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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA INSTITUTO DE PSICOLOGIA

1. palavra Alimentar Dormir Num quero ter Tomou Tenho neg cio foi deu Plancjado Uma fasezinha Tem Conseguiu Que entrar Fazer o Ir ver A gente tem aquele planejamento Evitou um temp o Rem dio de gr Adoeceu que 213 Caso P33 Sum rio de entrevistas P33 relata o momento triste da separa o dos pais o falecimento da m e e sua luta para continuar os estudos Na narrativa P33 constr i os significados pessoais como honrado mantenedor do bom nome da fam lia organizado bondoso e dedicado s lutas do cotidiano O P33 narra que mora com os tios maternos que Ihe tratam bem nunca falta nada na vida sem viol ncias maus tratos com apoio dos tios nas reuni es da escola e nos presentes de roupas nas festas de S o Jo o Ele tamb m relata que P32 foi morar em outro lugar ao separar se de sua m e que estava gr vida P33 era cuidado dist ncia pelo pai durante a semana aos s bados presencialmente e aos domingos P33 passeava na casa do av paterno Narra a tristeza ao ver sua m e morta seus irm os vivos e nenhum adulto no momento Kayr s pessoal que se repete na narrativa acompanhado dos significados abandono sem aten o do pai e ajudas do tio N O Kayr s da fam lia est nas lutas para continuar os estudos uma transi o para novos patamares de sobreviv ncia Ele diz que os seus colegas da escola n o s o bagunceiros e nunca foi necess rio chamar s
2. agora repare a conversa que eu fui com ele Enunciado 66 P22 E nfase adicionada Consideramos a tessitura dos sentidos do Programa de Planejamento Familiar do Governo Federal como um programa de reprodu o social e uma pol tica p blica ativa aos interesses sociais do governo brasileiro no que diz respeito s possibilidades de servi os p blicos ao n mero de pessoas poss veis de uma sa de e educa o para todos como preconiza a Constitui o Federal e os documentos das pol ticas p blicas mister considerar como as pessoas tem acesso ou n o podendo observar que a pol tica p blica responde aos anseios da popula o sobre planejamento familiar em intera o com as pr ticas culturais de auto gest o de reprodu o humana Ao mesmo tempo inserem se quest es de convencionaliza es Barbato Mieto amp Rosa prelo geracionais do planejamento familiar de antepassados presentes ou imagin rios nas polifonias e textos orais A import ncia de se explicar o planejamento familiar de modo intergeracional diz respeito s transi es e atualiza es que pode ocorrer entre as gera es Na fam lia P1 por exemplo em que o planejamento familiar se encontrava na posi o dos netos como heran a solicitada pelo pai de P11 ele pediu que eu desse um neto a ele e que na mesma gera o de P11 foi mudada para a heran a sobre a terra com todos os percal os para conquistar a nova posi o tenho seis filhos um
3. s tem dois caminho cadeia e caix o Isso ai num num presta n o P Voc pode contar a experi ncia de uma pessoa que voc conheceu que foi ou pra cadeia ou pro caix o P12 e P est o sentados em cadeiras de pl stico vermelhas com uma cadeira de madeira marrom verniz cl ssica ao lado deles servindo de mesa para o gravador pasta TCLE e folha A4 da entrevista epis dica A entrevista se deu debaixo do p de manga a frente da casa a 10 metros de dist ncia pois o padr o de constru o com paredes que n o encostam no teto n o permite privacidade em quaisquer c modo P12 usa uma camiseta vermelha e calga jeans azul bota preta sete l guas e usa um bon verde P usa uma camiseta branca calgas jeans e t nis pretos Encontra se rea verde com laranjeiras um pequeno muro ao lado ao fundo e tijolos e folhas espalhados pelo ch o de terra O movimento das m os inicia com apertos de uma m o na outra dos dedos entrela ados sobre os outros a m o direita por baixo com o polegar recolhido e a m o esquerda por cima quase aberta com polegar levantado Antes do pesquisador terminar a pergunta se P12 conhece algu m que j entrou no mundo das drogas todo o corpo de P12 se movimenta com inten o peito se abre ligeiramente m os ainda entrela adas com antebra o no encontro da virilha com a coxa batendo os no local em que est o apoiados Na fala Conhe o P12 faz movimentos de afirmaliva com a cabe a
4. J P11 conta o epis dio sobre a prepara o do casamento em triangula o entre o participante a mulher e o patr o em circunstancias que unem a ele e a mulher poca com a mesma idade que ele na ocasi o com dezesseis anos O patr o morava pr ximo casa da fam lia da menina que era de fam lia carente O patr o ajudou com a festa Al m de dar emprego e uniforme de casamento lhe arrumou todo enunciado 195 P11 E P11 botava rocinha e casou aos dezesseis anos com uma menina ainda mais nova do que ele P12 tamb m namorou e casou aos dezesseis anos como seu pai ao passo que P13 namorou aos dezesseis 149 anos com uma menina que conhecera seis meses antes P13 tinha como regras n o tomar boca com outra menina e s ter olhos cora o para ela enunciado 327 P13 E J para os filhos de P12 as coisas n o deram certo pois nos dias de hoje os significados mudaram Tome se como exemplo a filha de P12 que n o ficou junto ao pai do seu filho Ele P12 exigiu a filha que descobriu quem era a fez tirar o documento e assumir a crian a tamb m enunciado 419 P12 E e por anos de disputa judicial ainda hoje est resolvendo enunciado 433 P12 E a situa o do neto de P12 e bisneto de P11 A produ o de sentidos intergeracional para a fam lia P1 na constitui o da estrutura familiar Os mais jovens ficam em casa assistindo televis o brincando ou acompanham o pai nas atividades da ro a Eles
5. acumula es de tens es estruturais no entre esses sistemas e portanto fonte de mudan a e desenvolvimento Uma transforma o expansiva se realiza quando os agentes sociais reconceitualizam o objeto e o motivo da atividade para abranger horizontes maiores de possibilidades do que no modo anterior da atividade Engestr m 2009 isto possibilitar novas formas de significa es da atividade No momento da transforma o expansiva a diversidade das palavras se polifoniza isto forma um conjunto por meio da singularidade e da val ncia de cada uma perten a pela diferen a e portanto consequente pessoalidade de cada voz na unidade do conjunto Bloch 1997 Nesta polifonia os lugares dos acordes s o espa os cujos discursos se desenvolvem em movimentos s gnicos atrav s de atualiza es prontas a serem dissolvidas confrontadas e ressignificadas entre os participantes Caracterizamos os acordes polif nicos como formas de explica es dos movimentos no discurso que denotem tens es conflitos nas narrativas textuais e que podem construir negocia es entre os envolvidos Bloch 1997 Roman 1992 Ao relacionarmos a defini o de desenvolvimento dada pela Psicologia com a defini o da Economia amplia se na dire o da constru o das liberdades dos indiv duos Capurro 2008 Sen 2000 em intera o com elementos constitutivos b sicos para a expans o das capacidades dos agentes de levar o tipo de vida que valorizam Ne
6. concord com o outro Eu brincava de se um esconder com Fui trabalhar na Come ar planta o Penso em ter Viver bei A gente nunca brigou Vida Estruturada Economizar O dinheiro 7 Bio pra fazer o p o Para sustentar 0 Arrumar O p o de cada Eles n o se envolverem nd Corrijo essas coisas Apredem co do mundo Hoje nem o cheiro eu Ainda trabalho na zona rural num gosto do da bebida E a aconteceu Eu n o muito bem Uma menina 132 Caso P13 Sum rio das entrevistas P13 planeja casar e ter no futuro apenas um casal de filhos Tal fato est impl cito no turno da fala com o pesquisador na resposta de P13 pretendo enunciado 294 P13 N Ele se posiciona na pretens o de casar e j iniciou os preparativos namorou por seis meses uma menina que conheceu a primeira vez evitava tomar boca com outra menina enunciado 327 P13 NJ O que significou como assoviar para outras meninas enunciado 337 P13 NJ antes do namoro P13 chegava em casa e assistia TV depois do namoro s vezes joga bola noite mudou sua perspectiva porque agora assovia quando as meninas passam Na posi o de P13 sobre o namoro ningu m lhe ensinou nem mesmo o pai O epis dio que envolve as drogas marca a narrativa do participante o que o pai faz dar conselhos para n o se envolver com o neg cio de drogas al m de estudar tomar conta do que ficou P13 diz que n
7. mordido morreram de barbeiro tudo de barbeiro Por isso que eu digo que Jesus deu uma alivran a melhor a eu A entrevista acontece na varanda de uma casa com uma mesa de madeira com estampa florida com panelas e algumas sacolas pl sticas em cima dela corda e algo escuro envolto por pl stico mais pr ximos c mera Ao fundo h uma rea verde algo pendurado balan ando com o vento e alguns pilares P21 e est o sentados em cadeiras marrons de madeira P21 usa uma camisa branca parcialmente manchada cal a marrom e sand lias azuis e senta se afastado do encosto da cadeira com o cotovelo esquerdo apoiado na mesa enquanto que P11 usa camisa azul bermuda branca com listras marrons que formam uma malha quadriculada irregular sand lias marrons e est com o cotovelo direito apoiado sorrindo Sorrisos para falar do nome P21 que os pais bot No tempo de papai olhava no almanaque de Brito Mas tamb m eu tinha um mucado de gente mas tamb m tinha um mucado de irm o agora metade j morreu tudo a intensidade da voz aumenta nos enunciados sobre a morte dos irm os ao atingir o n vel de voz vigorosa na fala sobre o barbeiro A grava o do udio de 2 17 n o foi acompanhada pela grava o do v deo que durou 1 57 No minuto de 1 57 a 1 58 a produ o de sentidos sobre as mortes do pai e irm os juntos primeira fala de barbeiro e a explica o que foi curado por Jesus 15 min
8. o ao lado do pat Maldizer malquerer crian a rebelde m goa revolta miseravel assassina ladr o drogado Defesa judicial da filha a id ai pai 7 f meas obedientes inm tenho ao pai filhos cumprimento respeitoso e honroso aos mais ten o de n o vendera terra heran a do pai Aprendizado de recebida sobre o caminho da roga aprendizado com o pai e ensino capoeira com os mais experientes mestres na comunidade heran a gos irmaos E Aijo n Kavros Aion Kayros Mapa tem tico P22 Quilombo Alto do Morro 176 Entrevistas Junho 2014 enxada O melhor O de Dilma doi Governo por que hoje tempo Traba Recebe Fam lia de tempo Trabaiano de S Jo o No ano erendi 4 querendo Me matricular Pra ver se Trabalhei A m nba Adoeci Aprendo Alguma Ajudei Trabaiando s M a criar irm os Na roga Certo A mulher Separou Mais Levou Fiquei Dezoitho ano junto Fiz Ardia O menino Casei ca ula Fic com Acabou Fic com tho ER Homem E 177 Caso P23 Sum rio de entrevistas P23 nasceu na ro a no Alto do Morro e na condi o de menino traquina brincava muito nas rvores enunciado 107 P23 E Na sua inf ncia os pais se separaram Ele durante um tempo ficou em Santo Ant nio com o pai e um tempo com a m e em Amargosa e Iguacu Ele relata que a m e tamb m cuidou dele assim como o pai por m ele morou com o pai N
9. Micro hist ria macro hist ria o que as varia es de escala ajudam a pensar em um mundo globalizado Revista Brasileira de Educa o 15 45 434 444 Dispon vel em www scielo br 305 Rodrigues C C amp Ribeiro K S Q S 2012 Promo o da sa de a concep o dos profissionais de uma unidade de sa de da fam lia Trabalho Educa o e Sa de 10 2 235 255 Dispon vel em www scielo br Rodriguez C amp Moro C 1998 Uma epistemologia antidualista necessita uma pragm tica del objeto In Rodr guez C amp Moro C El m gico n mero tres Barcelona Paid s Rodr guez R P rez G amp Salguero A 2010 El deseo de la paternidad en los hombres Avances en Psicolog a Latinoamericana Bogot Colombia 28 1 113 123 Dispon vel em www redalyc org Rogoff B 2005 A natureza cultural do desenvolvimento humano Trad Costa R C Porto Alegre Artmed Roman A R 1992 O conceito de polifonia em Bakhtin O trajeto polif nico de uma met fora Letras 41 42 1 207 220 Dispon vel em www periodicos capes gov br Rosa A amp Blanco F 2007 Actuations of identification in the games of identity Social practice Psychological Theorizing Dispon vel em http www sppt gulerce boun edu tr Rosa A Bellelli G amp Bakhurst D 2008 Representaciones del pasado cultura personal e identidad nacional Revista Educa o e Pesquisa 34 1 167 195 Dispon vel em WWw periodicos capes
10. o atualizada para n vel superior que lhe garanta transi es de socializa o e mercado de trabalho como profissional liberal de sucesso An lise microgen tica P31 sobre Kayr s da fam lia Enunciados 81 115 P31 N P31 Os menino 15 54 a 15 59 Oxente risos AGORA L Raspa a garganta no munic pio de Laje na poca a gente tava tudo novo risos surgiu uma Raspa a garganta surgiu um Mobrau l a gente foi mai os menino tudo novo com uma for a Arriado no diabo E a PROFESSORA era era uma mul uma sinhora int casada mai risos xe risos o meu pai recusou quando soube a hist ria risos recolheu logo a gente Num fica um Num ficou n o Saiu tudinho de l E a COITADO O POBRE DO P31 ficou burro sem saber de nada Risos Risos Risos Rum 16 50 a 16 54 Mas assim mermo 16 55 a 16 59 rum 17 00 a 17 15 A entrevista se d em uma sala com paredes brancas e um sof vermelho no qual P31 e P est o sentados P31 usa camisa azul escura e short quacriculado cinza enquanto que P est usando cal as pretas e camisa branca P31 est ereto pouco afastado do encosto do sof com as m os entrela adas entre suas pernas P est com as pernas entreabertas e com as folhas de orienta o da entrevista e do TCLE dentro da pasta transparente no colo Quando fala os meninos diz a palavra faz movimento com as m os en
11. tecida pelo contar hist rias Caixeta 2006 Os relatos de vida envolvem a rela o de constru o de significados e sentidos das enuncia es entre narrador e ouvinte Caixeta 2006 no contexto social Assim compreender as enuncia es significa orientar se em rela o a elas Wold 1992 e encontrar o contexto pragm tico correspondente no tempo e no espa o Algumas dessas enuncia es marcam as experi ncias dos antepassados e da fam lia Essas marcas na experi ncia de vida contribuem com a estrutura familiar no processo de forma o de si e assim permitem outros encontros entre a Psicologia Cultural e o Desenvolvimento Econ mico 2 1 Os sentidos da composi o familiar A estrutura familiar se relaciona s condi es materiais da exist ncia humana que se assentam nas atividades formativas de sentido presentes nas enuncia es da microcultura familiar entre gera es e na comunidade Entendemos as atividades 55 formativas de sentido como um complexo de estruturas din micas de processos de significa o bem como de altern ncias entre sil ncios e express o resultado resultantes dos posicionamentos que permitem a compreens o dos sentidos e dire o na vida da pessoa e nos processos de tomada de decis o Bakhurst 2009 Davies amp Harr 2007 K J Gergen amp Gergen 1988 Harr et al 2009 Alia se tamb m perspectiva das interpreta es do dar conta de si o que direciona o discurso por exempl
12. ENTREVISTA COM A ENFERMEIRA DO POSTO DE SA DE DO ALTO DO MORRO 8 ENTREVISTA COM O AGENTE COMUNIT RIO DO ALTO DO MORRO 9 QUADRO DE POSICIONAMENTO P11 NAMORO 10 QUADRO DE POSICIONAMENTO P11 PATERNIDADE 1 11 QUADRO DE POSICIONAMENTO P1 1 PATERNIDADE 2 12 QUADRO DE POSICIONAMENTO P12 NAMORO 13 QUADRO DE POSICIONAMENTO P12 PATERNIDADE 1 14 QUADRO DE POSICIONAMENTO P12 PATERNIDADE 2 15 QUADRO DE POSICIONAMENTO P13 NAMORO 16 QUADRO DE POSICIONAMENTO P13 PATERNIDADE 1 17 QUADRO DE POSICIONAMENTO P13 PATERNIDADE 2 18 QUADRO DE POSICIONAMENTO P21 NAMORO 19 QUADRO DE POSICIONAMENTO P21 PATERNIDADE 1 20 QUADRO DE POSICIONAMENTO P21 PATERNIDADE 2 21 QUADRO DE POSICIONAMENTO P22 NAMORO 22 QUADRO DE POSICIONAMENTO P22 PATERNIDADE 1 23 QUADRO DE POSICIONAMENTO P22 PATERNIDADE 2 24 QUADRO DE POSICIONAMENTO P23 NAMORO 25 QUADRO DE POSICIONAMENTO P23 PATERNIDADE 1 26 QUADRO DE POSICIONAMENTO P23 PATERNIDADE 2 27 QUADRO DE POSICIONAMENTO P31 NAMORO 28 QUADRO DE POSICIONAMENTO P31 PATERNIDADE 1 29 QUADRO DE POSICIONAMENTO P31 PATERNIDADE 2 30 QUADRO DE POSICIONAMENTO P32 NAMORO 31 QUADRO DE POSICIONAMENTO P32 PATERNIDADE 1 32 QUADRO DE POSICIONAMENTO P32 PATERNIDADE 2 33 QUADRO DE POSICIONAMENTO P33 NAMORO 34 QUADRO DE POSICIONAMENTO P33 PATERNIDADE 1 35 QUADRO DE POSICIO
13. Enunciados 162 P13 N nfase adicionada P13 continua a descri o do mundo das drogas Nela inclui mais elementos que P12 e P11 ora como tecnologias dos rem dios ora como pessoas aponta uma apropria o sociocultural lingu stica e situacional sobre as drogas P13 n o posiciona diretamente o usu rio de drogas nos temas que se concretiza nas pessoas Dentre as quais o traficante como a pessoa que usa droga e que tamb m vende enunciado 248 251 P11 N enunciado 176 P13 N a pol cia enunciado 160 P13 N os meninos na rua de baixo enunciado 213 P13 N os filhos na rua enunciado 213 P13 N a desobedi ncia aos pais enunciado 213 215 P13 N a 142 inten o de matar a m e enunciado 208 P13 N o neg cio das drogas enunciado 278 P12 N 176 P13 N os crimes enunciado 11 E 176 P13 E as mortes enunciado 11 P13 E ea constru o de raros sil ncios que ele empreende A produ o de sentidos intergeracional para a fam lia P1 do tempo do namoro Na produ o do sentido intergeracional do tempo do namoro P13 conta que Ningu m declarou P13 ensinou o namoro Atividade que realizou antes dos 16 anos durante seis meses Tempo suficiente para P13 cumprir o ritual de n o tomar boca com outra menina e ter olhos e cora o s para ela apesar de ser a primeira vez que via aquela menina P12 pai de P13 tem hoje cinco filhos Todos eles tiveram com uma menina que conheceram quando elas tinham 14 anos e e
14. Num fica um Num ficou n o Saiu tudinho de l E a COITADO O POBRE DO P31 ficou burro sem saber de nada Risos Rum 16 50 a 16 54 288 Mas assim mermo 16 55 a 16 59 rum 17 00 a 17 15 rum 17 16 a 17 22 Tosse Enunciado 81 P31 N nfase adicionada Nas an lises de P32 e P33 encontramos produ o de sentidos intergeracional do sil ncio de P31 como vergonhoso pelas dificuldades de acesso educa o e honradez pelo bom nome da fam lia Essa produ o de sentidos intergeracional a partir dos sil ncios de alus es e met foras moldada pela ang stia de n o se encontrar uma escuta de ser punido por aquilo que se diz ou de expor se a mal entendidos como a quest o da pens o de alimentos em P32 conforme quadros de significados Por m a linguagem do sil ncio se condena pois organiza o distanciamento daquilo que n o pode ser posto dist ncia O participante ativo agente de seu desenvolvimento fala consigo como compromisso do que se pode transmitir 289 CONSIDERA ES FINAIS O foco desta tese a produ o de sentidos intergeracional de homens sobre o planejamento familiar Nessa trajet ria analisamos os posicionamentos individuais com significados relacionados s rela es amorosas paternidade e constitui o familiar e heran a cultural e econ mica em compara o renda constitutiva da estrutura familiar Identificamos as din micas de redund ncia e mudan as de s
15. a de trabalho e renda do trabalhador no segundo quadro o foco era a compara o entre a inten o por uma fam lia pelo pai e em rela o as condi es substantivas perpassadas por seus ancestrais aos seus descendentes tais como a heran a cultural econ mica e social Realizamos as compara es entre as fam lias de modo qualitativo e na perspectiva do funcionamento do humano mediado por s mbolos e artefatos diferentemente do Piketty 261 2014 atrav s de dados estat sticos da renda e heranga com o banco de dados do Imposto de Renda A produ o de sentidos intergeracional dos homens em diferentes gera es das fam lias Pl P2 e P3 sobre o planejamento familiar constitu ram significados da estrutura familiar na velhice de aposentado diferen as nas horas de trabalho entre a juventude adultez e velhice produtor rural comerciante na feira livre disponibilidade sazonal de recursos com o com rcio agr cola desvaloriza o do trabalho rural Na adultez os significados constitu dos por P12 P22 e P32 s o de sustento por planta es na ro a trabalho intenso cansado a juventude carregador rural sentido de pai quanto as necessidades dos filhos dificuldades de arrumar emprego com a carteira assinada e garantias sociais Na juventude P13 P23 e P33 constitu ram os seguintes significados coletivos as no es de escassez e pre o algumas pr ticas sobre o trabalho na ro a com a enxada aux lio aos parentes nas c
16. a na constru o de significados sobre os sentidos da responsividade social pela gravidez Santos amp Freitas 2011 ao serem desconsiderados os dados sobre sa de das fam lias referentes fecundidade masculina e tamb m a viv ncia no momento de gravidez por parte do companheiro Marcondes 2005 O planejamento familiar compreendido neste texto no jogo sist mico caracter stico de conflitos e negocia es entre a pessoa e o grupo familiar que no discurso se organiza em narrativas e argumentos sobre a reprodu o humana Mesquita 2008 E 23 ainda se relaciona a projetos de vida que incluem planos futuros sobre forma o familiar a rela o amorosa reprodu o sobre graus de apropria o das pr ticas culturais familiares e tamb m a compreens o do sentido da heran a cultural familiar F res Carneiro 2010 Piketty 2014 pp 369 414 em fam lias que atualizam se em seu cotidiano no jogo entre perman ncias e mudan as das pr ticas culturais entre gera es A maioria das teorias sociogen ticas enfatiza a transmiss o como a transforma o atrav s de internaliza o enquanto que os modelos unilineares da socializa o as descrevem como uma transmiss o direta de valores e regras atrav s de gera es Estudos de narrativas biogr ficas sobre o desenvolvimento mostram que a constitui o familiar n o de transmiss o simples de cren as e valores e nem se organiza em uma trajet ria fixa e previs vel
17. av de P13 com o sentido de que o certo voc ter sua fam lia casou se quando havia seis meses de namoro e ele tinha 16 anos de idade O relato deste epis dio acompanhado de sil ncios na conversa colaborativa na constru o de sentidos assim como as quest es nas quais eles P11 P12 e P13 n o est o dispostos ou interessados em falar em virtude da complexidade da situa o e do contexto sociocultural A produ o de sentidos intergeracional para a constitui o da fam lia P1 foi elaborada a partir dos significados da palavra disfarce O significado da palavra disfarce mostra a atividade impl cita que n o aparece enunciado 217 P12 E enunciado 22 P11 E enunciado 203 P11 E Na constru o dos sentidos identifica se que P12 fez acontecer como sentido da gravidez e nascimento dos filhos quando P12 ainda namorava a sua futura mulher no desafio de iniciar a fam lia com tr s filhos e antes da cerim nia de casamento E foi sob os efeitos do licor de Jenipapo que os filhos aconteceram pois na primeira namorada menina que arrumou rasparam mandioca juntos e n o aconteceu Hoje mudou tudo enunciado 165 P11 E namorar pegar a namorada e bot em casa Reclama P11 sobre as permiss es de casamento nos dias correspondentes juventude de P12 distante dos dias de sua poca P12 ao engravidar a menina morou na condi o de namorado na casa de seu pai por um longo per odo enunciado P12 E
18. cios informa es sobre os melhores locais de trabalho pre o da di ria condi es de sobreviv ncia Na perspectiva de observa o do outro sobre si os canais informais de comunica o dos escravos presentes na pesquisa Carvalho 1998 possibilitaram que a revolta dos maleses em Salvador em 1826 motivasse outros movimentos revolucion rios em Recife Alguns homens negros na inten o pelo trabalho livre se dirigiram ao sul da Bahia onde encontraram outros homens negros de diferentes regi es quilombolas com informa es sobre fazendas que tinham trabalho livre 276 Foi o cara que me levou o pai dele morava l no Gandu n Ai passamos duas noites ali na casas do pai dele Ai dali nos fomos para Itabuna L trabalhemos quando voltei de l tornei a dormir em Gandu de novo ai vei embora pra c Enunciado 517 531 P21 N nfase adicionada E outros que n o foram para o sul da Bahia tiveram que se organizar com o trabalho sem pagamento de di ria portanto constituindo formas de conviv ncia p s aboli o do que era poss vel fazer na cidade pois apesar de n o existir trabalho livre a cidade focava na import ncia da educa o desde o per odo abolicionista O que levou P31 a sair do munic pio vizinho e se instalar no Quilombo do Morro na cidade de Santo Ant nio de Jesus Assim P31 conquistou arranjos trabalhistas entre sal rios por troca de d vidas pr xima ao conceito de trabalho escravo em nossos dias a
19. cnica de Sa de da Mulher 4a edi o Bras lia Minist rio da Sa de Dispon vel em www saude gov br MS Brasil 2009 Pol tica Nacional de Aten o Integral Sa de do Homem Plano de A o Nacional 2009 2011 Bras lia MS MS Brasil 2012 Caderno de informa o de sa de dados 2007 Bras lia Minist rio da Sa de Dispon vel em www datasus gov br Passos J C 2012 As desigualdades educacionais a popula o negra e a Educa o de Jovens e Adultos Revista EJA em Debate 1 1 137 158 Penso M A Org Costa L F Org 2008 A transmiss o geracional em diferentes contextos S o Paulo Summus Pikkety T 2014 O capital no s culo XXI Trad Bolle B M 1 Ed Rio de Janeiro Intr nseca Pollak M 1989 Mem ria esquecimento e sil ncio Estudos Hist ricos 2 3 3 15 Dispon vel em www periodicos capes gov br Possenti S 1996 Pragm tica na an lise do discurso Caderno de Estudos Lingu sticos Campinas 30 71 83 Jan Jun 1996 Dispon vel em www periodicos capes gov br Oliveira I Org 2006 A cor e magist rio Niter i EDUFF O Keefe J and Nadel L 1978 The Hippocampus as a Cognitive Map Oxford Univeristy Press Dispon vel em www periodicos capes gov br Robles LV Smith Castro V 2009 Correlatos y predictores del pago de la pensi n alimentaria en padres divorciados o separados Revista Interamericana de Psicologia 43 2 395 404 Revel J 2010
20. dia Conta em 5 min rvore de decis o de entrevista narrativa Mar o 2014 Eu queria sabe mais da vida adulta Se voce tivesse que escrever sobre sua hist ria vamos dizer como seriam os cap tulos Obrigado pela rica hist ria que nos proporcionou Voc pode me contar o que aconteceu E hoje Voc tem alguma contar sobre isso Sil ncio Hum Qual o teor de cada um destes cap tulos nien c Sd Quando voce dizia sobre a sua pare X aco P P X o que significa o que acontece Traga para a pr xima entrevista abjeto fotografia que lembrem experiencias de sua fam lia como avo pai e filho Voc conhece algu m da comunidade que passou por essas experi ncias TI Algum av Qual a experi ncia dessa pessoa Algum parente seu teve uma experi ncia dessas Fonte Constru o do autor 78 Devido complexidade do trabalho de campo nos preparamos de diferentes formas no grupo de pesquisa destacando a produ o de cen rios poss veis de interlocu o que denominamos rvores de decis o Para tanto escrevemos alguns roteiros em que anotamos poss veis trajet rias de resposividade e como poder amos manter as narrativas fluindo fazendo perguntas retomando eventos se por exemplo houvesse enuncia o precoce de finaliza o da narrativa coda etc a fim de manter o foco na produ o de significa
21. e iC a i ci intera o com o pai determina o ao 2 E o 8 S3 e 88 9 8 a 8 amp 9 s y 3X Un lado do pai Maldizer malquerer un ass E POR is E z os R 3 5 o crian a rebelde m goa revolta o E Es n S Le ggg so E 2 zx on S o im miser vel assassina ladr o drogado a N GG a 2 S S g o 8 D o m en Dp CAE M RAE SR dt dm Ss 970 amp s cz Defesa judicial da filha a favor do E 8 o20 08 R gs E 2 E wm pai o 9 5 h is O a 6 L Q 5 xd es S E ESTE S S O0 x S 5 p OG 9S H amp a 5 H Outro pai Cria o de quatorze filhos 8 machos d s d d b Bp uu Bs sgssesms E Es N o e 7 f meas obedientes pouco S z E B g e 2 g 2 a D s 2 E Ai n Kayr s Ai n Kayr s 175 Paternidade 2 Neste quadro relacionamos os significados da paternidade em rela o a heran a familiar que se constitui de inten o de n o vender a terra heranga do pai educag o caminho da roca aprendizado com o pai e ensino aos irm os Quadro 23 Posicionamento P22 Paternidade J unho 2014 Defesa aos lhos contra as surrasda m e alco latra cuidado com os filhos na separa o cria o dos filhos paterna filhos g meos n nentna sacrificio na cria o doa fikas atividade e a es paternas na hora do parto aconteceram divis o dos filhos na separa o e 027 OIBO Filha em casa no cuidado do pai fraternidade obedi ncia maior intera o com o pai determina
22. ele e a sua mulher os m todos contraceptivos com medicamentos e folhas e mesmo assim o menino nasceu Esta hist ria comp e a sua constitui o de abandono na condi o de pai Informa es a respeito do comportamento reprodutivo dos homens em situa es de separa es amorosas n o foram encontrados nos estudos de Marcondes 2005 A restri o vasectomia um dos ind cios em contextos das conjugalidade que apontamos Dentre os participantes mais jovens o mais novo P33 com 16 anos narra a inten o de constituir fam lia a partir dos 20 anos na mesma idade que o pai constituiu a dele significados em sequ ncias tem ticas do abandono do pai o preso P32 P13 aos 17 anos narra sobre a distribui o no Posto de Sa de de camisinhas preservativos masculinos ao p blico jovem os colegas P23 aos 25 anos tem expectativas de ter seus filhos por m j possui experi ncias como padrasto 247 Na adultez dos participantes mais velhos antes de 1996 no Brasil n o se falava oficialmente em pol tica de planejamento familiar Planejamento familiar antes de 1996 foram quest es que originaram duas Comiss es Parlamentar de Inqu rito CPI sobre atividades de organizag es internacionais com operag es de ligaduras nas mulheres muitas vezes sem o consentimento delas pr prias conforme ressalta Mesquita 2008 Os participantes mais velhos tecem narrativas sobre o contexto lingu stico social cultural e situado de
23. enunciado 737 P21 NJ A conversa de amanh com o outro P22 e em seguida com P23 ocorreu na casa constru da no terreno de P21 na produ o de sentidos de sozinho n o P23 posicionou a 185 fam lia Rapai a fam lia era N s morava junto enunciado 53 P23 E Entre as explica es sobre o morava junto diza respeito do tempo de inf ncia aos sete anos no tempo que a m e se separou enunciado 66P23 E O epis dio da separa o da m e possibilitou viagens entre o Alto do Morro e a cidade da m e Amargosa ficava l e c pai e m e t sabe como n Enunciado 76 P23 E Na posi o de filho de P22 P23 narra o tempo da separa o o tempo de Amargosa o tempo de Mariana a namorada da inf ncia o tempo de S o Jo o O tempo para P22 se constr i nas experi ncias entre as duas localidades como nas cidades de Ia Milagres de Brotas Jaquaquara Feira de Santana Tartaruga e Salvador Ao localizar o l a cidade de Amargosa a casa da m e o c a casa do pai na ro a constr i a produ o de sentidos de que A t por aqui agora Aqui agora na ro a o local que media as rela es de P22 filho da ro a gosto da ro a mesmo a n o tem jeitho enunciado 92 P23 E Pela ro a P22 conta que largou Mariana a mulher que gostava O neto P23 nestas narrativas constr i significados da orienta o do av de sozinho n o para que todos fiquem j
24. es constroem a posi o de P21 de sozinho n o como tem que morar todo o mundo junto enunciado 769 P21 N Hoje n o pode ficar mais um aposentado sozinho enunciado 769 P21 N S t ruim por conta da viol ncia que a gente n o pode mais sair pra canto nenhum sozinho enunciado 759 P21 N T dif cil para uma pessoa aposentada ficar sozinha enunciado 775 P21 N se nego der o dinheiro eles n o matam n o Enunciado 761 P21 NJ Os significados da transi o da morte s o constitutivos da maioria dos epis dios de P21 mataram o finado J e sua mulher no momento que fechavam a casa de farinha enunciado 765 P21 N n s tava ali na igreja poca hora o cara chegou doido assombrado que o cara meteu o revolver encima dele tomaram a moto enunciado 217 P21 N um boi a gente se matava aqui pela ro a tamb m enunciado 44 P21 E a minha m e mermo tinha um nego o brabo com Cosme e Dami o E ele diab lico Ele atacava ela 184 duma forma que ela quiria puque quiria mat gente em casa mata papai Enunciado 236 P21 E nfase adicionada O filho de P21 explica como criou todos os filhos e os irm os mais novos na posi o de homem mais velho e a de casado Na produ o de sentidos de que a gente mora tudo aqui dento do terreiro do pai enunciado 68 P22 N o significado de sozinho n o de P21 media a intera o na fam lia P2 Na posi o de filho de P21 obedient
25. int hoje por aqui e o sil ncio da terra a partir da gera o de P12 Nessa situa o P12 est em polifonia com P13 tomar conta do que ficou Na mudan a P12 se posicionou perante a atividade de trabalho na a o de tempo desde pequeno no mesmo ato que a nova heran a imp s Comecei a trabalhar desde pequeno e complementa as negocia es necess rias entre a es e atividades da fam lia P1 com a fam lia da esposa na produ o de sentidos sobre A s ficou o de l de Santo Ant nio de Jesus A C tinha um terreiro antigamente a meus av s venderam Antes destes eventos no curso de vida a fam lia conta sobre namoros di rias em fazendas em que tomavam muitcha carreira de marimbondo e as coisas do tempo de S o Jo o Depois da mudan a para a nova heran a familiar a terra os familiares seguiram com 152 bichos na beira da casa n o poder sair p fica sem quem tomar conta e a pisada na cobra pico de jaca ainda em di rias na fazenda Desenvolvemos a produ o de sentidos da festa de S o Cosme e Dami o para a fam lia P1 na constru o da microcultura tradicional a qual perpassa alguns epis dios como o ato da ben o entre as condi es do pai e as do filho A compreens o de P13 sobre a festa de S o Cosme constr i o sentido de nunca fui enunciado 335 P13 E at acho que assim nunca vi n o Ele posiciona o presente na regi o n o vejo falar e
26. ncia Ai n e o horizonte das expectativas o futuro presente nas narrativas como estudo da hist ria do humano que agente 292 do seu desenvolvimento se referencia por marcas significativas das crises e transi es nas hist rias de vida e experi ncias com foco nas fam lias que denominamos Kayr s Este estudo complementa a no o de pragm tica discursiva em temas interdisciplinares nos autores As interdisciplinaridades constituem campos intersubjetivos de debates entre pesquisadores sobre posicionamentos e as narrativas e explica es de si do outro e do contexto social cultural e situado As pesquisas sobre posicionamentos avan am em dire es interdisciplinares na Psicologia com reas diversas em estudo sobre os mapas tem ticos para a compreens o do humano No processo de redemocratiza o da sociedade os homens tomaram consci ncia do seu lugar no programa de planejamento familiar Nesse processo de redemocratiza o trata se de compreender o planejamento familiar a partir do pr prio homem como tamb m nas narrativas de conflitos e negocia es que demarca as atividades dos sujeitos na fam lia por gera es Nas pr ticas culturais atuais o homem n o pode ficar doente nessa sociedade industrial se vai ao posto de sa de para pegar o rem dio e sair e assim n o negocia significados no Posto de Sa de A desigualdade social e de acesso sa de educa o bens e outros servi os ainda produz situa es de r
27. nicas como transmiss o de significados semelhantes epistemologicamente aos de Durkheim Halbwachs Levy Briihl e Blondel Rubinstein 1979 De acordo com o autor os autores citados traduzem argumentos que desviam a posi o do trabalho e do contato com a realidade na g nese do conhecimento Mas errado afirmar como Blondel que o conhecimento gerado no indiv duo isolado sem conex o com o desenvolvimento social como se o conhecimento viesse sem a media o da sociedade Seguindo a cr tica o argumento sobre as ra zes 28 sociais e as premissas do trabalho da mem ria que restabelecem as recorda es sobre o passado foram elaboradas por Halbwachs Halbwachs 2006 reduz o processo de recordar reconstru o de nosso passado atrav s dos dados e esquemas sociais apagando deste modo todo o limite entre a lembran a do passado das pessoas e a reconstru o do passado hist rico de que n o fomos testemunhas Nessa interpreta o o processo de lembrar resultado do tecido das opera es mediadas que restabelece o passado das quais fala Halbwachs e as lembran as pessoais que afloram de maneira imediata Rubinstein 1979 Seguindo a cr tica de Rubinstein a condicionalidade hist rico social da consci ncia em Levy Briihl resultante dos estudos em Durkheim reduziu a psicologia ideologia Br hl elegeu a ideologia religiosa dos povos primitivos por haver estudado a mentalidade dos ditos povos na ideologia e n o n
28. novos produtos novos f rmacos novos materiais novas formas organizacionais trar solavancos para cima e para baixo na ordem social Schumpeter 1985 Para que haja destrui o criativa necess ria que no primeiro momento haja inova o radical aquela que promove um efeito persuasivo no conjunto do sistema e provoca mudan as no modelo t cnico econ mico J no segundo momento insere se a inova o incremental de modifica es aperfei oamentos efetuados na tecnologia radical j instaurada O conceito de destrui o criativa se orienta atrav s do materialismo hist rico da filosofia sovi tica que se baseia nos seguintes princ pios Bakhurst 1991 a a lei da transforma o da quantidade em qualidade em que alguns processos de acumula o gradual de mudan as quantitativas eventualmente resultam em mudan a qualitativa no fen meno do desenvolvimento que assumem saltos para outros momentos do desenvolvimento da pessoa b a lei da unidade dos opostos em que todos os fen menos dos processos s o unidades dos opostos portanto cont m contradi es internas conflitos e negocia es c a lei da nega o da nega o em que o desenvolvimento um processo de nega o de momento a momento at o pr ximo o que implica o formato em espiral no qual um momento negado pelo outro mas reaparece de modo transformado em etapas frente Bakhurst 2009 Essa destrui o criativa tem implica es na dimens o cronol
29. nunca baguncei para chamarem meu tio na escola n o pode acontecer nunca bixin assim da escola As experi ncias vividas pela fam lia com o significado de m os s o para P33 meter a m o no que dos outros enunciado 74 P33 E a quando foi pegar a bola quando viu a bola veio lan ando enunciado 371 P33N P32 foi coisa que eu acho que n s n o fomos na m o brigar porque eu n o sou de briga enunciado 50 P32 E foi a mesma coisa de pegar e dar um tiro quando eu falei assim quando foi de manhazinha eu fui na rua para ir na farm cia pegar o rem dio Mandei o rem dio e fiquei l Se num pode num toque a m o n o largue l Como eu falei nesses instantes para num p a m o nos outros p num t autoriza o Larga a quem mandou voc peg O cara num pode fazer nada tosse Ele t errado mermo que ele n o pediu n Enunciado 50 P31 E 219 As experi ncias significativas da fam lia se localizam numa poca de proibi es a qual foi indicada pelo Mar vai t t gravando e a gente num pode Enunciado 103 P31 NJ O epis dio inicia entre a rela o entre o epis dio de seus meninos na escola com palmat rias enunciado 70 P31 NJ filho caponga enunciado 74 P31 NJ filho que num qu fic na escola enunciados 72 76 P31 N com a explica o de pois risos Na produ o de sentido na narrativa os sil ncios e risos est o
30. o que os entrevistados est o tecendo exigindo a familiariza o com o campo do estudo e a imers o no conjunto de textos e grava es em udio e video para a identifica o dos temas e suas rela es Os sentidos se produzem em intera o e v o sendo contextualizados nas narrativas do presente futuro e do passado nos possibilitando identificar as interpreta es de si do outro e do mundo nas situa es interacionais em campo E ao se posicionar e ao outro na narrativa a produ o de significados do interlocutor narrador em processo de contextualiza o possibilita a produ o de um campo observacional e contribui para a descri o do mapa tem tico que direciona as narrativas Os sentidos se produzem em intera o e v o sendo contextualizados nas narrativas do presente futuro e do passado nos possibilitando identificar as interpreta es de si do 71 outro e do mundo nas situag es interacionais em campo E ao se posicionar e ao outro na narrativa a produ o de significados do interlocutor narrador em processo de contextualiza o possibilita a produ o de um campo observacional e contribui para a descri o do mapa tem tico que direciona as narrativas 72 Quest es de pesquisa Quais s o os sentidos nos posicionamentos na interpreta o dos homens em diferentes gera es de uma mesma fam lia que norteiam as escolhas relacionadas constitui o de suas fam lias Quais din micas polif nicas podem
31. ocasi o em que a enfermeira realiza palestras de sa de O agente comunit rio por sua vez relata que no hor rio de funcionamento do Posto de Sa de os homens est o na ro a trabalhando na casa de farinha ou em outro local enunciado 4 A O agente comunit rio afirmou que no contexto do Posto de Sa de h poucos servi os espec ficos para o cuidado da sa de masculina Informa a popula o adstrita sua rea que planejamento familiar para a mulher conforme orienta es que recebe do m dico Nas entrevistas com os respons veis pela pol tica e os participantes observamos que o contexto de pesquisa possibilitou narrativas de si do outro e do mundo com utiliza o de linguagem verbal e n o verbais com sil ncios como artefato para afetar ao outro Os estudos dos sil ncios na produ o de sentidos intergeracional dos participantes do Quilombo do Morro sobre o planejamento familiar constituem parte da necessidade de posicionar e de ser posicionado como limite a outros posicionamentos dif cil classificar o sentido do sil ncio de uma nica pessoa O sil ncio passa a ter sentido quando significado na intera o com o outro no jogo de permanecer calado ou na inten o de estar em sil ncio quando se sabe ou n o qual a necessidade de guardar o sil ncio O sil ncio quando escolhido pelo falante possibilita a exist ncia da liberdade da fala do sil ncio como posi o da escuta com movimentos discursivos na conversa La
32. rico cont nuo e gradual como tamb m de mudan as idiossincr ticas com padr es qualitativamente novos em momentos do desenvolvimento Diferem dos outros te ricos posicionando um terceiro elemento a cultura codificada na linguagem incorporada nos artefatos f sicos s mbolos convencionaliza es e as atividades passadas de uma gera o a outra atrav s da produ o de sentidos e significados Valsiner amp Rosa 2007 pp 163 186 Nossa cr tica incide a partir de evid ncias que as atualiza es de pr ticas culturais se d o no jogo entre pessoas e as intera es das hist rias de seus ascendentes e descendentes Nosso argumento que os estudos sobre a transgeracionalidade enfatizam os elementos estressores de outras gera es para o grupo familiar atual se ligam a perspectiva de autoridade do coletivo da fam lia Assim esses pesquisadores tendem a enfocar as formas autorit rias de transmiss o de modo de pensar n o dial gicas monof nicas com instrumentos mediacionais disponibilizados n o dinamog nicos e portanto tendem a n o contemplar a contribui o das idiossincrasias para outros movimentos de constitui o da pessoa na fam lia e entre gera es Os significados de ideias e gostos dos av s podem ser constru dos nos netos nos filhos e se concretizar nas narrativas mais em um do que em outro pela conviv ncia direta ou indireta por exemplo mas nas teorias dial gicas considera se a responsividade de cada int
33. 217 Entrevistas Junho 2014 Em casa az n Passa ula Come a Qualquer coisa assim Conversava Alongamento dentro da sala Na casa de meu Para N o d av no dia de jogar domingo Com outros Envolver De me N o pode Nunca Foi Em uma acontecer abandonou reuni o Para Deu saber Como estou Na escola R Falarem Mau de mim Chamarem Tratam Come ou Sea A A ajuda crescer de Estay Estava N o P33N Meus Indo tios Minha Ficou escolhi Apanhei Fui l Com meu pai Mais os tios 218 A Fam lia P3 Sum rio das entrevistas A produ o de sentidos intergeracional dos homens sobre o planejamento familiar da fam lia P3 se escreve nas palavras sobre o cul gio a m o e a roga P31 P32 e P33 contam que s o da ro a da cidade de Laje Jaquaripe e Santo Antonio de Jesus respectivamente O curso de vida nestas cidades reflete a trajet ria da fam lia atr s de cul gio para os filhos do qual significou para o pai de P31 n o bot a m o no que dosotr s Agora n o peg um centavo Intendeu Para P31 significa a professora 29 66 sil ncios Mobral assinar o nome o estudo o saber Para P32 significou repeti a 4 s rie duas vezes n o se pode calar a voz a 20 anos atr s uma pessoa que nem eu assim de minha cor assim n o ia fazer uma faculdade Para P33 significou
34. 270 Nos estudos de Oliveira 2006 tamb m encontramos relatos de narrativas de hist rias de vida de lembran as em que dois irm os foram privados da conviv ncia com a sua fam lia provavelmente educados por fam lias com melhores condi es econ micas Numa comunidade com nfase na linguagem oral as palavras concretizam se nas lembran as formas de constituir lembran as a partir das pr ticas culturais na fala do P31 da Comunidade Alto do Alto Morro mais conhecida como Quilombo do Morro N o n o E ele tome lap um tome lap E n o pegou n o Pega Pega Pegar o qu Caponga n Ficava perto aqui ele veio embora A chegou T E SEU P31 Eu digo Ooi Rapai que jeito nois vai d em Taguatino Ele aprontou alguma coisa l Ela disse N o um qu d a li o Eu botei os menino pra pegar um os menino n o guenceu ele E ele correu e veim bora A eu cheguei a peguei a reclamar ele TEM QUE OBEDECER C vai obedecer a professora sim rapai se 1 n o tu num aprende nada Deus ajudou que melhorou Enunciado 74 P31 N nfase adicionada O enunciado do pai demonstra satisfa o em ver o filho na pr tica cultural da capoeira o que pode demonstrar que as intera es e aprendizado familiar foram atualizadas ressignificadas e portanto n o abandonadas pelo filho mesmo ap s este ter aprendido a escrever Consideramos que o n o respeito quest o cultural
35. A construc o de informac es dos membros da fam lia 1 Maio 2014 Membros Posi o na Tipo e tempo Educa o Processo Constitui o Kayr s Kayr s Media o Trabalho Renda Fam lia 1 Fam lia da entrevista sa de Familiar Planejamento artefato Processos de idade N doen a Familiar Simb lica curso de vida 1 pai Narrativa 2 filho E 3 neto Epis dica Av Casou P11 N Ihl4min EJA Perna 6 filhos 1 Encontro coma Fotos Aposentado Com rcio aos 16anos 66anos E 53min dormente morto cobra pico de perna Agricultor produtos com 6 meses mulher jaca o pai pediu direita agr colas de namoro Neto Meos netos bebida Brincava de netos Pai carregar os fumava irm os em faleceu m e rede apegada mais P11 faleceu problemas de cora o a ro a bebida Pai casou se P12 N 5lmin 5 s rie Sa de 5 filhos 2 Colocou fogo na Fotos Agricultor Com rcio aos l6anose 40 anos E 1h01 min Topa netos irm o casa tomava Surra Pedreiro produtos foi morar na preso licor para fazer Bomboniere agr colas casa dos pais assassinado os filhos lucro di ria as drogas Filho P13 N 39min 8 s rie Consultas 2 filhos O tr fico de Fotos Metal rgico Sal rio Trabalha sem 16 anos E 1h1l9min m dicas planos av drogas namorou Drogas Estudante carteira exames materna s rio na mesma assinada de cuida criado idade do pai av namorou com sangue distan
36. A o C omszbbauoodas26 Futuro Eve o gt g eo RE gS d D Outro Pai S MP a Z SE o E sa 288 Bo 2 9479 c e D avos g 2o CASN 5 Do Ss En OR Q Er OS BW O59 Rg SESES DES S BUS SE ASNHZ5EsESS Outro Av M d AT 0 gt S 5009 gt e 9 R amp BG Ai n Kayr s Ai n Kayr s 136 Paternidade 1 Na situa o eu P13 construiu os significados sob o tema paternidade com expectativas de dois filhos de diferentes n meros de filhos por colegas com apoio de pessoas na cria o de filhos amigos jovens padrastos alguns colegas com relacionamento com mulher com filhos Nas posi es outro pai descreve significados da presen a do pai aos fins de semana trabalhos semanais na ro a do av paterno Na posi o outro av construiu os significados de visitais anuais Conjugamos o tema paternidade com estrutura familiar com significados sobre a intensidade do trabalho escola o trabalho sem carteira assinada conquista do trabalho com recebimentos salariais semanais divis o do sal rio com os pais ajuda na feira semanal financeiramente informa es sobre carestia Na posi o outro av construiu o significado da estrutura familiar com pai trabalhador Quadro 16 Posicionamento P13 Paternidade Junho 2014 P13 Posicionamento Significados Eu Pai Expectativas de dois filhos sapeca danado S e mexedor em tudo brincalh o com divis o E S E 3 t6 e de brinquedo
37. Ao lado h a parede de uma casa com parte sem chapisco Na esquina da casa h um rel gio de eletricidade H rea de planta o de p s frut feros e animais como galinhas cachorros e patos andando ao fundo O participante usa camiseta e bermuda cinzas e cal a sand lias enquanto que o pesquisador usa camiseta vermelha cal a branca e t nis pretos P11 vem do movimento de m os batendo palmas umas nas outras entre as pernas com o antebra o apoiado no encontro das virilhas com as coxas Pesquisador se encontra com as pernas entreabertas as m os espalmadas entre as pernas rosto um pouco virado para a esquerda buscando contato visual com P11 Na fala antigamente era assim at ao final desta repeti o ele segura os dedos indicador m dio e anelar esquerdos com a m o direita e ao finalizar a fala ele ap ia a cabe a na m o direita e o bra o direito no punho esquerdo que est apoiado na virilha Na palavra N o P11 meneia a cabe a e ao final de toda a ora o busca o contato com c mera Na fala no tempo do meu pai P11 se mexe na cadeira olha para o canto esquerdo acima da c mera e termina o movimento segurando o queixo com a m o direita e a m o esquerda com o punho fechado apoiando e meneia os joelhos 3 vezes at a fala dizer que tinha Quando fala andava P11 faz o movimento com a cabe a para o lado esquerdo e finaliza a frase de gente trapaiada descendo a m o direita sobre
38. Cunhado Gandu heran a assassinou paterna e da algu m e genro esposa assassinado Pai Casou P32 43 anos N1h3Imin 5 S rie Hipertens o 3 filhos que Pris es Fotos Caseiro Com rcio aos 22 anos E2hs10min Arterial vivem cadaum Limita es ao casa Agricultor agr colas antes Exames de com um tio planejamento camisa Pens o da trabalhava PSA materno 2 familiar na zona conversa morte da para si esposas separou rural dinheiro esposa pr prio da esposa 1 e N queria filhos construiu a em seguida casa descobriu esposa gr vida do filho 3 medo que aconte a separa o com filhos Filho P33 16 anos N51min 6 S rie Exames de 3 filhos Assistiu a morte Fotos Estudante Pens o da S estuda E51min sangue planos Mora da m e cachorros morte da pretende consultas pr ximo aos conversas com o Abandono m e construir irm os com Tio paiaos badoe do pai uma casa cuidador av ao domingo aos 20 anos sobre qualquer coisa 94 Quadro 4 A constru o de informa es dos funcion rios da Secret ria Municipal da Sa de no Alto do Morro Funcion rio Idade ano Tempo de Comunidades de Fam lias Sigla Servi o ano Abrang ncia Atendidas Agente 25 5 a Alto do Morro 296 Comunit rio S o Bartolomeu 154 A Enfermeira 35 10 a Alto do Morro 142 ET Baixa do Morro 125 Cruzeiro do Riach o S Bartolomeu 154 Camagari 108 Riach
39. E num tinha para todo o mundo Na poca de P32 o 1 grau e fazer o 2 grau completos era para quem tinha condi es econ micas favor veis enunciado 30 P32 NJ vinha uma F 4000 e pagava os alunos filhos dos pais que tinham melhores condi es financeiras Para P32 outro empecilho era o planejamento familiar que representou para ele ter a quantidade de filhos que num queria o que prensou o processo educacional que queria para si Enquanto a mulher queria mais filhos ele queria menos mas tamb m num tinha o planejamento familiar na regi o o local mais pr ximo era o centro da cidade e cad o dinheiro para ir regularmente na cidade fazer o planejamento familiar enunciado 75 P32 N A produ o de sentidos intergeracional do namoro da fam lia P3 A produ o de sentidos intergeracional do namoro de P31 P32 e P33 construiu significados sobre respeito coragem o ficar e o momento entre namoro casamento e a casa enunciados 66 75 P32 E enunciados 318 325 P31 N enunciados 485 495 P33 N enunciados 485 495 P31 E O namoro uma condi o de casamento no relato de P33 que se constitui dos significados do empenho na constru o da casa em detrimento do tempo aos estudos ter esposa namorada na no o de ser dono do pr prio nariz P33 conta que ainda n o iniciaram o namoro como seus colegas da mesma idade Os significados da constru o da casa como s mbolo de namoro e casamento est o concretizados nos r
40. E e kel ed z E 3 o o is ci e 5 a C pais dia feliz o dia de E gp m S E o 9 5 z onm S Z 9 8 2a B o E Presente H casamento Viver bem Z E 8 amp 9 x9 76 5 ud 9 o 9 On gs O P S A vss OM I o S R sem discuss es e sem S o o o E E H E Zo Su oe O o CS Q N e o ND T 5 9 E a EO 2 B B O brigas o mn EC Bs 0 O A UE IMS Sl o E Ooo S o 6 o 3 S o Futuro N Ss S E Ss 1 Ou E els o Ss o 0 2 gos 9 8 3 2 5c 2 amp S amp 9 s S E O aq OQ D pz Q T S ge do BaN q 2 Ag oO A E 2 8 o D Qu i E Q a a uu o Q D 25858328Z EE c a Rem A d oO oO wu pur o Q Ai n Kayr s Ai n Kayr s 129 Paternidade 1 P12 no tema paternidade construiu os seguintes significados interesses por filhos insucessos no namoro com licor aconteceu pai aos fins de semana aten o semanal ro a orienta es aos filhos quanto ao patrim nio da fam lia Conjugamos na paternidade o tema da estrutura familiar que se comp e em P12 de sustento por planta es na ro a vida clandestina sem direitos sem carteira assinada sem futuro arte de pedreiro trabalhador para si mesmo para o pai e para a fam lia Quadro 13 Posicionamento P12 Paternidade Junho 2014 P12 Posicionamento Significados Interesses em filhos Insucessos no namoro aconteceu vieram os 5 e dq S os c Si goag Tf Passado Eu Pai filhos encerrou
41. Jo o mostravam que a pessoa num t em si enunciado 79 P12 E quando andava b bado Os processos mostram um jogo de presente e passado num t em si e andava b bado enunciado 79 81 P12 E P13 explica que tem um p de Jenipapo em tempo de fruto para dizer que a pessoa bebo de lic d uma agonia p pessoa se v enunciado 261 P11 E a pessoa fica fadigada enunciado 261 P11 E um medo da pessoa se v enunciado 267 P11 E Posicionou o licor e o povo no mesmo ato ao explicar sobre o uso do lic no S o Jo o E um lic que o povo bebe enunciado 261 P11 E P11 em outro epis dio compreende que o cora o chega a bat enunciado 223 P11 E na condi o de observa o sobre ao pisar numa arrudia de pico de jaca uma cobra que a respons vel pelo equil brio ecol gico entre a cadeia produtiva do cacau e a ca a aos ratos Nos dois ltimos enunciados o epis dio do passado vem ao presente O respondente P11 constr i um enunciado com tema marcado no qual o sujeito n o est no tema da ora o ca ar n o enunciado 116 P11 N Mas ele v a si mesmo na situa o eu tomei um choque pois quando vi saiu uma arrudia de pico de jaca enunciado 128 P11 N O medo de inje o e pessoas chorando no hospital leva o neto de P11 a n o frequentar o Posto de Sa de enquanto os colegas frequentam e at mesmo pegam camisinha dial tico
42. Mai meu pai P23 vira a cabe a bruscamente direita para indicar a presen a do pai na roga no aqui e agora a m os entrela adas a frente corpo volta a balan ar e encurvar olhar em dire o s m os fala em baixo volume foi nesse tempo Na fala a fui morar em Amargosa levanta o bra o direito altura do ombro mostrando a costa da m o o ante bra o acima do pesco o indicando a frente a cidade e retornando com a m o uma sobre a outra pr xima ao joelho corpo levemente inclinado frente Na fala Por um tempo que a m e se separou mar meu pai P23 em contato visual com P vai retornando para a posi o de olhar para as m os entre os joelhos corpo curvado as m os abertas v o se fechando at entrela arem entre as pernas Na fala foi nesse tempo balan a a cabe a afirmativamente voz l ngui da menor volume e tonalidade do que o pr ximo turno da fala Na pergunta sobre que ano isso ocorreu P23 abaixa mais a cabe a quase encostando o queixo no peito cruza os bra os na altura do peito balan a as pernas que est o estendidas frente olha para o ch o no lado esquerdo e entre os anos dois mil e dois mil e dois h um sil ncio de 4 seg termina a fala com o olhar voltado para a coxa cabisbaixo m os fechadas um pouco abaixo do peito Ao afirmar foi dois mil e dois leva a m o esquerda aberta sobre o rosto dedo polegar apoiando o queixo a esquerda m o esquerda apoiada
43. Nas palavras int casada No segundo mai meneia a cabe a e termina o movimento olhando um pouco abaixo do foco da c mera em dire o contr ria a do pesquisador Nas palavras o meu pai recusou faz um movimento repentino de abertura do peito se arruma no sof e vai virando o corpo totalmente para P fazendo contato visual com P que se encontra com a cabe a enterrada nos ombros na express o num fica um em seguida P faz movimento com o ombro esquerdo re apoiando as m os mais pr ximas virilha e olha focalmente para P31 que nesse instante vai retirando o olhar e a m o do sof nas posi es anteriores de m o cruzada frente agora corpo ereto n o encosta no 228 rum 17 16 a17 22 Tosse encosto do sof e cabe a curvada virada para o ch o frente da m o A m o direita de P31 vai deslizando sobre a poltrona do sof em dire o P e o cotovelo esquerdo ap ia com o peito aberto o movimento de P31 O contato visual que P faz com P31 vai at num ficou n o P movimenta uma vez com for a os ombros A express o Saiu tudinho de l termina porrearranjar P31 no sof Das palavras oxente a Meu pai P31 rearranja o p nis e P se re arruma no sof colocando o bra o direitono encosto do sof e as m os mais pr ximas virilha Na express o coitado do pobre do P31 P31 leva as duas m os sobre o p nis e vai faz movimentos de apoio das costas no encosto
44. Permita que o participante selecione epis dios que quer contar e a forma de apresenta o que quer dar d A constru o da entrevista guia se por diferentes fontes a experi ncia do pesquisador dimens es te ricas da rea de resultados de 79 outros estudos da an lise preparat ria com aspectos relevantes com explica es sobre o teor das perguntas ao participante para familiariz lo com a pr tica Nesta entrevista eu lhe pedirei v rias vezes que conte situa es em que voc teve experi ncia como filho pai e av 80 Quem escolheu esse Entrevista Epis dica Adultos e Idosos N QCc val 1 fi i gt 2 E 5 UOS o futuro voc vai estar Qual a diferen a entre filhos Sua mulher Dad a nome Igu m Ja contou Maio 2014 2 RE E ar filhos esse hist ria pra voc z TEPE Que atividades voc realiza E no S Cosme Conte sua experi ncia X Quando olha H passado Como s o seus irm os no S Jo o que experi ncias v m mem ria sobre a familia fazendo as mesmas coisas e netos Par metros Lembra de como a Na entrevista anterior voc contou em Age 1 O que aconteceu comunidade se envolveu X voc acha que esta experi ncia se E sua m e 2 Isso problema para C as i iet na E mi omo era sua familia com essa noticia liga foto objeto que voc trouxe voc 5 O que seu pai fala de quando o senhor voc era voce 3 Conta mais crianca Na po
45. Rosa prelo O participante nas narrativas produz se interpretando se se posicionando em rela o ao outro Esse evento poss vel quando se est em intera o outro eu em circula o de significados significa es v g V ron 1987 o participante se modifica de acordo com seus motivos de estar naquela situa o em que o outro lhe regula em algum n vel de media o isso din mica de circularidade de sentido e significados eu te observo e me modifico eu te escuto e me modifico Barbato Mieto e Rosa prelo Volosinov 2006 Constituem se processos de identifica o entre os interlocutores como de si para si mesmo intersubjetivamente mesmo sem estarem presentes fisicamente na intera o e na negocia o do mim com as pessoas que s o parecidas comigo Desse modo eu estou me tornando igual a mim mesmo Porque a princ pio esse si mesmo est se modificando a todo tempo Barbato Mieto e Rosa prelo Exemplificamos nas descri es das argumenta es de P21 P22 e P23 sobre a produ o de sentidos intergeracional do planejamento familiar seus elementos constitutivos afirmados e negados no estar de junto como nas separa es presentes nos processos translingu stico interativos aos lingu sticos na an lise microgen tica e no sum rio das entrevistas P22 e P23 por exemplo constroem o cen rio da separa o de P22 da m e de P23 a m e separou se do pai enunciado 50 60 P23 E a mulher se
46. Suplicy 2007 das pessoas cooperativas um lugar imperfeito para pessoas im perfeitas atingirem o desenvolvimento como liberdade Esse desenvolvimento se insere no processo de desregulagem e reajustamento e est presente na dimens o significante da organiza o social enquanto tecido da semiose social Bakhurst 2009 e assim dinamiza a homogenia a hegemonia e a heterogenia Merrell 2003 49 Parte se do pressuposto que a produ o dos sentidos Ver n 1987 Ver n amp Ford 2006 se constitui da pertin ncia dos discursos sociais em que a mat ria significante o texto constitui se de conjunto de operag es de investimento de sentido que se formam na intersubjetividade Brait 2005 Esses movimentos conversacionais situados se produzem nas sequ ncias polif nicas que afetam seus conte dos sem ntico e pragm tico Assim em pesquisas que enfocam a produ o de sentidos intergeracional combinamos a an lise dial gica tem tica com a pragm tica do discurso que possibilitam a compreens o das din micas de produ o de sentidos 1 3 As m ltiplas vozes intergeracionais na fam lia Nesta tese estudamos a produ o dos sentidos dos discursos narrativos sobre o planejamento familiar nos espa os intersubjetivos Estes discursos podem tamb m cr pticos se produzir em marcas nas lembran as de experi ncias significativas Lubovsky 2009 formando diferentes sentidos de fam lia Dessen amp Campos Ramos 2010 Caracte
