o que o professor tem da fun o do componente curricular com o qual trabalha seja para a institui o escolar em geral seja para um dado contexto muito importante Sua co
280. idades de viv ncia reflex o constru o reconstru o e sistematiza o de saberes e fazeres VIT RIA SEME PMV Diretrizes curriculares para o Ensino Fundamental 2004 p 27 Assim como tenho advogado no decorrer do texto a dimens o prescrita do curr culo z n o pode ser tomada como nica inst ncia anal tica pois imprescind vel 141 considerar o contexto em que se desenvolve o curr culo No entanto h que se considerar as press es constrangimentos que as disposi es prescritivas fazem recair sobre as situa es escolares concretas interferindo na intera o entre os sujeitos e entre os sujeitos e os materiais na produ o e desenvolvimento de conhecimentos Como disse Sarmento as pr ticas escolares s o precedidas pelos documentos oficiais que lhes d o certos encaminhamentos como tenho defendido no caso dos documentos estudados encaminhamentos deveras pretensiosos em rela o ao enquadramento das realidades escolares Sacrist n tamb m salienta a import ncia de compreender a pol tica curricular manifesta nos documentos por criar as condi es objetivas em que se desenvolve o curr culo Segundo esse autor essa dimens o do curr culo marca os aspectos e margens de atua o dos agentes que interv m nessa realidade por imprimir repercuss es muito diretas sobre essa pr tica e sobre o papel e margem de atua o que os professores e os alunos t m da mesma SACR
281. idas Por isso um dos esfor os de Certeau precisamente por meio do contato com esses sujeitos identificar suas produ es culturais como possibilidade de remontar as trajet rias hist ricas dessas linguagens n o escrituradas clandestinas relegadas transmiss o tradi o oral Para compreender essa riqueza proporcionada pela vida das escolas preciso ser sens vel para as nuances reveladas pelo cotidiano escolar Para o pesquisador chegar s muitas respostas que podem revelar caracter sticas fundamentais do cotidiano das escolas precisa estar disposto a montar o quebra cabe a que n o est exposto ou espera de pesquisadores mas cujas pe as est o difusas e guardadas junto aos sujeitos ordin rios que transitam em meio aos espa os das escolas Portanto mais uma vez proponho n o s a possibilidade mas a utiliza o desse referencial como aux lio aos movimentos que s o efetuados no mbito do curr culo o qual a proposi o estrutural de Sacrist n sinaliza direcionando os meandros as imbrica es institucionais para a compreens o da organicidade que existe no exerc cio di rio do curr culo em a o A teoria de Certeau auxilia por tratar a fala dos sujeitos como elementos ricos para a compreens o dos caminhos seguidos por eles situando as decis es e as formas de fazer que explicam a maneira pela qual esses sujeitos ajudaram a configurar as situa es em que est o inseridos o que abrange suas contribui
282. ido a a o pedag gica do Professor M e a l gica proporcionada s atividades na abordagem dos conte dos culturais permitem nas aulas de EF a cria o de possibilidades de interven o dos alunos na produ o de conhecimentos por meio das experi ncias das intera es materiais espa o e materiais interpessoais e tamb m em n vel institucional pois estabelece outra rela o dos alunos com a escola no espa o que em outros momentos apresentava uma organiza o l gica diferente O Professor M adota uma possibilidade de saber inacabado em constante constru o desenvolvimento Nesse caso ele aborda os conte dos culturais realizando a media o entre os alunos e o conhecimento A valoriza o das atividades e a avalia o do envolvimento dos alunos passava pelo que foi constru do nas aulas determinando uma aula de boa qualidade quando havia muitas interven es dos alunos e avan os na pr tica sugerida e pelos significados estabelecidos pelos alunos nas condi es criadas em aula Nessa l gica uma aula de m qualidade seria aquela em que os alunos n o conseguissem estabelecer esse envolvimento seja por j se ter esgotado o interesse seja pela diminui o ou escassez das possibilidades de interven o 265 Essa organiza o do espa o tempo aula de EF n o apenas valoriza a interven o do sentido como precisa dela Se sob qualquer possibilidade o envolvimento dos alunos fosse alterado ou acabas
283. ido pela maior aten o voltada para outros componentes curriculares que desempenham fun es mais nobres no curr culo A EF historicamente n o tem sido encarada como nobre nem nos documentos oficiais nem nas avalia es dos sistemas de ensino e compreendo que essas rela es se refletem sobre a escola e influenciam a vis o que a administra o desenvolve sobre a inser o da EF na quando atrelam a distribui o de verbas para as redes ao n mero de alunos matriculados j que isso pode resultar em press es sobre as escolas que comprometem o trabalho dos professores o atendimento com qualidade aos matriculados entre outros poss veis efeitos 109 escola O receio que fica cada vez mais patente se encerra em algumas d vidas ou a administra o tem clara para si a fun o da EF em suas escolas ficando as inser es que n o se enquadram bem nessa objetiva o de fora do campo de vis o a o dessa administra o ou a administra o n o est preocupada com o que desenvolvido pela EF em suas escolas seja pela sua pouca import ncia no desenvolvimento dos n meros estat sticos seja pelo reflexo da perman ncia historicamente pol tica da EF nos curr culos escolares esses ltimos arrazoamentos n o se excluem um ao outro Acredito que outras preocupa es poderiam ser listadas mas essas duas possibilidades s o para mim as mais alarmantes conhecida por exemplo a evid ncia que os eventos esportiv
284. ifesta es expressas nas pr ticas escolares deveriam ser privilegiadas e quais deveriam ser deixadas de lado ao menos naquele momento Resolvi ent o assumir os conselhos de Macedo 2000 e White 2005 deixando de lado o processo de desenvolvimento da pesquisa alimentava e era alimentado pelo processo de desenvolvimento do objeto uma vez que este era moldado a partir da qualidade do contato que estabelecia com as escolas Entendidas a num sentido mais amplo para al m das atitudes pedag gicas e t cnicas de professores e demais funcion rios da escola englobando as in meras a es que os sujeitos inseridos nas escolas efetivam 76 movimentos apressados de antecipa o e dentro das situa es privilegiar as rela es que mais se mostrassem reveladoras acerca das quest es por mim levantadas Outro elemento importante foi a identifica o da superficialidade das minhas quest es preliminares a respeito da forma da inser o da EF na escola ao iniciar minha entrada no campo de pesquisa seja no contato com os Informantes 2 seja nos primeiros contatos com a escola de maneira que minha entrada nas escolas gerou a amplia o dessas quest es O contato ativo com as situa es a serem estudadas me proporcionou perceber uma grande variedade de quest es que precisavam ser equacionadas em rela o ao tempo e em rela o s suas diversidades pois saberia que com duas escolas n o seria poss vel deixar po
285. induzida por mim Eu disse aos alunos olha voc tem que procurar o professor de ci ncias para estar trabalhando com ele a quest o por exemplo o trabalho de primeiros socorros embora a gente tenha essa no o na EF mas at mesmo pra envolver os outros professores eu os incentivava a procurar O Professor J informou que houve a indica o da professora de Ci ncias para tratar com a 7 s rie sobre a quest o dos primeiros socorros j que eles trabalham com o conte do referente ao corpo humano para essa s rie Na 8 s rie surgiram assuntos relativos gravidez na adolesc ncia a drogas e viol ncia Ss gt P aN M i Pi Sis P Fotografias 9 Trabalhos que exploraram temas variados como esporte gravidez viol ncia primeiros socorros e outros Por mais que algumas dessas iniciativas sejam tamb m reflexo dos investimentos que o Professor J tem feito em sua forma o inclusive atendendo a demanda em rela o necessidade de profissionais da escola preparados para o atendimento aos alunos com defici ncia visual um curso que ele tem frequentado s segundas feiras dia de seu planejamento h ainda muito forte a cultura da EF voltada ao desenvolvimento do esporte e ao atendimento de algumas necessidades da escola A quest o que proponho perante a explora o desses momentos em atividades 229 deslocadas das que a EF tem efetivado na escola refere se cria o de um vale
286. inentemente s comunidades perif ricas adjacentes a elas Em n meros a PMV mostra um crescente investimento na rede municipal de ensino passando de R 151 milh es em 2006 para quase R 185 milh es em 2007 um 48 Informa es acessadas pela ltima vez em 30 de maio de 2008 s 15h disponibilizadas em http Avww vitoria es gov br secretarias educacao escola htm As informa es sobre escolas que se situam na periferia ou n o n o s o oficiais pois n o realizei um estudo das condi es socioecon micas de Vit ria busquei identificar a localiza o dos bairros em que as escolas est o formando dois grupos e tratando essa quest o de forma mais objetiva 135 acr scimo de 18 38 em um ano Em 2008 o or amento ultrapassou os R 222 milh es um aumento de 16 67 Esse acr scimo pode ser compreendido como resultado de um movimento em mbito nacional de crescentes investimentos da Uni o na complementa o das despesas destinadas melhoria da educa o em obedi ncia ao Plano Nacional de Educa o Lei n 10 172 sendo tamb m aguardadas eleva es desse quantitativo a partir da efetiva o dos dispostos na Lei n 11 494 que regulamenta o Fundo de Manuten o e Desenvolvimento da Educa o B sica e de Valoriza o dos Profissionais da Educa o FUNDEB que prev a progress o de complementa es da Uni o aos sistemas de ensino at 2010 realizando a manuten o atingida para os anos subsequentes
287. informante uma quest o relevante pois quando inquirido a respeito da participa o dos professores indicados nos momentos de forma o que serviram tamb m de balizadores para as indica es revelou o assunto quando come a o projeto JEMVI a se concentra mais naqueles que participam dos projetos que al m de professores tamb m s o do trabalham com projeto Na forma o do desporto eles verbalizam mais e s vezes esses que se exp em muito quando o assunto o desporto nessa outra discuss o das aulas de EF eles j praticamente n o participam sabe Ele fica mais acuado n o participa na mesma propor o e o contr rio tamb m o que quer dizer que os professores que participam mais nas discuss es das aulas de EF n o se envolvem tanto na discuss o do desporto 101 A t tulo de informa o o Informante 2 esclarecendo sobre como funcionam os projetos declara que h nas escolas pr ticas corporais que n o s o diretamente envolvidas com as aulas de EF mas que no entanto s o desenvolvidas por professores ou professoras desse componente curricular Em todo caso n o ficou claro que tipo de influ ncia os projetos exercem sobre a EF nas escolas onde eles s o desenvolvidos uma vez que muitas situa es foram indicadas n o pelo que era sabido que ocorria em aulas de EF mas sim pelo destaque que algumas escolas d o ao desenvolvimento desses projetos principalmente
288. irmo isso pois em nenhum momento nas duas escolas a que tive acesso onde estavam sendo discutidos os projetos pedag gicos essas diretrizes foram consideradas como instrumentos referenciais para a organiza o da EF E mais o cronograma de discuss o e reestrutura o do projeto pedag gico da EMEF 2 n o contemplava a considera o desses documentos para a reflex o das pr ticas dos professores e subsequente problematiza o do novo documento orientador da escola antes os temas previstos para serem discutidos no decorrer dos encontros no ano letivo de 2007 foram e an lise discuss o e avalia o do projeto pedag gico de 1997 e crit rios de avalia o e encaminhamentos referentes ao hist rico da escola e fundamenta o filos fica e fundamenta o filos fica e rela o professor aluno e linguagem se fazer entender pelos alunos X conte dos program ticos t cnicos sic A aus ncia da discuss o dessas diretrizes nas escolas permite desconfiar que pouco foi feito para a efetiva o das propostas diretoras dessa prescri o na organiza o do trabalho escolar visto que essas diretrizes datam do ano de 2004 e em 2007 ambas as escolas estavam discutindo os primeiros projetos pedag gicos datados de 1997 Nesse sentido se as coisas se encaminharem dessa maneira os pr ximos projetos pedag gicos mais uma vez n o contemplar o a sele o cultural distribu da nos componentes curriculares como nos a
289. itens de interesse dos alunos foram distribu dos em tr s temas aglutinados segundo o crit rio de conte dos que impliquem 255 1 embalar balan ar trepar escalar e equilibrar 2 correr e saltar 3 chutar e arremessar Segundo o Professor M essa uni o num mesmo m dulo de conte dos com exig ncias motrizes semelhantes vem sendo constru da por ele ao longo de sua pr tica por m nunca fora t o ampla e tratada durante tanto tempo e em sequ ncia Ele afirmou tamb m que parte dessa l gica vem da organiza o exposta no Coletivo de Autores 1992 Seus principais objetivos com essa abordagem dos conte dos visa tentativa de proporcionar certa coer ncia e l gica no trato com os conte dos trabalhados na EF quebrando a evid ncia do futebol e da queimada Essa alternativa possibilita e O agrupamento dos conte dos tendo em vista os materiais e as habilidades motoras exigidas nesse caso os alunos t m em mente que num dado per odo ir o trabalhar com determinado material e em outro per odo trabalhar o com outros materiais ou sem materiais e a explora o de diferentes espa os da escola segundo diferentes objetivos impostos pelo trabalho com diferentes conte dos e a centraliza o do trabalho no aluno n o somente no que concerne sele o de conte dos e atividades mas tamb m na quantidade de tempo de explora o e aproveitamento desses elementos e a realiza o de um processo avalia
290. ividades esportivas era prejudicial pra quem queria uma sociedade diferente valores diferentes que est o expressos nesses objetivos que eu tenho claro hoje por isso chamo de objetivos hist ricos O Professor M chama de objetivos hist ricos seus objetivos pedag gicos aqueles orientadores de suas aulas que est o diretamente relacionados com a organiza o das suas aulas j que exigem uma constru o espec fica uma did tica da EF A historicidade desses objetivos v m dos desafios que o professor imp s a si e aos alunos uma vez que com eles iniciou um percurso de tentativas e reformula es da organiza o da EF seja em rela o aos objetivos que tra ava seja em rela o sele o dos conte dos seja em rela o aos meios que buscou para alcan ar tais objetivos Essa experi ncia que o Professor M se imp s foi valorizada positivamente por considerar ele que assim aprendeu a pensar para al m das limita es impostas pela bola Num primeiro momento afirmou sentir muitas dificuldades pois n o sabia o que fazer que atividades propor pois s sabia trabalhar especificamente com esse material Esfor ando se para lembrar como lidava com os conte dos disse que tratava as brincadeiras como uma esp cie de prepara o para o esporte de maneira que seu trabalho era organizado visando por exemplo sele o de brincadeiras de correr e do saltar como elementos pr desportivos para a introdu o ao atletismo
291. jamento que n o um dia de trabalho Questionando essa coloca o junto ao Professor M ele me disse que isso um exemplo do grupo de professores que n o t m prazer em seu trabalho demonstram desprazer em rela o sala de aula estabelecendo por isso uma rela o conflituosa junto aos alunos Segundo o Professor M esses professores fazem parte de um grupo que ostenta uma postura mais tradicional objetiva mais as a es dos alunos em face da uma id ia de escola e de professor est tica Os problemas que o Professor M mais t m mencionado referem se ao mau humor com que alguns professores da escola t m desempenhado seu papel e como t m estabelecido uma rela o mecanizada com o aluno pautados numa l gica est tica de aluno professor e educa o Lembrou se da rela o dos professores com o livro did tico informando que h professores que usam o livro did tico como guia que compreendem sua interven o na escola como sendo fundamentalmente completar dentro do tempo de um ano letivo um livro did tico em cada turma Citou o exemplo de uma professora que organiza suas aulas bem mas disse que ela compreende que concluindo os conte dos indicados pelo livro did tico sendo os alunos capazes de responder numa prova s quest es referentes a esses conte dos ele estaria com os conhecimentos necess rios para enfrentar o mercado de trabalho Essa rela o linear objetivo conte do prova nota expressa na l gica da professora
292. las de EF e quando come am as sess es dos projetos Isso justificaria a evid ncia da EF e a subsequente indica o do professor Essa reflex o a partir das pistas se confirmadas possibilitaria compreender por que alguns professores s o lembrados e n o a inser o da EF na escola As indica es dos professores que n o est o envolvidos com o esporte segundo a possibilidade exposta acima s o mais complexas e dif ceis de compreender ou de criar sobre elas uma l gica pois n o est o pautadas no resultado de sua pr tica por exemplo a conquista de um campeonato A indica o do grupo de professores pela ressignifica o dos conte dos da EF foi feita por crit rios mais subjetivos Destarte analisadas as indica es parece cada vez mais evidente a dist ncia entre elas e o que os professores efetivamente materializam nas aulas de EF Houve tamb m na fala do Informante 2 dois momentos distintos relacionados forma o continuada um momento mais voltado para as quest es entre EF e escola que envolvem relatos quest es curriculares entre outros temas e outro momento denominado forma o do desporto Por mais que isso tenha aparecido como um relevante problema o informante afirma ser um obst culo para o qual est o buscando uma solu o deixando claro o fato de ser uma forma o da EF o que a meu ver n o resolveria o problema haja vista os diferentes crit rios de indica o usados pelo pr prio
293. las responsabilidades de atendimentos ampliados sobre v rios aspectos da vida de seus alunos o que refor a a id ia de amplia o da fun o social da escola nas comunidades de baixa renda Esse quadro tem feito com que muitas iniciativas de atendimento comunidade que n o precisariam em princ pio envolver as escolas acabam centralizando a escola como ponto convergente entre a es e comunidade essas a es geralmente financiadas pelo 158 governo municipal na forma das secretarias de sa de da a o social do esporte etc Destaco ent o o importante papel dessa escola para a comunidade n o apenas pelo atendimento que realizado mas tamb m na melhoria das condi es de vida das comunidades que ela atende Outro fator que precisa ser frisado porque auxilia na compreens o do papel da escola j situando a fun o da EF na EMEF 1 diz respeito ao acesso aos espa os de lazer H pontos contradit rios envolvendo a hist ria da escola o desenvolvimento do bairro e as a es do governo municipal na regi o Em uma das conversas que tive com o Professor J ocasi o em que acabamos tratando das trajet rias da EF e da escola ele disse que no local que a prefeitura utilizou para a constru o da escola existia uma esp cie de pra a com uma quadra enfim um espa o de lazer da comunidade Essa situa o na vis o do Professor J caracterizou de certa forma uma invas o da escola num espa o de lazer d
294. legre Artes M dicas 1998 GAR GLIO J A A cultura docente de professores de educa o f sica saberes e pr ticas profissionais em contexto de a es situadas Anais do 14 Congresso brasileiro de ci ncias do esporte e 1 Congresso internacional de ci ncias do esporte Porto Alegre CBCE 2005 p 1983 1999 O ensino da educa o f sica nas engrenagens de uma escola profissionalizante 1997 Disserta o P s Gradua o em Educa o da Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte MG 1997 GOODSON I F Curr culo teoria e hist ria Petr polis RJ Vozes 1995 HERNANDEZ F A forma o do professorado e a investiga o sobre a aprendizagem dos docentes In TRIVINOS A N S MOLINA NETO V ORGS A pesquisa qualitativa na educa o f sica alternativas metodol gicas Porto Alegre Ed Universidade UFGRS Sulina 1999 p 45 60 HUBERMAN M O ciclo de vida profissional dos professores In N VOA Ant nio Org Vidas de professores Lisboa Porto Editora 1992 p 31 61 KREUSBURG MOLINA R M O enfoque te rico metodol gico qualitativo e o estudo de caso uma reflex o introdut ria In TRIVINOS Augusto Nibaldo Silva MOLINA NETO Vicente Org A pesquisa qualitativa na educa o f sica alternativas metodol gicas Porto Alegre Ed Universidade UFRGS Sulina 1999 p 107 140 LAVILLE C DIONNE J A constru o do saber manual de metodologia da pesquisa em ci ncias h
295. lizada no esporte por meio da qual foi sendo inserida a EF na escola 167 Considerando o peso das quest es em rela o aos problemas advindos da rela o professor aluno e de indisciplina a resposta do Professor J acerca dos objetivos pedag gicos indicou como primeiro objetivo a organiza o das aulas que tem rela o com a quest o de disciplina do respeito das rela es entre os alunos e dos alunos com o professor no desenvolvimento das atividades A primeira coisa que eu trabalho com o aluno a quest o de organizar como v o ser as nossas aulas Eu tenho essa preocupa o muito forte no primeiro e no segundo m s mais do que mesmo a quest o dos conte dos inicialmente Efetivamente percebe se durante todo o ano a coer ncia das a es do professor a respeito dessas regras Sobre a quest o da organiza o das aulas destaco o deslocamento dos alunos nos tempos da EF O regimento da escola na parte de movimenta o dos alunos define que os alunos n o t m autoriza o para aguardar o professor de EF fora da sala de aula mas devem aguardar o professor na sala seu transitar pela escola Isso era seguido risca pelo Professor J demonstrando sua preocupa o em n o perturbar a rotina da escola Ao chegar na sala de aula cumpria com os procedimentos iniciais e conduzia os alunos at o espa o em que desenvolveria as atividades de aula em filas embora em outros espa os tempos escolares as filas fossem
296. lo com a Tua palavra e pelo Louvor do Teu Santo nome pela minha fam lia suporte e apoio em especial pelos esfor os da minha m e quando n o permitiu que eu parasse de estudar com o t rmino do Ensino M dio Tua b n o esteja sobre a vida dela Obrigado tamb m pelo meu irm o e sua esposa Fernanda homem e mulher especiais n o h palavras para agradecer pelo cuidado e carinho que sempre tiveram comigo Obrigado pelos esfor os sem pre o dos meus av s seja no ensino das primeiras letras e contas seja pelo cuidado amor e paci ncia com os quais durante suas vidas fizeram tudo o que puderam por mim Obrigado pelo meu irm o R mulo e sua esposa Ri zia pessoas que admiro e amo Obrigado pela fam lia que descobri por meio dessa amizade com o R mulo pela m e Helena pai Paulo Bruno e Brunelly e Gustavo Obrigado pelo Teu cuidado em me aproximar do meu pai Esteja Tua b n o sobre ele e sua fam lia Obrigado pela vida de Elizomar Penha Filipi e Andreia acompanhando de perto e apoiando a minha caminhada com a Tati pelas professoras Zen lia e Fernanda que me auxiliaram a organizar meu trabalho para que pudesse conclu lo poca da qualifica o pela professora Maria Dalva Marchezi que com extrema paci ncia e destreza revisou este trabalho pelo Doutor Professor e Amigo Valter Bracht que com paci ncia soube guiar me nas minhas ang stias e dificuldades proporcionando todas as condi es para que
297. losofia 1 1 1 Educa o F sica 3 3 3 Tabela 1 Grade curricular de 3 a 4 s ries da EMEF 1 A grade de 5 a 8 no entanto se mostra muito mais complexa para o entendimento n o expressando uma distribui o l gica Quantidade de aulas por s rie 52 A 5 B 6 A 6 B PA 8 A Portugu s 5 5 4 4 5 5 Matem tica 5 5 4 4 5 5 Ci ncias 3 3 3 3 3 3 Hist ria 3 3 4 4 3 3 Geografia 2 2 2 2 Arte 3 3 3 3 3 3 Ingl s 2 2 2 2 2 2 Educa o 2 2 3 3 2 2 F sica Tabela 2 Grade curricular de 5 a 8 s ries da EMEF 1 177 Para que essa grade possa de ser desenvolvida h na escola doze professores sendo dois de L ngua Portuguesa Matem tica e Artes e um de EF hist ria Geografia Ci ncias e Ingl s H in meras quest es referentes a essa distribui o e v rias delas remetem ao tema j discutido da sele o cultural da escola Ao apreciar as declara es do Professor J que situam as quest es administrativas e burocr ticas que precisam ser atendidas pela escola fica claro que a falta de estrutura o de crit rios em rela o sele o cultural brutalmente superada pelas quest es administrativas Nesse sentido n o correria o risco de afirmar que a EF mais ou menos valorizada na escola por conta do tempo em que os alunos entram em contato com os conte dos culturais que ela mobiliza na escola Poderia at afirmar que h um
298. ltura de EF tem sido criada nas escolas se a forma como a EF inserida na escola passa pela pr tica pedag gica dos professores por ela respons veis isso fruto de conting ncias hist ricas que remetem novamente ao tempo em que a EF foi inserida nas escolas especializa o da rea s prescri es que referendam diferentes projetos de EF para a sociedade escola H uma rede com muitas tramas cada uma delas importante para que se possam revelar as realiza es das Educa es F sicas nas escolas destacando se em que cada uma tem contribu do para que as diferentes escolas concretizem sua tarefa na sociedade Por exemplo temos os fios que s o estudados pelo curr culo e cotidiano Falo de elementos pelos quais se pode identificar como a EF tem sido desenvolvida como se efetivam suas contribui es Essas contribui es por sua vez entendo s podem ser cumpridas pelo efetivo exerc cio da EF na escola Para discorrer sobre elementos da escola que garantem especificidade para a EF busco complementar o que fora proposto por Gar glio trazendo uma discuss o que Faria Filho 2002 desenvolveu quando fala sobre a escolariza o do social para a qual a cultura escolar figura como principal substrato Com o mesmo desejo busco em Sacrist n 1995 elementos para discutir as vantagens trazidas ao abordar a EF segundo uma concep o de curr culo real superando uma vis o documental de 47 curr culo Tanto uma refl
299. m se complexificando as exig ncias que reca am sobre as fun es sociais que institui o escolar eram dirigidas No entanto sua import ncia e centralidade para o 58 entendimento das pr ticas escolares foi ganhando f lego seja em estudos mais racionalistas sobre a efici ncia do ensino seja para as teorias cr ticas e p s criticas trazendo a necessidade de compreender as a es dos sujeitos escolares em situa es situadas SILVA 2003 Nesse sentido quando Sacrist n 2000 assevera que a cultura escolar resulta do projeto cultural manifesto no curr culo n o est transpondo para o mbito da realidade curricular que o que produzido na escola como cultura adv m do documento prescrito como conseq ncia linear Isso n o seria poss vel segundo sua concep o de curr culo Para que se possa compreender sua posi o torna se fundamental o desenvolvimento da manifesta o do curr culo na a o que ele desenvolveu O curr culo em a o para Sacrist n 2000 representa a ltima express o do curr culo por ser na pr tica que projeto id ia inten o se realizam se manifestam adquirem significado e valor mais ou menos independente das declara es e dos prop sitos de partida O curr culo ao se expressar atrav s de um pr xis adquire significado definitivo para os alunos e para os professores nas atividades que uns e outros realizam e ser na realidade aquilo que essa depura o permitir que
300. manifesta se a partir das media es que esses sujeitos fazem entre o curr culo estabelecido e os alunos Os estudos que intentaram compreender esse mecanismo est o situados dentro do Este um forte exemplo sobre a import ncia do referencial no desenvolvimento de todo o trabalho funcionando como uma orienta o sobre caminhos e possibilidades sobre riscos que teria de assumir e cuidados que teria que tomar ao ser tomada uma ou outra decis o Nesse caso foi fundamental para trazer pesquisa as quest es afetas s escolhas e crit rios dos professores o que por sua vez possibilitou uma importante conex o entre elementos do cotidiano e da cultura escolar Sobre em que n vel os diferentes referenciais se entrecruzam e que tipo de influ ncia t m sobre este trabalho discorrerei mais adiante neste cap tulo 21 paradigma mediacional centrado no professor Nessa l gica os professores desenvolvem um papel central na efetiva o do curr culo e ante os alunos assumem podem assumir um papel ativo no desenvolvimento curricular como modeladores dos conte dos que s o distribu dos e dos c digos que estruturam esses conte dos condicionando a aprendizagem dos alunos Sendo assim Se o curr culo expressa o plano de socializa o atrav s das pr ticas escolares imposto de fora essa capacidade de modela o que os professores t m um contrapeso poss vel se exercida adequadamente e se estimulada como mecanis
301. mas j minhas sensibilidades estavam por assim dizer disciplinadas considerando a estrutura objetivada do curr culo de Sacrist n considerando tamb m sua percep o complexa relacional e hist rica do curr culo bem como as considera es da teoria de Certeau acerca das limita es das explica es pan pticas das ci ncias tributando vida do sujeito cotidiano as possibilidades de resist ncias que indicam a forma como encaminham formas de fazer 37 2 1 A Educa o F sica e sua inser o na escola das possibilidades ao concretizado Nesta parte discorrerei sobre a l gica de trabalhar com a EF como componente curricular no interior da escola enfrentando a quest o da inser o dela nesse espa o O objetivo destacar as contribui es da EF decorrentes desse fato realizando essa discuss o em n vel mais abstrato Esse esfor o ser necess rio para que eu possa desenvolver a id ia sobre a inser o da EF na escola pela pr tica dos professores tendo como ponto de partida as escolhas e a es de sujeitos formados e atuando em contextos complexos e diversos gerando um variado n mero de possibilidades de cria o de culturas de EF Com isso compreendo que seja poss vel estruturar condi es para identificar as raz es pelas quais a EF em dada escola acaba recebendo um ou outro formato no caso desta pesquisa centralizando a figura do professor na efetiva o de seu trabalho nas aulas de EF Para encamin
302. mas posso argumentar antecipadamente que esses sujeitos foram muito importantes na sele o e no preparo para que eu pudesse entrar nas escolas e estabelecer contatos com os professores J e M 77 n o pode haver ci ncia das din micas da ac o em contexto escolar que n o seja uma ci ncia das singularidades das diferen as das infinitas varia es dentro de um campo de possibilidades da emerg ncia do inesperado do fluido e do amb guo Isto vale por dizer que a an lise organizacional da ac o educativa uma ci ncia que renuncia lei universal distancia se da preocupa o exclusiva com as regularidades e recusa uma orienta o normativa em nome da procura dos fatores geradores do idiossincr tico do espec fico das manifesta es plurais da realiza o da a o educativa Sarmento 2003 p 145 asserta ainda que esses esfor os n o s o inocentes ou buscam isolar as a es na organiza o escolar do restante da sociedade antes os constrangimentos sociais s o muito relevantes para a compreens o dos movimentos que s o feitos nessas organiza es Por isso atribuir autonomia relativa s escolas n o significa excluir desse estudo os constrangimentos operados pelos contextos e ambientes externos bem como pela macroestrutura social na realiza o ou nega o das possibilidades da ac o Uma ci ncia ideogr fica ocupa se tanto da estrutura estruturada quanto da estrutura estruturante Por