47. a O a ec gt A ane o O 9 So c o ficar na poca da capoeira namoro Z a8 9 Q S Namorado P SS mo SS ERES aos dezessete anos com R Gosto pela ES 2s z8 Zg z E E o mulher R Sofrimento intenso com as E E a5 BT E E g Ps Ee 3 c i s separa es amorosas saudades Aa E Ux E nA S Passado C ou ax o qom wo 50859 e desist ncia aus ncias Triste com a sua B E uSua252228 E Pn i s 2 E Sou o H baixa pot ncia masculina homem de Doch run ES a z SHET E z na oOo wo o E valor homem de trabalho encostado E D RD SUPSSOZ Presente R Sept seas amp g2399EBZEE as o sem valor vagabundagem prostitui o E RG ao DO a NS On SE epa gt k ao amp u qua DOE DIS Eq D Nn O drogado Indiferen a medos oqESCRSESESHKE E SH E N inseguran as outros namoros Es 4 E E E E E c cd 9 8 E 8 E cia ros 1 3 an UA el 3 possibilidades de homic dio passional 8 S oO o 55 E 5 PI 9 WEE dE A E e wr e D i Futuro O instabilidade Esperan a de pot ncia SE E S E qEZ2SA28 EE 6 5 E sexual nsosEsSaAgEsSEaSAaAR SR o Outro filho Festeiro bebedor vaidoso B O 26 d an S 9 8 48 350505 o 2 0 o0 2 B E BO Ai n Kayr s Ai n Kayr s 174 Paternidade 2 Na posi o eu P22 construiu os significados do tema paternidade como defesa aos filhos quanto s surras da m e alco latra cuidado aos filhos na separa o cria o dos filhos e lideran a p
48. a SouL sop esco e aqua garperdoad apeprurmxor BraArAarqos gal ossu 1ouaur op euposea ed o uroa sepeieo uropiquasedTe ura sosopr so EIJUOS erouspora v ad au aaxdsy sede ap eSuaop a ejejsoud ep emo gal eudapy artagie od SOBUL Sp IOM E umo Emp ENT lIvador apos o casamento Negocio serio Lembran as sobre revistas de putaria um e TE SEY ias SEE 8B AT us LEE E E E pornogr ficas no sul ao ver tr s cobras macho em uma Construtor em Sa Tocador de vio ganbe eerauapsrsap aqurapmb ou esea ep g enr gu ejoa E arra gros Eu sorqurosse B LLE ap edages ap rop amp ado eni eu ordapaa ou a atreurcd eu Opep oe apeprmuros Eu S aprep qs tos dos filhos morte da futura nora Negocio 10 sem palavras com o irsucesso conjugal i es nos casamen E T H tra Sabidinha caprichosa bn Kavr s Ai n Kavr s mr 166 Paternidade 1 Na posi o eu de P21 foram constru dos os significados do tema paternidade como a responsabilidade no sustento da fam lia seguran a com os filhos homens com as casas ao redor da dos pais os tempos dif ceis com 14 filhos Na posi o outro pai P22 conta sobre o pai como lutador para poder criar os filhos e ao mesmo tempo distante da fam lia nas matas por semanas apegado ao machado Na posi o outro filho P22 exp e a obedi ncia lideran a do pai a prontid o para ajuda mesmo quando oc
49. a ro a a separa o amorosa de P32 e a esposa dificultou a constru o de ensinamentos conjuntos a respeito das a es da fam lia por P32 e P31 P33 relata que as conversas aos domingos com o av eram sobre todas as coisas e aos s bados com o pai Declara a vontade de tr s filhos e construir uma casa aos 20 anos fez P32 e P31 A fam lia P3 mant m as tradi es de festas tais como S o Cosme e S o Dami o e S o Jo o P31 declara o desrespeito de um colega crist o com as cren as das religi es de matrizes africanas P33 P32 e P31 dizem que tanto a fam lia materna quanto a paterna realizam as festas com a roda de samba com caruru de responsabilidade de P31 e E enunciado 250 260 P33 E An lise microgen tica da fam lia 3 Na an lise microgen tica observamos os seguintes Kayr s Em P31 a constitui o hist rica do epis dio sobre a evas o escolar do participante composta de sil ncios d iticos movimentos bruscos raspar de gargantas e reverbera es em outros epis dios do curso de vida compostos de presentes passados e futuros Em P32 analisamos as emo es no momento da narrativa sobre as dificuldades de mudan as das convencionaliza es das pr ticas culturais da fam lia que possibilitaria avan os nos estudos de forma a constituir mudan as sociais profundas na fam lia Analisamos em P33 as emo es no momento da narrativa a respeito da aten o redobrada que empreende para a conquista do sonho de educa
50. ao final da ora o a m o esquerda se eleva na fala E assim at a altura 159 que tem agora mais aparelho de celul mais avan ado notebook tablete as pessoa fica mais esperta assim 30 40 a 30745 30746 As drogas as pessoas que num tem bem a sa de fica inventano v rios tipo de droga 31 04 a 31726 s isso s 160 do rosto encostando dedo indicador e m dio e ent o volta a posi o de m os entrela adas entre as pernas inicial mas os p s continuam entrecruzados embaixo da cadeira O movimento continua no esfregar de m os entre as pernas co os antebra os encostando entre a virilha e a coxa para dizer que as drogas a pessoa Enquanto o pesquisador est perguntando E as drogas e passando a m o direita na testa e m o esquerda aberta com a palma voltada para cima na perna direita P13 olha para todos os lados sem mover a cabe a sem realizar o contato visual com o pesquisador e quando finaliza a pergunta o in cio da 1 resposta P13 ao inv s de afirmar faz uma volta polif nica de pergunta e faz uma concha com os dedos abertos com a m o esquerda e passa m o direita 3 vezes rapidamente por essa concha para dizer que as drogas s o as pessoas e em seguida a concha da m o pega os dedos da m o direita 161 Fam lia 2 Quilombo Alto do Morro Caso P21 Sum rio de entrevistas A hist ria da fam lia P21 enfoca o curso de vida nos significados de
51. br Cannell F 2011 English ancestors the moral possibilities of popular genealogy Journal of the Royal Anthropological Institute 17 3 462 480 Dispon vel em www jstor com Capurro R 2008 Information technology as an ethical challenge Magazine ubiquity review 1 9 1 20 Dispon vel em www periodicos capes gov br Carlucci A P 2013 De Mediador a Elo Promotor Um Estudo sobre os Posicionamentos Plurais de Professores em Contextos Virtuais de Aprendizagem Tese Doutorado Universidade de Bras lia Instituto de Psicologia Programa de P s Gradua o em Processos de Desenvolvimento Humano e Sa de Carter C McGoldrick M 2008 As mudan as no ciclo de vida familiar uma estrutura para a terapia familiar 2 Ed Veronese M A V Trad Porto Alegre Artes M dicas Carvalho M 1998 Rumores e rebeli es estrat gias de resist ncia escrava no Recife 1817 1848 Tempo 3 6 1 15 Dispon vel em www periodicos capes gov br Certeau M 1998 A inven o do cotidiano as artes do fazer Petr polis Vozes 297 Chandler A D 1990 Scale and scope the dynamics of industrial capitalism Cambridge Belknap P of Harvard U P Chi L 2013 Intergenerational transmission of educational attainment three levels of parent child communication as mediators Psychology Journal 2 0 26 38 Dispon vel em WwWw periodicos capes gov br Cole M amp Cole S 2003 O desenvolvimento da crian a e do ad
52. camisinhas do sabor Nessa posi o ainda inclu mos os significados do cuidado do outro por P13 e o tema da heran a familiar 135 Namoro Na condi o eu P13 construiu os significados sob o tema namoro como experi ncia de namoros separa es amig veis e pretens es ao casamento O tema cuidado de si e do outro na posi o eu construiu os significados da inf ncia com 70 Kg da exist ncia de melhores amigos ciclista ouvinte da m sica Rap Camisinha de sabor O Cuidado de si e do outro na posi o outro pai diz que o pai elogioso simp tico cuidador protetor l der lhe diz bem de si como pessoa id nea No cuidado de si e do outro na posi o av diz que o av uma pessoa legal protetor e prestativo Quadro 15 Posicionamento P13 Namoro Junho 2014 P13 Posicionamento Significados TA q Eu Namorado Experi ncia de namoros s d o A NP Q E separa es amig veis o B 2 E So Ss se o ficar pretens es ao 20S E ESSSERE Olh 2 X OS a Zo E ub C casamento Olhos s para 9 zm t E o E H B g 2 o E L O O e H a menina cora o para a DERSZSSOSOELos E i o e e e o Passado R menina assovios elogios Em E Es sn Ro amp 3 4 N Bo m v SS o a beleza trai es E a x Z ESeu S 9 9 g 9 8 5 P N d S Eu 9B 99 5 go resente esgostos BS693EHE32389 o vi ss CABLE EVDS e O 843 9855g B8gG09 Kn uM z 8ggso5dsduo 2S ESSE S sEOoOTS Eos
53. capes gov br Magnusson D amp Stattin H 2006 The Person in Context A Holistic Interactionistic Approach In Damon W amp Lerner R Orgs Handbook of Child Psychology vol 1 Theoretical models of human development 5th edition New York John Wiley amp Sons Marchi N M Alvarenga A T Osis M J D Godoy H M A Guimar es M C B amp Bahomondes L 2011 Consequ ncias da vasectomia experi ncia de homens que se submeteram cirurgia em Campinas S o Paulo Brasil Revista Sa de e Sociedade S o Paulo 20 3 568 578 Dispon vel em www scielo br Marcondes G S 2005 Conjugalidade e Reprodu o os projetos masculinos In XII Congresso Brasileiro de Sociologia Sociologia e Realidade pesquisa social no s c XXI Belo Horizonte Dispon vel em www sbsociologia com br Marcondes G S 2008 Refazendo fam lias trajet rias familiares de homens recasados Tese Doutorado Universidade Estadual de Campinas Instituto de Filosofia e Ci ncias Humanas Programa de P s Gradua o em Antropologia Social 303 Mariz N N amp Zornig S M Abu Jamra 2011 Viol ncia precoce e Constitui o ps quica Limites e Possibilidades de Representa o n o corpo Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental 2011 14 3 426 439 Dispon vel em www scielo br Maroni B Gnisci A amp Pontecorvo C 2008 Turn taking in classroom interactions Overlapping interruptions and pau
54. caracter sticas Paternidade reprodutivo da acompanhamento da gravidez do popula o parto e do p s parto e da educa o da masculina crian a Higiene e cuidados Promo o da sa de atrav s da b sicos utiliza o sistem tica de limpeza corporal Preven o de Metodologia das a es preventivas e doen as recorrentes interven es que diminuem agentes e processos curativos patol gicos Vacinas cirurgias e processos terap uticos O homem A popula o de Aspectos Preconceitos sobre a adolesc ncia e afrodes homens negros institucionais juventude Cultura patriarcal cendente Caracter sticas de hist ricos sociais e Resist ncia masculina a aten o identifica o e culturais prim ria Masculinidade univocidade socializa o estere tipos de g nero Os afrodescendentes adolescentes Envolvimento de jovens negros em situa es crimes viol ncia mortes prematuras tabagismo e abuso de lcool 106 Tema A pol tica de sa de O texto est direcionado ao contexto sociocultural e institucional como possibilidades de promo o da sa de acess vel aos homens nos servi os de aten o prim ria O documento descreve o contexto de aten o aos homens a partir dos sistemas locais de sa de que possibilita a constitui o de di logos nos diferentes n veis de desenvolvimento da pessoa com as institui es de sa de Estas institui es desencadeiam di logos em reuni
55. como uma dor na virilha a diferen a nos relatos est que P21 descreve a cura pela religi o crist a partir de um convite que sua filha fez papai quiser ir papai vai Nas narrativas P21 antes de falar do c ncer e das curas relata o trabalho pesteado brabo intenso nas matas na casa de farinha nas ro as do Sul da Bahia para poder aguentar a fam lia com 14 filhos nos significados coletivos da poca de bom homem respons vel supridor dos alimentos mantenedor da fam lia 189 Acompanha a cura os relatos da luta o cuidado da fam lia contra a doenga de Chagas que assolou sua fam lia com a morte dos irm os e pai P23 fala do cuidado do tio durante meses do acidente de trabalho como borracheiro quando o macaco se movimentou e o nibus prensou P23 no ch o Afirma que deu um grito desmaiou em seguida e ficou meses sem andar com inje es para o al vio da dor P23 conta que solicitou ao tio que n o preocupasse o pai e a m e sobre o acidente uma forma de cuidado familiar com o padecimento de P22 e da m e com a separa o amorosa A produ o de sentidos intergeracional sobre a paternidade da fam lia P2 Desenvolvemos a paternidade entre as gera es da fam lia P2 no tema da cria o Para explicar que criou os filhos e os irm os P22 narra a idade de dezessete anos como a idade da mudan a do cuidado dos irm os para o cuidado dos filhos Na condi o de irm o mais velho P22 auxiliou o pai no cuidado dos q
56. complementasse informa es relevantes para o tema da pesquisa foi pedido que relacionasse sua hist ria de vida com o tema do planejamento familiar Ao final foi pedido que apresentasse uma fotografia objeto que mais lembrasse a constitui o familiar Com base nessa fotografia objeto foi solicitado que falasse sobre a condi o de homem a estrutura familiar o nascimento dos filhos o or amento dom stico entre as mudan as no curso de vida Cada sess o de entrevista teve dura o de ao menos 40 minutos totalizando 1h30 horas para cada participante 25 horas no total considerando se tr s participantes em cada uma das tr s fam lias conforme quadros das principais informa es das entrevistas por fam lias e das regras de transcri o no item seguinte No quadro consideramos importantes as orienta es da tica 91 na pesquisa portanto omitimos o nome da pessoa e ao mesmo tempo constitu mos uma nomenclatura substituinte que possibilite sua identifica o no texto da tese de acordo com a sua posi o na fam lia 1 2 e 3 Portanto a posi o 1 a de pai 2 de filho e 3 de neto Assim o participante na fam lia 1 na posi o de pai tem a forma o do seu nome como P11 na posi o de filho na mesma fam lia P12 e na de neto P13 e assim sucessivamente conforme consta na tabela seguinte e uso nos resultados discuss es e conclus es finais As entrevistas t m os seguintes dados epidemiol gicos Quadro 1
57. conjugal com tr s mulheres BOo S599525N pe s O cec Ew para a cria o de 53 filhos pouco em g E Sg2B 5 ES casa mais na roca e sa da para cagar Fi po seda Ai n Kayr s Ai n Kayr s Heran a Mapa tem tico P31 Quilombo Alto do Morro 206 Entrevistas Junho 2014 Um coro Tome Uma senhora Mulher N o pegou Come ou a Un em cima dele Num indo mais Deram da Re pra brigar Acabou Botar O nome Uma escola pra N o encontrava Assinar Ajudou Melhorou Mai minha tia Recusou R Brigando i Batalhando Soube Esse menino Passei muderno Larga Sai do Tinha EET Dizendo mulher 17 i E Lascado Pega Um PPPPPP Morreram N o dava egar PPP Largou KCN ide Bb Beli pd Pegou Ele Abra ou Primeira coisa que 207 Caso P32 Sum rio de entrevistas P32 descreve as condi es de planejamento o sustento dos filhos dist ncia o acesso s pessoas negras universidade e a profiss es liberais Outras descri es s o a respeito de trabalho cansado intenso sem correria as doa es de terras pelo pai para que ele plante e construa sua casa P32 narra que trabalha e descansa como cuidado sa de com vacinas contra t tano e alimenta o adequada Al m deste cuidado ele divide os cuidados dos filhos com os cunhados tios do filho irm o de sua mulher falecida A parte do cuidado com os filh
58. da informac o Os estudos dos usos da linguagem que ocorrem nas interag es na Gram tica Sist mico Funcional mostram dois sistemas de an lise que envolvem as posi es pessoais na organiza o da mensagem num texto a Estrutura Tem tica nas fun es tema e rema e Estrutura da Informa o que envolve os componentes da informa o dada o elemento de conhecimento compartilhado e informa o nova o que n o recuper vel a partir do discurso precedente Silva 2010 As pessoas ao contarem suas hist rias de vida organizam o que t m a dizer num modo de f cil compreens o para o ouvinte no caso o pesquisador Essa organiza o no n vel gramatical feita pelos elementos de escolha dos significados hist rico culturais os destaques que auxiliam a flu ncia de cada ora o nas conversa es compondo a estrutura tem tica Fuzer amp Cabral 2010 Na parte que corresponde ao tema est o informa es como as liga es entre as ora es as constitui es dos significados o contexto da compreens o do que vem a seguir o Rema M M Gergen amp Gergen 2006 Na parte que corresponde ao Rema desenvolvem se as ideias que est o sendo veiculadas pelo Tema o Rema a parte da ora o em que o Tema desenvolvido A escolha do tema de uma ora o marca as indica es de progress o da informa o na din mica epis dica da narrativa Utilizamos a an lise do discurso tem tica para descrever a uma vasta gama de an l
59. das condi es hist ricas sociais e culturais para a gera o futura e seus ascendentes atrav s das interpreta es de si nas narrativas Bakhurst 2009 Estas condi es envolvem normas regras convencionaliza es bem como reflex es sobre promo o da sa de Rodrigues amp Ribeiro 2012 or amento dom stico e varia es no n mero de filhos entre conflitos e negocia es entre as hist rias das gera es A hist ria sempre esteve ligada ao mundo dos humanos na condi o de produtores de suas condi es concretas de vida e portanto o mundo material no modo de produ o na qual se organiza todos aqueles que comp em a sociedade Compreende se a hist ria como produto da atividade humana da pr xis da orienta o enquanto marco para a constru o de uma psicologia concreta do funcionamento do humano A hist ria tem como quest o chave a atividade pr tica humana o modo de produ o infraestrutura e as forma es subjetivas operantes nesse processo como a ideologia superestrutura compostas de cones mais signos Volosinov 2006 no qual tamb m atuam as media es das for as produtivas e das rela es sociais 58 O planejamento familiar um programa social no mundo da produ o material se comp e da forma o de ideologias no macrossistema planejar se relaciona a como a realidade infraestrutura determina o planejamento familiar e como este reflete e refrata a realidade em transforma o Volosin
60. de renova es da estrutura familiar que neste estudo enfocamos como sendo composta de or amento dom stico n mero de filhos como processo formativo de si numa constitui o entre vida e texto semelhante composi o do texto no intertexto do contexto Desse modo na intersubjetividade mediada por discursos narrativos a pessoa se explica utilizando estrat gias que indicam as din micas dos movimentos conversacionais e a forma o das experi ncias significativas na concretiza o da a o entre historicidades e as agencialidades As agencialidades se referem aos processos da pessoa ativa na produ o de sentido em intera o tu eu e eu mim com roteiros de a es na constru o de metas Elichirigoity 2008 1 1 A produ o de sentidos nos posicionamentos do self Na perspectiva cultural o ser humano n o responde apenas ao que mas ao que poderia ser assim n s podemos identificar possibilidades de a o na vida real Deste modo o self se constitui nas intera es com o outro tu eu como tamb m o resultado dos di logos entre o eu mim A constru o do self considera as diferentes posi es eu vis vis os outros com quem o eu interage que juntos formam o self como entidade em movimento continuamente O self muda de posi o como um ator passando de uma cena para outra mudando destinat rios e em seguida como diferentes personagens em diversos cen rios e direcionamentos das a es e atividades a
61. de doa es de terras em vida educado no tratamento aos mais velhos respeito s gestantes o nome recebido da fam lia procedimentos medicinais da comunidade Quadro 29 Posicionamento P31 Paternidade Junho 2014 P31 Posic Significados Eu Filho Observador do conselho de fam lia honroso com o casamento no sustento e ga e E E o manuten o da fam lia S g 5 d 5 TZA Eu pai Respeitoso da autonomia do outro para Sss2 0 os v 2 p wh P JU IS E TU Nds d o C doar alguma coisa participante do 3 amp 3 S 5 B Bx A Qa H conselho de fam lia Choro pela sucesso Ei SEo 6 25 Eo E 30000 ug R no encontro em Gandu do filho Bo DuUSsmHd3s 2 a Re 2S Mood aga desaparecido Amor aos filhos indiferente 39259 mo HO E E A N ST Passado N de ser menino ou menina Dor pela E Es a T5 7 2 o aon O morte de nove filhos como rato E E E S E a amp e a H S Eu av Pouca reclama o com os netos e ga ES Se go ss Presente f Or S o SH 2 DO bisnetos Orienta es aos filhos e aos sEsS S Sos E 9 T 1 E netos Honrado respeitado pelos filhos RE E v Ee ey EA E a H OSS ono Q S com obedi ncia apesar da idade triste ae S BBSSS E 44 s zu Futuro pelo homic dio do genro comerciante e E E ds o Es L2 E DO E Dom e Outro filho Filhos fracos vergonhosos e batalhadores o E s S6 g gs Qs I du uU Es o a0 6c e RE RE SpoUdpHuusom Outro Pai Arranjo
62. de fralda Pra quando eu tinha minino eu ia e comprava dois Tu compra um short Eu ia e comprava dois E ela diz que o minino macho N o a minina era f mea Primeiro era a minina que o m dico viu E num fez ultra som n o E a um neg cio l que o m dico descobriu que a minina era f mea A eu ia pra rua comprava duas calcinha Comprava em dia de s bado e trazia logo duas tr s Duas tr s Comprava um pacote mandava compr um pacote de fralda eu comprava dois tr s pacote de fralda Mandava compr um Danone eu comprava dois tr s e ia botano dento de casa Enunciado 278 287 P22 E nfase adicionada QUANDO EU ASSIM NO CASO ASSIM NO MEU LUGAR OU RAPAZ PORQUE NO CASO QUE NEM EU t aqui eu trabalho acho que o trabalho na ro a pesado A esqueci at o que eu penso assim o que a gente faz n o pensa mas Deus t l e sabe de tudo Ai eu digo ia eu tou plantando aqui uma ro a plantando esse neg cios aqui porque AMANH OU DEPOIS AH N O morrer se eu n o morrer novo e tiver mais velho e n o aguentar vir aqui em baixo subir essa ladeira ou n o aguentar tirar essa ro a tendo a ro a plantada a qualquer pessoa vem paga um dia vai tire colhe e bota a QUE NEM O MEU PAI Assim t com setenta e poucos anos A assim a eu eu conversei com aquele menino o de c 263 de cima disse oia eu arei l uma terra e t plantando uns p s de laranja
63. de impostos poss veis com o jogo entre agentes pol ticos para a instala o da f brica na cidade A e n o B a movimenta o financeira nos bancos sobre a poupan a e investimento dos atores socioecon micos e as pesquisas sobre planejamento familiar Boa parte das pessoas que utilizava a p lula pode mudar para os m todos mec nicos por m dificilmente volta para os m todos naturais como o coito interrompido devido s mudan as de costumes radicais com o novo m todo Mesquita 2008 Ventura 2004 E quanto s fam lias as mudan as s o as discuss es conjugais provenientes dos custos familiares sobre as falhas dos m todos naturais o custo social dos anos de estudos para novas oportunidades de emprego na ind stria farmac utica em rela o ao emprego estabelecido a rela o custo benef cio com o uso do f rmaco a facilidade do manuseio do 63 f rmaco em rela o ao empenho pessoal com o m todo natural o custo social e econ mico da qualifica o necess ria das pessoas para o trabalho na f brica O novo ciclo de neg cios conjuga um estilo de vida diferente com f rmacos mais baratos e aumentos na renda proveniente do emprego na f brica e dos neg cios da ind stria farmac utica A nfase na destrui o criativa incide mais sobre o profundo do que sobre o r pido Toda a inven o se conjuga de diversas formas em ciclos econ micos desde a inven o da primeira p lula contraceptiva dos anos 40 s mudan as ho
64. de pens o de alimentos invent rios de fam lia e pactos nupciais sustentam mais de 80 das despesas do escrit rio que move Robles e Castro 2005 a indicar este fen meno como campo de estudo Em nosso estudo as dificuldades da fam lia dos participantes foram parte de debates no Conselho de Fam lias uma institui o informal na qual as pessoas honrosas da 246 fam lia parentes e amigos pr ximos se re nem para aconselhamentos m tuos na proposta de constru o de solu es para as novas e atuais situa es de fam lia Outro instrumento de constru o de solu es estar atento s not cias veiculadas no r dio e os debates sobre as solu es que outras pessoas est o dando P22 disse que atrav s das not cias do r dio tomou conhecimento da proibi o da m sica Pare de tomar a p lula em anexo com orienta es sobre o planejamento familiar pois na comunidade do Quilombo as esta es de r dio s o mais antigas que os canais de TV P32 narra a sua busca pelo Conselho de Fam lia reunidos em um almo o de domingo os familiares mais honrados da fam lia da esposa Pediu orienta es sobre os desentendimentos do casal quanto ao n mero de filhos E por ltimo P32 dirimiu as d vidas sobre o n mero adequado de filhos com o seu pai o qual teceu um di logo com o casal como interlocutor da fam lia de P32 Estas explica es constituem o enunciado de P32 em uma noite aconteceu P32 conta que tentaram
65. de quebras de comunica o o que para o filho significava abandono como tamb m processos de atualiza es das pr ticas culturais do contexto da narrativa como situa es de heran a cultural educacional e econ mica H tamb m ind cios que os funcion rios do Posto de Sa de conversam com os participantes sobre as normas composi es dos direitos e servi os dispon veis descri es de como a pol tica de planejamento familiar atuar com as fam lias da Comunidade do Alto do Morro as atividades do planejamento familiar compostas de assist ncia concep o e 235 contracepc o atendimento pr natal assist ncia ao parto ao puerp rio e ao neonato controle das doen as sexualmente transmiss veis Apesar de n o termos efetuado microan lises parece nos haver indicadores de intertextualidade com a pol tica p blica que podem ser explorados em outros estudos pois as narrativas mediadas pela m sica de Odair Jos Uma vida s Pare de Tomar a P lula P22 como tamb m o Rap Camisinha do sabor P13 conversas sobre os nomes populares das doen as sexualmente transmiss veis a reprodu o social mediada por tentativas e erros de uso dos m todos naturais farmacol gicos e mec nicos como a tabelinha a p lula e a camisinha P22 P32 P12 men es s contribui es de incentivo participa o do pr natal atrav s da participa o no Programa Bolsa Escola at as transforma es no Programa Bols
66. de transmiss o como legados de outras gera es Marques J nior Gomes amp Nascimento 2012 Teixeira Filho 2010 Utilizando o m todo de interpreta o de sentidos Marques J nior amp et al 2012 p 512 contrap e se Welzer Lang 2001 ao apontar que n o s o todos os homens uma autoridade hegem nica heterossexual Os significados se constroem na forma o das ideias e nas institui es se direcionam ao s mbolo do homem branco heterossexual de classe m dia alta que demonstra seu poder inclusive sobre outros homens No que diz respeito autoridade hegem nica os autores apontam que a concep o de masculinidade se constr i a partir do conceito de modelos culturais de g neros que estruturam pensamentos afetos e condutas O argumento de Teixeira Filho 2010 contraria a concep o de formas autorit rias hegem nica de transmiss o cultural direta entre gera es Para o autor trata se de ir al m dos binarismos e analogias pela matriz da heteronormatividade institucional como prerrogativa da procria o na forma o de uma na o A inten o de ser pai e m e se dirige experi ncia de amor cuidado e prazer no jogo de uma trajet ria rumo ao desconhecido como s o as intera es humanas nem sempre afirmando as possibilidades institucionais da heterossexualiza o Baseados na cr tica de Rubinstein 1979 escola francesa de sociologia podemos interpretar as teorias que enfocam as formas autorit rias hegem
67. dezesseis anos de idade b de tr s fam lias rurais da cidade de Santo Ant nio de Jesus Bahia c participantes de programas sociais do governo L deres de associa es de produtores rurais em encontro em uma fazenda na cidade de pesquisa listaram dez fam lias que possivelmente atenderiam aos crit rios Das fam lia em uma o av apenas conversava sem grava o o pai aceitou e o neto n o foi encontrado em outra o pai era adotivo outra falhava na composi o do crit rio de neto filho e pai homem na fam lia tr s n o foram encontradas e duas n o estavam dispostas participa o na pesquisa por motivos de sa de de um dos homens As outras fam lias nunca receberam benef cios sociais do governo tal como o Benef cio do Sal rio Maternidade Esse epis dio mostrou a aus ncia de fam lias compostas de homens negros nas quais hajam tr s gera es vivas nas posi es de av filho e neto e estes quando vivos dispostos participa o na pesquisa O pesquisador mudou a apropria o do contexto sociocultural na feira livre com exposi es as quartas sextas e s bados entre as 04hs da manh at s 10hs para ressignificar conceitos sobre as fam lias de afrodescendentes Possibilitamos a constitui o do pensamento do participante atrav s da suspens o do ju zo de valor epoch com a inten o de preencher os crit rios de inclus o na pesquisa Na satura o conceitual da amostragem te rica as atividades c
68. dica 153 Na an lise microgen tica observamos os seguintes Kayr s em P11 na mudanga da ordem da frase de tratar bem aos outros e tratar aos outros bem enunciados que aparecem com significados do momento em que a fam lia assistiu a morte do filho de P11 irm o de P12 e tio de P13 Buscamos observar quais os processos translingu sticos interativos aos lingu sticos do pesquisador e participante Em P12 analisamos o momento em que ele em apenas alguns segundos descreve com detalhes o momento da morte do irm o al m das dificuldades que ele tem para a mudanga de assunto no di logo com o pesquisador J em P13 analisamos o momento em ele que diz que as drogas s o as pessoas que n o tem sa de e ficam inventando v rios tipos de drogas enunciados 237 245 P13 E An lise microgen tica P11 sobre Kayr s da fam lia Enunciado 94 P11 N 25 50 N O antigamente n o era assim n o ANTIGAMENTE era era NO tempo de meu pai era assim A gente andava e era dif cil a gente ouvir dizer que tinha nego o de gente atrapaiada e tudo MAI hoje com a com a COM A humanidade que ta hoje NUM t CORRE perigo se and at na cidade N s na cidade QUALQUER todo canto corre perigo HOJE 154 O participante e o pesquisador se sentam em cadeiras de pl stico uma vermelha e uma azul enquanto uma outra cadeira vermelha usada como mesa colocada entre eles para ser usada como suporte para o gravador
69. discute aspectos presentes na historiografia da educa o da popula o negra brasileira com destaques nas proibi es impostas pelo Estado aos negros sobre o acesso escola no per odo de transi o do trabalho escravo para o trabalho livre no s culo XIX No mesmo estudo o autor mostra uma desobedi ncia Lei ainda na Monarquia Imperial por parte do Estado de Minas Gerais que abriu espa os nas escolas para pessoas negras Em nossa pesquisa encontramos nas narrativas diferen as de anos de estudos entre as tr s gera es dificuldades institucionais para o acesso educa o como tamb m aus ncia de sentimento de perten a dos participantes do direito a uma educa o p blica digna e de qualidade Nos resultados da tese os homens t m quatro anos de estudo abaixo dos resultados 249 de homens negros e cinquenta por cento a menos dos homens brancos apresentados no estudo de Passos 2012 A escolaridade m dia de um jovem negro de 25 anos de idade gira em torno de 6 1 anos de estudo um jovem branco na mesma idade tem cerca de 8 4 anos de estudo Apesar do n vel de escolaridade de brancos e negros ter aumentado de forma cont nua ao longo do s culo XX a defazagem de 2 3 anos de escolaridade persiste a mesma observada entre os pais desses jovens e de forma geracional entre os avos desses jovens Al m disso o elevado padr o de discrimina o tnico racial expresso pelo diferencial na escolaridade entre brancos
70. diz respeito ao que dito para silenciar outros b no contexto situacional na interdi o de certos posicionamentos da pessoa a inscri o desta em forma es discursivas determinadas As mem rias ao invadirem o espa o p blico reivindica es pouco previs veis acoplam se significa o do sil ncio sobre o passado que remete a intera es entre microculturas nem sempre presentes no discurso da sociedade global Pollak 1989 Em P32 a narrativa constitu ram mem ria da microcultura familiar O homem bebia uma cacha a desgra ada Tanta coisa gravando da gente nunca lembrei mas bom lembrar Ai eu vim cheguei Ai eu fui no conselho tutelar o conselho tutelar mandou chamar ela l ela foi Enunciado 50 P32 E nfase do adicionada As pessoas transmitem seus sentidos na microcultura familiar em que seus membros enunciam sobre a estrutura pol tica os conselhos o futebol as religi es o Posto de Sa de e nas tessituras da fala que incluem vozes nem sempre presentes Lembran as em estruturas de comunica es prim rias convivem com a sociedade como cultura proibida Por conseguinte existem nas lembran as de uns e de outros zonas de sombra sil ncios palavras n o ditas como em P31 na unidade de significa o sobre a sua sa da da escola conforme an lise microgen tica sobre em Kayr s da fam lia xe risos o meu pai recusou quando soube a hist ria risos recolheu logo a gente
71. do quilombo na gera o anterior exclus o escolar por diversas culturas levou a fam lia de P31 a retir lo os irm os e todos os primos da escola vide o estudo de caso da fam lia P3 Neste caso a constru o do planejamento da fam lia P3 inclu a que os filhos aprendessem a pelo menos assinar o nome sem perder a cultura geracional da fala oral do Caponga que seria o elo das gera es Dialeticamente para a fam lia P3 deveria incluir a necessidade de se aprender a educa o da cultura escrita na ideologia de que as pessoas com 271 maior n vel educacional t m mais valoriza o da m o de obra do que os de menor n vel conforme an lise microgen tica dos participantes da fam lia P3 Portanto o embate entre as posi es poss veis do planejamento familiar estava em jogo no momento em que P31 consegue a escola para os filhos como tamb m pelo afeto do cuidado maneira de ligar ao outro na microcultura familiar O Kayr s tem uma divis o entre os direitos sociais e os direitos econ micos bem delimitados para os descendentes de quilombos de ter uma escola para os filhos e de conseguir se sustentar atrav s do sal rio do trabalho da ro a atividade dif cil na segunda gera o de escravos livres no quilombo como nas narrativas de P22 e P31 Agora s tem coisa que meu pai deu para mim t ouvindo Que eu Ave Maria Eu tenho a maior alegria Ele sempre ensinou a gente a viver Agora n o pegar um ce
72. do sof No primeiro sorriso ap s a express o O pobre do P31 ficou sem saber de nada ele aperta a base do nariz com a m o esquerda passa a m o no bigode esfrega a barba e ent o passa a parte externa da m o esquerda com o indicador apontado para cima na parte direita da barba e fala a express o assim mesmo enquanto isso seu rosto est virado em dire o contr ria a do pesquisador Quando P31 fala saiu tudinho de l ele abaixa a cabe a na express o Saiu em seguida jogando para cima e direita na express o tudinho voltando o contato visual com P terminando com o corpo ereto com a express o de l voltado para frentc Desliza a m o da basc do nariz at o cavanhaque e diz Rum que sai com um som sufocado Na express o assim mermo ele est co ando o l bulo a base da orelha Os movimentos de P31 s o interrompidos ao olhar pra porta em dire o a cozinha e ver sua mulher ouvindo a hist ria H um fundo musical cantado fora da casa por uma menina na tonalidade de L a Si musical de um arrocha que faz sucesso na Bahia da banda Encantos Eu te esperarei Enquanto P31 vai discorrendo o epis dio o volume da m sica vai diminuindo at sumir 229 An lise microgen tica P32 em Kayr s da fam lia Enunciado 66 P32 E o que marcou 4 o que marcou na constru o dessa casa porque quando eu quando eu fiz essa cas o que marcou fo
73. dos participantes subdividiram se em 1 fam lia com composi o intergeracional de av pai e filhos com mais de 16 anos 2 moradores da zona rural com registro em rg os de classe 3 participantes de mais de um programa social como o Programa do Planejamento Familiar Programa da Agricultura familiar e o Programa Bolsa Verde O pesquisador observou na pesquisa de campo que entre as vozes dos homens e as reverbera es polif nicas das pol ticas de Planejamento Familiar do Plano Nacional de Sa de Integral sa de do homem havia outras vozes que constitu am o ch o Entre essas vozes entrevistamos os policy makers a enfermeira chefe e o agente comunit rio do Posto de Sa de no quilombo Alto do Morro que assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido adaptado ao contexto dos profissionais A Justificativa para a escolha das fam lias A inclus o de fam lias usu rias do Programa do Planejamento Familiar do Governo Federal justifica se pois o programa tem sido refer ncia para as fam lias na constru o de uma trajet ria de desenvolvimento atrav s da medicaliza o da sa de sexual e reprodutiva feminina Todas as pessoas independentemente do n vel de renda t m acesso ao programa do Sistema nico de Sa de SUS A escolha do participante de 16 anos deveu se a m dia de idade da fecundidade como tamb m as expectativas da comunidade rural que se espera que 89 um jovem de 16 anos se sustente cuide de ou
74. enfalicamente num movimento que leva P12 a repeti o da pergunta do pesquisador Ao final da repeti o faz contato visual com o pesquisador Faz indica o frente com as m os entrela adas nas palavras tem muita gente que entrou no mundo das drogas Batendo os antebra os no encontro da virilha com a coxa continuando com esse movimento at o fim da ora o Nas palavras tem muita gente que j em gagueja engasga no meio da ora o para finalizar com nfase a ora o Entrou no mundo das drogas Na fala essa vida num presta n o P12 toma ar suspira para iniciar a ora o O movimento anterior vai at a fala s vem destrui o em que P12 faz leves batidas do antebra o no encontro da coxa com a virilha com contato visual com P Nas palavras o mundo das drogas s tem dois caminhos P12 inicia o movimento de desvio do olhar de P para a frente do seu corpo da m o esquerda come a o movimento de polegar pra cima e indicador para frente os tr s dedos continuam fechados e nas palavras Cadeia e caix o Cadeia aponta o dedo indicador e m dio para frente um pouco cima do ngulo de 90 graus do bra o e Caix o apontando frente com ngulo maior de 90 graus com o bra o indicando a dire o de terra entrela ando novamente as m os em seguida e na a gente soube a not cia j tinha j tinha j uns oito fala n o presta n o meneia a cabe a e busca o contato v
75. es com o mundo exterior s o os mesmos que potencializam e limitam nossas respostas a um mundo defin vel a partir da constru o daquele instrumento Vygotsky 2001 1 4 O sentido da pessoa na fam lia e consigo mesmo Tanto na fam lia quanto na psicologia encontramos o problema da dial tica a socializa o dos membros da fam lia concomitantemente a suas posi es pessoais Essa dualidade est presente na manuten o da intimidade da rela o amorosa que requer o indiv duo consciente de si em conflito com a fus o de si no outro Carter amp McGoldrick 2008 A condi o de exist ncia humana produz a pessoa como social e individual 52 definimos a pessoa na intera o outro eu para conceituar a pessoa em sua socializa o no coletivo o encontro direto e solit rio da pessoa eu mim para conceituar seus processos de subjetiva o Ao tratarmos dos avan os te ricos no processo de formar as posi es de si h uma necessidade de separar os sentidos significados pessoais dos significados culturais nos processos de desenvolvimento dos discursos narrativos e posicionamentos Os significados formam os conceitos que se baseiam nas lembran as concretas dos objetos Essa transforma o dos significados culturais para significados pessoais ocorre entre pessoas como resultado de uma longa s rie de experi ncias ao longo do desenvolvimento dos padr es de apropria o ou dom nio de participa o em pr ticas sociais e c
76. es individuais e coletivas nas atividades laborais e recreativas com risco de acidentes e at morte Os di logos enfatizam as a es de promo o da sa de da crian a jovens e idosos em intera o com estrat gias de comunica o de sa de presentes na pol tica p blica Tema Sa de sexual e reprodutiva As diversas dimens es da constru o da pol tica p blica de aten o integral sa de do homem consideram diferen as por idade condi o socioecon mico tnico racial local de moradia urbano rural situa o carcer ria para preservar as distintas necessidades de sa de dos homens no pa s sem discrimina o Os temas da sexualidade na vida subjetiva s o apresentados em segundo plano no primeiro momento s o apresentados os direitos sexuais e reprodutivos no planejamento familiar O documento assegura aos homens o direito participa o no planejamento reprodutivo na duplicidade de fundo e figura ao apresentar no primeiro plano a supera o da responsabilidade das pr ticas contraceptivas s mulheres O planejamento familiar fundo dos direitos sexuais e reprodutivos da figura da disponibiliza o das informa es Apresenta a paternidade como uma obriga o legal direito do homem de participar de todo o processo desde a decis o de ter filhos quando t los acompanhamento da gravidez do parto do p s parto e da educa o da crian a O documento 107 apresenta o jovem pai como uma pessoa d
77. es interiores as motiva es aprecia es Volosinov 2006 p 114 A enuncia o entre interlocutores ser determinada pelas condi es constru das pelos interlocutores na perspectiva da explica o se considera a intersubjetividade no caminho para o outro nas condi es sociais imediatas e no intertexto polif nico Esses momentos comp em a polifonia como forma de produ o textual e resulta numa independ ncia voc lica que se manifesta muitas vezes n o somente da diferen a de tema mas tamb m de sentidos no mesmo discurso narrativo Bakhtin 2003 Bloch 1997 Essas diferen as podem sinalizar transi es e dizem do funcionamento do humano o que caracteriza objeto de estudo das ci ncias humanas e da psicologia cultural Bakhurst 39 2009 Bruner 1991 Davies e Harr 2007 Consideramos esse campo transdisciplinar pelas contribui es que recebe de muitas reas e que modifica a pr pria rea de origem motivos das pr ticas sociais na vida cotidiana no campo de circula o das ideias na sociedade Possenti 1996 Spink amp Gimenes 1994 40 1 A PRODUCAO DE SENTIDOS A produ o dos sentidos do planejamento familiar ocorre nas atividades cotidianas entre as crises e negocia es no processo de intera o com as pessoas em mudan as e perman ncias A dial tica da pessoa na fam lia e consigo mesma materializa as contribui es das perman ncias e mudan as o jogo sist mico entre gera es fonte
78. escolha do local a prepara o do local pelo pesquisador e participante os gestos as constru es fon micas e fon ticas nas constru es imperfeitas do texto na forma o do contexto fugaz intersubjetivo Barbato Mieto e Rosa prelo Matusov 2013 O labirinto pode ser s o espa o de alternativas produ o de sentidos como envolve todos os falantes que se apresentam em algum movimento polif nico privilegiando a pessoa enquanto agente social de sua pr pria interpreta o A conversa o permite ao participante decidir que tipo de situa o mencionar para explicar uma experi ncia espec fica Por isso a entrevista epis dica se direciona para a obten o de narrativas de diferentes tipos de situa es do que as que j foram de antem o definidas de acordo com crit rios estruturados na prepara o da pesquisa Numa entrevista epis dica d se especial aten o ao sentido subjetivo e social do tema em estudo Neste sentido as polifonias vozes de outras gera es e das mesmas gera es reverberam no discurso do participante de modo que o participante por v rias vezes constr i e reconstr i a si 83 mesmo ao contar a sua hist ria de vida e em cada nova constru o se diferencia da anterior se atualiza em novos significados Barbato Mieto amp Rosa prelo Bakhurst 2009 No processo de entrada no campo de pesquisa procura se observar os contextos situacionais socioculturais e lingu sticos existentes e os que
79. faliceu na dial tica entre posi es dos graus de import ncia para Pl da vida na ro a e a vida urbana como propriet rio ou trabalhador agr cola nas fazendas O planejamento familiar no conceito de reprodu o social n o se explica de forma coerente sobre a fam lia de P11 sem a posi o dos acontecimentos da transi o da heran a da terra Cita se por exemplo quando o P22 narra sobre a heran a da terra e o processo educacional como tamb m do respeito honra aos ancestrais 264 Encontramos um contexto macrocultural em que os participantes tecem as narrativas sobre as ideologias valores e cren as da diferencia o entre negros e brancos trabalho escravo Sobre as desigualdades entre negros e n o negros a produ o educacional pode ser observada como uma imagem do ex lio da pr pria terra a hist rica jornada da popula o negra na educa o institucionalizada As pol ticas de dessemelhan a pol ticas afirmativas s o constituintes da participa o brasileira na Confer ncia de Durbain 2001 como signat rio Gomes 2003 As desigualdades apontam mais para a popula o de homens e mulheres descendentes de escravos de trabalho livre incide e determina suas condi es sociais As pessoas nas a es de discrimina o tnico racial expressam solu es pessoais para uma quest o de desigualdade social Algumas pessoas desconsideram que o desenvolvimento humano para a Economia se comp e de condi es substant
80. fam lia que se atualizam no tempo presente das hist rias orais e artefatos 59 2 2 Os sentidos das experi ncias significativas O tempo O tempo narrativo uma inven o cultural em que epis dios marcam intervalos na vida cotidiana das pessoas grupos e fam lias Na tentativa de romper com a l gica objetiva torna se foco do nosso estudo o sentido da organiza o temporal dos posicionamentos sobre o planejamento familiar nos discursos narrativos Isto continuidades e descontinuidades ocorrem tanto nas rela es estabelecidas no aqui e agora do desenvolvimento da pessoa e da fam lia quanto atrav s de gera es Nesse estudo o tempo de vida entre gera es pode ser uma forma diferente de estar na exist ncia humana que pertence a Ai n o tempo da experi ncia Kennedy amp Kohan 2008 O tempo no discurso narrativo marca as intensidades das experi ncias descritas na oralidade e nos objetos como formas diferentes da exist ncia Atrav s da hist ria oral o participante narra como o tempo marcou sua vida pela intensidade das experi ncias no momento e assim diferencia seu tempo cronol gico Em Chr nos Kennedy amp Kohan Ai n estar sempre no come o o que sugere que n o h mais nada a ser realizado do que a experi ncia do momento Os fil sofos explicam que em seus usos mais antigos Ai n designava a ordem das coisas na vida humana Esta ordem tamb m se apresenta nas narrativas dos participantes por meio do
81. filhos j n o fazem as casinhas de junto do pai uns trabaiam na ro a e outros no com rcio enunciado 104 P11 NJ Nesta situa o P11 tem a seguinte postura queria que todos tivessem aqui trabaiando junto com eu mai a m e Entretanto os filhos est o com suas fam lias nas casinhas distantes das do pai mai da m e Distante geograficamente o filho e o pai n o se asseguram O pai na ro a fica a merc de pessoas atrapalhadas P11 foi convencido pelo pai para que desse um neto a ele E assim vivem juntos pai filho e neto Diferentemente do tempo em que os filhos e os netos estavam distantes cada um em suas fam lias Muitas vezes o filho estava na cidade enquanto P11 estava na ro a junto sua esposa P11 chama os filhos em festas comemorativas como no S o Jo o para assar uma carninha faz um churrasquin enunciado 217 P11 E Os netos n o aprendem com seus 145 pais e av s est o com a fam lia da m e com os cunhados E enquanto P11 aprende algumas habilidades profissionais com o cunhado o pai fica a maior parte do tempo a cuidar da roga E esta atividade muito importante na compreens o de P11 e P12 Na observa o de P11 ele pouco v o av pois isso ocorre somente quando P11 visita o seu av de ano em ano A produ o de sentidos a condi o de observa o de si ao passar por v rias situa es uma das quais se t m medo No entendimento de P12 as farras no S o
82. filhos vivos risco assist ncia ao parto ao puerp rio e ao vida ou a sa de da mulher ou do futuro neonato controle das doen as concepto esteriliza o cir rgica na vig ncia sexualmente transmiss veis Experi ncias da sociedade civil conjugal como tamb m em com seres humanos no campo da pessoas absolutamente incapazes regula o da fecundidade O tema do planejamento familiar composto pelos significados que integram o foco nas institui es como tamb m nos servi os assistenciais dispon veis A lei do planejamento familiar regula a assist ncia concep o e contracep o no mbito das inst ncias gestoras do Sistema nico de Sa de As a es se referem ao atendimento pr natal ao parto puerp rio e ao neonato como tamb m o controle das doen as sexualmente transmiss veis Constitui tamb m tema do planejamento familiar o controle de pesquisa com seres humanos no campo da regula o da fecundidade O tema do direito ao planejamento familiar composto dos significados com o foco em quem de direito e a que tem direito A lei constitui o tema do planejamento familiar como direito garantido aos homens e mulheres com capacidade civil plena e maiores de vinte e cinco anos ou pelos menos com dois filhos vivos O documento regulamenta os riscos vida ou a sa de da mulher ou do futuro concepto com a es como a esteriliza o cir rgica que deve ser realizada na vig ncia da sociedade civil conj
83. gov br Rosa A Gonz lez M F amp Barbato S 2009 Construyendo narraciones para dar sentido a experiencias vividas Estudios de Psicolog a 30 2 231 259 Dispon vel em www periodicos capes gov br Rubinstein S L 1972 Princ pios de Psicologia Geral Lisboa Editorial Estampa Ltda v I Santos J C 2002 Relat rio Diagn stico Participativo Programa Regional de Desenvolvimento Local Sustent vel Nordeste Sustent vel Munic pio s o Domingos do Norte Vit ria PNUD MIN 306 Santos J C 2011 Relat rio final Projeto de interven o em planejamento familiar na perspectiva do desenvolvimento Termo de outorga PETO0043 2008 Salvador Funda o de Amparo a Pesquisa do Estado da Bahia Santos J C amp Freitas P M 2011 Planejamento familiar na perspectiva do desenvolvimento Revista Ci ncia amp sa de coletiva Rio de Janeiro 16 3 1813 1820 Dispon vel em www scielo br Santos N T G amp Fortes I 2011 Desamparo e alteridade o sujeito e a dupla face do outro Psicolgia da USP 22 4 Dispon vel em www scielo br Santos V O amp Ghazzi M S 2012 A transmiss o ps quica geracional Psicologia Ci ncia e Profiss o 32 3 632 647 Dispon vel em www periodicos capes gov br Sasaki A K amp Ribeiro M P D S 2013 Percep o e pr tica da promo o da sa de na estrat gia sa de da fam lia em um centro de sa de em S o Paulo Brasil Revista Brasileir
84. isolada em Ferreira e Pilla 2004 no estudo de uma comunidade quilombola isolada geograficamente em Ubatuba em S o Paulo Em nosso estudo avan amos em alguns aspectos deste conceito pois 275 a Comunidade do Alto do Morro apesar de geograficamente distante da regi o urbana da cidade adstrita possui lagos com outras comunidades quilombolas tornando mais complexa esta paridade de comunidade quilombola comunidade isolada se aproximando do significado de resist ncia Carvalho 1998 da observa o do outro sobre si do que o outro tem a dizer sobre si Constitui tamb m o cuidado de si a partir do cuidado do outro no conceito de que haver sempre momentos de fragilidades entre os humanos Resist ncia continuidade da escravid o na faixa do Rec ncavo o local que separa o interior da Bahia Salvador em que alguns fazendeiros da regi o n o pagavam a di ria aos trabalhadores na narrativa de P21 Os fazendeirinhos que tinha por aqui n o pagava um dia a ningu m Tive que ir para o sul l tinha um monte de fazendeiro Cada fazenda braba e a gente ganhava o dinheiro n Enunciado 545 550 P21 E nfase adicionada Na busca por trabalho livre os homens negros residentes nesta comunidade elaboraram uma pr tica cultural de encontros com outras comunidades quilombolas no sul da Bahia em Gandu e Itabuna enunciado 555 575 P31 E enunciado 479 573P21 N enunciado 511 P22 E enunciado 88 92 P22 N Os homens negros entretinham neg
85. m e Se separaram Um foi Tempo de S Jo o Pra mim ensinei Criava Quis Desci a Ensinaram para o lado ponr a PA be pium Munta boi outro foi Nam Meu Como filho Gosto da da ro a ro a 2 Um A n o tem pouco Jeito Sai Vim morar Pai e m e Ficava 183 A Fam lia P2 A produ o de sentidos intergeracional dos homens P21 P22 e P23 da fam lia P2 nas entrevistas sobre o planejamento familiar mediada por significados preferenciais no enunciado n o d para todo o mundo morar sozinho n o enunciado 769 P21 N refere se ao acontecimento morreu papai em outubro morreu Z em Dezembro morreu L em Fevereiro irm os de P21 que ao final de todas as mortes ficou apenas com cinco irm os dos quinze que existiam enunciado 798 P21 NJ A din mica das mortes de mais r pido a devagar as casas dos filhos todos juntos como os irm os e pai que morreu s o significados que perpassam as gera es da fam lia P2 P21 posicionou as casas e seus filhos tudo junto de eu enunciado 57 P21 N em que os filhos meninos machos moram todos geograficamente juntos casa de P21 O pai posiciona o filho no desejo de fazer a casa l em cima no terreno que comprou distante das terras do pai P21 na posi o de pai utiliza ora es no imperativo de explica es para o filho e que na posi o de filho espera que todos fiquem juntos Outras afirma
86. m os friccionando as m os nas virilhas ao ponto de levar os bra os esticados m os presas entre as pernas e a coluna ereta e na fala Deus quis assim movimenta o corpo com as m os presas entre as pernas bra os esticados como uma cadeira de balan o P em contato visual com P23 perna aberta m o esquerda espalmada sobre a perna direita antebra o direita apoiado na coxa um pouco curvado a frente pasta da entrevista epis dica na m o gravador em cima da perna esquerda P fala junto com P23 perguntando se era sobre M que ele estava falando busca contato visual com P23 P23 olhando frente de si mesmo em movimentos de balan os como descritos anteriormente meneia a cabe a nas seguintes palavras N o M t em Amargosa a gente se entendeu mais sabe nunca mais fui l n o nas palavras ea P23 faz contato visual com a c mera e passa a m o esquerda aberta co ando o nariz o bigode a barba e o pesco o at a fala eu que mim sa eu indo e vindo de l p c pa passar em Amargosa e uns tempos em Salvador Na fala depois retornei P23 est com as m os entrela adas presas entre as pernas olhar voltado para as m o corpo encurvado cabe a um pouco tombada para o lado esquerdo e P se encontra na busca de contato visual com P23 m o esquerda prendendo o bra o direito cujo antebra o est sobre as coxa segurando as folhas da entrevista epis dica corpo encurvado levantando os dedos
87. materialismo hist rico que concretiza a circularidade dos significados sociais e culturais no tempo Comp em tamb m a mem ria familiar intergeracional Thompson 1993 n o somente os membros presentes em seu cotidiano e os que se foram que se presentificam sendo mediados por instrumentos materiais e lembran as e tamb m os que por alguma raz o possam estar escondidos ou se constituem em sil ncios como muitas vezes os filhos bastardos e ainda o espa o subjetivo do abandono do pai mesmo se a informa o que os filhos receberam foi do falecimento paterno Cannell 2011 Os motivos destes abandonos se personificam em epis dios idiossincr ticos Carter amp McGoldrick 2008 McGoldrick 2003 que reverberam em processos sa de doen a na fam lia Nessa racionaliza o do humano o pai se objetifica numa foto no espa o da certid o de nascimento e tamb m nas narrativas dos que contam as hist rias mediadas por cren as e valores sobre o pai como a m e Falicov 2003 Imber Black 1994 Tisseron amp Harshav 2002 Essas cren as e valores intergeracionais nas fam lias criam m ltiplos horizontes interpretativos do cotidiano e da hist ria que se relacionam aos di logos heterogl ticos pluridiscursivos nos quais a palavra entre o outro eu constitui microculturas Nesses di logos palavras e valores provocam quebras e s o negociadas formando as l nguas sociais conjuntos de perspectivas de mundo em que cada horizonte avaliativ
88. narrativa ao pesquisador a incoer ncia da pol tica p blica com charges sorrisos nas intera es entre os policy makers o documento escrito os programas de governo boa parte deles inconsistentes no atendimento do povo como a pouca valoriza o pela diferen a cultural Nestas a es do povo em n o se conformar est o as microdiferen as onde tantos outros veem obedi ncia e uniformiza o Em outra narrativa de desobedi ncia e enfrentamento familiar P31 narra a dificuldade com a remo o de um corpo no mesmo dia em que o assassinato ocorreu em que o respons vel pela delegacia ainda queria colocar a culpa no Conselho de Fam lia que orientou a remo o do corpo do local da morte Nesse contexto cultural das pol ticas p blicas se insere as discuss es sobre a viol ncia no quilombo a entrada do crime organizado com as drogas a conviv ncia com as drogas como v lvulas de escapes pelos jovens em situa es de transi o na comunidade entre as pol ticas da juventude como o Programa de Erradica o do Trabalho Infantil mas ao mesmo tempo sem discuss es mais amplas sobre a agricultura familiar nos pequenos povoados rurais Os jogos de poder de contraven o que nas enuncia es se concretizam na comunidade pequena rural o que os funcion rios conseguem entender o que 255 o povo observa a quantidade de servi os dispon veis e a cultura dos respons veis pela pol tica sobre o que pensam do povo que receber os benef c
89. nas narrativas masculinas sobre suas pr ticas de planejamento familiar de pais de fam lia e filhos Marcondes 2008 considerando tamb m as narrativas de filhos adolescentes a partir de 16 anos idade m dia da fecundidade entre os jovens Abramovay 2004 M Cole amp Cole 2003 xvii Partimos da pergunta de pesquisa Quais s o os sentidos nos posicionamentos e nas interpreta es dos homens em diferentes gera es de uma mesma fam lia que norteiam as escolhas relacionadas constitui o de suas fam lias Na introdu o trataremos do problema de pesquisa e dos conceitos centrais desse estudo a produ o de sentidos de homens e intergeracionalidade considerando o planejamento familiar Tamb m nessa se o apresentamos as principais defini es sobre o discurso narrativo a pragm tica do discurso e discuss es te ricas sobre o desenvolvimento humano A partir de ent o desenvolvemos o objeto de estudo com base nesses conceitos e situa o problema Na primeira se o abordamos o referencial te rico ao tratar da configura o dos sentidos nos discursos narrativos tema composto dos posicionamentos de si e as vozes intergeracionais da pessoa na fam lia e sobre si mesma Na segunda se o abordamos o planejamento familiar no processo formativo de si a estrutura familiar e ainda o tempo como refer ncia das experi ncias significativas e assim base para a Psicologia Cultural relacionado Economia do Desenvolvime
90. no pulso direito a frente do bra o esquerdo movimenta as pernas horizontalmente que est o estendidas a frente P est com a m o esquerda entre a virilha e a coxa o gravador frente e busca contato visual com P23 movimento que termina por co ar o rosto e o nariz Ele mesmo pergunta quantos anos tem e ele mesmo responde continuando com o movimento da m o fechada sobre o nariz A fala Doze anos finaliza o movimento da m o sobre o rosto Na repeti o da fala doze anos separados P23 faz contato visual com o pesquisador estica as m os presas entre os joelhos at o calcanhar sorri e volta ao corpo ereto contato visual com P faz esse movimento tr s vezes at parar na posi o m os presas nos joelhos 198 bra os esticados olhos voltados para as m os em movimento em contato visual com P falando Tem gra a n o Na fala Fui repetida 3 vezes e na terceira fui morar mai minha m e P23 movimenta a cabe a afirmativamente ao fundo movimenta o corpo levemente ao balan ar a cabe a afirmativamente e dizer fui morar mai minha m e Na fala a eu fiquei por l P23 est com o corpo encurvado a frente m os presas no joelho bra os n o esticado as m o que est o presas entre os joelhos se abrem e fecham para dizer a eu fiquei por l para dizer quando cresci um pouco sa fora vim morar aqui de novo voz grave crescente no desenvolvimento da frase A fala anteri
91. o e como possibilidade de o agente estabelecer diferenciados n veis de auto reflex o em reflexividade na experi ncia Barbato Mieto e Rosa 2014 Davies amp Harr 2007 O posicionamento situa o eu e o mim no si mesmo Davies amp Harr como subst ncia posi o configura o de epis dios pessoais em uma unidade hist rica Bruner 1991 incluindo o que fomos bem como as antecipa es do que seremos Leonti ev 1992 Autores avan am na teoriza o do conceito de self Barbato Mieto amp Rosa prelo Davies amp Harr 2007 sem isolar em seus estudos a pessoa da comunidade onde as intera es constituem experi ncias significativas e desencadeiam transi es que proporcionam desenvolvimento K J Gergen amp Gergen 1988 Davies amp Harr 2007 e Harr amp Van Langehove 1998 ofereceram estudos cr ticos do processo de direcionamentos das vozes das pessoas no discurso a forma em que interlocutores se posicionam identitariamente aos outros na conversa o Gergen 1994 avan a em dizer que a an lise dos discursos mais tradicionais fortalece os estudos da fala como consequ ncia direta da a o e que a pr pria a o se dirige diretamente fala ou escrita As an lises mais tradicionais do discurso com foco no testar hip tese busca a 43 verdade categorizam doengas mentais desejam estabelecer direitos humanos princ pios morais condenam a perda de valores ticos Pesquisadores mais r
92. o participante em intera o com o pesquisador permite construir com possibilidades de estrutura o de significados que constituem a narrativa no presente Assim o pesquisador compara incidente incidente identifica esses incidentes enquanto acontecimentos atividades objetos e a es compara entre si em busca de similaridades e diferen as com agrupamentos em temas Barbato Mieto amp Rosa prelo Flick 2010 O comprimento e a frequ ncia de pausas s o correlacionados com os processos lexical e sem ntica das escolhas dos falantes Analistas de conversa o Bentes amp Leite 2010 p 268 concentraram se em sil ncio como pausa As interpreta es sobre as pausas variam de acordo com sua coloca o na intera o nas continuidades e descontinuidades da conversa A pausa na enuncia o realiza uma fun o na dire o da conversa em que o participante escolhe a ordem de import ncia mudan a de sentidos coda termo t cnico que indica que o narrador encerrou a narrativa e a entrevista O experimento de aumento do tempo das pausas no turno do pesquisador mostrou altera es importantes nas respostas dos alunos em Maroni Gnisci amp Pontecorvo 2008 com mais respostas especulativas a variedade de movimentos verbais n o verbais e a frequ ncia nas perguntas Por vezes ocorre a sobreposi o das falas do pesquisador e do participante A sobreposi o considerada como aus ncia de marcas no epis dio entre participante e p
93. os jovens aprendem a ajudar aqueles que sustentam a estrutura familiar E na a o social a ajuda dos filhos vem quando o pai tamb m trabalha pois nesta situa o o filho n o tem a necessidade de trabalhar o dia todo Assim os mais jovens se subdividem entre acordar cedo para o trabalho a escola e os momentos de brincadeiras O futebol a Copa do Mundo no Brasil o S o Jo o s o epis dios do cotidiano dos participantes o jogo de domin e a aposta de palitinhos seguem os homens no curso de vida o jogo do namoro as pedaladas de bicicleta acompanham a juventude e fase adulta Acompanhar o pai nas ca adas e depois trabalhar com ele caracteriza o curso de vida da entre a inf ncia e a juventude A fam lia Pl construiu o sentido do trabalho com carteira assinada entre gera es que caracteriza os ideais de P11 P12 e P13 pois se acidentou Foi por pouco tempo depois cab enunciado 162 P11 NJ carregador na usina de a car tempo suficiente para se acidentar Trabalhou no servi o de entrega de mercadoria para as cidadezinhas pelas regi es do Brasil O tempo foi pouco por m suficiente para que P12 e P13 se esfor assem em 150 procurar um emprego de carteira assinada no qual eles n o precisassem carregar nada na cabe a Para P11 e P12 o trabalho de carregador num era muito bom n o P11 trabalhou de carregador sem carteira assinada Acidentou se no engenho de cana de a car onde a sacaria despencou em cima de s
94. pelos significados e sentidos gerados e geradores de microcultura correspondente Fracchia amp Lewontin 2005 Thompson 1993 as narrativas orais configuram se em espa o privilegiado das intersubjetividades Essas composi es demonstram a situa o dial gica e dramat rgica do narrador em termos de sua posi o social enquanto agente ator e autor Rosa amp Blanco 2007 Identificam se as din micas de produ o de sentido nas narrativas de suas senten as do texto singularizam uma configura o geral pois o significado e a refer ncia hist rica estruturam o discurso Desse modo os significados e sentidos 57 constroem a estrutura familiar atrav s dos discursos familiares e assim mediam transforma es sociais Volosinov 2006 nos espa os de conviv ncia com suas cren as rituais valores e portanto as ideologias ubiquidade social no materialismo hist rico Volosinov 2006 p 40 Portanto as narrativas podem apoiar a compreens o da estrutura familiar A concep o da estrutura familiar constitui se no materialismo hist rico Bakhurst 1991 considera que o conhecimento do mundo do outro e de si originam se nas rela es sociais como inclui as tens es do impacto das transforma es das a es do ser humano no contexto social do sistema de atividades Sendo o self uma institui o em movimento Gergen 2011 a estrutura familiar pode direcionar o sentido do humano da tens o de manuten o e mudan as
95. pessoa estabelece seu sentido de perten a em que est o postos os movimentos situacionais entre objeto artefato pessoa o jogo sist mico entre as pessoas a concretiza o da a o que ocorre na historicidade dos discursos narrativos Engestr m 2009 Sobral 2008 46 As marcas socioculturais nos discursos narrativos Ver n amp Ford 2006 indicam os processos de tomada de decis o e os sentidos das experi ncias significativas As escolhas que as pessoas fazem sobre o seu lugar na vida Lubovsky 2009 como as a es que descrevemos na intera o com o outro em que cada pessoa com seus motivos e experi ncias v g Sousa 2011 entra e constr i a na intersubjetividade um espa o de acordos conflitos e negocia es Bakhurst 2009 Leonti ev 1978 1 2 A produ o do sentido na semiose social A an lise proposta sobre a compreens o dos homens com foco no planejamento familiar busca identificar posicionamentos que relacionem as cren as e os valores anteriores sobre a constitui o das fam lias com aquelas do presente e do futuro sendo poss veis atualiza es polif nicas intergeracionais Para esse lugar de an lise importante considerar o princ pio cooperativo Bruner 1991 p 57 a compet ncia comunicativa Keske 2006 Possenti 1996 a forma o de si Vygotsky 2001 2007 a compreens o Gil 2010 Rosa Gonzalez amp Barbato 2009 p 236 as reverbera es da palavra Silveira 2012 enunci
96. presen a da companheira pessoa de confian a para apoio afetivo social e econ mico como momentos de incidentes de sa de e doen a cr nicas P32 tamb m narra as mudan as na vida com os filhos e com a separa o sem os filhos Da narrativa legendamos o tema pessoa s nesta unidade de significa o E nesta unidade P32 indaga se o namoro e novo casamento trar o os mesmos resultados que trouxeram a primeira experi ncia de namoro casamento e a negocia o do n mero de filhos O ficar como experi ncia de namoro est presente nas narrativas intergeracionais de P21 e P23 sobre este assunto com alguns significados de perman ncia e mudan as de intera es no contexto situacional social e cultural 07 47 a 07 50 uma experi ncia 07 52 a 07 56 com uma mulher que eu arrumei L de junto da rodovi ria Ta para l Mulher complicada mas a pessoa quando est jovem est doido n Num se importa de nada Eu levei uma no assim nesse trot Enunciado 34 36 P21 E nfase adicionada Rapaz Luana foi o seguinte Fui para Jaquaquara de boa vender n E essa apareceu na minha frente tamb m risos Ficou de boa eu cantei e pegou n risos Enunciado 163 P23 E nfase adicionada 241 E para entender se a diferen a de significados entre av e neto necess rio analisar a estrutura da atividade e os roteiros encontrados nos v rios tipos de contexto sobre os quais os a
97. respeito medonho t ouvindo Enunciado 103 105 P31 N nfase adicionada A compet ncia interacional comp e os movimentos entre aproxima es e dist ncias entre as pessoas com inten o na conversa polifonia no enunciado entre P31 a professora e a constru o do contexto condizente manuten o do respeito O sil ncio pode referir a ideia de que nele haja um valor quando se intenciona dizer algo Entende se o significado do sil ncio na intera o durante as nossas entrevistas derivado de duas metas de comunica o humana a interagir se com outras pessoas b ao mesmo tempo permanecer independente Aproxima se das discuss es de Matusov 2013 a respeito dos interlocutores no interjogo de aproximar se e afastar se na conversa nas mudan as de posi o de si e do outro no di logo 284 como de Laplane 1997 que entendeu o sil ncio como resultante da necessidade de n o aceitar imposi es dos outros O sil ncio na perspectiva de resist ncia imposi o do outro sobre si pode constituir a necessidade de sobreviv ncia como descreve Carvalho 1998 sobre a agencialidade dos escravos ao constituir formas de liberdade nos sil ncios e conversas A linguagem como instrumento de media o como tamb m de afeto ao outro v g Leonti ev 2006 v g Engestr m 2006 Na resist ncia h circula o de significados pois quando a argumenta o nega afirma ou complementa estabiliza o significado Barbato Mieto e
98. se constitui de doa o da terra em vida ro a de amendoim aprendizado entre gera o do trabalho na ro a mudan a na dire o do trabalho familiar com o filho pedreiro Uma invers o da heran a a procria o de um neto ao av Quadro 11 Posicionamento P11 Paternidade Junho 2014 P11 Posicionamento Significados Eu Pai Conselheiro levar os filhos na calma S d 2 8I e ps Es doa sem estupidez seguran a com pais mais S amp E E t a el O O d ww a a para o lado dos filhos netos de junto WY o o8 e o o S c Oo Passado C bom filho bom neto bom marido E 2 9 8 3 5 o 0o H B 3 E z a H Inten o dos filhos de junto como P22 E S g 2 g e NE oa a S Presente R pai Z o 8 8 238 2 q 55928 x os Boas Sq D 5 o E o O o les oO o i Futuro N g E S 9 o D O 8 CU d B8B S Q t e 5 S o o o Q g o mo 2 d o S QO 7 o E E Outro filho Delegacia pris o Impossibilidades de cria o do filho pelo filho neto de P22 Viv ncia neto av Ai n Kayr s Ai n Kayr s Trabalha e est L na casa Levar Para conquista para esses cantos Mapa tem tico P11 Quilombo Alto do Morro Entrevistas Junho 2014 Foi o neg cio de que tanto fumava Cigarro de Palha N o toca mais Depois Uma casinha Pediu em Laje Deu No conversano deu aquele infarti Foi Min
99. tico de P22 Em seguida aos quadros de namoro e paternidade de P22 constru mos o mapa tem tico correspondente Os posicionamentos foram de outro eu para explicar a diferen a do governo Lula ao da presidente Dilma Roussef nas desigualdades sociais do Alto do Morro No posicionamento eu mim P22 narra o tema namoro com o conte do de respeito ao tempo de namoro separa o no tema de paternidade o conte do foi de n mero de filhos e identifica es pessoais Em Kayr s pessoal na posi o eu mim P12 conta a respeito de sua 172 doen a de c ncer de pr stata no tema cuidado do outro e de si P22 conta como auxiliou o pai a criar os irm os 173 Namoro Na posi o eu P22 construiu os significados do passado ao presente sob o tema namoro como honesto n o fumante capoeirista o ficar no tempo da capoeira sofrimento intenso com as separa es amorosas triste com a sua baixa pot ncia masculina Em Kayr s a separa o amorosa constituiu enunciados no presente passado e futuro nas experi ncias de namoro No tema namoro na posi o outro filho P22 construiu os significados de festeiro bebedor vaidoso Contrapomos ao namoro o cuidado de si e do outro P22 construiu o significado de sem tempo para os estudos medo de morte com o c ncer maligno brabo inseguran a com os assaltos na ro a Quadro 21 Posicionamento P22 Namoro Junho 2014 P22 Posic Significados Eu Honestidade capoeirista n o fumante
100. um trabalho brabo vida dura lutar pra sobreviver Na juventude ia pras matas com o pai ro ando trazendo lenha pra poder vender trabalhou com a farinha desde que nasceu at depois de casado Colocava a carga de farinha nos burros e ia para Nazar vender pois na Feira Livre da cidade do quilombo n o havia comprador Dos dez sacos que levava para a Feira Livre da cidade do quilombo vendia tr s ou quatro Entre a juventude e a adultez descobriu que ia para a regi o sul da Bahia em dire o Gandu Itabuna nas fazendas de cacau que remuneravam o trabalho livre pois os fazendeirozinhos da regi o em Santo Ant nio de Jesus n o pagavam a di ria Nas narrativas sobre esse epis dio P21 inicia o tema com perguntas sobre a origem nome e a fam lia do pesquisador na Bahia P21 relaciona a hist ria de vida do pesquisador sua hist ria pessoal e de sua fam lia ascendente e descendente Traz o almanaque como objeto que d o nome de cada pessoa naquela poca bastasse o pai abrir o almanaque no dia da data de nascimento do filho O pr prio almanaque tinha um nome Brito Respons vel pelo nome do bocado de irm os O momento Kayr s de estar sempre juntos se deu com a morte de um bucado de irm os um reflexo do n mero de seus 14 filhos mediados entre o trabalho brabo e a sobreviv ncia que foram morrendo assim tudo de barbeiro enunciado 798 P21 N P21 aconselha os filhos para a manuten o da uni o familiar co
101. usar de maneira colaborativa o sil ncio em v rios momentos do epis dio Ele explica que os beb s ao crescerem mudam o modo de ser ficam espertos da maneira que quando ainda s o pequeninas duas crian as podem compartilhar os brinquedos O Pai de P13 P12 diz que a vida vai continuando com os filhos que s o no total de cinco A experie que eu tenho brincava com eles tom m n brincava com eles de se escond quando eles eram piquinininho uns dois ano enunciado 59 P12 E Em contrapartida P12 n o brincava com seu pai Uma mudanga significativa nas experi ncias paternas caracterizam os processos materiais Mudanga como a habilidade do trabalho com o cunhado e P13 posiciona P11 com dist ncia posiciona se como respons vel pelas visitas em datas festivas P11 posiciona o cachorro como aquele que est sempre pela b ra Quando vai para a ro a t na ro a fica deitado enunciado 317 P11 N s vem quando P11 vem Mas se vortar p ro a traveis ele t junto enunciado 317 P11 N Os filhos dois homens e duas mulheres s o do tempo que ainda namorava Agora est na condi o de av de duas netas O pai de P12 P11 tem cinco irm os e destes apenas tr s est o vivos P11 teve seis filhos por m um faleceu Nesta situa o P11 lembra que pela morte de entes queridos todos temos que passar e com o falecimento de um dos seus filhos 148 hoje s o quatro homens e uma menina O P11
102. 13 responde que n o meneiando a cabe a e o movimento dos p s de bater o p esquerdo no ch o mantendo o calcanhar encostado nele at menear o p de um lado pro outro fazendo um buraco com o ded o e colocando o dentro do buraco As m os est o entrela adas umas nas outras Conforme a resposta dele vai se desenrolando P13 parte da posi o inicial at ao final da segunda ora o com m os entrela adas e contato visual com o pesquisador que est com a cabe a meneada para o lado esquerdo e m o fechada sobre o rosto Na resposta sobre tecnologia as pessoas que n o tem bem sa de P13 muda as posi es em que estava antes na cadeira e ao final da pr xima frase movimenta o p abaixo da parte central da cadeira Quando P pergunta tecnologia tudo ele est com o dedo indicador abaixo dos l bios inferiores cabe a meneada para a direita pasta transparente com folha de orienta o da entrevista n perna esquerda Na resposta de P13 acompanha o movimento da cabe a afirmativamente corpo ereto sobre a cadeira em contato visual com o pesquisador Quando ele vai falar da tecnologia ele recolhe os movimentos para dentro de si puxando a perna esquerda formando um X com a perna direita que se mexem embaixo da cadeira a m o esquerda protege o p nis enquanto que o movimento da m o direita inicialmente fica sobre a coxa um pouco a frente da m o esquerda entre as pernas As m os se mexem entre as pernas at que
103. 2 Em seguida aos quadros de namoro e paternidade de P32 desenhamos o mapa tem tico de P32 nas linhas narrativas sobre a hist ria da discrimina o dos negros na educa o um campo de cuidado de si e do outro Na posi o eu descrevemos a experi ncia preferencial com o planejamento familiar de P32 composto por significados dos usos de m todos naturais artificiais e mec nicos 209 Namoro Na posi o eu P32 construiu os significados sob o tema namoro na posi o eu filho como namorador na juventude o que implica em descri es das namoradas na juventude na posi o eu pai o namoro tem as seguintes caracter sticas solid o ins nia sem fome neg cio bravo necessidades de companheirismo conselheiro e a esperan a que sua esposa tome iniciativa de convite para passeios Contraposto posi o eu filho no cuidado de si e do outro constitui se de significados como vergonhoso poucas conversas com o pai e a m e menino deste tamanho educador e trabalhador Constru mos significados sobre as dificuldades com o namoro da filha assim como no contexto situado ap s a separa o amorosa e a morte da sua primeira esposa Quadro 30 Posicionamento P32 Namoro Junho 2014 P32 Posic Significados Eu Namorador na juventude E E o o Namorado Negociador Necessidades de D aonr SO uu E Se E o H Q companheirismo E amp Da dE S835 S552 SEM Sb C Planejador Observador das SS o 2 eo B e Sg Sh 8 gm 26
104. 23 disse que para o sustento de si e da fam lia sem carteira assinada trabalhou na enxada carregador de produtos agr colas violonista nos bares e borracheiro enunciado 177 P23 N 191 P21 e P22 narram que os trabalhadores baianos do Rec ncavo se quisessem trabalhar a dia tinham que ir para as fazendas no Sul da Bahia pois no Rec ncavo os fazendeiros n o pagavam a di ria P21 e P22 atr s de informa es de quais as fazendas que pagavam di rias encontraram trabalhadores em outros Quilombos com as mesmas preocupa es tais como os trabalhadores de Gandu enunciado 500 553 P21 N enunciados 86 121 P22 N As informa es constitu ram experi ncias pessoais de P21 e P22 a respeito dos locais de trabalho e do grupo de trabalhadores livres no sul da Bahia nas fazendas de cacau e seringais Os recursos possibilitaram a sobreviv ncia aliada aos trabalhos da ro a com a produ o de farinha de mandioca a planta o de laranja melhorias na fazenda e recursos para a feira semanal P22 conta que no governo de Fernando Henrique os pre os da feira variavam de manh a tarde e que por vezes o pre o da carne era o valor de um dia de trabalho na zona rural Sobre o assunto da feira semanal P23 relata que por duzentos reais d para fazer uma boa feira semanal A divis o que P23 faz do dinheiro contempla uma poupan a para a sa de uma sobra para a cerveja aos fins de semana e uma porcentagem para a compra quando a botinha no uso do tr
105. 8 Sg B9 A be gt 5 eo o H condi es de planejamento Ee 629ESu5uB5487o8822589292 9 NT S k ND orm R Esposa com iniciativas para esa So A d RE ESSPSSS E 4 ou a on O passeios Amor pelo setor o ABS 352 rea eg SE Ss ros z o Qa A S b E U Passado N quilombo Alto do Morro ScEtgeoE Sss es EOS Sedes M on o gt O briga com irm o por causa de E 2 98 ETAE 982 SESS HE o j E o S namoradas s mbolo da casa S5992258Zg 2 2E 2 EREE o E Z a TP a u5H Es O Presente como in cio de namoro e Sos nas EG ESSE SEEKS E aS casamento SS BESSSKSE IETSLoDEAG S ortotSgUsueob50tgutb5vc3uo IS 858g sguzS325 5029s9Z29g0gHblbix3Sg3d S Futuro ducoRRsd25Hupug 4 9eS8Ssd 4dgu cs5 5 u SEBoSSBSsLASE SE DIEESE Z 4 2n S ZGRBOEGGS g TS Ss e gt amp o D o Q cem cj cBRESHERaOSDPAIDSSUOQEESRHS 50905 EESSQ959 5u52f55 Icss gdan Snu ELSOK os Ti ES92AS5 2E2QSRGSxus9895 Outro filho Aconselhamento Limite ao ME E owgd euam pss SSB ads E AA DEOS gag namoro cab Escsitashicassitade em 23658 5S lt amp HSSSESESO ASS Ai n Kayr s Ai n Kayr s 210 Paternidade 1 Na posi o eu P32 construiu os significados sob o tema paternidade na perspectiva de significados sobre a vontade de ter dois ou tr s filhos a dificuldade de planejar ter dois ou tr s filhos e sem ter preocupa es Na posi o outro P32 descreve a experi ncia com o pai ao lhe tratar como menino no S o
106. A E Ea S Futuro O in cio de trabalho e constru o 2 8 3 g 2 E S SE A a Soa S de casa ASU EL RD Outro pai Povo Fofoqueiro 6 Desanimadores S S uf 9 86 Sou oS q BUS o0 oge Naod Outro Ela Rapaz s rio Ai n Kayr s Ai n Kayr s Cuidado de si e do outro Paternidade 1 215 Na condi o eu P33 construiu os significados sob o tema paternidade na perspectiva de significados sobre a inten o por dois ou tr s filhos a dificuldade de planejar bem como mais de um filho para a pessoa n o se esquentar Nas posi es outro descreve a experi ncia com o pai ao lhe tratar como menino e tolher as vontades de ter roupas novas no S o Jo o O tema est conjugado ao tema da estrutura familiar como oportunidade substantiva em que se constitui os significados de sozinho organizado planejador das feiras como compras de produtos aliment cios semanais da fam lia com no es de escassez pre os bem como da manuten o do cachorro que envolve magreza versus doen a versus comida Quadro 34 Posicionamento P33 Paternidade Junho 2014 Limitador de vontades Atencioso N o deixa faltar nada P33 Posicionamento Significados Eu Pai Inten o de ter o i S e dois ou tr s gt EB eU eg Passado filhos 84 E C Realizador SASEsESSL SES HEN g z H Tranquilizador SSEP 9 8 o S 8 8 2 Das e Ej eu dis Presente R Facilitador Ecs og28g5E
107. Bolsheviks to Evald Ilyenkov Cambridge Cambridge University Press Bakhurst D 2005 Il enkov On Education Studies in East European Thought The Philosophy of Evald Il enkov 57 3 4 261 275 Dispon vel em www jstor org Bakhurst D 2009 Reflections on activity theory Educational Review 61 2 197 210 Dispon vel em www periodicos capes gov br 295 Bakhurst D 2011 The riddle of the self revisited Studies Eastern European Thought 63 1 63 73 Dispon vel em www periodicos capes gov br Barbato S amp Caixeta J E 2014 Novas tecnologias e media o do conhecimento em atividades colaborativas no ensino superior Revista Linhas Cr ticas 20 42 363 382 Dispon vel em http periodicos unb br Barbato S Mieto G S M amp Rosa A prelo O estudo da produ o de significados em intera es Metodologias qualitativas Manuscrito em prepara o Barbato S amp Nunes D 2012 Comunica o oral Cultura e Desenvolvimento Humano p Bras lia Instituto de Psicologia Universidade de Bras lia Barrios A Barbato S Branco A 2012 El an lisis microgen tico para el estudio del desarrollo moral consideraciones te ricas y metodol gicas Revista de Psicolog a 30 2 249 279 Dispon vel em http revistas pucp edu pe Bastos A C S 2005 Modos de Partilhar a crian a e o cotidiano da fam lia Taubat Cabral Editora universit ria Benjamin W 2012 O narrador Consider
108. C SAR DOS SANTOS Pesquisador Bras lia de Margo de 2014 313 ANEXO 3 Camisinha de Sabor Bonde da Stronda O tema dessa m sica o sexo meu irm o mas n o pode se esquecer de usar a prote o Pra tu deixar as mulh molhadinha tu tem que conhecer os tipo de camisinha Lubrificado ou n o pra mim tanto faz o que importa fazer elas pedirem mais As mulh que eu conhe o eu como no mesmo dia camisinha preferida sabor de melancia de melancia elas adoram vo fala pra tu se n o aguenta na buceta vo mete no teu c Quando o assunto sexo n o fico enrolando a mulher gosta de camisinha de morango O sabor n o importa n o faz diferen a mas tem que ser com camisinha pra tu n o pegar doen a Elas saem correndo querendo d pra voc camisinha de chocolate com recheio de pav Tu t com a cocota T meio enrolado Lan a a camisinha de leite condensado A cocota t nervosa Faz ela se acalmar lan a a camisinha de maracuj Encharcando as cocota at de manh quero v quando eu lan ar a camisinha de ma Pra trepar comigo tem que ter disposi o agora eu t usando camisinha de lim o J comi a tua prima agora eu quero a tua irm com ela eu v usar camisinha de hortel Pega no meu pau e chupa minha bola n o podemos esquecer da camisinha de amora nois Camisinha tem que ter n o pode esquecer coisa essencial na hora de meter De tr s de lado seja como fo
109. E ao final d o que marcou foi assim ele j est totalmente virado em dire o c mera e apenas o lado direito das costas est no encosto da cadeira as pernas agora j est o juntas na mesma dire o do olhar enquanto que o pesquisador tenta o contato visual e permanece na mesma posi o Na fala na constru o dessa casa porque pr ximo palavra casa P32 pega a borda da camisa de frio fechando sobre a m o e bate na coxa pr ximo bacia Na fala quando eu fiz essa cas P32 leva a m o direita um pouco a frente do nariz e aponta o dedo indicador em dire o diagonal movimento acompanhado pelo olhar ao teto o movimento termina na express o quer dizer assim com a m o esquerda aberta e os dedos indicador e m dio sobre o nariz movimento de m o que continua em duas ora es posteriores com a m o pegando pele abaixo do queixo P co a com a m o direita o olho esquerdo Na pr xima explica o sobre Demorou pra fazer ela a m o esquerda vai abaixando em dire o ao pulso direito e dentro desse movimento faz gestos de indica o com a mesma m o com o dedo em diagonal em dire o casa em dire o ao encontro teto parede da casa acompanhando com o olho O P co a o olho esquerdo com a m o esquerda A m o direita continua fechada fortemente na borda direita da blusa de trio Na fala estava solteiro quando fiz essa casa P32 co a com 230 eu fiz essa casa mas eu era pa
110. IBGE 2012 Buscaremos relacionar a teoria de posicionamento Davies amp Harr 2007 Harr Moghaddam Cairnie Rothbart amp Sabat 2009 e a Teoria da Atividade Bakhurst 2009 Engestr m 2006 2009 Leonti ev 1978 1992 Magnusson amp Stattin 2006 As rela es intergeracionais encorajam ou dificultam as transi es VanderVen 2011 assim atividades a es intera es crises e negocia es tornam se centrais para o estudo que relacionam o desenvolvimento humano cultura e produ o de sentidos em narrativas de fam lias Considerando ainda que as condi es de socializa o provavelmente canalizam a produ o de sentidos do ser homem como irrespons vel Thurler 2012 sem contudo haver um n mero adequado de estudos que considerem as explica es do pr prio homem 33 sobre como ele representa a si nas mudangas ocorridas na sociedade contempor nea Marcondes 2008 34 REFERENCIAL TE RICO Entre as gerag es as crises podem marcar o cotidiano das atividades humanas como momentos de transi o na constru o de experi ncias significativas Os sentidos das transi es humanas emergem atrav s das intera es din micas entre pessoas Bruner 1991 A psicologia popular como elemento da cultura Bruner 1991 se interessa pelo cotidiano em que est o presentes micro revolu es que ocorrem por exemplo mediadas pelas pol ticas p blicas Essas mudan as de sentidos podem ser identificadas no
111. Jo o O tema est conjugado ao tema da estrutura familiar como oportunidade substantiva em que se constitui os significados de sozinho organizado com no es de escassez pre os bem como a avalia o do bem estar do cachorro atrav s dos par metros de magreza doen a e comida O acesso a escola atravessa o curso de vida de P32 que implica no Kayr s da fam lia Quadro 31 Posicionamento P32 Paternidade Junho 2014 P32 Posic Significados Eu Filho Menino pequeno sem ajuda Vergonhoso de conversas e proximidades com o pai Casa suor Passado derramado solteiro vieram os filhos Sentido de pai pelo registro do filho pouco reconhecimento de si como criador do filho revolta do pai pelo menor escuta do filho aos conselhos paterno sentimento de diminui o em rela o declara es de menor amor ao pai pelos filhos em rela o aos tios maternos Conviv ncia com os filhos mediada pela justi a surpreso pela tristeza aparente vista pela enfermeira e taxista pelo nascimento do filho C Casamento casa o cantinho a inj ria E Eu pai Nascimento de tr s filhos inten o de apenas Presente R um Preocupa es com os filhos tentativas de O di logos com os filhos pai por momentos N diminuidor das atribula es Aconteceu Futuro O S com tratamento na zona urbana Produtor para o consumo diminui o da dist ncia com a moto e Estrutura familiar celular sustento dos filhos com a pens o de a
112. M Gergen amp Gergen 2006 retomam a oposi o entre palavra e mundo na discuss o sobre a garantia de validade cient fica o que coloca a responsabilidade de questionar a dire o da metodologia e os crit rios de avalia o dos pesquisadores ao analisar a produ o de sentidos intergeracionais dos participantes imersos em pr ticas culturais heran as das gera es anteriores e que enfatizamos se atualizam na produ o de sentidos em sequ ncias de intera es situadas no trabalho em campo 44 Portanto focaremos o estudo nos posicionamentos de si a partir dos discursos narrativos enquanto interpretac o de experi ncias pela pessoa Ao posicionarem se as pessoas se auto referenciam e referenciam o outro na intersubjetividade com caracter sticas de agencialidades na enuncia o quando decide falar sua biografia ou escrever sua autobiografia a pessoa come a a mudar sua vida com redescri es ret ricas sobre o si mesmo sendo respons vel ante a pr pria vida K J Gergen amp Gergen 1988 Estas enuncia es implicam diversos elementos dentre os quais o contexto e as posi es da pessoa na tomada de consci ncia em permanente conflito Rosa Bellelli Bakhurst 2008 Entendemos que a negocia o desencadeada quando a rela o gera conflitos que provocam quebras de comunica o Matusov 2013 Valsiner amp Rosa 2007 promovendo renegocia es de significados nas posi es dos interlocutores e suscitam question
113. NAMENTO P33 PATERNIDADE 2 xiii xiv APRESENTA O Mudan as nos posicionamentos com rela o a cren as e valores sobre o planejamento familiar se atualizam de acordo com pr ticas culturais em processos interpessoais de produ o e compreens o dos sentidos com as gera es ascendentes e descendentes Os motivos que conduziram a esse estudo sobre a produ o dos sentidos relacionados ao planejamento familiar por homens de diferentes gera es se constituem na concretiza o da intera o de viv ncias profissionais e acad micas incluindo temas que me interessam desde o mestrado como micro hist ria Slenes 1999 Revel 2010 desenvolvimento sustent vel Dalcomuni amp Lube 2013 Santos 2002 empoderamento das pessoas empowerment World Health Organization 2006 Setti amp B gus 2010 e os processos de desenvolvimento humano com nfase nos sentidos Rosa Gonzal z amp Barbato 2009 significados Barbato amp Caixeta 2014 Caixeta amp Barbato 2004 e discursos narrativos Volosinov 1976 Nessa experi ncia acad mica identificamos no grupo de pesquisa Pensamento e Cultura UnB temas como enuncia es e posicionamentos Rosa Gonz lez amp Barbato 2009 concep es culturais de fam lia Dessen amp Campos Ramos 2010 como importantes na compreens o sobre como o ser humano no caso deste estudo o homem produz sentidos intergeracional sobre o planejamento familiar Em outras experi ncias c
114. Pai presente nos HE S XT sa E 5 Sim e S 9 q 5 L 5 A Qa e 72 e C fins de semana educa o de coisas e g 5 PH e Do 5 S c 72 o rim o hi pu 5 o om Presente H certas aos filhos e netos sem palavr es amp A 2 2 E E Z E em U NET au a R e uso da televis o simula o de choro e 2 e i NCC E E g 2 o 3 a O gs oO E E Us c s e gt c3 To ms 3 O dos irm os solicita o da m e S ga 8 55 722385 E E 5 Ee M mou Beg c r 79 o E Futuro N 5 a 92 8 E Os E a g A s B J S a Z o B d bs Be gd Z O c M S g og o amp S amp ow SREE KB S 2 8 Im 0 p g AM m Q o o 3 amp E S 9 amp m 2 Ai n Kayr s Ai n Kayr s 130 Paternidade 2 Conjugamos o tema paternidade com a heran a nos seguintes significados sobre a doa o da heran a em vida mudan a da heran a familiar do trabalho rural de carregador para emprego com carteira assinada com foco nos estudos heran a do nome construiu os seguintes significados interesses por filhos insucessos no namoro com licor aconteceu pai aos fins de semana aten o semanal ro a orienta es aos filhos quanto ao patrim nio da fam lia Conjugamos na paternidade o tema da estrutura familiar que se comp e em P12 de sustento por planta es na ro a vida clandestina sem direitos sem carteira assinada sem futuro arte de pedreiro trabalhador para si mesmo para o pai e para a fam lia Quadro 14 Posicionamento P12 Patern
115. Para P11 o av a a o ativa e central da minina N o obstante P11 passivo posicionado ao ato de dan ar m sicas de reggae forr e gospel M sicas complementares s quais os colegas escutam como o caso do Rap Camisinha de Sabor Anexo 4 e outras 144 A produ o de sentidos intergeracional na paternidade para os participantes da fam lia P1 O cuidado permeia o posicionar se e ao outro com boa sa de educa o estar atento s condi es de prepara o da fam lia nas tem ticas do planejamento familiar Ao ser pai filho e neto os integrantes da fam lia Pl constroem o cuidado paterno O cuidado est na escolha do lugar da constru o da casa Faziam a casinha de junto mermo os irm os e P11 geograficamente estavam de junto do pai Na situa o de junto do pai diz que o pai seguro andava mais para o filho enunciado 186 P11 N O significado de seguro se une a outros enunciados nos quais s o citados direta e indiretamente como vai ser jogo seguro o Brasil vai ganhar enunciado 197 P11 NJ a ro a mais segura no com rcio mais arriscado um pegar uma briga tomar uma bala perdida enunciado 88 P11 N mais tranquilidade para se viver enunciado 88 P11 NJ Em sua atitude P11 relaciona a seguran a que os filhos d o ao pai e a que o pai d ao filho O significado muda na gera o dos filhos de P11 a qual um sil ncio faz P11 agir para o sentido da mudan a Os
116. RI NCIAS SIGNIFICATIVAS O TEMPO ceseeeeeeeeeeee nennen 59 2 3 O DI LOGO ENTRE A PSICOLOGIA CULTURAL E A REA DE DESENVOLVIMENTO ECON MICO 60 2 4 O ESTUDO METODOL GICO SOBRE POSI ES NA CONVERSA O cessere 67 2 5 A AN LISE DA ESTRUTURA TEM TICA E DA ESTRUTURA DA INFORMA O ceene 69 OBJETIVO sois stores N soos eros as ea rra tore sat oe de TOSA ps ene nep ae eoa ceps s ern roS cete re eee EUR si ess iss e SEP das 72 METODOLOGIA VOTER DEREN 73 METODO nr is ni brise ario o eR Ure uude a feb Duce ros 85 1 CONTEXTO DE CONSTRU O DAS INFORMA ES EMP RICAS eese 85 2 PARTICIPANTES sets s ds So ese soe Eca Dad ec ADE bes Da dao DON E 8 RO acao DR o SR 88 32 INSTRUMENTOS eere ultri tte met m e 89 4 PROCEDIMENTOS n eecittr rr te e nb eie aei oer tt e e Dani gu ERE 89 5 AN LISE Se pRNAINI UNDO ELLA Si Ai d 96 RESUETAD OS eese seres ooo pe soa e e anos ta run e esee cose erae bosse vost aoc se sra e pravo v Use een be nae ssa E ee C POR aiii 102 DISCUSS O ERREUR RR ERROR AS REERENCIAS Sata dett tote e ebur de te dec da eec eed ct UG 294 QUADROS 1 A CONSTRU O DE INFORMA ES DOS MEMBROS DA FAM LIA 1 2 A CONSTRU O DE INFORMA ES DOS MEMBROS DA FAM LIA 2 3 A CONSTRU O DE INFORMA ES DOS MEMBROS DA FAM LIA 3 4 CONSTRU O DE INFORMA ES DO POSTO DE SA DE 5 POL TICA DE PLANEJAMENTO FAMILIAR 6 POL TICA NACIONAL DE ATEN O SA DE DO HOMEM 7
117. WO9 Sepevo e ooso g ossooe oonod op se uriquiaT 5 oqeip OU OpeLIe 3110J Soue Q p op oAou OUIU9 A OYUIAOU uioq oquurzrooejg ezeiqod eu equinbesy er rure uro oproseN com respeito conversar direito tratar as Vergonha capricho minha noiva relacionamento desde inf ncia e juventude parado na rela o da inf ncia com a noiva amizades de rocha abra os Poucas lembran as do casamento aos 18 anos na cidade de Laje Respeitador das mo as sentar meninas pelo rumo certo Brigas com o pai para sair do meio de uma mulher Sil ncios Arranjo conjugal pai vi vo e casado pela terceira vez com 54 filhos S E 3 E amp S e RAS 5 DZ o OmmoOzOu vm en E Passado Presente Futuro sA sA Ai n Kayr s Ai n Kayr s 204 Paternidade 1 Na posi o eu P31 construiu os significados sob o tema paternidade na posi o eu filho como observador do conselho de fam lia na x posi o eu pai como respeitoso autonomia do outro em doar coisas conselheiro choro pelo sucesso no encontro em Gandu com o filho desaparecido amor aos filhos indiferente do g nero sexual na posi o outro filho P31 relata os filhos como fracos vergonhosos Comp e os significados raivoso macho queixo duro que implica em Kayr s da fam lia o qual refor ou na posi o ela m dica INSS Quadro 28 Posicionamento P31 Paternidade Junho 2014 P31 Posic Significados Eu Fil
118. a es a pol tica As descri es de como os fatos se desenrolaram s o de regula es de si e do outro Leonti ev 1978 na institucionaliza o da pol tica do planejamento familiar P22 e P32 ressaltam que algumas das primeiras mulheres da regi o que tomavam a medica o e usavam o DIU tiveram problemas de sa de Tal fato pode constituir uma aus ncia de dire es iniciais como tamb m retornos para os m todos naturais anteriores como abstin ncia enunciado 386 P22 E enunciado 75 P32 NJ P32 e esposa se orientaram a respeito dos m todos contraceptivos com a assist ncia m dica do Posto de Sa de Em seus relatos a profissional de sa de ressaltou que os desentendimentos do casal dificultavam a mulher de tomar a medica o e os lembretes do companheiro da a o cotidiana com o contraceptivo P32 se orientou tamb m com a assist ncia advocat cia o qual prop s que o casal retornasse estabilidade conjugal com di logos regulares dele com a fam lia de sua esposa Os estudos sobre a experi ncia da pr tica profissional conjunta de advogados assistentes sociais psic logos e funcion rios do f rum s o raros conforme constatam Robles e Castro 2005 Estes autores relacionam que muitos profissionais sustentam seus escrit rios com as dificuldades familiares de encontrar respostas adequadas s necessidades pessoais e coletivas No caso dos advogados a es de separa es litigiosas partilha de bens no div rcio a es
119. a es com outras vozes ao longo de suas vidas havendo no jogo sist mico estabiliza es moment neas e em fuga Barbato Mieto amp 38 Rosa prelo Assim polifonia pressup e din micas interacionais em que as vozes pessoais s o formadas a partir das din micas de mudan a e perman ncias de significa o na experi ncia ao longo da hist ria de vida Isso envolve as cren as a intencionalidade na linguagem em uso a evolu o hist rica do tema e das significa es e os graus de coer ncia sobre o que se quer dizer Bakhtin 2003 p 205 Os discursos se comp em tamb m de pausas e respira es de exclama es e interroga es que permitem o momento da reflex o em que se constr i um di logo textual e intertextual A constru o da pluralidade de vozes com as pessoas em conflitos e negocia es recoloca no jogo sist mico outras intera es alternam os posicionamentos atrav s de di logos consigo mesmo e com o outro mudan a na posi o convencional que sinaliza a altern ncia do poder com interpola es de vozes entre ator autor e agente e reencontros em cen rios posi es e destinat rios em outros momentos Rosa Gonz lez amp Barbato 2009 O interlocutor o produto da intera o das pessoas que se alternam entre locutor e ouvinte no contexto situacional e cultural as vozes compostas pelo mundo interior e a reflex o da cada pessoa comp e seu audit rio social pr prio onde se constroem as dedu
120. a es sobre a obra de Nikolai Leskov In Benjamin W 2012 Magia e t cnica arte e pol tica Obras escolhidas S o Paulo Brasiliense pp 197 221 Bentes A C Leite M Q 2010 Lingu stica de texto e an lise da conversa o panorama das pesquisas no Brasil S o Paulo Cortez P 262 312 Bloch S B B 1997 Processo de produ o textual de uma jovem com s ndrome de Down Tese Doutorado em Psicologia Universidade de Bras lia Brait B 2005 Org Bakhtin dialogismo e constru o de sentido Campinas Editora Unicamp Dispon vel em www periodicos capes gov br Braun V amp Clarke V 2006 Using thematic analysis in psychology Qualitative Research in Psychology 3 2 pp 77 101 296 Brown P amp Levinson S 1987 Politeness Some Universals in Language Usage Cambridge Cambridge University Press Bruner J A 1991 Actos de significado M s all de la revoluci n cognitiva Madrid Alianza Editorial Caixeta J E 2006 Guardi s da mem ria Tecendo significa es de si suas fotografias e seus objetos Tese de Doutorado Programa de P s Gradua o em Psicologia Universidade de Bras lia Brasil Caixeta J E amp Barbato S B 2004 Identidade feminina um conceito complexo Paid ia 14 28 211 22 Dispon vel em www scielo br C mara dos Deputados 1854 Atividade Legislativa Decreto n 1 331 a Rio de Janeiro C mara dos Deputados Dispon vel em www camara gov
121. a o e enunciado como processo e resultado Volosinov 1976 Bakhtin 2003 p 382 Volosinov 2006 pp 93 94 A compet ncia comunicativa diz respeito a o entre interlocutores que atuam com efetividade na intersubjetividade para a explora o entre o excepcional e o comum da din mica da produ o de sentidos que gerem possibilidades comunicativas Bruner 991 pp 57 59 Assim os interlocutores negociam conven es Rosa Gonzalez amp Barbato 2009 em que o enunciado um texto cuja forma n o assegura o acabamento que se tece por atos de empatia e simpatia no intertexto dos falantes Bakhtin 2003 A tessitura dos atos produz sentido a si como tamb m ao outro e nesse contexto da fala produz se a compreens o dos posicionamentos do outro de si e se 47 posicionado pelo outro mas se movimenta em posi es e cenas diversas Bakhtin 2003 p 84 Esse processo de comunica o se torna foco dos estudos do self posicionamentos entre pessoas processo de forma o de si produ o de si na intera o outro eu e eu mim na hist ria de vida portanto na produ o de significados e sentidos Estabelecer o sentido de base social afirmar que esse sentido se forma na intera o outro eu eu mim Sullivan 2010 Ver n 1987 em que o conhecimento do mundo e de si se originam nas rela es sociais Gergen 2011 Portanto a vida social e cultural direciona novos sistemas de produ o de sentidos capazes de gerar ex
122. a al m dos dispon veis pelo Posto de Sa de como exame de pr stata e o controle de diabetes Apenas o Hiperdia atende as necessidades dos homens no Alto do Morro al m dos da Unidade de Sa de E segue sua posi o atual de que o homem dif cil ir at as enfermeiras enunciado 12 E ao contar sobre as experi ncias com os homens no Posto de Sa de 111 A orienta o de E para as esposas participantes no Programa de Planejamento Familiar que a segunda consulta dever ser com a presen a do parceiro E descreve o marido companheiro como respons vel pelo planejamento familiar e participante nas reuni es de pais no Col gio do Quilombo em que E representa o Posto de Sa de Os homens s o respons veis pela gesta o de seus filhos no controle dos hor rios do medicamento da parceira do controle da presen a no pr natal e do acompanhamento da gestante Em outra descri o os homens s o parceiros de suas esposas e portanto respons veis pela sa de sexual do casal E descreve as inflama es sexuais como possibilidades do exerc cio do cuidado que o parceiro tem com sua parceira em especial nas narrativas de inc modo sexual e dores nas genit lias enunciado 7 PS Conjugado ao atendimento dos homens E narra as conversas com as pacientes mais frequentes ao atendimento com orienta es sobre as intera es dos parceiros obrigatoriedade do uso da medica o pelo casal exerc cios de cu
123. a de Eu tenho sa de enunciado 205 P11 N meu problema enunciado 205 P11 N eu tive um acidente enunciado 205 P11 N mas o que eu sinto enunciado 207 P11 N a eu compro tudo e toma enunciado 207 P11 N eu num sinto outras coisas enunciado 207 P11 N a depois fiquei l esperando enunciado 207 P11 N quando eu acordei enunciado 207 P11 N a n o careceu eu ir pr Salvador enunciado 207 P11 N a eu compro um rem dio enunciado 209 P11 NJ sempre eu tomo enunciado 209 P11 N vou at que ir no m dico enunciado 207 P11 N porque eu toma um compromido enunciado 207 P11 N quando terminasse eu ia l trav is enunciado 207 P11 N eu vou l de novo enunciado 207 P11 NJ Estes s o apenas alguns exemplos sem acrescentar as posi es de N na entrevista e tamb m as reverbera es que aparecem em toda entrevista E na riqueza de detalhes o narrador tece micro epis dios Entre eles Fui cavando cavando a pia de a car inv s de tirar e ir descendo certo a carreira de a car N o fui cavando cavando fazendo aquela escada escada quando tava 118 com dezoito fiada eu a desci fui cavando pulando a pia de a car aquela sacaria ali a eles abriu quando eles abriu despencou todo na minha perna Enunciado 227 P 11 N nfase adicionada A sa de como descanso da aposentadoria inicia o epis dio de crise e t
124. a Fam lia P12 e P11 o planejamento familiar como uma das trajet rias de constitui o da fam lia no per odo antes da Lei do Planejamento Familiar na zona rural com a presen a de parteiras comadres que orientavam tradicionalmente o nascimento dos filhos desde a concep o e contracep o atendimento pr natal assist ncia ao parto ao puerp rio e ao neonato P31 e P21 Na forma o de conceitos em intera o tu eu o passado idiossincr tico ressoa em eventos que s o relevantes no presente do contar hist rias e explicar a si como no enunciado 389 432 nos quais P12 narra lembran as mediadas pela foto de seu casamento em que os filhos estavam ainda pequenos As emo es constituem as mem rias como regula o dos afetos como modo de organiza o da experi ncia atrav s das narrativas Bruner 1991 No enunciado de P12 interessa para o pesquisador a constru o da realidade que se concretiza no presente da narrativa como atravessa e explora uma variedade de realiza o e pr ticas culturais Como a constru o desenrola afirma es originais reintegra intera o social e em cada etapa do processo reconfigura a situa o original pessoas se envolvem relevantes significados s o comprometidos por minutos relatos e lembran as 236 Nesse trecho do epis dio aparecem simbolicamente v rios objetos mediacionais que reconfiguram ou atualizam o casamento As reconfigura es do significado do casamento e le
125. a d o viabilidade a formula o pol tica requerida para o exerc cio pessoal da liberdade substantiva Na perspectiva de constru o da pol tica p blica do planejamento familiar para homens os policy makers podem considerar a apropria o cultural da comunidade para intensificar a participa o das pessoas Entre as formas de apropria o pode se pensar no conhecimento de como os sistemas de sentidos e significados permanecem e se atualizam Outras formas alternativas de apropria o cultural podem considerar a especializa o de pessoas respons veis por oferecer os servi os na comunidade que constitua a produ o de sentidos intergeracionais na perspectiva de g nero O ser humano ativo constitui uma leitura de sentido hist rico por reverbera es da sua voz nas polifonias do presente ao futuro no curso de vida Nestes estudos a melodia est para a quebra e n o quebra das convencionaliza es o que fica o que muda e instrumentos mediadores que n o alcan am a todos As polifonias constituem espa os de quebras de comunica o por quebras de significados estudos das constitui es de negocia es e poss veis retornos ao di logo intera o que constituem o humano no curso de vida Uma an lise polif nica constitui diferen as nos discursos expressas de si de uma poca e as inten es coletivas presentes nas atividades mediadas por pr ticas culturais o passado que se concretiza no presente visto como espa o da experi
126. a de Medicina Familiar Comunidade 8 28 155 163 Schumpeter J A 1985 Teoria do desenvolvimento Econ mico 2 Ed S o Paulo Abril Cultural Sen A K 2000 Desenvolvimento como liberdade S o Paulo Companhia da Letras Senado Federal 1996 Lei N 9 278 Bras lia Senado Federal Dispon vel em www senado gov br Senado Federal 1837 Lei N Ol Bras lia Senado Federal Dispon vel em www senado gov br Senado Federal 2014 Lei N 13058 Bras lia Senado Federal Dispon vel em www senado gov br Setti A F F amp B gus C M 2010 Participa o comunit ria em um programa de interven o em rea de prote o ambiental Sa de e Sociedade 194 946 960 Dispon vel em www scielo br 307 Silva E C M 2010 Do discurso gram tica um enfoque cr tico e funcional de g neros Cadernos de Linguagem e Sociedade 11 2 695 712 Dispon vel em www periodicos capes gov br Silveira J N 2012 Reverbera es do simb lico pondera es em torno da cultura popular e de suas modula es midi ticas Revista contempor nea comunica o e cultura 10 3 794 816 Dispon vel em www scielo br Slenes R W A 1999 Na senzala uma flor Esperan as e recorda es da fam lia escrava Brasil Sudeste S culo XIX Rio de Janeiro Nova Fronteira Spink J M Org 2013 Pr ticas discursivas e produ o de sentidos no cotidiano Rio de Janeiro Centro Edelstein de pesquisas sociais Dispo
127. a observa o do pesquisador sobre as marcas no discurso de coer ncias das a es nas atividades comunit rias na aplica o das pol ticas p blicas para as diferentes pessoas que comp e a zona rural v g Landini et al 2015 A pesquisa com interlocutores do servi o de sa de desde os enfermeiros do Posto de Sa de 67 at o agente comunit rio oferecem a perspectiva sobre a pr tica em contexto situacional cultural e lingu stico Outros instrumentos comp em a an lise tem tica dos documentos oficiais da pol tica do planejamento familiar e sobre a constitui o das fam lias nas narrativas dos participantes e pessoal da sa de da localidade Os enfermeiros e agentes comunit rios de sa de por exemplo interpretam o documento do programa de planejamento familiar e do Plano Nacional de Assist ncia Integral Sa de do Homem MS Sa de 2009 como tamb m constroem a realidade de execu o nas narrativas com base em seu pr prio instrumental te rico e conceitual Aquelas pessoas exercem uma fun o em servi os p blicos lidando diretamente com os cidad os com autonomia para tomarem decis o cotidianamente baseada em seus pr prios valores e prefer ncias Leal Figueiredo amp Nogueira da Silva 2012 nesse sentido que os agentes encarregados pela execu o da pol tica s o tamb m policy makers isto eles fazem a pol tica 2 4 O estudo metodol gico sobre posi es na conversa o O posicionamen
128. a perna esquerda num movimento para co ar a perna sendo movimento da m o e em movimento brusco com a cabe a busca contato visual com o pesquisador e vai voltando a cabe a P11 suspira e continua na repeti o finalizando em humanidade ta hoje na m o direita co ando a perna esquerda Na fala um pouco P11 suspira pega o ar e solta com vontade na palavra perigoso Ao final da fala todo canto corre perigo P11 suspira profundamente Na 1 fala Na cidade at a fala corre perigo P11 meneia os joelhos e olha em dire o superior esquerda c mera Na fala N o ta f cil n o P11 volta a co ar a coxa esquerda com am o direta sendo acompanhada pclo movimento dos olhos movimento que finaliza na 1 fala um pouco acompanhado de suspiro que aumenta o volume da repeti o da fala um pouco P11 muda todo movimento na fala de interroga o tem que fazer o que busca contato visual com a c mera abre os bra os escorrega pela cadeira respira profundamente e l nguido entregue na cadeira com a m o direita acompanhada pelo olhar P tomba a cabe a para o lado direito Na fala Mai hoje com at a fala Corre perigo P11 retira o olhar de P para o lado contr rio para dizer que na cidade todo canto corre perigo Na palavra N O ta f cil n o A vida a vida t um pocu UM pocu perigoso MAS de qualquer forma isso vai venceno TEM que fazer o que viver trata
129. a rua debaixo os jovens ficam at de madrugada com os traficantes como o melhor amigo de P13 enunciado 213 P13 NJ Neste ponto o pesquisador voltou entrevista v rias vezes o discurso cria v rios caminhos para um amigo de P13 como o traficante como participante do tr fico como apenas o que fica na rua at de madrugada sem obedecer s ordens da m e Em todos os caminhos est o os traficantes a rua e a desobedi ncia aos pais do amigo o epis dio enche se de pausas calando o outro a conversa mais morosa e ao mesmo tempo enf tica e P13 manteve seus segredos intactos Um respeito ao participante o que facilita a conversa na entrevista E P13 posicionou os traficantes e os meninos no mesmo ato para dizer como as drogas criam novas dire es do cuidado com a fam lia Esta situa o se constr i no interesse de alguns meninos em passar a noite na rua com os traficantes as drogas s o pessoa que n o t m bem sa de e ficam inventando todo o tipo de drogas enunciado 243 P12 E P13 continua na descri o do 133 mundo das drogas composto dos elementos a pol cia enunciado 160 162 P13 N os meninos na rua debaixo enunciado 213 P13 N a desobedi ncia aos pais enunciado 213 215 P13 E o neg cio das drogas enunciado 176 P13 N os crimes enunciado 11 E 176 P13 E as mortes enunciado 11 P13 E Quando o pai trabalha P13 n o ajuda financeiramente em casa o que est na produ o dos sentidos de acordar cedo ir
130. a sou eu Ent o eu quero ver voc Esperando um filho meu Ent o eu quero ver voc Esperando um filho meu Pare de tomar a p lula Pare de tomar a p lulaPare de tomar a p lula Porque ela n o deixa o nosso filho nascer 3x 315 Odair Jos
131. abalho na ro a se estraga A produ o de sentidos intergeracional sobre a heran a da fam lia P2 A produ o de sentidos intergeracional sobre a heran a de P21 P22 e P23 est o presentes nas entrevistas narrativas e epis dicas P21 conta sobre a heran a indireta ao casar com sua esposa com doa es de terras por sua fam lia A descri o da heran a segue o complemento financeiro que realizou ao comprar 27 hectares de terras dos cunhados o que possibilitou maiores reas para planta es de cacau mandioca e amendoim al m da produ o para a fam lia Na gera o dos filhos com a heran a em rela o s separa es amorosas e por morte dos filhos Afirma que O juntar o novo formato de casamento dos filhos e netos n o 192 constituem heran as do casal e atravessam crises de r pidos recome os e separa es enunciados P21 277 399 420 P22 N enunciado 68 P22 N enunciados 189 205 P23 E A respeito s festas de S o Jo o S o Cosme e S o Dami o o samba a ca ada foram algumas das heran as que recebeu do pai no curso de vida O respeito na narrativa de P21 ensinado a P22 e P23 como uma significado de obedi ncia uni o da fam lia ajudas familiares e concord ncias enunciados 65 75 P21 N Ele conta que ensinou aos filhos e netos o que aprendeu com seu pai como filho obediente s ordens e concord ncias enunciados 100 110 P21 NJ Relata que a festa de S o Cosme e S o Jo o foram extintas do co
132. acionais utilizando o viol o Bonfim meu tio irm o do meu pai Ele tem um viol o verde bonit o o mais velho que tem a esse viol o tem mais de 18 anos p Ele verde da cor do mato agora o bicho bonit o Fil todo Eu tenho esse meu aqui o Oto t l dentro enunciado 490 505 P23 E poss vel que este viol o tamb m seja tocado pelo av que tamb m violonista que constitui o significado do viol o como lembran as de festas m sicas e dan as como tamb m lugares de presen a de muitos outros homens S bado a gente ia p ta fazenda E era assim Manhecia o dia assim Quano num era dan ando era fazendo cantano batendo pandero Tocando viol o cavaquinho 02 30 a 02 06 Enunciado 503 513 P21 E A m sica constitu a um conhecimento entre gera es de etnia negra como narra uma participante da entrevista de Oliveira 2006 a respeito as lembran as de uso da m sica na alfabetiza o de crian as negras com o mesmo instrumento mediacional que seus pais as ensinava em casa com cantigas da comunidade A media o do ensino aprendizado atrav s do 280 compartilhamento de artefatos do contexto sociocultural situacional e ling stico discutida por Bakhurst 2005 Para o autor a coordena o de atividades de ensino em torno do significado coletivo intergeracional a ordem de import ncia das gera es constitui relevante instrumento no processo educacion
133. ados 136 147 P31 N que proporcionasse o sustento da fam lia A produ o de sentidos intergeracional do cuidado na fam lia P3 A produ o de sentidos intergeracional de P31 P32 e P33 do cuidado constituem significados sobre a sa de a educa o P31 e P32 s o integrantes do Programa Hiperdia que aufere a press o arterial dos participantes enunciado 90 P32 E enunciado 402 P31 E P31 223 relata que a enfermeira aufere a press o arterial com visitas a casa do participante pergunta se est tudo bem e em seguida mede a press o enunciado 402 P31 E P32 tamb m relata os servi os dispon veis do controle da press o arterial como tamb m orienta es a respeito de drogas vacinas e exames tais como o PSA enunciado 90 P32 E O significado da sa de relacionado aos servi os de exames tamb m consta nas narrativas de P33 enunciados 33 43 P33 E P33 relata que os exames s o realizados de acordo com s orienta es do m dico o qual verifica os resultados P31 P32 e P33 tamb m constroem significados de resultados na educa o P32 diz que ao se tivesse investido em sua educa o teria ido mais longe o que significou como melhores resultados ao bem estar com mais anos de estudos adiamento do casamento do namoro e constru o da casa enunciado 66 P32 E A produ o de sentidos intergeracional da paternidade da fam lia P3 A produ o de sentidos intergeracional da paternidade para P31 P32 e P33 constit
134. ados apontam que a porcentagem de m es adolescentes da cidade citada foi superior taxa do pa s j que no Brasil em 2000 essa taxa foi de 23 5 enquanto que em Santo Ant nio de Jesus BA foi de 25 5 de 10 a 19 anos de idade MS Brasil 2012 No caso das mulheres ao considerarmos os dados dispon veis sobre fecundidade feminina na Am rica do Sul encontramos altas taxas entre fam lias negras pobres UNFPA CEPAL 2011 Bastos 2005 O Brasil e Col mbia por exemplo t m taxas similares desta diferen a em torno de 30 entre a fecundidade de adolescentes brancas e afrodescendentes j no Equador esta taxa chega a 44 Poucos estudos no entanto analisam os filhos como experi ncia significativa na hist ria de vida dos homens Marcondes 2005 Apesar dos poucos estudos emp ricos que denotam o que ser pai adolescente na perspectiva do pai Ali Bhatti amp Ushuma 2004 esta faixa et ria conflui com o momento de escolariza o e a entrada dos adolescentes na fase da fecundidade com atividades isoladas de alguns dos programas de sa de no espa o escolar Ferrari Thomson amp Melchior 2006 Al m das diferen as intergeracionais na escolaridade entre afrodescendentes e n o afrodescendentes Esses elementos indicam que o programa de planejamento familiar do Governo Federal se concentra sobretudo nas adolescentes mulheres e poderia enfatizar mais a comunica o com adolescentes do sexo masculino Isto demonstra uma diferen
135. adotam a pragm tica discursiva direcionada pragm tica intercultural estudos da linguagem como parte da vida como articuladora de campos complementares entre si para a compreens o de sentidos e significados culturais de um tema interdisciplinar Possenti 1996 Mey 2009 A pragm tica discursiva uma resposta cr tica lingu stica estrutural que reduz a linguagem a um c digo cujo objeto o enunciado Na pragm tica discursiva o objeto de estudo a enuncia o que se comp e nos seus contextos extra verbal e verbal Volosinov 1976 p 6 e que compreende a o horizonte sociocultural dos interlocutores b a compreens o por parte dos interlocutores em v rios graus sobre o discurso em constru o c e a situa o do aqui e agora no horizonte concreto de alguma outra pessoa Nesse horizonte a cultura transforma seres humanos em grupos constituindo o lugar onde os significados transitam entre gera es e se apresentam nos relatos de vida como lembran as pessoais e tamb m nas institui es objetos artefatos e fotografias marcas da mem ria coletiva Fracchia 2010 Fracchia amp Lewontin 2005 Halbwachs 2006 Esse processo din mico de campos complementares possibilita uma an lise nesse estudo que se refere leitura do contexto com rela o aos posicionamentos da pessoa as marcas temporais e os sentidos que comp em suas experi ncias significativas A partir do exposto propomos um trabalho com enfoque
136. al Os seres humanos s o o que s o porque se apropriam nesta gera o da sabedoria coletiva das gera es anteriores No estudo da tese as quest es intergeracionais levantadas por Bakhurst 2005 se ligam aos estudos sobre o planejamento familiar Neste sentido importante basear os servi os de planejamento familiar em significados intergeracionais na comunidade como descreve o estudo de Adongo et al 2013 O autor estudou o planejamento familiar no sudeste de Ghana na frica em que pouca aten o de sa de dada aos homens As redu es dos obst culos f sicos e geogr ficos ao acesso dos homens ao planejamento familiar indicaram que os homens participam mais dos servi os de sa de quando est o baseados na comunidade compostas por uma pol tica espec fica A Pol tica Nacional de Aten o Integral Sa de do Homem foi estudada a partir do ponto de vista de seus agentes comunit rios por Leal et al 2012 Os autores buscaram compreender o caminho da pol tica at os postos de sa de atrav s do texto da pol tica e a an lise da entrevista de cinco agentes comunit rios em macrorregi es do pa s Observaram o desconhecimento dos agentes sobre a pol tica a rede de aten o sa de do homem as t cnicas para atender as especificidades de homens e o conceito de g nero A execu o esbarrou nas aus ncias de condi es institucionais como a rede consolidada de aten o em que o usu rio seja atendido por servi os com di
137. am lia atual Wagner 2005 pp 93 106 Ao inv s de explicar a transmiss o como constru o de significados de uma gera o a outra por meio de apropria o de uma cultura autores como Welzer Lang 2001 sugerem a transmiss o de uma gera o para a outra como artefato de estrat gias de domina o que passam a integrar as a es das fam lias descendentes O Welzer Lang 2001 p 462 em a casa dos homens descreve a reprodu o dos modelos sexuais legados pelas gera es precedentes como sistema familiar de domina o Para explicar o termo legado cita os estudos de Goudelier que trabalhou com Fernand Braudel em bases te ricas de Durkheim Hollanda amp Ribeiro 2011 como tamb m com o estruturalismo de Levi Strauss sobre a parentalidade e a religi o Gil 2007 Goudelier afirma que na Am rica encontrou um sistema de domina o dos homens sobre as mulheres como nos estudos que realizou na tribo afrodescendente Baruya na Oceania e concluindo que o mesmo tipo de sistema aparece num lugar diferente em pocas diferentes em um n vel de abstra o do conhecimento Hollanda amp Ribeiro 2011 p 12 Assim o significado de transmiss o de estrat gias de domina o epis dios idiossincr ticos n o normativos estaria nessa defini o v g Welzer Lang 2001 diferente dos significados das idiossincrasias no processo de forma o de si como trabalhamos nesta tese 27 Alguns autores discordam dessas formas
138. amente semelhante mulher do av e assim ficava l e c Santo Ant nio Amargosa entre o viol o e A A diferen a de P22 para P21 e P23 que o significado do namoro para P22 descreve uma mulher bonita encontrada no caminho quando ia para a casa da namorada enunciado 272 P22 E quando ele tinha dezesseis anos Afirma que no curso do namoro iniciou conversas at juntar se com R a m e de seus quatro filhos enunciados 271 a 280 P22 E Nos enunciados P22 acrescenta como de corpo esguio magra alta quatorze anos a beleza de R mesmo ap s a separa o R separou se de P22 P23 separou se em menos tempo de A enquanto que P21 separou se em 187 outros tempos em que os significados do ficar eram a pessoa doida sem ju zo e no casamento a pessoa tem que tomar ju zo responsabilidade O significado de doido enunciados 379 382 P23 E est nas explica es tanto de P21 quanto de P23 sobre o samba o samb o samba na doida o pandeiro come no centro e o timbal acompanha a festa do ritmo musical presente nas explicag es sobre o cotidiano de festas e o ficar na juventude de neto e av enunciados 82 100 P21 E Os participantes explicam a separa o n o por completo com reencontros em tempos em tempos em outras posi es sociais enunciado 44 P21 E enunciados 217 220 P23 E enunciado 124 P22 NJ P22 tamb m ficou doido fora de si com alucina es com resultado da picada de uma cobra nas fazendas do S