303. meiros contatos com os Informantes momento em que passei a ter contato com caracter sticas das Educa es F sicas organizadas por dois professores marcam neste trabalho minha entrada nesse campo Havia escolhido tratar os ambientes em que se desenvolviam as pr ticas dos professores J e M como sendo o momento de entrada no campo de pesquisa por m esse termo n o expressava com precis o os importantes momentos que precederam meus primeiros contatos com esses sujeitos Vale ressaltar entretanto que a utiliza o do termo campo n o est atrelada a uma vis o de relativa in rcia do mbito da pr tica dos sujeitos escolares busco por isso a supera o da impress o passiva que o termo campo denota como se ele estivesse ali preparado ou esperando ser abordado como se n o houvesse nele um impulso de vida t o caracter stico da escola e que a caracteriza Um dos esfor os que fiz para superar essa in rcia foi desvincular o termo campo do termo dados preferindo no lugar desse ltimo informa es e evitando a id ia de colheita para figurar essa estranha e falsa passividade como se as informa es estivessem ali preparadas para serem colhidas a fim de atender aos anseios dos pesquisadores Como dizem Laville e Dionne 1999 p 174 as informa es n o existem em estado puro como frutos que esperam ser colhidos O pr prio pesquisador faz a informa o grifos meus Ao tratar assim as informa es ass
304. mera coincid ncia os impulsos do Professor M em alterar os fundamentos de sua pr tica ocorreram concomitantemente com a dif cil trajet ria da escola Se por um lado ele via incoer ncia na forma como organizava a EF na EMEF 2 tendo o esporte de rendimento como finalidade de seus esfor os uma vez que o auxiliava na sele o de conte dos e atividades por outro lado n o tinha para si claros os conte dos da EF j que a sua forma o fora fortemente marcada pelos estudos da psicomotricidade e pelas discuss es cr ticas das reas da Educa o e da EF O contexto em que trabalhava tamb m era um contexto de lutas em que a comunidade buscava o direito de ser mais bem atendida pela administra o municipal Nesse sentido a EF da EMEF 2 foi sendo formada dentro de condi es f sicas prec rias mas num momento de lutas que exigia certos posicionamentos e medidas pol ticas dos professores ali implicados Sua orienta o pol tica as discuss es profissionais e da rea de sua forma o suas d vidas e inquieta es seus desejos e o crescente sentimento de necessidade de mudan a que compartilhava com a comunidade escolar e com o grupo de professores unidos pela conquista de condi es cidad s de trabalho de ensino e de aprendizagem contribu ram sobremaneira qui determinantemente na trajet ria que a EF trilhou na hist ria dessa escola Essas informa es sobre as trajet rias que influenciam a inser o da EF na esc
305. ministrativas burocr ticas em detrimento de quest es pedag gicas e da compreens o do que se tem concretizado nas escolas pela falta do referencial H o resultado inevit vel de um fluxo grande de professores devido cultura criada pela pol tica educacional brasileira proporcionando a rotatividade de professores o que gera certo afastamento entre esses e a organiza o da escola H o resultado de anos de m forma o profissional dos agentes escolares H a marcante aus ncia de uma pol tica educacional e curricular da administra o Essa realidade gera uma s rie de quest es que ficam provisoriamente sem resposta Quem e em quais condi es s o realizadas a sele o cultural Quem delimita as fun es dos componentes curriculares Quem valida a import ncia e perman ncia desses componentes Que responsabilidades recaem sobre os professores por terem eles que selecionar os conte dos ou ser que eles deslocam essa responsabilidade para outros profissionais Que valor t m as avalia es dos processos de aprendizagem se a sele o cultural encaminhada ao acaso ao potencial dos professores de maneira descentralizada tendo como refer ncia o projeto da escola Como as peculiaridades que a comunidade exige s o atendidas por uma sele o cultural descentralizada Como poss vel estabelecer um plano de a o duradouro e conjunto entre os diferentes componentes curriculares se a sele o cultural n o tem feito
306. misa e os cal ados transgredindo normas b sicas de organiza o conduta da escola s o experimenta es que t m possibilitado aos alunos outra rela o com os espa os escolares No tempo de EF a l gica de utiliza o de espa os uma l gica espec fica diferente das demais S o desejos poss veis Presenciei tamb m a experimenta o de um aluno de 5 s rie que n o atendida pelo Professor M ao participar de uma aula de 22 s rie na atividade do salto no trampolim O aluno saiu da atividade de sua turma e se envolveu numa atividade que o atraia mais Naquele momento fazia mais sentido para ele realizar os saltos do que jogar futsal Assim como o Professor M n o agiu intencionalmente concedendo permiss o ao aluno para participar de sua aula a sua abertura o seu consentimento abriu brechas para essa experi ncia Talvez tenha passado pela cabe a do Professor M que aquele aluno n o realizaria aquela pr tica nas suas aulas de EF Talvez ele quisesse garantir o direito do aluno de participar de uma atividade de sua escola Talvez n o possu sse qualquer argumento que impedisse o aluno de faz lo Foi uma escolha Quando afirmei que n o se pode superestimar o potencial dessas 280 experi ncias o fiz pensando nas afirma es de Certeau Ele exp e abertamente que as determina es que s o expostas como regras a serem obedecidas sofrem uma apropria o por parte dos sujeitos Isso forma situa es singulares
307. mo contra hegem nico SACRISTAN 2000 p 166 O fato de os professores desempenharem um forte papel na materializa o de um curr culo n o quer dizer que esses sujeitos fazem ou far o escolhas que ir o sempre enriquecer as experi ncias de aprendizagem Nesse sentido Sacrist n n o pode ser acusado de ing nuo uma vez que aponta a modela o como uma din mica caracter stica da a o profissional dos professores seja para o bem seja para o mal Assim o autor afirma que as estrat gias de inova o curricular devem considerar a participa o o apoio e ou o tipo de rela o que os professores manter o sob pena de serem fadadas ao fracasso Sacrist n 2000 p 166 diz que as possibilidades modeladoras da a o do professor ocorrem em meio s determina es caracter sticas da profiss o docente isso porque A atividade dos professores uma a o que transcorre dentro de uma institui o Por essa raz o sua pr tica est inevitavelmente condicionada Isso quer dizer que as possibilidades aut nomas e as compet ncias do professor interagem dialeticamente com as condi es da realidade O professor costuma se encontrar com alunos selecionados pela pr pria estrutura do sistema educativo a pol tica curricular ordena os em n veis aos quais atribui crit rios de compet ncia intelectual habilidades diversas etc o sistema lhe proporciona meios uma estrutura de rela es dentro da institui o escola
308. n ado pela SEME PMV serve como um instrumento de incentivo s pr ticas esportivas dan a gin stica r tmica e ao xadrez sendo uma orienta o pol tica acerca da fun o do desenvolvimento desses projetos nas escolas bem como mera orienta o s quest es de operacionaliza o Informou ainda que n o h professores que trabalhem exclusivamente com projetos pois a possibilidade de professor treinador foi extinta numa administra o anterior Os professores que trabalham com projetos recebem uma suplementa o de carga hor ria ou seja t m sua carga hor ria com aulas de EF e uma suplementa o pelo seu trabalho nos projetos 98 Considero interessante caracterizar alguns pontos que diferenciam esses dois grupos Busquei respeitar a forma como os Informantes expuseram suas classifica es Assim assumi o risco de estudar duas situa es fundamentado em crit rios com boas chances de serem considerados preconceituosos No entanto esse agrupamento n o foi assumido de forma definitiva mas preliminar para que pudesse me aproximar das escolas Nesse caso poderia inclusive averiguar as proximidades e distanciamentos que esses distintos processos de inser o guardam entre si Organizar o trabalho segundo esses crit rios n o p s em risco a idoneidade da pesquisa uma vez que as indica es proporcionaram uma primeira aproxima o das escolas e das pr ticas dos Professores J e M sendo a qualidade do meu envolvimento c
309. n o tinha ningu m no espa o coberto da quadra Eu peguei a minha turma e fui para a quadra E eu fui obrigado pelo pedagogo e pelo diretor a sair de dentro da quadra porque naquele dia a quadra era daquela turma do professor que faltou Veja bem n o tinha professor de EF pra dar aula voc t me entendendo Eu estava dando a minha aula Ent o o aluno que tava na sala o aluno foi jogado dentro da quadra e eu fui obrigado pelo diretor e pelo pedagogo na poca a sair de dentro da quadra e ceder aquele espa o onde nenhum profissional estaria trabalhando e ir com a minha turma pra qualquer outro canto e aqueles alunos que n o tinham professor de EF ficassem naquele espa o Hoje isso n o acontece mais Hoje se um profissional n o est a eu utilizo aquele espa o a quadra coberta mesmo se n o for meu naquela hora e a coordenadora ou a pedagoga que estiver com a turma vai pra qualquer outro espa o que n o atrapalhe a minha aula Se eu estou no espa o interno os alunos s o orientados a ir pra outro canto j sabem que n o podem estar ali ali est acontecendo uma aula de EF e aquele aluno que est de aula vaga n o est em EF Isso n o era visto dessa forma Os alunos que terminam as provas n o descem voc pode ver que os alunos em qualquer escola eles descem e v o encher o saco do professor l embaixo aqui nessa escola isso n o acontece Eu n o permito e h um respeito muito grande n o foi a minha
310. na clareza da organiza o das escolas na defini o dos trabalhos dos professores no aperfei oamento das condi es concretas em que se desenvolvem os trabalhos desses professores na defini o da fun o da escola nas comunidades porque as quest es administrativas t m tomado grandes propor es ocupando a ordem do dia 178 nas administra es nas escolas de modo que elementos essenciais como a sele o cultural t m ficado em segundo plano Est claro que a EF n o parece mais importante para as turmas de 1 a 4 e 6 s ries Assim como n o prece que a Hist ria seja mais importante na 6 s rie do que nas demais s ries finais do Ensino Fundamental Antes fica claro que o professor de Hist ria precisa fechar sua carga hor ria com quinze aulas mais cinco hor rios de planejamento Assim tamb m o Professor J que ficando mais duas aulas nas 6 s ries somando tr s aulas para essas turmas teve que atender 3 s rie para ter sua carga hor ria m nima fechada o que permitiu que a outra professora de EF ficasse com quinze aulas Esse m nimo de quinze aulas buscado porque h na legisla o municipal a obrigatoriedade de cada professor ter no m nimo quinze aulas ficando cinco hor rios de aulas para o que eles chamam de Outras Atividades como o desenvolvimento de projetos com alunos do pr prio turno ou de outro turno da escola A falta de uma orienta o para os professores sobre a sele
311. nas mas de criar elementos culturais que carreguem as marcas daqueles que criam seus m todos de utilizar os produtos culturais A resist ncia se d por um duplo produto por que os usu rios n o consomem segundo as expectativas dos produtores de cultura e por que com isso criam meios diversos de permanecerem com suas cren as e interesses e elementos culturais o que fundamenta sua a o ou a maneira de agir Por essa raz o algumas pr ticas n o perecem com o tempo formando estilos dos professores que marcam o cotidiano escolar No caso deste estudo esses estilos que perpassam as trajet rias das escolas configuram as culturas de EF por meio do tipo de organiza o que os professores lhes atribuem Certeau objetiva com esse esfor o esbo ar uma teoria das pr ticas cotidianas que vem da premissa de que os sujeitos n o consomem passivamente os c digos que lhes s o expostos impostos na forma de linguagem produzida e selecionada por pequenos grupos da sociedade Nas palavras do autor os usu rios fazem uma bricolagem com e na economia cultural dominante usando in meras e infinitesimais metamorfoses da lei segundo seus interesses pr prios e suas pr prias regras CERTEAU 2000 p 40 tem tica da cultura escolar como venho abordando precisam ser somados os esfor os de Vago 2003 que tem estabelecido rela o entre essa rea de estudo e a EF e tamb m os de Forquin 1999 Fez se necess rio abordar e
312. nas acabando por direcionar certa aten o sempre urgente e acarretando num maior tempo para o desenvolvimento de determinados conte dos culturais o que resulta obviamente na perda de espa o tempo de trabalho com outros conte dos culturais o que proporciona uma s rie de desdobramentos para a vida da escola e a concentra o das a es ante as leg timas preocupa es sobre a alfabetiza o para atender os poucos nobres ndices de desenvolvimento humano Digo pouco nobres pois mais parecem escalas num ricas para a compara o objetiva de diferentes pa ses onde as condi es concretas de vida das pessoas s o resumidas estatisticamente como problemas num ricos Todas essas demandas externas que recaem sobre as escolas e sobre as rela es de poder que ocorrem no interior dos curr culos escolares corroboram em certa medida a rela o hierarquizada dos componentes curriculares Essas demandas externas muitas vezes manifestas nas escolas pelas obriga es de desenvolvimento de atividades e projetos direcionados resolu o de problemas de alfabetiza o perfazem grande parte das dificuldades das escolas em pensar seus problemas internos o que proporcionaria um n vel de autonomia trazendo dignidade em rela o possibilidade de garantir a identifica o de problemas e o desenvolvimento de medidas para a supera o desses problemas Nesse sentido o que tenho chamado de pouca import ncia descaso pode ser compreend
313. ncep o de curr culo determinante para a caracteriza o do componente que organiza Sobre isso Ferra o 2004 diz que a vis o que os sujeitos escolares t m do curr culo atrapalha a compreens o e o desenvolvimento da habilidade para ver o que se tem produzido e a potencialidade que se tem para produzir na escola Sendo assim se o professor atua carregando com ele uma concep o de curr culo oficial de documento prescrito e de que seu componente curricular um produto dado como se suas escolhas n o exercessem peso sobre o que de fato realizado na vida dos alunos e da escola as consequ ncias podem ser desastrosas e os 18 Falo da relev ncia da a o do professor para que seja poss vel compreender a maneira como se configurou o componente curricular que ele organiza n o desconsiderando a exist ncia de outros fatores que agem revelia da vontade do professor 45 objetivos pedag gicos acabariam sendo superados pelas conting ncias do cotidiano Este seria um quadro extremo de uma pr tica docente em que o professor ocupa uma posi o de administrador de problemas e de conting ncias tomando espa o do que seria mais importante sua rela o com um conhecimento juntamente com os alunos O que se pode afirmar ent o que a EF foi inscrita na escola e passando por um processo de especializa o cada vez mais desenvolveu um espa o epistemol gico que precedido pelo curr culo passou a criar v nculos mai
314. ncia das 221 experi ncias de gl ria e fracasso e demais emula es que s o pr prias das competi es esportivas Fotografias 7 Algumas participa es das equipes da EMEF 1 em competi es estudantis a cria o de uma estrutura de valoriza o do esporte e a emula o de sentimentos diante das pr ticas criadas nessa estrutura Esse ponto em conjunto com outros possibilita perceber que uma das formas centrais de valoriza o da EF na escola e do pr prio trabalho do Professor J a resolu o de quest es referentes ao elemento que chama muito a aten o do professor a indisciplina N o posso deixar de citar a percep o de certa incoer ncia e ou limita o na forma como esse trabalho tem sido desenvolvido Considerando os problemas de indisciplina dos alunos resolv los em momentos informais n o garantiria o resultado ou a valoriza o esperada para a EF principalmente porque n o estrutura uma rela o coletiva mas a mera resolu o de problemas ou trocas de informa es Entretanto pode auxiliar o trabalho dos professores envolvidos no processo A forma assistem tica tal como tem sido efetivada n o garante por m a valoriza o da EF Talvez se os profissionais envolvidos se organizassem como no 222 grupo interdisciplinar do qual o Professor J fez parte nos projetos sociais fosse produzido um resultado diferente A limita o ent o diz respeito aos espa os reduzidos que os professores t
315. nciso diz respeito quest o dos insumos m nimos por aluno indispens veis ao 137 processo de ensino e aprendizagem e no decorrer do cap tulo IV que normatiza a avalia o Nesse cap tulo h a regulamenta o sobre os objetivos da avalia o na identifica o de desvios e dificuldades nos processos de forma o dos alunos bem como das a es pedag gicas nas escolas sendo os resultados utilizados na orienta o de pol ticas educacionais Por m no interior de todo o texto n o h sequer um artigo que sinalize os respons veis pela identifica o da m qualidade do ensino al m dos professores responsabilizados pela garantia da aprendizagem dos alunos SEME PMV Conselho Municipal de Educa o e unidades de ensino s o atribu das tarefas mais administrativas Outra quest o que precisa ser destacada a cita o da EF A Lei n 4 747 98 informa que ela deve ser ministrada nos turnos diurnos integrada proposta pedag gica da escola Ela se assemelha Lei federal n 9 394 96 quando menciona a exist ncia da EF na escola No caso espec fico da norma municipal o nico componente curricular citado a EF N o entrarei no m rito da exclus o desse componente ou de outro qualquer pela falta de cita o na norma mas chamo a aten o para o fato de ele ser exclu do do noturno assim como prev a Lei federal que segundo certos crit rios libera alguns alunos da pr tica desse componente curricular Toda
316. nicialmente pois estudos mais aprofundados sobre a trajet ria da EF e das influ ncias da administra o por exemplo poderiam produzir discursos diferentes sobre a inser o da EF na escola Nesse sentido acredito ter estruturado uma possibilidade de se abordar a inser o da EF na escola estudando as determina es que essa quest o sofre por meio das vari veis que cruzam a pr tica dos professores Escolhendo para tal a aula como ponto de concentra o do olhar revelando no curr culo em a o como as pr ticas dos professores J e M configuram organizam a EF na escola De fato o que concretizado na escola como se p de ver assume uma concep o ampla envolve a realidade curricular configura a cultura escolar e constitui se como possibilidade resultante de m ltiplas influ ncias que v o desde a sele o cultural passando pelas condi es institucionais pol tica curricular estrutura do sistema educativo organiza o escolar O que praticado nas escolas justifica as concep es curriculares as op es pol ticas concep es epistemol gicas concep es e valores sociais filosofias e modelos educativos e justificados por essas concep es Essa disposi o cria uma forma de manifesta o pr tica do curr culo expressa nas formas imediatamente reguladas pelo curr culo como documento oficial direcionando os conte dos e os c digos deliberadamente tidos como necess rios para serem transmitidos s
317. no curr culo real O curr culo recai em atividades escolares o que n o significa que essas pr ticas sejam somente express o das inten es e conte dos dos curr culos SACRIST N 2000 p 201 Esse autor sinaliza que a pr tica obedece a m ltiplos determinantes como par metros institucionais organizativos tradi es metodol gicas possibilidades reais dos professores dos meios e condi es f sicas existentes que n o s o todos minimamente controlados pelo curr culo mas todas essas vari veis est o em disposi o em cada contexto por meio das possibilidades concretas pr ticas que o curr culo cria Por essa raz o que Sacrist n afirma existir uma modela o do curr culo por parte dos professores que guarda importantes diferen as das caracter sticas do curr culo em a o onde a participa o dos alunos e as condi es objetivas de cada situa o por exemplo figuram como elementos configuradores do que concretizado efetivamente nas aulas Isso tributa aos sujeitos escolares um elevado status por considerar suas a es e motiva es como elementos imprescind veis para a compreens o do que se concretiza nas escolas S o essas a es e motiva es dos sujeitos escolares principalmente dos professores J e M que proponho estudar nesta pesquisa e para tal a articula o entre curr culo cultura escolar e cotidiano parece fundamental Se o que foi desenvolvido at este ponto sobre o curr culo
318. nos no desenvolvimento das aulas Outra raz o motiva o para que o professor experimentasse vivenciasse em sucessivas aulas a mesma atividade remete a estimula o e valoriza o das t ticas que os alunos criavam por conta do ac mulo de experi ncias numa dada atividade Segundo o Professor M preciso dar tempo para que os alunos estudem as atividades criando formas pessoais de fazer e participar criando t ticas e consequentemente complexificando a atividade Sendo assim Professor M criou uma organiza o l gica dos conte dos que possui relev ncia para ele uma l gica que ele consegue transmitir para os alunos situando os a respeito da organiza o das aulas Nessa din mica os alunos fazem parte do processo e percebem a organiza o dos conte dos por participarem da constru o da organiza o Essa organiza o possibilitou uma coer ncia no discurso do professor perante as turmas que sabiam nos diferentes momentos que tipo de conte do e de atividade seria explorado Todas essas quest es foram sendo sanadas durante a minha perman ncia na escola enquanto desenvolvia as observa es ao mesmo tempo em que tirava d vidas e discutia algumas quest es com o Professor M No primeiro dia que eu fui a escola num dia de planejamento do professor ele me chamou numa sala parte e exp s parte dessa din mica adotada por ele em 2007 e os elementos organizacionais que estavam dirigindo a l gica das aulas Os
319. nserido isso ocorre em um contexto complexo vivo O hor rio de planejamento do professor era tomado por uma s rie de atividades Algumas delas se repetiam em todos esses momentos mas em outras pude perceber o atendimento a algumas conting ncias Sobre a organiza o das aulas efetivamente percebia que isso ocupava pouco tempo em seu planejamento Essa atividade era desempenhada considerando a organiza o geral da EF no per odo em que estava O professor fazia uma sele o de atividades e as organizava em um longo per odo Dedicava mais tempo organiza o de seu projeto sobre a elabora o dos livros Nesse sentido ele avaliava a produ o art stica dos alunos percebendo o que os alunos tinham relatado mais em seus desenhos e na produ o dos textos que os alunos elaboravam aproveitava tamb m para se articular com a pedagoga com a professora de Educa o Art stica e com as professoras envolvidas com a tarefa de produ o de texto Outro elemento a que o Professor M se dedicava bastante era a organiza o geral da EF em rela o ao que tinha combinado com os alunos e ao registro das atividades vivenciadas nas aulas Tudo o que o professor define como projeto organiza o da EF registro de aulas recortes de jornais resenhas de texto reflex es elabora o de aulas e atividades registrado em um caderno um portif lio Ele comp e um caderno por ano e guarda esses cadernos fazendo consultas quando necess
320. nstrumentos e as informa es da pesquisa MACEDO 2000 Ao elevar o status dos contatos realizados com os colaboradores uma maior ou menor aceita o por parte desses colaboradores seria determinante para a composi o de outras informa es Isso possibilita afirmar que o campo de trabalho do pesquisador permeado de incertezas e de momentos em que precisa decidir a respeito dos rumos que vai pode quer trilhar 34 Assim como das informa es se esperam contribui es que auxiliem no estabelecimento de novas leituras um retorno renovado s teorias 89 3 1 O processo de indica o aproxima o do pesquisador s escolas Para n o entrar num tipo de busca aleat ria por uma situa o a ser estudada situei o estudo numa rede de ensino p blico a rede da cidade de Vit ria no Esp rito Santo administrada e organizada pela Secretaria de Educa o da Prefeitura Municipal de Vit ria Os fatores de proximidade entre as escolas e o tipo de organiza o dessa rede s o fortes motivos para listar algumas possibilidades de estudo O munic pio de Vit ria por situar se numa pequena ilha favorece o deslocamento e o acesso s escolas da respectiva rede de ensino Essa tamb m uma rede que possui um bom n vel de organiza o por parte da administra o e interesse em sua presta o de servi o comunidade sendo uma das caracter sticas que possibilita fazer essa afirma o o programa de forma o continuada organi
321. o concretizadas pela pr tica poss vel dos professores Essa prof cua rela o que foi estabelecida entre mim e os Professores J e M ao mesmo tempo em que revelava importantes informa es e rela es entre as trajet rias e o que estava sendo observado passou a exigir certos cuidados para que pudesse garantir minhas impress es e interpreta es sobre essas duas pr ticas haja vista que nesses mundos de vida se naturalizam as rela es e acontecimentos SARMENTO 2003 p 160 Por essa raz o tive que cuidar para n o apresentar todas as quest es que iam aparecendo para os professores nem minhas impress es interpreta es para tentar responder a elas no decorrer do processo das observa es Por isso a no o de dupla hermen utica de Sarmento no exerc cio interpretativo cr tico dial gico importante pois a hermen utica dos autores da situa o n o deve suplantar a hermen utica do pesquisador sob pena de as interpreta es do segundo subsumirem ante as interpreta es e os 128 significados que conseguem atribuir os sujeitos escolares Outro elemento que recebe novo valor nessa discuss o s o as contradi es dos discursos que ao inv s de serem contornadas ou ignoradas s o assumidas e comp em importante material para a interpreta o do pesquisador indiv duo que de fora consegue evidenci las A principal influ ncia dessa forma de observar se explicitou na organiza o das an
322. o pedag gico estavam ocorrendo e nos documentos apresentados como projeto da escola essa quest o complementar da escola n o apareceu Os conte dos pedag gicos espec ficos somem diante da tentativa do cumprimento do m nimo que exigido como base comum de conte dos fixados pelas normas curriculares Nesse Segundo informa es da Secretaria Estadual de Educa o do Esp rito Santo a lei que instituiu o Sistema Estadual de Educa o anterior Lei 9 394 96 n o foi revogada expressamente entretanto caiu em desuso em raz o da superveni ncia daquela de mbito federal Atualmente o sistema estadual de ensino normatizado pela Lei 9 394 96 e pela Resolu o n 1 286 06 do Conselho Estadual de Educa o Tanto s o contradit rios os documentos oficiais tais como Leis Decretos e Resolu es em rela o aos documentos de cunho mais pedag gico curricular como as diretrizes curriculares que informam que os PCNs foram permanentemente confrontados com outros textos que refletiam pressupostos te rico metodol gicos divergentes VITORIA SEME PMV Diretrizes curriculares para o Ensino Fundamental 2004 p 4 139 caso h uma quest o geral que antecede a pr pria discuss o da EF na escola que tempo t m tido os professores coordenadores pedagogos diretores e alunos de identificar os problemas das escolas n o apenas as especificidades referentes sele o cultural Outras quest es se imp
323. o J no espa o alternativo tomando uma postura mais administrativa o Professor J permitia que os alunos organizassem suas pr prias regras apenas administrava pequenos desentendimentos e coibia algumas a es consideradas por ele como perigosas ou desnecess rias Nesse sentido as intera es do Professor J com os alunos em rela o ao ensino se concentrava muito nas quest es afetas ao gesto esportivo elemento que ele pr prio definiu como sendo o objetivo e conhecimento principal das aulas de EF que ele organiza Ele tamb m definiu a utiliza o do conhecimento relativo ao esporte como meio pelo qual motiva e auxilia a disciplinariza o dos alunos Essa rela o ser explorada em sua amplitude quando em tratar das rela es entre as aulas de EF e o projeto treinamento de esportes No entanto nas aulas de EF observei que o Professor J exigia a aplica o dos alunos no aprendizado dos movimentos e tamb m na din mica dos jogos Vez ou outra fazia algumas interven es considerando o compromisso dos alunos com a vida de estudante e questionava se 198 eles tinham certos comportamentos na sala de aula Isso ocorreu algumas vezes na organiza o da turma em sua chegada sala de aula e tamb m no momento em que explicava algum conte do na aula de EF diante de algum tipo de problema de indisciplina As intera es entre os alunos ocorriam de maneira bem diferenciada considerando se os diferentes tipos de organiza
324. o j citados na fala de Faria Filho 2002 O esfor o que fa o ent o o de centralizar as a es do professor de tom lo como sujeito com seus desejos e suas fraquezas para que seja poss vel exercer compreens o sobre a maneira como recebe as press es internas e externas da escola j que esses fatores resultam num tipo peculiar de inser o da EF n o esquecendo as trajet rias que permitiram ao professor desempenhar tal fun o Por isso n o posso discutir como a EF se insere como se esta possu sse algum tipo de vontade de desejo antes esses atributos s o fixados nas pessoas que lidam com essa pr tica pedag gica As assumir a posi o de que a EF inserida pela pr tica do professor que a organiza na escola n o estou dizendo que a EF vai ser o que esse professor quiser muito embora acredite que a EF numa dada escola seja o que se tem concretizado em seus espa os tempos que tipo de cultura tem sido criada e vivida nessa escola H delimita es que caracterizam a EF na escola h certa subjetividade coletiva a respeito do que se espera de uma aula de EF Por mais que essa subjetividade possa ser aproximada do senso comum n o qualquer pr tica que um professor de Os pr prios alunos que j experimentaram uma aula de EF ao se depararem com um tipo de organiza o de aula que se assemelhe organiza o de outros componentes curriculares como desenvolver atividades sentados na sala
325. o por parte do Professor J fruto do preconceito das pesquisas que marcaram a trajet ria dos estudos em EF Nesse sentido o quadro que fora montado pelo professor colocava sua pr tica como sendo potencialmente menos nobre que a outra por estar fortemente ligada ao esporte Fiz movimenta es para contornar ao m ximo esse problema n o situando uma pr tica como exemplo a ser seguido e a outra um exemplo a ser abandonado mas sim buscando compreender como ocorriam essas duas inser es da EF Por essas raz es avalio minha entrada e perman ncia na EMEF 1 como sendo marcada por menos proximidade e por algumas a es mais desconfiadas desse professor N o o julgo mal por isso ao contr rio considero justas suas desconfian as pois inevitavelmente nessa aproxima o entre colaboradores est expressa uma rela o de poder Sobre isso chamo novamente Sarmento que afirma ser o texto etnogr fico o resultado de uma conjuga o de vontades ainda que com responsabilidades do pesquisador SARMENTO 2008 p 172 Quem poderia tranquilizar o professor a respeito das minhas inten es Para mim estava clara a quest o ou ele confiava em mim ou t Digo pud ssemos pois posteriormente estruturei um texto que tratava desse assunto e as informa es contidas nele foram endossadas pelo professor 164 n o Por sorte ele decidiu confiar e pudemos realizar bem nosso trabalho juntos por mais que n o estiv
326. o puxei conversa e perguntei qual era a raz o do des nimo naquele dia Ele disse que a aula no espa o alternativo tem futebol handebol voleibol e outras atividades cabendo aos alunos a escolha e at a cria o de outras possibilidades No entanto a prefer ncia dele eram as aulas na quadra coberta por ser maior por ser a qualidade dos jogos mais evidente representando um tipo de pr tica mais atraente para ele Eu perguntei a ele se de fato ele considerava o espa o da quadra coberta maior e ele respondeu que o espa o alternativo oferecia uma quadra menor do que a quadra coberta ignorando as outras possibilidades desse espa o z claro que a posi o desse aluno n o un nime por m expressa um tipo de reflexo da organiza o das aulas de EF Nesse sentido o conte do privilegiado da EF influi na avalia o dos espa os na valoriza o das aulas A organiza o e diferencia o das aulas possibilitam pr ticas espec ficas em espa os diferentes intera es espec ficas entre os alunos e desses com os materiais com o professor e com o conhecimento Esse espa o atr s da escola est sendo denominado como alternativo pois n o o foco principal da organiza o dada pelo Professor J Por mais que as pr ticas observadas nesse espa o sejam as pr ticas esportivas as intera es estabelecidas s o diferentes possuem uma seriedade no envolvimento de professor e alunos menor Por essa raz o digo que o