139. amentos da esfera da produ o dos sentidos aos participantes Larrain amp Hay 2012 Gergen 2012 p 110 No processo de negocia es os objetos ao fazerem parte da intera o humana se tornam artefatos extens es corp reas de significados impressos que mediam as a es da nossa exist ncia atrav s de opera es pessoa objeto Caixeta 2006 Engestr m 2006 2009 Assim um sistema de atividades Bakhurst 2009 com m ltiplas vozes Volosinov 2006 cria possibilidades para a concretiza o de diferentes posi es que se distribuem entre os participantes se materializam nos discursos dos interlocutores entre gera es atrav s de a es que se mediam por ferramentas e signos Nesta media o as a es a se estendem em intervalos de tempo como refer ncia da experi ncia que se cria pela atividade correspondente Barbato amp Nunes 2012 b se realizam atrav s de redes de a es que se relacionam entre si e ao mesmo tempo c pelo processo do fazer indica o seu motivo As pessoas atrav s da organiza o da import ncia de suas cren as constituem algumas dessas a es como experi ncias significativas que auto referencia sua hist ria de vida Devido 45 import ncia dessas refer ncias para a pessoa essas a es rompem com a continuidade objetiva do tempo e formam nova organiza o temporal indeterminada que Kennedy amp Kohan 2008 denominam Kayr s O fazer das a es caracteriza a atividade co
140. amorada quer filhos Que atividades voc realiza no S Jo o Entrevista Epis dica Jovens Maio 2014 Quando n o puder trabalhar na terra quem vai trabalhar por voce Lembra de como a comunidade se envolveu com essa noticia Na poca da foto acontecia alguma situa o pol tica na comunidade na cidade no pa s que vo lembra Na entrevista anterior voc contou X voc acha que esta experi ncia se liga foto objeto que voc trouxe Na entrevista pedirei a voc v rias vezes que conte de situa es que teve experi ncia como filho pai e avo O que ocorria na sua fam lia no dia da foto Vamos ver as fotos que voc me trouxe Quem est ai Voc quer ter filhos Voc sempre quis viver em familia Explique por que escolheu essas aqui O que acontece quando algu m come a a namorar aqui na sua comunidade No futuro voc vai estar fazendo as mesmas coisas Quais atividades voc realiza na festa de S Jo o Par metros 1 O que aconteceu 2 Isso problema para voc 3 Conta mais Voc conhece algu m que tenha Qual a experi ncia dessa pessoa 81 Quem escolheu esse nome Algu m j contou esse hist ria pra voc E de S Cosme e S Dami o Quais atividades marcam a sua vida Voc pode relatar alguma experi ncia com essa atividade Quando voc vai ao pos
141. amos autoriza o para uso de sua imagem pois sua participa o volunt ria ser atrav s de filmagens de narrativas de hist ria oral em sua resid ncia escola com tempo de dura o entre uma a tr s horas sem custos para ambas as partes Ao final da pesquisa podemos tirar d vidas sobre o planejamento familiar bem como informa es que se correlacionam a esse tema Informamos que o Senhor pode desistir de participar da pesquisa em qualquer momento o que n o implica em custos adicionais O senhor receber os esclarecimentos necess rios sobre a pesquisa na qual seu nome permanecer em sigilo atrav s da omiss o de quaisquer informa es que permitam identific lo Se o Senhor tiver qualquer d vida em rela o pesquisa por favor telefone para Comit de tica em Pesquisa da Faculdade de Ci ncias da Sa de da Universidade de Bras lia As d vidas com rela o assinatura do TCLE ou os direitos do sujeito da pesquisa podem ser obtidos atrav s do telefone 61 3107 1947 Pode contatar tamb m o Programa de P s Gradua o em Processo de Desenvolvimento Humano Instituto de Psicologia Universidade de Bras lia Campus Darcy Ribeiro Asa Norte Bras lia DF Fone 61 3107 6831 e mail economiapsicologia 9 gmail com Este documento foi elaborado em duas vias uma ficar com o pesquisador respons vel e a outra com o sujeito da pesquisa Nome assinatura do menor Nome assinatura do cuidador JULIO
142. ando viu um ato sexual de tr s cobras machos Surucucu a Cobra Verde em uma Cobra Verde assanhada enunciado 798 P21 N Sobre a sa de P21 teve c ncer de pr stata e relata que foi curado por Jesus uma solicita o da filha dele para ir igreja se quisesse ser curado Fala de seu filho mais velho P22 da separa o dele com a mulher de como ficaram os filhos e do desgaste da fam lia Sobre as hist rias de separa o P21 fala tamb m dos outros filhos e diz que hoje em dia as pessoas n o vivem bem existe homem safado e mulher safada e ambos n o vivem bem separam se com muita facilidade Ele se aposentou com vencimentos equivalentes a um trabalhador rural sindicalizado Tamb m tocou viol o at se tornar crente e hoje est 163 cuidando de uma neta que estuda na escola do Alto do Morro enquanto os filhos estudam em uma escola perto da comunidade Mapa Tem tico de P21 Na sequ ncia aos quadros de namoro e paternidade de P21 constru mos o mapa tem tico correspondente a epis dios preferenciais em sequ ncias narrativas nas entrevistas Nas entrevista posiciona os outros e a si nos temas de paternidade com conte dos de conselhos e ajuda aos filhos bem como na posi o eu constitui a tem tica da obedi ncia A posicionar o outro constituiu o tema de namoro com os conte dos de constru o da casa casamento e separa o 164 Namoro Na condi o eu P21 construiu os significados do passado ao presente so
143. aos dezoito anos na posi o eu pai o significado do namoro foi como respeitador das mo as e ao mesmo tempo desrespeitado por uma delas Contraposto a posi o eu filho no cuidado de si P31 se considera pobre fraquinho menino novo entre os 14 a 16 anos com uma for a de arriado no diabo O cuidado de si na composi o do namoro na posi o eu pai P31 foram constru dos os significados como cuidador da esposa e filhos dificuldades dos filhos na mudan a da cultura oral para escrita satisfeito com a demonstra o da copeira do filho na escola Apreensivo quanto ao desafio dos filhos na escola medo da viol ncia na regi o com roubos assaltos e assassinatos No presente se diz satisfeito com o atendimento domiciliar dos servi os de sa de tais como aferi o da press o arterial e pedidos de exames 203 Quadro 27 Posicionamento P31 Namoro Junho 2014 Ono op 9 IS 9p opepm dos ica f igni S SEYNE SOUL opnesg op oj1sog op oroIur o Saxe rue SO ted or ojred oe sooSejuono woo vurojred ep voody erosa ered eo vnjpno ep eSuepnur eu sour sop sopepmnoriq epooso eu our op opezrpuoeJde oe ojuenb Iowo SOQ IJ sop 9 4 esodso vp 1opeprn e ooso eu oyy op e1roodeo vp og3ensuouiop L WOD og3e snes sou so Woo og5ednoooJdq efaa op Jopoqeq ouruiop op 1opeSof SSN ou oe3dnuoo op JOpeAJoSSqO OUIS9J LU soj ess 9 soqnoi WOI eroug ora EP OPONI seSuerjuoosop OSOJUOY ojsouoH Ted o
144. aos sobrinhos nas longas conversas pela noite Ao Guilherme em Chr nos Aos participantes do Quilombo Alto do Morro que aceitaram contar um pouco de si Nesses anos de doutorado as idiossincrasias foram marcadas por express es como Que situa o hein Um horror N o d tempo Ah excelente Na oralidade foram muitos conflitos e negocia es que me constitu ram como homem e quando em Kayr s eu ouvia Fique tranquilo vai dar certo Assim passei a escrever a tese Colega de profiss o Silviane como orientadora Aos amigos do doutorado como o cearense Andr dizendo Olhe se posicione a Tha s Lanutti a Patr cia Campos Ramos a Fab ola Obrigado Patr cia pelos debates te ricos no Facebook A Cl udia do corpo administrativo do Programa de P s Gradua o Ao apoio financeiro da Capes Prodoutoral aos colegas pesquisadores professores corpo administrativo da Universidade Federal do Rec ncavo da Bahia Aos colegas de trabalho que contribu ram de um modo ou de outro para finalizar o doutorado Aos integrantes do grupo de pesquisa Pensamento e Cultura UnB como a Mieto que sempre me auxiliaram teoricamente nesses anos de doutorado Aos colegas como Viviane e a Carmen do N cleo de Estudos Lingu sticos Nelis Ao professor Ileno e outros colegas do grupo de pesquisa Personnas que madrugavam no IP UnB Aos professores Wagner e a Selma do Programa de P s Gradua o em Comunica o Agrad
145. ar junto nos temas de lutas e mortes tecidos nas narrativas sobre o presente passado e futuro em polifonia com P22 e P23 Observamos os processos translingu sticos dispostos no momento da fala Avaliamos o Kayr s que perpassa experi ncias significativas em P22 e P23 pois a filmadora desligou no tempo da narrativa de P21 o que nos possibilitou a alternativa de an lise com elementos de intensidade tonalidade e express o da voz na grava o do udio Em P22 analisamos elementos translingu sticos na narrativa sobre os retornos casa paterna depois dos trabalhos nas cidades do sul da Bahia na produ o de sentidos de estar junto ao pai Em P23 analisamos os elementos translingu sticos na narrativa que a fam lia deveria ficar toda junta e ent o descreve a separa o da m e e do pai dialeticamente misturada com os epis dios de separa o de P23 e a namorada de inf ncia An lise microgen tica P21 do Kayr s da fam lia Enunciado 799 P21 N Sim uns 14 15 que eu tinha a foi morrendo morrendo morrendo hoje s tenho parece que s o 5 S tem 5 sou eu P21t P211 P21a P21q P21L 5 P21d tem 6 uma mulher tamb m Mas o resto morreu tudo Neg cio de doen a de barbeiro a foram morrendo morrendo tudo Morreu papai em outubro morreu P21z em dezembro e morreu P21Lu em fevereiro um atr s do outro assim tudo de barbeiro E os outros levou mais tempo pra morrer que nem P2i P21z esse P21j tudo
146. ara a vidra a da porta da sala e movimenta os olhos de forma circular at retornar a posi o de olhar entre as pernas Na express o L na escola P33 est com as m os sobre o joelho olhando em dire o a P sem contato visual ligeiramente pra baixo usando uma camisa P lo azul escura com uma lista branca horizontal na altura do peito bermuda cinza espalma as duas m os sobre os joelhos 3 vezes e em todos os movimentos do epis dio se encontra com a perna entreaberta No tempo de sil ncio co a a cabe a com a m e esquerda Na express o Rapai tira a m o da cabe a e bate com for a sobre a perna fazendo barulho P est com a perna entreaberta cal a preta camisa branca buscando contato visual com P33 Ap sa batida na perna faz movimento de caminhada com as pernas depois estica ainda sentado Na fala O meu colega que eu tenho l P33 alisa a perna esquerda com a m e esquerda at encontrar o meio da canela abre os dedos e passa as unhas a cabe a inclinada frente olhando diretamente para o ch o com o corpo encurvado Na fala Num de bagun a meneia a cabe a ainda olhando em dire o ao ch o Toda vez que usa a palavra num P33 meneia a cabe a Na repeti o das palavras do colega que eu ando P33 coloca a m o esquerda sobre a parte interna da perna direita subindo em dire o batata da perna e a m o direita continua sobre o joelho direito P33 levanta um pouco a cab
147. ares paternos e da sua forma o profissional como filho da ro a com viv ncias em galopes cavalo trabalhos com bois Quadro 26 Posicionamento P23 Paternidade Junho 2014 P23 Posicionamento Significados Eu Pai Expectativas de um filho com a primeira namorada Passado desafinado inten o por C quatro filhos H responsabilidade da mulher Presente R experi ncias como padrasto 2 dos filhos de C com boas T N conviv ncias familiares E Futuro O S mbolo da casa na m S constituic o familiar O outro pai Separa o da m e um para o lado e outro para o outro l e c pai e m e bre o tempo de correria galopes pai e av so a cavalo trabalhos com boi Expectativa de continuidade do trabalho da ro a t com diaristas auto pagamento da ro a trabalho para si Entendimento sobre a heran a do pai transi es religiosas da heran a cultural da festa de S o Cosme e Dami o samba e caruru Responsabilidade sobre a quantidade dos filhos da mulher Recebimento de doa o da terra em vida filho da ro a como o pai e av ensino do Ai n Kayr s Ai n Kayr s Mapa tem tico P23 Quilombo Alto do Morro 182 Entrevistas Junho 2014 Uns quatro filhos n Desceu Junto De boa O onibus Morarra To vendo Comprar Mandei Era De boa boa i Se separou Foi Umen o Haea tempo Que a m e a
148. as enunciado 22 P32 N enunciado 40 P31 N enunciado 20 P31 NJ Tamb m 225 significam o orcamento dom stico e compras semanais para o sustento da fam lia enunciados 20 22 P32 N enunciados 129 135 P33 E Os participantes relatam os momentos de ir feira dia de sexta feira s bado os pais ia para rua enunciado 40 P32 N A feira est relacionada as atividades da roga como tamb m as a es de ganhar o p o de cada dia com a venda dos produtos rurais zona urbana P31conta que um dos filhos tem uma barraca na feira com transporte de tra o animal feito por jegue na ro a ao preparar os produtos como tamb m outros familiares filhos para levar a feira P32 narra o conv vio do dia a dia composto de ir a feira fazer a feira vender seus produtos pela manh e retornar tarde enunciado 40 P32 N enunciado 22 P32 N P31 aprendeu diferenciar os pre os da feira a classificar dos caros aos baratos por exemplo os pre os para a manuten o do cachorro se relacionam magreza doen a e comida para o consumo animal Para a compra dos produtos P33 relata que seu trabalho mais leve como destalar e vender amendoim recursos que n o garantem a sobreviv ncia do animal a sobreviv ncia do cachorro complementada pelos recursos dados pelo pai trabalhando sem pregui a para o plantio e produ o agr cola enunciado 217 P33 N enunciado 502 P31 E enunciado 387 P31 E enunciado 20 P32 N A produ o de s
149. as as pessoas que padecem de mol stias contagiosas Segundo os escravos e pretos africanos ainda que sejam livres ou libertos Enfase adicionada Decreto n 1 331 a 1854 C mara dos Deputados promulgado Senado Federal Legisla o Brasileira 1837 Entendemos a lei como um texto no intertexto da sociedade escravocrata a qual identificava na instru o escolar acesso leitura e escrita uma pr tica cultural nova de poucos que a Lei limitava o acesso a esses poucos os escravos segundo a ideia de conviv ncia troca de experi ncias entre filhos de escravos e livres nos estabelecimentos de ensino e a perspectiva de que sem acesso s condi es ideais de sa de e nem mesmo aos tratamentos de sa de adequados os estabelecimentos de ensino se transformariam e centros de prolifera o de doen as infecto contagiosas o espa o social Neste sentido o contato com escravizados poderia contaminar as crian as com uma cultura primitiva que remontamos frica Passos 2012 Para os escravizados a instru o vai deixar de constituir em amea a para ser uma necessidade no processo de aboli o do trabalho escravo mais especificamente quando se iniciam as discuss es relativas a libera o do ventre livre Mas para P31 esse foco uma fal cia porque ele procurou por educa o escola para os filhos e n o encontrou E quando encontrou a educa o n o foi libertadora como previa a ideologia sobre a educa o
150. as jovens com enteado Esses resultados corroboram com os do estudo de Lisboa F res Carneiro e Jablonski 2007 em que relatam a hist ria de uma fam lia que discute o namoro exatamente no curso de vida na qual o bisav av pai e filho discutiram o namoro e com as varia es culturais da poca Os autores definem namoro como tempo de prepara o a partir das narrativas dos participantes sobre epis dios da inexist ncia do namoro at a lei de constitui o das fam lias n 9278 1996 Aqueles participantes definiram o tempo da exist ncia da lei como desobedi ncia dos filhos No tempo de prepara o significa o tempo de ter passado uma etapa da vida juntos de conhecer um ao outro e de ter curtido um ao outro inclusive no casamento Em outro estudo F res Carneiro 2010 discute o ficar como modo de constitui o afetiva cada vez mais t nue portanto com poucos compromissos sociais com vida sexual mais livre com amea as de Aids com uma necessidade de desvincula o das constitui es afetivas desvinculadas da necessidade de um casamento assim como os significados apontados pelos pais de P11 P21 e P31 O ficar no estudo citado nas constitui es afetivas est direcionado ao significado da inseguran a com a flexibilidade das rela es conjugais amorosas A inseguran a torna o ficar mais intenso com o medo de estar sozinho consigo mesmo e sem uma companheira com a facilidade das separa es am
151. as opera es do seu pensar real ligado atividade como trabalho Briihl chegou conclus o de que o pensamento do homem primitivo pr l gico e m stico imperme vel experi ncia e insens vel s contradi es isto chegou conclus o de que tal homem na realidade carece em geral de um aut ntico pensamento que reflita de maneira mais ou menos adequada a realidade objetiva Rubinstein 1979 Em M M Cole amp Cole 2003 encontramos uma cr tica semelhante sobre a compreens o da heran a gen tica na reprodu o pois compreendem que o humano decorrente da media o cultural entre a genese e o contexto No processo de reprodu o os humanos herdam uma combina o de genes que em contextos espec ficos contribuem para varia es entre as pessoas promovendo o desenvolvimento de algumas caracter sticas Os genes constituem o desenvolvimento em dois n veis o gen tipo com formas gen ticas espec ficas que o indiv duo herdou e o fen tipo as caracter sticas observ veis do indiv duo seus tra os f sicos psicol gicos e comportamentais O fen tipo desenvolve se atrav s de intera es entre o gen tipo e o contexto a totalidade de condi es e circunstancias que envolvem o organismo 29 A Psicologia Cultural considera a g nese e o contexto na perspectiva de natureza e educa o nature e nurture no funcionamento do humano durante o curso de hist ria de vida da pessoa a ontogenia um processo hist
152. assim ter cassado mais um estudo ter ido pra longe assim tzu Se eu estudasse assim e estivesse ido pra longe assim se eu tivesse cassado um emprego as veizera at melhor Que eufazer essa casa aqui Que eufiz essa casa aqui Demorou pa fazer essa casa aqui fazer eu fiz A Depois de feita a j sabe n vem casamento casei e fiquei aqui as unhas dos dedos esquerdos a barba abaixo do queixo Na express o trabalhamo pra faz a m o esquerda est em movimento em dire o axila e o olhar est em movimento em dire o ao teto Na palavra Trabalhamo P32 fecha o punho esquerdo e faz for a com os m sculos A fala eu passava assim feita com voz quase l ngui da Na mudan a de sentido do que estava dizendo at a fala era pra ter cassado mais um estudo que leva P32 a segurar a cadeira e se ajeitar nela com movimentos de abertura da perna peito e bra o em dire o fala ter ido pra longe assim P segura a cadeira com a m o direita e se ajeita na cadeira buscando uma posi o mais confort vel de peito aberto Na fala Cassado um emprego franze a testa as costas da m o direito movimenta em cima da sobrancelha direita com a testa franzida olhando pro ch o Na fala Se eu estudasse assim P32 marca o estudo com o indicador apontado para frente e o polegar pra cima fazendo movimentos horizontais de ida e volta frente com a m o direita nesta posi o movi
153. assuntos relacionados juventude como mudan as nas rela es com os pares in cio das rela es amorosas e sobretudo a adultez quanto constitui o familiar Na produ o das narrativas de si nos interessam as din micas de redund ncia e mudan as dos sentidos que comp em os processos de atualiza o das pr ticas culturais em rela o ao planejamento familiar O sentido como interpreta o subjetiva de si do outro e do mundo conota v rios aspectos do direcionamento da pessoa em intera o quanto ao uso e fun o dos significados nas narrativas sobre o namoro a paternidade Essa escolha subentende que os significados que se formam na cultura dirigem se aos conceitos das coisas e se constroem pelo uso que se faz deles Valsiner amp Rosa 2007 2001 ao serem interpretados Recorremos ao significado porque proporciona uma estabilidade relativa Barbato Mieto amp Rosa no prelo pois a constru o de uma estabilidade d se por nega o complementa o mudan as parciais e completas em ressignifica es na intera o entre as pessoas O programa do planejamento familiar pode ser visto como um conjunto de diretrizes para as necessidades cotidianas da sa de sexual e reprodutiva da microcultura familiar na perspectiva da sa de como produ o social Rodrigues amp Ribeiro 2012 Nessas diretrizes o planejamento familiar se constitui em um conjunto de a es de regula o da fecundidade garantia dos direitos igua
154. aterna Na posi o outro filho P22 conta do cuidado da filha com o pai no momento do c ncer constr i tamb m o significado de maldizer como praga que pega aqui para n s e transforma a crian a em rebelde revoltada miser vel assassina ladr o e drogada Quadro 22 Posicionamento P22 Paternidade Junho 2014 P22 Posicionamento Significados PES 1 1 c DS DES DES on N NE o e o o Eu Pai Defesa aos filhos contra as surras da E Ss 5 E S534888 g 2 C m e alco latra cuidado com os filhos Z 2 2 8 E Pi go les o 1B 3 o x o Ko e H na separa o cria o dos filhos dedo v R E M NE E P E F3 7 A O N A o R lideran a paterna filhos g meos NE Ea q E E og o B 2 S A A ds D MAS S o O menina e menina sacrif cio na F a E e E g y 3 p us 3 E P M A lt O e an N cria o dos filhos atividade e a es E gd 8B 9 Soa ss T El OS g a E o g O paternas na hora do parto E Bu p E 7 8 9 E E P S a gt d S aconteceu divis o dos filhos na S2 8 S 8 4 E E Pr z s q 5 E q ss g Q gt epi Passado separa o Bow E Da 9 8 BE z E i Q 2 J o q 3 o S S 9 9 H B GS Se B3 B8 Presente DR Dor T1 I 2 E E f d S S 88 S 9 m m Ar mes WE dE z Outro filho Filha em casa no cuidado do pai Sa a a ne E 2 gt U g e o B F ERE BH 90 0709 S L8 933 3559 E uturo fraternidade obedi ncia maior 9 Y g 50 f B8B BH CIE e 9 E E n x E r
155. ation Journal of Education and Work 14 1 133 156 Dispon vel em ftp ftp uwc ac za Falicov C J 2003 O significado cultural dos tri ngulos familiares In McGoldrick 2003 Novas abordagens da terapia familiar ra a cultura e g nero na pr tica cl nica Trad Lopes M S o Paulo Roca Faraco C A amp Negri L 2010 O falante que bicho esse afinal Letras Curitiba n 49 pp 171 180 Editora da UFPR Dispon vel em http dialnet unirioja es servlet articulo codigo 2631555 F res Carneiro T 2010 Casal e Fam lia perman ncias e rupturas S o Paulo Casa do Psic logo Landini F P et al Orgs 2015 Hacia una psicologia rural latinoamericana Cuidad Aut noma de Buenos Aires CLACSO 2015 Dispon vel em www clacso edu ar Ferrari R A P Thomson Z amp Melchior R 2006 Aten o sa de dos adolescentes percep o dos m dicos e enfermeiros das equipes da sa de da fam lia Cad Sa de P blica Rio de Janeiro 22 11 2491 2495 Dispon vel em www scielo br Ferreira M J G amp Pilla A T F 2004 Caracteriza o de comunidades isoladas Aplica o em Comunidade de Ubatuba SP In Encontro de energia no meio rural 5 2004 Campinas Few A L Stephens D P amp Rouse Arnett M 2003 Sister to sister talk Transcending boundaries and challenges in qualitative research with Black women Family Relations 52 3 205 215 Dispon vel em www jstor org 299 Fli
156. b o tema namoro como um tocador de viol o namorador festeiro construtor em Salvador ap s o casamento neg cio s rio lembran as das revistas putaria pornogr ficas Conjugado ao namoro descrevemos o tema cuidado em Chr nos nos significados da luta dura com a morte dos irm os por barbeiro alegria pela cura da pr stata e doen a de Chagas Apreensivo pela viol ncia contra os idosos com aposentadoria Na condi o outro filho P21 conta sobre o tema de namoro conta das v rias separa es dos filhos da rapidez do casamento e separa o de P22 e em Kayr s conta como ficou chocado sem palavras com as seguidas separa es de um filho seguida de morte da futura nora dias antes do casamento Na situa o de cuidado de si e do outro P22 apresenta o significado barbeiro como bicho pesteado chup o desgra ado direcionado ao tema dos meninos picados no p nis por barbeiro durante o sono Significados semelhantes foram utilizados para o tema da picada da cobra Pico de Jaca no p nis do homem que ap s cirurgia est bem Em Kayr s apresenta a luta a reconfigura o familiar no cuidado de si e do outro com a morte do pai e irm os durante tr s meses pela praga da doen a de chagas 165 Quadro 18 Posicionamento P21 Namoro Junho 2014 IPO op 315 ap opepo BEBE UAR soe a rx oe en aqred ep soipasua a soal reip opuaurelawe a a ganda eampaur og vaIsajspt sep equaurmpuiduro ag ed o odagono se red op
157. bjetividade e mediadas na subjetividade o que torna a concep o de mundo cooperativa em que as pessoas se posicionam com seus motivos para assim construir nos di logos tu eu e julgar seu di logo interno eu mim nas poss veis interpreta es tu eu que podem ser dadas pelos outros Wold 1992 Assim as inten es da linguagem como investimentos de sentidos s o concebidas como um jogo como meios de a o de uns com e sobre os outros concretizadas nos textos As inten es sem nticas e expressivas presentes nas biografias autobiografias e cen rios dos participantes da l ngua integram como constituintes universais do di logo As pessoas usam esses constituintes para regular os acordos interpessoais que se dirigirem a vozes no di logo com as linguagens sociais e internas do interlocutor O encontro entre as pessoas provoca algo no meio que chamamos de intersubjetividade em que as pessoas se transformam porque o outro est presente no aqui e agora e qualquer mudan a do cen rio e pessoas presentes naquela intersubjetividade conduziria a outras transforma es regula es conflitos negocia es reciprocidades na constru o de si Bakhurst 2009 Leonti ev 1978 Na constru o de dados atrav s de relatos de vida e mediados por artefatos ser o enfocadas experi ncias significativas v g Gil 2010 Lubovsky 2009 Rosa Gonz lez amp Barbato 2009 que se atualizam por elementos lingu sticos sem ntica e sintaxe e de
158. bre a m o esquerda na fala os colegas veio movimento que termina com a m o esquerda com os dedos indicador e m dio eretos em movimento frente sobre as m os at retomar as m os entrelacadas uma sobre a outra musculatura r gida Na fala apagou ele os dedos indicador e m dio eretos da m o esquerda e polegar para cima fazem um movimento indicando uma dire o a frente sem dedos entrela ados que voltam ao final da frase a estarem entrela ados uns aos outros com os da outra m o P estava com a m o direita espalmada sobre a perna direita m o esquerda segurando o bra o direito corpo curvado no encosto da cadeira e ambos buscam contato visual Na fala neg cio de d vida de droga os dedos est o entrela ados e ao final da ora o faz contato visual com P e a musculatura permanece r gida toma o ar e solta a seguinte frase languidamente aqui tinha um irm o meu e cerra a boca com for a puxando os l bios para dentro desta ora o at as duas posteriores P12 vai enrijecendo a musculatura do bra o apertando uma m o sobre a outra entrela ada e fazendo pequenas batidas no encontro da coxa com a virilha com os antebra os Na fala mundo das droga num presta n o meneia a cabe a estala os dedos entrela ados com a musculatura r gida Na pergunta de P se P12 estava presente na hora do assassinato P faz um leve movimento frente pr ximo P12 com dedo indicador esquerdo apontan
159. ca p blica I Barbato Silviane Bonaccorsi orient TT Titulos vii UNIVERSIDADE DE BRAS LIA INSTITUTO DE PSICOLOGIA Tese de doutorado aprovada pela seguinte banca examinadora Dr Silviane Bonaccorsi Barbato Presidente Universidade de Bras lia Profa Dra Ingrid Lapa de Camillis Gil Hospital Sarah Kubitschek Profa Dra Claudiene Santos Departamento de Biologia Universidade Federal do Sergipe Profa Dra Regina Lucia Sucupira Pedroza Instituto de Psicologia Universidade de Bras lia Prof Dr Luis Ant nio Pasquetti Faculdade de Planaltina FUP UnB Profa Dra Maria do Amparo Grupo de Pesquisa Educa o e Psicologia Media es poss veis em temas de inclus o Faculdade de Planaltina FUP UnB Bras lia Mar o de 2014 viii Ogum guerreiro Nos campos de umaita Foi onde batalhou Para defender os seus filhos da terra E com sua espada a demanda quebrou Ogum guerreiro Que nos livra de todo o mal Na Aruanda ele cavaleiro Oh na umbanda ele general ogunh Ponto de Ogum Ex atingiu um p ssaro ontem com o tridente que jogou hoje Autor desconhecido ix AGRADECIMENTOS Agrade o aos meus av s in memorian por que a vida passou por eles at chegar a mim pelos meus pais Em meios escravid o aboli o e p s aboli o no Quilombo Caminho de Jeric Bra o do Norte da cidade de Gandu na Bahia Ao meu irm o Tiago Palma Jan bia e
160. ca da foto acontecia alguma situa o c9 l sie Jar come ou pol tica na comunidade Na entrevista pedirei a voc v rias UR PODO algu m que a a na cidade no pais que vezes que conte de situa es que teve tenhas vo lembra experi ncia como filho pai e avo O que voc procura Qual a experi ncia dessa E passar para seu filho e pessoa neto que seu pai e seu O que ocorria ma E s av lhe passaram familia no dia da foto Vamos ver as fotos que voc me trouxe ima TS 15 1 1 Sua Ads 15 ilsic ELO Quem est ai Conte uma experi ncia que marcou sua vida na aquisi o da e T ces terra e na aquisi o da casa em familia Explique por que escolheu essas aqui Algu m vai no m dico com voce Conte como os filhos Quando voc vai ao posto de sa de mudaram seu dia a dia como e tratado Quando n o puder trabalhar na terra quem vai trabalhar por voce Algu m cuida de voc Voc cuida de algu m da Voc pode me dizer qual mulher mais m GF uais atividades marcam a sua vida sua familia Voc se diverte marcou sua vida Q Fonte Constru o do autor O que voc recebe de seu pai e avo Como s o seus irm os E sua m e O que seu pai fala de voc Voc faz coisas sozinho O que esperam de voc na sua fam lia Quando voc come ou a trabalhar E os filhos Quanto custa sustentar uma familia Sua n
161. ca e culturalmente 74 O uso de novas ferramentas etnogr ficas como entrevistas individuais abertas semi estruturadas e epis dicas facilita observar de forma mais espec fica pessoas em atividades no cotidiano das reas rurais Cunha 2000 Flick 2010 A constru o interpreta o dos dados sociais e hist ricos tradicionalmente se concentra nos grandes centros urbanos Para as interpreta es o pesquisador encontra dificuldade para privilegiar uma determinada hist ria com base em sua correspond ncia nica de mundo Gergen 2014 As hist rias a respeito do mundo prov m da imers o de uma tradi o de pr ticas culturais de gera es anteriores As formas de compreender as ci ncias humanas s o parte das tens es de discursos conflitivos sobre a pesquisa qualitativa responsabilidade do pesquisador questionar em sua pesquisa os graus de import ncia dos instrumentos e s mbolos no momento da constru o de dados sobre a dire o que motiva pesquisadores e participantes na conversa o Barbato Mieto e Rosa prelo Bentes amp Leite 2010 Na produ o de sentidos a observa o do cotidiano gera novas formas de comunica o e intera o em conversas entre o participante e o pesquisador atrav s media o instrumental e simb lica importante o pesquisador valorar como os instrumentos e s mbolos revelam a realidade para interlocutores e n o como vindos entre os interlocutores e a realidade Gergen 2014 Concei
162. ca no trabalho da ro a fonte alternativa de renda sazonal sem desconsiderar a aposentadoria do pai e o sal rio semanal do filho no trabalho sem carteira assinada As sequ ncias de produ o de sentido descrevem as posi es das pessoas na fam lia os artefatos pertinentes bem como os 127 processos psicossociais de sustenta o Inclu mos no mapa a sequ ncia narrativa da produ o de sentido do assassinato do irm o em Kayr s 128 Namoro P12 construiu no tema namoro os significados do passado presente e futuro como festeiro farrista fora de si na bebida namoro aos dezesseis morar com os pais dia feliz o casamento Comp e o tema o cuidado de si e do outro com significados sobre o esconderijo o medo da surra os significados constru dos sobre a que o pai pensa sobre P12 como boa pessoa sem reclama es sempre por perto No posicionamento outro ela P12 descreve o namoro da filha sem possibilidade de morar na casa dos pais a revela o da paternidade oculta do neto P12 pouca solu o no f rum Descreve ainda cenas de Kayr s sobre a raiva pelo assassinato do irm o devedor v tima das drogas preso e a descri o do irm o desaparecido Quadro 12 Posicionamento P12 Namoro Junho 2014 P12 Posicionamento Significados Eu Namorado Festeiro farrista fora de si d g A E 2 z T E 2 na bebida Namoro aos A ug 5 S c E O amp amp E D E Passado dezesseis morar com os Sg 9 Ev e E S 8 a D
163. canismo das intera es cotidianas Velho 2009 Para entender o ser humano em intera es na sociedade portanto na intersubjetividade preciso entender que a comunica o possibilita a conviv ncia entre os humanos A cultura est nas explica es sobre a forma o da mente como do funcionamento do humano o qual constitui ferramentas para vencer o desafio de desenvolvimento e estas ferramentas constituem o humano Bruner 1991 Neste sentido os membros das fam lias s o capazes de criar novas solu es para situa es problema como tamb m de consolidar e transmiti las para a pr xima gera o atrav s da circula o de significados com apropria o cultural mediadas por narrativas das explica es hist ricas sobre as intera es dial ticas entre as gera es e pessoas Bakhurst 2005 Fracchia amp Lewontin 2005 A cultura nos permite moldar a vida bem como a mente humana dar significado a o ao situar seus estados intencionais subjacentes em um sistema interpretativo Este sistema interpretativo se relaciona ao processo de produ o de sentidos com padr es inerentes aos sistemas do discurso as formas de explica o bem como os padr es de vida comum Observa se no planejamento familiar experi ncias diferentes entre gera es e entre as pessoas na mesma gera o com distintos discursos inten es e formas de estar na vida v g Piketty 2014 pp 369 414 Nas diferentes sociedades existem maneiras de ob
164. cidade a constru o de conceito que permite uma s interpreta o uma vis o intuitiva e imediata dos cursos poss veis O documento da pol tica direciona o homem na contemporaneidade para a porta de entrada ao sistema de sa de a fim de considerar a preven o e a promo o como cuidado sa de bem como a resgatar os homens como sujeitos do direito sa de p gina 5 Para esta tese em vez de resgatar os homens entendemos o momento de crise no curso de vida como momento de transi o na hegemonia prevalente O documento identifica as barreiras socioculturais como obst culos institucionais baixa ades o para a aten o b sica de sa de p gina 5 item 5 Ele observa que a pol tica deve considerar as masculinidades pela constru o hist rica pois a significa o da masculinidade seria um processo em transforma o A pol tica explicita o reconhecimento de determinantes sociais que resultam na vulnerabilidade da popula o masculina problemas na sa de nas representa es sociais sobre a masculinidade que comprometem o acesso aten o prim ria bem como repercutem na intensidade da vulnerabilidade s situa es de viol ncia e de riscos sa de A pol tica pretende sensibilizar os homens a reconhecer suas 109 condi es sociais e de sa de e consolidar o gozo dos direitos da cidadania p gina 39 na discuss o do est mulo informa o e as parcerias com os movimentos sociais Tema Os homens afro
165. cional dos participantes e em seguida passou a ser mediada por imagens e 90 objetos em rela o produ o de sentidos sobre si o outro e o mundo Utilizamos o di rio que favoreceu a sistematiza o das anota es sobre as observa es que foram constru das na interface entre o pesquisador e os participantes da fam lia As fotografias ou objetos como artefatos culturais que desencadeiam novas possibilidades de narra o bem como de negocia o de significados foram solicitadas como mediadores para a continua o da constru o discursiva No primeiro encontro foi solicitada a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido TCLE para os que tinham idade acima de 18 anos Os participantes menores de 18 anos assinaram o segundo tipo de termo de consentimento Ap s assinatura desses termos foi entregue uma c pia do documento a cada participante Em seguida foi feita a entrevista aberta com sua hist ria de vida iniciando com a pergunta conte me sua hist ria de vida que teve a dura o aproximadamente total de 25hs Ap s a primeira sess o foi solicitado que na sess o seguinte o participante trouxesse um objeto que lembre a fam lia Em seguida foi feita uma escuta pr via das entrevistas para constituir a entrevista epis dica Na segunda sess o foi feita a entrevista do tipo epis dica semi estruturada em que foram explorados elementos da primeira entrevista a fim de que o participante explicasse ilustrasse ou
166. ck U 2010 Entrevista epis dica In Bauer M W amp Gaskell G 2010 Pesquisa Qualitativa com texto inagem e som um manual pr tico Petr polis Vozes 114 136 Fracchia J amp Lewontin R C 2005 Forum does culture evolve The price of metaphor History and Theory 44 14 29 Dispon vel em www periodicos capes gov br Fracchia J 2010 Hora Social Conflicts and Collective Memories in Piana Degli Albanesi Past and Present 209 1 181 222 Dispon vel em www periodicos capes gov br Franklin K J 2009 Etic and Emic stories Summer Institute of Linguistics Dispon vel em http www gial edu Fuzer C amp Cabral S R S 2010 Introdu o GSF em l ngua portuguesa N cleo de Estudos em L ngua Portuguesa Departamento de Letras Vern culas Centro de Artes e Letras Universidade Federal de Santa Maria Gergen K J amp Gergen M M 1988 Narrative and the self as relationship In L Berkowitz Ed Advances in experimental social psychology V 21 New York Academic Press Dispon vel em http www pasadena edu library reserves tfkeeler engll c GergenNarrativesSelf pdf Gergen K J 1994 Exploring the Postmodern Perils or Potentials American Psychologist 50 5 394 394 Dispon vel em www periodicos capes gov br Gergen K J 2011 The Self as Social Construction Psychological Studies 56 1 108 116 Dispon vel em www periodicos capes gov br Gergen K J 2012 From Reflecting to Maki
167. com ela Quando lhe faltou dinheiro P22 lhe amparou com recursos financeiros adquiridos no 171 com rcio sazonal de produtos agr colas na feira De vez em quando a esposa tenta voltar para ele por m ele num volta mais Num quer botar nenhuma mulher em casa num ia ficar bom nem para os filhos e nem para a madrasta P22 conta como descobriu a doen a de pr sta exames de PSA ardor na urina e dificuldade de defecar enunciado 72 113 P22 NJ A cirurgia ocorreu com a ajuda financeira dos irm os Depois da cirurgia P22 diz que n o mais homem porque num reage mais Fala da rela o brigas desentendimentos com a mulher a ex esposa dos eventos que ocorreram antes do c ncer e mesmo antes da descoberta da doen a nunca conseguiu colocar nenhuma mulher na mente e nem na casa pois sempre que tentava trazer algu m para casa dava problemas com os filhos enunciado 113 122 P22 N P22 declara que o tempo foi dif cil para os estudos na poca de escola porque num tinha esse neg cio do Bolsa Fam lia Hoje os filhos recebem o Bolsa Fam lia e estudam Ele tamb m quer voltar a estudar pois s sabe fazer o nome P22 termina a sua fala criticando o governo Ele diz que t tudo ruim dinheiro num chega se chega est desviado a casa est cadastrada no Programa Minha Casa e Minha Vida para a zona rural por m o governo num faz nada e depois das elei es eles esqueceram Mapa Tem
168. como correspond ncias de antecipa es no presente os medos esperan as ansiedades certezas preocupa es e confian as constitu das por sentimentos e emo es em rela o ao futuro que se aproxima mas tamb m pela curiosidade a seu respeito e reflexividade de si e para si do presente que ilumina o passado 204 REFER NCIAS Abramovay M Castro amp Silva L B 2004 Juventude e sexualidade Bras lia Unesco Brasil Dispon vel em www unesco org Adongo P B et al 2013 The role of community based health planning and services strategy in involving males in the provision of family planning services a qualitative study in Southern Ghana Reproductive Health 10 36 1 15 Dispon vel em WWw periodicos capes gov br Ali M Bhatti M A amp Ushuma H 2004 Reproductive health of adolescent s males in rural Pakistan in exploratory study Tohoku Journal of Experimental Medicine 204 1 17 25 Dispon vel em www jstor com Assis N R S S amp Magalh es F S Org 2006 Semin rio Cultura mem ria e sociedade Anais Salvador EDUNEB Auer P 1995 Context and Contextualization In Vershueren J stman J O Blommaert J Handbook of Pragmatics pp 01 19 Amsterdam John Benjamins Bakhtin M M 2003 Est tica da cria o verbal Trad Pereira M E G P 2 edi o S o Paulo Martins Fontes Bakhurst D 1991 Consciousness and Revolution in Soviet Philosophy From the
169. constitui o translingu stica que diz respeito ao contexto do discurso em que est o presentes objetos imagens e outros artefatos A constitui o da hist ria de vida dos humanos inclui fun es intersubjetivas de significa o das cenas di rias sobre a fam lia 32 das experi ncias sist micas familiares dos s mbolos e tamb m dos sentidos que explicam o exerc cio do cuidado Desta forma podemos identificar nas narrativas de hist ria de vida Certeau 1998 e na reflexividade a base dos m ltiplos aspectos das experi ncias vividas Benjamin 2012 e dos seus significados intergeracionais Rosa Gonz lez amp Barbato 2009 Thompson 1993 Nossos participantes se constituem a partir das marcas do conceito de homem no campo textual as tematiza es do masculino que se tece na cadeia de signos na qual as diferengas aparecem entre os elementos expressos por meio dos modos comunicativos oral escrita e visual A partir dessa conceitua o buscamos reconstruir o conceito de homem no cotidiano por meio de temas e significados Rodr guez P rez amp Salguero 2010 que surgem nos discursos narrativos e avan am em demarcar as posi es na situa o narrada Este modo diferente das classifica es demogr ficas que se utilizam de categoriza o das fun es de homem definidas a priori por outros estudos e de algum n vel de posicionamento na intera o entre o pesquisador e a pessoa da fam lia no momento do censo
170. cture and cultural heritage and economical inheritance Although there were some indicators of the presence of some elements of the family planning public policy in the youngest generations we conclude that having full access to public policies is part of the process of democratization of a society that includes the production of new ways of communicating information to different segments and cultural groups of a population Key words Meaning production family planning men intergenerationality polyphony public policy xii SUM RIO AGRADECIMENTOS i aciniccccxistiusslesi bue sio uhvk sicuti d rias dd EU vrb ze sub drum Ea barato pintada i inas VIII RESUMQOaueoeisc sie bo heivcK ka Duaditia end fa cs epoca be bubo wo uir E TESE EEE ibid ou EV Ce ab na caldo dU cM REOR UC REED EE danada X REFERENCIAL TE RICO idus tii tan Dt Simi tse uar ga 34 1 A PRODU O DE SENTIDOS araras epit eO dot M toL DERE 40 1 14 PRODU O DE SENTIDOS NOS POSICIONAMENTOS DO SELF ceeeeeeeee nee 40 1 2A PRODU O DE SENTIDOS NA SEMIOSE SOCIAL eese eren trennen tht nen tnnt enne 46 1 3AS M LTIPLAS VOZES INTERGERACIONAIS NA FAM LIA cese 49 1 4 O SENTIDO DA PESSOA NA FAM LIA E CONSIGO MESMO cese there enn 51 2 A PRAGM TICA CONTEXTUAL DO PLANEJAMENTO FAMILIAR e 54 2 1 OS SENTIDOS DA COMPOSI O FAMILIAR center nnne neret erst ths ttes s inertia tenens 54 2 2 OS SENTIDOS DAS EXPE
171. de inje o v o ao Posto de Sa de pegar camisinha e ouvem a m sica Camisinha de sabor Anexo 4 um sucesso de rap na comunidade no celular Os amigos disseram a P13 que Coda o termo t cnico que indica que o narrador encerrou a narrativa e a entrevista 134 necess ria a identidade para pegar camisinha Falaram que foi s a camisinha mesmo sem as reuni es de sa de sexual e reprodutiva Antes do turno da narrativa sobre camisinhas P13 fala da festa de S o Jo o com m sicas boas muitas meninas na rua hor rio de chegar em casa conta da festa junina na escola com meninas chamando para dan ar boate boa m sica de rap e reggae Boate boa na vis o de P13 aquele que n o passa m sica esculhambada como Camisinha de sabor que a curti o dos colegas Mesmo no dia de S o Jo o n o se pode namorar na escola e na rua melhor Por m P13 n o tem namorada no momento da entrevista Mapa Tem tico de P13 A seguir aos quadros de namoro e paternidade de P13 construimos o mapa tem tico correspondente que iniciou com a sistematiza o das entrevistas narrativa e epis dicas As an lises de posicionamento foram juntadas nos temas de namoro e casamento nas posi es eu e ao posicionar o outro na narrativa Os conte dos da posi o eu no futuro a expectativa de casamento e emprego com carteira assinada H mais sequ ncias tem ticas ao posicionar o outro os colegas na narrativa em que relata o uso de
172. de posicionamentos e significados Demos prefer ncia an lise de conte do tem tica para explorar os temas em intera o com as entrevistas Na mesma constitui o do ch o da produ o de posicionamentos eu ao ouvirmos os participantes falarem das atividades do Agente Comunit rio de Sa de ACS e da enfermeira junto aos moradores do quilombo do morro constitu mos uma entrevista semi estruturada com os temas mais expressivos dos participantes na interpreta o dos profissionais de sa de em rela o aos servi os dispon veis do programa do planejamento familiar a participa o dos 100 jovens adultos e idosos como tamb m os documentos que asseguram a disponibilidade dos servicos para os participantes Foi realizada an lise do discurso atrav s da identifica o de elementos redundantes Neste processo houve um constante ir e vir nos dados brutos cita es e anota es com a leitura sequencial de cada entrevista com recortes nas diferentes posi es em diferentes intera es A partir dos diferentes n veis de an lise foram elaborados os mapas sem nticos dos discursos narrativos para destacar o posicionamento e as rela es polif nicas e no tempo em processo de interpreta o do Kayr s Ai n e Chr nos A an lise microgen tica como estudo das caracter sticas do funcionamento humano em Kayr s se constituiu na din mica das intera es lingu sticas translingu stica e observa es das negocia es de
173. de ca a com cachorros e processos de incorpora o das pr ticas culturais no Quilombo do Morro No estudos de Teixeira Filho 2010 se discute a procria o como pol tica de estado na fora o da na o portanto da heteronormatividade em que o Estado lan a m o dessas prerrogativas nem sempre vantajosas no afeto entre pai filho como no pai de P31 que teve o maior n mero de filhos no estudo J os adultos constitu ram a produ o de sentidos intergeracional na adultez sobre o planejamento familiar com significados de n mero de filhos cinco quatro e tr s respectivamente P12 P22 e P23 homens vergonhosos nas conversas sobre reprodu o humana com os pais a tentativa de mudan as deste cen rio nas conversas com os filhos brincadeiras descontra das pai filho P22 P23 P12 P13 P32 33 de poucas brincadeiras com os pais separa es conjugais com novos arranjos da fam lia J na juventude composta de P13 P23 e P33 constitu mos os sentidos de expectativa de 2 a 4 filhos dificuldades de planejar boas conviv ncias afetivas com as namoradas O sentido da paternidade foi parte de um estudo qualitativo com entrevistas em profundidade com seis participantes em Rodr guez P rez e Salguero 2010 Os resultados identificaram a paternidade como processo de constru o sociocultural em diferentes 260 discursos mediados por recursos culturais que regulam a intersubjetividade das pessoas Entre os recursos destacaram as expe
174. de de orientar se na perspectiva outro eu O self indica nos enunciados como queremos ser tratados nas inten es outro eu e eu mim Na busca pelo respeito do outro as pessoas tendem a cooperar como regra de defesa da amea a do outro a si como tamb m na a o ativa na defesa de si ao amea ar os outros Portanto em intera o outro eu n o se exige que um interlocutor satisfa a plenamente o querer do outro Em algumas situa es ignora se a coopera o pela honra como nas rupturas sociais afrontas e at mesmo em casos de coopera o urgente no interesse da efici ncia Encontramos a situa o de pouca coopera o com a honra na intera o outro eu uma desobedi ncia social nos relatos de P31 ao descobrir que o 259 doutor n o Ihe trata de forma honrosa ao n o garantir os seus direitos sociais no INSS enunciado 5 29 P31E Nessa tese a partir da constru o de informa es o significado de honra bom nome honra na prepara o ao namoro como uma heran a da educa o familiar presente nas narrativas de pai a filho a honra endere ada ao ndice de valor em transi es as vezes em oposi o aos valores tradicionais Os pais de P11 P21 e P31 por ventriloqua o dos filhos constitu ram os seguintes sentidos da paternidade com o n mero de filhos de seis 53 e seis respectivamente distantes da fam lia na semana nas matas apegados ao machado muitos levavam os filhos para o ensino da atividade
175. de redund ncia e mudan as dos sentidos que comp em os processos de atualiza o das pr ticas culturais em rela o ao planejamento familiar Na produ o de sentidos intergeracionais do homem sobre o planejamento familiar a metodologia se direciona ao estudo te rico na constru o de dados emp ricos atrav s da media o instrumental e simb lica Uma teoria sobre a produ o de sentidos deve fundar se na an lise de textos concretos e portanto deve desenvolver an lises textuais dos discursos descrevendo assim os encadeamentos e opera es realizadas sobre os enunciados Alguns estudos constroem m todos com for a explicativa sobre a capacidade da ci ncia de produzir retratos sobre a circula o de sentidos intergeracionais de pr ticas culturais sobre as experi ncias na fam lia Barbato Mieto e Rosa prelo O desafio a constru o de m todo que considera as din micas da circula o de sentidos intergeracionais como temas de estudo na Psicologia A reflexividade sobre as din micas da circula o dos sentidos intergeracionais constitutivos da experi ncia humana tema dos estudos contempor neos sobre metodologia v g Gergen 2014 Na tem tica da produ o de sentidos sobre as narrativas discursivas verbais ou n o verbais as pessoas contam hist rias sobre sua vida para si mesmas e para os outros Volosinov 2006 Tais narrativas inserem se nos processos de produ o de sentidos das comunidades situadas hist ri
176. de transi es e o das experi ncias como Kayr s e Ai n se considerarmos as posi es e os movimentos dos elementos de produ o que definem o curto e o longo prazo Mas existe um momento em que os novos posicionamentos diferem dos tradicionais em v rias dimens es e extens es e assim estamos diante da destrui o criativa Schumpeter 1985 o tempo de Kayr s Kennedy amp Kohan 2008 na economia que destr i as velhas convencionaliza es de viv ncia econ mica a partir da inven o de novas posi es econ micas em um tempo irrevers vel como ocorreu com a revolu o dos costumes a partir da medicaliza o da sa de sexual e reprodutiva Essas revolu es criam oportunidades sociais que auxiliam a autonomia econ mica das pessoas A destrui o criativa expressa duas ideias conflitantes que se associam pr pria dial tica do capitalismo composto do materialismo hist rico que ao mesmo tempo cria oportunidades de emprego e sal rios empres rios e lucros cria tamb m profundas transforma es na ordem social Na pr pria concep o do capitalismo nada pode ser considerado est vel uma neutralidade valorativa Em uma economia de livre mercado sem 61 a interfer ncia do governo em que trabalhadores e empres rios empregam todos os seus recursos de horas de trabalho empenho m quinas e equipamentos e recebem sal rios e lucros respectivamente qualquer mudan a de valora o econ mica vinda de novos processos
177. descendentes O texto da pol tica apresenta os adolescentes homens afrodescendentes como principal grupo de risco para mortalidade por homic dio na popula o brasileira Classifica os adolescentes afrodescendentes residentes em bairros pobres nas periferias das metr poles com baixa escolaridade e pouca qualifica o profissional A socializa o respons vel pela tend ncia a envolvimentos em epis dios violentos associa a masculinidade agressividade apresenta o homem como invulner vel causa a exposi o a riscos ao uso abusivo de lcool e drogas como acesso a armas de fogo a viol ncia como estrat gia do empoderamento masculino O texto sinaliza a viol ncia como indicador de morbimortalidade por causas externas nas dimens es de acidentes de transporte agress es les es auto provocadas e suic dios Na configura o sociocultural de causa e efeito o texto constr i a imagem do homem como o respons vel pela viol ncia e conseq ente popula o carcer ria no Brasil p gina 7 13 e 39 o homem agente da morbimortalidade at mesmo nos ambientes prisionais se vulnerabilizam na ado o de pr ticas que produzem graves danos sa de f sica ps quica e social para si e para outros homens p gina 12 Na discuss o sobre alcoolismo e tabagismo o documento da pol tica apresenta dados de depend ncia ou de uso dos mesmos durante a vida Aponta a press o das intera es sociais e culturais como fatores que influencia
178. diagn stico de dificuldade de aprendizado do sobrinho com a aus ncia do pai Para isso o tio conversava com o pesquisador para dizer se era poss vel o diagn stico psicol gico de P33 atrav s da pesquisa O pesquisador falou sobre a quest o da tica na pesquisa e lhe orientou sobre os processos de desenvolvimento como tamb m a procurar aux lio psicol gico na cl nica escola da Universidade Federal do Rec ncavo da Bahia Quando o P32 se absteve de ensinar o seu filho P31 sem a m e e o pai se sentiu a merc de quem lhe desse prote o entre os familiares mas pr ximo do seu contexto imediato Consideramos importante ressaltar que a comunidade Alto do Morro composto por pessoas negras dista do meio urbano entre montanhas ngremes estradas vicinais e portanto considerada isolada por alguns fazendeiros da cidade Internamente Santo Ant nio de Jesus a forma de tratamento desrespeitoso entre negros e brancos uma pr tica cultural marcada no per odo escravocrata a comunidade vai se isolando do dia a dia da cidade at encontrar um 274 local onde possa garantir as pr ticas culturais intergeracionais de comidas t picas festas religiosidade e condi es de garantir a liberdade As narrativas de P21 conotam a resist ncia de alguns negros s pr ticas culturais escravistas nos espa os do quilombo mesmo depois da Lei da Aboli o da Escravatura em 1888 As conven es sociais compostas de significados coletivos n o se r
179. discurso pois desencadeiam opera es disjuntivas produtoras de acontecimentos diferenciados incoer ncias jogos espec ficos de cada sociedade entre t ticas de a es pessoais e atividades convencionais em comunidade Certeau 1998 Marques 2009 As pessoas se apropriam dos significados culturais com estrat gias pessoais subjetivas constituindo por vezes micro resist ncias s opera es das atividades no tecido social Na an lise do significado em uso no discurso coer ncias e incoer ncias requisitam interpreta es de si como condi o de verifica o das marcas no texto intertexto e no contexto Os espa os compostos de coer ncias e incoer ncias s o din micos na constitui o de sentido em profundidade mediante a elabora o criadora resultante da intera o do texto e contexto inacabados bem como mediados por cren as e valores e inten o do humano S o atos constituintes do fazer humano e portanto direcionados por suas cren as desejos e inten es escopos intencionais dos participantes nem sempre coerentes embora para alguns pesquisadores Bruner 1991 o conceito de coer ncia seja confuso As pessoas nas suas intera es s o constitu das e se constituem a si ao outro e ao mundo v g Bruner 1991 Volosinov 2006 Nessas intera es h o processo de 35 Z compreens o que dial gico para cada enunciado da narrativa no processo de compreender o interlocutor produz um conjunto de enu
180. do para baixo e frente em seguida fazendo o mesmo movimento com todos os dedos eretos P12 leva o corpo levemente para tr s Na resposta de P12 suas m os entrecruzadas a frente antebra os sobre o encontro da coxa com a virilha pequenas batidas na coxa com o antebra o at a fala j ia j pra enterrar como indigente em que a m o esquerda se desprende da m o direita faz movimentos horizontais de ida e volta para os lados com dedos indicador m dio e polegar curvados continuando com a m o esquerda Na fala O corpo tava l no IML em salvador a m o e o pulso direito levanta com o antebra o encostado dedos indicador m dio e polegar em dire o para indicar a fala em salvador enquanto a m o esquerda se abriu dias que o corpo tava l no IML de Salvador E ele num o corpo j ia j pra enterrar como indigente a a gente soube essa not cia 27 02 a 27 09 a eu perdi esse irm o Ele morava em S o Ant nio P Ele foi as drogas ent o levou ele pro A Foi P Mas levou ele tamb m pra cadeia A Levou 27729 a 27 36 P Esse um assunto que voc gosta de comentar A N o 27 39 a 27753 P Voc quer falar de uma outra pessoa ent o A N o s foi esse mermo pausa min 27 58 ao 28 17 S foi isso mesmo Esse irm o ajudou trabalhava muito 158 continuando com o movimento na m o esquerda abrindo e f
181. do pisar o espa o do mato no movimento do seu discurso sobre si Ao contar com o colega Martins ativo em matar a cobra P11 diz que ai fui na frente ele de junto de mim enunciado 128 P11 N apresentado junto como estar no mesmo espa o geogr fico como no acompanhamento do cachorro para a ro a enunciado 304 P11 NJ a casinha de P11 constru da de junto do pai enunciado 249 P11 E pur pai fica de junto do neto e do fio cuid do pai enunciado 215 P11 E P11 porteiro da igreja de junto da casa enunciado 366 P11 NJ os filhos de P11 distantes porque na fam lia onde t a galinha t os pinto enunciado 97 P11 N P11 descreve tamb m um movimento no discurso de polifonia com o epis dio do cuidado do pai A cobra encontrada em polifonias no texto a cobrinha atingiu o peito na festa de S o Jo o na rajada de fogo de artif cio enunciado 133 P11 E o patr o e P11 encontraram a pico de jaca em uma cidade pr xima Laje enunciado 235 P11 N embaixo do p de jaca o neto M aprendeu a dirigir trator ao construir uma r plica com ferros velhos enunciado 273 P11 NJ a jaca futucada caiu fulminante na cabe a do irm o enunciado 141 P11 NJ as cobras caem fora com os rem dios que barrufa e seca o mato enunciado 136 P11 N Nesse momento da narrativa o pesquisador mudou de cadeira com o participante por dois motivos a atrav s da parede que separava o local da entrevista da casa do participant
182. dolescentes e idosos s o solicitados a enfocar Engestr m 2006 Sendo assim ao enfocarmos a produ o de posicionamentos utilizando a an lise pragm tica notamos que no jogo de posicionar se e ao outro o posicionamento eu de P21 ocorre no final da ora o o que explica o ndice de valor na organiza o dos significados uma experi ncia com uma mulher que eu arrumei enunciado 34 36 P21E nfase adicionada Esta ordem pode estar marcando a responsividade narrativa pois o que mais importante para o participante vem primeiro na ora o e por ltimo vem o menos importante Esta situa o tamb m pode indicar que para P23 a mulher a pessoa passiva na ora o na qual a a o do verbo processo existencial recai sobre o participante e o posicionamento eu ocorre com pronome reflexivo ao fim da ora o conforme E essa apareceu na minha frente tamb m risos enunciado 163 P23 E nfase adicionada Percebe se que no in cio do complexo oracional citado a mulher tem nome L um substituto do pronome ela com baixa for a de enuncia o um dual em rela o express o do nome pr prio da mulher o que indica a pouca for a narrativa no epis dio Ao considerarmos a pragm tica do contexto descrito av e neto violonista e sambista P23 e P21 concretizam significados de perman ncia e mudan a em Ai n sobre o ficar em pocas distintas A respeito de o ficar entre jovens e idosos o documento da po
183. dos do narrador A prepara o tem fun o de gerar possibilidades de um contexto de socializa o adequado troca e negocia o de significados pr prios desse tipo de proposta metodol gica As aplica es mostraram que a entrevista epis dica gera diferentes n veis de concretude epis dios repetidos com situa es do cotidiano exemplos abstratos de situa es concretas e metaf ricas defini es quando perguntadas Em que os indicadores de qualidade na entrevista s o o treinamento a an lise detalhada da primeira entrevista documenta o detalhada e cuidadosa da entrevista e do contexto do dito e narrado transcri o cuidadosa de toda a entrevista pode se devolver ao entrevistado os arquivos com a entrevista epis dica e narrativa Barbato Mieto e Rosa prelo A entrevista epis dica em si mesma uma tentativa de colocar em termos concretos a ideia da triangula o interna do m todo atrav s da combina o de diferentes enfoques do tipo narrativo e argumentativo de temas do estudo para aumentar a qualidade dos dados das interpreta es e dos resultados Os crit rios para esta narrativa podem ser definidos como Barbato Mieto e Rosa prelo Flick 2010 a Combine narrativas de acontecimentos concretos com perguntas mais gerais para respostas mais amplas defini es argumenta es de relev ncia contextual b Mencione situa es concretas em que se sup e que o participante possui determinadas experi ncias c