327. o cultural tem aglomerado s rias possibilidades de discuss o sobre os problemas observados nas escolas Refiro me pol tica curricular que n o centraliza essa discuss o nas escolas Nesse sentido a sele o uma mera tarefa de planejamento de sele o de atividades para o atendimento de conte dos tidos como essenciais ou tradicionais Sem essa defini o os professores ficam com certa liberdade para agir recaindo sobre os respons veis pelos conte dos culturais e habilidades de maior valor social como os cognitivos certas press es referentes exig ncia de resultados Em rela o EF isso n o diferente Acredito que o Professor J poderia efetivar uma pr tica totalmente diferente da que vem tendo na escola que isso n o iria refletir numa grande mudan a sobre as expectativas que se t m da EF na escola Isso ocorre n o por conta de algum problema na pr tica desse professor mas pelas caracter sticas de certa forma mec nicas que congregam os componentes curriculares nas escolas Como n o h diretrizes tanto por parte da administra o quanto por parte da escola da fun o que os componentes curriculares desempenham no curr culo penso que h poucas expectativas sobre eles para al m dos atributos que historicamente os t m firmado marcado na escola 179 A partir do momento em que identifico a falta de defini es que orientam e dialogam com o trabalho dos professores pois eles tamb m atuam ou deveriam
328. o das aulas Nas aulas em que o professor organizava dois grupos um de alunos outro de alunas em dois espa os sendo um para a pr tica da atividade principal da aula partidas do desporto do trimestre e outro na rea adjacente da quadra coberta onde os alunos jogavam voleibol ou deriva es do futebol as intera es dos alunos ocorriam de maneira diferente primeiro momento destacada por mim como atividade principal acompanhada de perto pelo professor aos alunos era apresentada uma situa o em que seus pap is estavam diretamente atrelados ao cumprimento das regras adotadas pelo professor para o respectivo esporte estudado num determinado trimestre O grupo de alunos que aguardavam na quadra o t rmino das primeiras rodadas de partidas assistia aos jogos dava notas vez ou outra torcia por uma dada equipe ou fazia pequenas goza es A esses alunos n o era destinado nenhum material pois poderiam atrapalhar a atividade principal da aula Ao grupo de alunas ou alunos que n o estavam em seu turno na atividade principal da turma era apresentada uma possibilidade concreta uma atividade de voleibol que o grupo deveria organizar Por m como essa atividade n o era acompanhada de perto pelo professor em algumas oportunidades pude observar alguns alunos sentados ou em atividades relativas ao futebol e ou ao voleibol A tend ncia nessa aula era a forma o de pequenos grupos mas tamb m ocorria a perman ncia de um nico grupo em vol
329. o de t ticas criadas em outras turmas uma constru o coletiva que extravasa os limites temporais da aula de EF na EMEF 2 Nas Fotografias 14 est o registro fotogr fico realizado sobre a socializa o da t tica criada em outra aula e tamb m o aluno que compreendeu e executou a t tica O outro aluno que est atr s dele se encarregava de atacar a outra equipe realizando a divis o das tarefas O Professor M avaliando a participa o das duas equipes percebeu que uma estava se sobrepondo outra devido ao desempenho dessa divis o de tarefas j a outra equipe atacava com a maior parte de seus componentes o que n o resolvia a defici ncia do ataque e desguarnecia a defesa N o separam as atividades que cada um pode fazer Todos correm quando o outro aluno do outro time corre Professor M Nessa oportunidade ele sugeriu que as equipes se unissem para a resolu o desse problema 268 Fotografias 15 Auto organiza o das equipes para a solu o de um problema da atividade numa aula da 4 s rie e direcionamento da atividade numa aula de 1 s rie na EMEF 2 Posteriormente essa socializa o das t ticas possibilitou a cria o de outras t ticas pois as turmas foram se apropriando do que era apresentado e davam outras contribui es tornando a participa o deles no jogo mais complexa e elevando os n veis de participa o interesse e interven o Os aspectos mais positivos que foram percebidos dizem r
330. o ocorrem os principais encontros ou os encontros mais regulares entre professores e alunos espa o privilegiado para as trocas de experi ncias e tamb m o espa o tempo onde s o mais delimitados os pap is dos sujeitos citados Vislumbro a aula como um ponto de converg ncia de v rias for as exercendo press es variadas que se assumidas como vari veis proporcionam uma ampla variedade de possibilidades Os elementos Professor Grupo pedag gico e Aula de EF est o propositadamente no interior do espectro do Curr culo por s poderem existir da maneira como existem por meio desse artefato pedag gico que projeta a fun o e uma rela o org nica entre essas partes A Administra o faz uma interse o entre o Curr culo e o meio exterior pois acredito que a Administra o exista despeito do desenvolvimento do Curr culo mas uma vez em desenvolvimento o Curr culo sofre apropria es por parte dos sujeitos por ele conectados numa l gica de ensino aprendizagem Obviamente outros tantos elementos poderiam ser listados por m elenquei os que mais fortemente consegui perceber como exercendo influ ncias sobre as aulas de EF Outro fator que me aliviou do trabalho de buscar outros fatores foi o esquema j 34 apresentado de Sacrist n 2000 que com mais destreza indicou uma grande variedade de fatores que interferem na concretiza o de um curr culo Minha inten o al m de exemplificar os elementos principais que
331. o que se traduz num saber fazer e num saber relacionar se que valoriza o trabalho em grupo e organiza espa os tempos de toque rela o e express o corporal o componente EF ainda contradit rio dentro de uma escola 281 5 ALGUMAS REFLEX ES A PARTIR DAS PR TICAS DOS PROFESSORES J E M N o teria como a partir do referencial desta pesquisa estruturar padr es muito fechados entre as pr ticas dos Professores J e M Por m h elementos nas duas pr ticas que s o bem semelhantes e as informa es que foram levantadas indicam certas peculiaridades referentes aos processos de forma o desses dois professores Tomo a trajet ria pessoal desses docentes como dois processos distintos que t m possibilitado diferentes situa es profissionais para esses professores Esses processos s o influenciados fortemente por elementos como forma o inicial n vel de contato com as discuss es das reas da Educa o e da Educa o F sica o que favoreceu a aproxima o a determinados projetos prescritos para a EF N o advogo a id ia de que esses professores se tornaram representantes em suas escolas de determinadas prescri es pol ticas de EF acredito por m que o oferecimento de subs dios dessas formula es eivadas de valores que formam um discurso pol tico que assume uma posi o sobre determinada fun o social da EF perante a sociedade tenha reflexos importantes nas decis es dos Professores J e M As escolhas dos
332. o somativa de informa es mas a capacidade para lidar com elas transformar os conhecimentos pessoais em saberes DEVELAY 1995 citado por MONTEIRO 2001 p 128 O autor chama a aten o para a necessidade de identificar na disciplina escolar o seu princ pio de inteligibilidade seu paradigma que ele prop e seja chamado de matriz disciplinar e que organiza a totalidade dos conte dos num conjunto coerente que em ltima inst ncia representa as diferentes vis es ou concep es de EF A identifica o do paradigma disciplinar fundamental porque ele determina as tarefas que ser o desenvolvidas com os alunos os conhecimentos declarativos a ensinar e os conhecimentos procedimentais correspondentes MONTEIRO 2001 p 129 Essa matriz disciplinar que aglomera as caracter sticas internas da disciplina com que trabalha um professor precisa segundo Gar glio 2005 ser concebida como 17 Abordado por Monteiro 2001 e Gar glio 2005 a partir dos estudos de Develay 1995 42 uma institui o no interior da escola Essa institui o resultado de a es representa es e determina es que na sua maioria precisam ser mediadas pelo s professor es respons vel is pela sua sistematiza o Para tal os saberes docentes acabam sendo intimamente relacionados com esse conceito de matriz disciplinar uma vez que perfazem parcela imprescind vel para a compreens o dos elementos que formatam a disciplina
333. ocupado Nesse dia encontrei me com o professor na sala de materiais da EF no final da primeira aula Ele me orientou a esper lo no espa o atr s da escola enquanto conduzia uma turma para a sala e outra para aquele espa o Direcionei me para l e logo ap s chegou o professor carregando um saco com materiais conduzindo uma turma de 5 s rie Um grupo de meninos pegando uma bola organizou um jogo de futebol Outros alunos amarrando uma corda nos mastros organizaram um jogo de voleibol Um grupo de alunas ficou na sombra e depois foi brincar de tocar uma bola de voleibol Com esse grupo o professor fez brincadeiras motivando o para fazer alguma atividade Ele disse que umas meninas desse grupo precisavam manter a forma outras tinham que fazer mais atividades f sicas para perder a barriga Uma dessas alunas logo no come o da aula disse que n o faria nada por estar passando mal Ironicamente ele disse que era uma novidade para ele pois nunca havia visto um caso assim Logo depois a aluna se reuniu com um grupo que brincava com a bola de voleibol na sombra 8 Posteriormente apresentei ao professor as descri es das organiza es das aulas inclusive as que ocorreram no espa o alternativo sendo aprovadas por ele 190 Voltando se para mim ele disse que nas aulas ocorridas nesse espa o eram desenvolvidas aulas livres variando mais as atividades e quando requerido pelos alunos ele organizava atividades diversificadas
334. ografias 5 Exemplo 2 sobre a organiza o da aula de Educa o F sica na EMEF 1 quando da utiliza o do espa o da quadra coberta exposi o do gesto t cnico posicionamento na quadra e trabalho misto em grupos por atividade Um grupo ficava dentro do espa o destinado pr tica do desporto realizando uma partida acompanhada de perto pelo professor que realizava interven es orientando as a es dos alunos Ao outro grupo eram destinadas atividades referentes ao aprimoramento de determinados fundamentos do desporto Passado algum tempo o professor realizava o rod zio dos grupos Em determinadas aulas ocorria outro tipo de disposi o dos grupos nesse tipo de organiza o Ao inv s da forma o de dois grupos quatro eram formados e dispostos na extens o da quadra Cada grupo ficava respons vel pelo cumprimento de algumas atividades relacionadas com os fundamentos do desporto do trimestre O professor passava por cada grupo orientando as a es dos alunos Nesse tipo de organiza o era evidente a maior proximidade do Professor J aos alunos pois apresentava uma postura mais central na organiza o das atividades transmitindo as tarefas e as informa es referentes s regras e aos movimentos mais adequados aos objetivos do desporto Nessas aulas ele lida com as regras de maneira mais flex vel facilitando a intera o dos alunos nas atividades O controle de todas as atividades era mais efetivo tomando por exem
335. oi efetivado por outro lado tomei o que esse autor chamou de curr culo modelado pelos professores SACRIST N 2000 p 165 como justificativa e orienta o de como proceder a partir do citado deslocamento Segundo Sacrist n 2000 p 165 o curr culo molda os docentes mas traduzido na pr tica por eles mesmos a influ ncia rec proca Sacrist n recorre a autores relacionados Nova Sociologia da Educa o para lan ar um olhar fenomenol gico sobre os sujeitos que participam na pr tica na efetiva o de um curr culo Com isso intenta superar uma vis o meramente psicol gica ou de ordem t cnica em rela o atua o do professor recorrendo para as quest es pol ticas que est o presentes em sua a o profissional segundo os desdobramentos dessa sociologia passa se a considerar de forma relevante os acontecimentos da vida do professor ou em outras palavras passa se a tomar o professor como pessoa N VOA 1992 assumindo assim que muitas vozes falam pelas a es dos professores Nesse sentido compreender os professores como sujeitos do curr culo n o significa perceber apenas como eles v em e transferem o curr culo para a pr tica mas como as a es desses sujeitos s o tomadas como contribui es possibilitadas a partir de suas escolhas limites e pelo potencial contido nos significados que atribuem s suas a es A modela o por parte dos professores segundo Sacrist n
336. ola auxiliam na compreens o das condi es concretas em que realizei as observa es pois como j foi citado o contexto atual outro o grupo e o envolvimento dos professores outro a rela o da comunidade com a escola outra N o por isso os avan os que foram conquistados pela EF retrocederam por m a desarticula o entre os pr prios professores desse componente curricular que atuam no mesmo 252 turno indica que as caracter sticas da trajet ria do Professor M que passou pelos processos aqui citados est o muito ligadas forma como esse componente est organizado Por isso sua pr tica a forma como organiza a EF seus objetivos os conte dos selecionados as atividades as intera es com os alunos sua rela o com o conhecimento est o imbricados com a trajet ria da EF que ajudou a construir na recente hist ria da EMEF 2 Por essa raz o aproximar as informa es provenientes dessas trajet rias do que foi concretizado e por mim registrado constitui se a o importante para o exerc cio da compreens o do que tem sido a EF nessa escola E por mais que o professor venha sendo centralizado ele tem sido tomado como sujeito que toma decis es e executa seus projetos mas que sofre os constrangimentos e as contradi es das pr ticas humanas que est debaixo de uma organiza o social e uma v rias administra o que lhe imp e regras Admitindo se que por sua pr tica um componente curricular i
337. oler ncia e desprazer em estar na sala de aula A compreens o que t m de que essa l gica apresentada aos alunos justificada principalmente pelo acesso ao mercado de trabalho n o tem sido bem recebida pelos alunos que est o numa realidade em que a gradua o no ensino formal j n o garante a entrada e a perman ncia em postos de trabalho A justificativa e o requerimento da autoridade do professor como aquele que det m o conhecimento para que os alunos cheguem ao mercado de trabalho cria uma necessidade disciplinar nos alunos um rigor e um formalismo que podem ser compreendidos de certa forma como um processo doloroso e complicado ao qual os alunos s o submetidos Ao se depararem com as regras disciplinares r gidas e formais e ao avaliarem a conjuntura social onde est o inseridos criam formas de fazer que s o incoerentes aos olhos da escola que cria em sua disciplina a figura de um aluno objetivado Todo desvio dessa objetiva o tratado como mal a ser combatido Essa rela o produz uma s rie de mal estares entre professores e alunos Num dos dias em que estive na escola no hor rio do recreio que antecedeu uma entrevista com o Professor M presenciei um caso que revelou esse descompasso essa incompatibilidade na rela o de alguns professores com os alunos Um professor de Portugu s o mesmo que questionou o combinado apresentado pelas pedagogas afirmando que o dia de planejamento n o era dia de trabalho
338. olu o dessas quest es Documento a que n o tive acesso 157 Sobre a quest o do curr culo da escola h a um c rculo vicioso pois por um lado as atuais diretrizes curriculares que ampliam a vis o de educa o e curr culo das antigas diretrizes anunciam que servem de ponto de partida para discuss es nas escolas para a produ o dos documentos orientadores por outro as discuss es nas escolas n o est o considerando este importante aspecto do processo de escolariza o a sele o da parcela cultural que a escola precisa tratar considerando o seu contexto Nesse sentido com a id ia de que projeto pedag gico se distingue de curr culo temo pela desconex o entre os princ pios e dados sinalizados pelo projeto pedag gico e a sele o cultural e distribui o no quadro dos componentes curriculares Essa l gica aponta para a din mica tr gica de que as quest es fundamentais atribu das s escolas referentes ao potencial de manuten o e produ o de uma cultura pr pria a partir da sele o e difus o da cultura mais ampla acabam sendo tratadas como quest es que devem ser respondidas em outros espa os como nas diretrizes curriculares e nos PCNSs ficando os agentes escolares ou numa posi o c moda ou num inc modo insuper vel Penso no entanto que seja fundamental afirmar que n o acredito que haja mocinhos e bandidos nessa quest o nem poderia pois n o estudei o curr culo da e
339. om esses dois casos posteriormente o que proporcionou a identifica o das principais caracter sticas da inser o da EF nessas escolas A maneira como esses informantes realizaram as indica es resultou em importantes informa es j que me encontrava em uma situa o de praticamente nenhum conhecimento a respeito das escolas e das pr ticas dos professores Essas indica es se constituem como ponto de partida poderiam ser destacados outros elementos talvez ao abordar outros informantes mas a partir do momento em que escolhi este ponto de partida uma s rie de caracter sticas e rela es come aram a se revelar mesmo que de forma parcial o que em certos momentos proporcionou a possibilidade de fazer afirma es e tomar decis es e em outros momentos especula es todas revelando aspectos interessantes sobre as quest es que este estudo apresenta Ressignificar os conte dos da EF foi uma coloca o feita pelo Informante 1 que n o se ateve a dizer como as pr ticas dos professores com esses objetivos ocorriam ou em que se diferenciavam das demais mas tamb m que esses professores apresentavam a inten o de fazer com que o trabalho deles professores seja significativo e nesse significar a EF a escola acaba incorporando a import ncia desse trabalho enfim a import ncia da EF Muitas especula es podem ser feitas em rela o a essa ressignifica o dos conte dos da EF mas esse n o o
340. om um parque estadual n citadas dido ini SE db Espa os onde se efetiva a pr tica da Educa o F sica Trecho inicial da prova de handebol do primeiro trimestre da EMEF a ad a a E E R Exemplo 1 sobre a organiza o da aula de Educa o F sica na EMEF 1 quando da utiliza o do espa o da quadra coberta grupos divididos por sexo atividade principal na quadra e atividades paralelas fora da quadra Exemplo 2 sobre a organiza o da aula de Educa o F sica na EMEF 1 quando da utiliza o do espa o da quadra coberta exposi o do gesto t cnico posicionamento na quadra e trabalho misto em grupos p r atividade ORAR RSRS CRER erien E KEPE EEEa EEA FENES Tabela de jogos em local de visibilidade de todos os 2 6 a ASA EE ER EEE T E E EAEN Algumas participa es das equipes da EMEF 1 em competi es estudantis a cria o de uma estrutura de valoriza o do esporte e a emula o de sentimentos diante das pr ticas criadas nessa estrutura Projeto vivenciando a defici ncia visual organizado pelo Professor J na EMEF 1 Trabalhos que exploraram temas variados como esporte gravidez viol ncia primeiros socorros e outros Castigo na fila no retorno do recreio Condi es de limpeza dos espa os privilegiados para as aulas de Educa o F sica na EMEF 2 151 161 180 185 188 206 221 226 228 243 245 Fotograf
341. onadas entre si e guardando n veis de autonomia umas em rela o s outras Os professores ent o n o modelam o curr culo do nada n o inventam uma pr tica sem nenhum subs dio antes s o apresentados ao curr culo tanto na sua acep o documental como na sua realidade quando adentra a escola em que ir desenvolver seu trabalho Sacrist n afirma que h uma s rie de possibilidades de apresenta o do curr culo aos professores nos livrostexto nos comp ndios que apresentam diretrizes e nos principais nortes das pol ticas educacionais da situa o bem como nas pol ticas curriculares o curr culo tamb m se apresenta em cursos de forma o Toda a documenta o oficial pesada pelo professor quando entra em contato com a realidade educacional de sua escola Justamente nesse momento ele usa de artif cios t cnicos pragm ticos e pessoais para efetuar seu trabalho e a organiza o do componente curricular de sua responsabilidade Sobre a a o dos professores seus pensamentos e atitudes Sacrist n alerta que esses fatores s o condicionados pelas estruturas que configuram a situa o em que os professores est o circunscritos Nesse sentido tanto os conte dos como os processos dos pensamentos s o fen menos sociais desenvolvidos dentro do quadro de um cargo configurado por vari veis institucionais sociais pol ticas e hist ricas Sendo assim por mais que se perceba a possibilidade de os professores optarem por um
342. onde atua o Professor M a organiza o da EF deve muito trajet ria de forma o desse professor principalmente no que diz respeito forma o de sua identidade como professor de EF Nesse caso o contexto no qual efetivou algumas decis es escolhas profissionais auxiliou o a responder a algumas quest es possibilitou a ele a tomada de posi es perante a organiza o da EF na escola defendendo um lugar para a EF e para si como professor 15 Na abordagem com os sujeitos escolares esta pesquisa foi fortemente influenciada por elementos do estudo de caso etnogr fico mas como fui construindo o objeto no decorrer do processo decidi n o enquadrar a pesquisa em tipologias fixas mas fazer uso dos instrumentos necess rios e dispon veis para o encaminhamento das quest es provenientes desse objeto Nesse sentido utilizei principalmente a observa o participativa a entrevista ou conversas tem ticas e a an lise de documentos Para a organiza o deste trabalho defini o estabelecimento de quatro cap tulos No cap tulo dois Inserir a EF no curr culo uma pr tica pedag gica realizada no cotidiano trato da trajet ria de desenvolvimento do objeto principalmente da minha entrada no campo de pesquisa em que precisei tomar algumas decis es resultando em deslocamentos do objeto que funcionaram como adapta es de um momento de proje o da pesquisa para o momento de execu o Nesse cap tulo exponho a estru
343. onentes curriculares e atividades Esse processo por m uma contradi o ainda mais em uma escola em que a participa o da comunidade foi t o marcante seja pela exig ncia de um atendimento melhor e mais amplo pela prefeitura s 238 crian as da comunidade seja pelas lutas por um espa o fixo e digno para o desenvolvimento dos trabalhos Essa n o deve ser uma decis o de professores e pedagogos mas uma organiza o coletiva envolvendo a participa o da comunidade Tive acesso ao cronograma de discuss es sobre a reformula o do projeto da escola e em nenhum momento uma discuss o sobre a sele o cultural foi prevista A participa o da comunidade desde a elabora o do projeto da escola at os dias atuais foi sendo alterada Essa foi uma fala de alguns professores fundadores da escola como o Professor M indicando a falta de identifica o que foi se desenvolvendo entre escola e comunidade As primeiras rela es de luta pela organiza o de um espa o para a escola uniram os professores e comunidade no entanto hoje parece que h pouca vontade ou motivos comuns que possibilitassem essa uni o Percebi que foi formado um pequeno grupo que de certa forma motiva alguns professores a encaminhar suas pr ticas de maneira diferente Observando o teor dos debates nessa reuni o e na sala dos professores pude discutir com o Professor M a esse respeito e identifiquei que a mudan a no grupo de professores n o
344. ontar sua pr tica com as exig ncias curriculares exteriores e com as pol ticas decisivamente SACRISTAN 2000 p 169 O modelo da racionalidade t cnica n o aplic vel em sentido estrito aos professores A an lise das atua es pr ticas dos professores a ess ncia epistemol gica do conhecimento e da t cnica pedag gica poss vel e os pressupostos ticos dentro dos quais h de se desenvolver a atividade do ensino nos impedem de admitir essa imagem fechada de t cnico aparelhado de normas precisas SACRISTAN 2000 p 169 63 Sacrist n 2000 p 169 concorda com Sch n 1983 dizendo que a tarefa de planejamento do professor n o meramente t cnica mas implica problemas de sele o pondera o valoriza o e acomoda o art stica do conhecimento s situa es nas quais se pretende utiliz lo No entanto a caracter stica espec fica da tarefa do professor que o distingue de outros profissionais circunscreve se ao elevado grau de singularidade das situa es por envolverem um grande n mero de fatores garantindo sempre caracter sticas in ditas s situa es por isso n o pode aplicar teorias ou t cnicas padr o mas um processo de reflex o e de escolhas nas condi es concretas da situa o pr tica O professor difere do arquiteto muito embora o arquiteto tamb m fa a uma bricolagem entre conhecimentos e fatores da situa o perceba um problema estruture a partir di
345. ontradit rias Justamente pela exist ncia dessas contradi es acredito que seja poss vel o equil brio entre os 244 diferentes sujeitos escolares por mais que os direitos e deveres s vezes pare am desiguais fazendo com que a autoridade s vezes se expresse de maneira autorit ria As aproxima es os carinhos e cuidados tamb m foram percebidos em a es entre os sujeitos escolares nos corredores da escola Um forte exemplo disso remete ao hor rio do recreio em que percebi a preocupa o pela valoriza o do interesse dos alunos convidados a escolher m sicas para serem executadas durante esse tempo nas oportunidades que estive l ouvi muito rap e funk Em outros momentos percebi uma das pedagogas organizando uma roda de capoeira e maculel o que envolvia a participa o de muitos alunos pois visivelmente esse era um tema que interessava aos alunos Na EMEF 2 n o foram observadas altera es alarmantes da rotina da escola A maior parte das aulas ocorria dentro das salas de aula sendo o tempo destinado EF uma das poucas oportunidades em que aos alunos tinham oportunidade de acessar outros espa os da escola pois durante o recreio a eles n o era permitido transitar no terreiro campo e quadra coberta esses ambientes utilizados nas aulas de EF A escola de uma forma geral possu a uma boa apresenta o aos alunos no que diz respeito ao asseio cuidado e organiza o dos espa os comuns das
346. onversas ao fim da aula lembra os alunos de alguns combinados ou chama a aten o deles para algum problema que percebeu Essas conversas s o sempre em tom informal enquanto os alunos se dirigem sala de aula isso porque se houve algum tipo de problema na aula o Professor J prefere tratar o problema no in cio da aula seguinte daquela turma Farei a seguir uma descri o buscando certo padr o de organiza o das atividades nas aulas primeiramente quando a aula desenvolvida na quadra coberta e posteriormente quando a aula desenvolvida no espa o alternativo Quando as atividades s o desenvolvidas na quadra coberta o conte do privilegiado remete s modalidades esportivas j citadas sendo as nicas varia es observadas nas aulas da 3 s rie mas essa s rie tamb m foram orientadas atividades semelhantes s das outras s ries atendidas pelo Professor J Na maior parte das 185 aulas nesse espa o o professor organiza um momento de divis o da turma em dois grupos usando como crit rio o sexo dos alunos ficando o grupo das alunas na quadra e o grupo dos alunos numa rea adjacente quadra onde amarrada uma corda e o grupo de meninos organiza jogos de voleibol e ou futebol O grupo que permanece na quadra submetido forma o de pequenos grupos formados a partir da escolha de determinados alunos Esses pequenos grupos s o as equipes que disputar o partidas do esporte trabalhado no respectivo trim
347. oriza o que os Informantes estabeleceram entre os professores Por mais que essa categoriza o tenha sido tomada de forma provis ria num determinado momento acabou sendo assumida 81 como verdadeira Digo isso apoiado nas expectativas ou na falta de expectativas em rela o EMEF 1 situa o em que a EF fora inserida na escola por um tipo de trabalho com o esporte e pela participa o do professor J e dos alunos em jogos estudantis Inicialmente passei a me relacionar com essa situa o como se j soubesse das raz es e dos posicionamentos do Professor J em rela o EF e ao esporte elementos que influenciaram a maneira pela qual abordava sua pr tica pedag gica Dessa forma passei a me deter na quest o de como seria poss vel captar e descrever o status elevado do esporte atribu do pelo professor alunos e demais sujeitos escolares e explicar como isso influenciava todo o trabalho do professor podendo revelar uma faceta da inser o da EF naquela escola Obviamente todo esse processo foi desencadeado por falta de cuidado pessoal deixando operar meus preconceitos na minha rela o com essa situa o Se continuasse a me relacionar com aquela realidade dessa maneira possivelmente iria produzir explica es de como a EF se insere na escola enfatizando o fen meno esportivo baseado primeiramente em preconceitos e em qualquer tipo de literatura que evidenciasse e refor asse esses preconceitos utilizando element
348. ormantes mas essa compreens o se faz necess ria mesmo sendo uma especula o por considerar extremamente importante a identifica o e uma maior intimidade da parte da administra o com o que de fato concretizado na escola Sendo assim a exemplo do Informante 1 fico satisfeito em saber que h uma rea na organiza o da SEME PMV que trata do esporte que busca articular a discuss o da EF em seu interior Sinalizo no entanto a urg ncia de cada vez mais estarmos todos os envolvidos na educa o cientes do que concretizado nas escolas destacando minhas suspeitas de que segundo as peculiaridades de cada situa o diferentes professores t m efetivado pr ticas que t m inserido a EF na escola de maneira espec fica e que n o obstante reconhe amos dificuldades avan os e retrocessos diferentes culturas de EF t m sido produzidas e compartilhadas contribuindo para a forma o dos alunos da rede de Vit ria 104 Sendo assim a forma como tomo a contribui o dos informantes como uma fase de entrada no campo de pesquisa propriamente dito desembocou nas pr ticas de dois professores e at que pudesse me familiarizar com essas pr ticas tive que fazer um percurso de reflex es e indaga es que me possibilitaram essas impress es essas d vidas essas quest es De maneira nenhuma a idoneidade da indica o est em cheque mas sim as informa es sobre conhecimento da administra o e o que acontece dentro
349. os contextos situados de trabalho dos professores de EF se n o se sabe ao certo o que de fato tem sido concretizado nas escolas Formatar a EF dentro das escolas a partir de fora n o far com que esse componente seja mais valorizado e que passe a ser integrado ao projeto pedag gico da escola Considero que identificar as conex es e a maneira como a EF tem sido inserida em cada situa o poderia produzir certas compreens es setoriais que proporcionassem o avan o de quest es como essa bem como o desenvolvimento de normas sobre o funcionamento interno a partir das possibilidades potencialidades da presen a da EF nas situa es escolares em suma um desenvolvimento de uma pol tica curricular de Educa o F sica fact vel e n o um amontoado de leis que pouco interagem com as realidades escolares N o obstante esteja patente o distanciamento entre administra o e o que concretizado nas aulas de EF esse componente est em desenvolvimento em todas as escolas dessa rede Duas dessas escolas foram acompanhadas para que fosse poss vel compreender como as a es das pr ticas de dois professores caracterizam a EF desenvolvida de fato nas escolas 4 2 Descri o da EMEF 1 Realizei o primeiro contato com a escola numa segunda feira dia 12 de mar o de 2007 pelo telefone no turno da tarde para confirmar a presen a do Professor J no turno matutino e me informar do nome das pedagogas do respectivo turno A secret ria da tarde
350. os nas aulas de Educa o Art stica composi o textual na forma narrativa ou descri o da atividade nas aulas de Portugu s exposi o dos livros na mostra cultural Esse processo n o conclu do em todos os m dulos apenas o primeiro m dulo comp s os livros 257 aaa a ur ps Fotografias 12 Fragmentos dos livros elaborados a partir das pr ticas nas aulas de Educa o F sica Essa organiza o da EF est intimamente relacionada s op es pol ticas e pedag gicas do Professor M e sua experi ncia acumulada e como vimos esses elementos s o decorr ncia da trajet ria da pr pria EMEF 2 Durante as aulas o Professor M controla o n vel de complexidade das atividades apoiado na l gica do conhecimento em espiral que o modelo marxista de desenvolvimento do conhecimento afirma ele Essa forma de compreender o conhecimento al m de fundamentar suas decis es proporciona a perman ncia ou 258 varia o das atividades relativas ao conte do e maneira de abord los por meio das atividades voc pode trabalhar por exemplo com o monstro com alunos de 1 at a 4 s rie Agora a forma como vamos lidar com isso a complexidade que voc d quela atividade o grau e a fase de desenvolvimento que a crian a atravessa influenciam significativamente e ela a atividade toma um corpo diferente Fazemos coisas diferentes colocamos as portas que do ponto de vista moto
351. os era afixada num mural da escola que ficava num local que todos os alunos podiam ver bem como a tabela dos jogos com datas e hor rios Esse momento de divulga o dos nomes e da tabela trazia uma grande euforia por parte dos alunos Alguns gostariam 206 de fazer parte do grupo e iam tirar satisfa es com o Professor J Ele se via obrigado a explicar que havia alunos que n o possu am idade suficiente que at tinham condi es de jogar cumpriam com os crit rios mas por serem eles mais novos com uma complei o f sica ainda fr gil a participa o nos jogos poderia causar algum tipo de problema para o professor e para os alunos O momento dessa euforia acabava sendo tamb m prop cio para conversas sobre a motiva o dos alunos Nesse caso o Professor J e a pedagoga iam trabalhando separadamente com alguns alunos questionando seus comportamentos fazendo uma avalia o sobre a participa o deles nas aulas questionando o motivo para o aparente desinteresse nelas e exigindo a melhoria na conduta para que pudesse ou voltar ao projeto ou voltar condi o de aluno que pudesse ser escalado Fotografia 6 Tabela de jogos em local de visibilidade de todos os alunos Durante o per odo que estive na escola observei de perto o caso de um aluno que se destacava na pr tica do futsal participava do projeto com o professor tarde e por conta de problemas de indisciplina n o foi contemplado com uma vaga na equipe
352. os escolares t m para professores de EF escola e SEME PMV A evid ncia patrocinada pelas aprova es de suplementa o de carga hor ria para o desenvolvimento de projetos dentre eles os relativos ao fen meno esportivo que mant m uma estreita rela o com os jogos escolares rela o que justificada pelo discurso de acesso ao bem cultural esporte Outra evid ncia se encerra no envolvimento dos pr prios professores nessa organiza o Desde j imperioso afirmar que n o tenho posi o contr ria ao incentivo e pr tica do esporte nas redes de ensino mas fico atento e preocupado com as possibilidades dos tipos de rela o que podem manter o sistema esportivo e as administra es dos sistemas de ensino por essa raz o considero isso uma especula o particular uma reflex o sobre fatores que podem influenciar a EF na escola e a rela o entre esse componente e a administra o Um dos problemas que identifico e isso n o uma acusa o mas uma sinaliza o a possibilidade de o esporte ser tratado por uma administra o como um fen meno natural dado e acabado sendo facilitados os meios necess rios para seu pleno desenvolvimento culminando no an ncio do investimento da forma o de cidad os cr ticos livres das drogas e de outras mazelas sociais s quais s o expostas essas crian as adolescentes e jovens e funcionando como uma forma de promo o da administra o de determinado partido ou
353. os que certamente captaria como informa es e referendando esse preconceito o que acarretaria a total falta de considera o para com as peculiaridades da situa o e principalmente das motiva es que fundamentavam as a es do Professor J Em termos de pesquisa eu acabaria privilegiando as rela es desse professor com o fen meno esportivo as influ ncias da forma o inicial tecnicista e a valoriza o dessas rela es pela escola apoiadas no senso comum de que o esporte livra as crian as adolescentes e jovens das drogas e ou serve de elemento animador da vida escolar ou para a descontra o e canaliza o das energias dos alunos ou qualquer outro tipo de explica o Se tomasse essa posi o n o iria conseguir observar a rela o peculiar que esse professor efetivava com a escola buscando uma rela o integradora entre EF e escola Da mesma forma n o iria conseguir perceber que a rela o desse professor com o esporte escolar n o est fundamentada na l gica messi nica do esporte Esses desvios citados s o algumas poucas possibilidades que podem ser desdobradas e que se multiplicam estando seus produtos j saturados na comunidade cient fica da EF 32 O que ser explicitado no decorrer do trabalho 82 Outro ponto para o qual gostaria de chamar a aten o pode ser exemplificado pela mesma situa o j exposta a quest o do preconceito O tipo de referencial em que me apoiei para desenvolver este tr
354. os voltados para o esporte Muito embora a informa o qual tive acesso de que os projetos precisam ser aprovados pelo Departamento de Desporto Escolar o Informante 2 mencionou alguns casos nos quais certas escolas j possuem uma forte cultura de participa o no JEMVI desenvolvendo trabalhos via esses projetos independentemente do envolvimento mantido pelos professores nesse evento Algumas escolas inclusive s o identificadas pelo tipo de pr tica que desenvolvida no seu projeto ou na sua participa o no JEMVI Foram citadas como exemplo a EMEF Neusa Nunes Gon alves pelo projeto de gin stica r tmica e a EMEF Prezideu Amorim quanto pr tica do handebol Questionado sobre a influ ncia que o JEMVI exerce sobre as aulas de EF e se h algum tipo de destaque por parte da SEME PMV em rela o aos jogos o Informante 2 revelou que esses jogos s o t o tradicionais quanto pol micos envolvendo disputas e quest es que j ocuparam inclusive a aten o da imprensa esportiva da capital Segundo informa es dos dois informantes a Ger ncia de Ensino Fundamental v o esporte como um bem cultural do qual os alunos n o podem ser privados devendo por isso haver a manuten o do JEMVI e o apoio da respectiva Ger ncia A atual Coordena o de Desporto Escolar tenta trabalhar numa concep o de continuidade da aula de EF no desenvolvimento dos trabalhos nos projetos tornando esses projetos uma extens o da aula n
355. ota es cada dia eu abria uma nova p gina contendo a data e em cada aula t o logo percebesse ocorr ncias relacionadas aos aspectos acima descritos procedimentos iniciais rela es interpessoais rela o com o conhecimento e atividades das aulas identificava o aspecto e fazia a anota o pertinente Em determinadas situa es tanto fazia anota es escritas quanto registrava com fotos e ou notas de udio para que pudesse caso fosse necess rio recobrar o sentido da anota o da foto e da nota de udio As fotos e notas de udio eram vinculadas as anota es realizadas para que facilitasse a busca e os cruzamentos dos registros b Entrevistas tem ticas O desenvolvimento das entrevistas foi determinante para uma dimens o do trabalho o resgate das trajet rias Elas foram utilizadas em dois momentos distintos primeiramente com os Professores J e M posteriormente com a Pedagoga R da EMEF 1 respons vel pelo maior n mero de turmas do Professor J e com a Pedagoga M n o atua mais na EMEF 2 mas foi a pedagoga que teve mais contato com o trabalho do Professor M desde sua entrada na referida escola A distin o das entrevistas se d n o s por terem ocorrido em tempos diferentes mas tamb m pela forma como se desencadearam Em ambos os momentos marquei com os sujeitos a entrevista mas o processo de observa o que precedeu as entrevistas dos Professores J e M possibilitou uma margem de intimidade que culmin
356. ou numa conversa tem tica tanto que o primeiro desses encontros que tive com o Professor M havia sigo organizado para ser uma entrevista semi estruturada por m durante sua aplica o houve uma mudan a substancial o que exigiu a altera o de sua denomina o para entrevista tem tica Peter Woods 1987 citado por SARMENTO 2008 p 162 prefere chamar a entrevista em pesquisas deste tipo Preferi entrevistar a Pedagoga M s pedagogas da EMEF 2 pois a Pedagoga M havia sa do no final do ano letivo de 2006 sendo a atual pedagoga respons vel pelas turmas do Professor M nova na escola 124 de conversa o por sugerir melhor a natureza da rela o etnogr fica na qual se realiza esse processo livre aberto democr tico bidirecional e informal onde os indiv duos se podem manifestar tais como s o sem se sentir presos a pap is determinantes De certa forma havia essa liberdade no momento escolhido para realizar as entrevistas com os Professores J e M J a entrevista com as pedagogas ocorreram sem essa proximidade muito embora eu tenha sido bem atendido pelas duas Um fator que parece importante citar diz respeito a essa aparente dist ncia entre mim e os demais agentes do ensino das duas escolas Al m da dist ncia entre mim e os professores dos demais componentes curriculares seja pelas minhas escolhas de enfoque sobre as aulas de EF seja pelo tom de resigna o com que essa possibilida
357. ou para sua sala Esperei o Professor J reconduzir a turma que estava em aula at a sala pegar a outra turma para a segunda aula do dia hor rio em que disse que poderia me atender Enquanto a primeira aula n o acabava fiquei observando o que os alunos faziam assim tamb m poderia deixar o professor vontade para terminar sua atividade Era uma turma de 6 s rie dividida em dois grupos um grupo de alunas estava fora da quadra em duas atividades de voleibol o outro grupo alunos em atividade de futsal O professor ao terminar sua arruma o disse que iria conduzir os alunos para a sala e que a aula da outra turma seria na parte de tr s da escola Dirigiime parte de tr s da escola Nessa oportunidade pude completar o reconhecimento da rea da escola Uma rea ampla tendo tamb m uma rea constru da extensa A parte constru da perfaz um audit rio amplo com acesso independente onde ficam dois vesti rios e banheiros que atendem EF a quadra coberta uma quadra descoberta a guarita dos vigilantes e tr s blocos o bloco 1 150 destinado ao aspecto t cnico da escola sala de professores sala das pedagogas secretaria dire o sala de planejamento e banheiros privativos o bloco 2 de dois andares contendo as salas de aula banheiros cozinha refeit rio p tio coberto biblioteca o bloco 3 salas de aula sala de inform tica r dio da escola sala de v deo e banheiros e q 5 N aP y
358. parte das decis es projetivas da escola Sendo assim um dos pontos mais fundamentais do curr culo a delimita o e a forma o de seu potencial segundo a sele o de seus conte dos culturais fica relegada ao acaso s escolhas e crit rios dos professores e pedagogos Acredito que essa seja uma tarefa muito dif cil para que os professores e pedagogos respondam por ela sozinhos A responsabilidade que recai sobre as pedagogas se n o t o pesado quanto mais pesado pois elas t m a responsabilidade de trabalhar com essas quest es visando assegurar coes o e certa integridade s a es dos diferentes professores Quando me refiro ao trabalho solit rio dos professores n o falo de uma solid o total e irrestrita mas muitas vezes a tarefa de planejamento e de sistematiza o das aulas que uma das tarefas dos professores se configura num esfor o solit rio tendo se frequentemente que apelar para os livros did ticos para a experi ncia e para os modelos que remetem 159 forma o inicial ou a cursos oficinas e outros espa os tempos como nicas alternativas para o cumprimento dessa dif cil tarefa Uma das hip teses que levantei ainda na poca em que lidava com a primeira apresenta o do objeto de estudo era de que o curr culo oficial da escola fosse tomado como um elemento meramente burocr tico sem grandes influ ncias sobre as quest es pedag gicas H que se ressaltar que em parte essa hip t
359. pela necessidade de cumprir com os objetivos apresentados pelo professor Essas aulas s o centralizadas na figura do Professor J respons vel pela tomada de decis es e controle das a es De fato a quadra coberta com seus muros e cobertura com os materiais l dispostos como os gols tabelas de basquetebol e mastros de voleibol o ch o marcado pelas regras do futsal basquetebol e voleibol sugerem fortemente as a es dos alunos um espa o mais confinado aproxima mais os alunos a distribui o do som proveniente das orienta es do professor fica mais acess vel sem contar com o aux lio vis o dele sobre as a es dos alunos no cumprimento ou n o das atividades Tudo isso colaborou por exemplo para que a 3 s rie tivesse o n mero de aulas aumentado na quadra coberta J a nica aula no espa o alternativo dessa turma mudou substancialmente exigindo do professor o direcionamento de atividades mais objetivadas Sendo a sele o das atividades orientada pela exig ncia de maiores n veis de aten o visando ao controle da excita o dos alunos isso gera menor ndice de ocorr ncias de conflito dispers es e ao mesmo tempo maiores n veis de xito nas atividades pela objetiva o clareza da expectativa do professor perante as atividades Outro elemento fundamental foi o componente l dico pois ao mesmo tempo em que as atividades representavam maior exig ncia aos alunos tamb m era um desafio motivador para eles
360. percebi ao fazer o levantamento das informa es expor a variedade de informa es que as aulas de EF tomadas como fonte proporcionam sobre a inser o desse componente curricular em suas respectivas escolas Toda essa l gica precisa ser compreendida luz da forte influ ncia que os professores J e M exerceram exercem sobre a organiza o e concretiza o das aulas Perpassa essa l gica uma vis o complexa sobre a pr tica docente orientada sob a tica de que ela relativamente aut noma sendo seu limite as determina es que surgem como demandas claramente estabelecidas condi es em que se concretizam essas pr ticas e conting ncias cotidianas S foi poss vel chegar a essa constru o a partir do momento em que direcionei uma forma de perceber essas aulas de maneira complexa para compreender o que elas poderiam dizer sobre a inser o da EF nas escolas Precisava do aux lio de outras formas de pensar para abord las suplementando o que conseguira construir com o referencial do curr culo fun o que poderia ser suprida pelas reas do cotidiano e da cultura escolar medida que ia me aproximando de uma maneira mais eficaz de organizar meus olhares sobre as aulas de EF percebia que as a es os elementos concretos materiais espa os as atividades conte dos culturais acionados as situa es constru das a partir deles supriam a pesquisa de muitos elementos potencialmente importantes para a
361. pico apresento o contexto em que ocorre a pr tica do Professor M Em ambas as apresenta es das pr ticas dos professores tomei o cuidado de expor a organiza o dada EF nas pr ticas desses professores passando para um momento de identifica o das contradi es que atrapalham a efetiva o plena dessa pr tica No quinto cap tulo Algumas reflex es a partir das pr ticas dos Professores J e M Situo as contribui es que atribu ao que concretizado nas escolas por meio da inser o desse componente curricular Ap s as apresenta es das pr ticas dos professores articulo uma reflex o diante da descri o das informa es provenientes das pr ticas escolares e do referencial te rico que deu suporte a este trabalho 17 2 INSERIR A EDUCA O F SICA NO CURR CULO UMA PR TICA PEDAG GICA REALIZADA NO COTIDIANO Discorro neste espa o sobre o processo pelo qual esta pesquisa passou marcando elementos como escolhas e adequa es necess rias diante das exig ncias das pr ticas dos professores J e M Situo como escolhas determinados termos com os quais tenho trabalhado como inser o por exemplo as escolhas tamb m guardam rela o com a estrutura assumida como modelo te rico com o qual abordo por meio do objeto de estudo as pr ticas docentes estudadas bem como as interpreta es poss veis a partir das informa es que foram levantadas A necessidade de adequa o do objeto consider
362. plo o cuidado de levar para a quadra apenas os materiais necess rios para o desenvolvimento das 189 atividades da aula diminuindo com isso os riscos de dispers o dos alunos As atividades eram apresentadas de maneira clara e objetiva assim como a participa o que o professor esperava dos alunos Essa disposi o possibilitava um maior tempo de envolvimento entre os alunos e as atividades principais da aula A organiza o das aulas no espa o alternativo n o apresentou muitas varia es De fato essas aulas congregaram algumas contradi es por conta da organiza o e dos objetivos que eram propostos A descri o que fiz da organiza o das aulas que ocorriam na quadra coberta foi realizada a partir das informa es obtidas nas observa es Em nenhum momento precisei fazer algum tipo de questionamento ao Professor J para que ele esclarecesse alguma coisa a esse respeito O mesmo processo n o foi poss vel em rela o organiza o das aulas no espa o alternativo j que precisei ouvir dele esclarecimentos referentes aos seus objetivos com essas aulas e fun o que elas cumpriam na organiza o da EF No meu primeiro dia na escola dia em que me apresentei ao professor ele j sinalizava algumas explica es sobre esse tipo de organiza o j que havia decidido me atender no decorrer de uma aula nesse espa o mesmo tendo eu me deixado dispon vel para ser atendido num momento em que ele estivesse des
363. precisa de um pouco mais de aula l porque uma turma mais complicada n o pode ficar num espa o muito solto d um pouco de trabalho Tudo bem Ah eu preciso mais da terceira s rie l porque uma turma mais nova e eles t m aula ap s o recreio t sol ent o eu preciso no m nimo duas aulas l Ent o esses s o os crit rios iniciais para a escolha do espa o da quadra Nesse sentido esclarece o Professor J A quest o de trabalhar dentro e fora da quadra n o uma quest o minha uma quest o pr tica da escola Essa quest o de divis o do espa o operacional pois s o dois professores trabalhando num mesmo espa o e tem que dividir z Em mais uma oportunidade poss vel perceber que quest es que afetam diretamente a organiza o do componente curricular no que concerne ao tipo de atividades que s o exploradas s intera es entre os alunos desses com os materiais e os espa os e at rela o entre os alunos e ao conhecimento valorizado nas aulas por esse professor acabam sendo tratadas como fatores secund rios ante as necessidades administrativas que s o leg timas por m n o justificam a justaposi o s necessidades pedag gicas referentes a objetivos e inten es em ltima inst ncia fun o que ocupa na escola a EF Em rela o s suas escolhas e crit rios para organizar a utiliza o dos espa os privilegiados para o desenvolvimento das atividad
364. presentados pelo Professor Molina influenciaram nas escolhas 3 Esses elementos foram importantes para que eu pudesse situar cada situa o em seu grau de especificidade ajudando a organizar o trabalho de campo e evitando o tratamento das duas pr ticas como sendo a mesma coisa Nesse sentido as pr ticas foram tomadas como processos distintos desenvolvidos em dois espa os tempos diferentes mas que guardam similitudes por meio das quais posso realizar interpreta es algumas vezes discutindo informa es dos dois casos outras vezes tratando essas informa es em particular 2 Experiente pesquisador da rea da EF realizou importantes trabalhos etnogr ficos sobre a pr tica docente de professores de escolas de Porto Alegre RS 31 Palestra ministrada como professor convidado para a solenidade de apresenta o da segunda turma de mestrado do Programa de P s Gradua o em Educa o F sica do Centro de Educa o F sica e Desportos da Universidade Federal do Esp rito Santo 79 feitas nesta pesquisa O primeiro ponto que gostaria de relatar est inscrito no esfor o de compreens o z A compreens o antes de qualquer defini o mais entusiasta um esfor o de supera o da inten o cient fica moderna que ainda move muitos interesses no mbito cient fico a explica o Em termos de produ o de conhecimento no mbito das Ci ncias Sociais e Humanas evita se estabelecer uma rela o verticalizada entre escola
365. puseram a praticar Os primeiros a tentar a nova proposta n o apresentaram grande din mica parecia que havia d vidas e inseguran a Mas sem que fosse necess rio fazer qualquer interven o os alunos foram se deparando com essa nova situa o comparando os movimentos projetando iniciativas ao mesmo tempo em que aguardavam os movimentos de quem jogava com eles Toque Puxa Empurra Desequilibra Muitas alternativas foram criadas numa proposta que foi plenamente aceita pelos alunos e que envolveu a todos por mais que houvesse o momento de expectativa j que no princ pio eram apenas dois por vez mas rapidamente foram chamados mais dois e depois outros Todos foram v rias vezes A avalia o do Professor M foi positiva afirmando para a turma que a atividade proposta pelo aluno foi mil vezes melhor que a que ele prop s Posteriormente o professor assumiu que a atividade alterou umas caracter sticas que ele havia 266 valorizado na atividade o correr do outro e correr atr s do outro Ele entendeu que essa atividade mais estrat gica exigia um estudo como se fosse uma luta devido s situa es de ataque e oposi o O outro exemplo envolve as quartas s ries Elas eram divididas entre os dois professores de EF Numa oportunidade o Professor M presenciou um jogo de pique bandeira da 42 s rie da outra professora E ele viu que os alunos haviam organizado uma t tica de defesa Quando foi para a sua 4 s rie
366. quisa sem resolver essa quest o que s seria poss vel enfrentar a posteriori Avalio assim que os Informantes tomaram o termo inser o da EF como sendo algo positivo bem avaliado pelos agentes escolares que de certa forma referendavam o bom trabalho a valoriza o da pr tica de alguns professores de EF Essa forma de lidar com esse termo atendeu e atende pesquisa pois foram destacadas pr ticas de professores que constru ram um longo hist rico em escolas tendo suas pr ticas apresentadas nas reuni es de professores de EF e destacadas por agentes escolares que vivenciavam de perto essas pr ticas Essas indica es auxiliaram de forma determinante a minha entrada nas escolas pois tive que enfrentar em diferentes momentos questionamentos sobre as raz es de ter escolhido os Professores J e M e n o outros sendo as minhas respostas balizadas nas indica es dos Informantes A maneira como foram efetuadas as indica es p e as concep es e ou os estilos de trabalho de um dado professor como um fator determinante o que aparece como uma situa o complexa pois denota uma posi o privilegiada desse sujeito posi o essa que eu n o ignorava mas tamb m uma carga de responsabilidade que ultrapassa seus n veis de possibilidade de a o pois outros determinantes formatam tanto um componente curricular como a pr pria pr tica dos professores 94 nas escolas como afirmam Gar glio 2005 e Borges 1998 O
367. r o da EF que a valorize nesse espa o As participa es em conselho de escola e em disputas pol ticas onde se destacam alguns professores por deixarem transparecer suas op es pol ticas e prefer ncias ideol gicas podem mascarar a realidade do que se pratica na organiza o do seu trabalho O entrevistado identificou isso no comportamento de alguns professores de EF que atuam e buscam um tipo de inser o mas n o diretamente para a EF na escola nas palavras dele n o buscam a valoriza o da rea mas de si pr prios Nesse caso o professor valorizado muito mais pelo que ele ou aparenta ser do que pelo que ele faz de fato o que ele concretiza na escola E afirma ainda Embora as pessoas falem do professor de EF se voc perguntar o que que ele faz na aula de EF a gaguejam de repente nem sabem ou conhecem De fato o deslocamento realizado pelos Informantes exigiram cuidados que eles mesmos destacaram Devido a essa mudan a de enfoque passei a n o me dirigir s realidades como as escolas mas como situa es por entender que esse termo se reporta a um tipo de inser o da EF numa dada escola mediada pela pr tica pedag gica de um professor num dado sentido evitando falar em escola como sin nimo de homogeneidade a despeito das atua es dos diferentes sujeitos ali inseridos Essa linguagem foi desenvolvida para tratar com os pr prios sujeitos escolares por essa raz o valorizo m
368. r Naquele ano em que foi imposta a aula de uma hora teve escolas que tiveram duas aulas mas a grande maioria teve uma aula s de EF para poder adequar o professor os professores de uma 175 forma geral dentro da carga hor ria m nima n s ficamos prejudicados Conseguimos rever isso voltamos a duas E ano passado n s tivemos o caso de que muitos professores tinham os chamados OAs outras atividades eles tinham em torno de quinze horas de trabalho com os alunos com os componentes curriculares e as outras cinco horas era para cobrir os professores principalmente de 1 a 4 que tivessem que sair para a forma o continuada que as professoras de 1 a 4 faziam porque nunca fizeram Mas a os professores de 5 a 8 diziam O eu n o estou habilitado para dar aula de 1 a 4 eu n o posso entrar numa sala de 1 a 4 pra dar aula Esse ano retornou a forma o novamente dentro da escola Os profissionais com carga hor ria fechada A o que que aconteceu Para que o professor tenha a sua carga hor ria fechada foi feita uma mudan a nessa grade curricular Pra mim esse ano foi at razo vel porque eu consegui pelo menos nessas turmas de 6 s rie ter tr s aulas Por eles alunos visto como privil gio Pra mim n o Tem professor de Artes que s tem duas que tem tr s aulas em algumas turmas Ent o o crit rio que foi utilizado n o foi um crit rio tanto t cnico eu diria pedag gico mas sim um crit
369. r j d outra dimens o brincadeira S o coisas que a gente vai introduzindo s vezes por interfer ncia minha s vezes pela sugest o dos alunos As vezes a brincadeira de monstro pras primeiras s ries mais uma quest o simb lica j para os meninos de 3 e 4 s rie uma quest o mais de regras E isso se faz presente nos desenhos por exemplo a brincadeira da galinha e os pintinhos os alunos da primeira s rie desenham a galinha e o pintinho j os de terceira e quarta as disposi es Quando eu falei sobre conhecimento em espiral eu quis dizer duas coisas quando voc tem uma concep o linear de conhecimento e talvez a EF tamb m tenha essa vis o essa vis o pr desportiva pra desportiva tem uma valoriza o de um conhecimento sobre outro Quando a gente tem a no o de conhecimento em espiral quando a gente vai abarcando conhecimentos e conceitos e s vezes voltamos na mesma brincadeira mas j vendo ela com uma complexidade diferente Ent o eu tenho certeza por exemplo que talvez hoje no pique bandeira que eu t trabalhando com eles t surtindo uma possibilidade de discutir os valores de valorizar o conhecimento deles de socializar o conhecimento porque hoje n s temos condi o de fazer isso numa vis o superior que faz parte dessa vis o de espiral e que tamb m o mesmo conte do que foi uma coisa que eu aprendi eu posso trabalhar em alguns momentos da 1 s rie
370. r muito tempo interesses e curiosidades controlarem os encaminhamentos da pesquisa sob pena de produzir um volume muito grande de informa es s quais posteriormente n o poderia dedicar aten o necess ria Este estudo se situa em meio a tipologias n o r gidas de pesquisa por utilizar caracter sticas importantes da etnografia e do estudo de caso no que concerne rela o do pesquisador com as situa es estudadas com os colaboradores e ao uso que faz da teoria diante das percep es que foram sendo constru das a partir do contato com as situa es com as vidas das escolas As caracter sticas da pesquisa ent o apoiadas nas escolhas metodol gicas s o decis es imbricadas com a execu o de todo o planejamento uma vez que o aprofundamento no campo de pesquisa e estreitamento com as rela es nas escolas foram fundamentais no aperfei oamento da pesquisa na medida em que o pr prio objeto ia sendo lapidado por meio das minhas intera es com os atores que ali se encontravam exigindo um exerc cio constante de avalia o e reestrutura o das caracter sticas e potencialidades da pesquisa Sarmento 2008 p 145 afirma que as pesquisas da realiza o da a o educativa n o se reconhecem nas orienta es nomot ticas Ele chama de ci ncia ideogr fica o tipo de estudo que atribui s escolas seu quinh o de autonomia relativa Neste sentido Falarei mais detidamente sobre os Informantes adiante
371. r na escola de um conhecimento espec fico Nesse sentido a valoriza o da EF na escola faria parte de uma 284 discuss o mais ampla sobre a pr pria fun o da escola diante das comunidades que atende pondo em quest o a posi o de cada um dos componentes curriculares na composi o do compromisso pedag gico dessa institui o J o Professor M passa por uma condi o mais est vel fruto de questionamentos que se imp s no passado no in cio de sua carreira O contato com uma situa o conflituosa um contexto em mudan as que representava incertezas e necessidade de supera o por parte de toda a comunidade escolar contribuiu para o estabelecimento de um ambiente prop cio s experi ncias de enfrentamento de resist ncias s suas escolhas epistemol gicas Isso gerou um ambiente com maiores possibilidades de configura o de seu espa o na escola e do espa o da EF na escola este segundo espa o de maneira mais restrita j que sempre sofre determina es de fora Essa estabilidade est mais centralizada na figura do Professor M pois n o h qualquer ind cio de que se ele se ausentasse da escola ou se afastasse da fun o de professor de EF esse componente curricular fosse permanecer com as mesmas caracter sticas apresentadas sendo ele o professor As caracter sticas pessoais que as Educa es F sicas apresentaram nas duas escolas remontam ao per odo das indica es pois torna se mais comp
372. r tica de dois professores tomando o que concretizado nas aulas desse componente curricular Aceitando que esses espa os tempos s o complexos percebo diferentes ingredientes da vida das escolas que exercem press es sobre essas aulas bem como os eventos hist ricos vivenciados por esses atores em suas trajet rias produzindo a forma como as Educa es F sicas t m sido vivenciadas Segundo os referenciais de que tratei anteriormente poder se ia dizer que este estudo discute como s o inseridas diferentes formas de se praticar fazer EF no curr culo em a o contribuindo na produ o de uma cultura escolar a partir das caracter sticas internas da cultura de EF criada nos diferentes contextos situados de a o dos professores desse componente compreendendo que a contribui o se daria por meio da produ o de uma cultura setorial de EF em uma escola por meio da pr tica de um dado professor a qual complementaria juntamente com outras produ es escolares o todo da cultura escolar dessa escola Dessa maneira consegui estabelecer importantes v nculos n o s com as diferentes formas de pensar os contextos escolares mas tamb m com as id ias que possibilitam a essa pesquisa compreender elementos da vida de duas escolas de Ensino Fundamental Por meio dessa l gica passei a me relacionar com os Professores J e M como sujeitos escolares que por meio das suas pr ticas exprimiam seus desejos ideais e fraquezas Esses elementos