184. dressivity Barbato amp 41 Caixeta 2014 Matusov 2013 Estudos atuais sobre self falam sobre a intensidade das mudan as entre posi es cen rios destinat rios Carlucci 2013 O self pode estar consciente de si portanto constr i explica es e conhecimento do mundo como parte desse mundo Bakhurst 2011 Rosa amp Blanco 2007 Os estudos do self na Psicologia Cultural privilegiam atividades no espa o p blico uns com os outros bem como consigo mesmo como resultante dos di logos sociais que forma eu mim em movimento cont nuo Quando pessoas em posi es de atores autores e p blico n o compartilham dos mesmos materiais culturais a tica e a ambival ncia aparecem como dispositivos chaves ligados aos valores ideologias e emo es A tica como possibilidade de compreens o e respeito ao humano nas suas diferentes formas ideol gicas de ser e estar no curso de vida como tamb m em situa es de ambival ncia as mesmas pessoas est o entre a valora o das op es dispon veis para a tomada de posi es no curso de vida v g Barbato Mieto e Rosa prelo Franklin 2009 Posicionar se nessas rela es pode ser foco de conflito bem como de tens es consigo mesmo na situa o comunicativa A pessoa na situa o de conflitos culturais iminente n o tem roteiro pronto para resolver o problema Rosa Gonz lez amp Barbato 2009 assim as vozes nas narrativas ao se interpretarem ao outro e as suas experi
185. durecer as chuvas e a colheita dos frutos A aquisi o do p o de cada dia o trabalho duro a batalha di ria que se disfar a com o sobe desce dos pre os da farinha de mandioca e da laranja no com rcio na feira livre O com rcio do pai de P11 era com cacau a car e carv o A batalha do dia seguinte est identificada nos servi os que hoje s o a arte de pedreiro e os estudos na zona rural Para os mais velhos o tempo de d duro acabou pois o governo aposentou os homens Para os adultos a atividade inclui uma vida estruturada para sustentar a si mesmo e a fam lia Esta fam lia inclui a pr pria ro a e esta n o pode ser desprezada pois caso contr rio 140 o mato toma conta Neste espa o ainda participam o cachorro o companheiro de ca a e o pai E o pai o respons vel em oferecer os conselhos adquiridos atrav s dos ensinamentos dos mais antigos e facilitar as atualiza es para chegar ao futuro O futuro presente e passado da fam lia foram marcados pela situa o do assassinato do irm o de P12 tio de P13 na narrativa da hist ria de vida cercada de sil ncios nfases na discuss o distribu da entre os integrantes da fam lia Pl O assassinato do irm o de P12 cometido por pessoa atrapalhada com o neg cio das drogas levou a fam lia para novos caminhos da produ o de sentidos intergeracional inclusive ao de atuar no sentido da heran a educacional sobre a terra para as gera es subseque
186. e ouviu uma pessoa a cantarolar fato que possibilitava que outras pessoas escutassem a conversa e quebrasse o compromisso de privacidade da pesquisa b a claridade incidente desviava a aten o do participante ao conte do da conversa Por isso o pesquisador argumentou que a troca de posi es de cadeira era a mesma coisa que trocar de time de 117 futebol Eu sento aqui e o senhor a Agora eu sou Bahia e voc Vit ria enunciado 188 P11 NJ O participante declarou que tamb m era torcedor do Bahia porque o Vit ria n o d pois o jogo da semana ficou 4 x 0 a favor do Bahia enunciado 191 P11 NJ O participante lembrou do jogador do Bahia que foi escalado para os jogos da sele o brasileira uma vez que no m s da entrevista ocorria a Copa do Mundo no Brasil Essa mudan a gerou novas informa es pois P11 comparou o trabalho do jogador do futebol ao da ro a as pessoas nos est dios os torcedores querem logo o gol como um resultado futebol stico enunciado 207 P11 NJ na ro a tem que ter paci ncia paz e tranquilidade no plantio da mandioca ro ar um pezinho de mato e quando o sol esquenta descansar um pouco enunciado 213 P11 N e com a aposentadoria s se faz rebuli o no corpo para a sa de enunciado 213 P11 NJ Dezoito fileiras de pilhas de a car com a queda batem em P11 na perna direita quando este trabalhava de carregador na fazenda P11 inicia o epis dio com descri es de si na situa o de s
187. e s ordens do pai o significado do casamento n o diminuiu as atividades e a es na sua dire o que ora ajuda a criar os irm os mais novos e ora na posi o de esposo no sustento da nova fam lia No tema sobre sua fam lia P22 explica as circunstancias e posi es poss veis na cria o dos filhos enunciado 68 P22 N em que posicionou a fam lia e foi posicionado pela mulher A minha famia num deu certo a mui separou mar eu enunciado 68 P22 N A posi o de P22 explica que chegou a construir uma casa de junto do pai e outra na cidade vizinha onde moravam os familiares da esposa Na constru o f sica e familiar P22 se saiu de morar mar cum famia a fam lia dos pais Morar cumpria duas fun es No Morro cumpria a posi o do irm o mais velho mas a mulher largou dele Em Amargosa as posi es familiares descumpriam as posi es de irm o mais velho no Morro O irm o mais velho foi posicionado pelo pai com explica es sobre o pouco tempo de casamento Para o pai a posi o da mulher de P22 como aquela que apareceu gr vida explica como P22 aos dezessete anos rumou mui ligero e antes de um ano se separaram enunciado 228 P22 Outras explica es de P21 sobre como consegue que os filhos machos permane am no Morro e as filhas mulheres com seus maridos na cidade Ele mora naquela casa ali morava l na ponta o outro mora aqui e o outro mora l que o que t vai conversar com ele amanh
188. e Na fala Nunca fui reclamado assim na escola n o bate a m o direita sobre o joelho direito com o olhar ainda v 234 DISCUSS O A produ o de sentidos intergeracional dos homens sobre o planejamento familiar se constitui de marcas nas narrativas do texto do intertexto e do contexto Ap s a descri o do resultado foi poss vel notar que as pessoas conhecem o planejamento familiar de formas indiretas mais relacionadas produ o de sentidos em conversas de seus progenitores e amigos na comunidade em rela o ao que a legisla o possibilitou conhecerem questionando as formas como a pol tica pode ser comunicada nas diferentes reas do pa s a fim de que as popula es possam entender como se organizar e o cuidado de si As polifonias sobre o planejamento familiar marcam transi es entre gera es constituem outros tempos no fazer dos participantes constru dos nas narrativas sobre a produ o de sentidos intergeracional A an lise das intera es entre os discursos dos homens sobre o planejamento familiar a pol tica p blica e os funcion rios do Posto de Sa de indica marcas nos discursos dos participantes compostos sobre enunciados do ficar no namoro produ o de sentido em enuncia es sobre o cuidado de si e do outro sequ ncias tem ticas como os enunciados sobre o acontecer vieram os filhos din micas polif nicas sobre frustra o e desist ncia de pais de visitas aos filhos em situa es
189. e a a partir das 1 s palavras colega n o de bagun a na repeti o firma a cabe a na dire o Na fala n o apronta na escola a m o esquerda j na batata da perna d um leve chute Na fala nunca baguncei bate a m o direta sobre a perna direita Na fala nunca aprontou nada at a fala nunca baguncei vai tirando e colocando a m o direita sobre o joelho direito at ao final da fala bater a m o sobre o joelho fazer barulho enquanto a m o esquerda encontra a parte interna da perna direita acima do calcanhar at a fala para falar a verdade Nas palavras para falar a verdade P33 fecha a m o direita e bate 3 vezes sobre ojoelho direito enquanto que a m o esquerda vai se movimentando at a borda direita da bermuda e olha 232 Nunca para falar a verdade eu nunca baguncei na escola para chamarem meu tio na escola para falarem mal de eu nunca aconteceu isso N o pode acontecer 3 seg De me envolver assim com os outros alunos Nunca fui reclamado assim na escola n o 7 seg 233 diretamente para esse movimento at as palavras n o pode acontecer Nas palavras N o pode acontecer o dedo indicador esquerdo movimenta se e bate v rias vezes sobre a borda da bermuda at o joelho acompanhado pelo olhar de P33 Na fala de eu me envolver assim com outros alunos P33 desliza a m o at a parte de tr s do tornozelo com o olhar voltado para o ch o a frent
190. e o imensamente o Abayomi Dandara Edijane Gil Gisele e Maryssa do movimento negro que nestes ltimos meses proporcionaram degrava es com profissionalismo e emo es Aos que me auxiliaram na caminhada como o Victor e o Elias Aos amigos de quarto que suportaram bravamente as folhas nas paredes do quarto os enunciados te ricos com cantigas e falas que lembravam as marcas do estudo Aos amigos da Agua Mineral Elo sa o Diniz a Maria o Z Ao grupo de homens com almo os nas sextas e conversas durante os anos aqui em Bras lia Agrade o Elizabeth Carneiro Aos colegas da Constela o Familiar que proporcionam narrativas de si do outro e do mundo produ o de sentido intergeracional observa o de quest es presente na heran a do passado e no horizonte de expectativas Agrade o ao Ad o do continente africano pelas discuss es sobre narrativas e Lingu stica Natal Kentinus pela surpreendente narrativa sobre os xam s africanos trabalhadores rurais que se transformaram em Simba le es na guerra civil da Rep blica Democr tica do Congo Santos J C 2015 A produ o de sentidos intergeracional de homens sobre o planejamento familiar Tese Doutorado Universidade de Bras lia DF Instituto de Psicologia Programa de P s Graduag o em Processos de Desenvolvimento Humano RESUMO Este estudo teve por objetivo analisar a produ o de sentidos individual e intergeracional de homens com rela o ao
191. e P32 As a es pessoais que superam o ciclo de atividades como a coopera o de P22 e a esposa passam a contradizer os motivos geradores formam crises como as reivindica es no Brasil pela guarda compartilhada As crises se abrem para novos motivos como nas narrativas de aliena o parental como din micas de narrativas sobre conversas do respons vel pela guarda dos filhos com o filho para a desconstru o da honra do progenitor como destaca as narrativas de P33 e reverbera es em P32 Nestes epis dios narrados de P33 e P32 o padr o de senten a jur dica que o cuidado materno di rio enquanto o paterno se alterna quinzenalmente aos fins de semana com diminui es dos encontros pai filhos Robles e Castro 2005 explicam que este padr o refor a o estere tipo de impor responsabilidades s m es no per odo conjugal s que agora no instante do desenlace conjugal na separa o amorosa Este exerc cio materno do cuidado tem levado reestrutura o da rotina dom stica p s div rcio com aproxima o da fam lia de 267 origem para divisio das responsabilidades com os irm os e pais que aumenta a dist ncia f sica entre pai filhos como relata o sum rio das entrevistas de P32 Estes epis dios em contexto de comunidade negra com diferengas de sazonalidade dos recursos agr colas desvantagens educacionais tornam as desigualdades de g neros mais marcantes As desvantagens educacionais acumuladas fazem com q
192. e a seu corpo para o ch o movimento esse que continua at a fala anterior sa a pero mundo em que P22 olha em dire o contr ria ao pesquisador movimento que continua com a m o direita que acompanha a dire o das falas P busca contato visual com P22 que ocorreu apenas uma nica vez 195 Na fala saia pelo mundo trabaiano P22 faz um movimento circular do bra o direito de dentro para fora com as costas da m o frente indicando uma dire o do c rculo e espalma as m os sobre a perna fazendo barulho Na fala por fazenda faz um movimento Na fala J sa pra trabalhar fora assim faz um movimento circular de fora para dentro com a m o parando em forma de concha e finaliza sobre a perna A fala como mais vei eu dos home eu P22 cabisbaixo especificamente na fala eu levanta o dedo indicador em dire o P e volta rapidamente para a perna At a primeira coda P22 n o faz contato visual com P 196 An lise microgen tica P23 de Kayr s na fam lia Enunciados 44 70 P23 E Rapai a familia era pa morarra junto era wudo de boa n ela vinha por aqui mai depois se separaram n um foi prum lado outro pra outro ai n Deus quis assim N o M t em Amargosa a gente se entendeu mais sabe nunca mais fui l nao E ai Rapai eu que mim sa eu indo e vindo de l p c pa passar em Amargosa e uns tempos em Salvador tamb m depois retornei n
193. e direitos sexuais e reprodutores ainda pouco reconhecidos pela sociedade O documento complementa as discuss es sobre a paternidade na perspectiva integral sa de na perspectiva de que os homens aprendam a cuidar da sua sa de Assim uma considera o importante que os servi os p blicos de sa de devem ser oferecidos de maneira que o homem sinta se parte integrante deles A integralidade por meio da aten o sa de da popula o masculina constitui linhas de cuidado na pol tica Na pol tica p blica de sa de integral do homem n o h marcas das pr ticas dos homens sobre o cuidar se como atividade masculina pois n o s o educados para desenvolverem esta pr tica p gina 5 6 Em rela o velhice reconhece o exerc cio da sexualidade mesmo no avan o da idade ao afirmar a sexualidade n o se reduz meta reprodutiva poss vel manter a experi ncia do prazer sem redu o ao campo do coito genital p gina 20 apresenta a sexualidade como importante dimens o da vida afetiva e relacional das pessoas o que implica compreens o das possibilidades no curso de vida No documento o homem doente na velhice custo para o Estado por pouco investimento na promo o da sa de no curso de vida evitando enfermidades precoces p gina 20 Concretiza os direitos sexuais e reprodutivos como direitos humanos Assim assegura o reconhecimento da pluralidade dos modos de vivenciar a sexualidade no curso de vida desconst
194. e eu Portanto mudou se para outra lugar e nos relatos de P32 a fam lia estava em outra cidade com um cul gio dispon vel at a 2 4 s rie enunciado 30 P32 N No cul gio o P32 pegou o com a ajuda do pai que 220 acordava os filhos s sete horas mandava tomar banho para ir para a escola enunciado 30 P32 NJ P32 repetiu a 4 s rie na possibilidade que trouxessem para a escola outras s ries Na explica o sobre eu n o cheguei a ver e nem presenciar surras ele teceu a hist ria na escola em que havia palmat ria nas crian as que num aprendiam enunciados 30 40 P32 NJ Quando as s ries do 1 grau e o primeiro ano do 2 grau chegaram no cul gio P32 foi posicionado pelos seus 20 anos com a casa pronta enunciado 66 P32 N posi o que interditou os estudos P32 narra as condi es poss veis caso n o tivesse tomado a atitude de construir a casa que produziu o sentido de passos ao casamento enunciado 66 P32 N com mulher e filhos enunciado 30 P32 N Na poca de sua inf ncia os homens casados n o estudavam Para concluir os estudos P32 conta que havia outras situa es poss veis ir para longe ou n o construir a casa enunciado 66 P32 E Ele narrou que a vida cansada com o trabalho pesado na olaria do pai prensava as possibilidades de aprendizado na escola E observa a respeito de nunca ter visto naquela poca hist rias de homens negros na universidade P33 recebe
195. e fam lia acontecer o processo do nascimento dos filhos dificuldades com o planejamento na zona rural Na velhice os participantes P11 P21 e P31 constitu ram os sentidos do cuidado de si e do outro como apreensivos inseguros pela viol ncia contra idosos com aposentadoria de acidentes de trabalho exames de press o arterial hist rias de coragem e medo pela cobra Pico de Jaca pouco acesso escola preocupa o com a escola dos filhos participantes do conselho de fam lia A produ o de sentidos sobre as dificuldades do planejamento familiar na zona rural os acidentes de trabalho os exames de press o arterial e PSA constituem os cuidados pela sa de Esses cuidados se comp em na regula o de si e do outro presentes nas narrativas que nos permite entender polifonias nos interlocutores nas novas normas de constitui o social e afetiva da fam lia conforme a Lei n 9278 1996 que regula o artigo 226 da Constitui o Federal e o planejamento familiar conforme Lei n 9263 1996 que regulamenta o artigo 7 da Constitui o de 1988 245 A Lei de Planejamento Familiar de 1996 poca em que os participantes mais velhos tiveram filhos e que eles estavam com a idade entre a juventude e adultez Nesta poca se casaram e esperavam receber os primeiros servigos da pol tica de planejamento familiar independente de resid ncia na regi o rural ou urbana S o estes participantes P22 P32 e P12 que enfatizam nas enunci
196. e farinha triturar mandioca a bra o o que significa trabalho manual depois das aulas enunciado 74 P22 N O mesmo aconteceu com P23 com o foco no trabalho nas afirmativas de P22 enunciado 86 P22 N P23 afirma que estudou na inf ncia em Amargosa e que trabalha desde os doze anos diferente de P21 que descreve uma oportunidade de estudo no Programa Todos Pela Alfabetiza o TOPA do governo da Bahia Os enunciados sobre educa o se interconectam a socializa o a conviv ncia discuss es mais presentes no cotidiano da fam lia P2 P21 declara a obedi ncia dos filhos mesmo em situa es como colocar em funcionamento a bomba d gua que fica na parte inferior do terreno mesmo noite Conta como filho ele tamb m obedecia ao pai assim v m da cria o dos pais enunciado 37 117 P21 N uma heran a um para o outro As descri es do trabalho intenso no sul da Bahia nas mineradoras no Rec ncavo como tamb m na comunidade com a casa de farinha segue os relatos de P21 P22 e P23 Em P22 segue a separa o amorosa com os temas da queima o do c ncer brabo maligno nas falas sobre o medo da morte ardor na urina e as pr ticas de sa de com os exames enunciados 68 74 P22 N o cuidado dos filhos enunciado 72 P22 N irm os enunciado 76 P22 N da ex esposa R a recupera o enunciados 111 113 P22 N e a reintegra o ao trabalho enunciado 161 P22 E O c ncer de pr stata esteve nos relatos de P21 como em P22
197. e negros mant m se est vel entre as gera es As desigualdades educacionais no Brasil em torno da ra a etnia concretizam uma rela o desigual entre sal rios e n vel educacional entre brancos e negros Exemplifico com a narrativa de P32 de fala reflexiva sequencial e quase did tica de idas e vindas em alguns temas para retom los mais consistentes em momentos seguintes sobre a necessidade de juntar dinheiro para a conquista da faculdade 30 41 a 30 47 Que Hoje t bom porque a VINTE ANOS ATR S UMA PESSOA QUE NEM EU ASSIM DE MINHA COR ASSIM NUM ia fazer uma faculdade quer dizer no caso fazia mas era muito DIF CIL mesmo mas hoje qualqu TRABALHADORA DOM STICA HOJE SE ELA trabalhar e pegando seu dinheiro e juntando ela consegue FAZER sua faculdade Porque faz o Enem e faz a FACULDADE e quando pensa que n o vai indo vai indo NUM desiste e quando passar o per odo t em argum GRAU melhor ASSIM UM M DICO UM JORNALISTA ASSIM DA NOSSA COR mas antigamente n o HOJE J tem j Jornalista um m dico um assim um vereador deputado tudo j tem tudo da nossa cor assim Mas antigamente era mais clarinho at chega UM H BITO DO NOSSO ASSIM DO MEU DO NOSSO PORTE ASSIM cheg l 250 era E a mulher era dif cil hoje que quer dizer que n o melhorou bastante mesmo clareou bastante j risos 32 05 a 32 12 Enunciado 43 P32 N nfas
198. e o bom e o ruim o bom que a roca distrai enunciado 28 P11 N se cria uma galinha um porquinho e faz uma rocinha enunciado 36 P11 N o ruim a queda do pre o da farinha a a batalha aumenta e a ro a piora um pouco enunciado 38 P11 N O dia a dia na roca est em esperar a vontade de Deus para amadurecer para poder comer e matar a fome enunciado 52 P11 N Amadurecer significa o tempo para o namoro o casamento e a velhice P11 diferencia o namoro de sua 115 juventude arrumar a vida com o namoro da juventude de hoje que sin nimo de pegar e colocar em sua casa enunciado 176 P11 N Dessa forma P11 tece o jogo entre passado e presente O significado de amadurecer tamb m aparece quando P11 compara o curso de vida da sua inf ncia at a velhice a vida de seus cinco filhos homens e uma filha mulher Um desses filhos faleceu chegou o dia faliceu enunciado 66 P11 N Este enunciado traz sil ncios e a voz em tom baixo Ao falar sobre o filho que faleceu P11 constr i enunciados a respeito do perigo da vida na ro a com gente que padecem das coisas enunciado 100 P11 NJ desocupado enunciado 86 P11 N malandro e atrapalhado enunciado 90 P11 N Para o participante pessoa atrapalhada significa pessoa que quer mexer com outras pessoas enunciado 90 P11 N e que geralmente vive na cidade como seus filhos Uma das experi ncias significativas de P11 est no encontro com a cobra pico de jaca no a
199. e sentidos requer um empenho metodol gico que nos lembram escritos de Benjamin 2012 e Certeau 1998 nos quais os autores nos lembram sobre a capacidade do historiador de se maravilhar perante as a es dos seres humanos Certeau 1998 tem a aten o focada na liberdade dos n o conformistas mesmo reduzidos ao sil ncio que modificam verdade imposta na responsividade do historiador com respeito observa o por toda a resist ncia ainda que m nima e por toda a forma de mobilidade aberta por essa resist ncia o que traduz ou denuncia a liberdade gazeteira das pr ticas culturais Assim percebe se microdiferen as onde tantos outros veem obedi ncia e uniformiza o Para Benjamin 2012 um observador que se localiza em uma dist ncia apropriada e ngulo favor vel consegue observar marcas na realidade as quais lhe constituir o na arte de narrar Nas hist rias orais o observador participa da autoconstru o historiogr fica em termos de posicionamentos mais aprofundados intergeracionais com registros do sentido da identidade do participante ao mesmo tempo em que ele o observador relata a multiplicidade de eventos e posi es atrav s da qual algu m vive uma nica vida Harr amp Langehove 1998 Exemplificamos com as din micas de produ o de sentidos dos homens sobre o cuidado que perpassa as discuss es sobre o namoro paternidade estrutura familiar e heran a E ao identificarmos as transforma es do texto a
200. ecentes como Barbato Mieto e Rosa 2014 demonstraram alternativas nos estudos da fala no contexto cultural situacional e lingu stico de modo que a fun o da linguagem est na intera o a linguagem adquire seu significado atrav s de seu uso na vida social nas pr ticas culturais e na fala das pessoas consigo mesmo Para utilizar uma palavra com precis o deve se direcion la pelas regras do jogo da linguagem nos contextos conven es culturais ou formas de vida Direcionamos a an lise mais para o foco no self no discurso pois somente no discurso coloca se em risco ontol gico o objeto da psicologia a pessoa em intera o consigo mesma e o mundo e n o na liga o direta entre a o e discurso Gergen 1994 2011 Na narratologia o self como narrativas de si as hist rias s o os meios que usamos para tornar nos intelig veis ao mundo As an lises n o devem estar centradas nos discursos o objeto de estudo da lingu stica mas sim no self o objeto de estudo da psicologia quando tratarmos dessa liga o direta entre o que se diz e o mundo Gergen 1994 2011 Para Gergen insuficiente a procura da ci ncia por uma compreens o de aproxima es e ao mesmo tempo um compromisso com ideais de verdade Gergen 1994 tamb m comenta que s o sem fundamento as percep es nos discursos intelig veis sobre a mem ria determinante do passado sobre o presente nossa fala est sujeita geralmente vis o observa o p blica M
201. echando levemente a m o e na fala A a gente soube essa not cia volta a entrela ar os dedos e buscar o contato visual com o pesquisador No sil ncio ele inspira e expira Na fala ele mora em salvador P12 faz movimentos com os dedos entrela ados e busca contato visual com o pesquisador P pergunta se as drogas levou ele para o caix o com um movimento da m o em abertura at indicar o ch o na fala sobre o caix o corpo levemente tombado em dire o a P12 que desta vez n o faz o movimento do corpo para tr s P12 responde afirmativamente com a cabe a antes de terminar a frase P pergunta se P12 gosta de conversar sobre esse assunto movimentando o corpo mais para pr ximo de P12 e diminui o volume da voz P12 meneia a cabega e responde que n o movimentando as m os entrela adas Na fala s foi isso mesmo P12 faz um movimento de levar as m os para frente e voltar posi o inicial entrela ados respirando profundamente v rias vezes no sil ncio e ap s o sil ncio inicia a fala esse irm o ajudou muito An lise microgen tica P13 Kayr s fam lia em 30 00 Enunciados 237 245 P13 E Eu acho que n o n o tem muito tempo essas coisas ai ai agora a tecnologia t avancano vai apareceno umas coisa chuva ao fundo n 30702 a 30 06 E assim 30 07 a 30712 30 15 a 30721 sons de animais ao fundo Tecnologia Armamos os equipamen os de grava o cadeiras ve
202. ecimento de mulheres da comunidade no uso da p lula enunciados 398 416 P22 E P22 descreve a situa o ao cantar parte da m sica Pare de tomar a p lula Anexo 4 que fazia sucessos nas r dios locais na poca com debates sobre as doen as nos filhos nascidos dor no tero das mulheres que tomavam a p lula P22 conta que proibiram a m sica Pare de tomar a p lula porque ela n o vai deixar nosso filho nascer pois falava de se evitar filhos com uso da p lula Nas conversas com a sua mulher P22 conta que com as not cias dos medicamentos inadequados o casal retornou s tentativas de evitar filhos com m todos naturais e aconteceu o que significou como o nascimento de 4 filhos Ele se declara orgulhoso por nenhum deles ter se envolvido com drogas e nem por saber o que cigarro de 170 maconha P22 relata que tem um dos filhos que gosta de trabalhar e tocar viol o nas festas o que significou para ele como o gosto pela vaidade Nestas narrativas sobre a constitui o familiar P22 nos ensina as solu es caseiras de evitar filhos e os nomes populares das doen as sexualmente transmiss veis a pouca divulga o da camisinha na comunidade no enunciado n o se ouvia falar sobre a camisinha vide o quadro de cuidados de si e do outro P22 Para ele na sua juventude n o existia camisinha que para ele tem a fun o de evitar filho AIDS e outras doen as sexualmente transmiss veis Relata que em sua
203. eira enunciado 9 E Em sua entrevista o agente comunit rio descreve as suas fun es de realizar visitas domiciliares e dar orienta es s fam lias a respeito do planejamento familiar de promover a sa de de enfatizar a import ncia da realiza o de exerc cios f sicos de estimular a ida das pessoas ao Posto de Sa de para o uso de medicamentos de realizar os encaminhamentos de informa es enfermeira m dico sobre gestantes e viol ncia familiar O agente comunit rio de sa de tamb m avisa a popula o sobre campanhas de vacina o enunciado 19 E Al m disso ele orienta as pessoas sobre namoro na perspectiva do uso de preservativos Nestas a es o agente faz media es l dicas atrav s do uso de brincadeiras e piadas sutis enunciado 1177 145 E como permite a Lei de Planejamento Familiar no artigo 4 Nas narrativas de produ o de sentidos dos dois jovens P23 e P33 sobre o planejamento familiar n o encontramos enuncia es sobre os servi os do agente comunit rio com os jovens Relacionado tem tica descrita observamos em P13 enuncia es a respeito da distribui o de camisinhas vide quadros de resultados a respeito dos cuidados consigo e com os outros 243 A diferencia o entre P13 e os outros dois jovens indica que mudan as podem ocorrer por diferentes din micas de produ o de sentidos na an lise das falas objetos imagens e da mem ria coletiva No entanto o estudo da produ o d
204. elatos de P32 nas 222 explica es sobre como a casa marcou sua vida com significados da mudan a de estar solteiro a casado Quando inicia a constru o da casa termina os estudos na comunidade enunciado 66 P32 E intensifica os preparativos para o casamento P32 explica a transi o entre a doa o do terreno a constru o da casa o t rmino das obras intercaladas com expectativas da conviv ncia familiar entre namoro e casamento Com a ocorr ncia de brigas e separa es intensificadas com pris es P32 comenta que deveria ter ca ado mais estudos e ido para longe enunciados 66 77 P32 E Em P31 identificamos epis dios sobre namoro e casamento que naquela situa o significava rapaz s rio doa es de heran a em vida Assim ao casar trabalhou como gerente em numa pequena ind stria agr cola de azeite de dend na qual meninas eram respons veis por catarem coco lavar o dend e P31 ainda era respons vel pelo rold o manual o sistema de prensagem P31 se declarou respeitoso com as meninas honroso ao bom nome al m das normas da ind stria como bom funcion rio sentar com respeito conversar direito sem ousadia como condi o para receber o sustento da fam lia enunciado 488 P31 E Conta que era alvo de cantadas de algumas mulheres e que ainda n o era poss vel dar queixas naquela poca Assim com a idade de dezoito anos novo seu casamento foi de batalha coragem para o trabalho intenso e sem garantias enunci
205. elos amigos Apoio de pessoas na cria o 3 amp SEY gla og Qo RUN 9 ee E R de filhos amigos jovens padrastos SLSunBosTEE am ceu e 3279 o n cd R E Do BESSeSSg SS e e Futuro N SCSBREESUsEBE S SaaD0D dando HELE L O Bgeo2gs58closisog2SB8 fam s i33giiisTssiSs Outro Pai Presen as aos fins de semana trabalhos semanais na ro a com o av Outro Av Dist ncia do av visitas anuais Povo idoso hist rias antigas viveu mais tempo Ai n Kayr s Ai n Kayr s Qualquer trabalho Trabalho de carteira assinada Um bom emprego Casar Arrumar lg QE Pretendo Na metal rgica Os irm os brincavam comigo secreto Jogar Bola na quadra Brincava Ir ao posto de sa de Pegam Conseguem Namorei Fico Com medo de tomar inje o Aos Seis Na rua meses mais calmo M sica Camisinha do sabor Sem Tomar boca de Brigas Joutra menina Na escola Separei Evitava n o pode namorar Mapa tem tico P13 Quilombo Alto do Morro Entrevistas Junho 2014 Arrumam Cria Trabalham Para Sustentar 138 Feij o Farinha Caf Leite essas coisas Pra comprar Trabalhar por Meu Filho Custa Heran a do p pai e av Eles Vai Tomam tomar conta nta Da ro a ee Deixaram Trabalhar sustentar Para n o se a fam lia envolver com Ser uma boa Meu pessoa Conselhos Pra Es
206. em negro sem trabalho como moleque pregui oso e desonroso ao bom nome da fam lia Portanto aos jovens homens havia apenas a alternativa de ren ncia aos estudos o que garantia a sobreviv ncia da fam lia e a promo o educacional da irm Quando P32 renunciou aos estudos ela havia cumprido uma parte na escola multisseriada na zona rural A escola multisseriada ia at a 4 s rie P32 repetiu esta s rie 251 mesmo ao ser aprovado pela primeira vez na esperanga que no ano seguinte abrisse o gin sio no Quilombo Alto do Morro Por essa repeti o P32 considera que ele o nico do Quilombo que naquela poca conseguiu a 5 s rie em Kayr s da fam lia Ao chegar pr ximo idade de transi o entre a juventude e a adultez aos 20 anos P32 ganha um terreno dos pais para iniciar a constru o da casa um s mbolo da finaliza o do tempo da escola e in cio da vida de casado no contexto do Quilombo As opera es de s mbolos convencionalizados na constru o da casa met fora de constitui o da fam lia com filhos pode indicar a participa o dos homens na constitui o da prole na vig ncia da primeira rela o amorosa As convencionaliza es operavam na dire o das exig ncias sociais da vida familiar ao parar de estudar tem que casar depois dos vinte anos n o adequado estar sem filhos e mulher incomum que negros estudem P32 P22 e P12 constituem reflex es de si sobre a experi ncia do que
207. em que h crises e transi es na conjugalidade que se constituem na intera o pai m e e filhos Estas quest es envolvem uma teia de subjetividades nem sempre de f cil express o em linguagem objetiva As solu es individuais para as desigualdades de g nero tamb m foram estudadas por Robles e Castro 2009 na Costa Rica por exemplo ao analisar os fatores psicossociais no cumprimento do pagamento da pens o pelo pai sua situa o socioecon mica familiar a qualidade da rela o com os filhos e com a ex esposa seus posicionamentos como pai e as redes de apoio sociais Os autores conclu ram que a lei de pens o de alimentos discriminat ria pois castiga as pessoas de escassos recursos nem propicia o exerc cio equitativo nas fun es de cuidado com os filhos A lei estabelece medidas punitivas para o pai na viola o de suas responsabilidades sem considerar as responsabilidades emocionais No processo de execu o penal omitem a dimens o afetiva no exerc cio da paternidade ao considerar que fatores externos determinem a fun o da paternidade por exemplo identificando o pai como aquele que paga a pens o Os autores consideram ainda que os temas a respeito a das fontes de conflitos conjugais bem como as estrat gias de coopera o entre as ex c njuges no cuidado aos filhos b as atitudes da comunidade na guarda compartilhada da crian a depois do div rcio como tamb m c o uso do dinheiro destinado manuten
208. entidos intergeracional da heran a na fam lia P3 A produ o de sentidos intergeracional da heran a na fam lia P31 P32 e P33 constroem significados de acesso s pessoas negras recebedor direto e indireto da heran a da fam lia e do c njuge P31 por exemplo declara que o pai lhe ensinou uma regra se ap s sua morte um dos filhos ficar com toda a heran a da fam lia se um aparecer aqui um querendo ser dono de tudo pode deixar vai viver sozinho enunciado 270 P31 N Nos enunciados 226 P31 assegura a validade da regra para a fam lia P3 pois um dos irm os ao realizar a divis o da heran a deixou dois ter os dos irm os de fora P32 declara que recebeu de P31 doa es em vida que lhe proporcionou o terreno da ro a e da constru o da casa P31 e seus irm os receberam a heran a ao colocar a regra em pr tica Esta a o entrou como um costume da fam lia P3 que constituiu outros modos de ensino e aprendizado em fam lia Desse modo P31 comprou as terras dos primos da esposa na comunidade do Alto do Morro que consistia em contexto para a heran a educacional uma condi o de vida poss vel bem estar e melhorias para sua fam lia a partir do seu casamento pois a educa o escolar n o foi poss vel em sua vida de solteiro Relata que neste local matriculou os filhos na escola e com muita dificuldade iniciou a mudan a dos filhos capoeiristas honestos para a cultura das letras enunciado 60 80 P31 NJ P32 enq
209. entidos que compuseram as pr ticas culturais para explicar as perman ncias estabilidades relativas e transi es nas pr ticas culturais do cuidado os quais se constituem num significado do existir e promove condi es substantivas nos temas da educa o lazer e sa de No trabalho de campo da tese o qual possibilitou ao pesquisador observar os processos de atualiza es na produ o de sentidos em din micas polif nicas no processo de contextualiza o das narrativas e explica es de si nas tr s gera es de participantes conclu mos que importante haver avan os na comunica o das pol ticas p blicas quela popula o e a todas do Brasil visto que nossos resultados indicaram sobretudo pr ticas relacionadas cultura local com discuss es iniciais referentes s pol ticas de cuidado da sa de das pessoas e do parceiro e em rela o ao planejamento familiar H desafios na tese nas atividades apresentadas s fam lias afrodescendentes que s o desencadeadas quando o ser humano interage em atividades mediadas por objetos artefatos pela expressividade ndice de valor import ncia da palavra m sicas e dan as de sambas Este aspecto da distribui o cognitiva e a es um desafio para os estudos cient ficos No desafio dos estudos de produ o de sentidos intergeracional na fam lia em uma comunidade no Quilombo Alto do Morro os processos de autorregula es de si e do outro em diferentes gera es constitu
210. entrevistas an lise dial gica e de pragm tica discursiva Os resultados indicaram que os participantes abordaram o planejamento familiar de formas indiretas e basearam a produ o de sentidos no cuidado de si e do outro namoro paternidade estrutura familiar e heran a cultural e econ mica Embora houvesse alguns indicadores da presen a de alguns elementos da pol tica p blica nas gera es mais jovens da fam lia podemos concluir que ter pleno acesso as pol ticas p blicas parte do processo de democratiza o da sociedade que inclui a produ o de novas formas de comunicar informa es para diferente segmentos e grupos socioculturais de uma popula o Palavras chaves produ o de sentidos planejamento familiar homens intergeracionalidade pol tica p blica polifonia xi Santos J C 2015 The production of men s intergenerational meaning about family planning Doctoral Thesis University of Bras lia Bras lia DF Instituto de Psicologia Programa de P s Gradua o em Processos de Desenvolvimento ABSTRACT This study aimed at analyzing men s individual and intergenerational meaning production regarding family planning in relation to the comprehension of meanings of cultural heritage between generations life projects as future planning on forming a family love relationships reproduction degrees of appropriation of the families cultural practices It is of our interest meaning production in men s inter
211. er de gente atrapalhada Neste momento da narrativa P11 mostra o que fazer tratar os outros bem enunciado 86 94 P11 NJ Esta ordem de constru o de primeiro tratar os outros e depois bem se encontra no in cio da narrativa entre os primeiros cinco enunciados do participante em outros momentos a express o tratar bem os outros A frase tratar os outros bem retoma no enunciado 87 P11 N no qual o mesmo participante d mais explica es Elas trazem marcas do contexto situacional sociocultural e lingu stico do momento o qual as pessoas atrapalhadas estiveram procura do seu filho Tratar os outros bem nessa ordem com amor sempre levando a vida que nem como Deus quer n o desejar o mau ao pr ximo n Ter amizades enunciado 20 P11 N No enunciado 87 quando marca o texto com tratar os outros bem reaparecem marcas textuais do in cio do texto Enfatizo que P11 caracteriza as pessoas atrapalhadas como ladr es constru o polif nica que se encontra na narrativa de P13 ao caracterizar um tiroteio Quando a pessoa pedi respeito a outa ai s porque ela tem mais tem mais coisa do que a outa a outa n o aceita a parte pra briga A pega a arma e come a o tiroteio A chega a poli a A come a a atirar Um contra os outo A parte que for mais fraca vai e para A poli a prende Ou quando a poli a num prende o ladr o foge a poli a n o pega o ladr o
212. erdi Ai depois teve um camarada que me disse assim tu ta feito besta PM2 ganha p PMI ganha o n o sei quanto sei l para n o aprovar o 253 sal rio de do cara necessitado ai eu n o fui mais A at que cumo v a hist ria que morreu no ano passado n o sei se foi certo o n o o PM2 Enunciado 5 29 P31 E nfase adicionada Ai eu fiquei sem trabai esses tempo que o m dico fal que eu num podia trabai o INSS num encosta a gente encosta encostou encostou uns dois m s e cortou ainda ontem tava no INSS tornou cort de novo tamb m larguei de m o e num apusenta no meu caso aqui era p mim apusent nera por que se eu dei dei c ncer brabo irm o c ncer maligno t ai o atestado NEGO O BRABO O meu j tava passado e ai no caso era p me apusent nera E n o me apusentaro de jeito ninhum eu num sou mai aquele home que eu era num posso peg peso num posso mai d uma carreira num posso trabai mai que nem eu trabaiava e ai fica ai teno que t trabai cum dificuldade por que d aquela aquela d por que d i o lugar da cirurgia que abriu daqui aqui assim aponta o lugar para o pesquisador Enunciado 76 P22 N nfase adicionada TEVE um que P1In usou a bolsa fam lia DEPOIS cortou a bol a bolsa fam a NUNCA mai recebeu A n o n o N O recebeu mai n o A n o recebeu bolsa fam lia N O meu filho N O meu fio n o n o n o N O recebeu bolsa fa
213. erlocutor enfatizando se a dial tica entre mudan as e perman ncia entre as gera es em movimentos dial gicos e dinamog nicos Quando hist rias s o contadas na fam lia coment rios s o feitos etc O mesmo ocorre com ideologias econ micas e pr ticas culturais de uma gera o de fam lias que s o constru das em outras Fracchia amp Lewontin 2005 p 19 Sendo assim mudan as podem ocorrer a partir de diferentes din micas por 30 reinterpreta o ativa dos interlocutores que direcionamos os estudos sobre produ o de sentidos intergeracional an lise das falas objetos imagens e da mem ria coletiva Halbwachs 2006 considerando articulada mem ria individual Fracchia 2010 p 221 Nas narrativas o sentido das experi ncias significativas Lubovsky 2009 Rosa Gonz lez amp Barbato 2009 pode mudar no mesmo turno de fala no enunciado ou at mesmo na mesma fala Volosinov 1976 Dessa forma a an lise dos discursos narrativos se refere interpreta o dos sentidos lingu sticos e pragm ticos os translingu sticos A translingu stica considera o contexto extra verbal de sentidos e significados produzidos na intera o mediada semioticamente Bakhtin 2003 p 15 Nas intera es sociais o artefato na sua forma f sica morfol gica se apresenta como uma palavra falada escrita ou ritual Jahoda 2012 um objeto ou imagem cujos significados e sentidos podem permanecer ou se modificar ao longo da his
214. es rios paisagens dispon veis para passeios cicl sticos e caminhadas No processo para a produ o de novos significados as vozes funcionam como personagens interagindo em uma hist ria que envolvem interlocutores em conversa o em que cada um constr i uma hist ria para contar sobre as pr prias experi ncias resultando em uma complexa estrutura narrativa do si mesmo Assim o Eu como autor pode criar o futuro e reconstruir o passado a partir de relacionamentos existentes e estabelecidos entre as v rias vozes Assim o si mesmo compreendido como uma multiplicidade din mica de posicionamentos aut nomos em um cronotopo em que os posicionamentos podem mudar e at ocupar posi es opostas conforme ressalta Barbato Mieto e Rosa prelo e Harr amp Langehove 1998 No processo de constitui o do si mesmo as rela es dial ticas entre as posi es podem ser entendidas como um produto da tens o entre as diferentes posi es no cronotopo Nessa rela o as posi es individuais s o representadas pelos valores pessoais constru dos ao longo da vida enquanto que as posi es coletivas s o constru das historicamente nos contextos socioculturais em que a pessoa atua Constitu mos o sentido de paternidade na fam lia a partir da produ o de sentidos nas din micas polif nicas intergeracionais das tr s hist rias de vida em entrevistas abertas e semi estruturadas Em 2011 as quest es intergeracionais do planejamento
215. es de proemin ncia textual em um tema n o marcado S uma boa pessoa trabai sustent a fam lia se precis de mim um dia pra ajud Enunciado 215 P13 E O complexo oracional que P13 posicionado por um tema n o marcado e que 151 encontra polifonias nas explica es sobre heran a de P11 e P12 A produ o de sentido da heran a percorre P12 no sentido de uma heran a de um para o outro Ele explica que o que significa sempre cuid da terra num disprez num vend qui vai passano de um pro otro nos quais est o presentes temas n o marcados P11 j n o escolhe temas n o marcados mas um pronome anaf rico n o indexical em que P11 posiciona o pai e portanto foi posicionado no mesmo ato uma promessa de neto P11 cumpriu e descreve no epis dio da satisfa o na a o da atividade o sentido de pertencimento ao grupo familiar Ele pediu que eu desse um neto a ele Com sil ncio no epis dio P11 explica como est o os netos solicitados pelo pai os cinco filhos t todos se ajeitando J que antigamente todos moravam de junto do av e atualmente cada um tem sua casinha entre a zona urbana e rural Portanto Pll cumpriu a a o da heran a entre as atividades familiares e mudou esta heran a de filhos para a terra o que pode ser visto pelo sentido quando P11 posiciona os cinco filhos vivos e implicitamente se coloca como pai no processo interacional entre a a o cumprida pelo pedido do av
216. es do autor O processo de socializa o das pr ticas culturais que ocorre nas escolas aliado importante da pol tica de planejamento familiar Atrav s desta socializa o pr ticas culturais diferentes entram no jogo de estabilidade e mudan as entre os interlocutores colegas da escola docentes e corpo administrativo Discutimos o acesso educa o superior como forma de cuidado com a melhoria da qualidade de vida portanto os anos de estudos aumentam as condi es substantivas de levar a vida como se quer P32 se posiciona reflexivamente sobre o assunto do acesso escola para pessoas negras e quase ao final do trecho posiciona diferentemente as pessoas brancas mais antigamente era mais Clarinho Compreendemos que P32 se compara s empregadas dom sticas que ao juntarem um dinheiro conquistam o acesso educa o de n vel superior mediada pelo Exame Nacional de Ensino M dio Enem A ascens o educacional a qual trata P32 tamb m foi estudada por Oliveira 2006 em sua pesquisa qualitativa atrav s de narrativas de hist rias de vida Em sua obra o autor trata da ascens o educacional de uma professora negra na qual ela contou com a ren ncia dos pais e irm os na op o estudo versus trabalho quando ela ainda era jovem A ren ncia aos estudos homens e a escolha do trabalho nas condi es de vida das fam lias negras seria como comprometer a pr pria sobreviv ncia al m da cren a social que identifica o hom
217. esquisador Constitui tamb m uma forma explicativa de como a d ade em momento de monologia toma a decis o pela fala sobreposta Barbato Mieto e Rosa prelo Maroni Gnisci amp Pontecorvo 2008 84 As an lises de movimentos n o verbais podem ser enfocadas com o m todo de an lise microgen tica e contribuem para o desafio de observa o Barrios Barbato amp Branco 2012 Valladares 2011 As narrativas de experi ncias do cotidiano de mudan as podem distinguir um epis dio com emo es presentes nos gestos e movimentos entre o participante e pesquisador que s o relevantes para o resultado da pesquisa 85 M TODO Optamos por uma metodologia qualitativa em contexto de comunidade negra rural com a participa o de tr s gera es de tr s fam lias 1 Contexto de constru o das informa es emp ricas A constru o de informa es emp ricas ocorreu em Santo Ant nio de Jesus BA De acordo com o censo do IBGE 2012 a regi o composta por aproximadamente 28 mil domic lios permanentes a popula o total do munic pio de aproximadamente 91 mil habitantes sendo a popula o negra composta de pessoas pardas e pretas de 69 901 pessoas A presen a da Universidade Federal do Rec ncavo da Bahia UFRB tem um significado para comunidade rural em Santo Ant nio de Jesus BA local de intensifica o das pol ticas p blicas devido ao hist rico de suscetibilidades sociais Utilizamos a
218. eu tio na escola para desonrar o bom nome que recebeu da fam lia E reafirma que n o pode acontecer reclama es e nem envolvimentos com esses alunos Mapa Tem tico de P33 Em seguida aos quadros de namoro e paternidade de P33 constru mos o mapa tem tico correspondente Nos posicionamentos eu constru mos os temas do cuidado de si e do outro em Kayr s descrevemos as expectativas de sucessos nos estudos escolares Namoro 214 Na condi o eu P33 construiu os significados sob o tema namoro como s rio bondoso direito Em Chr nos portanto na constitui o do passado presente e futuro na narrativa construiu o significado mantenedor do bom nome que implica em experi ncias significativas em rela o honra honestidade e escola um significado das pr ticas culturais de sua fam lia O significado abandonado no tema cuidado pai se constitui no contexto situacional de estar sozinho nas terras do av paterno ap s separa o dos pais e falecimento da m e Quadro 33 Posicionamento P33 Namoro Junho 2014 P33 Posicionamento Significados Eu Namorado S rio 2 Bondoso E jou s uh n GO Passado Direito be 3 2 255 r B e C Organizado ES O Tas Oto na a S Dao e H Mantenedor do bom nome 9S g 9m a S ko S Ez TS S Presente R honrado Expectativa de E E SZ d 585 2 5 Is O namoro esposa conjugado ao Vos mE og O sc ve 48 N tempo de t rmino do estudo ci E 23 Ds SN Nasa
219. eus pais aos patr es ou a pessoas com maior recurso financeiro como o pr prio P32 para morarem na casa dessas pessoas com o objetivo de terem oportunidade maior n vel educacional Passos 2012 discute a Lei do Ventre Livre que em 1871 constitutiva dos significados da educa o e aboli o como processos paralelos e 268 complementares a educa o era uma condi o para a aboli o do trabalho escravo como instrumento para a emancipa o de escravizados Nos resultados da tese P32 narra epis dio em que passa a juventude na casa de uma fam lia como nas discuss es sobre as atualiza es da Lei do Ventre Livre E falou com o pai mais a m e Que me desse eu pr ficar l a pai falou N o se ele quiser ele fica l ele vai que pertinho Ai eu fiquei l Ai h poucos tempos ia estudar e tudo A eu n o lembro bem que idade foi que eu tava quando eu fui pra l E tamb m a idade quando eu vim de l para c eu n o lembro tamb m Enunciado 86 P32 E nfase adicionada P32 posiciona o pai como respons vel pela decis o de envi lo outra fam lia quando ainda jovem e posicionado pelo pai sobre a possibilidade de escolha da tomada de decis o neste mesmo ato toma a responsividade narrativa pela aceita o do pedido de prestar seguran a fam lia As constru es de informa es de experi ncia de P32 na juventude nesta fam lia se resume a uma unidade de significa o do texto ao descr
220. ever sobre a funda o do Posto de Sa de em paralelo as discuss es sobre a educa o Na promessa de serem educados os jovens escravos eram entregues ao Estado para serem educadas mediante indeniza o ao seu propriet rio Aqueles que n o fossem entregues mantinham se como escravos at aos 21 anos Nem 1 do total foi entregue como descreve Passos 2012 a maioria das crian as nascidas livres de m es escravas ap s 1871 foram educadas criadas pelos senhores de suas m es e n o necessariamente a partir dos padr es educacionais que os debates em torno da proposta da Lei do Ventre Livre essa pr tica cultural continua intensa at depois da aboli o e para um estado com maior contingente de popula o negra a Bahia A entrega dessas crian as ao Estado poderia causar problemas de ordem financeira s fam lias e burocr ticas ao governo Imperial pois exigiria o disp ndio de enormes recursos 269 para a indeniza o dos senhores al m de que n o disporia de institui es em n mero suficiente para receb las A educa o de crian as livres era foco da instru o para o trabalho de car ter religioso A escola destinava se aos cidad os homens livres aos libertos e valia tanto para a educa o de crian as como de adultos A Leide 1837 Decreto 1854 vetava as escolas e aos cursos noturnos o acesso aos escravos com a seguinte regulamenta o S o proibidos de frequentar as escolas p blicas primeiro tod
221. evistas para alguns componentes do movimento negro os quais possuem experi ncias de pesquisa em entrevistas em quilombos no qual o resultado se constitui em objeto de estudo para a Psicologia Foram realizadas muitas revis es para a linguagem em uso no quilombo com liga es intergeracionais da culin ria afrodescendente palavras do cotidiano dos jovens na capoeira a vida agr cola a religi o do candombl e da umbanda das parteiras para o nascimento dos filhos e o tempo contado a partir das festas de S o Jo o ocasi o em que termina o plantio anual as crian as entram de f rias nas escolas e auxiliam os pais nas colheitas as pessoas trocam presentes pagam d vidas financeiras anuais agr colas e dan am ao redor das fogueiras com fogos de 98 artif cio Este processo de degrava o durou seis meses Teve in cio em Julho 2014 per odo no qual o pesquisador estava na pesquisa de campo e foi finalizado em Janeiro de 2015 As grava es das entrevistas e hist rias de vida na ntegra foram transcritas de acordo com o tempo de ocorr ncia das narrativas dos participantes em intera o com o pesquisador A unidade de an lise foi a enuncia o com foco na produ o de sentidos individuais e intergeracionais relacionados ao planejamento familiar Ap s a transcri o foi feita uma sumariza o ou descri o de cada sess o de entrevista Utilizamos o conjunto das entrevistas individuais como texto nico e tamb m os grupame
222. familiar foram vistas como interfer ncias no padr o familiar por Santos e Freitas 2011 que apontavam para 258 necessidade de novas pesquisas qualitativas que considerassem as narrativas dos participantes em fam lias na cidade de Santo Ant nio de Jesus Utilizamos a produ o de sentidos intergeracional dos participantes sobre o planejamento familiar com o foco na constitui o familiar no tema paternidade em diferentes cursos de vida Na velhice os sentidos constru dos por P11 P21 e P31 s o de participantes do n mero de filhos de seis 14 e 17 filhos seguran a m tua entre pai e filho batalhador com a fam lia Conselho de fam lia honroso no sustento da fam lia Os estudos de Assis e Magalh es 2006 pp 206 211 sobre os significados de honra preced ncia e honra virtude enfatizam no homem respectivamente a imagem de si e a observa o do outro sobre si Os estudos sobre a honra ligam se ao seu ant nimo nas no es de ser constrangido humilhado ou ainda perder seu rosto p blico na posi o de cabisbaixo O significado de honra na perspectiva cultural direciona se pessoa social virtude vergonha e a reden o logo s concep es religiosas conforme explica Brown amp Levinson 1987 A honra como self ser diferente em diferentes culturas e nos interessam os limites do territ rio da personalidade do conte do p blico de si relevante na identifica o como tamb m necessida
223. ferentes graus de complexidade Observamos em nosso estudo que o contexto de pesquisa tamb m se constitui um artefato de media o entre o pesquisador e o participante em v rios momentos da entrevista A discuss o do ambiente como con texto produzido em diferentes ocasi es situacional a escolha daquele lugar de entrevista e n o outro na intera o do participante com o 281 pesquisador lingu stico na indexicalidade de qualquer atividade da l ngua no seu uso cotidiano assim como nas sequ ncias conversacionais em que eventos focais s o relacionados ao seu contexto com descreveu Auer 1998 e Barbato Mieto e Rosa prelo Em P12 por exemplo foi observadas as diferencia es da din mica de produ o de sentidos na entrevista narrativa em um c modo em sua casa em rela o a epis dica realizada na ro a pertencente fam lia No primeiro contexto de entrevista a casa possui paredes que n o se encostam ao teto diminuindo a individualidade adequada ao proposto para a entrevista O pai a esposa filhos e amigos conversavam em outros c modos da casa a televis o permaneceu ligada durante algum tempo na sala Nessas condi es P12 conversou com frases curtas que sempre finaliza com s isso mesmo alguma coisa mais nos temas sobre a vida estruturada experi ncias na inf ncia o trabalho para si e para os outros e as economias poss veis na zona rural Conversamos sobre a possibilidade de mudan as do local da ent
224. ficados em eventos narr veis compostos tamb m por incoer ncias Quando desencadeadas as incoer ncias d o lugar a uma nova condi o que requer reflex o ou a o do pesquisador e dos interlocutores para a negocia o dos significados As respostas a essa condi o levam s sequ ncias epis dios e conclus o da intera o 36 Nos di logos as quebras comunicativas tamb m podem ocorrer a partir das idiossincrasias em rela o aos significados dos interlocutores no coletivo de sistema de atividades Uma das explica es plaus veis sobre as din micas dos di logos em curso disparam formas simples associativas conceitos coletivos abstratos e gerais na intersubjetividade significados de momentos de estabilidade relativa agrupados como se formassem uma cole o composta por diferentes objetos unidos um ao outro em intera es no presente passado e perspectivas futuras A estabilidade relativa dos significados se refere ao deslocamento fluido e fugaz da dialogia para a monologia que evidencia focos de perman ncia transi o e mudan a Barbato Mieto amp Rosa prelo A quebra no di logo evidencia monologia pela desintegra o dos conceitos coletivos comuns ou sendo convencionalizados no di logo mudangas de significados das palavras nos enunciados Formam se enunciag es em que o interlocutor A produz o enunciado direcionado pelo tema ao objetivo do encontro finalidade g nero textual n veis de linguagem formal inf
225. gica entre pessoas no cotidiano da microcultura familiar com for a motriz para forma o de novo paradigma socioecon mico mas ao mesmo tempo pode destruir recriar isto atualizar em diferentes graus as institui es familiares estabelecidas no antigo paradigma Schumpeter 1985 62 A comunidade significa as mudangas socioecon micas em ciclos cada vez menores quando comparados relativa estabilidade dos anos 40 no que diz respeito aos costumes com os novos f rmacos anticoncepcionais Nos anos 60 no Brasil j se observava o crescimento da p lula nas farm cias com alto componente de horm nios e v rias contra indica es ainda pouco comercializada para as camadas mais pobres Mesquita 2008 Ventura 2004 Mesmo com as caracter sticas farmac uticas a p lula era sin nimo de transforma es sobre a garantia do estado brasileiro da inviolabilidade do corpo desobedi ncia civil ao C digo Penal Brasileiro em que a esteriliza o era crime de les o corporal e definia como ato il cito o an ncio p blico de subst ncias destinadas gravidez de 1940 vigente at 1979 As inova es incrementais nas varia es de dosagens de horm nios na p lula possibilitaram as mudan as sociais de libera o dos costumes discuss es sobre o prazer e se intensificaram com a produ o em larga escala do f rmaco com produ o de mudan as econ micas importantes a compra do local da planta da f brica os valores de isen o
226. gistro do filho pouco reconhecimento s e gi E E de si como criador do filho revolta do pai menor E i 2 S S S escuta do filho aos conselhos paterno sentimento de E E E z 5 Bb c diminui o em rela o declara es de menor amor 8 E 9 50 E lt c ao pai pelos filhos em rela o aos tios maternos gog E 8 E Conviv ncia com os filhos mediada pela justi a 9 E E o gt Q S surpreso pela tristeza aparente vista pela enfermeira e 2 E e 9 7 DA 2 taxista pelo nascimento do filho Eb amp E gt 8 Des EPET ETEF SEERELESSES s599gmg Outro filho Indiferente Pouca conviv ncia Ai n Kayr s Ai n Kayr s Heranca Mapa tem tico P32 Quilombo Alto do Morro 212 Entrevistas Junho 2014 Conselho O casal que casa tem que ter tudo pian jndo Conselho o mese Imposto Vigia de quarta pode N o pode aos zoa para Paga si pr prio P peg carro longe P comp P cri No P cumversar Chegando em casa a sempre tem que ter Vive Dinheiro Vende P pag uma pessoa Pela Tarde Tarde Judiava a gente Trabalhava ise Pea Botava pra trabalhar Estudava m Tinha Ta fazer Ter coisa p d conversa Deixava no mato Batia nos filhos Era Difcil 1 Tem que Vacinar L Tem Proteger Que Proteger 4 Eu digo Era O mode os pais dizer cunversar Num Da 5 praticar Tinha gostava de ter
227. gora n o pega um centavo de ningu m enunciados 58 62 P31 NJ As narrativas s o compostas por situa es em Kayr s do planejamento familiar nos temas de paternidade e cuidado Uma das situa es est relacionada ao filho de um amigo desaparecido em Gandu que descrito por pessoas que lhe reconheceram como filho de O O amigo encontrou o filho desaparecido lhe beijou fez a barba e trocou lhe as roupas enunciados 550 570 P31 E Aos 77 anos P31 declara que bem atendido pela enfermeira do Posto de Sa de com os seguintes servi os afere a press o arterial pergunta de sua sa de sobre medica o e indica as consultas P31 gostaria de n o precisar desses servi os enunciados 400 a 412 P31 E Mapa Tem tico de P31 Em seguida aos quadros de namoro e paternidade de P31 constru mos os mapas tem ticos compostos da hist ria de vida de P31 utilizando a entrevista narrativa e epis dica Em Kayr s constru mos um pent gono para simbolizar como a busca por educa o auto regula alguns significados Ao posicionar o outro constru mos o tema de cuidado do outro e de si nas experi ncias educacionais dos filhos na escola e na tradi o do quilombo No tema de paternidade P31 enfocamos a hist ria do filho pr digo vivenciado por amigos na mesma posi o do cuidado do outro e de si 202 Namoro Na posi o eu P31 construiu os significados sob o tema namoro na posi o eu filho com poucas lembran as sobre o casamento
228. ha m e tam m faliceu Cheguei Passei na Estudava no Nasci Puxava mais a corda dos filhos Casei com O Filho mais o pai andava seguro matar a fome AT vai passando Alimento 123 Carregava Os irm os na rede 124 Caso P12 Sum rio das entrevistas O participante P12 conta que ele e a esposa sempre quiseram ter os filhos e at hoje eles vivem juntos felizes o que significou como sem brigas enunciado 291 P12 E Na poca conheceu a esposa ainda menina agora av de duas netas e assim a vida vai continuando enunciado 59 P12 E Come ou o namoro com sua atual esposa do qual se referiu como a figura enunciado 92 P12 N na cidade de Laje utilizando a estrat gia de bebida de licor no S o Jo o para vencer sua dificuldade no in cio do relacionamento Namoraram tr s meses a figura engravidou e assim foram morar na casa dos pais de P12 mudando se em seguida para a casa cedida pela sogra na cidade de Laje Antes conheceu outra menina e apaixonou se por ela na juventude mas ela n o o queria enunciado 127 P12 E Namorava na casa de farinha onde os jovens interagem enquanto raspam a mandioca As intera es n o constitu ram condi es para o casamento e o participante deixou o namoro na casa de farinha A ele ficou interessado por outra a sua esposa e foi a que aconteceu o que ele sinalizou como a vinda dos primeiros filhos Da ca
229. ho Observador do conselho de fam lia honroso com o casamento no sustento e manuten o da fam lia Passado C Eresente Eu pai Respeitoso da autonomia do outro para doar alguma coisa participante do conselho de fam lia Choro pela sucesso no encontro em Gandu do filho desaparecido Futuro N eri f O Amor aos filhos indiferente de ser menino ou menina S Dor pela morte de nove filhos como rato Eu av Pouca reclama o com os netos e bisnetos Orienta es aos filhos e aos netos Honrado respeitado pelos filhos com obedi ncia apesar da idade triste pelo homic dio do genro comerciante Estrutura familiar Outro filho Filhos fracos vergonhosos Batalhadores Outro pai Arranjo conjugal com tr s mulheres para a cria o de 53 filhos pouco em casa mais na ro a e sa da para ca ar Burro coitado pobre das letras Tentativas sem sucesso de mudan a social Prontid o para o trabalho Diarista para sustento da fam lia Coragem ao trabalho Confian a no trabalho como possibilidades de conquista de bens materiais Prontid o coragem para o trabalho Diferen as das horas todas que passava na ro a na Trabalhador na ro a por horinhas poucas na velhice juventude e adultez Ai n Kayr s Ai n Kayr s Paternidade 2 205 Neste quadro cruzamos os significados do tema da paternidade com a heran a familiar que se constitui de recebedor
230. i assim quer dizer que eu trabalhei e derramei assim o suor pa construir ela QUE O CARA ASSIM P construir ela nem tava assim solteiro eu nem tava no casamento fiz essa casa Demorou pra fazer ela eu sei ela num uma casa boa mas demorou pra fazer Trabalhamo pa fazer essa casa a eu fiz A quer dizer que Eu Pensava assim depois que eu fiz meu deus P e P32 sentam em cadeiras marrons pr ximos um ao outro numa cozinha ao lado do fog o de lenha frente um pouco afastado dos dois tem uma mesa com um cuscuzeiro e um copo met lico em cima forro bege P32 est de bermuda branca perna esquerda cruzada com o tornozelo sobre a direita m os sobre o joelho esquerdo blusa de frio jeans desbotada com a cabe a inclinada com o olhar em dire o ao ch o enquanto que P se encontra de blusa branca do grupo de pesquisa SAED UFRB cal a preta coxas cruzadas contr rias a P32 Na explica o O que marcou P32 busca contato visual com P desliza a m o esquerda at a base do tornozelo esquerdo que est cruzado sobre a perna direita enquanto que o pesquisador se mexe na cadeira e busca contato visual com P32 Em um movimento de abertura do peito retirando o olhar do pesquisador em dire o do foco do olhar acima da c mera colocando um pouco acima da mesa descruzando as pernas e abrindo a blusa de frio jeans mostrando a camisa esporte verde de listras brancas na altura do t rax
231. ia torna se precisa e ao mesmo tempo flex vel e capaz de adaptar se a cada etapa do trabalho em campo O uso de diferentes m todos permite pessoa deslocar se de um sistema de express o qualquer que seja e entrar em zonas alternativas de sentido subjetivo em rela o quela que concentrava sua aten o em outro instrumento Essas alternativas de uso de instrumentos artefatos diferentes que adentram as zonas alternativas de sentido subjetivo podem possibilitar a constru o de pol tica p blica sens veis s diferen as culturais E neste momento em que escrevemos esse texto a respeito da produ o de sentidos intergeracional est o em curso mudan as intersubjetivas na linguagem contextual em produ o pelos participantes al m de mudan as no curso de vida dos participantes e tamb m no curso das nossas vidas Devido variante lingu stica local foi 291 necess rio um cuidado maior na transcri o havendo v rias degrava es das mesmas falas dos participantes Este estudo clama por abordagens da pol tica p blica sens veis s diferen as culturais para a diminui o das desigualdades sociais da popula o no uso dos direitos humanos As abordagens sens veis cultura requerem flu ncia cultural familiaridade com formas de como as culturas funcionam e mediam as intera es humanas assim como as maneiras eficientes de trabalhar com elas Essas abordagens que consideram o funcionamento do humano mediado pela cultur
232. icional expressa significado anaf rico ou indexical pode ser simb lico ou convencional No sil ncio impl cito dispensa se o locutor da responsabilidade pelos ditos provenientes dos tabus em que existem temas inteiros dos quais n o se falam como na enuncia o de P12 sobre a morte do irm o conforme an lise microgen tica do Kayr s da fam lia e quadro de cuidado de si e do outro correspondente P12 O corpo j ia j pra enterrar como indigente a a gente soube essa not cia a eu perdi esse irm o Pesquisador Esse um assunto que voc gosta de comentar P12 N o 286 Pesquisador Voc quer falar de uma outra pessoa ent o P12 N o s foi esse mermo 27 58 28 17 Enunciado 180 190 E P12 nfase adicionada Na an lise microgen tica o organismo o corpo de P12 se enrijece ao tratar sobre o assassinato do irm o como tamb m a an lise de P11 e P13 Em respeito privacidade de P12 o pesquisador questionou sobre o seu interesse por essa conversa e em seguida P12 fez sil ncio O sil ncio impl cito produz sentidos que se sobrep em produ o de sentido do sil ncio intencional no sil ncio decorrente da intencionalidade da preserva o da pessoalidade A ordem de apresenta o dos fatos que aparecem nas din micas de produ o de sentidos se constitui de intencionalidades e sil ncios Outro modo de apresenta o consiste em n o se posicionar frente completude ou coer ncia do en
233. idade Junho 2014 P12 Posicionamento Significados Eu Pai Interesses em filhos Insucessos no namoro E D g o8 dS aconteceu vieram os filhos encerrou Pai SE o V E 2 B Z g e i ZZ S o Na c C presentes nos fins de semana educa o de coisas 5 2 5 a E E O og E H 2 Suas5 US m ugs R certas aos filhos e netos sem palavr es e uso da 2 js S sS E 9 E 29 I Es amp o Qa c o d Oo A e E a s RC o H e A e Passado televis o simula o de choro dos irm os Esocctufo og i N We E eE RrASDE g solicita o da m e ES doses LS SE z Presente O D udugcooo8tZss E E S SSELLsECEsaS 5 qe Futuro MESSSEADANTDO ES am Outro esposa S e D oq Su B A D cS Se q So ro S O EFE cc FE Q Ai n Kayr s Ai n Kayr s Mapa tem tico P12 Quilombo Alto do Morro 131 Entrevistas Junho 2014 Eu n o brincav muito com os pai Lavava prato no rio Tomava surra cip Pegava pit no muzu Trabalhava na roga com meus p tomava surra cip Eu brincava muito S o cinco homens e uma mulher A gente trabalhava na ro a no jegue ajudou S o 5 irm os Foi dirrubano e prantano Destrui o para a Foi assassinado Carregava raspava famili Ta economizando A pesso chegando aid Vai diminuindo mais aquele ritmo da juventude Camcgava crescendo mandioca e laranja
234. idado sobre as Doen as Sexualmente Transmiss veis DST Na interpreta o da enfermeira chefe o homem dif cil ir unidade de sa de enunciado 12 E pois eles preferem pagar uma consulta na cidade e ter a receita enunciado 22 E Quase nenhum dos homens se dirige enfermeira para as conversas sobre a sa de sexual e reprodutiva assuntos mais presentes nas consultas com os m dicos com menor frequ ncia nas consultas em rela o enfermaria Alguns procuram as enfermeiras para o controle da press o arterial no Hiperdia Programa de Controle da Press o Arterial 112 Entrevista com o Agente Comunit rio do Alto do Morro Segue a entrevista com o agente comunit rio da comunidade do Alto do Morro Quadro 6 An lise de conte do tem tico da entrevista com o agente comunit rio do Alto do Morro Julho 2014 Temas Detalhamento Consulta pr natal mais com a Planejamento familiar enfermeira s especifico pra mulher informa es da especificidade por m dico por todo o mundo Maior frequ ncia do homem ao posto a Homem partir dos quarenta at por que interior exame Triagem de informa es sobre viol ncia dom stica Inexist ncia de sistema de informa es sobre a sa de do homem Solicita o por preservativo A recep o Adolescente na casa pelos adolescentes Vacina de campanha espec fica para aquela pessoa privacidade para conversas ntimas brincadeira na distrib
235. ient ficas eram a constru o de zonas de aproxima o microcultura do produtor rural em momentos de negocia o do seu produto com sucessivas fases de busca s 4hs da madrugada Os justes na 87 concentra o da aten o na observa o do aqui e agora s o restri es s audi ncias para n o perder de vista os incidentes de onde e com quem os dados seriam constru dos Dessa forma os feirantes direcionaram o pesquisador a um grupo de pessoas negras as quais falavam de forma que poucos entendiam Eles moravam em uma regi o com apelido de Iraque o Alto do Morro As conclus es foram que somente os homens negros com viv ncias em locais ou comunidades isoladas rurais atendiam aos crit rios de escolha que s o disponibiliza o de nove homens em fam lias rurais com tr s gera es vivas Encontramos significados desses isolamentos no processo de adoecimento provenientes dos insultos piadas e brincadeiras individuais grupos com aspecto de brincadeiras dos outros moradores da comunidade pelo modo de sobreviv ncia das fam lias que inclu am varia es lingu sticas capoeiras participa o em religi es e culin rias de matrizes afrodescendentes 88 Delineamento metodol gico Participantes Foram convidadas tr s fam lias moradoras no munic pio de Santo Ant nio de Jesus no Estado da Bahia Estas fam lias foram contatadas no ponto de encontro mais comum do munic pio a Feira Livre Os crit rios de inclus o
236. indicadores na palavra retornei e na fala N o quis mais nada com ela n o 197 gente j nunca se entendeu assim sabe Quem se separou Por um tempo que a m e se separou Sim mai meu pai Foi nesse tempo ai fui morar em Amargosa minha m e morava em Amargosa Rapai isso foi ni em dois mil Jfoi em 2002 foi em 2002 Tem quantos ano Tem Doze ano n Doze ano Doze ano separado j risos Tem gra a n o Fui fui morar J fui morar mais minha m e sabe ai fiquei por l cresci um pouco sai fora vim morar aqui meneia a cabe a levanta a m o acima do ombro e joga a m o frente do rosto ligeiramente acima num movimento da m o para fora do corpo para falar Num quis mais nada com ela n o Morei com ela mermo Ao final da fala num quis mais nada com ela n o P23 aperta a m o uma na outra A fala Mas morei com ela mesmo mas nunca interviu nisso tamb m n o acompanhado de movimentos de afirma es com a cabe a corpo balan ando encurvado contato visual com pesquisador P pergunta se nessa poca de sete anos de idade quem se separou com a m o esquerda sobre a perna esquerda dedo indicador em movimentos de apontar frente pergunta repetida por P23 meneiando a cabe a afirmativamente levanta um pouco a cabe a buscando contato visual com P balan ando o corpo e dizendo que a m e se separou Na fala
237. ios Exemplificamos com a narrativa sobre o que pensa a enfermeira sobre o homem no quilombo significado de reprodutor heterossexual Oh meu Deus Em cada esquina em cada esquina Aqui Filho do vizinho parente de n o sei quem Eu sempre costumo dizer assim Gente o reprodutor aqui deixou a semente e nunca vai sair n at eu se eu n o fosse ligada eu acho que eu saia daqui j com s um pensamento de voc s saia daqui ligada porque aqui tanto parente que voc nem imagina enunciado 3 E nfase adicionada Essas cren as e valores mediam os servi os de aten o sa de popula o do Alto do Morro e as atualiza es dos significados nas narrativas v o gerando e sendo geradas por uma moralidade que vai sendo internalizada at eu se eu n o fosse ligada A enfermeira posiciona o outro a partir desses significados No documento da pol tica de sa de para o homem h discuss es sobre a promo o da sa de na intera o entre os atores sociais no contexto situado social e cultural diferentemente de se considerar apenas um como paciente nos servi os de sa de e o profissional isento culturalmente como em Sasaki e Ribeiro 2013 e Rodrigues e Ribeiro 2012 Nestes aspectos entendemos o planejamento familiar em atividades de promo o de sa de nos conflitos negocia es e idiossincrasias que promovam a cultura da paz em intera es na fam lia entre policy makers e participantes im
238. is da constitui o da prole pelo homem pela mulher ou pelo casal A es educativas e ou preventivas de assist ncia concep o e contracep o atendimento pr natal parto puerp rio e neonato constituem o 20 sistema de atividades do planejamento familiar Lei 9263 de 1996 que regula o artigo 7 da Constitui o Federal MS Brasil 2002 Diferenciamos a reprodu o social Mesquita 2008 da reprodu o humana para marcarmos o planejamento na microcultura familiar e interlocutores dessa pol tica p blica Na reprodu o social descrevemos o planejamento familiar como regulador da fecundidade e na reprodu o humana consideramos a constitui o social e afetiva da fam lia nos formatos diversos na cena contempor nea F res Carneiro 2010 que inclui ter filhos ou n o como veremos adiante nesta tese A constitui o social e afetiva da fam lia a constitui o familiar o processo que constitui as formas de conviv ncia da comunidade composta por qualquer dos pais e seus descendentes mesmo que n o viva no mesmo domic lio Lei 9278 de 1996 que regula o artigo 226 da Constitui o Federal e o C digo Civil no artigo 1 723 Senado Federal 1996 Alguns estudiosos como Mariz amp Zornig 2011 e Santos amp Fortes 2011 interpretam a constitui o familiar como constitui o ps quica a responsividade do outro na forma o ps quica de si isto a atividade de cuidado pelo outro compreende a pes
239. isco de vida como em Santo Ant nio de Jesus BA em que as mulheres dos homens negros s o as que mais morrem por gravidez parto e puerp rio s o t o pouco protegidas pelas pol ticas p blicas como est tamb m o marido companheiro homem negro Apesar de que essa pol tica p blica marca a mulher na fam lia a partir do primeiro filho medicaliza o da sa de sexual e reprodutiva com todos os mal estares dos contraceptivos mulher As pessoas ativas nas pr ticas culturais intergeracionais possibilitam observar as atualiza es de polifonias no contexto rural que se direcionam aos posicionamentos individuais e familiares relativos participa o destes homens no planejamento familiar Ao estudar as temporalidades nos temas do planejamento familiar observamos que nas narrativas 293 o presente passado e futuro se alteram contraem ou expandem conforme cada poca ou sociedade modificando se tamb m a maneira como s o vivenciadas Constitui es familiares e de si s o lembradas como experi ncia o passado atual heran a do passado que se realiza no presente A produ o de sentidos do planejamento familiar presente dos participantes se comp e da heran a do passado do que foi poss vel realizar como tamb m do espa o da experi ncia do que se concretiza no presente e das reflex es sobre o cuidado de si e do outro na constitui o familiar As expectativas das gera es no planejamento familiar visam ao futuro
240. ise de tipo padr o de dados de formas mais interpretativas que identifica padr es de temas hist rias e teoriza a linguagem como constitutiva de sentido e significado social Braun amp Clarke 2006 Nessas tradi es de an lise desenvolvemos mapas de 70 posicionamentos e tem ticos com a composi o do self no tema nas dire es da responsividade narrativa nos processos de constitui o de si do outro e do mundo Estudamos tamb m os mapas de associa o de ideias como trata Spink 2013 p 98 mapa cognitivo de representa o de mundo poss vel de rela es meio fim como trata Bruner 1991 p 92 e O Keefe e Nadel 1978 o genograma conhecido como mapa da estrutura familiar em Carter e McGoldrick 2008 e Santos e Freitas 2011 mapas sem nticos a partir das palavras e suas fung es no texto de significados e sentidos em Barbato Mieto e Rosa prelo e Fuzer e Cabral 2010 Em nosso estudo o foco dos mapas est na sistematiza o do processo de an lise de pr ticas discursivas busca dos aspectos formais da constru o lingu stica da dialogia e monologia impl cita na produ o de sentidos Barbato Mieto amp Rosa prelo Neste estudo a an lise ocorre na imers o do conjunto de informa es das entrevistas deixando emergir os sentidos sem encapsul los em categorias previamente definidas Na an lise tem tica dial gica privilegia se o confronto entre sentidos produzido nas intera es e a interpreta
241. isual com P Ao final desta ora o toda sua musculatura em especial dos bra os enrijece o olhar fixa no pesquisador P repete a frase de P12 sobre cadeia e caix o com os mesmos gestos mas com sentido contr rio com cadeia pra baixo e caix o pra cima 156 A 25 54 a 25 59 Aqui no Rio Verde mermo tinha um Irm o meu que se envolveu com as droga a os colega veio e mataro ele por causa de neg cio de d vida de droga e perdi um irm o meu mundo das droga num presta n o 26 18 a 26 25 S isso mesmo P Nesse dia que as pessoas vieram mataram seu irm o voc tava aqui pra proteger seu irm o A N o n o foi aqui n o foi em S o quando 157 perguntando se P12 conhece algu m que foi para cadeia ou pro caix o e busca novamente o contato com P12 Na resposta de P12 Aqui mesmo tinha um irm o meu o olhar distante ereto frente desfaz o entrela amento das m os mexe todo o corpo remexe na cadeira voz entrecortada pelas palavras e com antebrago sobre as pernas em pequenas batidas leva o punho direito na m o esquerda aberta espalmada Antes do final da pergunta do pesquisador P12 entrela a a m o com mais for a e estala alguns dedos tira a m o da posi o anterior e segura as costas da m o direita com a esquerda com for a vai segurando de dois em dois dedos depois segura os quatro dedos a m o direita solta da m o esquerda a m o direita gira so
242. iticos com IBGE 2012 IBGE cidades O Brasil munic pio por munic pio On line Dispon vel em www ibge gov br Iedema R 2003 Multimodality resemiotization extending the analyses of discourse as multi semiotic practice Visual Communication 2 1 29 57 Imber Black E 1994 Os segredos na fam lia e na terapia familiar Tradu o Batista D Porto Alegre Artes M dicas Jahoda G 2012 Critical reflections on some recent definitions of culture Culture amp Psychology 18 3 289 303 Dispon vel em www periodicos capes gov br 301 Kennedy D amp Kohan W 2008 Ai n Kair s and Chr nos Fragments of an endless conversation on childhood philosophy and education Journal childhood amp philosophy 4 8 5 22 Dispon vel em http www periodicos proped pro br index php childhood article view 296 Keske H I 2006 Aventuras da significa o Bakhtin e Eco procura do signo deslizante Intertexto 1 14 1 14 Dispon vel em www periodicos capes gov br Kont podis M 2007 Human Development as semiotic material Ordering Sketching a Relational Developmental Psychology Critical Social Studies 9 1 5 20 Dispon vel em http ojs statsbiblioteket dk index php outlines article view 2082 0 Laplane A L F 1997 Intera o e Sil ncio na Sala de Aula Tese doutorado Universidade Estadual de Campinas Faculdade de Educa o Programa de P s Gradua o em Educa o Campinas Lar
243. ivas composto de liberdades pol ticas poderes sociais e condi es de sa de educa o b sica e fomento s iniciativas como trata Sen 2000 e na Psicologia se comp e de idiossincrasias como tamb m do esfor o da mudan a coletiva de previs o colaborativa como tratou Engestr m 2009 Portanto as solu es para o sentimento de abandono de P33 sem considera es para as varia es de desigualdade tnico racial sazonalidade dos produtos agr colas como tamb m as quebras de comunica es que tornam mais complexa as discuss es sobre a pens o de alimentos como nas narrativas dos participantes do Quilombo do Alto do Morro P32 e P22 nos enunciados de P21 O significado de abandono se assemelha ao de desamparo incerteza e aus ncia de garantias advindas da intera o outro eu nos estudos de Santos e Fortes 2011 O problema do Estado a solu o individual de pens o de alimentos da quest o da diferen a entre g neros no Brasil sem considera o para a posi o do Estado na pol tica de repara o das desigualdades de g neros O Estado assim perpetua uma estrutura desigual de oportunidades sociais para os negros como as desvantagens educacionais 265 Alguns autores como F res Carneiro 2010 e Robles e Castro 2005 estudam que o Estado na certeza de bem estar dos filhos nos processos de supera o litigiosa solicita judicialmente a supera o dos antagonismos sociais Por m os relatos dos entrevistados esclarec
244. izar as narrativas que permitem o acesso do pesquisador aos posicionamentos do participante nos relatos de vida Os padr es de desenvolvimento com pessoas em intera o na circula o de significados intergeracionais diferem entre a zona rural e urbana e exigem diferentes posicionamentos outro eu e eu mim para a sobreviv ncia como observamos nas atividades agr colas financeiras educativas e dom sticas As pessoas nessas intera es constituem micro revolu es que ocorrem nas mudan as de sentido desencadeando uma corrente de novas transforma es incoer ncias entre as a es e atividades di rias da pessoa Certeau 1998 Marques 2009 Ainda nessas intera es as cren as dos planejadores de pol ticas p blicas para as diferentes fam lias incluindo as rurais interferem no tipo de constru o do contexto para o atendimento s fam lias locais Nas pesquisas que realizamos Santos 2011 Santos amp Freitas 2011 observamos processos de socializa o diferenciados do meio urbano n veis de intera es entre as pessoas que dada a singularidade da experi ncia humana circulam significados de modo diferente entre o meio urbano e rural Landini 2015 p 293 Rogoff 2005 Neste estudo enfocaremos o planejamento familiar de homens no meio rural a partir das din micas de explica es de si em narrativas Estudo de base etnogr fica entrevistas individuais abertas epis dicas enquanto instrumentos metodol gicos mediam
245. l tica p blica Plano Nacional de Sa de Integral do Homem garante o exerc cio da sexualidade em qualquer idade o que significa assegurar as condi es de escolha por ter ou n o filhos MS Sa de 2009 Em rela o velhice como ocorre com P21 observamos que as pr ticas culturais de constituir sexualidade s o dimens es do curso de vida intergeracional subjetiva afetiva e relacional assim como s o as experi ncias amorosas narradas por P21 e P23 nas quais nestas experi ncias n o aconteceram a gravidez O ficar mencionado no Plano 242 Nacional de Sa de Integral do Homem o que pode evidenciar experi ncias amorosas sexuais eventuais MS Sa de 2009 Visto isso a produ o de sentidos intergeracional de P21 a P23 das a es narradas em arrumar mulher e em pocas subsequentes ficar com mulher indicam poss veis reverbera es polif nicas das experi ncias sexuais do av e seu neto A negocia o do n mero de filhos presente na Lei de Planejamento Familiar artigo 1 e tamb m no Plano Nacional de Sa de Integral do Homem item 5 6 p gina 20 n o foram mencionadas em suas narrativas dos pais de P32 e nem nas pr ticas culturais do agente comunit rio de sa de enunciado 9 19 E Nos estudos que realizamos os significados do planejamento familiar para o agente comunit rio tem o foco na mulher no uso de medicamentos contraceptivos consultas pr natal com o m dico e com a enferm
246. la assim E a gente quando acaba o neg cio de samba dela agente tentava botar o neg cio em p ele num ficava E ele vinha botava e ficava Enunciado 232 P31 E nfase adicionada A pr tica religiosa era constitu da de festas anuais com datas espec ficas que traduziam a festa da comunidade Alguns significados da pr tica religiosa foram tecidos nos enunciados de P23 sobre a comida t pica da culin ria africana e pr tica do samba atualizada para a realidade brasileira como uma atividade da pr tica religiosa e a o das pessoas nas fam lias no momento de culto S o Cosme e S o Dami o Rapai caruru eles fazem de vatap com quiabo Desenrola meio mundo de festa e muito caruru sabe Todo o tempo E a samba de terreiro samba Meio mundo de samba Enunciado 371 380 P23 E nfase adicionada Al m do trabalho dos homens as crian as brincavam com a realidade gazeteira do povo como trata Certeau 1998 com as desigualdades sociais entre negros e brancos presentes nas quais alguns eram levados carregados por outros e as m os segurando as redes que levavam essas pessoas Os movimentos de ir e vir dos brancos e negros foram retratados nas narrativas de P11 sobre as brincadeiras das crian as no s culo passado 1920 a 1930 de levar os colegas nas costas em redes com paus 278 As brincadeiras sempre a gente usava pegava um peda o de pau e fazia o jeito de uma rede amarrar uma corda e fa
247. lado e outro para o outro l e c pai e m e e o significado do apre o e aten o do pai com P23 Na constitui o do tema da estrutura familiar foram constru dos os significados de dos primeiros empregados aos atuais como trabalhos intensos e sem carteira assinada Quadro 25 Posicionamento P23 Paternidade Junho 2014 P23 Posicionamento Significados Eu Pai Expectativas de um filho com a primeira namorada desafinado inten o por quatro filhos responsabilidade da mulher experi ncias como padrasto dos filhos de C com boas conviv ncias familiares S mbolo da casa na constitui o familiar Passado Presente noOoZORTA Estrutura familiar Futuro Outro pai Separa o da m e um para o lado e outro para o outro l e c pai e m e de boa diversifica o do trabalho borracheiro agricultor pecuarista olho Trabalho e renda sazonais Varia o do pre o da feira demais lasqueira avulso a dia assinada de meio mundo dei o pau para ver o caco sangue no Organizador de carga primeiro trabalho aos doze anos trabalho frete dia duro sem carteira brabo de enxada intenso pau proporcional ao n mero de pessoas Ai n Kayr s Ai n Kayr s 181 Paternidade 2 Neste quadro cruzamos os significados da paternidade em rela o heran a familiar que se constitui de recebedor de doa o da terra em vida pelo famili
248. le n o tivesse os deveres sociais da comunidade para com a terra assim como ele teve e n o conseguiu seguir nos estudos como queria Poderia parecer dial tico para uma fam lia rural quilombola mas n o para P32 a permiss o ao filho que prossiga no caminho educacional sem as dificuldades da vida na ro a com limita es conjuga o entre o trabalho rural e a inten o de estudar Assim inicialmente P32 n o queria ter filhos mas j que teve pretende que a cultura agr cola que passa por ele n o seja obst culo para que seu filho estude Quando vai ver o filho P32 cobra dele uma postura agr cola e dialeticamente se sente bem quando v os resultados do estudo do filho e as possibilidades que ele possa alcan ar Pr ximo ao filho as solicita es tendem a continuar as mesmas demandas que o seu pai lhe confiara na mesma idade o trabalho na terra come ar a fazer uma rocinha iniciar a constru o da casa pr pria um cone de casamento um s mbolo na zona rural de que a atividade educacional se encerrou para a aquela pessoa vide o estudo de caso de P32 P32 observa que tem algo que n o faz os descendentes avan arem na educa o escolar o sonho do pai como o trabalho dos filhos na ro a desde a inf ncia os poucos recursos que recebe pelo tanto que se trabalha na ro a a vida cotidiana da ro a que n o proporciona o desenvolvimento escolar do estudante Portanto P32 n o quer passar os ensinamentos de pai para P33
249. les dezesseis a exemplo de P12 e esposa que tomavam licor de Jenipapo numa festa de S o Jo o Morou com o pai dele muito tempo onde teve os primeiros filhos A produ o de sentidos intergeracional do namoro para a fam lia P1 A produ o de sentidos de namorar para os participantes da fam lia P1 o certo voc ter sua companheira em casa enunciado 205 P11 E conta sobre o namoro de antigamente Para tanto posicionou as mulheres como ativas no namoro enquanto ele posiciona se reflexivamente dar uma namoradinha enunciado 205 P11 E elas encostavam ni mim p gente dar uma namoradinha Mai era de cadinho em cadinho Mudan a de tempo nos processos existenciais entre presente e passado com enunciado entre cortado de sil ncios na constru o cooperativa da conversa sobre o ato de namorar com mudan as de sentido do tempo e do espa o como tamb m em P12 E epis dio do modo de namoro em P12 surge na entrevista E ap s a mudan a do local da entrevista a ro a distante do contexto dom stico da casa No quarto escuro com luz parede meia no qual pesquisador e participante faziam 143 mudangas na conversa com base no que ouv amos do outro lado da parede Assim acordamos em construir um lugar privativo do di logo o que se deu no espa o da ro a do pai P12 conta sobre os namoros que constru ram o sentido de homem e de pai A produ o de sentidos de quando se interessa por outra pessoa
250. lhos nos av s evidenciamos indica es de outro fen meno ps quico a quebra de significados na gera o pode desfazer os v nculos maternos e paternos e constituir modos diferenciados de cuidado nas gera es ascendentes A aposentadoria dos mais idosos mant m as a es de cuidado com os netos auxiliando na compra de materiais escolares alimenta o compra de roupas portanto do sustento de si da fam lia e dos netos Contudo aposentadoria vem significado o medo pela viol ncia na comunidade Alto do Morro como narra P11 P21 e P31 A primeira viol ncia a aus ncia de pol ticas p blicas de promo o da cultura da paz de distribui o dos benef cios sociais adequados a quem mais precisa como tratou P31 P22 e P11 O motor cortou esse dado aqui e a fui l fazer uma per cia A quando eu cheguei l o Sr PM disse voc vai descer l no INSS mas voc vai ganhar dois meses de trabalho E a vim embora COM QUINZE DIAS eu vou passando l na feira Que eu gosto de comprar um uma foiazinha a tava comprano uma salsa oiei o doutor PMI assim rapaz Eu disse doutor Ele disse E a rapaz tudo bom Ficou bom Eu disse A pulso ele tamb m ficou quieto Ele disse Que apulso como Eu digo sim porque n o tem quem mande eu n o tem quem eu pe a para faz eu tem que faz as coisas apulso Ele disse T certo E a fim de papo Mas eu s recebi foi dois m s ela n o aprovou eu p
251. limentos reivindicador dos direitos propriedade Trabalho pesado na inf ncia em idade escolar intenso cansado na ro a resid ncia com a produtor rural para o consumo manuseio eficiente de ferramentas agr colas Dificuldades com as limita es do planejamento familiar na zona rural sem posse tempor ria pelo separa o conjugal segunda esposa comerciante na feira livre Outro filho Indiferente Pouca conviv ncia Ai n Kayr s Ai n Kayr s Paternidade 2 211 Neste quadro cruzamos os significados do tema da paternidade com a heran a familiar que se constitui de recebedor de doa es de terras em vida educado no tratamento aos mais velhos o nome recebido da fam lia procedimentos medicinais da comunidade Quadro 32 Posicionamento P32 Paternidade Junho 2014 P32 Posic Significados Eu Filho Menino pequeno sem ajuda Vergonhoso de conversas e proximidades com o pai Casa suor S E e E E Passado derramado solteiro ongo f S 2 C Casamento o cantinho e a inj ria sos B js E Du E Presente H BocsET S EiBRE E SSB SSB gt l SS cosgEsSSESE moo oo Eu RES Su Futuro N Eupai Nascimento de tr s filhos inten o de apenas um a S x O Preocupa es com os filhos tentativas de di logos Se 2 S com os filhos pai por momentos diminuidor das S 7 g gt atribula es Aconteceu vieram os filhos Sentido gt E 2g 8 El 3 de pai pelo re
252. lmo o na colheita de cacau O cora o chega a bat enunciado 223 P11 E na condi o de observador sobre si na situa o ao pisar numa arrudia de pico de jaca e direcionar o epis dio passado para o presente O participante constr i um enunciado sobre a observa o de si na situa o eu tomei um choque enunciado 128 P11 N pois quando vi saiu uma arrudia de pico de jaca enunciado 128 P11 N A ren ncia do participante ca a com o pai se encontrava em sair de madrugada para ca ar e pisar em uma rudia de pico de jaca enunciado 229 P11 E cobra venenosa enunciado 122 P11 N bote certo enunciado 122 P11 N valente enunciado 126 P11 N o monstro enunciado 128 P11 NJ ronca igual uma pessoa dormindo enunciado 128 P11 N uma coisa s ria enunciado 128 P11 NJ No epis dio P11 conta que Eu pisei ele durmindo enunciado 223 P11 E quando eu io pu ch o enunciado 223 P11 E ca enunciado 223 P11 E tinha tem um rapaz mais eu enunciado 223 P11 E a gente tava colheno cacau enunciado 223 P11 E Encontra se em intervalos o jogo entre presente passado e futuro to 116 vendo aquilo suspender enunciado 128 P11 N eu j pisei por riba de um pico de jaca enunciado 128 P11 N o caso de pisar numa arrudia de pico de jaca enunciado 229 P11 E Ai pisei na moita do capim gordura quando pisei to vendo a vi aquilo suspender assim a cobra como reflexo do espa o
253. m a n o NAQUELE tempo n o n o tinha bolsa fam a ainda na poca A n o receberam n o 1 28 52 a 1 28 56 TINHA poucas escolas EU mesmo estudava TINHA uma escola na ro a assim A gente estudava na ro a MAS na naquele tempo n o tinha n o tinha bolsa fam a como tem agora n o AGORA sempre miorou mai por p a m e de fam lia n miorou RECEBE bolsa fam lia O governo deu essa essa ajuda ESSA ben o 1 29 28 a 1 29 40 Enunciado 303 305 P11 N nfase adicionada 254 Nas narrativas os participantes falam de outros casos de indisponibilidade da pol tica p blica constitutivos de condi es substantivas para o planejamento familiar conforme indica o Programa do Planejamento Familiar do Plano Nacional de Sa de Integral do Homem MS Sa de 2009 o Programa Fome Zero o Programa Brasil sem Mis ria e o lema P tria Educadora Nestes epis dios narrados sobre os programas sociais observamos atentamente assim como Certeau 1998 a liberdade gazeteira das pr ticas culturais a incredulidade do povo diante do firme prop sito da ordem dogm tica mudan as ainda que m nimas que garantem formas de mobilidade da ordem estabelecida como as transforma es do povo do Quilombo do Alto do Morro em que parece se conformar com o estabelecimento de direitos promulgados e ao mesmo momento n o ofertados e as microrresist ncias presentes na ativa a o de discuss o pol tica na feira livre nos bares na
254. m lias de sua rea adstrita Tamb m encontramos as marcas da pol tica p blica correspondente na delegacia da cidade na qual o Agente de Seguran a P blica respons vel pelos dados relativos viol ncia na rea urbana rural apenas possui os dados da rea urbana Da rea rural ele somente possui os dados da viol ncia domestica de homens contra mulheres diferente dos dados de viol ncia intrafamiliar poss veis na pol tica p blica da Lei n 11 340 Maria da Penha Podemos at pensar que os dados recolhidos pelo agente comunit rio constituem as estat sticas do Agente de Seguran a P blica Outras evid ncias foram identificadas mas como o gravador estava desligado n o ser o relatadas Geralmente comunidades afastadas do grande centro s o alvos de bullyng verbal pelas diferen as culturais que podem variar da comida l ngua falada em cidades com significados coletivos mais tradicionais O documento da pol tica p blica de aten o integral sa de do homem aponta a viol ncia como uma vis o de causa e 257 efeito v tima e agressor a qual compromete a vis o integral que o pr prio documento sugeriu anteriormente MS Sa de 2009 O diagn stico da viol ncia e da sa de contribui com os fatores fisiol gicos portanto v rios graus de doen a mas pouco descreve o homem na intera o dos contextos institucionais artefatos pr promo o de sa de mediados pelos recursos do meio ambiente ar puro os parqu
255. m o uso de bebidas alco licas e drogas que em muitos casos estigmatizam e promovem exclus o social no Brasil 110 Entrevistas com profissionais de sa de Alto do Morro 2014 Os resultados das entrevistas com a enfermeira e o agente comunit rio de sa de do Alto do Morro e regi es vizinhas tendo como ch o as informa es da lei do planejamento familiar 1996 e do Plano Nacional de Aten o Integral Sa de do Homem indicam os seguintes temas Quadro 7 An lise de conte do tem tico da entrevista com a enfermeira Posto de Sa de do Alto do Morro Julho 2014 Temas Detalhamento Homem na Pouca procura pela enfermaria em zona rural assuntos sobre o planejamento familiar foco nos servi os m dicos servi o de informa o dos Agentes Comunit rios de Sa de atendimento em casa ou onde ele esteja Aus ncia de homossexuais na zona rural Pai com a esposa na consulta pr natal Pai vergonha de ser examinado homens parceiros da mulher companheiro respons vel pelo controle do planejamento familiar participantes das palestras Exames de pr stata Exame de Hiperdia Exames hipertens o arterial diabetes DST soro peri dicos positividade AIDS testes espont neos E atende em cada dia da semana uma unidade das quatro que comp e as ofertas de sa de do Quilombo Alto do Morro com os servi os de puericultura pr natal preventivo e Programa de Controle da Press o Arterial Hiperdi
256. m os filhos quando estes eram pequeninos por m os filhos n o tinham a inten o de brincar com seus pais P12 por exemplo gostava de assistir aos jogos do Brasil na Copa do Mundo e no S o Jo o comer amendoim cozido plantar milho e fazer canjica Hoje P12 ainda est trabalhando como P11 P13 quer brincar mais antes de come ar a trabalhar Na inf ncia havia ocasi es em que P13 ia para a quadra jogar bola com o av que gosta muito de bola P12 como o seu av gostava de ca ar O av acordava de madrugada chamava P11 para ca ar mas quem gostava mesmo era o neto P12 P13 hoje brinca de bicicleta entre a rua de casa e a pra a da prefeitura Seu pai P12 lembra que andar de bicicleta ter sa de P11 n o fala que o pai o surrava mas que n o era bom ca ar 147 enunciado 116 P11 N Por m mesmo contra a vontade de seu pai ele ia ca ar e t o logo o seu pai morreu ele disse que acabou a influ ncia do pai sobre o neg cio de ca a enunciado 118 P11 N A produ o de sentidos intergeracional para a fam lia P1 sobre a paternidade A produ o de sentidos dos filhos para a fam lia Pl na hist ria de vida de P11 P12 e P13 Ao iniciar a entrevista E com P11 o pesquisador explicou que na conversa ele seria colocado na condi o de pai filho e neto nas condi es P13 explicou que alguns colegas num quer casar enquanto outros dizem de quatro filhos ou nenhum P13 posiciona se com um casal ao
257. ma diferen a entre esta situa o e as outras direciona a nfase oral ao descrever a vida como clandestina sem ter direitos a nada dormia debaixo do caminh o trabalhava de gra a para os outros at mesmo para os pais Os epis dios de surras e seus sentidos recorrentes foram a surra pelo fogo na casa enunciado 22 205 P12 E a imposi o que ele batesse em outros irm os enunciado 220 226 P12 NJ as surras de cip vermelho porque nadava no rio enunciado 34 40 P12 E na considera o de que a surra do fogo foi a nica N 205 P12 E n o receber recrama es hoje sempre t por perto ajudando eles enunciado 205 P12 E na corre o dos filhos enunciado 274 P12 N bateu nas costas da cobra com pau da ch cara de lima enunciado 286 P12 NJ batia chuva em P12 quando dormia debaixo do caminh o enunciado 18 20 P12 E ao bater chuva no adobre ele derrete enunciado 29 35 P12 E bate o milho no liquidificador para fazer canjica enunciado 157 P12 E Mapa Tem tico de P12 Na sequencia da exposi o de quadros de P12 constru mos o mapa tem tico correspondente que se constituiu nas discuss es realizadas pelo pesquisador com aorientador do refinamento cont nuo decorrente das etapas anal ticas Decidimos por n o representar a posicionamentos outro pois P12 na nossa compreens o est no presente como o adulto da fam lia respons vel pela estrutura familiar A responsividade narrativa nas entrevistas fo
258. mas em cursos de vida que se constituem na hist ria Mudan as repentinas e profundas em uma vida pessoal s o empiricamente observ veis embora muitas vezes esquecidas em teorias e pesquisas do mainstream Valsiner amp Rosa 2007 p 569 Mensagens conflitantes ambiguidade e mudan as s o encontradas nas sociedades mesmo nas mais simples e tradicionais pois os grupos se formam em processos heterog neos no embate entre sincronia e diacronia Valsiner amp Rosa 2007 pp 244 253 Volosinov 2006 pp 73 81 A pessoa realiza a constitui o de si ao integrar experi ncias como biografia e autobiografias nas narrativas de hist ria de vida v g Harr amp Langenhove 1998 Ressignifica es de si e da cultura dos outros e institui es em meios que os mant m como sistemas relacionais din micos e abertos ambos criando e em cria o instituindo e institu do direcionam linhas argumentativas sobre as transmiss es dos valores entre as gera es e o desenvolvimento no curso de vida A compreens o sobre os avan os sociais e culturais da sociedade n o se explicam pela heran a biol gica no planejamento familiar 24 pois a sele o natural n o procede o suficiente para explicar o r pido desenvolvimento das nossas capacidades cognitivas ao longo dos ltimos 250 mil anos Bakhurst 2005 A cultura forma um tecido de significados que as comunidades e sociedades acumulam atualizam e transmitem sobre o qual se estrutura o me
259. mbran as em sequ ncias narrativas de epis dios vividos autorizam significados em correspond ncia a lembran as da convers o do candombl ao batismo na igreja protestante na mesma data em correspond ncia ao casamento de pessoas que eram meninos como seus filhos presentes na cerim nia ao n o casamento da filha menina na poca da foto e no dia da entrevista estava em audi ncia de paternidade do seu filho e neto de P12 no f rum da cidade Cada atualiza o dos significados adiciona a import ncia lembran a novas marcas de emo o e ideologia Barbato Mieto e Rosa prelo Volosinov 2006 como observado com espanto medo e neg cio brabo Compreendemos significados ressignificando como a produ o de sentidos que muda de contexto a contexto de pr tica cultural a pr tica cultural de um evento de uma pr tica cultural para a pr xima em rela es dial ticas de espirais de significados em atualiza es constantes do sentido de si v g Bakhurst 1991 Barbato Mieto amp Rosa prelo v g Iedema 2003 Ainda utilizando o exemplo de P12 o si mesmo constru do na rela o semi tica e dial tica entre aspectos coletivos e individuais no momento do di logo P12 narra como uma pessoa particular e tamb m como voz da fam lia de progenitores que na comunidade podem ser adeptos do candombl e da institui o religiosa protestante como tamb m da fam lia amigos institui es em que participa e nesse embate e na neg
260. mento no discurso Na superf cie deste discurso se insere a quest o do poder de s ntese pois o texto um tecido de cita es para se explorar a complexidade e heterogeneidade dos materiais discursivos que se interseccionam na produ o textual Bruner 1991 e nessa viola o coopera o de conven es e conversa es se formam significados Essa forma o ocorre tamb m pelas reverbera es em que o discurso permite o momento da reflex o entre conflitos e negocia es entre os interlocutores Silveira 2012 A tens o comunicativa pr pria da dial tica dos discursos direciona a microcultura a construir no es de sentido que se formam nesses processos din micos das intera es Volosinov 1976 Desse modo a dinamicidade da linguagem a presen a de elementos translingu sticos nos intertextos e os sentidos dos discursos narrativos nem sempre pertencem a esta gera o e assim s o geradas mudan as de sentidos numa mesma gera o e entre gera es Nessa dial tica h uma semioticidade expressa em pequenas mudan as de nomes pr prios denomina es e lutas que se ritualizam contra as formas conhecidas L tman amp Uspenskii 1981 em que os s mbolos marcam as novas pr ticas culturais Isso quer dizer que os seres humanos no jogo sist mico fluem da homogenia da obedi ncia com base na opacidade da consci ncia em dire o negocia o que varia da hegemonia do poder heterogenia o lugar da Agathotopia
261. mento que vai terminar descendo com a m o direita dos olhos at encontrar o antebra o direito com a coxa direita encontrando com a m o esquerda sobre a coxa esquerda nas m os encostando uma na outra na frente e os olhos entrecerrados Na fala depois de feita M o esquerda faz um movimento circular a frente dele de busca at encostar atr s da nuca descendo sobre o peito 231 An lise microgen tica P33 em Kayr s da fam lia Enunciado 141 P33 N J L na escola 4 seg Rapai meus colegas que eu tenho l s o de classe assim de estudo Os colegas que eu ando num de bagun a assim o colega mermo que eu ando num de bagun a Num apronta assim na escola S o desses que estudam mesmo nunca assim aprontou nada nunca bixin assim da escola baguncei nunca A entrevista acontece em uma sala com paredes verdes ao fundo h uma janela coberta por uma cortina branca e uma planta na quina do c modo P33 e P est o sentados lado a lado em um sof de dois lugares branco Ao lado h uma almofada um ventilador preto uma planta e um aparelho de televis o enquanto que frente h um vaso com um buqu de flores em cima de uma mesa de centro preta e reflexiva P33 est com as pernas entreabertas com as m os entrela adas corpo ligeiramente curvado para frente olhando para o papel que P carrega com as orienta es da entrevista Quando o pesquisador est perguntando sobre a escola P33 olha p
262. mo indexicais da responsabilidade narrativa do participante Outras marca es 99 foram do ele ela como pronome anaf rico sem for a indexical e a gente n s eu voc n s eu ele n s eu eles com for a social e anaf rico ao mesmo tempo e pronomes que indicavam quando o processo reca a sobre o pr prio sujeito Indicamos o voc como direcionamento do interlocutor para um discurso mais informal Compreendemos o ato de se posicionar identificando se era de pessoa a pessoa ou na intera o com a constitui o narrativa da microcultura se a pessoa se posicionava reflexivamente ou se cada posi o o outro posicionado pelo mesmo ato Na narrativa enfocamos tamb m a constru o de um espa o intersubjetivo do sil ncio direcionado espera da responsividade do outro como tamb m o jogo polif nico das vozes intergeracionais que constitu am a narrativa Identificamos se os sil ncios compunham confrontos com o pesquisador ou eram colaborativos na constru o de significados se o sil ncio na condi o de liberdade de falar calava o outro ou se posicionava como limite a outros posicionamentos do pesquisador se havia condi es impl citas de produ o de sentidos Desencadeamos outro procedimento a partir do contexto da pesquisa de campo o que tornou necess ria a an lise de documentos da pol tica de planejamento familiar e do Plano Nacional de Sa de Integral do Homem para a composi o do ch o da produ o
263. mo um artefato marca poss vel da produ o de sentidos na intersubjetividade A es marcam a cultura e a cultura conforma a a o em um ciclo de significados micro discursivos As marcas sociais culturais e hist ricas comp em o sistema de atividade coletiva Engestr m 2006 2009 que se desenvolve em cada pessoa pela apropria o do fazer espec fico de atividade de sua comunidade atrav s da inicia o em um modo de vida Bakhurst 2009 A hist ria dos seres humanos se constr i nesses sistemas que sinalizam novas direcionalidades e assim as marcas nos discursos narrativos indicam as transi es na hist ria de vida de uma pessoa Nesse sentido as a es se referem s pessoas conscientes agindo de momento a momento mediadas por artefatos em intera o com o contexto institucional familiar e que se direciona ao sistema de atividades da comunidade A atividade feita pela comunidade com implanta o da divis o de trabalho que se guia por motivos Bakhurst 2009 Engestr m 2009 Os constituintes da atividade n o s o fixos mas podem mudar dinamicamente quando as condi es contextuais e intertextuais mudam Nessas atividades a es cada vez mais ricas isto mais coerentes do que a pr pria exig ncia dos motivos da atividade superam o c rculo de atividade e passam a contradizer os motivos geradores que formam as crises que se abrem para novos motivos objetivos a es e conhecimentos Engestr m 2006 Assim a
264. mo viveram unidos os irm os e pai de P21 Nesta perspectiva de possibilidades concretas da uni o P21 narra que s vezes haviam alguns desentendimentos negociados a partir da interven o dos pais nas rela es dos 162 14 filhos obedientes s ordens paternas Conta que no in cio do casamento aos dezoito anos de idade n o foi moleza criar os 14 filhos concomitantemente s viagens ao sul da Bahia em busca de trabalho livre trabalho na subsist ncia ao plantar mandioca lutar com farinha colher laranja para aguentar o sustento da fam lia enunciados 742 751 P21 N enunciados 13 26 P21 NJ P2 narra que aos dezoito anos ou menos o namoro vergonhoso dos namorados de antigamente era mediado presencialmente pelo pai m e e fam lia na sala enunciado 64 P21 E Diferencia do namoro atual em que os filhos se sentem livres para beijos e abra os em frente aos pais A paquera naquele tempo era com sorrisos e inten es na troca de olhares enunciados 330 332 P21 E Na posi o que coloca a vida como sofrida P21 perdeu pai e irm os numa rapidez enorme o que lhe produziu o sentido de estar sempre juntos mesmo na morte Ele estava para morrer tamb m v rias vezes de pr sta enunciado 798 P21 N da mordida de barbeiro enunciado 798 P21 N da cobra verde nas fazendas do sul da Bahia enunciado 798 P21 NJ pelo marido da amante que morava na Rua Cobra Verde pr ximo rodovi ria enunciado 798 P21 NJ na sua pr pria casa qu
265. mulher a experi ncia do momento de prepara o ao casamento bem como a respeito das estrat gias do homem para fazer o pedido de namoro a calma da vida de casado o namoro como prepara o da vida adulta para receber a heran a dos pais como a mesa de P31 que pertenceu aos av s no per odo p s aboli o da escravatura peda os de terras a ro a para os descendentes Para P12 P22 e P32 que viveram suas experi ncias de vida na nova lei que permite maior rapidez de uni o e separa es amorosas os significados do namoro constituem as diferentes inten es por ter filhos a constru o desconstru o e reforma da casa como s mbolo da constitui o afetiva da fam lia novos arranjos conjugais como morar com os pais depois de casado sofrimentos com as separa es amorosas a vergonha da conversa com os pais Nos estudos de Assis e Magalh es 2006 p 206 o significado da vergonha se relaciona a honra dos pobres e dos humildes de afirma o de si e da observa o coletiva dos outros Nesta tese entendemos o significado da vergonha como contr rio inf mia na defesa de um conjunto de parentes amigos e vizinhos com reverbera es da micro sociedade 238 como do Quilombo Alto do Morro em posicionamentos eu namoro e outros a respeito deste significado As experi ncias de namoro de P13 P23 e P33 tecem significados das separa es amig veis o ficar tempo de namoro de estudos de S o Jo o dos coleg
266. n vel em www centroedelstein org br Spink M J P amp Gimenes M G G 1994 Pr ticas discursivas e produ o de sentido apontamentos metodol gicos para a an lise de discurso sobre a sa de e a doen a Revista Sociedade e Sa de 3 2 149 171 Dispon vel em www scielo br Sobral A 2008 O Ato Respons vel ou Ato tico em Bakhtin e a Centralidade do Agente Estudos Lingu sticos Londrina 11 1 219 235 Dispon vel em www periodicos capes gov br Sousa M A 2011 Desenvolvimento humano com contexto do voluntariado interfaces com a tica e a sustentabilidade Tese doutorado Universidade de Bras lia Instituto de Psicologia Programa de P s Gradua o em Processos de Desenvolvimento Sullivan P 2010 Vygotskian Dialectics and Bakhtinian Dialogic Consciousness between the Authoritative and the Carnivalesque Theory Psychology 20 3 362 378 Dispon vel em http tap sagepub com content 20 3 362 full pdf 308 Suplicy E 2007 O direito de participar da riqueza da nag o do Programa Bolsa Fam lia Renda B sica de Cidadania Revista Ci ncia amp Sa de Coletiva 12 6 1623 1628 Dispon vel em www cienciaesaudecoletiva com br Teixeira Filho F S 2010 Os segredos da ado o e o imperativo da matriz bioparental Estudos Feministas Florian polis 18 1 241 2611 Thompson P R 1992 A voz do passado Hist ria oral Trad Oliveira L L Rio de Janeiro Paz e Terra Dispo
267. n vel em www periodicos capes gov br Thompson P R 1993 A transmiss o cultural entre gera es dentro das fam lias uma abordagem centrada em hist rias de vida S o Paulo Hucitec Anpocs Thurler A L 2012 Paternidades como pr ticas pol ticas Revista jur dica da presid ncia Bras lia 14 702 117 138 Dispon vel em www2 planalto gov br Tisseron S amp Harshav B 2002 Family secrets and social memory in Les adventures de Tintin Yale French Studies 1 102 145 159 Dispon vel em www jstor org UNFPA CEPAL 2011 Juventud afrodescendiente en Am rica Latina realidades diversas y derechos in cumplidos Bras lia UNFPA CEPAL 70 p http www eclac cl celade noticias documentosdetrabajo 0 45610 informe afro pdf Valladares J T 2011 La situaci n dial gica microgen tica uma estrategia de trabajo em el aula universit ria Revista Electr nica Actualidades Investigativas em Educaci n 11 1 1 20 Dispon vel em http www revistas ucr ac cr Valsiner J amp Rosa A 2007 The Cambridge handbook of sociocultural Psychology Cambridge Cambridge University Press Valsiner J 2004 The promoter sign developmental transformation within the structure of dialogical self Paper presented at the Symposium Hubert Hermans Convener Developmental aspects of the dialogical self ISSBD Gent July 12 2004 1 23 309 VanderVen K 2011 The Road to intergerational theory is under construction a c
268. nas a es altern ncias de temas entre marcas textuais e posi es anaf ricas que finalizam o epis dio com outros sil ncios raspadas de garganta risos A hist ria que teceu foi P31 relatou o n s os irm os e primos tudo novo com uma for a arriado no diabo o que identificou como a vontade de aprender enunciado 81 P31 N de tomar aula enunciado 113 P31 N de assinar o nome enunciado 58 P31 N Posicionou o surgimento de uma um Mobral l com a professora uma mul uma senhora int casada enunciado 81 P31 N Posicionou ele e os primos que come aram a pegar o E deu o seguinte enredo hist ria Mai risos xi risos enunciado 81 P31 NJ Posicionou uma nova personagem na hist ria a tia em briga com o pai reposiciona os sobrinhos e filhos Esse menino muderno larga do sai do meio dessa mulher P p p p p p Tira esses meninos de l Enunciado 113 P31 NJ E aqui e agora posicionou o pai que se 1 quando soube da hist ria recolheu logo a gente Num fica um Os meninos na nova posi o tiveram que sair do Mobral n o puderam pegar o O pobre do P31 ficou burro sem saber de nada Enunciado 81 P31 N A situa o que n o se completou o pegar o se repete em P32 com atualiza es O pai em nova situa o a partir da hist ria dizia Mar como meu Deus que vou ficar com esse minino tudo burro sem saber de nada pior do qu
269. nciados responsivos No entanto como processo din mico observam se quebras de significados coletivos incoer ncias que se dirigem a incompreens es na conversa contradi es nas diferentes l gicas do pensar desintegra o dos conceitos que podem indicar transi es no curso de vida Vygotsky 1994 Volosinov 2006 ou contradi es nas l gicas do pensar provenientes por diferentes pr ticas culturais entre as a es pessoais e as atividades em andamento em torno das normas sociais Eventos de incompreens o entre interlocutores s o marcados por inconsist ncias na continuidade de sentido Apesar das incompreens es serem estudadas por alguns linguistas como incoer ncias da pessoa no discurso Mey 2009 Possenti 1996 n o o s o para este estudo uma vez que estando relacionadas s forma es discursivas em intera es s o pr prias ao processo de contextualiza o no contexto situado pessoal e intersubjetivo Auer 1995 As incoer ncias no discurso em intera es exp em aspectos que podem estar ocultos aos interlocutores v g Bruner 1991 como rela es macro sem nticas por exemplo transmitidas culturalmente e utilizadas para fins de estrutura o da informa o textual Bentes amp Leite 2010 p 262 As sequ ncias se caracterizam como unidades textuais compostas de conjuntos de enunciados Existem res duos sedimentares de sequ ncias enraizadas nas pr ticas culturais e hist ricas de circula es de signi
270. ncias comp em temas podendo dar pistas das pr prias posi es A situa o de conflito cultural est acess vel pr pria pessoa como experi ncia A pessoa transparece com poucos valores sociais aplic veis situa o em que o self n o consegue ser t o inventivo para o mim o quanto determina a necessidade da situa o A pessoa avalia os dilemas tentando solucion los enquanto a situa o vai desencadeando a reflex o cr tica sobre a produ o de sentidos para desenvolver valores pessoais al m de aplicar a posi o moral que recebe o voc direcionado ao eu dos interlocutores volta posi o moral de processo de imputa o de pessoalidade individualidade como 42 refer ncia de perman ncia de significados bem como de fixa o moral dos narradores Rosa amp Blanco 2007 Pode se sentir a vertigem de indetermina o ou a emo o de liberdade e de poder tamb m sentir o peso da responsabilidade ou mesmo o medo de culpa A pessoa tem de ir desenvolvendo novos recursos em autoria do pr prio self e assim tornar se remodelar o pr prio self de acordo com as circunst ncias vividas Ao refletir fazendo se agente ator e autor na formata o do pr prio self ent o estar no caminho de se tornar uma pessoa eticamente respons vel Rosa Gonz lez amp Barbato 2009 Rosa amp Blanco 2007 Neste texto os posicionamentos do self a posi o criada no espa o tempo intersubjetivo da intera
271. ng Psychology in a World of Change Editorial Europe s Journal of Psychology 8 4 511 514 Dispon vel em WW periodicos capes gov br Gergen K J 2014 From Mirroring to World Making Research as Future Forming Swarthmore College 300 Gil I L C 2010 Processos comunicativos de uma crian a com Paralisia Cerebral no contexto escolar Tese Doutorado Universidade de Bras lia Instituto de Psicologia Programa de P s Gradua o em Processos de Desenvolvimento Humano Gil G 2007 Reflexiones sobre el poder las jerarqu as y la teor a social entrevista a Maurice Godelier Av Posadas 10 0 135 145 Gomes J B 2003 O debate constitucional sobre as a es afirmativas In Santos R E amp Lobato F A es afirmativas pol ticas p blicas contra as desigualdades raciais Rio de Janeiro DP amp A 15 57 Halbwachs M 2006 A mem ria coletiva 1 Ed S o Paulo Editora Centauro Harr R amp Langenhove L V 1998 Reflexive positioning autobiography In Positioning theory moral contexts of intentional action Oxford Blackwell Publishers Harr R Moghaddam F M Cairnie T P Rothbart D amp Sabat S R 2009 Recent Advances in Positioning Theory Theory Psychology 19 1 5 31 Dispon vel em http tap sagepub com content 19 1 5 abstract Hollanda B B amp Ribeiro R 2011 Entrevista com Maurice Godelier Revista Estudos Pol ticos 2 1 2 20 http revistaestudospol
272. nificados Eu Bom demais o tempo de namoro com M PME M e Ea 8 d o Namorado tempo de S o Jo o tempo de crian a 5588 2 E Ee o o 59 Passado tempo de forr tempo de estudos Bpocsud og E S5 E e i i O of tr N C pequenininho perturbado nu cabrunco Bod E E 9 S 2 Big O S ES 2 E i x D 4 0 T H traquino depois tempo de retorno O gg 2 548 E Sa e n Om t ugB8 amp Hnu EB5dg 9 Presente R Santo Ant nio de Jesus bondoso 23 E Ss E Dom Eg S o Z 5 v tg SG Y e o A O honesto construtor violinista nos bares b E E ZB PSD B S E z a als po N em Salvador namoros aventureiro as 9 E A 2 eag Quan amp 8 g BE g P O ei O cantadas o ficar separa es sem ses g S e eg8gsegm amp S o A E Futuro S sofrimentos lembran as saudades do e 9 B 2589 E Sg Q E 3 E id e A em grande amor e do viol ozinho im gt E d SS E Esse 2 o E Es par X Go 3 e E 1 Outro pai Inten o da uni o da fam lia separa o 3 9 3 Y 5 o SW eg b e amp Q Q sofrimento intenso e a gt SSSSELIsSTESTSDES ASSSSKSARSOATAS E Ai n Kayr s Ai n Kayr s 180 Paternidade 1 Na condi o eu P23 construiu os significados do tema paternidade na expectativa de um filho com a primeira namorada no qual se constitui como desafinado boas conviv ncias familiares como padrasto e com a inten o no futuro por quatro filhos Na condi o outro pai P23 narra a separa o da m e um para um
273. no enunciado 145 porque eles t m receio de vim pegar aqui conta A sobre a situa o dos adolescentes na visita ao Posto de Sa de para pegarem camisinha o que interpreta como eles tendo uma imensa vergonha enunciado 125 A cad o preservativo Traz l para gente enunciado 133 Na produ o de sentidos as brincadeiras constroem jogos e piadas em conversas sobre a reprodu o sexual da comunidade do Alto do Morro 114 A formac o das fam lias no quilombo Nas entrevistas buscamos identificar as situa es preferenciais do participante ao enfatizar em cada gera o polifonias na fam lia e monofonias nas narra es ordem que o participante quer dar aos epis dios nas narrativas e sua produ o de sentidos de a a import ncia dos filhos na hist ria do pai b o namoro como cuidado de si e do outro na media o do planejamento familiar e a constitui o da fam lia Realizamos uma sumariza o das situa es preferenciais da fam lia nas quais as narrativas dos participantes e em seguida da fam lia foram analisadas como texto nico Nos quadros demonstrativos os significados similares s o colocados na horizontalidade e os diferentes na verticalidade Fam lia 1 Quilombo do Alto do Morro Caso PII Sum rio das entrevistas O participante P11 pai de P12 e av de P13 narra que foi criado na ro a enunciado 8 P11 N Ele declara que venceu a batalha do dia a dia entr
274. ntavo num tirar uma coisa do lado do terreno do outro a num ser com autoriza o Intendeu isso que eu quero bem mas teve outra coisa que eu n o encontrei Encontrei col gio encontrei nada Mai ficou eu naquela lembran a V ali Enunciado 62 P31 N nfase adicionada P31 observou que para aumentar os ganhos do sal rio ter escolaridade era importante Desta forma ele passou para filho e neto os significados da educa o O filho sabe ler e escrever mas ainda n o conseguiu atingir o n vel educacional devido a fatores de racismo presentes naquela regi o em sua poca estou na sexta s rie Entra a professora a sai uma entra outra para ensinar enunciado 99 P33 N nfase adicionada E dificil para uma pessoa da nossa cor ter uma universidade assim morando aqui onde morava enunciado 43 P32 NJ nfase adicionada P33 aos dezesseis anos mesma idade em que o av tentou estudar conforme an lise microgen tica de P31 est na sexta s rie uma s rie a mais que o seu pai cursou P32 n o 272 tinha mais s ries a cursar na zona rural e as condi es econ micas n o eram favor veis s fam lias quilombolas Mesmo assim P33 discute a batalha cotidiana de continuar na escola frente aos desafios de outros colegas e dos tios que cuidam dele depois da separa o dos pais e o posterior falecimento da m e A perspectiva de P32 que s haveria possibilidade do filho cursar uma faculdade se e