373. r um hor rio compartimentado a distribui o de um espa o uma forma de se relacionar com seus companheiros exig ncias mais ou menos precisas para considerar na avalia o e promo o de alunos um curr culo pr elaborado em materiais etc SACRISTAN 2000 p 167 22 As estruturas relatadas anteriormente s o muitas vezes apresentadas para os professores segundo uma forma est vel direcionada sua forma o no mesmo sentido muitas vezes n o lhes oferece subs dios para compreender as estruturas curriculares como sendo produto de constru o social Essa situa o redunda numa certa inatividade dos professores perante as possibilidades reais de modela o do curr culo por ter o curr culo como um elemento exterior sua a o ficando al m do seu raio de a o Ao se naturalizar as estruturas os pap is dos sujeitos as rela es os professores passam a adotar uma posi o cada vez mais t cnica e os alunos uma necess ria posi o subalterna de um sujeito assimilador Essa parece ser uma an lise equilibrada desenvolvida pelo autor uma vez que por mais que se admita a a o de resist ncia s determina es das estruturas preciso ver que A autonomia sempre existe mas suas fronteiras tamb m SACRIST N 2000 p 168 Centrar o olhar na pr tica do professor tendo como pano de fundo as rela es curriculares remete s a es desse sujeito dentro do universo escolar constru do com
374. rabalho e por n o saber onde determinados professores est o lotados Por isso suas indica es seguem os elementos que conhecia dos discursos e das caracter sticas da personalidade de alguns professores bem como das cr ticas e elogios que lhes foram feitos Um fator positivo que o Informante 2 destacou foi o 3 Processo em que os professores rec m ingressantes na respectiva rede de ensino s o obrigados a se inscrever sendo facultada aos demais professores da rede a inscri o para fins de remo o para outras unidades de ensino dessa rede 92 fato desta pesquisa n o estar voltada para a valoriza o ou o reconhecimento do valor da EF pela escola pois segundo ele teria muitas dificuldades de indicar uma escola com essas caracter sticas Discorrendo sobre algumas discrep ncias que ocorrem nas realidades escolares na rela o do professor com a escola relatou o caso de uma professora que tenta trabalhar numa linha mais emancipat ria mas se sente margem do processo pedag gico da escola em contrapartida em outras escolas professores com uma concep o mais voltada para a participa o em campeonatos e que conquistam trof us acabam sendo valorizados pelo corpo t cnico e administra o da escola importante explicar os caminhos que as entrevistas seguiram tendo em vista os cuidados de apresenta o da pesquisa e as falas dos Informantes Essa apresenta o foi conduzida no sentido de expor o intere
375. rabalho dentro da tem tica da defici ncia visual o professor apresentou como objetivo espec fico tematizar a defici ncia visual utilizando atividades viv ncias que ajudassem aos alunos a perceberem dificuldades e cuidados poss veis com esses tipos de dificuldades E como objetivo impl cito disse mostrar que a EF tematiza algo al m do esporte Fiz isso pra quebrar um pouco do preconceito velado da escola e tamb m acerca do que pensam sobre minha pr tica o pessoal da SEME Professor J por isso que o interesse em rela o ao registro das atividades foi t o forte para que ficasse evidente que em sua pr tica o professor tematizou algo para al m dos temas Fotografias 8 Projeto vivenciando a defici ncia visual organizado pelo Professor J na EMEF 1 Os trabalhos em grupo que foram expostos na mostra cultural puseram em evid ncia os diferentes temas que as turmas escolheram sendo alguns deles direcionados pelo Professor J Esse trabalho teve como objetivo a explora o de temas variados por meio de pesquisa e exposi o das informa es encontradas Na vis o do professor isso possibilitou uma aproxima o com os professores da sala 221 de aula que auxiliaram na pesquisa de alguns grupos No momento de valida o em que apresentei a ele poca minhas impress es sobre a inser o da EF na EMEF 1 que ocorria de forma mais orientada numa l gica de disciplinariza o e motiva o dos alunos
376. racurricular Que implica es pedag gicas se esperam a partir da implementa o dessa lei 144 e Lei n 4 204 95 que estabelece o ensino da capoeira como atividade extracurricular nas escolas municipais e Lei n 6 273 04 que autoriza o Poder Executivo a incluir atividade curricular de nata o na disciplina de EF da rede p blica Municipal de ensino a ser desenvolvida em conv nios com clubes sendo o fornecimento do material esportivo garantido pela Secretaria Municipal de Esportes Que pr ticas escolares exigiram a regulamenta o dessa lei Ser que antes dessa lei aos alunos da referida rede eram vedados os direitos de usufruir aulas de nata o caso isso fosse poss vel H justificativas para a determina o legal para a sele o de conte dos culturais para esse componente curricular Em que se diferencia essa atividade da atividade da capoeira e do JEMMI conhecidas como atividades extracurriculares Que implica es pedag gicas se esperam da obedi ncia a essa norma A implementa o dessas leis que pretende regular em certa medida o funcionamento da EF acarreta certo deslocamento da fun o e import ncia da EF na escola integrada ao projeto pedag gico por estar centrada no desenvolvimento de atividades tendo sua formata o em outros espa os fora das escolas A possibilidade de considerar a EF como uma atividade da escola n o representa grandes problemas desde que essas atividades sejam valorizadas
377. rado Antes compreendo as informa es que como pesquisador levantei como elementos forjados ou num termo mais ameno como informa es captadas por t cnicas escolhidas por mim com as quais pude levantar n o colher as informa es transform las em texto para fins de interpreta o e apresenta o articular as id ias motivadoras desse trabalho rompendo complementando superando e ou confirmando essas id ias motivadoras Isso n o quer dizer que sejam falsas informa es mas que essas informa es foram captadas e registradas como resultado da minha presen a como pesquisador em duas determinadas escolas em tempos espec ficos ao utilizar algumas t cnicas de levantamento de informa es t cnicas intermedi rias de observa o de maneira que pude alternar olhares mais dirigidos e outros pouco ou n o dirigidos entrevistas e an lise de documentos ao usar aparato como instrumentos para registro cadernos m quina fotogr fica gravador digital ao entrar em contato com os sujeitos que por alguma 88 raz o se encontravam nessas escolas no sentido de estarem presentes e no sentido de estarem uns com os outros produzindo a partir de suas fun es sociais estabelecendo rela es entre si e com a institui o escolar Pesquisas pautadas em metodologias emergentes que atribuem maior valor s a es dos autores nas situa es cotidianas concretas aparecem como situa es observadas a serem textualizadas so
378. ram as institui es tomando essas hist rias n o registradas como contribui o trajet ria das institui es entendendo tanto as escolas como as Educa es F sicas c An lise documental Por fim a an lise documental foi tomada primeiramente e principalmente como sendo uma t cnica para acessar e produzir informa es de ordem prescritiva do curr culo a fim de fazer infer ncias sobre os impactos das prescri es para a inser o da EF percebendo a participa o da EF e dos professores desse componente curricular na formula o dessas prescri es Obviamente cuidados foram tomados para que esses documentos n o fossem tomados como elementos reveladores das pr ticas efetivamente realizadas pois eles antecedem de alguma forma as pr ticas Mas segundo Sarmento 2003 p 164 os documentos t m um consider vel interesse no estudo das l gicas de ac o porque de alguma forma s o a express o oficial das l gicas dominantes As a es dos sujeitos podem ent o confirmar contradizer ou reinterpretar as inten es formalizadas nos documentos Sarmento 2003 frisa a varia o da fun o dos diferentes tipos de documentos potencialmente teis a uma etnografia Existem os documentos projetivos com caracter sticas mais formais explicitamente mais relacionados aos discursos dominantes esses s o os primeiros tipos de documentos a que se tem acesso por possu rem um car ter mais
379. rdenamento dos conhecimentos e suas poss veis rela es Isso tudo funciona como uma condi o de possibilidade para a fragmenta o dos saberes modernos em disciplinas e dada a amn sia do seu enraizamento profundo e quase arcaico a disposi o disciplinar dos saberes ou disciplinaridade tomada como natural ou na melhor das hip teses como nico recurso VEIGA NETO 2002 p 206 Na fala de Silva 2000 p 147 148 O curr culo uma inven o social como qualquer outra o Estado a na o a religi o o futebol Ele o resultado de um processo hist rico Em determinado momento atrav s de disputa e conflito social certas formas curriculares e n o outras tornam se consolidadas com o curr culo E apenas uma conting ncia social e hist rica que faz com que o curr culo seja dividdo em mat rias ou disciplinas que o curr culo se distribua sequencialmente em intervalos de tempo determinados que o curr culo esteja organizado hierarquicamente Houve segundo Veiga Neto 2002 uma forte tend ncia de se naturalizar a din mica sistematizadora de trazer ao entendimento do conhecimento retirando o indiv duo da escurid o da caverna para a luz o que nos tempos atuais permite aproxima o dessa din mica a crescente necessidade de especializa o encontrando se na p s modernidade um movimento desnaturalizador dessa din mica Sendo assim ao lan ar um olhar sobre o curr culo
380. reens vel a raz o pela qual os Informantes indicaram os professores respons veis pela organiza o da EF e n o as escolas em que esses professores atuavam Ser que essa situa o se mostraria da mesma maneira levando se em conta a estudo de outros componentes curriculares com caracter sticas e valoriza o distintas nas mesmas situa es A personifica o das inser es da EF p e a figura do professor como elemento central para um tipo de delineamento das caracter sticas desse componente curricular claro que o estudo de duas escolas relativamente pequenas e novas deixa uma carga de responsabilidade muito elevada para os professores que est o frente de um dado componente curricular Talvez em uma escola mais tradicional ou com um grupo elevado de professores as disposi es pessoais de cada professor perderiam a relev ncia que tenho assinalado no decorrer deste trabalho H que se frisar tamb m que o n vel de organiza o das escolas exige pouco dos professores em rela o ao atendimento de diretrizes isso resulta numa depend ncia maior das caracter sticas do componente curricular s escolhas de seus professores 285 Por meio dessas idas e vindas que pude situar de forma compreensiva a investiga o das pr ticas do Professor J assim como a do Professor M como estruturantes de uma parcela do curr culo levando s ltimas consequ ncias a l gica de que todo projeto educacional possui em uma das pon
381. resentar elementos para a discuss o que guiasse a produ o dos documentos orientadores do trabalho pedag gico ampliando as concep es de educa o e de curr culo Nos documentos datados de 2005 2006 e 2007 n o houve um esfor o de identifica o dos conte dos culturais que deveriam ser trabalhados pelos componentes curriculares em vez disso fizeram men o ao projeto pedag gico que remetia s diretrizes curriculares H uma grande lacuna nos documentos orientadores da escola quanto a essa quest o O quadro apresentado alimenta uma antiga hip tese minha de que nas escolas as decis es e escolhas por quest es administrativas acabam predominando sobre as decis es e planejamento das a es pedag gicas Nesse sentido o projeto pedag gico da escola que deveria ser um documento norteador da a o dos professores considerando todas as quest es contextuais da escola inclusive as quest es administrativas fica resumido s dire es referentes ao preenchimento do quadro de funcion rios distribui o do n mero de aulas exposi o de projetos que tratam da leitura da tem tica da sexualidade entre outras quest es semelhantes Sendo assim os assuntos referentes sele o cultural fun o dos componentes curriculares e s efetivas conex es no trato com o conhecimento ficam em segundo plano muito embora professores e alunos continuem respectivamente ensinando e aprendendo pois n o podem esperar pela s
382. ri ncia num dado conhecimento proporciona ao professor condi es mais favor veis para selecionar determinados conte dos Por m acredito que os conhecimentos e id ias sobre essa tem tica transcendendo o trato com os conte dos tradicionais jogos brincadeiras e esportes seriam importantes contribui es para os alunos Muito embora considere que essas quest es incongruentes com as preocupa es do Professor M e com a pr pria trajet ria da EF dificultem o processo de inser o da EF dia ap s dia esse professor tem auxiliado a inscrever na EMEF 2 uma cultura de EF que contraria sua trajet ria pois num dado momento ele teve que decidir por romper com uma forma espec fica de trabalhar a EF na escola uma EF que contraria as pr prias expectativas da escola j que o professor iniciou um processo de questionamento das atribui es que eram direcionadas EF Os pontos apresentados mostram as peculiaridades em rela o forma como tem sido inserida a EF por meio da pr tica do Professor M H outro ponto que precisa se explorado para uma compreens o mais ampla sobre a inser o da EF nessa escola o envolvimento do professor nas mais v rias quest es da escola o que transcende o trabalho com a EF A participa o do professor nas decis es da escola como membro dessa sociedade complexa agindo como um sujeito que pode contagiar influenciar outros professores e outros sujeitos escolares Em sua pr pria compreens
383. rias Quanto s rela es de trabalho dos chefes de fam lia as principais ocupa es profissionais s o de pesca de servi os gerais de servi o militar de empregada dom stica de constru o civil e de com rcio A renda m dia familiar mensal de 1 a 2 sal rios m nimos 7 N o ser poss vel entrar em muitos detalhes sobre a forma o desse bairro pois sua hist ria apresenta fatos muito caracter sticos o que poderia p r a identidade da escola e dos sujeitos escolares em exposi o 71 Informa es contidas no projeto pedag gico da escola no site da Prefeitura de Municipal de Vit ria REGI ES ADMINISTRATIVAS DE VIT RIA Dispon vel em lt http www vitoria es gov br regionais home asp gt Acesso em 30 05 2008 e informa es dadas pela diretora da escola professora fundadora da escola 235 Assim como a EMEF 1 a EMEF 2 ocupa um papel important ssimo ao oferecer pouco mais de 13 das vagas das escolas p blicas municipais de sua regi o ofertando 810 vagas num total de 6138 Essa escola ainda comporta um curso para os alunos da Rede Municipal de Vit ria preparat rio para o Ensino M dio T cnico Outro papel importante que a escola desempenha na comunidade diz respeito ao fato de estar inscrita no projeto Federal Escola Aberta atendendo comunidade nas reas de esportes lazer cultura gera o de renda inclus o social e artes As primeiras impress es da escola considerando a dificuldade para
384. rio na segunda feira dia destinado ao planejamento Diz respeito as condutas que os alunos precisam ter diante das competi es e dos jogos como um todo como eu tenho um projeto na rea de jogos eu chamo de projeto antigamente fal vamos somente treinamento E at fica dif cil tirar essa quest o deles porque n o basicamente um treinamento porque a gente tenta oportunizar a todos aqueles que queiram fazer fa am n o h uma sele o h um convite e evidentemente quando n s vamos disputar algum tipo de competi o podendo ou n o disputar s vezes acontece de n o entrarmos mas geralmente n s entramos isso oportuniza a todos participarem E conseguimos com esse trabalho que feito com a aula n s conseguimos resgatar essa quest o de respeito nos jogos entender a competi o o competir Querendo ganhar Isso inerente ele aluno vai querer ganhar Mas respeitando sabendo entender que ganhou ou que perdeu porque ganhou porque perdeu entender isso oportunizando o m ximo poss vel a participa o dos alunos Ent o o trabalho que feito no 204 pedag gico desse jeito e tamb m trazendo pro bairro tamb m com esse trabalho com essa quest o do movimento divulgar um pouco a quest o do esporte tamb m no bairro como resultado ou consequ ncia dessas aulas Para que haja manuten o dessas atividades o Professor J precisa apresentar um projeto escola que posteriormente
385. rrerei agora sobre o processo de execu o das t cnicas citadas 43 Chamei de entrevista tem tica o que compreendi n o obedecer aos crit rios de entrevista aberta nem semi estruturada ou entrevista em profundidade e entrevista curta 119 a Observa o participante A observa o participante ocupou lugar de fundamental import ncia sendo a t cnica mais utilizada durante minha perman ncia nas escolas buscando seguir a l gica de procurar reconstruir aquilo que vivenciam os sujeitos nas aulas de EF e fugindo de interven es que pudessem descaracterizar os acontecimentos ali observados Nas palavras de Stake intentamos no estorbar la actividad cotidiana del caso no examinar si podemos conseguir la informaci n que queremos por medio de la observaci n discreta y la revisi n de lo recogido Tratamos de comprender como ven las cosas los actores las personas estudiadas Y por ltimo es probable que las interpretaciones del investigador reciban mayor consideraci n que las de las personas estudiadas sin embargo el investigador cualitativo de casos intenta preservar las realidades m ltiples las visiones diferentes e incluso contradictorias de lo que sucede STAKE 1998 23 grifos do autor Com o intuito de chegar s informa es sobre o ponto de vista dos sujeitos identificando as particularidades da cultura situada a partir das representa es que os sujeitos fazem das rela es em que est o inserido
386. rtantes e determinantes reflex es para a sua forma o como professor e para o processo de reorganiza o da EF e seu percurso na escola at hoje Essas inquieta es do Professor M t m resultado no desenvolvimento de experi ncias diferentes de ensino da EF sendo essas experi ncias marcadas principalmente nas tentativas de organiza o desse componente curricular principalmente no que concerne cria o de uma l gica de organiza o e explora o dos conte dos culturais com os quais ele tem trabalhado As motiva es desse professor para trilhar o caminho de impor sua pr tica princ pios e objetivos diferenciados sobre a fun o da EF na escola diferenciados do que lhe proporcionava certa seguran a estavam diretamente relacionadas com sua 251 forma o pol tica e o contato com discuss es referentes aos discursos emergentes a poca de sua forma o o denominado movimento renovador da EF Como ele disse essas discuss es num primeiro momento n o lhe forneciam o que ele necessitava para alterar sua pr tica Por essa raz o teve que imprimir no seu fazer docente no contato com os alunos e na organiza o da EF um ritmo que se aproximasse dos seus objetivos e posicionamentos pessoais profissionais Num segundo momento j envolvido por experi ncias renovadas passava a dialogar com as literaturas que lhe permitiam construir certos significados funcionando como orientadoras de sua pr tica N o por
387. s A possibilidade de dispers o dos alunos da dissipa o do som que exige mais de sua voz e a exposi o ao sol s o elementos dificultadores para o desenvolvimento das aulas no espa o alternativo Por m tratando se de quest es pedag gicas h perdas sens veis da l gica criada pelo Professor J e em seus objetivos como professor de EF na formata o de uma organiza o de um componente que tem sido avaliado por ele mesmo como detentor de pouco status na escola H que se considerar ent o que ao se tomar uma postura mais administrativa nessa escola e ao atribuir s aulas no espa o alternativo uma conota o mais livre fragiliza se o esfor o desse sujeito seja em seus objetivos pedag gicos seja na eleva o do reconhecimento da import ncia desse componente para a escola 219 Todos esses fatores t m convergido para a cria o de uma cultura de EF voltada ao atendimento das expectativas da escola mas essa expectativa n o est relacionada diretamente com uma fun o pedag gica da EF com um determinado desempenho no curr culo dessa escola A EF tem efetivado sua fun o pedag gica no curr culo segundo as escolhas do Professor J que assimila as caracter sticas do contexto em que est inserido sentindo o impacto de toda a organiza o escolar em que tem feito escolhas e direcionando a organiza o desse componente curricular tendo como principal elo a explora o dos conhecimentos relativos ao esporte
388. s o mais ampla desse professor sobre as rela es que s o estabelecidas nas aulas de EF Nesse ponto se concentram fatores determinantes que remetem quest o das intera es que as atividades proporcionam entre os alunos e entre esses e os materiais Exploraria mais esses fatores lan ando m o de elementos da cultura escolar que se somam aos j citados como a utiliza o de espa os e tempos escolares A maneira como o Professor J lida com o conhecimento oferece poucos recursos de cria o para os alunos a n o ser as solu es de problemas t ticos e t cnicos dentro dos jogos o que n o seria nada mais que um recurso de desenvolvimento da experi ncia do aluno nas pr ticas planejadas Nesse caso a cria o dos alunos vigiada todo o tempo pela aplica o das regras oficiais dos esportes Outro fator de cria o dos alunos remete s burlas das atividades ou da pr pria organiza o da aula imposta pelo professor que n o s o objetivos intencionais do professor Quando se tomam esses par metros para a organiza o das aulas a limita o incide diretamente na valoriza o de determinados comportamentos dos alunos 212 pois suas a es nas atividades passam a ser muito objetivadas Nesse caso os par metros de certo ou errado n o est o ligados diretamente ao esporte mas s regras oficiais dos esportes por mais que sejam flexibilizadas para facilitar o acesso de parte dos alunos Quando as regras s o fle
389. s organizei as observa es seguindo crit rios m ltiplos aliando observa es mais detidas em pontos espec ficos observa es mais abrangentes por isso denominadas de t cnicas intermedi rias de observa o T cnicas intermedi rias de observa o segundo Laville e Dionne 1999 consistem na alterna o entre observa es n o estruturadas e observa es estruturadas sendo as primeiras utilizadas em casos em que o pesquisador n o tem muitos conhecimentos relativos situa o estudada e as segundas como forma de fixar a aten o em pontos espec ficos baseando se no conhecimento pr vio das rela es das situa es que ir o ser observadas Macedo 2000 entende que a possibilidade de a partir do conhecimento pr vio do que se quer privilegiar em situa es m ltiplas chegar a observa es mais estruturadas serve para que o pesquisador torne mais f cil a tarefa de perceber como ocorrem determinados tipos de rela o nos diferentes ambientes pesquisados Com a sequ ncia das observa es nas duas escolas alguns aspectos passaram a ser considerados recorrentes nas duas pr ticas e interessantes pelo potencial na 120 produ o de informa es teis pesquisa Por essa raz o alguns desses aspectos foram destacados para serem observados detidamente em suas peculiaridades e recorr ncias nas duas escolas o que referendava uma avalia o positiva realizada por Stake 1998 ao se trabalhar com dois casos
390. s J e M O processo de valida o como foi pensado deveria ocorrer ao final da organiza o das informa es e parte da interpreta o para que fosse discutido com os Professores J e M No entanto este momento se mostrou menos importante que os momentos que pudemos vivenciar durante o processo de observa o quando sempre convers vamos debat amos e enfrent vamos os professores e eu quest es provenientes dos acontecimentos das aulas Torna se fundamental destacar que os temas dessas conversas eram levantados tanto por mim como pelos professores e certas vezes com a participa o de alunos funcion rios da escola e alguns professores Devo a maior valoriza o dessas conversas a uma s rie de escolhas e acontecimentos que concorreram para esse momento final de valida o que havia previsto dentre eles o momento que escolhi para desenvolver esse trabalho final do ano letivo de 2007 o que comprometeu o envolvimento dos professores na leitura dos relat rios e na organiza o de encontros para o debate dos textos Nesse momento do ano letivo os professores j se encontravam mais envolvidos com seus planos sobre as f rias apresentando mais interesse em concluir os trabalhos burocr ticos fechando os trabalhos da EF no dito ano letivo Por essa raz o considero que a leitura de laudas e laudas sobre as caracter sticas que haviam observado n o gerou o impacto que eu esperava de certa forma valorizando mais ainda os rico
391. s componentes Em suma percebe se o peso da figura do professor para a concretiza o de uma proposta educacional ou de um curr culo Portanto n o parece ser pouco importante a informa o de que ambos os professores desta pesquisa estejam h tantos anos em suas escolas praticamente o mesmo tempo de exist ncia das escolas Em ambas as situa es as hist rias da escola do professor e da EF se confundem Quanto aos resultados do trabalho que segundo o professor t m colaborado para um melhor reconhecimento pela escola disse complexo isso de entender Essas coisas n o s o c clicas e tem uma rotatividade muito grande na escola a cada ano s o novos profissionais Por exemplo a pessoa que vinha me acompanhando h bastante tempo no corpo t cnico saiu da escola ent o hoje tem outros profissionais Ent o acaba sendo de certa forma uma luta meio que constante de afirmar a EF s vezes eu vejo n o que sejam retrocessos mas Por exemplo pessoas novas que chegam com uma vis o de uma EF atravessada de outros lugares demoram um tempo mais pra perceber que existe um trabalho diferente Ent o eu acho assim Quando eu penso na EMEF 2 a respeitabilidade tem a ver com o compromisso profissional Isso eu acho que conta muito s vezes at por cumprir a sua organiza o mesmo do bvio n Cumprir hor rio cumprir aquilo que todo o profissional tem que fazer do ponto de vista de trabalho
392. s de pl stico que estavam jogadas no terreiro ou seja lixo J retratei minhas impress es sobre o mau estado com que os alunos eram expostos nas aulas de EF O que tamb m representa incoer ncia em face da preocupa o com a organiza o do componente curricular expressa pelo professor Alguns alunos se apresentavam na escola com uniformes muito usados ou sujos muito embora tivessem recebido uniformes novos Tamb m apresentavam materiais em mau estado ou com falta de cuidado o que pode significar um reflexo da organiza o familiar desse aluno N o acredito que as omiss es que percebi falta de material utiliza o do lixo contido no terreiro fa am parte de uma a o pedag gica de que esses alunos precisam Tudo que p blico seja a escola seja os materiais seja a pr pria educa o escolarizada precisa ser o melhor poss vel dentro das condi es objetivas de cada realidade O que justificaria ent o o cuidado com as salas de aula com o p tio com a sala dos professores e o desleixo com os espa os destinados ao desenvolvimento das atividades da EF O que justificaria o cuidado com a organiza o l gica desse componente curricular e a falta de uma programa o voltada para o melhor atendimento aos alunos como a sele o e utiliza o de materiais adequados valorizando a aula as atividades e o esfor o dos alunos H omiss es tamb m na sele o dos conte dos culturais O Professor M possui uma l
393. s fortes com a escola pois ao passo que recebia orienta es de fora para servir na escola a interesses diversos exigia da escola altera es internas para sua perman ncia e desenvolvimento Os diferentes encaminhamentos produzidos a partir da estratifica o da rea da EF somados s altera es dos contextos sociopol tico e econ micos muitas vezes geraram geram desconfortos para a perman ncia da EF na escola No entanto essa perman ncia n o foi totalmente abolida pelo contr rio vez ou outra essa rea escolar reanimada ou aparentemente valorizada de acordo com as pol ticas educacionais de cada governo o que aos olhos de muitos estudiosos da rea caracteriza se como uma situa o problema pois ainda se presenciam na escola altera es referentes EF por meio de for a pol tica e menos por avan os pedag gicos atribu dos a essa rea Em toda essa situa o os centros de pesquisa precisam estar atentos ao que de fato tem sido concretizado realizado nas aulas de EF dando aten o e oportunidade para que pr ticas que s o muitas vezes esquecidas sejam consideradas como produ o cria o de culturas de EF e identificando suas contribui es para os projetos educacionais em que este componente curricular permanece inscrito Por essa raz o ao utilizar teorias pr ximas s a es de professores viso ao contato mais concreto poss vel com o que os docentes est o produzindo buscando compreender como suas
394. s momentos que tivemos durantes as observa es Esses fatores culminaram numa postura menos avaliativa e ou criteriosa nas considera es dos professores em rela o ao que eu apresentava j que eles apontavam poucos elementos a serem debatidos revistos ou problematizados endossando o que eu apresentava N o se pode ignorar os contatos que tivemos durante todo o processo de levantamento das informa es bem como a disponibilidade dos professores em conversar sobre variados aspectos e nos momentos das entrevistas tem ticas Por isso destaco a efetiva colabora o ocorrida durante as observa es das aulas quando trat vamos de quest es do cotidiano das quest es que surgiam sobre o desenvolvimento das aulas dos 130 elementos da trajet ria que culminaram em certas pr ticas e formas de fazer e organizar a EF nas EMEFs 1 e 2 Esses valorosos momentos s o com certeza importantes acontecimentos que permitem afirmar que a boa rela o com os professores e os excelentes momentos de esclarecimento e conversa cumpriram bem com as expectativas resultando na boa avalia o do que apresentei aos professores sobre as caracter sticas das Educa es F sicas dessas duas escolas bem como sobre os respectivos processos de inser o Entraremos adiante mais a fundo no retrato que pude fazer das Educa es F sicas expressas nas pr ticas dos Professores J e M 131 4 AS INSER ES DA EDUCA O F SICA Neste cap tulo tratarei
395. s pap is dos professores alunos e demais sujeitos escolares Sobre a quest o dos princ pios norteadores a orienta o do projeto indica uma aproxima o tend ncia critico social dos conte dos com apoio em algumas afirma es em Lib neo indicando como papel do professor a media o entre o aluno e o conhecimento introduzindo elementos novos de an lise pr tica social do aluno partindo de uma situa o de senso comum para uma vis o mais elaborada e cient fica O aluno nessa l gica concebido com um ser ativo e participativo que constr i seu conhecimento com a ajuda do professor ou colega como pessoas mais experientes PROJETO PEDAG GICO DA EMEF 2 1997 p 9 Em mais esta oportunidade de acesso a um projeto pedag gico de uma escola n o pude observar quais conte dos foram selecionados tampouco os crit rios de tal sele o n o obstante esse projeto tenha como objetivo maior restituir escola p blica a qualidade em sua fun o de ensinar de difundir o saber historicamente produzido e acumulado PROJETO PEDAG GICO DA EMEF 2 1997 p 2 H o destaque import ncia do trato com os conte dos culturais por m esse esfor o n o se encontra contemplado nas a es organizacionais tamb m nessa escola Esse quadro sinaliza a organiza o de uma escola mais pautada pelas escolhas individuais e coletivas dos professores e pedagogas no planejamento di rio de seus comp