275. ntes Conforme indicado no estudo de caso de P13 as drogas s o as pessoas que no t m bem sa de e ficam inventando todo tipo de drogas Enunciado 334 350 P12 E A concretiza o das drogas a materializa o da droga que passa da reflexividade sobre o artefato pessoa humana o tio de P11 e irm o de P12 Na condi o de pai de P13 P12 narra que teve um irm o que se envolveu com as drogas nos caminhos entre a cadeia e o caix o entre processos materiais e emocionais P12 reconstruiu o momento da morte do irm o mataram o irm o por causa de d vidas relacionadas s drogas Entre as experi ncias P12 disse que n o gosta de falar do irm o assassinado enunciado 179 187 P12 E Seu irm o o ajudava com as atividades na ro a Assim o pesquisador convidou P12 a mudar de assunto enunciado 188 P12 E durante a entrevista uma vez que no local de entrevista tinha se pouca privacidade P12 conta sobre o trabalho dele e dos irm os na ro a Eles carregavam raspavam prensavam a mandioca e levavam para casa de farinha No outro dia iam cessar a farinha e torravam na P11 n o diz diretamente da morte do filho mas constr i a narrativa sobre gente p ee atrapalhada que roubam vivem bestando n o trabalham Que antigamente no tempo do pai n o se ouvia falar Enunciado 86 94 P11 N Para tanto posicionou o pai e o tempo no 141 mesmo ato No tempo de meu pai a gente andava e era dif cil a gente diz
276. nto Em seguida descrevemos a metodologia que se comp e do contexto das informa es emp ricas e o delineamento metodol gico considerando os participantes a escolha das fam lias os instrumentos materiais e procedimentos Na se o seguinte descrevemos os resultados com as observa es do pesquisador an lises do discurso pragm tica microgen tica e as tem ticas Na se o seguinte realizamos a discuss o sobre a constru o de dados e as teorias que possibilitam novos insights sobre a pesquisa de campo e contribui es para as conclus es da tese na se o seguinte Esperamos que este estudo auxilie na constru o de produ o de sentido avan os te ricos da intera o em Psicologia com contribui es para a compreens o das pr ticas culturais intergeracionais sobre o planejamento familiar Nesse contexto situado esperamos que a pol tica p blica modifique o ambiente para uma participa o maior do xviii homem com identifica o de aspira es e do processo de intera o dos membros da fam lia e assim avance no desenvolvimento de a es de sa de p blica com rela o ao planejamento familiar 19 INTRODUCAO O objetivo deste estudo analisar a produ o de sentidos individual e intergeracional de homens em rela o ao planejamento familiar Para alcan ar este objetivo identificaremos significados e posicionamentos individuais e intergeracionais mediados pelas hist rias de vida com o foco em
277. ntos de entrevistas por n cleo familiar para an lise intergeracional Os textos foram recortados de acordo com os temas e sentidos a interpreta o do participante sobre o tema a viv ncia de si e do outro antes no momento e ap s o evento ocorrido a interpreta o de si nos posicionamentos em rela o a elementos de constitui o familiar e pol tica p blica o namoro em rela o ao cuidado de si e do outro paternidade em rela o estrutura familiar o or amento dom stico esfor o de trabalho heran a experi ncias provenientes de condi es de socializa o e perman ncia da fam lia No primeiro n vel o pesquisador percorreu os diversos n veis de aproxima o das informa es concretizadas nas diferentes sess es Em seguida os temas foram obtidos a partir de an lise da estrutura tem tica e da informa o das unidades de estrutura o textual r tmicas e em torno de conectores sequ ncias narrativas considerando se o jogo sist mico entre redund ncias nfases das significa es os m ltiplos significados Para a constru o de dados de pesquisa a partir do significado pelo uso do participante utilizamos as fotografias e artefatos buscando ressaltar a coes o coer ncia do texto no intertexto ao contexto dos participantes Para avan ar na compreens o das din micas de posicionamento em rela o ao tema estudado constru mos a an lise pragm tica do discurso Marcamos os posicionamentos eu no discurso co
278. nunciado 338 P13 E Explica tem um santo que o povo carrega no meio da rua enunciado 342 P13 E o que tece um sentido da microcultura familiar de quem tem o direito de falar de certos assuntos Enquanto h poucos significados e produ o de sentidos em P13 as opini es de P11 na conversa limitaram o tema de S o Cosme P12 produz sentidos no di logo colaborativo de S o Cosme na fam lia P1 O sentido de P12 sobre o gosto pela festa de S o Cosme estava no a eu tamb m num procurava saber enunciado 116 P12 E Na atitude ele marca as experi ncias com as hist rias de S o Cosme com significa es paternas da tia na a o social que relaciona festa de S o Cosme ao neg cio do candombl matar carneiro e distribuir a carne enunciado 100 P12 E pagar promessa de alguma coisa enunciado 104 P12 E pessoas devotas de S o Cosme e Dami o enunciado 113 P12 E a presen a de g meos na fam lia os participantes da festa chegam tudo b bado Assim posiciona se P12 para dizer que pouco sabe sobre esses assuntos O participante n o ia festa e inclusive constr i alguns sil ncios cooperativos para contribuir com a produ o de sentidos sobre a festa para em seguida retomar o turno da fala apresentando novas informa es An lise microgen tica da fam lia 1 Realizamos an lise microgen tica para a observa o dos participantes em Kayr s a diferen a entre as diferen as na entrevista narrativa e epis
279. o A entrevista ocorre dentro de uma casa pr ximo uma parede sem chapisco com uma porta e uma geladeira ao fundo P23 e P est o sentado em cadeiras de metal brancas com um viol o frente deles P23 possui barba usa uma camisa p lo vermelha bon preto rel gio no pulso esquerdo e bermuda com partes azuis pretas verdes e brancas e est com o cotovelo esquerdo apoiado no antebra o direito que est apoiado na barriga enquanto toca a lateral da boca com o punho esquerdo e olha para a folha A4 que P carrega P est com camisa p lo branca oficial do grupo SAED e cal a jeans enquanto segura a folha com as orienta es da entrevista P23 ao repe r e questionar a pergunta sobre M faz movimentos com a m o esquerda aberta co ando o nariz com o dedo indicador a m o direita segura o joelho esquerdo e vai curvando o corpo repetindo a palavra M at as palavras que contam um pouco da sua fam lia Rapai a fam lia era pa morarra junto era tudo de boa n ela vinha por aqui mai depois se separaram n um foi prum lado outro pra outro ai n e a m o esquerda que estava co ando vai para a cintura a m o esquerda segue o movimento em dire o canela direita sendo acompanhada pelo olhar quase encostando o peito no joelho Retorna do movimento de curvatura deslizando a m o da canela at a coxa Na fala um foi prum lado outro pra outro P23 busca o contato visual com P faz o movimento com as
280. o no caso do planejamento familiar para o or amento dom stico esfor o de trabalho a casa e as rela es intergeracionais A entrada de novas vozes na tessitura da hist ria familiar indica roteiros de tomada de decis o em contextos de diferencia o e identifica o que se relacionam s interpreta es de si do outro e do mundo A estrutura psicol gica do significado determinada pelo uso das palavras na atividade no sistema de associa o correla o e contraste Leonti ev 2006 O contraste entre as palavras os novos membros e convencionaliza es familiares apontam a dial tica entre nfases culturais nas gera es e mudan as das narrativas nos espa os intersubjetivos poss vel observar nas narrativas o deslocamento flu do fugaz e dial tico entre a dialogia para a monologia que marcam focos das vozes entre gera es poss veis atualiza es com novas din micas de posicionamento e identifica o Barbato Mieto amp Rosa prelo A narrativa da inser o das pessoas na microcultura familiar tamb m tecem o ser o significado coletivo e o estar desencadeados por negocia o para a constru o de outras pr ticas culturais O significado coletivo se comp e das posi es discursivas das novas pessoas em negocia o com as pr ticas culturais conhecidas O espa o coletivo para a enuncia o das pr ticas culturais forma intersubjetivamente a for a ilocucion ria da pessoa ativa no jogo sist mico entre
281. o Dantas 248 Fonte Elabora o do autor com base no Programa Sa de da Fam lia An lise 96 Para as entrevistas transcritas foram definidas as seguintes regras de transcri o a partir de tentativas e experi ncias de degravadores do grupo de pesquisa Sa de Educa o e Desenvolvimento SAED da Universidade Federal do Rec ncavo Baiano UFRB Sinais Ocorr ncias Colocaremos entre par ntesis vazio a incompreens o das palavras Hip tese Para hip tese do que se ouviu alguma fala Utilizaremos os pontos de retic ncias para pausa no discurso coment rios Coment rios descritivos do transcritor estar o entre dois par nteses MA SCULAS Colocaremos as entona es enf ticas em mai scula Toda ora o tem palavras com maior nfase si la ba c o Marcaremos a silabacd o com travess o entre as s labas Retomada com retic ncias entre par ntesis Sinalizaremos com dois travess es os coment rios que quebram a sequ ncia tem tica da exposi o e portanto indicam o desvio tem tico C Os sil ncios marcaremos com trema entre par ntesis Delimita os intervalos de sil ncios como 1 30 23 a 1 30 31 Io Indicaremos a interrup o da fala Pesquisador P Nome do pesquisador e do entrevistador usa se s a letra do alfabeto correspondente ao nome do participante Linguagem em uso Transcre
282. o aberto apoiado no encosto do sof o direito na parte interna da coxa direita P22 na fala minha hist ria de vida est com o olhar entre as pernas e na fala eu nasci e me criei aqui mesmo faz contato visual com a c mera Na palavra criei P22 levanta o bra o direito virando a palma aberta em forma de concha para cima e desce subitamente P recolhe o bra o atr s de P22 no encosto em movimento enquanto P22 fala as duas primeiras frases encosta o cotovelo esquerdo sobre o encosto do sof e o bra o direito perpassando as duas virilhas quase encostando uma m o na outra e busca contato visual com P22 Na fala J sa pra trabalhar fora assim P22 faz um movimento brusco com as m os que est sobre a coxa virando ela para cima aberta em forma de concha e desce subitamente fazendo contato visual com a c mera Na fala retornei fiquei aqui mesmo P22 faz uma movimenta o do bra o em forma circular acima da coxa quase oval com o dedo polegar para cima contato inicial com a c mera e final entre ele e P Na fala ajudava meu pai a cri meus irm o P22 faz um movimento com o dedo indicador direito do lado de fora para dentro para irm os e um movimento com o dedo polegar direito do lado de dentro para fora para pai Na fala retornei fique aqui mesmo TRABAIEI muitcho mar meus PAI ajudei criar meus irm o como mais vei P22 est cabisbaixo com o olhar voltado em dire o a frent
283. o contexto nas narrativas consideramos as din micas de atualiza o que promovem estabilidades relativas nas tessituras de si e ao longo de toda a vida de cada pessoa Barbato Mieto e Rosa prelo Nessas estabiliza es das din micas dial gicas tornou se poss vel identificarmos por exemplo o cuidado em namoro 244 como significado de prote o ao princ pio da vida dos afetos das emo es dos encontros desencontros do ficar do partir portanto da pr pria reprodu o humana Os resultados indicam que a tem tica do cuidado de si e do outro est o relacionadas s condi es concretas de sobreviv ncia as orienta es a si e ao outro de significados de sua pr pria experi ncia com forma es intersubjetivas nos enunciados direcionam a hist ria como produto da atividade humana como nos escritos de Bakhurst 2009 Volosinov 2006 e Engestr m 2006 A atividade de cuidado est composta por temas de sa de educa o lazer regula o dos afetos e emo es As pr ticas culturais de cuidado de si e do outro na juventude de P13 P23 e P33 s o compostas por sentidos do jovem como jogador de bola sozinho obediente meninos entre a 4 e 8 s rie Na adultez os participantes P12 P22 e P32 constitu ram sentidos de poucas conversas com o pai e a m e aten o aos filhos quanto s drogas alunos na 4 s rie presen a de doen as cr nicas cuidado com a escola e sa de dos filhos observador do conselho d
284. o decorrer da entrevista P23 contou que teve tr s namoradas A B C Ele fez a tatuagem de C no bra o Identificou C como aquela com a qual ele resolveu morar junto e tem saudades al m do cuidado na condi o de pai dos filhos de C que ela teve com outro homem No momento da entrevista P23 cantou uma m sica para cada namorada Entre as namoradas aconteceram situa es de ficar no tempo de trabalho entre as v rias cidades de neg cios da empresa P23 conta que n o sabe quantos filhos quer ter pois afirma que concretamente a responsabilidade por ter ou n o filhos da mulher dialeticamente apresenta sua inten o de ter tr s ou quatro filhos enunciados 455 470 P23 E P23 cuida dos irm os e ensinou a profiss o de borracheiro para o irm o mais novo E P23 ajuda financeiramente para o sustento da casa do pai onde mora Sabe capinar al m da profiss o de borracheiro Vivia nas estradas com a moto a trabalhar no caminh o de vender frutas em cidades do sert o baiano tais como Ia u F ra Jaquaquara Truncamento de Laje e Amargosa As intera es com a fam lia P2 se concretizam ao P23 contar sobre a exist ncia das terras antes do seu nascimento e que ao nascerem os netos como P23 ganhavam a sua parcela correspondente no terreno da ro a da fam lia enunciados 125 132 P23 E Assim tece a narrativa de que nesta intera o subentendia se que estar todos morando junto
285. o dos filhos como agendas importantes de pesquisa Em nosso estudo observamos que algumas a es de coopera o entre os ex c njuges superam o ciclo de atividades propostos inicialmente pela rigidez da legisla o pertinente como componentes das institui es de cuidado na sociedade e que mudam dinamicamente 266 quando as condi es que Ihe regulam mudam A exemplo do que dizemos est no epis dio em que a justi a determinou que P22 ficasse com os filhos as a es de cumprimento da determina o judicial se tornaram mais flex veis no cuidado de si e da outra a ex esposa como descrevemos no sum rio das entrevistas contradizendo com a inflexibilidade da lei Essas contradi es aparentes s o coerentes com os la os que ex c njuges t m entre si mesmo depois da separa o em que h quebras de comunica o com quebras de significados bem como a presen a de monologias Alguns desses significados permanecem pois o significado inicial do pr prio existir a marca substancial do passado ao presente Assim no momento de transi o do desenvolvimento com a separa o conjugal os filhos s o significados coletivos dialeticamente na conviv ncia entre perman ncias e mudan as Existem alguns ex c njuges com dificuldades de negociar o que fica o que muda nas quebras de comunica o como a P32 e a esposa ao barrar algumas visitas do pai e n o entregar os presentes aos filhos como descrevemos no sum rio das entrevistas d
286. o e o nibus caiu em cima de seu corpo Especificamente em sua bacia Os passageiros levantaram o nibus com as m os antes da Unidade M vel de Pronto Atendimento Samu lev lo ao hospital P23 ficou internado durante tr s meses tempo que ficou sem poder andar sem ter movimento nas pernas Durante esse tempo ele n o falou com seu pai nem com sua m e Mapa tem tico de P23 Em seguida ao quadro de namoro e paternidade segue o mapa tem tico no tema da paternidade no futuro do presente se comp s de expectativa de n mero de filhos na posi o outro os significados de P23 como padrasto dos filhos da namorada al m dos temas de heran a e cuidado de si 179 Namoro Na condi o eu P23 construiu os significados do passado ao presente sob o tema namoro como bom demais tempo de S o Jo o de crian a de forr de estudos em que P23 se constituiu como pequenininho perturbado nu traquino e segue como violonista aventureiro e juntado com C No contraposto do tema o cuidado de si e do outro em Ai n P23 narra diversos acidentes que lhe ocorrem desde a inf ncia at Kayr s dentre eles o acidente com o nibus com cegueira moment nea e o f mur prensado ao ch o No tema namoro na posi o outro pai P23 constitui significados do sofrimento pela separa o dos pais como tamb m a inten o da uni o familiar Quadro 24 Posicionamento P23 Namoro Junho 2014 P23 Posic Sig
287. o fac o vara junto ao cip que educa os filhos em P32 est na m o do neto de P21 em situa es de alucina es e del rios no efeito de uso de drogas o av P21 est entre os familiares como aquele que controla a alucina o do neto pelo uso da fala como estrat gia de afeto ao outro O fac o est tamb m na narrativa de P22 como respons vel por cessar os barulhos dos pingos da borracha l quida nos seringais no sul da Bahia ao cortar a fita que juntava o vasilhame seringueira Encontramos 279 tamb m hist rias do significado do fac o como espada de prata nos contos infantis sobre o lobisomem nas hist rias que instituem a passagem da inf ncia a juventude de Pl In Assim a produ o de significado mediada por artefato institui componentes em um sistema de antecipa es acomoda es em processos de regula o da atividade e regula o de si em Kayr s As fotos foram utilizadas na entrevista semi estruturada como artefatos que mais mediaram as narrativas dos participantes Os pr prios participantes compuseram outros artefatos n o previstos inicialmente na pesquisa como a tatuagem de P23 que mediou lembran as da dor braba do passado ao futuro concretizada no cortar camadas da pele para incluir a tatuagem ressignificada pela dor da saudade pela separa o da mulher na juventude como tamb m da complexidade da dor na separa o dos pais O mesmo participante produziu outros significados inclusive com marcas interger
288. o pode se materializar verbalmente Faraco amp Negri 2010 51 Ao participar desses di logos os signos dos seus antepassados podem ser disponibilizados na fala de algu m numa imagem num objeto que torna se piv na comunica o na rede de significa es que se atualizam na intera o Volosinov 2006 Fazendo uma analogia com o trabalho de Thompson 1992 sobre a transmiss o cultural entre gera es nas fam lias podemos afirmar que somos respostas dos discursos do planejamento familiar dos nossos pais estes dos nossos av s estes dos nossos bisav s e assim sucessivamente sem desconsiderar que no tempo presente s o distribu dos os interesses de diferentes gera es e pessoas na fam lia Thompson 1992 Quando tratamos das respostas dos discursos referimos rede de semioses que nos interconectam hist rica e culturalmente Bakhurst 2009 aos nossos ancestrais para al m de nossas gera es E ao identificarmos em nossa gera o pouco percebemos dessa rede de significados Cresswell 2011 Rogoff 2005 devido aos sentidos de fam lia que percorrem a pr pria fam lia Dessen amp Campos Ramos 2010 Com esse construto te rico percebemos elementos que n o est o no script de significa es poss veis do planejamento familiar Magnusson amp Stattin 2006 Porque as hip teses que orientam nosso fazer cient fico nos levam a comparar o mundo conhec vel com o conhecido pois os instrumentos que mediam as rela
289. o sentido do medo as pessoas ficam sentadas num fica do lado de fora mas eles num gosta de ir p l muito n o enunciado 58 P11 E O sentido de ter 146 morado com os pais experi ncias como as surras foram significativas P12 apanhou depois de passar o dia e a noite atr s da bananeira escondido com medo de apanhar As mudan as de sentido no mesmo enunciado estavam nas mudan as de situa es das brincadeiras de estar na ro a trabaiando at as brincadeiras com os irm os Com os irm os era pegar um peda o de pau fazer uma rede amarrar a corda e sair brincando pelo terreiro enunciado 94 P11 E As brincadeiras mudam quando P11 tamb m muda de contexto como cuidar de uma casa na vida casada a fuma a de cigarro o licor de Jenipapo e o neg cio de apostar palitim em cerveja Assim como nas diversas mudan as de sentido no enunciado As brincadeiras sempre agente usava pegar um dois paus e fazer uma rede para os irm os carregarem uns aos outros enunciado 94 P11 E Para P12 o sentido de ser crian a era brincar muito e descer cachoeira quando o rio est baixo enunciado 16 P12 N E quando ele cresceu acabaram as brincadeiras e parou de ir po rio enunciado 40 P12 N Por causa dessas brincadeiras P11 surrava P12 com cip vermelho aqueles utilizados para fazer cesta de panacum Mesmo assim ainda tomava mordida de camar o que tem dente enunciado 54 P12 N Gostava de brincar co
290. observa o na feira livre para indicar quais as fam lias pass veis de participa o na pesquisa e obtivemos um resultado do contexto da situa o Para isso realizamos a an lise a partir do estudo te rico que constru mos A aproxima o do campo e a escolha das fam lias realizaram se no munic pio de Santo Ant nio de Jesus no Estado da Bahia com a apresenta o do projeto aos diversos atores sociais implicados que s o lideran as rurais gestores educacionais e de sa de tanto do munic pio como da comunidade do Alto do Morro Tamb m participaram desta pesquisa integrantes da Associa o dos Produtores Rurais da Toca do ndio Produtores Rurais do Alto do Morro lideran as escolares do Programa de Educa o de Jovens e Adultos e a coordenadora do Programa de Aten o B sica do Munic pio Observou se o modo como se processava a intera o entre os interlocutores dentre eles destacam se feirantes moradores da cidade produtores rurais e tamb m os caminhoneiros A estrat gia de observa o teve a inten o de identificar poss veis 86 participantes da pesquisa como caminhoneiros feirantes produtores rurais na constitui o dos contextos situacionais culturais e lingu sticos Para isso o pesquisador aplicou metodicamente crit rios de escolha participa o na pesquisa de acordo com a metodologia qualitativa de entrevista narrativa e epis dica a homens nas posi es de av filho e neto este com mais de
291. ocia o entre as vozes individuais hist ricas e coletivas que ele atualiza as vozes e seus sistemas de significados como parte de si mesmo Barbato amp Caixeta 2014 M M Gergen amp Gergen 2006 Os resultados indicam que as narrativas percorrem pr ticas culturais como ritos e momentos do desenvolvimento Entre as pr ticas culturais est a constitui o da fam lia conforme a Lei n 9278 1996 que regula o artigo 226 da Constitui o Federal e o planejamento familiar conforme a Lei n 9263 1996 que regula o artigo 7 da Constitui o 237 nesta tese s o mediadas pelo namoro que pode ser compreendido como um processo de constitui o social e afetiva da fam lia Observamos o namoro como epis dio no curso de vida narrado pelos participantes como aprendizado integrado do cuidado de si e do outro no jogo entre as pessoas e suas hist rias intergeracionais Neste sentido o namoro constitui narrativas de si e do outro formativas de sentidos intergeracionais regulado pelo tema das unidades de significa es nas narrativas Nas narrativas dos participantes as experi ncias com o namoro tecem epis dios de processos de constitui o afetiva da fam lia para os pais de P11 P21 e P31 entremeadas por hist rias da cultura local sobre as cobras as ca as o samba as festas o ir de l para c at arranjar uma pretendente e casar Para P11 P21 e P31 o namoro se constitui nos di logos a respeito de arrumar uma
292. olescente Porto Alegre Artmed Cresswell 2011 Being faithful Bakhtin and a potential postmodern psychology of self Culture amp Psychology 17 4 473 490 Dispon vel em http online sagepub com Cunha L M 2000 Sobre a compet ncia comunicativa uma descri o das pr ticas intergeracionais de uma comunidade rural brasileira Disserta o mestrado PGL UnB Dalcomuni S M amp Lube F 2013 Energia do hidrog nio para uma economia verde S o Paulo Novas Edi es Acad micas Davies B amp Harr R 2007 Positioning The Discursive Production of Selves Journal for the Theory of Social Behavior 20 1 43 63 Dispon vel em http onlinelibrary wiley com Dessen M A amp Campos Ramos P C 2010 Crian as pr escolares e suas concep es de fam lia Paid ia 20 47 345 357 Dispon vel em www redalyc org Elichirigoity M T P 2008 A forma o de sentido e de identidade na vis o Bakhtiniana Cadernos de Letras da UFT Dossi de literatura l ngua e identidade 34 0 181 206 Dispon vel em www scielo br Engestr m Y 2006 Activity theory and individual and social transformation Engestr m Yrj et al eds Perspectives on activity theory learning in doing social cognitive 298 amp computational perspectives New York Cambridge U P Dispon vel em www ebooks cambridge org Engestr m Y 2009 Expansive learning at work toward an activity theoretical reconceptualiz
293. olheitas de amendoim no S o Jo o expectativas por trabalho com a carteira assinada Na perspectiva da compara o constitu mos a produ o de sentidos intergeracional dos homens em diferentes gera es sobre a heran a na velhice composto por aprendizados entre gera es de botar ro a e ca ar doa o de terra aos filhos em vida conhecimentos sobre o Conselho de Fam lia conhecimentos das pr ticas culturais sobre plantas medicinais educa o familiar religi es de matrizes africanas e comidas t picas Na adultez os significados para P12 P22 e P32 foram esperan a de perpetua o da ro a entre gera es aprendizados com o pai sobre o caminho da ro a e ensino aos filhos educados no tratamento aos mais velhos como educa o familiar Na juventude os significados dizem respeito heran a cultural da festa de S o Cosme e transi es religiosas aprendiz ao tratamento aos mais velhos heran a do bom nome da fam lia A heran a para esta tese se liga discuss o a respeito do instrumento mediacional na constitui o da fam lia 262 Na compara o entre os significados da paternidade com a estrutura familiar P22 descreve Irm o a qu V la foto a m e dessa minininha e desse minininho a A a partera diz qu g meo e gente pensava que era um s Mai tudo que eu comprava pra diz a R pros dia de R P22 parece que eu j sabia daqui Mai P22 tu me compra um pacote
294. olvimento econ mico sustentado por longos ciclos de transforma es expansivas Na din mica das intera es do humano em desenvolvimento que envolve a Psicologia e a Economia alguns estudos apresentam resultados com preconceitos sobre as experi ncias das fam lias negras por se basearem em teorias tradicionais Landini et al 2015 p 293 Few Stephens amp Rouse Arnett 2003 Few et al 2003 utilizando a Teoria Fundamentada conversaram de irm s para irm s express o afrodescendente que significa uma conversa agrad vel entre mulheres negras apresentando outros resultados distantes dos estere tipos de alguns estudos As pesquisadoras concluem que contextualizar a pesquisa e o self permite maior objetividade do estudo o que possibilita identificar elementos que comp em as pr ticas culturais do grupo e indicadores de relev ncia a serem utilizados no estudo emp rico Tendo constatado a din mica entre o self e o contexto propomos entrevistas individuais de hist ria de vida entrevistas epis dicas e semiestruturadas mediadas por imagens e artefatos para tratar dos objetos centrais de constru o de conhecimento 66 Caixeta 2006 neste estudo ou seja a produ o dos sentidos dos participantes sobre o planejamento familiar A pesquisa multim todos um processo social interacional e um empreendimento colaborativo em que os discursos s o meio de troca Barbato Mieto amp Rosa prelo Nas entrevistas podemos util
295. om projetos em parceria entre universidades e empresas em munic pios do interior do Esp rito Santo implementamos a metodologia participativa em desenvolvimento local sustent vel atrav s de viv ncias das pr ticas culturais com vistas a um estruturado desenvolvimento integral humano Al m de enfocar o objeto de pesquisa o trabalho possibilitava observar a vida cotidiana entre gera es de fam lias rurais os processos de produ o social e de sentido como tamb m coerente empoderamento O planejamento socioecon mico das cidades foi constru do coletivamente em diversas XV reuni es com fam lias representantes institucionais do governo iniciativa privada e associa es de produtores rurais com vistas ao aumento do IDH Naquela experi ncia tornou se necess ria uma modifica o na infraestrutura a composi o do poder nas rela es entre fam lias governo empreendedores e setor externo cidade A an lise das rela es entre pol ticas p blicas e dificuldades de efetividade no atendimento das fam lias destacava se nas experi ncias entre institui es de fomento e universidades na Bahia Encontramos um problema para o qual a sub rea do desenvolvimento econ mico ou mesmo as explica es biol gicas de parentesco j n o ofereciam respostas Em uma economia escassa na zona rural daquela cidade observamos que com os mesmos recursos financeiros dos programas sociais algumas fam lias se desenvolviam economicamente e ou
296. omperam s pela institui o da Lei sem mudan as no materialismo hist rico nas pr ticas culturais arraigadas historicamente em 300 anos de escravid o no Brasil Oliveira 2006 atividades da comunidade e a es das pessoas As mesmas narrativas mostram a oportunidade no curso de vida com a nova Lei em 1888 uma expans o das liberdades individuais liberdade pol tica de escolha do trabalho livre poderes sociais crescentes das pessoas ativas nas reivindica es coletivas que constitu ram as condi es pr vias instaura o da lei Al m das possibilidades de condi es de educa o b sica nas perspectivas de Sen 2000 sobre as atividades que intensificam o desenvolvimento socioecon mico em comunidades Neste momento de nega o dos significados anteriores Lei da Aboli o da Escravatura se atualiza os significados do trabalho e se formam outros significados como os negros nas universidades em forma o acad mica e pr tica profissional como m dicos professores como descreveu P32 Ainda hoje os negros da sociedade brasileira est o reivindicando a constru o de significados coletivos sobre o direito das os dom sticas os de exercerem sua liberdade pol tica se associarem umas as outras e lutarem por acesso renda adequada sua dignidade conforme narrativas de P32 Para manter a dignidade no jogo sist mico entre minorias e maiorias dos significados do que fica e do que muda encontramos o conceito de comunidade
297. onal e lingu stico Na elabora o da presente tese enfocamos os signos que se concretizam nas intera es em semioses em composi es multimodais da linguagem entre os interlocutores v g Bakhurst 2009 v g Iedema 2003 O mecanismo dos processos de compreens o no contexto na sociedade se gramaticaliza associa as estruturas gramaticais da l ngua os elementos da apreens o ativa apreciativa da enuncia o de outrem que s o socialmente pertinentes A atividade mental da pessoa que apreende a enuncia o de outrem mediatizada pelo discurso consigo mesmo a orienta o ativa do falante A palavra vai palavra de um lado a enuncia o de outrem recolocada no contexto do coment rio efetivo na situa o um elo se estabelece com a express o facial e ao mesmo tempo prepara se a r plica Entendemos as din micas polif nicas como movimentos nos discursos unidade dual dos contr rios no arranjo de vozes simult neas que designam a singularidade dos elementos estruturais da composi o do texto intertexto e contexto Bakhtin 2003 Roman 1992 A intera o do texto com o intertexto se d na intersubjetividade formando as subjetividades em contextos sociais que se concretizam no encontro das vozes dos interlocutores no aqui e agora o espa o tempo O espa o intersubjetivo polif nico pois constitu do nos encontros entre interlocutores cujas vozes pessoais s o tamb m polif nicas por serem resultantes de inter
298. ontinuing history Journal of intergerational 9 1 pp 21 36 Vasconcellos M A S 2002 Economia micro e macro teoria e exerc cios gloss rio com 260 principais conceitos econ micos 3 Ed S o Paulo Atlas Velho A P M 2009 A semi tica da cultura apontamentos para uma metodologia de an lise da comunica o Revista Estudos Comunicativos 10 23 249 257 Dispon vel em http www2 pucpr br Ventura M 2004 Direitos reprodutivos no Brasil S o Paulo UNFPA www unfpa org br Ver n E 1987 A produ o do sentido S o Paulo Cutrix Ver n E amp Ford A 2006 Dossier sobre experiencia y discurso Revista de Estudios Sociales 108 39 44 Dispon vel em www periodicos capes gov br Volosinov V N 1976 Discurso na vida discurso na arte Faraco C A amp Tezza C trad Freudism Review New York Academic Press Dispon vel em http periodicos urca br ojs index php MacREN article download 318 250 Volosinov V N 2006 Marxismo e filosofia da linguagem Pereira M E G Trad 12 edi o S o Paulo Hucitec Vygotsky L S 1994 Thought in schizophrenia In Valsiner J amp Van Der Veer R eds The Vygotsky reader Oxford UK Cambridge USA Basil Blackwell pp 313 326 Vygotsky L S 2001 Problemas te ricos y metodol gicos de la psicolog a In Obras escogidas tomo I J M Bravo trad Madrid A Machado Libr s S A pp 1 140 Vygotsky L S 2007 A forma o
299. or Apresentamos os temas e significados identificados nas narrativas de cada participante e a hist ria da sua fam lia a partir da an lise da produ o de sentidos intergeracional do planejamento familiar tais como o namoro vinculado ao cuidado a paternidade vinculada ao esfor o do trabalho o or amento dom stico a heran a e a estrutura familiar A partir da produ o de sentidos dos temas apresentados realizamos diversas releituras que indicam a intersubjetividade na fam lia indicando pontos de mudan a Bruner 1991 como possibilidades de Kayr s a partir das redund ncias das experi ncias narradas A partir dos pontos de mudan a compomos a constru o de Ai n a Kayr s atrav s de an lises 103 microgen ticas das narrativas dos participantes ap s a composi o textual da hist ria de vida das fam lias pesquisadas 104 Pol tica de Planejamento familiar Os resultados indicaram temas como o planejamento familiar e os direitos ao planejamento familiar de acordo com o apresentado a seguir Quadro 5 An lise de Conte do Tem tico da Lei do Planejamento Familiar n mero 9263 12 Janeiro 1996 Tema Planejamento Familiar Tema Direitos ao planejamento Familiar Lei inst ncias gestoras do Sistema nico Homens e mulheres com capacidade civil de Sa de Assist ncia concep o e plena e maiores de vinte e cinco anos de idade contracepc o o atendimento pr natal a ou pelo menos com dois
300. or termina com volume menor que a posterior pouco sem vigor na voz P23 sempre na mesma posi o fixa na cadeira com movimenta o apenas das m os A fala ficava l e c acompanhada do movimento de indicadores num ngulo de 90 graus com os bra os em movimentos pendulares e contatos visuais com o pesquisador m e e pai voc sabe como n sorriso nos l bios movimento pendular do corpo na cadeira Na fala eu gosto dos dois finaliza o movimento em p ndulo com o corpo para frente e para tr s m o direita levemente resa entre os joelhos e a esquerda na virilha acompanhado de sil ncio de 4seg Na fala E a to a agora com voz grave olhar distante frente das pernas esticadas 199 200 Fam lia 3 Quilombo Alto do Morro Caso P31 Sum rio de entrevistas A produ o de sentidos de P31 constr i o significado de trabalho brabo vida velha cansada homem respeitoso e honrado Ele conta que no mesmo munic pio em que nasceu Jaguaripe casou se com E e tiveram filhos P31 narra que a vida era de trabalho brabo duro e pesado tais como arrancar p de jaca no centro da cidade minera es fazendas no sul da Bahia Quanto ao servi o de arrancar jaca no centro da cidade alguns colegas n o retornavam no dia seguinte Narra v rios epis dios de trabalho que realizou muitos deles em troca de d vidas pelos produtos de subsist ncia As condi es de sobreviv ncia levaram a morte de 9 filho
301. ormal aos interlocutores B1 B2 a Bn em pr ticas culturais preferenciais na comunidade A compreens o no di logo depende que interlocutores operacionalizem a constru o de significados coletivos utilizando convencionaliza es na comunica o visto que o di logo como g nero textual por exemplo implica necessariamente em jogos de poder Nas narrativas sobre a condi o humana entram os escopos intencionais dos participantes nas intera es como cren as elementares ou premissas sobre como as pessoas interpretam como o mundo se organiza a ordem de import ncia em que alguns significados importam mais que os outros e as pessoas produzem significados de modo mais intenso nos enunciados Bruner 1991 Esses conceitos passam por transforma es sociais e constituem compromissos como por exemplo o pai dedicado o marido fiel e o amigo leal no tempo e espa o das a es e atividades cotidianas 37 As atividades cotidianas das pessoas imersas na cultura revolucionam radicalmente as necessidades humanas possibilitam novas situa es e novas vontades e instauram o problema das transformag es das pr prias necessidades Leonti ev 1978 Para compreender as interpreta es nas atividades cotidianas utilizamos a produ o de sentido como processo de entendimento pelos ouvintes da mensagem destaca se a import ncia de estar na corrente da comunica o para a compreens o da palavra determinada pelo seu contexto cultural situaci
302. orosas Nos resultados os participantes narraram situa es de inseguran a idiossincrasias na vig ncia da flexibilidade das rela es conjugais o que pode indicar que n o tinham instrumentos mediacionais para lidar com a situa o como conceito de conviv ncia e tamb m lidar com a inseguran a na constitui o familiar P33 explica o sentimento de solid o 239 com a separa o dos pais e em seguida a morte da m e que em Chr nos estavam entre minutos e horas de espera pela chegada de um adulto familiar A quebra de comunica o na separa o dificultava as conversas entre pai filho P32 P33 em algumas visitas o que foi interpretado por P32 como frustra o desist ncia de visitas aos filhos na situa o de quebras de comunica o com a esposa o que nos permite pensar em quebras dos significados coletivos na separa o conjugal como tamb m os desafios de negociar a conviv ncia da constitui o familiar mediados por outros instrumentos simb licos semelhantes aos sugeridos na Leil3058 2014 que prev que ambos o casal podem deter no poder familiar a guarda compartilhada portanto uma responsabilidade m tua dos pais ap s a separa o amorosa Senado Federal 2014 Como na separa o amorosa observamos tamb m quebras de significados intergeracionais entre os di logos de av neto P31 P33 vide quadros de significados com presen as de monologias que identificamos nas entrevistas como enunciados cris
303. os de P32 s o preocupa es com a alimenta o pens o de alimentos recursos financeiros extras divis o do benef cio por falecimento da sua mulher estrat gias de conviv ncia com os filhos as intera es com os tios e com a esposa atual enunciados 20 22 P32 N enunciado 50 P32 E Em Kayr s pessoal P32 conta que esteve na delegacia devido ao atraso na pens o de alimentos pagos com a di ria do trabalho rural sazonal Conta que sua pris o levou os familiares a se reunirem para juntar dinheiro necess rio para fazer o pagamento Relata que j esteve preso por outras situa es que lhe proporcionaram reflex es a respeito do abandono dos homens presos pelos filhos e as atividades desenvolvidas no contexto prisional Constr i solu es para o sistema prisional com o trabalho atividade como forma de promo o social aos presos e diminui o da pena enunciado 50 P32 E enunciados 124 130 P32 N A participa o de P32 no Kayr s da fam lia est na luta para estudar e fazer novamente a ltima s rie poss vel na expectativa de que no ano seguinte tivesse nova seria o P32 declarou que seu pai tinha poucas condi es para o transporte di rio da zona rural cidade para continuar os estudos P32 fala das atividades da pol tica p blica do planejamento familiar que t m as finalidades de satisfazer as necessidades de controle de natalidade das fam lias do homem do campo Enunciados 75 76 P32 N 208 Mapa tem tico de P3
304. os de crise e transi o s o foco de pesquisadores como Rosa Gonz lez amp Barbato 2009 os quais versam sobre como as pessoas agem em situa o de crise potencial Quando algu m se v na situa o trata de entender o que se passa que tipo de situa o enfrenta e o que fazer Por m quando a situa o j n o familiar o processo n o pode ser t o autom tico Em busca de um m todo para a produ o de sentidos em comunidades rurais e quilombolas Na busca por um m todo qualitativo para a produ o de sentidos em comunidades rurais entende se que a estrutura narrativa se constitui de reflex o sobre incidentes e assim se tece epis dios que deixam marcas nas experi ncias da pessoa v g Landini et al 2015 Barbato Mieto e Rosa prelo Gergen 2014 A narrativa possibilita as express es do si mesmo baseadas em mem rias pessoais e imagens presentes e passadas que mobilizam lembran as de experi ncias pessoais e de outrem produzidas no presente e que tecem futuros poss veis no presente da narrativa Os processos de negocia o surgem na narrativa com resultados em partilhas sociais de conhecimentos no contexto negocia o entre a experi ncia 76 e a marca da hist ria no curso de vida bem como a negocia o com interlocutores que se convencem ou n o da veracidade da hist ria Entrevista Narrativa Conte sua hist na de vida Conte sua vida Conta em 40 min Conta em 60 min em m
305. ov 2006 Valsiner 2004 Portanto nesta forma o de jogos sist micos dos discursos entre as posi es do planejamento familiar dos familiares e da pr pria fam lia produzimos acumula es qualitativas das mudan as intergeracionais das ideologias que se transfiguram se posicionam e transformam o materialismo hist rico familiar a infraestrutura Volosinov Cresswell 2011 Thompson 1993 As marcas no discurso da microcultura familiar incluem as composi es do or amento dom stico que traduzem a compreens o dos sentidos das experi ncias significativas nas rela es intergeracionais Ao enfocarmos esses discursos surgem no es e classifica es em termos de uma opera o l gica que consiste em hierarquizar os membros da estrutura familiar em pap is de g nero do masculino ao feminino podendo inclusive dificultar a compreens o do que ser homem ou mulher naquela microcultura em transforma o por artefatos criados por gera es como novos utens lios dom sticos que mediam o cotidiano das pessoas nos afazeres dom sticos Fracchia amp Lewontin 2005 Apesar da perspectiva de mundos separados do masculino e do feminino o cotidiano das pr ticas narrativas e dos fazeres denotam inter rela es humanas Caixeta amp Barbato 2004 Os posicionamentos dos participantes na intersubjetividade tu eu eu mim sobre os temas familiares traduzem o sentido das experi ncias intergeracionais bem como mudan as nos formatos de
306. para o trabalho comprar coisas pessoais e estudar tarde Os amigos de P13 trabalham para sustentar a mulher e filhos de outros relacionamentos O participante relata que pessoas que n o t m condi es de ter uma fam lia arrumam mulher filho e agora tem que sustentar tr s e entendeu que sempre t m pessoas que ajudam enunciado 283 P13 N P13 relata o epis dio sobre o motivo de ser magro pois n o dar muito trabalho no futuro Na posi o de usu rio das estruturas de sa de da comunidade conversamos sobre institui es objetos e cren as sobre a sa de N o gosto de ir para l n o enunciado58 P13 E uma intera o distante entre P13 e o Posto de Sa de Ao narrar sobre o Posto de Sa de acha que medo introduzindo uma coda finaliza o do epis dio O pesquisador retoma a conversa desta vez sobre a opini o dos colegas na situa o de P13 Os amigos tamb m n o v o ao Posto de Sa de com medo de inje o e acrescenta outra media o o hospital para contar o epis dio do amigo que correu do hospital pois n o quis tomar inje o enunciado 83 P13 E Na situa o de P13 ele se interpreta com inten o de ir ao Posto de Sa de Antes da narrativa sobre o medo de Posto de Sa de o participante conta que nunca ficou internado que nas consultas m dicas ele bem tratado quando est acompanhado pela m e ou irm eles pegam a pessoa e pergunta o nome enunciado 73 P13 E Os colegas mesmo com medo
307. parou mais eu enunciado 285 68 P22 NJ de observa o de si para si mesmo em momento de intera o com o pesquisador movimentos de se recolher de olhar para o ch o Est o presentes elementos polif nicos constitutivos de sil ncios na narrativa de P21 a composi o intersubjetiva do cen rio atrav s do organismo em intera o o selfem coopera o outro eu na linguagem translingu stica Comp e se o sil ncio cooperativo na conversa entre interlocutores a forma tradicional de interlocu o face entre dois participantes O sil ncio pode acompanhar e refletir o envolvimento atento na atividade principal assim como o engajamento em outras atividades O significado de manter se independente comp e o sil ncio do confronto envolvendo pesquisador e participante Existem manifesta es submissivas subordinadas ou n o composta de gestos movimentos posturas corporais caracter sticos de intera o com o pesquisador e participante A submissiva se refere as intera es de jovens e autoridade adulta a n o submissiva subordinada como signo de controle e indicador de organiza o da atitude evidencia o controle do participante atrav s de uma manifesta o silenciosa de emo es para preservar a face de algu m que deve ser subordinado O sil ncio pode ser a aus ncia de palavras assim como a necessidade e a realiza o de preservar a si mesmo O sil ncio interv m na estrutura o de situa es e possui conte do propos
308. peri ncias significativas de mundo Rosa amp Blanco 2007 Rosa Gonzalez amp Barbato 2009 Conhecer dar sentido ao mundo engloba a din mica de produ o de sentidos como tamb m implica essa din mica sobretudo os posicionamentos de si do outro e o mundo em que o discurso narrativo se caracteriza situadamente produzido para algu m endere ado a algu m Bakthin 2003 Nessa din mica a tarefa do narrador envolve o trabalho com a mat ria prima da experi ncia pessoal e sua lembran a que se tece de nfases do presente que as ilumina Benjamin 2012 como tamb m entre gera es com os prov rbios ru nas das antigas narrativas nas quais a moral da hist ria abra a um acontecimento Certeau 1998 Thompson 1992 1993 As narrativas entre interlocutores se baseiam no princ pio cooperativo na conversa o de qualidade e quantidade em que as respostas de uns aos outros podem ser breves perspicazes relevantes e verdadeiras Bruner 1991 p 49 Quando interagimos sob o princ pio da adequa o de situa o a enuncia o simplesmente aceita sem necessitar de explica es adicionais Para ser efetivo o discurso narrativo conteria apenas um significado Por m outras vezes na linguagem em uso mudan as de significados podem ocorrem no pr prio complexo oracional e constituir 48 crises e transi es que oportunizam mudan as com potencialidade para a gera o da reflex o sobre as din micas de posiciona
309. perman ncia e mudan a v g Harr et al 2009 A for a 56 locucion ria depende de posicionamentos dos membros familiares como interlocutores que em si um produto da for a social uma a o da conversa o e tomada de decis o o jogo entre tomar se do ser e do estar como a o da conversa o espa o intersubjetivo do processo formativo de si A compreens o responsiva destes significados socioculturais constitui entendimento da comunica o or ament ria nem sempre coerente e consequentemente das necessidades econ micas da fam lia Capurro 2008 Sen 2000 Aprender a planejar a fam lia denota as agencialidades das pessoas na compreens o dos lugares sociais em que enunciam Davies amp Harr 2007 as m ltiplas interpreta es de si sobre temas familiares com exig ncias muitas vezes contradit rias Nem todas as necessidades da fam lia t m a ver com quest es econ micas e a possibilidade de escolher uma situa o em que h exig ncias contradit rias oferece s pessoas oportunidades de agir responsivamente e assim ind cios das atualiza es do planejamento familiar intergeracional A fim de aumentar o nosso campo de observa o sobre os saberes do planejamento familiar consideramos o referente o contexto Ver n amp Ford 2006 os ditos e n o ditos intergeracionais Sobre a composi o da estrutura familiar no planejamento a partir dessas circula es de significados intergeracionais que ocorrem
310. perpassa o epis dio de conhecer outra menina tamb m e narra sobre a paix o por ela na ordem da fala e na forma de namoro E mesmo antes dos dezesseis anos davam se no contexto de trabalho enunciados em que primeiro fala de si e depois da microcultura de namoro me convidava para raspar mandioca e a se convida a pessoa para ajudar a raspar mandioca um fica olhano o outro a rasp enunciado 121 P12 E P12 saiu do namoro pois sua inten o estava em fazer os filhos enunciado 127 P12 E Ent o utilizou outra a o Na festa de S o Jo o bebeu licor e saiu de si enunciado 81 P12 E Depois foi que aconteceu enunciado 129 P12 E Tamb m em P12 encontramos o sil ncio nos processos materiais compreendidos no tempo e no espa o que comp em o ato de namorar foi aqui enunciado 121 P12 E A mudan a do tempo do bebo para o n o bebo aponta para significados diferentes do enunciado conheceu outra menina Uma do passado e outra do presente Nesta constru o textual o passado a outra menina e o presente o interesse por outra menina Menina esta que veio a ser sua mulher a figura enunciado 127 P12 E P13 narra que para namorar a pessoa tem que gostar da outra enunciado 422 P13 E e complementa se a menina gostar de mim fico enunciado 347 P13 N Entre pausas e falas P13 narra o namoro a minina chamava eu para dan ar a gente ia enunciado 355 P11 NJ
311. plane 1997 O sil ncio pode ser interpretado como resposta Volosinov 2006 O sil ncio diz respeito compreens o ou incompreens o do sentido ao passo em que o conceito de quietude do participante corresponde s condi es de percep o de sons e signos verbais 283 Laplane 1997 O sil ncio pode ser uma marca da manifesta o humana diferente da quietude em que n o h som No mundo humano poss vel identificar a constru o do sil ncio como pausa no di logo Como constituinte da conversa a pausa facilita a compreens o do texto pois a identifica o do referente torna se mais precisa A intera o entre o sil ncio a pausa e o mutismo constitui temas de estudo sobre as intera es humanas Volosinov 2006 p 373 pois onde quer que esteja o humano ele n o se liberta do dever de ser O grito que irrompe o sil ncio pelo enunciado de uma pessoa transforma se na viola o pessoal e do sil ncio absoluto v g Pollak 1989 A viola o totalmente arbitr ria do sil ncio implica na responsabilidade de uma posi o c nica como consta nas enuncia es de P31 sobre o abandono da escola relacionado no sum rio das entrevistas da fam lia P3 Mar vai Tu t gravando e a gente num pode risos A gente num pode ir mais adiante n o Vamo deixar o bicho quieto por a viu risos risos N o n quest o de segredo n o QUEST O QUE naquela poca rapai pra voc ter uma ideia era um
312. planejamento familiar relacionado a compreens o dos sentidos da heran a cultural entre gera es projetos de vida que incluem planos futuros sobre forma o familiar rela o amorosa reprodu o graus de apropria o das pr ticas culturais familiares Interessam nos os sentidos na interpreta o e nos posicionamentos dos homens em diferentes gera es de uma mesma fam lia que norteiam as escolhas relacionadas constitui o de suas fam lias e a identifica o das din micas polif nicas em entrevistas intergeracionais Supomos que enfocar din micas de constru o de explica es de si nas narrativas masculinas possibilitaria identificar mudan as de posicionamentos relacionando cren as e valores dos antepassados sobre o planejamento familiar s gera es seguintes e que nas novas gera es haveria marcas das pol ticas p blicas Optamos por uma metodologia qualitativa em contexto de comunidade negra rural com a participa o de nove homens de tr s gera es de tr s fam lias da cidade de Santo Ant nio de Jesus Bahia Realizamos a constru o de dados na casa dos participantes em dois momentos com os seguintes procedimentos a uma entrevista de hist ria de vida b uma entrevista epis dica seguida por uma semiestruturada mediada por fotografias objetos trazidos pelos participantes que lembrassem filhos pais e av s Os documentos da pol tica p blica foram submetidos an lise de conte do tem tica e as
313. plicados culturalmente com a pol tica O documento da pol tica nacional de aten o sa de do homem descreve a integralidade que implica na discuss o integral sobre o processo da viol ncia e n o na viol ncia distante da pr tica cultural como foco em apenas na a o vis vel da viol ncia O documento da pol tica p blica coloca o homem na posi o ora agressor ora de v tima sem 256 considera es mais integrais para um documento que possui a integralidade em seu t tulo Enquanto que a discuss o integral no processo da viol ncia requereria do documento uma perspectiva mica e tica da posi o do agressor e da v tima num embate das intera es humanas Encontramos marcas dessas posi es do documento da pol tica p blica na narrativa do agente comunit rio conforme an lise do conte do tem tico da entrevista em que a presen a do tema da triagem de informa o sobre a viol ncia dom stica dialeticamente inexist ncia de um sistema de informa es sobre a sa de do homem Na narrativa o agente comunit rio encontra um campo de registro no formul rio estat stico do Sistema nico de Sa de SUS sobre as a es de Sa de do Homem a respeito da viol ncia dom stica do homem contra a mulher O agente relata tamb m que n o h mais campo sobre estat stica da sa de do homem no formul rio mesmo quando encontra casos pass veis de notifica o tais como de c ncer e pr stata entre as mais de 300 fa
314. pode desistir de participar da pesquisa em qualquer momento o que n o implica em custos adicionais O senhor receber todos os esclarecimentos necess rios sobre a pesquisa na qual seu nome permanecer em sigilo atrav s da omiss o de quaisquer informa es que permitam identific lo Se o Senhor tiver qualquer d vida em rela o pesquisa por favor telefone para Comit de tica em Pesquisa da Faculdade de Ci ncias da Sa de da Universidade de Bras lia As d vidas com rela o assinatura do TCLE ou os direitos do sujeito da pesquisa podem ser obtidos atrav s do telefone 61 3107 1947 Pode contatar tamb m o Programa de P s Gradua o em Processo de Desenvolvimento Humano Instituto de Psicologia Universidade de Bras lia Campus Darcy Ribeiro Asa Norte Bras lia DF Fone 61 3107 6831 e mail economiapsicologia gmail com Este documento foi elaborado em duas vias uma ficar com o pesquisador respons vel e a outra com o sujeito da pesquisa Nome assinatura JULIO C SAR DOS SANTOS Pesquisador Bras lia de Margo de 2014 312 ANEXO 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido TCLE 18 anos O Senhor est sendo convidado a participar do projeto a produ o de sentidos intergeracional de homens no planejamento familiar O objetivo deste estudo analisar a produ o de sentidos intergeracional de homens no planejamento familiar em comunidades rurais Por isso solicit
315. pois acha que a vida era de padecimento na ro a de palmat rias na escola de aus ncia de continuidade dos estudos P32 nem conversa com os seus filhos e ao considerarmos os posicionamentos eu e a an lise microgen tica dialeticamente tem a inten o que o filho estude e ao mesmo tempo ressente se que P33 esteja se afastando das culturas agr colas do quilombo como a ro a 273 boa Venha trabalhar para mim P32 ensinaria o que ser pai no contexto do quilombo de cultura agr cola atualiza es no tempo e espa o do qual o pr prio P32 narra mudan as nas pr ticas educacionais que vai atualizando o conhecimento agr cola nas gera es que vir o e at mesmo por aquilo que governa a fam lia Ent o quer que o filho saia para ampliar os estudos com outros ensinamentos do que os aprendidos na ro a Nas din micas dos significados de perman ncias e mudan as entre as culturas agr colas e escolares atualiza se a concep o do cuidado paterno de estar de junto A tarefa do cuidado passa aos cunhados com a morte da m e e a escolha dos filhos de estar mais pr ximos dos parentes da m e Em muitos momentos da grava o e mesmo sem o gravador ligado o tio mais velho dos filhos de P32 mostrava se atento s quest es financeiras como a pens o de alimentos ao aux lio da Previd ncia Social com a morte da irm ao trabalho do sobrinho na sua ro a as expectativas de maiores ganhos na Previd ncia Social com o
316. pr ticas culturais da fam lia escravocrata A fam lia escravocrata se regula para fazer valer seu direito em um pa s que ainda n o se preparou entre o quilombo e as cidades do interior para que isso aconte a como no estudo de Passos 2012 Estes epis dios constituem um contexto de pr ticas culturais que n o se extinguem com a Lei e mostram como as pessoas se regulam a partir da constitui o da liberta o dos escravos Ent o as din micas de explica es de si dos mais velhos sobre o planejamento familiar constitu am um contexto de ex escravo que precisava constituir formas de sobreviv ncia de si e da prole sem comida dos fazendeiros da regi o e ao mesmo tempo sem pr ticas culturais como homem livre sem emprego inseguro de como garantir o direito vida E a vida o principal bem de uma pessoa A inseguran a na velhice foi parte do estudo de Piketty 2014 O autor descreve que as pessoas na velhice n o poupam recursos bens e patrim nios simplesmente elas intensificam como um fator psicol gico um processo de inseguran a O sentimento de inseguran a leva as pessoas a pouparem mesmo quando o patrim nio existente financia a subsist ncia sem vender ativos os recursos correntes das pessoas Em seus estudos o autor constata que se poupa de forma semelhante em todas as idades e de forma mais acentuada na velhice Para Piketty 2014 a poupan a significa reservas para a aposentadoria para a perda do emprego e para a pe
317. pretation and positioning given in different generations of the same family that bring forth the choices related to the family constitution and the identification of the polyphonic dynamics on intergenerational interviews Our supposition is that the focus on the dynamics of production of the self in men s narratives about family planning would turn it possible to identify changes in positioning relate beliefs and values of the ancestors on family constitution to the next generations and that in the younger generation it would be possible to identify influences of public policies A qualitative methodology was applied Nine men from three generations of three different families of a country black community in Santo Ant nio de Jesus Bahia Brazil took part Data were collected in individual interviews as following a a life story interview b an episodic interview followed by a semi structured interview mediated by photographs and objects related to family brought by the participants Public policies documents were submitted to a thematic content analysis and the interviews to a dialogical thematic analysis and pragmatic discursive analysis Results indicated that the participants addressed family planning in indirect ways and based their meaning production in everyday cultural practices than through elements of the policies Results indicated x main intergenerational themes imbued by caring for the other and oneself dating paternity family stru
318. que importa se o posicionamento ocorre entre pessoa pessoa ou microcultura familiar microcultura familiar b Se a pessoa se posiciona reflexivamente ou se o outro que posiciona e posicionado H uma diferen a do conceito de reflexividade na Lingu stica com os pronomes reflexivos do conceito para a psicologia russa Teoria da Atividade Leonti ev 1978 Esta teoria constr i o conceito de reflexividade a partir da discuss o marxista em que o corpo do homem reflete o custo da mercadoria ou mais especificamente de outra mercadoria A propriedade da consci ncia individual um movimento interno que reflete o movimento da vida real do pr prio sujeito o qual ela media j vimos que somente nesse movimento o conhecimento encontra sua relev ncia com respeito ao mundo objetivo e sua efic cia A quest o tamb m a mesma quando o objeto da consci ncia s o os tra os caracter sticas e a es ou condi es do pr prio sujeito neste caso tamb m necess rio distinguir entre conhecer sobre si mesmo e conhecer se Leonti ev 1978 p 36 c A terceira dimens o se a cada posi o mover o outro ou o outro posicionado pelo mesmo ato Os atos de significa o consideram as marcas nas conversa es na 69 conex o entre a Estrutura Tem tica e Estrutura da Informa o assuntos conexos entre a Psicologia e a Lingu stica M M Gergen amp Gergen 2006 Silva 2010 2 5 A an lise da estrutura tem tica e da estrutura