396. s tempos escolares e n o escolares e executar outras atividades correlatas ou que lhe venham a ser atribu das 106 Corroborando a fala do Informante 1 essa se o da SEME PMV exerce fun es mais amplas do que jogos estudantis Friso que sua fun o exigiria outro nome haja vista a sua obriga o na organiza o de pr ticas que remetem cultura corporal e contribui es forma o de professores de EF H que se ressaltar que na organiza o dessa Secretaria n o h nada semelhante a outros componentes curriculares tampouco a rela o de componentes com atividades extracurriculares Por mais que os objetivos desse estudo n o estejam centrados na organiza o e na atua o dessa se o da SEME PMV acredito que a exist ncia e atua o dessa coordena o exer a algum tipo de influ ncia sobre a EF nas escolas tendo em vista suas atribui es oficiais Mas o que se p de perceber da fala do Informante 1 que os maiores esfor os dessa coordena o seguindo o que indica sua denomina o est o mais atrelados ao desporto escolar Nesse sentido acredito que essa influ ncia a que me referi esteja mais presente nas escolas que participam de maneira mais efetiva dos jogos estudantis que sediam partidas dos jogos recebendo os integrantes dessa coordena o e estreitando a rela o entre EMEF e esse segmento da SEME PMV Por essa raz o digo que difusa a rela o entre as escolas de uma forma geral e
397. sala colocando de forma bem esportiva a coisa Sendo assim o Projeto Desporto Escolar cumpre o papel de criar situa es atrativas para os alunos envolvendo os em uma complexa organiza o que valoriza alguns talentos e desejos elevando o status de uma atividade t cnica enfatizando o trabalho motor e relacional que se encontram praticamente ausentes nas atividades mais valorizadas na escola A EF em suas aulas por estar orientada pelos conhecimentos relativos ao esporte exp e uma organiza o parcial do curr culo que tem no esporte uma finalidade como se apontasse para o esporte pois os alunos s o submetidos a uma estrutura valorizadora do esporte sendo as pr ticas escolares de EF objetivadas tamb m para que os alunos tenham condi es de participar de algumas express es esportivas podendo desenvolver o gosto pela pr tica desses esportes Por essa raz o a procura pelo projeto grande pois nas pr ticas escolares da EMEF 1 que a EF organiza p e se o esporte como algo valorizado Isso favorece o desejo dos alunos de participar do projeto ficando mais tempo dedicados pr tica de determinados esportes sem contar com a possibilidade de participar de eventos esportivos representando a escola os quais ocorrem em espa os outros propiciando o contato com outras pessoas a participa o em gin sios grandes como o da UFES o confrontamento com realidades diferentes como as equipes das escolas particulares a viv
398. sas e conversas sobre casos interessantes da escola sobre ocorr ncias nas aulas sobre a forma de trabalho dos professores quest es que eu levantava e sobre assuntos extras como nas conversas a respeito de m sica com o Professor J uma vez que ele fora m sico profissional e eu iniciava as primeiras aulas de contrabaixo el trico Todos esses exemplos serviram para que eu estabelecesse uma boa rela o com esses professores e me sentisse bem observando suas aulas como se minha presen a n o atrapalhasse Em certos casos percebia que servia de uma esp cie de aux lio para uma r pida discuss o sobre alguma conting ncia produzida pelas aulas Minha escolha em rela o s aulas foi feita porque acreditei que iniciando por elas eu perceberia os elementos fundamentais do meu problema De certa forma foi isso o que aconteceu mas n o como havia imaginado Minha inten o era privilegiar a aula como sendo o curr culo em a o SACRIST N 2000 p 105 como o resultado de processos m ltiplos e conflituosos desencadeados a partir do curr culo prescrito passando pela forma como esse curr culo chega aos professores sofrendo em seguida um processo de modela o Isso possibilitou identificar os impactos para a escola nas rela es desencadeadas a partir das aulas de EF definindo as margens de contribui o desse componente curricular na tarefa social dessas escolas A partir desses dois elementos intencionava captar
399. scola como um todo Acredito que uma compreens o enviesada de curr culo acabe proporcionando essas incongru ncias entre o projeto e a a o N o acredito que a responsabiliza o possa resolver essa demanda Tampouco acredito que uma mera mudan a para uma concep o ampliada que supere a l gica de curr culo oficial resolva essa quest o Segundo o que foi apresentado at aqui falta a pr tica de curr culo Falta a defini o pelos agentes escolares de consensos m nimos sobre essa tem tica que ponha na ordem do dia as informa es que se tem do contexto em que a escola est inserida bem como das potencialidades dos componentes curriculares da escola como quest es fundamentais para a supera o dessas limita es e distanciamentos entre o que se pensa e se quer da escola e o que se concretiza Nesse sentido o que h de mais problem tico n o uma concep o de curr culo oficial ou outras defini es tradicionais em detrimento de uma concep o de curr culo cr tico p s cr tico baseado na id ia de curr culo real O que h um descompasso entre o que se quer Lembrando que h nos documentos escolares e na compreens o dos sujeitos escolares a id ia de curr culo como documento que expressa sele o cultural Refiro me aos dados referentes comunidade estrutura da escola a funcion rios da escola etc 158 e o que se faz H a sobrecarga ou o atendimento quase exclusivo de quest es ad
400. scolar Que posi o a EF ocupa nesse curr culo Que contribui es desse componente s o identificadas pelos Professores J e M S o coerentes com seus anseios profissionais e ou pessoais 118 e Como esses professores organizam esse componente curricular o Que peso essa organiza o tem na maneira como a EF tem sido inserida nessas escolas A partir das perguntas informativas as t cnicas eleitas foram e observa o participante articulada com o que Laville e Dionne 1999 chamaram de t cnicas intermedi rias de observa o o que me permitiu transitar entre formas mais direcionadas e outras mais livres de observa o e entrevista tem tica coloco assim entre aspas pois apesar de ser uma entrevista ocorreu de maneira menos formal mais pr xima de uma conversa obediente a um tema e an lise documental incluindo aqui al m dos documentos acessados nas escolas documentos disponibilizados na p gina da internet da SEME PMV Vale ressaltar que todo esse processo concorria com a quest o dos deslocamentos ao passo que era alimentado por eles principalmente do segundo deslocamento pois as minhas primeiras aproxima es das aulas organizando as t cnicas de levantamento das informa es acima descritas destacaram esses espa os tempos como principais fontes de cruzamento de fatores Esses fatores se apresentaram como um forte potencial no sentido de responder s quest es do estudo Disco
401. se dificilmente seria uma aula tida como bem desenvolvida ou til para os interesses do professor Com isso a explora o de conte dos que instigavam a participa o dos alunos a exposi o das atividades como sendo parte de uma estrutura inacabada colocava uma grande responsabilidade para os alunos j que suas criatividades e experi ncias de certa forma determinavam a completude das aulas de EF H dois exemplos muito significativos a esse respeito Os dois remetem valoriza o da interven o dos alunos e das solu es aos problemas das atividades O primeiro exemplo ocorreu numa turma de 2 s rie O Professor M explorando os conte dos relativos corrida selecionou uma atividade denominada de pique rabo que consistia na distribui o de tiras de papel aos alunos Estes deveriam prender as tiras em suas bermudas ou saias e no espa o da quadra coberta todos deveriam pegar o rabo dos outros ao mesmo tempo em que se defendia n o deixando que pegassem o seu rabo A atividade foi desenvolvida da maneira como foi descrita por m num determinado momento um aluno chamou o professor e sugeriu a altera o da organiza o da atividade Ele prop s que os alunos fossem chamados de dois em dois da eles se enfrentariam atacando defendendo visando ao mesmo objetivo da proposta anterior A sugest o do aluno foi acatada e explicada aos demais alunos como sendo uma contribui o id ia do aluno e eles se
402. se professor teve em v rias oportunidades de me mostrar que a pr tica dele ia al m do trabalho com o esporte com o intu do de quebrar um pouco o preconceito velado da escola e tamb m acerca do que pensam sobre a minha 163 pr tica o pessoal da SEME Professor J Essa situa o produziu alguns momentos constrangedores para ele e para mim tanto que no decorrer das observa es tive que afirmar claramente que as informa es que estava acessando estavam proporcionando uma vis o mais ampliada do que de fato era concretizado na escola O momento da entrevista quando foram tratados elementos sobre a trajet ria da escola e da EF nela serviu para que pud ssemos tra ar uma l gica a respeito da organiza o da EF na escola e esse processo proporcionou a compreens o da l gica interna desse componente curricular na escola considerando as contribui es do Professor J Por essa raz o digo que o processo de aproxima o com o Professor J foi acanhada mas foi sendo ampliada medida que logo eu deixava claro que n o estava ali para avaliar sua pr tica deixando o vontade para encaminhar seu trabalho Essa aproxima o mais acanhada se deveu ent o ao apresentar a proposta de pesquisa dizendo abertamente que foram indicadas duas diferentes pr ticas de professores em escolas diferentes onde Educa es F sicas eram inseridas de forma diferente Talvez esse acanhamento tenha sido resultado de um preconceit
403. seja a an lise da estrutura da pr tica tem sentido colocando a desde a tica do curr culo concebido como processo na a o E agora o momento decisivo da an lise da pr tica pedag gica na qual se projetam todas as determina es do sistema curricular onde ocorrem os projetos de delibera o e onde se manifestam os espa os de decis o aut noma dos seus mais diretos destinat rios professores e alunos SACRISTAN 2002 p 201 grifos do autor Nessa concep o o curr culo assume um papel fundamental o de criar as condi es para que haja n veis de contatos entre professores e alunos por meio de atividades pretensamente educativas j que todo esse processo depende das experi ncias reais que os alunos t m no contexto da aula Isso indica com clareza a posi o de que o curr culo assume uma caracter stica mais ampla abandonando completamente sua restri o como mero documento oficial e aproximando se mais das a es e suas motiva es que os sujeitos escolares Segundo a l gica de Sacristan 2000 experi ncias reais s o aquelas direcionadas aos alunos nas aulas onde eles s o envolvidos em atividades criando intera es entre alunos desses com o professor com os materiais relacionados s atividades Essas experi ncias s o aquelas que promovem o contato dos alunos e a mobiliza o de conhecimentos e suas viv ncias possibilitam o estabelecimento de significados 59 implementam
404. sifica o dos conhecimentos que davam suporte s pesquisas com a participa o de professores dessa rea em programas de p s gradua o com reas de concentra o nas Ci ncias Sociais e Humanas resultaram em possibilidades de forma o de professores que como os Professores Je M aproximaram se desigualmente dessa discuss o ou tomaram partido por uma dessas fun es sociais atribu das EF Tendo a acreditar que essas influ ncias da rea acad mica no entanto n o representam uma determina o cabal das escolhas dos professores S o t o somente influ ncias D o suporte certa seguran a pois remetem a uma l gica maior com certo valor social compartilhada compartilh vel com alguns pares profissionais e podem proporcionar certa autoridade para os professores diante da comunidade escolar Mas tamb m s o limitadas pelo mbito da pr tica e pelos pr prios professores pois como diz Sacrist n 2000 os professores realizam apropria es do que lhes apresentado logo sua hist ria de vida a realidade objetiva dos contextos em que est o inseridos a cultura de EF herdada s o elementos importantes que determinam as escolhas resultando numa aproxima o mais ou menos coerente em rela o s prescri es sobre a EF com as quais os professores entraram em contato Curiosamente os dois professores possuem idade igual e cursaram EF praticamente no mesmo per odo no entanto suas trajet rias de forma
405. so devido maior facilidade de dispers o dos alunos do foco programado para a aula J em rela o aos alunos das ltimas s ries em que atua o professor se limitava a explicar as regras e a regular os excessos ficando atento para a cria o que os alunos faziam 264 no intuito de responderem melhor aos desafios propostos pelas atividades Muitas vezes chamava a aten o dos alunos de um determinado grupo para buscarem outro tipo de organiza o a fim de responderem a essas cria es t ticas Todos os detalhes da realidade em que atua o Professor M que ele tem auxiliado a construir incidem de maneira determinante nas intera es que s o estabelecidas nos espa os tempos organizados pela EF na escola Essas intera es s o fortemente determinadas pela maneira com que esse professor compreende seu papel na escola e o papel da EF Por mais que ele em sua carreira venha construindo uma id ia de EF na escola respons vel pelo trato de um tipo de conhecimento ele tem essa posi o como uma situa o provis ria ainda em constru o por mais que venha se estabilizando Da mesma maneira os conhecimentos abordados nas aulas de EF s o apresentados para os alunos Isso tem possibilitado as condi es necess rias para que os alunos estabele am uma dada intera o entre si com o espa o tempo escolar com o professor e com o conhecimento justamente por conta da forma como as atividades s o trabalhadas Nesse sent
406. sobre o que os alunos conseguem criar significar e fazer a partir das atividades H nas aulas de EF uma necessidade de adequa o ao que foi planejado como se aos alunos n o fosse desej vel a exposi o de suas formas de agir dando significados as atividades j que a pr tica dos alunos mais objetivada N o se espera a cria o mas o cumprimento o enquadramento ao que foi oferecido tanto que os desvios do que apresentado s o tidos como a es indisciplinadas que precisam ser coibidas Sendo assim o lugar das atividades nas aulas de EF caracterizado mais pela ocupa o e pelo acesso ao conhecimento objetivado de algumas modalidade esportivas Nessas aulas o Professor J ressalta a maneira como os alunos executam os gestos t cnicos dos esportes os fundamentos suas habilidades desportivas e os avan os que conquistam nessa rea Esses elementos funcionam como fonte de retorno para ele para orientar o seu trabalho visando conquista de seus objetivos Isso deixa claro que essa preocupa o com o enquadramento da EF na rotina da escola reflete na necessidade do enquadramento da maior parte dos alunos s aulas j que a participa o da aula compuls ria pois com mais alunos ocupados em atividades que exijam a es objetivadas mais controle se tem sobre as turmas menos surpresas surgem no desenvolvimento dos trabalhos em EF e o Professor J consegue trabalhar dentro das margens dos combinados expl citos
407. sor fala sobre o que vai acontecer na sess o do projeto ap s o ltimo sinal fala com os alunos durante as aulas sobre seus desempenhos nas sess es de treinamento e transmite informa es sobre competi es e sobre a equipe de alunos que foram selecionados Durante o desenvolvimento das sess es do projeto ele faz men o de acontecimentos das aulas de EF cobrando melhores desempenhos dos alunos em elementos j trabalhados nas aulas e cobrando mais seriedade nas aulas de EF j que muitos alunos se envolviam com muito mais seriedade certas vezes em algumas atividades dessas sess es Um fator que certamente influi nessa interpenetra o entre as sess es do projeto e as aulas de EF a quantidade de competi es de que as equipes da EMEF 1 participam O grande volume de participa es em campeonatos oportuniza a participa o e a experi ncia de v rios alunos nas competi es estudantis que muitas vezes ocorrem nos fins de semana e em outros munic pios da Grande Vit ria Torna se inevit vel no entanto a sa da do Professor J para o devido acompanhamento dos alunos Nem todos que participam comigo do projeto nem todos eles v o s competi es Eu n o levo porque tem competi es que tem idade exigem uma faixa et ria e tamb m pelas caracter sticas de umas competi es de alguns jogos e dos profissionais que est o l Eu n o vou submeter um aluno de dez anos que poderia estar jogando contra um aluno de tr
408. sores demais sujeitos escolares e escola Esse ponto foi fundamental para que pudesse estar atento para certas conting ncias do trabalho dos professores e eventos extraordin rios ou incomuns como uma apresenta o ou uma mostra por exemplo Pautar me apenas num tipo de organiza o das observa es de forma estruturada com poucas margens de flexibilidade poderia culminar em desperd cio de 121 situa es interessantes por privilegiar pontos tomados a priori da percep o das situa es mais relevantes e Observa es plenamente n o estruturadas seriam incoerentes com os avan os proporcionados pelos deslocamentos citados pois ao situar as aulas como parte imprescind vel na compreens o do curr culo em a o diante da quest o da inser o da EF poderia antecipar a identifica o de algumas fontes de informa es potencialmente importantes H que se ressaltar que o desenvolvimento das observa es foi um processo enriquecedor em que na maior parte das vezes tive a oportunidade de conversar de forma descontra da sobre temas inerentes ao que ocorria em aulas ou em outros espa os tempos Quanto mais adentrava as peculiaridades das escolas mais acabava conseguindo encaminhar quest es mais diretas e significativas que puderam podendo revelar algumas motiva es inten es e significados que os professores davam queles acontecimentos O mesmo ocorria com os alunos em certas oportunidades pude conversar com eles
409. sores t m efetivado nas escolas Discutindo e ampliando seus projetos e os sentidos e significados te ricos da presen a da EF na institui o escolar Isso promoveria a amplia o tamb m da vis o dos professores sobre suas pr prias pr ticas nas escolas de Educa o B sica Como poss vel perceber n o advogo que seja decretada uma cultura de EF para as escolas Defendo a id ia de que as Educa es F sicas produzidas nas escolas resultado da hist ria desse componente curricular das trajet rias escolares das decis es dos professores das prescri es da rea acad mica e de decis es no mbito das pol ticas educacional e curricular sejam pensadas definidas percebidas no curr culo real de suas escolas compreendendo suas fun es e contribui es nesse espa o conturbado Defendo a id ia de que as administra es precisam estar preparadas para compreender e valorizar a pluralidade de pr ticas poss veis identificando os avan os e as dificuldades contradi es e problemas para a efetiva o de uma pol tica curricular de EF viva fact vel coerente com as possibilidades e com a realidade da EF expressa em suas redes de escolas garantindo e ampliando a qualidade da presta o dos servi os desse componente curricular 6 REFER NCIAS BIBLIOGR FICAS 10 11 12 ALVES N et AL Org Criar curr culo no cotidiano S o Paulo Cortez 2002 ANDR M E D A Etnografia da pr tica escolar
410. sos e acabam trocando algumas informa es sobre certas turmas certos alunos e grupos de alunos Essa din mica envolve os professores de sala o Professor J e as pedagogas e diz respeito principalmente s aulas do projeto treinamento de esportes cumprindo 220 com um dos objetivos da exist ncia desse projeto Os casos s o avaliados buscando compreender quais a es poderiam auxiliar esses alunos como a exclus o desses treinamentos por um per odo uma conversa com esses alunos uma conversa com os pais atitudes motivadoras como os incentivos provenientes de uma rela o mais pr xima entre professor e aluno em que se destaca a a o do Professor J Para ele um dos elementos que idealiza trabalhar em conjunto com o professor de sala utilizando essa quest o do desejo do esporte e estar fazendo com que aqueles alunos com dificuldade de aprendizagem ou que n o tenham n o estejam com vontade de estudar de alguma forma atrav s dessa participa o na aula de EF de alguma forma tamb m desperte o interesse nessa aula de outros componentes curriculares Dentro n o s das aulas do projeto isso muito trabalhado Algumas vezes positivas e outras infelizmente n s temos a gente acaba apelando pra quest o mais punitiva coercitiva mesmo de Olha voc n o est se esfor ando voc n o deveria Voc tem um potencial maior do que isso Se voc estudasse como voc joga voc seria um campe o na
411. ss es seriam vistas e vivenciadas como um processo hist rico contradit rio que passou por escolhas e que tem sido apresentado em uma dada formata o ou seja ele n o est pratic lo assim uma op o por m outras a es podem e devem ser estabelecidas essas altera es ser o pouco efetivas se a escola n o repensar suas pr ticas a forma como tem selecionado e abordado os conte dos culturais e 224 a maneira como tem apresentado aos alunos suas normas e sua organiza o A sele o cultural precisa ser enfrentada para auxiliar tanto na organiza o do curr culo e da pr tica dos professores como na presta o de contas s comunidades que atende e para exigir o comprometimento dos sujeitos envolvidos A organiza o da escola precisa ser orientada mais sob crit rios pedag gicos e isso n o quer dizer abandonar os elementos administrativos mas a mera administra o das quest es escolares t m produzido severos problemas pedag gicos N o se pode deixar de frisar que essa situa o foi poss vel por uma conjun o de fatores pr prios dessa realidade Uma realidade em que a maior parte do movimento e do contato entre os alunos ocorre nas aulas de EF Uma realidade em que os demais componentes curriculares s o desenvolvidos principalmente na sala ou quando muito na biblioteca ou na sala de inform tica que de certa forma n o superam a valoriza o pelo trabalho mais individualizado quando muito em
412. ssa quest o recorro a uma conversa que tive com o Professor M justamente sobre a trajet ria da EF a respeito da sistematiza o que esse professor deu a esse componente curricular Em sua fala reconhecemos ele e eu uma s rie de avan os que a EF teve na escola por meio dessas sistematiza es que ele projetava e executava Ao que fiz a pergunta O que desses avan os ficar ap s a sa da do Professor M da EMEF 2 Sil ncio Quero dizer que esses dois professores as pr ticas desses dois professores s o determinantes para compreender os processos de inser o dessas Educa es F sicas De maneira que tive que fazer uma escolha a de privilegiar as aulas como espa o tempo onde quando se concretizam as a es intencionais outras nem tanto pol ticas e pedag gicas desses sujeitos 33 Professor Forma o subjetividades PL sistematiza o do trabalho Administra o SEME PMV Rela o com o esporte e com a y Grupo pedag gico Professores E pedagogas e Comunidade demais sujeitos Situa o s cio escolares econ mica e cultural dos alunos anseios dos pais sobre a educa o dos filhos Esquema 2 Elementos que entram em jogo na concretiza o da aula de EF Neste esquema situo a aula como o centro dos esfor os para responder s quest es desta pesquisa Propositadamente ela se encontra no centro do processo destacando se como elemento principal do curr culo onde quand
413. ssa situa o por conta das diferentes caracter sticas que a EF manifesta em rela o aos demais componentes curriculares A cada dia a gente vai tentando se integrar eu digo integrar por qu Porque a EF ela sempre foi vista parte n o s dentro dessa escola mas dentro de qualquer escola at mesmo pelas particularidades que n s temos que a quest o do movimento que na sala o tempo todo senta a menino senta a menino Ent o eu vejo como primeiro papel a quest o do conhecimento Um pouco diferente do que na sala Sim mas tamb m a 172 EF usa os elementos que a gente v na sala de aula da quest o da escrita da quest o da hist ria do entendimento dele aluno como cidad o de direito de deveres e al m dessa quest o que trabalhada em sala de aula do conhecimento dos conte dos cl ssicos que todo o mundo tem direito mas nem sempre consegue n Al m dessa quest o toda eu acho dois fatores importantes primeiro de fazer com que o aluno entenda os seus limites e as suas possibilidades aceite ou saiba lidar com esses limites tente super los na medida do poss vel Limites busca explicar melhor esse termo a eu colocaria tamb m a quest o f sica n a quest o f sica mesmo de saber lidar de saber se relacionar com ele at porque isso fator de exclus o das aulas de EF quando um cara n o aceita e as pessoas n o aceitam que o indiv duo tem certos valores ou n o
414. ssa tem tica pois o mais simples esfor o de exposi o das vidas das escolas remete sua caracter stica mais interessante a produ o cultural Sendo assim ao discorrer a respeito da forma como a EF inserida por meio da pr tica dos dois professores 11 tenciono lidar com a l gica de que essa inser o faz parte de uma por o da produ o cultural que se d na escola A inser o da EF tem sido por mim abordada como uma forma de produ o cultural Considerando a particularidade das pr ticas de cada professor juntamente ou em rela o aos demais sujeitos escolares com os quais dialoga cada um desses professores cria uma parcela da cultura que produzida na escola cria uma determinada cultura de EF Para tal vale ressaltar os elementos escolares FARIA FILHO 2002 por meio dos quais se podem destacar as formas espec ficas das Educa es F sicas nas escolas revelando suas contribui es A EF segundo Vago e Cachorro 2003 disputa no meio escolar entre os demais componentes curriculares por um lugar podendo ser compreendida a escola como um espa o tempo de disputas acerca da legitimidade dos diferentes conte dos culturais que figuram nos curr culos Nesse sentido esses autores orientam para que as investiga es na escola a considerem como lugar de organiza o e produ o de uma cultura pr pria espec fica peculiar Vago 2003 faz sua discuss o acerca dos elementos estruturantes a partir
415. sse de estudar a inser o da EF na escola tentando identificar e compreender as rela es estabelecidas a partir dos espa os tempos propiciados por esse componente curricular no interior das escolas No entanto os Informantes enfocaram a figura do professor como elemento determinante para o tipo de inser o da EF nas diferentes escolas citando seus nomes e turnos em que trabalhavam nas escolas bem como suas concep es de trabalho se buscavam ressignificar suas pr ticas pedag gicas ou se trabalhavam numa concep o esportivizada mesmo tendo sido informado que n o se esperava encontrar no cotidiano escolar um tipo espec fico de inser o que proporcionasse qualquer rotula o dessas pr ticas nas escolas de maneira que n o foram utilizados crit rios que envolviam op es te rico metodol gicas dos sujeitos comprometidos nas situa es estudadas Na compreens o do Informante 1 a escola n o um todo homog neo De acordo com suas palavras S o duas escolas dentro de uma s o tr s dentro de uma de acordo com o n mero de turnos que l funcionam considerando os grupos de professores e demais agentes escolares que ali atuam poss vel pois compreender a raz o da indica o de professores e n o de escolas No caso espec fico de um componente curricular como a EF a atua o de um professor possibilitaria um tipo de EF Mudando se de professor a EF mostrar se ia de forma 38 O deslocam
416. sse professor explorarei as contradi es entre o discurso e as inten es e a pr tica tomando o que foi concretizado nas aulas finalmente tratarei das contribui es que a EF inscreveu no ch o da escola por meio das peculiaridades da organiza o desse componente O Professor M possui uma longa trajet ria na EMEF 2 e da mesma forma como na primeira situa o muitos professores j passaram e deixaram suas contribui es dessa escola mas o Professor M acompanhou a maior parte da trajet ria da escola Durante o ano letivo de 2007 o professor dividia as turmas da escola com uma professora de EF respons vel por uma turma de 4 s rie e pelas turmas de 5 a 8 s rie N o foram percebidos movimentos coletivos entre esses dois professores na organiza o desse componente curricular como um todo Por m em uma ocasi o por uma eventualidade os dois professores dividiram o espa o da quadra coberta onde as duas turmas de 4 s rie estiveram envolvidas na mesma atividade Numa outra ocasi o por causa das condi es clim ticas eles dividiram o espa o mas sem condi es de explorar a mesma atividade j que as turmas eram muito diversas na faixa et ria Outra iniciativa de aproxima o remete ao trabalho de registro elabora o de um livro por turma explorando os acontecimentos nas aulas de EF que o Professor M organizou em suas turmas no primeiro semestre letivo A professora proporcionou as condi es para que a sua turm
417. ssemos totalmente confort veis Um dos pontos mais centrais deste trabalho est na retrata o ou tentativa de reconstru o da EF que tem sido efetivada nas duas escolas sob o aspecto do presencial das rela es que foram observadas separadas e interpretadas luz das escolhas das hist rias que tornaram poss vel essa EF Compreender a EF assim imp e alguns requisitos Iniciarei a exposi o do atendimento a esses requisitos pela explora o das trajet rias que envolvem a inser o da EF Posteriormente tratarei da organiza o da EF encaminhada pelo professor citando seus objetivos e motiva es destacando a compreens o que esse sujeito tem do conhecimento que mobiliza na escola Tratarei tamb m das incongru ncias contradi es entre os objetivos que orientam a EF e a execu o desses objetivos o que de certa forma perfaz um elemento dificultador para a inser o da EF na escola Por fim tratarei das possibilidades criadas pela EF na escola destacando suas contribui es a partir da maneira espec fica como inserida Como j foi citado a EMEF 1 foi constru da no local de uma esp cie de pra a um espa o de lazer da comunidade O Professor J chamou isso de invas o da escola num espa o de lazer da comunidade Por mais que a constru o de uma escola demande estudos e vise a melhorias para a comunidade n o se pode descartar o impacto de se retirar da comunidade um espa o de lazer ainda que s
418. ssimilar 161 essa organicidade contribuindo para o encaminhamento das a es e para a valoriza o da educa o na escola A EF se faz presente nos documentos citados Tanto no plano bienal como no plano anual h a delimita o de certas a es que possibilitam a afirma o de que esse componente possui certo valor Antes de tudo preciso citar que o espa o onde s o desenvolvidas as atividades da EF s o timos espa os constando de uma quadra coberta e uma rea descoberta com duas quadras sem contar com o terreno ao redor dos pr dios utilizados nas aulas Fotografias 2 Espa os onde se efetiva a pr tica da Educa o F sica Essa valoriza o consta no mbito administrativo quando esses espa os s o citados na pintura da quadra na confec o de uma quadra de voleibol coberta na cobertura do espa o de lazer e na aquisi o de materiais esportivos Outro fator determinante para a valoriza o de pr ticas relacionadas EF diz respeito considera o como a es pedag gicas em meio aos projetos de leitura de sexualidade a organiza o da participa o da escola nos jogos escolares fazendo refer ncia ao projeto de esportes 162 A rela o entre a EF curricular e o projeto de esportes n o f cil de ser compreendida na medida em que n o h a delimita o clara dos contornos desses dois componentes da vida da escola Por m as pr ticas e a organiza o da EF e desse projeto
419. sso um projeto de a o n o gaste tempo na execu o do projeto uma vez que n o ele que efetua o projeto podendo se dedicar a outros problemas No caso do professor ele quem efetua seus projetos e v rios ao mesmo tempo uma vez que s o v rios os problemas que se imp em e que necessitam ser tratados segundo essa acomoda o art stica dos conhecimentos O autor diz que a profiss o docente segundo o ponto de vista sociol gico uma semiprofiss o uma profiss o que n o funciona segundo padr es reguladores a partir de certos valores mas antes se configura como uma atividade definida social e institucionalmente Uma semiprofiss o n o disp e de corpus concreto de conhecimentos b sicos pretensamente fundamentados pois obedece a proposi es muito diversas ap ia se em conhecimentos muito d spares nos quais se misturam aspectos cient ficos t cnicos e administrativos transmitidos muitas vezes como sabedoria artesanal entre profissionais mais do que como procedimentos formalizados SACRISTAN 2000 p 170 Por essa raz o tenho compreendido concordando com Sacrist n que a atividade do professor n o se d a partir de uma cultura pedag gico cient fica mas sim de demandas sociais e compreender isso imprescind vel para que se possa identificar como um componente curricular como a EF inserido num curr culo por meio da pr tica de um professor 64 O curr culo como express o
420. ssor J referindo se organiza o dessas aulas segundo a escolha de atividade por parte dos alunos 197 Invariavelmente o professor fazia as suas coloca es de maneira r pida para que pudessem logo descer para a realiza o das atividades A chamada n o era realizada todas as aulas sendo algumas vezes cumprida no espa o em que seriam desenvolvidas as atividades da aula Logo que todos chegavam ao espa o das atividades o professor organizava a turma levando em considera o o tipo de aula que iria ministrar Ele ent o procedia como foi sinalizado acima na parte de organiza o das aulas As intera es entre os sujeitos escolares nas aulas de EF Professor J e alunos variava de acordo com o tipo de organiza o da aula e com as atividades que eram praticadas Como j foi sinalizado um tipo de organiza o favorecia uma aproxima o maior do professor com os alunos momento em que ele apresentava certos fundamentos e realizava os movimentos para que os alunos pudessem perceber quais eram os erros que estavam cometendo m todo anal tico J na organiza o de aula em que o jogo do esporte do trimestre era o principal objetivo havia certo distanciamento do professor Suas interven es em rela o ao conhecimento se resumiam a algumas orienta es sobre o comportamento t tico das equipes e sobre o desempenho t cnico dos fundamentos dos esportes al m dos acertos que ele fazia em refer ncia s regras do jog
421. ssor mantinha nas sess es do projeto uma grande aproxima o dos alunos Apresentava uma postura bastante r gida em rela o ao cumprimento das atividades e incentivava aos alunos lembrando os da dedica o que precisavam ter da forma o das equipes para os jogos fora da escola e aqueles que apresentavam algum tipo de descaso com as sess es falta de compromisso com a assiduidade s sess es eram interpelados pelo professor que os informava de que eles n o tinham a obriga o de ficar ali de que ele queria que estivesse ali apenas quem quisesse se esfor ar e se dedicar Os alunos de uma forma geral ficavam em atividade praticamente todo o tempo do projeto Aplicavam se bastante no cumprimento das tarefas apresentadas e como a organiza o n o previa separa o por idade apenas por sexo e modalidade os alunos mais acostumados com a rotina das sess es praticavam junto com os novatos As partidas organizadas pelo professor seguiam a l gica da homogeneidade das equipes mas tamb m quando se aproximava alguma competi o o professor procedia a uma sele o de alunos que jogavam mais juntos para ganhar ritmo de jogo O crit rio de sele o para a participa o nos jogos envolvia o compromisso com o projeto levando se em conta a assiduidade e a qualidade da participa o a assiduidade nas aulas bom comportamento nas aulas a idade dos alunos e a habilidade no respectivo desporto A rela o dos alunos selecionad
422. stagem de escolas da SEME PMV onde tentavam pela escola identificar os professores que l atuavam para ent o realizar a indica o Ambos os Informantes sentiram certa dificuldade em recomendar as escolas devido transfer ncia entre escolas de alguns professores n o tendo nenhuma escola sido indicada pelo tipo de inser o da EF Nas duas entrevistas tamb m foi necess rio informar que n o havia interesse nas op es te rico metodol gicas dos professores que l atuavam como crit rio de sele o Somando as sugest es de ambos os Informantes obtive um total de vinte e duas indica es de escolas nove das quais foram determinadas por ambos os Informantes A princ pio o n mero de indica es se mostrou elevado em rela o s minhas expectativas por m nem todas as realidades mencionadas foram apresentadas de forma enf tica ou ilustradas com relatos de acontecimentos que de certa forma justificassem a recomenda o Algumas situa es por exemplo foram lembradas de imediato pelo Informante 1 mas num determinado momento da entrevista esse lan ou m o da rela o contendo o nome das escolas e lembrando se dos professores que atuavam nelas indicava as ou n o J o Informante 2 durante todo o per odo de indica o fez uso dessa listagem 37 Mesmo que um professor tenha sido lembrado pelos Informantes por realizar um bom trabalho esses n o indicaram a escola em que trabalhava esse bom professor
423. stigo na fila no retorno do recreio Ap s o momento que pude registrar a coordenadora se sentou enquanto os alunos quietos esperavam o desfecho do momento Uma funcion ria de limpeza da escola que todas as manh s limpava o p tio coberto ainda teve tempo de fazer uma piada com os alunos sobre essa situa o Nos deslocamentos dos alunos pela escola nos hor rios de aulas a organiza o da escola exigia que houvesse a forma o de filas separadas por g nero idade e ordem crescente de altura Cada turma sa a para as salas quando seus professores se colocavam frente das filas A exposi o das caracter sticas dessa escola n o explica de maneira cabal o clima de tens o que presenciei em alguns momentos nessa escola Quando citadas assim podem indicar que um regime de conflito pairava durante todos os dias e por todo o tempo na escola Ao contr rio percebi esses momentos como sutilezas da vida cotidiana dessa escola pois assim como a piada feita pela funcion ria da escola foi um detalhe no todo que se percebia o castigo que os alunos sofreram n o passou de uma situa o comum que n o chamou a aten o de ningu m que vive ali todos os dias Essa compreens o pode ser complementada com a manifesta o das boas rela es que tamb m foram percebidas entre alunos coordenadoras e professores Abra os beijos conversas brincadeiras a es de pessoas que est o num mesmo espa o unidas por l gicas muitas vezes c
424. stionam sem haver uma consci ncia muito clara do tipo de diversifica o nem do que que est a ser posto em quest o Esse autor aborda esse tema como uma possibilidade que pode ocorrer em diversos momentos da carreira de um professor ocorrendo depois de um momento de diversifica o em que ele arrisca inova es Em momentos de estabiliza o o professor estabelece uma maneira de se relacionar com a escola com o componente curricular com o qual lida e com os alunos gerando uma rotina que dependendo das caracter sticas do contexto pode provocar inc modos ao 231 professor Nesse sentido as altera es de contexto mudan a do quadro da escola altera o do quadro social mais amplo entre outros fatores podem sugerir a compreens o da entrada dos professores nesse momento Huberban por fim declara que essa fase caracter stica da avalia o do professor sobre o que ele fez durante sua vida diante dos objetivos e ideais do in cio de sua carreira resultando na necessidade de uma an lise sobre a perspectiva de continuar o mesmo percurso ou de se aventurar na incerteza e inseguran a de outro percurso 4 3 Descri o da EMEF 2 Estabeleci o primeiro contato com a escola dia 12 de mar o de 2007 numa segunda feira pelo telefone Falei com uma das pedagogas Fui cordialmente atendido por ela mas por conta de uma avalia o pela qual a escola estava passando segundo uma ordem da SEME PMV elas n o pod
425. sua evolu o Esses elementos identificam caracter sticas e a es que culminam na produ o de um tipo de cultura situam elementos que sinalizam ind cios de facetas da cultura que produzida na escola e da maneira como essa cultura interfere na vida social para al m dos muros escolares Os movimentos do cotidiano escolhas e formas de fazer dos sujeitos escolares principalmente dos professores J e M se relacionam aos outros elementos por 13 As contribui es de Andr 2000 precisam tamb m ser citadas pois acenam para a necessidade de remontar percursos m ltiplos estabelecidos na escola com a finalidade de apreender melhor a complexa vida contida nela 35 circunscrever as a es e os sentidos atribu dos a elas ao passo que eram realizados esfor os para resgatar a trajet ria da EF Tudo isso fez parte de uma busca por produzir uma compreens o complexa resgatando elementos hist ricos n o registrados dotando os olhares de condi es para resgatar tra os das a es dos sujeitos que mesmo debaixo de determina es contribu ram com suas formas de fazer com o que lhes era atribu do auxiliando a produ o de um aspecto da cultura escolar Nesse sentido o segundo deslocamento pode ser compreendido como uma especializa o do primeiro um aprimoramento pois n o retiro o foco da pr tica dos professores J e M Com isso passei a me orientar segundo o interesse de como a EF tem sido inserida por meio da p
426. t ria de forma o dos professores com as experi ncias ulteriores com a trajet ria deles nas escolas com os significados e fun es da EF que foram sendo constru das em suas pr ticas O outro direciona a es pedag gicas a organiza o das aulas do que concretizado nas escolas no encaminhamento das atividades N o surpreendentemente as respostas do Professor J fixaram um importante elo entre seus objetivos e os problemas que ele teve que enfrentar na escola assim 170 como revelaram seus interesses que apontam para a forma aderente s expectativas da escola como tenho sugerido acerca da inser o da EF na EMEF 1 O Professor J indicou tr s objetivos Objetivos pessoais motiva es e buscar maior n mero de alunos participantes nas atividades e trabalhar em conjunto com os outros professores e com as pedagogas utilizando o gosto que os alunos t m pelo esporte motivando os alunos que est o apresentando certas dificuldades e divulgar o esporte nas comunidades que a escola atende e oportunizar aos alunos que t m certas habilidades desenvolverem se nas atividades propostas Objetivos pedag gicos e estabelecer condi es para resolver quest es acerca da indisciplina marcando combinados com os alunos e criando um clima favor vel para o acontecimento da aula e trabalhar com o gesto esportivo por ser um elemento do gosto dos alunos e por ser um conhecimento de alto valor social que possibilita aos
427. ta no entanto para o cuidado sobre o ass dio irrestrito cultura popular Antes diz ser necess rio voltar se para a prolifera o disseminada de cria es an nimas e perec veis que irrompem com vivacidade e n o se capitalizam Assim preciso interessar se n o pelos produtos culturais oferecidos no mercado dos bens mas pelas opera es dos seus usu rios CERTEAU 2000 p 13 Em suma o autor se interessa em compreender de que maneira os usu rios lidam com a produ o cultural que est nas formas de fazer dos sujeitos Em Certeau enfatizada 2000 p 16 17 70 a cultura comum e cotidiana enquanto apropria o ou reapropria o Ficam portanto definido um campo de objetos uma linha de pesquisa uma tarefa te rica Trata se de esbo ar uma teoria das pr ticas cotidianas para extrair do seu ru do as maneiras de fazer que majoritariamente na vida social n o aparecem muitas vezes sen o a t tulo de resist ncia ou de in rcias em rela o ao desenvolvimento da produ o s cio cultural grifos meus O autor n o se interessa portanto apenas em constatar a resist ncia mas em afirmar que a forma como se resiste domina o plena se constitui em uma forma espec fica de praticar uma forma mais aut noma de praticar permitindo a perman ncia de costumes tradi es e de certa maneira de cria o n o apenas de formas de fazer com as determina es exter
428. ta da atividade de voleibol Algumas turmas apresentavam grande interesse no desenvolvimento dessas atividades O grupo de alunas da 7 s rie por exemplo tinha uma forte prefer ncia pela organiza o de partidas de futebol pela participa o de algumas delas num torneio organizado pelo Professor J em que algumas alunas dessa turma se destacaram Nessas atividades as regras eram bem pr ximas das que eram trabalhadas nas aulas de EF pelo professor mas sofriam as adapta es necess rias em princ pio por ocorrerem num espa o alternativo ao que era mais privilegiado a quadra coberta mas tamb m pelo tipo de atividade que era organizada pelos alunos 199 Todos esses elementos que descrevi at aqui partem do tipo de rela o do Professor J com um tipo de conhecimento que elegeu para trabalhar para orientar o seu trabalho Acredito que uma interpreta o compreensiva sobre o trabalho de qualquer professor passe necessariamente pela identifica o dessa rela o pois isso determina fortemente a fun o social que cumpre o componente curricular que organiza na escola Ao fazer a apresenta o da pesquisa para o professor e ao afirmar que a pr tica dele foi citada pelo trabalho que ele desenvolve por meio de um trato com o esporte ele disse que trabalha mesmo com uma concep o de esporte com o esporte como meio do ensino Por interm dio do esporte que planejou trabalhar nos trimestres ele faz as sele es das atividades e
429. tada por ter passado por uma fase de questionamentos e experi ncias O Professor J passa atualmente por uma situa o mais questionadora em rela o fun o da EF na escola muito embora n o tenha um ambiente prop cio para experimentar formas diferenciadas de vivenciar esse componente curricular As situa es problem ticas advindas da rela o professor aluno bem como as caracter sticas da escola em que est inserido considerando principalmente a cultura de EF que tem sido sustentada apresentam fortes impedimentos para que ele se sinta mais vontade para se arriscar na tentativa de uma valoriza o outra para a EF na escola A organiza o da EF voltada para o trato com o conte do esporte por muito tempo orientou o trabalho desse professor e provavelmente continuar sendo o tema principal de seu trabalho Esse o conte do que fornece ao Professor J maiores n veis de seguran a Por essa raz o buscar outra posi o para a EF na escola requer desse professor uma rela o diferente com os conhecimentos de que trata a EF Entendo esse processo como algo que imponha certa inseguran a a ele por isso ele tem buscado a valoriza o da EF ao tratar outros elementos como a tem tica da defici ncia visual e a aplica o de provas abordando conhecimentos conceituais semelhantemente aos componentes curriculares heur sticos Acredito que seria mais indicado a ele seguir o discurso que tem feito valorizando a EF por trata
430. tamb m acaba trabalhando outros elementos como a conduta dos alunos e o interesse desses pelo esporte Ele de fato trabalha com o esporte como uma escolha poss vel dentre as demais que poderia fazer como professor de EF o que lhe permite algumas possibilidades pedag gicas que apresentam a ele certo n mero de encargos para que consiga alcan ar seus objetivos mas tamb m algumas limita es como veremos mais adiante Direcionei algumas conversas com o Professor J para identificar seu envolvimento com experi ncias anteriores a sua entrada na EMEF 1 como experi ncias com o fen meno esportivo seu hist rico como atleta o peso das influ ncias da forma o inicial ou seja as experi ncias que antecederam sua entrada nessa escola buscando assim estabelecer uma linha de compreens o a respeito das escolhas que ele fez ao se deparar com as caracter sticas peculiares da EMEF 1 Avaliando as suas experi ncias mencionou que fora m sico profissional o que em seu entendimento representou uma forte motiva o para escolher entrar numa universidade pois sua renda com essa profiss o era prec ria Segundo ele esse conhecimento da m sica j foi por ele bastante explorado nas aulas mas de certa forma ele n o o tem mais explorado como fizera antes Juntamente com a experi ncia com crian as e adolescentes em situa o de risco social ele informou que essas duas experi ncias s o as que ele considera as mais significativas para
431. tas as intera es estabelecidas entre professores e alunos nas aulas Abordar o componente curricular EF inserido na escola por meio das pr ticas de seus professores segundo um olhar compreensivo e org nico sobre as intera es nas aulas representa um enfoque sobre a organiza o desse componente curricular como consequ ncias n o lineares de escolhas e determina es que resultam na produ o de um tipo de cultura de EF Um curr culo estratificado em sub reas epistemol gicas onde cada um dos componentes curriculares possui um lugar epistemol gico VEIGA NETO 2002 criando nas pr ticas escolares na l gica de utiliza o dos espa os escolares dos materiais escolares dispondo os sujeitos escolares em situa es de encontros marcadamente diferentes segundo os tempos escolares FARIA FILHO 2002 VAGO 2003 Os tempos regulamentados pela grade curricular proporcionam aos componentes curriculares suas espacializa es Nesse sentido cada pr tica vivida nas aulas de EF proporciona aos sujeitos escolares imediatamente envolvidos certa experi ncia certa produ o a cria o de uma cultura de EF Por essa raz o insisto em dizer que o lugar epistemol gico da EF faz diluir as estruturas escolares que em outros momentos disciplinam os sujeitos escolares de formas diferentes N o quero dizer com isso que as pr ticas escolares de EF s o boas apenas por serem diferentes Mas pude observar que esse componente curri
432. te dos demais componentes que a formam Nos ltimos contatos que tive com o Professor J percebi que ele estava inquieto para expor umas experi ncias que teve com os alunos ao explorar elementos diferenciados nas aulas de EF Ele se referia explora o de elementos que extravasavam os conte dos esportivos que ele geralmente trabalhava em suas aulas Uma das experi ncias que o professor teve diz respeito ao desenvolvimento de um projeto que explorava a tem tica da defici ncia visual que de certa forma tem sido um tema importante para essa escola pela exist ncia dessa demanda na EMEF 1 A outra experi ncia ocorreu com a chegada da mostra cultural da escola quando o professor sugeriu que as turmas fizessem grupos e que escolhessem temas posteriormente esses trabalhos seriam expostos na mostra cultural Acredito que parte dessa movimenta o do Professor J est na necessidade de mostrar para a escola que ele nas aulas de EF tamb m pode explorar temas variados para al m do esporte Esses elementos surgiram em algumas falas desse professor e o registro cuidadoso que ele fez sinaliza tamb m essa inten o 226 Esses dois eventos n o foram observados diretamente por mim pois estava realizando observa es na EMEF 2 Por m em duas oportunidades o Professor J fez quest o de frisar esses trabalhos que desenvolveu e na primeira oportunidade que tivemos ele exp s para mim todos os registros que havia feito Sobre o t
433. te no curr culo Para chegar a essa quest o trabalharei com as l gicas de Veiga Neto 2002 principalmente e de Silva 2000 identificando em que condi es se pode destacar um componente curricular no todo que o curr culo este artefato pedag gico da modernidade representa salientando as marcas deixadas pelo seu desenvolvimento por professores e alunos na utiliza o de espa os e tempos escolares J as id ias de Faria Filho 2002 e Vago 2003 auxiliaram na compreens o dos elementos que comp em a escola em termos de lugares espa os pr ticas materiais sujeitos que concatenados possibilitam a identifica o de uma cultura produzida na escola e que em rela o discuss o dos componentes curriculares fornecem subs dios para que se perceba como a EF produz uma parcela dessa cultura na escola sua fulcral colabora o para a efetiva o de um projeto de ensino da escola Veiga Neto 2002 faz uma rica an lise referente s ntimas rela es do advento do curr culo com o projeto da Modernidade tendo na escola a principal maneira de dissemina o das formas de pensamento que o fundamentaram Com isso intenta fazer uma descri o explicativa da forma como o conhecimento passou a ser preferencialmente concebido de forma estratificada criando no interior da escola um disputado terreno mais ou menos bem demarcado onde diferentes conte dos culturais transitam Segundo Veiga Neto 2002 o pensamento pedag
434. te para cada pr tica as t cnicas de levantamento das informa es foram desenvolvidas segundo crit rios pass veis de serem obedecidos em ambas as situa es para que as informa es obtidas pudessem ser relacionadas a fim de que indicassem poss veis respostas em rela o ao objeto Mas segundo as peculiaridades de cada caso minha rela o com as escolas se efetivou de forma desigual avan ando desigualmente em postos distintos em ambas as escolas Compreendo a EF como componente curricular singular por conta da forma como se desencadeia o processo de sua inser o na escola manifestado pelas interven es de seus professores num espa o tempo em que medeiam rela es espec ficas e como lida com conhecimentos espec ficos no interior da escola Por isso as perguntas informativas que se seguem situam a pr tica dos professores desse componente curricular e a aula como espa o tempo onde quando que materializadas possibilitam a compreens o da inser o da EF bem como da fun o da EF nos curr culos das escolas Antes de tudo imperioso afirmar a rela o imbricada que esses fatores guardam entre si de maneira que n o devem ser entendidos de forma estanque Como a EF tem sido inserida por meio da pr tica de dois professores tomando o que concretizado nas aulas desse componente curricular Que fun o a EF tem desempenhado no curr culo das EMEFs 1 e 2 o Como suas aulas t m marcado o cotidiano e
435. tema as decis es n o se produzem linearmente concatenadas obedecendo a uma suposta diretriz nem s o frutos de uma coer ncia ou express o de uma mesma racionalidade N o s o estratos de decis o dependentes umas de outras em estrita rela o hier rquica ou de determina o mec nica e com l cida coer ncia para com determinados fins Os n veis nos quais se decide e configura o curr culo n o guardam depend ncias estritas uns com os outros S o inst ncias que atuam convergentemente na defini o da pr tica pedag gica com poder distinto e atrav s de mecanismos peculiares em cada caso Em geral representam for as dispersas e at contradit rias que criam um campo de conflito natural como em qualquer outra realidade social abrindo assim perspectivas de mudan a nas pr prias contradi es que apresentam op es alternativas situa es frente s quais toma partido etc De alguma forma cada um dos subsistemas que interv m na determina o do curr culo real tem algum grau de autonomia funcional embora rela es de determina o rec proca ou hier rquica com outras SACRISTAN 2000 p 101 102 30 Cada subsistema cria uma realidade curricular independente e concorrente com a definida pela administra o porque desenvolve seu espa o de autonomia pr prio Por mais que n o se fale em independ ncia plena ou autonomia plena os espa os de autonomia por onde transita cada subsistema possibilitam a elabora
436. teressando tanto o que expectam os professores ao estabelecer seus objetivos como tamb m as motiva es que os levaram at tais objetivos Encontram se dentre v rios elementos as prefer ncias epistemol gicas dos professores suas experi ncias passadas o n vel de rela o com os alunos e os demais sujeitos escolares e e e os elementos contingenciais que exigem dos professores uma adapta o ao quadro geral em que est o inseridos tendo que lidar com elementos atualizados que s o apresentados pela m dia as exig ncias advindas da administra o mudan a de foco pol tico novas tecnologias e altera es no quadro social mais amplo A busca por compreender a inser o da EF nas escolas citadas orientada pela l gica da cria o no interior do curr culo de culturas de EF possibilitou a identifica o de diferentes formas de inser o e segundo as l gicas internas da pr tica do Professor J a cria o de uma cultura integrativa da EF com a escola e segundo as l gicas da pr tica do Professor M a cria o de uma cultura n o prevista O presente cap tulo foi organizado da seguinte maneira discuss o das influ ncias da SEME PMV sobre a EF caracteriza o da EMEF 1 caracteriza o da pr tica do 134 Professor J identificando como a EF inserida em sua escola caracteriza o da EMEF 2 a pr tica do Professor M e a inser o da EF em sua escola e a discuss o entre os processos de inser o e as
437. ticas desses professores buscando compreender como essas decis es influenciaram influenciam as respectivas inser es da EF 74 3 CAMINHOS TRILHADOS CAMINHOS PERCORRIDOS O m todo n o a garantia da apreens o dos factos da vida nas grelhas com que o investigador os pretende ler e interpretar mas o roteiro que reconduz certeza da possibilidade de um caminho nessa busca no meio da incerteza e da ambiglidade SARMENTO 2008 p 154 Neste cap tulo tratarei das quest es dos planejamentos metodol gicos da pesquisa e de sua execu o junto aos professores J e M Importante frisar que esta pesquisa como est impl cito em todo o texto foi sendo formada ao longo do contato com a pr tica dos dois professores para que fosse poss vel uma melhor aproxima o das caracter sticas peculiares que essas pr ticas sinalizavam Nesse sentido por mais que trate o relato da minha entrada e perman ncia nas escolas em certos momentos de forma separada do planejamento dessa entrada e dos movimentos que iria fazer dentro do campo de pesquisa essas duas fases ocorreram na maior parte do tempo em concomit ncia implicando uma na outra sempre seguindo a primazia da melhor aproxima o da escola Compartilho aqui o relato dessa entrada e perman ncia bem como algumas d vidas e especula es que auxiliaram a dire o das escolhas e o contato e compreens o das pr ticas dos professores A palavra percurso curiosamente
438. titudes habilidades e valores por parte dos alunos a considera o e o respeito s diversidades dos alunos necessidades educativas especiais etnias g neros habilidades classes sociais etc VIT RIA Diretrizes curriculares para o Ensino Fundamental Educa o F sica 2004 O desenvolvimento dessas responsabilidades e dessa fun o social da EF expressa nesses documentos est situado numa posi o epistemol gica que circunscreve os conte dos culturais que esse componente mobiliza nas escolas segundo as diversas possibilidades pedag gicas e interfaces entre os eixos conhecimento do corpo rela es e intera es sociais viv ncia constru o de manifesta es r tmicas culturais e express es corporais viv ncia constru o de jogos em diferentes situa es podendo e devendo um mesmo conte do ser trabalhado sob diferentes perspectivas tem ticas e com diferentes objetivos Sendo assim a perspectiva epistemol gica e o trabalho metodol gico envolve as atividades corporais culturais tematizadas nas aulas de Educa o F sica pensadas no sentido da supera o das normatiza es e padroniza es vividas pelos alunos no contexto escolar e n o escolar Assim enfatizado que A Educa o F sica como componente curricular pode assumir as diversas atividades corporais culturais jogos dan as gin sticas dramatiza es e outras como objeto de ensino bem como pens las a partir das variadas possibil
439. tivo dos significados que as aulas e os conte dos trabalhados tiveram para os alunos por meio da execu o do projeto de elabora o dos livros em que outros profissionais da escola foram envolvidos Uma avalia o positiva dessa organiza o foi feita pelo pr prio professor quando discorria sobre o primeiro tema das atividades embalar balan ar etc Esses conte dos foram trabalhados nos dois primeiros meses do ano letivo e durante esse per odo nenhuma atividade com bola foi desenvolvida Isso n o representava grande problema para os alunos pois eles j estavam cientes de que outras atividades seriam vivenciadas nos demais m dulos 256 A avalia o desse processo relativa elabora o dos livros diz respeito ao projeto encaminhado pelo professor Ele afirmou que esse um desejo antigo dele pois representa uma forma de registro do que fora produzido e vivenciado nas aulas de EF durante o ano Como uma mostra cultural e cient fica est no calend rio estipulado pela SEME PMV nessa escola organizada em setembro de 2007 esse projeto comporia o stand do componente EF com a exposi o para a comunidade escolar do que os alunos fizeram e como eles significaram essas experi ncias O projeto fora organizado da seguinte forma desenvolvimento de uma unidade de conte dos viv ncia pelos alunos das atividades nas aulas de EF momento para o desenvolvimento de express o art stica na forma de desenho dos alun
440. to compreens o que expusesse limites e que superasse o mero trabalho com os conte dos Essa posi o dos outros professores resultou num desgaste entre alunos e EF refor ando de certa forma a cultura da viol ncia do conflito Essas informa es foram fundamentais para auxiliar na compreens o da cultura de EF que o Professor J herdou j que ele n o foi membro fundador da escola mas teve seu ingresso poucos anos depois da inaugura o da escola Essa heran a juntamente com outros pontos foi determinante para o estabelecimento da rela o entre esse professor os alunos os demais agentes escolares tendo como ponto de converg ncia o fen meno esportivo por meio da qual se estabeleceu um tipo espec fico de inser o da EF na escola Um dos elementos muito valorizados pelo Professor J que auxiliou seu trabalho na EMEF 1 diz respeito experi ncia anterior sua entrada nessa escola quando trabalhou num projeto da assist ncia social de Prefeitura de Vit ria o Projeto Cidad o Crian a que atendia s crian as que moravam na rua e a menores infratores Com essa experi ncia ele aprendeu a n o reclamar dos alunos pois quando se trabalha com a escola aberta sem discrimina o da situa o dos alunos com meninos que n o t m organiza o de tempo nenhum faz com que exija do professor paci ncia pedag gica Suas atividades nesse projeto estavam ligadas ao planejamento organiza o e
441. to que remete ao movimento e s rela es interpessoais que garantiria EF maiores possibilidades de valoriza o Se essa valoriza o ainda n o se manifestou na escola acredito que isso se deva mais dificuldade de inser o da EF na institui o escolar de uma forma geral o que extrapolaria a responsabilidade desse professor conveniente relembrar o inc modo que o corpo imp e escola BRACHT 1999 o qual muitas vezes se pode aproximar do inc modo que a EF imp e escola quando da sua inser o inc modo esse que o Professor J assumiu ser sua responsabilidade driblar A preocupa o de integrar a EF ao ritmo da escola rivaliza nos cuidados e na l gica com a qual opera o Professor J com as caracter sticas pr prias desse componente curricular identificadas por ele como importantes para a escola como fatores de contribui o para a escola no que diz respeito ao trato com um tipo de conhecimento relacional e no fazer que ele pressup e O cuidado que tem sido tomado remete manuten o de uma ordem no dia a dia da escola que considera como atividades mais importantes aquelas que ocorrem no interior das salas de aula organizadas por outros componentes curriculares Nessa l gica o professor precisa controlar os n veis de interfer ncia da EF na escola evitando situa es constrangedoras Sendo assim a a o integradora da EF na escola nessa situa o tem passado pela maneira como ela organizada no
442. tra o via Coordena o de Desporto Escolar em algumas realidades escolares por meio de um tipo de organiza o da EF geraram d vidas e especula es Por essa raz o as indica es que foram feitas proporcionaram certos receios quanto personifica o das indica es que podem ser entendidas como personifica o da inser o da EF nas escolas Ao centralizar as pr ticas dos professores de EF tornam se cada vez mais relevantes os fatores escolhas e motiva es dos professores para a interpreta o de como tem se dado a inser o da EF nos contextos escolares Um dos primeiros elementos que enfrentei como cuidado a ser tomado diz respeito as motiva es dos professores O quadro que se apresentava era este duas diferentes inser es da EF em escolas diferentes orientadas por formas de trabalho distintas O problema que me deixou em alerta estava na possibilidade de escolher duas situa es em que potencialmente os professores tomavam suas atitudes motivados por quest es pouco nobres remetendo proje o evid ncia do professor o que n o representaria uma a o comprometida com a inser o da EF na escola Esses diferentes posicionamentos e as possibilidades de pr ticas pedag gicas decorrentes desses posicionamentos expressam razoavelmente bem meus receios antes de assumir definitivamente esse deslocamento Por isso antes do contato com o campo de pesquisa evitava falar dos professores mas ao me 111
443. tra ados a estrutura de organiza o das aulas deveria ser questionada levando se em conta o teor das atividades nos diferentes espa os Para isso um aproveitamento melhor das aulas no espa o alternativo seria fundamental A quest o principal seria criar uma organiza o que possibilitasse a supera o da id ia de espa o alternativo pois essa altern ncia existe justamente por n o ocorrerem nesse espa o as a es principais as mais caracter sticas da EF tal como tem sido organizada por mais que seja uma quest o de fundamento da maneira como a EF tem sido inserida nessa escola o conhecimento que a EF mobiliza na escola poderia ser mais ampliado atingindo de maneira mais eficaz um maior n mero de turmas alunos buscando aproveitar melhor a criatividade dos alunos Isso seria poss vel com a amplia o da concep o de esporte para al m da express o oficial Essa uma quest o de fundamento para a EF dessa escola pois isso resultaria em condi es mais favor veis para a cria o de pr ticas mais abrangentes valorizando a experi ncia de vida dos alunos e as possibilidades de cria o fruto dos encontros entre os alunos nas atividades apresentadas Isso implicaria a organiza o do conhecimento pois nessa concep o o esporte institucionalizado seria uma forma de praticar esporte e a hist ria de institucionaliza o n o seria ent o apresentada como eventos lineares como mero desenvolvimento Essas expre
444. trabalho como bom sendo professores tomados como competentes para o que se propuseram seja para suas promo es pessoais ficando em evid ncia H que se compreender que num jogo simples entre duas escolas recaem press es que extravasam de seus limites juntamente com os alunos entram em campo muitas outras situa es para al m dos interesses dos pr prios alunos e do direito dos alunos de acesso ao esporte Nesse exemplo quis expor uma situa o ao mesmo tempo d bia e reveladora da fala do Professor J Minha inten o ilustrar que s o necess rios cuidados ao assumir o deslocamento para a pr tica dos professores sendo as quest es de motiva o desses sujeitos permeadas de variados significados de maneira que n o se pode acreditar que para cada situa o observada quest o levantada ou que em cada rela o que esses sujeitos estabelecem haja um tipo de racioc nio l gico linear capaz de explicar de forma conclusiva essa situa o Apelar para as quest es disposi es mais subjetivas dos professores requer certos cuidados e hesita o nas afirma es Essa ambiguidade por m faz parte desse processo E no momento relatado foi fundamental perceber que lidar com as vidas das escolas exigiria o enfrentamento de contradi es bem como exigiria de mim nos momentos de interpreta o a sensibilidade para compreender a l gica com que operam os autores de suas a es Se por um lado o Professor J se destacav
445. trabalho desenvolvido na quadra coberta mais valorizado por professores e alunos 184 Faz se necess rio expor a forma como percebi a estrutura das aulas e as intera es estabelecidas nesses espa os tempos destacando diferen as e as caracter sticas pr prias dessas aulas Fazer uso da possibilidade de construir padr es que ilustrem um elemento vivo como uma aula n o indica que quero simplificar as rela es ali estabelecidas tampouco desconsiderar as varia es poss veis no enfrentamento de problemas mas exemplificar de forma mais ampla a estrutura das aulas considerando a forma de organiza o e as interven es do professor referentes explica o e manuten o dessa organiza o Levando em considera o essa l gica tenho percebido a organiza o estrutura das aulas deste modo 1 o Professor J vai sala 2 espera ou n o a aten o dos alunos para dar algum tipo de informe quando n o espera n o d informes e conduz os alunos para fora 3 conduz os alunos em filas para o local onde ser o desenvolvidas as atividades 4 quando chega ao local da aula se n o deu informa es a respeito das atividades faz isso nesse momento informando na maior parte das vezes sobre as intera es que ele espera que os alunos fa am entre si e com os materiais nas atividades e nos espa os 5 ao t rmino da aula apita ou chama os alunos recolhe os materiais e conduz os alunos para a sala de aula 6 em c
446. tua es Identifico o pesquisador como sendo uma das mais importantes vari veis dessas 18 possibilidades que traz baila ao desenvolver um trabalho como este suas subjetividades seus desejos e escolhas suas concep es sobre a fun o social da EF suas experi ncias em escolas suas limita es e momento te ricos o grupo onde encontra interlocutores entre outros tantos Encaro como j afirmei o objeto de partida n o como um fato acabado do contr rio n o admitiria a interfer ncia dos fatores emp ricos para as subsequentes adequa es mas como um ponto de partida um estado inacabado um momento limitado precisamente pelas quest es que me cercavam naquele momento Sendo assim na ocasi o de entrada no campo j vislumbrava que eram v rios os fatores culminantes num tipo de contribui o da EF numa escola revelando a expectativa de que fossem encontradas diferentes Educa es F sicas em diferentes escolas o que faz com que esse componente apresentasse delineamentos espec ficos caracter sticas poss veis segundo as m ltiplas vari veis onde se pratica a EF Nesse sentido trabalhava com a id ia de que o objeto dizia respeito aos processos e rela es de estrutura o da forma como se insere a EF na escola buscando identificar quais as contribui es desse componente compreendendo em que condi es se concretiza um projeto educacional que considera a EF como um de seus componentes constitutivos
447. tuais projetos dessas escolas j que os dois documentos apresentam uma forte aproxima o em rela o composi o tratando de quest es como objetivos hist rico da comunidade caracteriza o da escola caracteriza o dos sujeitos escolares diagn stico da realidade escolar e alguns pressupostos te ricos Essa dita falta de acompanhamento do no desenvolvimento curricular pressup e um estranhamento do que ocorre de fato na escola e do que se pretende nos documentos oficiais Por mais que esses documentos se mostrem democr ticos e abertos o tipo de pol tica curricular descontinuada interrompida seja pela altera o 143 da administra o em situa o de poder seja pelo ass dio s novas tecnologias educacionais culmina na falta de norteamento curricular na dificuldade da continuidade e do avan o perante os problemas e quest es curriculares que afetam as escolas Isso promove um reflexo nas escolas mas tamb m conseq ncia das pr ticas escolares quando as discuss es curriculares como foi mencionado n o abordam a sele o e o trato com os conte dos culturais seja pela compreens o de que esses conte dos j est o selecionados cristalizados pela tradi o e a pol tica editorial como denuncia Sacrist n alimenta essa rela o seja por ser uma quest o a que os professores n o acreditam que devam responder por crerem que s o quest es que devem ser respondidas em outros espa os
448. tura te rica que possibilitou a organiza o desta pesquisa situando minha op o por enfrentar a quest o por meio da discuss o do curr culo em a o de Sacrist n 2000 tendo como ponto de converg ncia entre as vertentes cultura escolar e cotidiano a necessidade de compreender as a es dos sujeitos escolares em suas condi es situadas onde se encontram tendo como um dos componentes de organiza o desses encontros sociais a EF O terceiro cap tulo Caminhos trilhados caminhos percorridos como sugere foi o espa o onde expus a proje o das etapas da pesquisa e a minha aproxima o das escolas o que exigiu certa sensibilidade e a necessidade de tomar algumas decis es para que pudesse adaptar a pesquisa ao que vinha sendo observado nas escolas Nesse espa o exponho tamb m os crit rios de escolha das pr ticas dos Professores J e M bem como das t cnicas de levantamento das informa es No quarto e ltimo cap tulo As inser es da EF fa o a exposi o das pr ticas dos Professores J e M Inicio por uma an lise por meio de documentos oficiais do lugar da EF no discurso oficial da Secretaria Municipal de Educa o da Prefeitura Municipal de Vit ria SEME PMV buscando compreender as expectativas e a fun o que tem sido atribu da a esse componente curricular Posteriormente apresento o contexto em que a EF tem sido inserida pela pr tica do Professor J a 16 EMEF 1 e num outro t
449. ualizado por ela SACRISTAN 2000 p 15 16 Nesse sentido o curr culo a ponte entre a teoria e a a o o curr culo um elemento configurador da pr tica ao mesmo tempo em que alimentado por ela A teoria curricular de Sacrist n prop e a supera o de uma id ia est tica de curr culo documento oficial em favor de uma concep o de curr culo real 1995 identificado nas pr ticas educacionais e identificando essas pr ticas Nisso ele acompanhado de outros autores como Alves 2002 curr culo do cotidiano Oliveira 2003 curr culo praticado Ferra o 2004 curr culo realizado Essas concep es 57 foram constru das com base no que ocorre no ch o da escola s o fruto da trajet ria da rea do curr culo com ntimas rela es com as proposi es da Nova Sociologia da Educa o Buscam a supera o do curr culo no sentido estrito de norma como se fosse a por o te rica do trabalho escolar que pouco ou nada tem a ver com o que ocorre nas aulas a n o ser pelas formata es concretas que marcam o dia a dia escolar Goodson 1995 citando BARROW 1984 afirma ser imposs vel separar a id ia do curr culo de conte do a ser apresentado e completa O v nculo entre curr culo e prescri o foi forjado desde muito cedo e com o passar do tempo sobreviveu e fortaleceu se Em parte o fortalecimento deste v nculo deveu se ao emergir de padr es sequenciais de aprendizado para definir
450. ue me apresentou outras produ es cient ficas baseadas num outro tipo de rela o com o conhecimento e com a produ o de conhecimento Fui inserido em discuss es que buscavam compreender a fun o da EF na escola baseada no tipo e na maneira como aborda os 13 conhecimentos de que trata na escola De maneira assistem tica pude iniciar a produ o de quest es e d vidas que se manifestavam como inquieta es diante das dificuldades que sentia como professor de EF em escolas do Ensino Fundamental Nesse movimento iniciei uma discuss o com outros professores que como eu ainda passavam pela forma o inicial num grupo denominado N s da escola Nessas reuni es debat amos nossas teoriza es e as complica es de nossas pr ticas pedag gicas inerentes ao ensino da EF precisamente por conta dessa contradi o criada pelo curr culo de forma o profissional pelo qual passei que a quest o principal deste trabalho foi gerada pois debatia me muito com as quest es sobre o distanciamento entre os projetos que foram elaborados para a EF na escola e na sociedade como um todo e os problemas que enfrentava em minha pr tica como professor O elemento principal que me motivava como professor com todas as dificuldades que enfrentava e com o dever de pensar sobre aquilo que ensinava aos meus alunos era a id ia de que independentemente de serem elaboradas fun es diferenciadas para a EF na escola pelos centros cient
451. ue possibilitou a participa o do aluno que via mais sentido e ou tinha mais inclina o para aquela atividade em rela o ao t o aclamado futsal As concep es do Professor M e a trajet ria de forma o do contexto em que ele atua resultaram numa estrutura o da EF fortemente ligada interven o dos alunos como um espa o tempo de valoriza o da criatividade fundamentado numa l gica pol tica e pedag gica que situa uma leitura da sociedade No entanto nem todas as decis es e as pr ticas desse professor t m sempre refor ado esse ideal Do mesmo modo assim como as trajet rias interferem na cria o da cultura de EF na EMEF 2 por interm dio das pr ticas vivenciadas nas aulas algumas contradi es e incongru ncias tamb m marcaram esses espa os tempos seja por alguma aus ncia seja por alguma pr tica coercitiva ou intolerante seja pela pr pria organiza o de algumas aulas que apresentam ao aluno em certos momentos a experimenta o desigual dos direitos outrora garantidos pelo Professor M A quest o do registro um elemento de grande import ncia Como disse o professor desenvolveu o h bito de registrar os eventos das aulas numa esp cie de portf lio tanto que ele acredita poder enumerar todas as atividades desenvolvidas pelas turmas em toda a sua trajet ria na escola o que representaria uma forte contribui o para os futuros sujeitos recobraram parte do caminho parte da contribui o da E
452. umanas Porto Alegre Artmed Belo Horizonte Editora UFMG 1999 289 25 26 21 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 LOPES A C Par metros curriculares para o ensino m dio quando a integra o perde seu potencial cr tico LOPES A C MACEDO E ORG Disciplinas e integra o curricular hist ria e pol ticas Rio de Janeiro DP amp A 2002 p 145 176 Conhecimento escolar ci ncia e cotidiano Rio de Janeiro EdUERJ 1999 MACEDO R S A etnopesquisa cr tica e multirefer ncial nas ci ncias humanas e na educa o Salvador EDUFBA 2000 MOLINA NETO Vicente Etnografia uma op o metodol gica para alguns problemas de investiga o no mbito da educa o f sica In TRIVINOS Augusto Nibaldo Silva MOLINA NETO Vicente Org A pesquisa qualitativa na educa o f sica alternativas metodol gicas Porto Alegre Ed Universidade UFRGS Sulina 1999 p 107 140 MONTEIRO A M F C Professores entre saberes e pr ticas Educ Soc online abr 2001 vol 22 no 74 citado 06 Mar o 2006 p 121 142 Dispon vel na World Wide Web lt http www scielo br scielo php script sci arttext amp pid S0101 733020010001000088 amp Ing pt amp nrm iso gt ISSN 0101 7330 MORGADO J C Curr culo e profissionalidade docente Porto Porto Editora 2005 N VOA Ant nio Os professores e as hist rias da sua vida In N VOA Ant nio Org Vidas de professores Porto Porto 199
453. umo a responsabilidade por preferir determinados elementos em detrimento de outros Ao utilizar o termo campo de trabalho pesquisa estarei me referindo a espa os tempos onde quando se encontram sujeitos que desenvolvem diferentes pap is e que podem estar ali devido a interesses diversos sem contar com as in meras rela es que atravessam essas situa es que ligam essas escolas 84 administra o p blica comunidade em que est o inseridas s a es do sindicato dos professores s pol ticas educacionais e a uma s rie de outras for as Todas essas rela es s o assim tratadas para garantir a abertura vida das escolas considerando rea es obedi ncias sele es As escolas trilham por caminhos que dificilmente podem ser previstos N o pode portanto o campo de trabalho pesquisa ser observado em sua totalidade enfatizando se as peculiaridades de cada escola por uma l gica de causa efeito tampouco como fruto de coincid ncias pensando se numa consecu o de fatos de forma linear Assim como afirma Andr 2000 p 37 a investiga o da sala de aula ocorre sempre num contexto permeado por uma multiplicidade de sentidos que por sua vez fazem parte do universo cultural que deve ser estudado pelo pesquisador Nesse sentido o referencial do cotidiano contribui pois sinaliza a import ncia de considerar os sujeitos como consumidores ativos como indiv duos que n o sofrem quietos as determina
454. unos e o Professor J Por meio do esporte tamb m esse professor faz interven es relativas s quest es de sa de obesidade atividade f sica informando aos alunos o valor do esporte como fator promotor de sa de As observa es que o Professor J fez em rela o ao esporte em suas aulas dizem respeito valoriza o que ele d ao esporte devido aos ganhos no mbito da sa de que o esporte promove e devido compreens o de que este um elemento de que todos gostam eu tenho uma preocupa o maior com o objeto gesto esportivo Eu acho ele muito importante um atrativo inerente todo mundo gosta muito do esporte eu uso ele muito nas aulas n o como fim mas como meio Ent o eu tenho essa preocupa o de estar passando isso pra eles de estar seduzindo tamb m para as aulas com a quest o do esporte Posteriormente tratarei da fun o de elo que o esporte desempenha entre EF e a escola explorando como a forma que o Professor J aborda esse elemento determina a maneira como a EF inserida na EMEF 1 sendo este elo estabelecido pela liga o entre EF e projeto de esporte Ante as quest es relacionadas aos objetivos pedag gicos motiva es profissionais para o desenvolvimento do trabalho da EF na escola questionei o Professor J em rela o aos seus objetivos pessoais visando a articular as a es do professor aos seus desejos e compreens es e chegando talvez s por es idealizadas pelo prof
455. v m sendo fundamentais para a inser o da EF na EMEF 1 4 2 1 A INSER O DA EF NA EMEF 1 PELA PR TICA DO PROFESSOR J A CRIA O DE UMA CULTURA INTEGRATIVA O Professor J teve sua pr tica escolhida para ser objeto dessa pesquisa por conta das afirma es feitas pelos Informantes que a situaram como um exemplo bem sucedido de inser o da EF por meio da repercuss o das pr ticas esportivas pelo desenvolvimento de projetos esportivos extracurriculares e pela participa o da escola no JEMVI Muito embora se possa pensar em uma s rie de possibilidades de inser o da EF segundo essa abordagem o elemento que mais me chamou aten o diz respeito fun o da EF no curr culo da EMEF 1 Digo isso pois viver um tempo na escola exercitando a observa o e tomando nota dos elementos peculiares dessa situa o deixou algumas lacunas que remetiam a um tempo passado a informa es passadas s quais s pude ter acesso por meio da fala do Professor J As informa es que se seguem s o fruto ent o das observa es de entrevistas conversas e do contato com documentos referentes pr tica desse professor Se por um lado como venho afirmando os Informantes foram de fundamental import ncia para o estabelecimento do contato com os professores por outro assumir a classifica o deles mesmo de maneira provis ria causou certo desconforto para o Professor J e para mim Essa sensa o pode ser percebida no cuidado que es
456. veram e que de algum modo possam ser material que ajude na compreens o da forma como as aulas s o encaminhadas Com esse nexo busquei acessar informa es n o registradas de imposs vel acesso sem a colabora o dos sujeitos que fizeram que concretizaram pr ticas nas suas escolas Nesse sentido Britto Rodrigues abordando a tem tica da trajet ria dos professores enfatiza a rela o do professor com a escola no desenvolvimento dos conhecimentos docentes destacando as a es cotidianas como importantes fatores para a compreens o mais ampla da trajet ria dos professores nas escolas Da maneira como tenho abordado essa quest o neste trabalho as falas dos professores a partir das entrevistas possibilitaram acesso a facetas dos processos pelos quais cada um passou recuperando aspectos j esquecidos da trajet ria deles da EF na escola e da escola A atua o do professor n o unidirecional visto que ele trabalha em dois sentidos al m de promover a aquisi o de conhecimentos ele tamb m adquire E nesse emaranhado la os s o criados enraizados e permanecem na mem ria das pessoas envolvidas com relev ncia e seletividade variadas por m essas experi ncias fomentam os fazeres cotidianos embora nem sempre de maneira consciente BRITTO RODRIGUES 2007 p 2 Certos elementos da hist ria oral foram utilizados para que esse olhar hist rico sobre as aulas revelasse informa es teis s futuras interpreta es
457. vido a v rios fatores esperam se diferentes tipos de inser o desse componente que por sua vez possibilitam diferentes margens de contribui o participa o no projeto educacional concretizado em cada situa o Ainda nesse sentido compreendendo segundo Veiga Neto 2002 que o curr culo cria condi es para que haja uma demarca o epistemol gica na escola como um reflexo da tend ncia moderna disciplinadora os estudos culturais voltados s a es 52 dos sujeitos escolares chamam a aten o para o fato de que as pr ticas escolares onde quando os sujeitos escolares tomam suas decis es criam situa es que retroagem sobre os componentes curriculares Estes acabam por sofrer uma nova formata o segundo as caracter sticas do contexto em que se desenvolvem Logo um componente curricular se apresenta como um conjunto de saberes de compet ncias de posturas de atitudes de valores de c digos e de pr ticas que trazem as marcas da forma escolar Sendo assim tanto contribui a Educa o F sica para a concretiza o de um projeto educacional como esse projeto interfere no tipo de inser o desse componente no curr culo Observando as caracter sticas de cada escola v se que cada uma tem uma forma espec fica de concretiza o de sua tarefa social Cada escola possui uma cultura uma maneira de gerir articular descrever e analisar de forma rica e complexa os elementos chave que comp em o fen meno educativ
458. visando a um tipo de rela o com os demais professores e corpo t cnico da escola e fala do Informante 2 segundo o qual esses professores podem ser destacados pelas caracter sticas de organiza o e responsabilidade em seus trabalhos precisamente com as aulas de EF O contato com esse professor n o foi complicado pois j nos hav amos encontrado em outras oportunidades ele fora meu professor numa academia de gin stica al m de fazer parte dos dez professores que eu entrevistei poca em que realizei uma pesquisa no final do curso de gradua o Essa rela o auxiliou para que eu pudesse entrar facilmente em discuss es e realizar questionamentos durante as observa es Sua postura pol tica firmemente estabelecida no materialismo hist rico dial tico de certa maneira facilita a exposi o de coloca es e perguntas j que assume sua condi o contradit ria como parte de suas caracter sticas de maneira que ele n o foge desses enfrentamentos como gosta de dizer Particularmente essa quest o das contradi es que j pensava em abordar nesse estudo foi uma das expectativas que o professor sempre demonstrou em rela o a esta pesquisa 247 Para abordar as informa es relativas pr tica do Professor M tratarei das trajet rias influenciadoras da inser o da EF na escola falareisobre a tem tica da organiza o das aulas envolvendo as caracter sticas que formatam a EF pela pr tica de
459. vo compreender as atividades previstas nos planos de ensino orientadas e avaliadas pelo professor e que poder o ser desenvolvidas em diferentes espa os de aprendizagem como na sala de aula convencional em sala de multimeios em laborat rios em bibliotecas ou salas de Leitura em excurs es pedag gicas aspectos do que considerado espa o VIT RIA LEI n 4747 98 Art 22 inciso VI O que mais me chama aten o nessa tend ncia centralizadora encontrada na legisla o educacional brasileira a especializa o das leis chegando a defini es como essa Mas o exemplo mais preocupante diz respeito ao fato de o professor nessa Lei no Art 43 inciso Ill ser respons vel por assegurar a aprendizagem dos alunos Aqui no m nimo h uma quest o que pode causar fortes cobran as indevidas para os professores sujeitos historicamente relacionados com o ensino Ora aprender uma a o que ocorre fora da al ada dos professores Os processos de forma o dos alunos que precisam ser contextualizados para que seja poss vel compreender em que condi es a aprendizagem ocorre n o resulta da mera vontade ou compet ncia do professor mas de um elevado n mero de vari veis Essa responsabiliza o n o compat vel com o controle da qualidade da educa o expressa na mesma Lei Em apenas duas oportunidades a quest o da qualidade tratada no Art 5 inciso VIl primeira vez que a qualidade do ensino citada o i
460. vros tanto por parte dos alunos dos pais da pr pria escola dos professores Eles disseram Puxa Que trabalho bacana Ent o eu acho que isso tudo uma constru o Tem a ver com organiza o tem a ver com convic o e tem a ver com o pr prio trabalho que desenvolvido que o principal n Esse ano eu acho que foi um dos melhores anos pra mim Eu consegui tudo de bom ou muita coisa boa que eu venho tentando e acumulando e ainda tentar algumas coisas novas E eu acho que um reflexo de um trabalho desse tipo de trabalhar sete oito temas num ano diferentes tem que ter um reflexo l na fam lia O aluno vivenciou aqui falou pro pai o pai vai saber que tem coisas novas acontecendo que tem um movimento diferente Esse o principal o trabalho feito Quando o aluno sai da sala ele sabe o que vai fazer ele tem um norte Eu acho que isso O trabalho o principal as outras coisas s o importantes a organiza o do trabalho a comunica o com os pais nas reuni es s o secund rias s o importantes mas s o secund rias Um dos elementos que tenho visto como forte contribui o da EF na EMEF 2 o que venho chamando de abertura curricular Se o curr culo cria as condi es para o funcionamento da escola fazendo parte dessas condi es as quest es mais objetivas de organiza o como os tempos espa os a organiza o por seria o assim como quest es n o objetivas como a utiliza o dos esp
461. xibilizadas na l gica de adapta o dos esportes como o voleibol handebol futsal adaptados coloca se como objetivo final para os alunos uma pr tica objetivada Claramente n o me oponho ao ensino das dimens es institucionalizadas dos esportes mas apresentar uma vis o unilateral do esporte como uma realidade qual os alunos precisam se integrar imp e fortes limita es pr tica do professor e consequentemente inser o da EF Um dos fatores que destaco s o as intera es poss veis entre os alunos nas atividades Numa organiza o em que o Professor J dividiu a turma em quadro grupos passando quatro atividades relativas ao voleibol uma das turmas fez uma rela o com o voleibol e o futebol em que com os movimentos do voleibol estes deveriam resultar num gol Imediatamente a atividade foi julgada pelo professor como inadequada pois se distanciava dos objetivos do jogo de voleibol Obviamente essa era a l gica com que o Professor J operava segundo a sele o de um tipo de esporte de certo n mero de atividades que colocava aos alunos a es objetivadas rela es calculadas entre eles entre eles e os materiais da quadra e entre eles e o conhecimento importante perceber que essa objetiva o consonante com a objetiva o exposta nos documentos da escola e no discurso oficial que se refletem nas falas de sujeitos escolares como professores e a pedagoga As a es dos alunos s o objetivadas h uma
462. xima de sua resid ncia no munic pio de Vila Velha 116 No momento da entrevista com o Informante 1 uma das coordenadoras da Coordena o de Desporto Escolar destacou o trabalho do Professor M afirmando que ele um professor completamente diferente e nico na rede baseando sua concep o de ressignifica o segundo uma l gica mais marxista O Informante 1 n o deu muitos detalhes sobre o trabalho do Professor M por ter esse professor interrompido sua participa o nos encontros de forma o por n o concordar com alguns procedimentos desencadeados ali mas disse que ele um professor com umas reflex es interessantes Segundo a diretora da escola formada em EF ele desenvolve um bom trabalho na escola que envolve integra o de trabalho com outros professores na EMEF 2 A inten o ent o em arrolar essa situa o est na possibilidade de compreender como se insere a EF numa realidade em que o professor se envolve efetivamente nas quest es da escola compreendendo tamb m em que n vel se d esse envolvimento como que isso interfere na efetiva o de seu trabalho e a sua relev ncia para a inser o da EF na tarefa pedag gica da escola como um todo Um fator importante para a sele o dessas duas escolas diz respeito proximidade que elas mant m uma da outra o que favorece minhas limita es de deslocamento fator que se configurou determinante em certos
463. za o dos conte dos de que trata Fotografias 11 Condi es de limpeza dos espa os privilegiados para as aulas de Educa o F sica na EMEF 2 Muitos elementos foram percebidos nas aulas de EF e como eu esperava h tra os da trajet ria da escola que auxiliam na compreens o da trajet ria desse componente curricular e inclusive o quadro atual ressalta essas caracter sticas que remetem hist ria da escola que por sua vez se confunde com a hist ria do Professor M na EMEF 2 246 4 3 1 A INSER O DA EF NA EMEF 2 PELA PR TICA DO PROFESSOR M A CRIA O DE UMA CULTURA N O PREVISTA Vale lembrar que essa situa o foi indicada pelos Informantes como sendo interessante devido ao esfor o do Professor M no trato com os conte dos da EF trabalhando os no sentido de ressignific los N o ficou clara na fala dos Informantes uma explica o mais concreta relativa s representa es dos conte dos da EF que ajudasse na compreens o do que seria sua ressignifica o Ao menos resta a certeza de que trabalhar no sentido de ressignificar os conte dos para os Informantes diz respeito s pr ticas voltadas para o desenvolvimento de experi ncias outras explorando outros conte dos da EF e outras possibilidades extrapolando assim o trabalho com o esporte Para refor ar essa id ia pode se recorrer fala do Informante 1 que disse que esses professores dispensam mais aten o s quest es da EF escolar
464. zado pelos pr prios professores dos componentes curriculares Esse foi por muito tempo um importante diferencial em rela o a outras administra es municipais da Grande Vit ria Em compara o a outros munic pios da regi o metropolitana de Vit ria essa Secretaria tem um hist rico vasto referente a abertura de concursos para a rea da educa o na d cada de 1990 com boa periodicidade entre 2001 e 2007 quatro concursos movimento que lentamente vem sendo acompanhado pelas demais prefeituras dessa regi o Esse fator se tornou o mais relevante para situar poss veis escolas em que pudesse desenvolver a pesquisa pois precisava de situa es em que houvesse a continuidade de trabalho por parte do professor de EF identificando as trajet rias do professor e da EF na escola Definida a rede de ensino para a realiza o do trabalho precisava me situar a respeito da estrutura da rede das escolas e de caracter sticas gerais que proporcionassem condi es para a escolha da escola para realizar o levantamento das informa es Importante frisar que meu interesse n o era focar na pr tica de um professor mas em uma escola em que a EF fosse marcada por uma inser o relevante com um trabalho de um professor ou grupo de professores de longo ou m dio prazos onde fosse poss vel identificar uma esp cie de valoriza o dos sujeitos escolares em rela o a essa inser o fatores que de alguma forma fosse percept vel aos agentes
465. zando a pelo vi s do cultural exigia exigiu uma nova organiza o interna Essas caracter sticas que come aram a indicar meios diferenciados para o Professor M organizar a EF em sua escola tamb m proporcionaram ao professor condi es para conquistar um espa o diferente na escola para a EF e talvez para si tamb m Passou a compreender as contradi es que os demais professores e agentes educacionais da escola expressavam no tocante ao papel que a EF deveria cumprir na escola o que produzia um tipo de situa o inc moda para esse componente curricular e consequentemente para o professor Se voc quer que eu trabalhe os n meros os fatos hist ricos as letras na aula de EF isso n o problema eu posso utilizar isso atrav s dos meus conte dos pr prios assim como voc s na sala de aula que t m como nico objetivo que o aluno aprenda determinado n mero leve o jogo para a sala de aula lembre que o aluno corpo na sala de aula Professor M O professor mostrou bastante intimidade com as discuss es da rea educacional da poca e da rea da EF tamb m citando al m da organiza o de Moreira 1992 e Coletivo de Autores 1992 Jos Carlos Lib neo Jo o Batista Freire e Althusser Ele se considera um professor que busca muito na literatura voltada para as ci ncias humanas e sociais principalmente as obras que o auxiliam a compreender o quadro social em que vive o que lhe tem proporcionado realizar impo

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