319. r i a inferioridade moral das pr ticas sexuais entre pessoas de mesmo sexo e a compulsoriedade da heterossexualidade O documento da pol tica enfoca a fragilidade dos homens enquanto vari vel cultural em reconhecer a doen a inerente sua pr pria condi o biol gica p gina 6 nas 10 primeiras linhas O documento assegura que na condi o cultural de provedor os homens s o mais vulner veis s enfermidades graves e cr nicas e morrem precocemente pelo fato de n o buscarem os servi os de aten o prim ria assim o homem priva se da prote o necess ria preserva o da sua sa de uma vari vel cultural masculina p gina 6 e 7 Registros feitos no 108 documento mostram a resist ncia masculina em rela o aten o prim ria n vel de sa de p blica respons vel pela promo o da sa de que aumenta a sobrecarga financeira da sociedade da fam lia de si mesmo o sofrimento f sico e emocional na luta pela qualidade de vida p gina 7 Desta forma os homens adentram o sistema de sa de pelo atendimento ambulatorial e hospitalar de m dia e alta complexidade o retardamento do atendimento gera maior custo para o sistema de sa de e para o pr prio homem proveniente dos aspectos socioculturais Entre as quest es socioculturais discute se a univocidade da masculinidade da mudan a do homem enquanto aquele que n o cuida da sa de para o homem ativo nas reivindica es do direito sa de Entende se como univo
320. r use sempre camisinha de sabor Sexo bom de baixo de chuva metendo gostoso com camisinha de uva No meu quarto entra de roupa e sai pelada hoje eu vou usar camisinha de goiaba Meu pau voc chupa e minha bola voc beija que tal usarmos camisinha de cereja Pe o pra comer teu c voc diz nem rola s se for com camisinha de acerola Eu meto em voc e voc fala me bate amanh n s vamos ter camisinha de abacate Eu meto em voc at voc cair camisinha potente sabor de abacaxi Sei que tu se amarrou na minha sabedoria estudo aprofundado no sabor da camisinha no sabor no sabor da camisinha Como que Camisinha tem que ter n o pode esquecer coisa essencial na hora de meter de tr s de lado seja como for use sempre camisinha de sabor 314 ANEXO 4 Pare De Tomar A P lula J nem sei h quanto tempo Nossa vida uma vida s E nada mais Nossos dias v o passando E voc sempre deixando Tudo pra depois Todo dia a gente ama Mais voc n o quer deixar nascer O fruto desse amor N o entende que preciso Ter algu m em nossa vida Seja como for Voc diz que me adora Que tudo nessa vida sou eu Ent o eu quero ver voc Esperando um filho meu Ent o eu quero ver voc Esperando um filho meu refr o Pare de tomar a p lula Pare de tomar a p lula Pare de tomar a p lula Porque ela n o deixa o nosso filho nascer 3x Voc diz que me adora Que tudo nessa vid
321. r agr colas depois das nome separou mais como homem do trabalho Di ria andan as para eu 4 filhos depois da cirurgia Dinheiro Sal rio Gandu ficaram comigo c ncer Filho P23 25anos N 1hs02min 4 s rie Alcoolismo Filhos da nibus prensou a Fotos Viol o Carregador Sal rio trabalha sem E Ih15min e companheira bacia o momento tatuagem ficha caminh o Di ria carteira Acidentes 4 filhos planos de morar com ambulatorial Borracheiro Frete assinada Separa o do pai Cida acidente e m e Acidentes Obs TOPA Programa Todos pela Educa o pela redu o do analfabetismo Secretaria do Estado da Bahia EJA Programa Nacional de Educa o de Jovens e Adultos Quadro 3 A construc o de informac es dos membros da fam lia 3 Julho 2014 Membros Posi o na Tipo e tempo Educa o Processo Constitui o Kayr s Kayr s Media o Trabalho Renda Fam lia 3 Fam lia idade da entrevista sa de Familiar Planejamento artefato Processo de 1 pai N doen a Familiar simb lica curso de 2 filho Narrativa vida 3 neto E Epis dica Av P31 75anos N57min Analfabeto Problemas 17 filhos Vontade de Mesa Aposentado Benef cio Casou aos E2hs de Coluna morreram aprender caf vida Agricultor Com rcio 18a antes Hipertens alguns netos hist ria filho velha agr colas trabalhava o arterial bisnetos pr digo em cansada na ro a
322. r os outros bem ENTOM de qualquer forma ENTOM Deus livra do perigo n DEUS livra do perigo que vai se passando 26 06 a 26 20 155 Hoje busca contato com a c mera movimento que finaliza protegendo o p nis com a m o e p e o polegar esquerdo dentro do bolso apoiando a m o No movimento responde falar sobre a vida em que o olhar est voltado para pr pria pergunta tratar os outros bem e mexe o quadril A bainha do fac o fica mais vis vel quando ele coloca o polegar esquerdo no bolso nesse momento P faz um leve movimento da cabe a para frente buscando contato visual com P11 P11 finaliza o movimento fazendo contato visual com P e dizendo que Deus livra do perigo volta ao movimento inicial de deslizar as m os batendo as palmas com a m o esquerda por baixo Na fala Deus livra do perigo com a m o direita fechada as unhas da m o esquerda batem sobre os ossos dos dedos da m o direita e o movimento finaliza com P11 estalando os dedos da m o direita Finaliza com sil ncio de 26 06 a 26 20 Entre Deus livra do perigo e a repeti o P11 movimenta os m sculos da face abrindo for osamente os m sculos da boca como se falasse a letra A An lises Microgen tica P12 Kayr s fam lia em 25 20 Enunciados 170 190 P12 E A Conhe o Tem muita gente que j entrou No mundo das drogas Essa vida num presta n o s vem destrui o O mundo das drogas s va
323. rain A amp Hay A 2012 The discursive nature of inner speech Review Theory Psychology 221 3 22 Dispon vel em http tap sagepub com content 22 1 3 abstract Leal A F Figueiredo W S amp Nogueira da Silva G S 2012 O percurso da Pol tica Nacional de Aten o Integral Sa de dos Homens PNAISH desde a sua formula o at sua implementa o nos servi os p blicos locais de aten o sa de Ci ncia amp Sa de Coletiva 17 10 2607 2616 Leonti ev A N 1978 Atividade consci ncia e personalidade Dispon vel em http www marxists org Leontiev A N 1992 Joint activity communication and interaction toward well grounded pedagogy of cooperation Dispon vel em http www marxists org Leonti ev A A 2006 The psychological structure of meaning Journal of Russian and East European psychology Dispon vel em http www marxists org 302 Lisboa A V F res Carneiro T amp Jablonski B 2007 Transmiss o Intergeracional da cultura um estudo sobre a fam lia mineira Psicologia Estudos 12 1 51 59 Maring Disponivel em www scielo br L tman Y amp Uspenskii B 1981 Ensaios de Semi tica Sovi tica Lisboa Horizonte Universit rio Lubovsky D V 2009 The Concept of Internal Position The Cultural Historical Perspective on Studying the Personality of the Schoolchild Journal of Russian and East European Psychology 47 4 87 96 Dispon vel em www periodicos
324. ram sobretudo em formatos de aprendizados naquilo que pode ser dito em fam lia quem est autorizado a dizer quando pode dizer o que conseguiu entender o que as pessoas entenderam e acharam importante transmitir como tamb m os significados que se 290 comp e de sil ncios e o que se julga melhor n o transmitir O funcionamento do humano viv ncias experi ncias que aquelas pessoas constru ram na vida isolada e dialeticamente em intera o com outros quilombos constituem um desafio s pol ticas p blicas como aos estudos cient ficos do tu eu eu mim Nas narrativas resultados e na discuss o observamos a luta entre o que a pol tica p blica queria que os homens fossem e as condi es de socializa o destas para que potencializem uma vida melhor para todos Nessa batalha entre o homem que se quer e o homem que se encontra As idiossincrasias nas legisla es antigas convencionaliza es pr ticas culturais arraigadas a anos e as mudan as sugeridas com o novo C digo Civil a Constitui o Federal e o Plano Nacional de Sa de do Homem MS Sa de 2009 Na busca por integrar o conhecimento da produ o de sentidos intergeracional dos homens no planejamento familiar s pol ticas p blicas descrevemos alguns insights da pesquisa de campo A dificuldade com a complexidade dos processos comunicativos aponta para a necessidade de integrarmos diferentes instrumentos metodol gicos em m todos em um processo em que a metodolog
325. ran a com pais mais para o lado dos filhos netos de junto bom filho bom neto bom marido Na posi o outro filho P11 construiu os significados de delegacia pris o impossibilidade de cria o do neto pelo filho neto P22 viv ncia neto av conjugados aos significados do tema de estrutura familiar como carregador entregador aposentado rebuli o no corpo para a sa de fim do trabalho duro chegada da idade o dia da feira Quadro 10 Posicionamento P11 Paternidade Junho 2014 Estrutura familiar P11 Posicionamento Significados Eu Pai Conselheiro levar os filhos na calma z B un 5 C sg s 9S S B v e H sem estupidez seguranga com pais mais E E E p E E DAE S 9 amp amp 985 5 gu R para o lado dos filhos netos de junto w g s i o O E 9 di A g B a gG 4 qoM E A cn s Ug O lt lt Esses N bom filho bom neto bom marido CHNONE Nu 9 D o 9 EOS S A E 8g P amp BZdga s8B85g E e Secos ES 8 722 Passado S a D a de g S Ss go AS ndo E eA r US s B ES 3 5 M umoue om em qu n SN E o 9 5 Presente O a on s Outro filho Impossibilidades de cria o do filho pelo Futuro filho neto de P22 Outro neto Rejei o da m e menino macho 1 Vivencia neto av T 5 o d D o gt g S ET E Se Sm R g gt BE BN Ai n Kayr s Ai n Kayr s 122 Paternidade 2 Neste quadro cruzamos os significados da paternidade em rela o a heran a familiar que
326. ransi o na vida de P11 mostra a sa de como ant nimo do problema na perna a partir da crise como mudan a no seu funcionamento como humano As reverbera es da crise em rela o ao passado encontram se na sa de como um dos primeiros agradecimentos Deus Tarv is da sa de a pessoa adquire tudo enunciado 28 P11 N bot ro a trabaiando enunciado 8 P11 NJ N o pode adquirir mais tudo sem que a perna fique dormente com trabalho na ro a por menos de duas horas enunciado 237 P11 N O neto PlIn e seu pai s o pessoas identificadas por seus nomes sem aux lio de recurso fotogr fico assim como R a filha ca ula Enquanto os irm os do participante s o identificados com poucas enuncia es os outros familiares s o identificados pela posi o social o cara que bebe o irm o da mulher o filho que mora em Laje o que vem toda semana e o neto P11n Conta que o neto fora deixado pela nora que num queria criar menino macho enunciado 281 P11 N fio homem enunciado 281 P11 N o menino enunciado 281 P11 N Chegou doentinho cheio de caro o enunciado 281 P11 N para o participante e a mulher tomar conta S o v rios os epis dios relatados sobre o neto que s o distribu dos nos subtemas de o neto que conta o epis dio da obedi ncia dos netos entre os quais o Pl In o trator que conta o epis dio sobre o trabalho que conseguiu como tratorista menino macho que conta sob
327. re como a nora explicou porque largou Pl In com o av filho homem que conta sobre o cuidado do av com o tratamento das feridas a partir do descaso da nora pela masculinidade de P11n l no p de jaca conta o epis dio do aprendizado de P11n com as brincadeiras de trator constru do a partir de uma bicicleta vassoura e o volante no p de jaca O pesquisador 119 observou nas releituras dos epis dios das narrativas de P11 que alguns significados apontavam para o neto no in cio da narrativa Ao falar sobre os filhos P11 n o nomeia n o abre as hist rias como faz com os epis dios que enfocam P1 1n Mapa Tem tico de P11 Em seguida aos quadros constru mos o mapa tem tico correspondente as principais linhas narrativas do participante na posi o eu e ao posicionar o outro na narrativa No posicionamento eu direcionamos os temas do cuidado de si namoro e estrutura familiar na perspectiva do materialismo hist rico No posicionamento outro direcionamos os temas de paternidade do pai de P11 a heran a familiar com os conte dos emocionais dos epis dios 120 Namoro Na posi o eu P11 construiu os significados do passado ao presente sob o tema namoro com namoradinhas pedidos de namoros casamentos vida estruturada o esforco do homem com o pedido de namoro Em Kayr s constitui o tratar os outros bem como diferengas dos tratar bem aos outros que se liga ao momento tenso de assassinato do seu filho na ro a No tema c
328. resist ncias dos homens em rela o ao servi o de sa de s o intervaladas com pausas na fala do participante se encontram sobretudo na restri o aos servi os sa de masculina assim como em n o tem muita coisa espec fica para o homens enunciado 35 Sobre as restri es A relata a dificuldade de encontrar o pessoal em casa enunciado 29 95 especificamente a mulher pois os servi os dispon veis mais importantes para o Posto de Sa de est o no programa de planejamento familiar e no subprograma de Aten o Sa de da Mulher no munic pio A encontra dificuldades em encontrar todos os moradores em casa Nas ocasi es que os adolescentes est o em casa eles encaminham o agente para as mulheres E quando os adolescentes atendem ao agente comunit rio geralmente chamam M e o A t aqui Enunciado 97 E o homem volta para casa sai ou est trabalhando enunciado 107 A tece enunciados sobre a presen a de adolescentes no Posto de Sa de entre sil ncios e brincadeiras na conversa de A com o pesquisador adolescente hum Vai n o dif cil enunciado 69 Interpreta que os adolescentes se acham muito saud veis mesmo assim realiza orienta es de sa de e distribui o de preservativos para o p blico masculino A conta que a distribui o de camisinhas realizada com descontra o entre os adolescentes de sua rea adstrita na conversa com os moradores brincano dize
329. revista pois pesquisador e participante se sentiram incomodados Assim constru mos o pr ximo local da entrevista na ro a a 20 metros da casa da zona rural um local aberto e com mais privacidade do que na casa da zona urbana A din mica da produ o de sentidos para a segunda entrevista foi de frases mais longas com mais sil ncios e complementos de id ias subseq entes narrativas sobre a vida ntima namoros experi ncias com as bebidas alco licas o assassinato do irm o os cultos do candombl na fam lia O contexto tamb m observado como artefato impresso de significados pela pol tica p blica de sa de integral do homem conforme nossa an lise de conte do tem tico O documento considera que a forma o do contexto e a socializa o correspondente s o importantes na forma o dos acontecimentos que se seguem Em contextos espec ficos h uma tend ncia envolvimento em epis dios violentos ao uso abusivo de lcool drogas at mesmo a constitui a viol ncia como estrat gia de empoderamento masculino O documento 282 considera que o homem no contexto prisional capaz de produzir danos sa de f sica ps quica e social para si e para os outros homens O contexto foi observado como artefato pelos funcion rios do Posto de Sa de o agente comunit rio e a enfermeira Para a enfermeira os homens n o frequentam assiduamente o Posto de Sa de mais est o mais presentes nas reuni es de pais na escola dos filhos
330. ri ncias infantis na rela o com o pai respons vel as reuni es escolares as conversa es informais com amigos os filmes as mensagens midi ticas ainda encontraram como recursos as pol ticas e as estrat gias de promo o do bem estar dos filhos Um dos fatores importantes ao tratarmos do sentido do planejamento familiar como produ o social entre as gera es que se as taxas de crescimento populacional forem baixas o estoque acumulado de riquezas isto a heran a se torna relevante sobretudo quando se cresce de forma desmedida Esta era a previs o de Karl Marx em ventriloqua o aos pesquisadores de sua obra como Schumpeter 1985 a respeito da acumula o do capital nas m os de poucas pessoas produzindo desigualdades sociais e nos estudos recentes de Piketty 2014 Na presen a de taxas altas de reprodu o humana o crescimento populacional desmedido compromete a quantidade de recursos vida digna e honrosa Disto resulta a import ncia dos estudos sobre a reprodu o humana planejamento familiar e o sentido da paternidade na constitui o das fam lias em gera es Ao compormos a paternidade comparamos com a estrutura familiar composta pelo or amento dom stico e esfor o do trabalho em um quadro espec fico nos resultados e em outro comparamos os mesmos significados aos significados do tema da heran a No primeiro quadro o foco era a an lise da inten o pela fam lia a partir da constitui o da for
331. rizamos a fam lia como o conjunto de pessoas a partir das narrativas de suas experi ncias significativas e mem rias familiares de a es e reverbera es do discurso que flui Interpretamos as mem rias familiares na rede de significa es sociais Ver n amp Ford 2006 Ver n 1987 em que discursos de recorda es reverberam Silveira 2012 formadas por diferentes discursos tanto concretizados nas hist rias familiares como tamb m em discursos de outros familiares pessoas que comp em as mem rias coletivas experi ncias significativas e pr ticas culturais Barbato Mieto amp Rosa prelo Sendo assim as narrativas produzem em uma variedade de g neros do discurso que pressup e a variedade dos escopos intencionais do participante em que cada enunciado um elo na cadeia de outros enunciados Bakhtin 2003 Volosinov 2006 sobre as 50 transi es na constitui o familiar no aqui e agora ao contar as hist rias de vida intergeracional ou ouvir ler narrativas sobre sucessos e insucessos de fam lias na comunidade Nesses enunciados est o pessoas integrantes dos conflitos e negocia es que em muitos casos s o exclu dos das narrativas de hist ria de vida nas gera es posteriores mas que est o na mem ria familiar Larrain amp Haye 2012 A cada instante na mem ria pessoal e familiar entre gera es o planejamento familiar se desdobra em novo planejamento a partir da produ o de sentidos intergeracional do
332. rmelhas para sentar debaixo do p de Jaca pr ximo ao local de experi ncia das aulas de dire es do primo M que montou um trator de brinquedo at aprender a dirigir hist ria comentada por alguns membros familiares Iniciamos a entrevista revendo de onde paramos e explicando porque mudamos de local A av de P13 auxiliou na arruma o do local com samambaias dependuradas e alguns artustos de jardins ao ch o ao lado das cadeiras Montamos o local do gravador com um tijolo em p como base e outro deitado para formar uma esp cie de mesa de centro O gravador ficava assim mais pr ximo do que a filmadora que pegava todo o corpo do participante e do pesquisador P13 usa camisa bege cal a jeans branca descal o P est com cal a jeans t nis preto camisa branca cotovelo direito se apoiando na m o esquerdo sobre a perna direita cabe a se apoiando na m o fechada direita corpo curvado com as costas na cadeira os p s se encontram um pouco atr s da cadeira P pergunta se no tempo do pai e av o cen rio das drogas era como hoje O movimento de P13 para esta resposta se inicia com um esbo o de um sorriso e com o p esquerdo de p13 um pouco a frente p direito um pouco abaixo da cadeira na parte central pernas entreabertas antebra os nas virilhas m o esquerda pegando a parte interna do joelho direito e a m o direita encosta no pulso da m o esquerda e o p esquerdo bate no ch o mantendo o calcanhar fixo ao ch o P
333. rmonais mais adapt veis ao cotidiano das pessoas levaram sessenta anos para se desenvolver e mudaram em profundo o costume com os m todos naturais possibilitou a inven o de produtos substitutos como o DIU a p lula do dia seguinte a camisinha permitindo o contexto de um conjunto de inova es radicais transforma es de convencionaliza es oportunidades sociais que em conjunto foram significados como revolu o sexual Mesquita 2008 Ventura 2004 Na economia essas oportunidades no curso de vida caracterizam o desenvolvimento como expans o das liberdades individuais Sen 2000 em que as oportunidades sociais intensificam o crescimento econ mico As oportunidades tamb m se conjugam com liberdades pol ticas poderes sociais e condi es como boa sa de educa o b sica e fomento s iniciativas que influem no sistema de atividades do agente Mas este sistema refrata as oportunidades pelo exerc cio de liberdade dos agentes mediante a liberdade para participar das escolhas sociais bem como da tomada de decis es p blicas que direcionam a essas oportunidades Sen 2000 Na psicologia as oportunidades no curso de vida se assemelham ao esfor o de mudan a coletiva de previs o colaborativa devido s transforma es expansivas nos sistemas de atividades de institui es culturais Os sistemas de atividades percorrem longos ciclos de transforma es qualitativas vindas das contradi es que s o historicamente 64
334. rpetua o dos recursos sociais e econ micos nas fam lias Em nossos estudos as narrativas sobre os significados que est o envolvidos na inseguran a na velhice 248 comp em se de perigo maior aten o s coisas que acontecem medo vida perigosa sozinhos moleza o filho quando estava junto ao pai ambos andavam seguros o filho tinha mais obedi ncia ao pai a atividade de aten o em lugares perigosos tremuras pessoas na velhice fracas para o trabalho pesado A constru o de informa es sobre o cuidado comp e ainda do aumento do n vel educacional de forma geral no mundo Piketty 2014 Reconhecemos a import ncia da educa o para os processos de socializa o intera es humanas entre professores alunos e corpo administrativo escolar Barbato Mieto amp Rosa prelo Entendemos a import ncia para a experi ncia dos participantes do Quilombo Alto do Morro das atividades de ensino e aprendizado colaborativo com produ o de sentido da a o da pessoa composta de emo es no contexto social cultural e situado Contudo os estudos de Piketty 2014 sinalizam que as mudan as consider veis do n vel m dio de forma o n o permitiram reduzir as desigualdades da renda do trabalho Piketty 2014 discute que o diploma de ensino fundamental de antes equivalente ao de ensino m dio de hoje e se antes era preciso ser formado numa faculdade para exerc cio de certa fun o agora exige se um doutorado Passos 2012
335. rrativas nos seus significados da manuten o do bom nome da fam lia uma mudan a em rela o narrativa de P31 e P32 P31 constr i a pr tica da vergonha como honra da fam lia como pr tica cultural um aprendizado do seu pai O respeito um das produ es de sentido que comp e a vergonha aparece nas descri es de P31 como obedi ncia professora prima da m e e respons vel pela escola enunciado 74 P31 NJ A obedi ncia n o aparece diretamente na entrevista de P32 e reaparece nas de P31 como n o falar mal e n o responder aos pais Os significados intergeracionais da paternidade como procria o mostram que existe uma diferen a de P31 P32 e P33 no contexto sociocultural e situacional P31 nascido em 1938 relata que seu pai teve 53 filhos com tr s mulheres falecidas por doen as da poca J P31 teve apenas 16 filhos a mesma mulher ainda viva e sob os cuidados do participante P32 queria ter apenas um filho teve tr s filhos com a primeira esposa falecida e n o ter filhos com a segunda P33 ainda sem filhos tem vontade de ter dois ou tr s filhos A produ o de sentidos intergeracional da estrutura familiar da fam lia P3 A produ o de sentidos intergeracional da estrutura familiar de P31 P32 e P33 constitui os significados de trabalho cansado brabo pesado intenso o dinheiro para a feira semanal experi ncias com pre os da feira A feira a pedra o local do com rcio dos produtos agr col
336. rte de pedreiro enunciado 138 P12 E foi uma experi ncia significativa na execu o na zona rural do Programa Minha Casa Minha Vida enunciado 142 P12 N Com o trabalho de enxada na ro a para manter a fam lia nfase adicionada P12 aprendeu a fazer economias na hora que estava na ro a o pessoal chamava pra dar um dia de culh enunciado 390 P12 N e assim 50 ele n o gastava Com uma parte do dinheiro ele comprava balas na bomboniere enunciado 213 P12 E da cidade e vendia no bar em sua casa em Laje fato que o auxiliava na compra do p o de cada dia Nas palavras de P12 Economizava n o era muito mas serviu enunciado 217 P12 E para deixar para os filhos A eu apanhei enunciado 216 P12 NJ constitui o epis dio que o autor da narrativa est em v rias posi es sociais no presente e passado na constitui o de si eu apanhei A no outro dia eu sa enunciado 206 P12 N na passividade do passado a me dero uma surra enunciado 22 P12 E na a o ativa no passado com reflexividade sobre o futuro eu atr s da bananeira escondido com medo de apanhar enunciado 206 P12 N na a o do fogo enquanto objeto impresso de significados o autor estava ativo Agora nesse dia eu escondi Enunciado 214 P12 N Quando narra o dia em que se escondeu aponta 126 epis dios de outras surras em que foi passivo na a o de apanhar permitindo se ser pego Demonstra u
337. s Na batalha por uma vida melhor P31 e sua fam lia mudaram se para o quilombo Alto do Morro onde havia escola e Posto de Sa de Ao narrar a respeito de sua luta para manter os filhos na escola ele conta que quando tinha a idade dos filhos tamb m participou do programa Movimento Brasileiro de Alfabetiza o Mobral pela batalha no aprendizado de assinar o nome um Kayr s da fam lia enunciados 81 113 P31 enunciado 58 P31 NJ P31 descreve o epis dio entre sil ncios e ora es compreens veis pela sequ ncia de enunciados e translingu sticos Neste cen rio encontravam se P31 os irm o e primos meninos de 15 a 17 anos tudo novo com uma for a arriada no diabo a professora mulher da zona urbana senhora e casada e assim prossegue Mai risos oxi risos Neste momento da narrativa P31 n o falou mais sobre os acontecimentos hist ricos que se sucederam na cena narrada O pai de P31 outro personagem que entra em cena recusou quando soube da hist ria Num fica um P31 declarou que sa ram todos da escola pela ordem do pai e finaliza o epis dio dizendo O pobre do P31 ficou burro sem saber de nada 201 P31 explica porque a fam lia considera importante a conquista da escolaridade no curso de vida apre o pela busca por col gio como uma lembran a Sua fala seguida por elementos contidos em outros epis dios relacionados heran a cultural e honra ao nome da fam lia Ele ensinou a gente a viver A
338. s lt ano de Int que Era meus Plantar Lutar Plantar dm Tenho Carga de A outro Uns consei Para Que dar Poder d Tem p NEN od vei Guentar A fam lia S o De obedecer Tudo com vontade Tudo Obediente 169 Caso P22 Sum rio das entrevistas P22 relata que brincou de capoeira no Mercado Modelo aos doze anos de idade na juventude mo o com o mestre S em Salvador A capoeira uma cultura descendente dos africanos dizia ele consistia de aprendizado pessoal e coletivo puxar a gin stica em p pessoas dispostas em roda fazer figa passar a perna por cima do outro colega realizar salto mortal P22 declara que virou craque na capoeira com apresenta es em Salvador cidades do Rec ncavo Gandu e sul da Bahia A capoeira segundo o participante era uma dan a para ver o ch o ficar com mulheres Ao participar de uma briga um neg cio de briga decidiu sair da capoeira P22 irm o mais velho da fam lia P2 conta que em fazendas no sul da Bahia Gandu e nas terras do pai trabalhou para si e para criar os irm os enunciado 68 P22 NJ Narra epis dios da constitui o familiar com a inexist ncia de medicamentos contraceptivos adequados a evitar filhos segundo os coment rios de sua mulher enunciados 367 493 P22 E Na perspectiva de P22 as mulheres do quilombo quase n o usavam a p lula como medicamento contraceptivo at falavam do adoecimento com c ncer no tero e fal
339. s sem brigas expectativa de lt E B gus qu 2 E a As e C diferentes n meros de filhos pelos amigos 293 E e dou E 8 s Ad Ss O du Qe de io Passado H Apoio de pessoas na cria o de filhos Sod z 585g s T o R amigos jovens padrastos ZESRESSE EZ p oS gceoOscs EA z Presente O ESSES N Esq 8m wo O Outro Pai Presen as nos fins de semana trabalhos 5 semanais na ro a com o av 5 Futuro S S z un E E d e e E E Outro Av Dist ncia do av visitas anuais Ai n Kayr s Ai n Kayr s 137 Paternidade 1 Neste quadro relacionamos os significados da paternidade em rela o a heran a familiar que se constitui de ensinamentos dos povos idosos de hist rias antigas recebedor de conselhos dos antecessores paternos e maternos possibilidades de doa es da terra em vida Expectativas de trabalhos com carteira assinada uma ensinamento do seu pai na transi o do trabalho na fam lia Quadro 17 Posicionamento P13 Paternidade Junho 2014 P13 Posicionamento Significados Eu Pai Expectativas de dois filhos sapeca danado v S y o EN d 3 mexedor em tudo brincalh o divis o de eb i 2 Z de S E 2 2 o i o Passado brinquedos sem brigas pequeno mudangas T H gt SH e j 5 o z C espertezas expectativas de diferentes n meros de 28 E sas B Es ia E E k Es A ec Presente H filhos p
340. s andan as em Salvador por ocasi o da cirurgia de pr stata o m dico lhe orientou que apenas com o contato sexual pegava se AIDS e namorar e beijar estavam liberados Nos tempos de crian a e juventude aos 12 anos conta P22 ningu m ouvia falar da doen a de AIDS a doen a do mundo s neg cio de formigueiro O formigueiro fura toda a bexiga passa para a hemorr ida com pus e mijo de sangue e possibilidades de transformar em c ncer seguido de morte Geralmente se pegava em namoro com mulher do brega de rua prostitutas em lugar tal qual a Pra a da S em Salvador Relata que hoje s engravida a mulher e o homem que quiserem porque nem precisa tomar a p lula Basta o uso da camisinha o controle da vida enunciado 418 447 P22 E P22 narra que o filho uma garantia para o seu cuidado na velhice Aos dezessete anos casou se e foi morar mais R casamento que durou menos de dezessete anos Cuidava dos filhos desde a gravidez da mulher conversavam a respeito do enxoval do beb bem como faziam compras com cores diferentes de acordo com a expectativa do sexo do beb Relata que n o havia exames para ver o sexo do beb antes do nascimento Na separa o os filhos escolheram ficar com o pai que se tornou respons vel pelo cuidado e sustento dos quatro filhos enunciado 68 P22 NJ Ap s a senten a judicial P22 relata que dividiu com a mulher o cuidado dos filhos Quando a mulher adoeceu P22 solicitou aos filhos que fossem morar
341. s coloca a disposi o de temas e subtemas em outros textos al m disso buscamos a rela o temporal que associa o tema a outras hist rias individuais e coletivas 102 RESULTADOS Os resultados est o compostos a partir da an lise de conte do tem tico da pol tica de planejamento familiar e do Plano Nacional de Assist ncia Integral a Sa de do Homem das entrevistas dos atores respons veis pela oferta de servi os os estudos de caso da hist ria de cada participante e da hist ria de cada fam lia A tematiza o constituiu a principal opera o com a denomina o dos temas e os significados que as institui es p blicas consideram ser sequ ncia descritiva principal A subtematiza o foi considerada no texto como extens o desta sequ ncia principal A an lise da pol tica indicou temas sobre o planejamento familiar e os direitos ao planejamento familiar A an lise do Plano Nacional de Assist ncia Integral Sa de do Homem indicou os seguintes temas a pol tica de sa de os homens afrodescendentes sa de sexual e reprodutiva Em seguida apresentamos o quadro da an lise tem tica do conte do das entrevistas com os interlocutores da pol tica p blica de planejamento familiar com texto explicativo antes dos quadros e tabelas formadas a partir de a O agente comunit rio planejamento familiar o homem o adolescente b A enfermeira do Posto de Sa de do Alto do Morro o homem na zona rural o pai exames o reprodut
342. s conflitos cotidianos que geram negocia es caracterizam a irreversibilidade do tempo Carter amp McGoldrick 2008 Engestr m 2009 e podem constituir crises significadas como momentos cr ticos diferen as as quais designam o Kayr s o tempo da diferen a Kennedy amp Kohan 2008 As pessoas em seus encontros constroem a intersubjetividade o espa o tempo sociocultural da produ o de sentidos e significados agem sobre si e o outro Barbato Mieto amp Rosa prelo e constroem a microcultura Assim definiremos a cultura como um ambiente de mudan a din mica transformado por artefatos atualizados nos encontros e disponibilizados por gera es contempor neas e anteriores As transforma es por 60 artefatos que comp em a cultura passam a organizar as marcas do tempo sobre as met foras Enquanto significados interpretativos sens veis ao contexto desses horizontes geram pressupostos e expectativas configurando crengas epistemologias cotidianas e de futuro Sendo assim as experi ncias na constitui o familiar podem se tornar refer ncias temporais na hist ria de vida das pessoas assumindo temas e significados nas reverbera es que marcam din micas polif nicas os discursos em movimento 2 30 di logo entre a Psicologia Cultural e a rea de Desenvolvimento Econ mico O di logo entre a Psicologia Cultural e a rea de Desenvolvimento Econ mico pode construir rela es espec ficas entre os momentos
343. s de P21 est P22 que teve quatro filhos Na explica o sobre criei tudo o tudo eram os filhos adicionado aos 13 irm os que ajudou a criar o que ultrapassa a quantidade de cuidados paterno do pr prio pai O filho P23 na explica o de quer conseguir fazer uns quatro filhos posiciona em confronto com o pesquisador rapaz a mulher n Enunciado 457 P23 E Na constru o do epis dio tece os significados sobre os quatro filhos na sua vida como o pai com quatro tamb m sendo um dos quais P23 A sobreviv ncia da fam lia e de si mesmo est na posi o da luta com esses neg cios a laranja a mandioca a farinha A produ o de sentidos intergeracional da Estrutura Familiar da fam lia P2 A produ o de sentidos intergeracional da estrutura familiar de P21 P22 e P23 constru ram sentidos nas narrativas a respeito da feira semanal alternativas ao trabalho escravo as parcerias com outros homens quilombolas de outras regi es em busca por trabalho livre a responsabilidade no sustento da fam lia P21 declara que seu pai era um homem que passava semanas em matas distantes muito apegado no machado para poder criar os filhos e sustentar a fam lia Como o pai P21 tamb m declara que desde pequeno o acompanha pelas matas e ao casar a vida foi de plantar mandioca lutar na produ o de farinha e plantar laranja para aguentar a fam lia com quatorze filhos enunciados 18 20 P21 E enunciado 497 P21 E P
344. s era um formato comum entre as casas dos tios e outros netos de junto casa do av Assim narra 178 entre sil ncios e suspiros que a fam lia P22 e P23 se mudou para mais pr ximo do av situa o com conflitos entre m e e pai de P23 enunciados 133 145 P23 E Conflitos que produziram a separa o dos pais cada qual em uma cidade e para P23 experi ncias nas estradas que se constituiu como borracheiro e nas esperas de nibus tocava viol o arte que aprendeu com um professor do comunidade da Toca do ndio pr ximo casa do av P21 Toca na casa dos primos nas festas e nos finais de semana Passou a maior parte do tempo em Salvador a tocar viol o nos bares e na cidade baixa e outra boa parte de sua vida foi o trabalho de borracheiro nas estradas no Posto Flecha em Feira de Santana Do antes ao depois o tempo de trabalho contou com v rios acidentes das correrias de ir e vir De Santo Ant nio Amargosa e tamb m nas correrias da inf ncia nas quais quebrou o bra o ao cair de rvore em Alto do Morro Os familiares lhe consideraram o menino traquina que quebrou o bra o ao cair da moto quebrou o f mur Dentre as experi ncias significativas de sua vida est o acidente da poca em que era borracheiro No acidente P23 ao estar trocando o pneu foi prensado entre nibus e o ch o O participante sentiu mais que uma dor tremenda no momento o qual o macaco saiu prensado em outra dire
345. s5 2 9509 9 g Ah ES EEE EEE EER ERE N aSsSSETREESAS ReS9 229220s532 O o58SHosSEROESTZ Futuro S nadam Eos Outro pai Trata P33 como O cuidador menino Ai n Kayr s Ai n Kayr s Estrutura familiar Paternidade 2 216 Neste quadro cruzamos os significados da paternidade em rela o a heran a familiar que se constitui de pr ticas culturais dos povos afrodescendentes sobre a festa de S o Cosme os significados que implicam em Kayr s sobre escola e honestidade Quadro 35 Posicionamento P33 Paternidade Junho 2014 P33 Posicionamento Eu Pai Inten o de ter dois D e ou tr s filhos o e x z Realizador E 9 S AS o S wW ou C Tranquilizador di A CNET E E Passado H Facilitador Do oS2S88B8s E Sa E 5 E DRA P Es EHuS922258 oO R 3 S Ao 5 Ko E E SA no E e Presente N o cESSEES E ss e N o O O O outro pai Trata P33 como a S 58862235 S menino So ENTE o He A Limitador de L gS asas uy EU o D O So S g Q Futuro vontades Es SA Es ES ci S D Qo o ES O Saga ou oO ag aa M S o S e OoOoocoOcoc dWOH gt E E a S S ta e S E Oc d NN i o 3 WS A s m O 5b o SST S a agod a D los Outro pai c Bem tratado EL E 2 DD E m E Az oaas g S Respeitado adu cN d Ai n Kayr s Heranca Obs Outro pai c tio materno cuidador o outro pai pai sangu neo Mapa tem tico P33 Quilombo Alto do Morro
346. sa de farinha na comunidade para as festas de S o Jo o em fam lia uma mudan a na divers o com o domin futebol bar com entrada para a igreja dos evang licos H 24 anos com a estrat gia de tomar licor nasceram tr s filhos E sem licor nasceram outros dois filhos os quais P12 sustentou com o seu trabalho na ro a como carregador de produtos agr colas em viagens ao sert o baiano Para os filhos ele quer uma heran a diferente Dessa forma durante a semana s estudam enunciado 69 P12 E Para ensinar coisas certas ele educa tanto os filhos como os netos Hoje ele n o estuda mas os 125 filhos sim E enquanto isso sua m e lhe d conselhos para que P12 n o despreze os terrenos enunciado 207 P12 E Para o sustento dos filhos P12 contou com a ajuda de seus pais as pr prias economias e os benef cios do Programa Bolsa Escola enunciado 141 P12 E que a mulher recebia pois no come o do casamento significado de morar na casa dos pais n o tinha trabalho fixo enunciado39 P12 E Para manter a fam lia ele seguiu o caminho do seu pai com atividades da ro a e viagens de carga de produtos agr colas pelos sert es Dentre esses trabalhos havia o de servente de pedreiro no qual ele passou a observar a atividade de constru o Suas observa es lhe renderam o aprendizado sobre a constru o civil e economias Com a experi ncia adquirida na constru o P12 fez reformas na casa dos seus pais e da sua sogra A a
347. ser identificadas nas entrevistas intergeracionais Suposic es do estudo Ao enfocarmos as din micas de constru o de explica es de si nas narrativas dos participantes ser poss vel identificar mudan as de posicionamentos que relacionem as cren as e os valores dos antepassados sobre o planejamento familiar com das gera es seguintes e que nas novas gera es haver marcas das pol ticas p blicas OBJETIVOS Objetivo geral O objetivo deste estudo analisar a produ o de sentidos individual e intergeracional dos homens em rela o ao planejamento familiar Objetivos espec ficos Identificar significados e posicionamentos individuais e intergeracionais mediados pelas hist rias de vida Identificar os significados sobre o in cio das rela es amorosas e sobretudo a adultez quanto constitui o familiar Identificar as din micas de redund ncia e mudan as dos sentidos que comp em os processos de atualiza o das pr ticas culturais em rela o ao planejamento familiar 73 METODOLOGIA O objetivo deste estudo analisar a produ o de sentidos individual e intergeracional dos homens em rela o ao planejamento familiar Nesse sentido identificaremos significados e posicionamentos individuais e intergeracionais mediados pelas hist rias de vida os significados sobre o in cio das rela es amorosas e sobretudo a adultez quanto constitui o familiar bem como identificaremos as din micas
348. ser pai nas narrativas em intera o com os filhos distantes como P13 e P33 muitas vezes na intera o dial tica de procura pelo pai e ao mesmo tempo desonrando desaprovando o exerc cio da paternidade como em P32 o que indica outros patamares da regula o de homens na posi o de pai Exemplificamos a reflex o de P32 na narrativa a respeito de sua paternidade na perspectiva dos outros Que eles ficam ah Que eu n o ligo pros filhos que eu n o t sentindo a falta T sim mas por qu Por causa dele mesmo enunciado 50 P32 E P32 na busca por respostas de si na posi o eu mim buscava um conhecimento de si nas narrativas com perguntas e ao mesmo tempo respostas sobre a paternidade como tamb m apoio na gera o ascendente O planejamento familiar entre gera es se comp e de que os da gera o descendente s o constitutivos da gera o ascendente e assim sucessivamente Em algumas etnias como nas fam lias negras nos estudos de Rogoff 2005 a constru o do significado de cuidado estabelece que os filhos de uma pessoa sejam tamb m filhos da comunidade Nos nossos 252 estudos encontramos tamb m os filhos da comunidade nas narrativas dos homens na velhice a es de cuidado com a prole dos filhos como P21 que cuida da neta que a nora separou se do filho P11 cuida do neto em que a nora n o gosta de menino macho conforme sum rio das entrevistas correspondentes Ao encontrarmos ag es de cuidado pela prole dos fi
349. ses in primary school European Journal of Psychology of Education 23 1 59 76 Dispon vel em www periodicos capes gov br Marques Junior J S Gomes R amp Nascimento E F 2012 Masculinidade hegem nica vulnerabilidade e preven o ao HIV AIDS 17 2 511 520 Revista Ci ncia amp Sa de Coletiva Dispon vel em www scielo br Marques W 2009 Funcionalismo pragm tica e an lise do discurso reflex es anal tico cr ticas Revista Odiss ia 3 0 1 19 Dispon vel em http www periodicos ufrn br odisseia article view 2055 1489 Matusov E 2013 Comprehension a dialogic authorial approach Paper presented at the Conference of the International Society for Theoretical Psychology Santiago Chile Dispon vel em http psych ucalgary ca istp McGoldrick M 2003 Novas abordagens da terapia familiar ra a cultura e g nero na pr tica cl nica Trad Lopes M S o Paulo Roca Merrell F 2003 I ri L tman C S Peirce e Semiose Cultural Revista Gal xia 5 0 163 185 Dispon vel em http revistas pucsp br Mesquita 2008 Planejamento familiar e contracep o sa de g nero e pol tica p blica na transi o democr tica Rio de Janeiro XXX ANPUH RIO Dispon vel em www encontro2008 rj anpuh org MS Brasil 2002 Secretaria de Pol ticas de Sa de rea T cnica de Sa de da Mulher Assist ncia em Planejamento Familiar Manual T cnico Secretaria de Pol ticas de 304 Sa de rea T
350. si e do outro no momento da narrativa sobre a crise sinalizada pelo ponto de mudan a que regula as narrativas Enfatizamos a produ o de sentidos intergeracional em Kayr s a partir da an lise microgen tica na qual nos detivemos aos epis dios em que os significados se repetiam em outras gera es Direcionamos a an lise microgen tica s polifonias entre gera es atrav s do estudo do movimento das emo es as quais energizam a a o humana o entendimento dos processos din micos de mudan a e perman ncias das pessoas nas fam lias Apresentamos o estudo de caso de cada participante que composto de an lises dial gica da estrutura tem tica da informa o e de posicionamentos Compusemos os estudos de casos a partir do car ter enunciativo fato que implicou a produ o de sentido na intersubjetividade A no o das marcas do sentido fundamentou se na rela o constru da a partir da unidade de significa o em sequ ncias de enunciados articulados que constituem blocos sem nticos A partir da interpreta o das narrativas dos participantes ressaltamos as marcas das oportunidades substantivas bem como as desigualdades socioecon micas em experi ncias pessoais de viv ncia de Ai n ao Kayr s presentes no texto 101 A construc o da an lise se realizou a partir de sequ ncias descritivas com enfoque nas poss veis rela es tem ticas por contiguidade e sua analogia com outros atores sociais A prepara o dos dado
351. signos n amp o h pessoas pois os signos n o s o em si mas existem a partir dos usos que se fazem deles e assim os signos produzem o mundo Kont podis 2007 Pelos signos como tamb m pelos significados se estabelece a perman ncia pelo uso que se sujeita s mudangas s cio hist ricas Assim a pessoa se comp e de linguagens signos significados e sentidos como soma de si mesma constituindo as vozes polif nicas que posicionam e se atualizam na experi ncia Sousa 2011 de viv ncias durante a constitui o da fam lia na tomada de decis o quanto ao planejamento familiar elemento ao mesmo tempo psicol gico sociocultural lingu stico e translingu stico como veremos adiante 54 2 A PRAGM TICA CONTEXTUAL DO PLANEJAMENTO FAMILIAR Consideramos que um discurso narrativo enunciado pode ter destinat rios em outro tempo hist rico e espa o diferente de onde se narrou pois o autor presume uma compreens o responsiva em diversos graus entre os destinat rios Bakhtin 2003 p 356 a diversidade no discurso se encontra no interior do texto com v rias vozes que se misturam voz da pessoa expl cita na enuncia o Bakhtin 2003 p 15 A transmiss o dos significados pelas vozes se faz pela cultura na constru o de significado e compreens o responsiva em v rios graus das reverbera es presentes no texto Silveira 2012 mediada por ferramentas como as falas sobre si artefatos e fotografias nos quais toda a cultura
352. soa no trabalho na fam lia e na comunidade pois haver um outro na fam lia a ser cuidado como uma crian a ou um idoso e ou sempre haver momentos de vulnerabilidades pessoais como o momento de sono processo sa de doen a gravidez parto e puerp rio O cuidado cont m contradi es dicotomias e transforma es motivadoras constitui o do fazer humano que o momento indispens vel do movimento da pr pria pessoa na atividade Para esse estudo a constitui o familiar a concretiza o do planejamento familiar nas pr ticas do cotidiano com as atualiza es da circula o de significados apropriados entre os m todos contraceptivos na hist ria de vida da fam lia entre gera es Na zona rural a irregularidade na oferta p blica dos m todos contraceptivos industrializados aumenta o planejamento natural dos filhos Na rea urbana o aumento do 21 uso de preservativos e cirurgias de vasectomia Marchi et al 2011 em menor n mero do que a predomin ncia da esteriliza o feminina e da p lula no programa de planejamento familiar Mesquita 2008 nos leva a supor que a reprodu o social na fun o da reprodu o humana est centrada na mulher Tal desigualdade denota a rela o entre os encargos reprodutivos dados aos homens e s mulheres pelas pol ticas p blicas e a necessidade de negocia es das experi ncias entre o casal sobre o planejamento familiar Wagner 2005 Este cen rio evidencia uma poss
353. social da mente S o Paulo Editora Martins Fontes Wagner A Org 2005 Como se perpetua a fam lia A transmiss o dos modelos familiares Porto Alegre Artes M dicas Welzer Lang D 2001 A constru o do masculino domina o das mulheres e homofobia Estudos Feministas 9 0 460 482 Dispon vel em www periodicos capes gov br 310 Wold A H 1992 The dialogical alternative Towards a theory of language a theory of language and mind Oxford Scandinavian University Press World Health Organization 2006 What is the evidence on effectiveness of empowerment to improve health Copenhagen WHO Dispon vel em http web uvic ca ocbr assets pdfs df ANEXO 1 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido TCLE 18 anos O Senhor est sendo convidado a participar do projeto a produg o de sentidos intergeracional de homens no planejamento familiar O objetivo deste estudo analisar a produ o de sentidos intergeracional de homens no planejamento familiar em comunidades rurais Por isso solicitamos autoriza o para uso de sua imagem pois sua participa o volunt ria ser atrav s de filmagens de narrativas de hist ria oral e epis dicas em sua resid ncia escola com tempo de dura o entre uma a tr s horas sem custos para ambas as partes Ao final da pesquisa podemos tirar d vidas sobre o planejamento familiar bem como informa es que se correlacionam a esse tema Informamos que o a Senhor a
354. sta valoriza o do humano operam as economias de escala Chandler 1990 em que ao variar os recursos dispon veis como elementos constitutivos do fazer humano a produtividade varia mais que proporcional Assim ao se aumentarem as experi ncias na constru o do planejamento familiar as varia es nos produtos da consci ncia Vygotsky 2001 s o mais que proporcionais podendo inclusive constituir novos processos deslocando e alterando o estado de equil brio familiar previamente existente Schumpeter 1985 65 As experi ncias no processo de constru o do planejamento familiar para a ind stria farmac utica constituem os processos econ micos de aprendizados cumulativos das intera es humanas codificam a capacidade din mica tecnol gica a qual produz inova es radicais Schumpeter 1985 com potencial de economias de escala Chandler 1990 Vasconcellos 2002 e indica es de criatividade na esfera humana As inova es s o realiza es do humano em intera o que indicam transforma es expansivas dos sistemas de atividades nas estruturas socioecon micas e pol ticas As inova es s o tamb m resultantes de um arranjo tempor rio do sistemas de atividades com espa os para que o agente se posicione e remodele intera es de poder atualizadas contextualizadas As intera es sinalizam um tempo da diferen a entre as diferen as Merrell 2003 de destrui o criativa Schumpeter 1985 que promovem o desenv
355. t ria de sua incorpora o ao pensamento e a o humana Tamb m avan a no encontro do verbal com o n o verbal do dito com o n o dito portanto transverbal a situa o as circunst ncias e o curso hist rico Volosinov 2006 p 296 direciona uma alternativa dial gica lingu stica estrutural do enunciado que passa a ser interpretada na produ o de sentidos intersubjetivos v g Bakhtin 2003 p 12 Adotamos o conceito de narrativa como g nero textual que se encontra entre a pr tica narrativa e a fala do cotidiano Assim nas narrativas o participante produz discurso em movimento em contextualiza o Auer 1995 Nas narrativas os participantes podem construir seu sentido sobre a fam lia com base em rela es intersubjetivas entre seus membros Dessen amp Campos Ramos 2010 que s o mediados por discursos objetos e imagens Caixeta 2006 atualizam sentidos personificados em marcas que se presentificam e indicam os posicionamentos entre as gera es constroem relatos que demonstram seus significados tamb m reprodutores de 31 microcultura Os participantes em suas fam lias se conjugam em diferentes formatos conversacionais e narrativos sobre diferentes assuntos cotidianos objetos com espa o de recorda es concep es de mundo nas negocia es de seus sentidos di rios de significados questionando comparando discutindo concordando ou discordando As conven es s o geradas e marcadas na intersu
356. talizados autorit rios de mando P33 produziu a narrativa em sequ ncias tem ticas do significado do abandono do pai no momento da morte da m e e com poucas refer ncias s intera es posteriores entre pai e filho O pesquisador utilizou o processo metodol gico de ir e vir nas narrativas em busca dos sentidos e significados Com este procedimento encontramos significados intergeracionais de av pai e filho nos temas da perspectiva futura de casamento de P33 nas explica es a respeito das condi es de namoro esposa conclus o dos estudos constru o da casa e a busca por emprego que significa uma poss vel polifonia entre P33 e P31 P32 descreve a produ o de sentidos na unidade de significa o de pessoa s em sequ ncias sobre os significados do filho na vida do pai e por mais que P32 se posicione responsivamente a favor dos filhos nem tem nenhum em sua vida enunciado 100 P32 E Ele usou o prov rbio uma andorinha s n o faz ver o para explicar a supera o do 240 sentimento de solid o na separa o amorosa atrav s do recasamento Os relatos s o do medo de ficar s conjugalmente sem vizinhos e companheiros e de viver sozinho em outra cidade ap s a separa o Sozinho para comer vestir e se medicar quando a sa de n o estiver bem Ele afirma que uma pessoa s n o constr i N o faz e n o produz coisa alguma Estes significados ainda constroem temas da necessidade de namoro
357. te do 15 6 meses av paterno 92 Obs TOPA Programa Todos pela Educa o pela redu o do analfabetismo Secretaria do Estado da Bahia EJA Programa Nacional de Educa o de Jovens e Adultos Quadro 2 A construc o dos informac es dos membros da fam lia 2 Junho 2014 93 Membros Posi o na Tipo e tempo Educa o Processo Constitui o Kayr s Kayr s Media o Trabalho Renda Fam lia 2 Fam lia idade da entrevista sa de Familiar Planejamento artefato Processo de 1 pai N doen a Familiar Simb lica curso de vida 2 filho Narrativa 3 neto E Epis dica Av P21 77anos N2hsl7min Topa C ncer 14 filhos netos A morte do pai e Fotos medo da Aposentado Benef cio Casou aos pr stata bisneto irm os no viol ncia a Agricultor Com rcio 25a E 1h44min D Chagas epidemia doen a trimestre tr s pico cobra pico de agr cola procurava curado de chagas na de jaca macho em jaca trabalho livre fam lia morre pai uma pico de jaca nos outros irm os parentes f mea como as quilombos Filhos desquitam andan as do e divorciam Quilombo Jesus Gandu Itabuna Nazar Pai Casou P22 49anos N IhlOmin Topa C ncer Cuidei do meus A separa o Fotos Exame Caseiro Com rcio aos 17a E2hslOmin escreve o Pr stata irm os mulher conjugal Acabou de PSA esfor o Agriculto
358. ter a prote o material que conduza ao bem estar social atrav s da a o pessoal e coletiva em pr ticas culturais hist ricas e espec ficas como o trabalho e a transmiss o de heran a econ mica As experi ncias de atua o no sistema de atividades que comp em a microcultura familiar na 25 comunidade e a participa o nas tradi es socioculturais se constroem e reconstroem Nesse sentido as possibilidades de transmiss o da heran a t m sido reguladas pela heran a intergeracional existente na fam lia a expectativa de vida e os anos de vida de uma pessoa A evolu o da heran a se estrutura pelo valor total da heran a das doa es transmitidas vindas do passado como terras transmiss veis por registros orais e atualmente escritas em declara es p blicas Nesse processo h tamb m expectativas de transmiss o social e hist rica de conhecimentos a serem apropriadas que constituam formas de sobreviv ncia incluindo as doa es das pessoas feitas em vida como transmiss es de patrim nio s vezes alguns anos antes ou momentos antes do bito Piketty 2014 No campo rural de batalha luta de jogos de estrat gias de sobreviv ncia circulam os sentidos atribu dos a heran a da terra como espa o de vida mem ria reprodu o social em apropria o pelos interlocutores como elementos constitutivos de rendas pessoais e coletivas Landini et al 2015 pp 77 90 A renda do trabalho sin nimo de sal rios al
359. tidiano da fam lia devido s experi ncias como filho na casa do pai Conta que n o obedeceu s ordens da fam lia referentes tradi o de colocar o nome dos Santos Cosme e Dami o em filhos g meos enunciados P21 220 240 E Relata que os nomes Cosme e Dami o s o atrapalhados com os sentidos cheios de trag dias tentativas de assassinatos e suic dios As experi ncias com a festa s o da m e que pegava caboclo significado como neg cio brabo estar fora de si neg cio de samba de dan a africana que proporcionavam mudan as nos cabelos for as maiores que a dos homens ou mulheres da fam lia e vizinhas al m de vozes que pediam objetos para matar papai Os sambas s terminavam quando outras pessoas acendiam incenso de alfazema para acalmar as dan as africanas e as inten es das pessoas P22 n o relata sobre esses ensinamentos Contudo encontramos na narrativa do filho P23 P23 relata participar das dan as com o sentido de samba de doido de terreiro samb o meio mundo de festas acompanhadas de comidas afrodescendentes como o caruru significado como caruru brabo que seria uma mistura de vatap com quiabo 193 An lise microgen tica da fam lia 2 Na an lise microgen tica observamos os seguintes Kayr s Em P21 a constitui o das lutas no presente passado e futuro sobre a morte do pai e dos 14 irm os sendo as quatro primeiras mortes mais r pido que as ltimas constituindo a produ o de est
360. to de sa de como e tratado O que voc sabe sobre a hist ria de l Algu m vai no m dico com voc Algu m cuida de voc Algu m foi sua Bab Voc se diverte Voc cuida de algu m na sua fam lia Voc pode contar alguma experi ncia sobre isso Fonte Constru o do autor 82 Outros avan os est o na constata o de que n o existe uma correspond ncia direta entre o que se diz nas entrevistas e a realidade Flick 2010 M M Gergen amp Gergen 2006 Na constru o do roteiro de entrevista supomos que o participante construir com o pesquisador conhecimento a partir da apropria o dos significados um do outro A estrat gia da montagem do roteiro de entrevista leva em conta as considera es apontadas e as bases do materialismo hist rico marxista da filosofia sovi tica Bakhurst 1991 em que o desenvolvimento implica o formato em que um momento negado pelo outro mas reaparece de modo transformado em etapas frente Os significados tamb m fazem o mesmo caminho do desenvolvimento em espiral v g Barbato Mieto e Rosa prelo Bentes amp Leite 2010 Na constru o dos dados o labirinto uma perspectiva de conversa o na qual o participante tem op es para a constru o da sua hist ria de vida e o pesquisador em epoch na aplica o de teoriza es sobre a compreens o nos movimentos da constru o da ideia os sil ncios como parte constitutiva dos epis dios a
361. to situa o pronome eu como marca indexical do narrador com grada es na import ncia do enunciado na apropria o da microcultura familiar O pronome ele uma marca de express es anteriores an fora no esquema gramatical de pronomes para as vozes narrativas que se estende nas intera es eu ele n s Tamb m o narrador do epis dio ao usar os pronomes na forma impessoal assume a responsabilidade diretiva no contexto sociocultural daquela microcultura que descreve um epis dio de vida do ponto de vista do ator Na Teoria de Posicionamentos essas marcas s o como dire o refer ncia na configura o de epis dios pessoais no cronotopo a posi o no espa o tempo que inclui o que fomos mais antecipa es do que seremos Harr amp Langenhove 1998 68 O lugar que os participantes ocupam no mundo o conhecimento do passado e as perspectivas de futuro a sequ ncia das coisas j ditas e as din micas na forma o dos significados s o importantes no processo de compreender o que se diz Aplica es de algumas dessas ideias na pr tica t m revelado a necessidade de prestar mais aten o ordem em que os significados s o estabelecidos nas comunidades muitas vezes constituem normatiza es nas quais se exercem os atos intencionais constituintes do fazer humano Bruner 1991 Harr amp Langenhove 1998 Essa tese adota maneiras de descrever atos de posicionamento a dimens o de diferen a em
362. tras n o Santos 2011 isto de alguma forma n o era poss vel avaliar quais fatores impactavam esse desenvolvimento na estrutura das a es da pessoa fam lia Sen 2000 Os pesquisadores identificavam quantitativamente as mudan as ap s a interven o mas n o sabiam como ocorriam as transforma es com as pessoas em fam lia o que levou necessidade de se buscar abordagens que privilegiassem a produ o dos sentidos nas experi ncias dos participantes A partir dessa situa o de pesquisa nos importamos com os sentidos das experi ncias pois eles nos auxiliam na compreens o das din micas do funcionamento humano e suas escolhas Nessas experi ncias de pesquisa com fam lias na Bahia notamos que as participantes mulheres contavam suas experi ncias nas tem ticas do planejamento familiar com mais desenvoltura para as pesquisadoras Assim neste estudo de tese decidimos escutar os homens sobre os significados e sentidos constru dos por eles sobre o planejamento familiar Algumas quest es subjacentes enfatizaram nossa tomada de decis o como os poucos estudos te ricos sobre a reflex o dos homens sobre o planejamento familiar Marcondes 2005 al m das contribui es te ricas sobre as xvi intera es entre as pessoas nas condi es de socializa o situadas mediadas por narrativas bem como o desenvolvimento de metodologia qualitativa para an lise de narrativas intergeracionais Diferentes reas do conhecimento
363. tras pessoas e seja legalmente respons vel Tem direito ao sufr gio universal bem como est apto a tirar carteira de trabalho sendo prov vel estudante ou desempregado Instrumentos e Materiais Instrumentos entrevistas abertas e semiestruturadas Foram feitas entrevistas abertas epis dicas e semiestrutudas mediadas por fotografias e objetos trazidos pelos entrevistados como tamb m anota o em di rio de campo Materiais gravador digital filmadora HD Foram utilizados o gravador do computador gravador e filmadora digitais Procedimentos para constru o das informa es Este projeto segue aprovado pelo parecer 31 378 2013 CAAE13431813 1 0000 5540 pelo Conselho de tica em Ci ncias Humanas da UnB o que possibilitou a base tica institucional para a constru o das informa es com seres humanos Foram feitas duas sess es de entrevistas individuais sendo a primeira sess o aberta do tipo hist ria de vida outra epis dica seguida por entrevista semi estruturada mediada por objetos e imagens constru mos perguntas que direcionaram a conversa com flexibilidade para a observa o sobre o contexto situacional e da linguagem em uso A entrevista aberta partiu da pergunta geral sobre a hist ria de vida do participante e do contexto A entrevista epis dica propiciou um retorno primeira entrevista para a constru o de conhecimentos enfocando tamb m a produ o dos sentidos do planejamento familiar e intergera
364. trela adas desliza os antebra os frente das coxas leva a cabe a entre os bra os e esfrega as m os e olha em dire o c mera e muda de assunto a partir da palavra oxente Na ora o AGORA L P31 est olhando em dire o contr ria do pesquisador um pouco abaixo dire o da c mera com os olhos fechados Nas palavras Na poca a gente tava tudo novo P31 volta a olhar para baixo as m os entrecruzada nas coxas a frente e corpo curvado No raspar da garganta volta o olhar um pouco abaixo no centro do corpo em dire o P que se encontra com o corpo curvado m os encostando umas nas outras entre as coxas olhando em dire o P31 Na segunda raspada da garganta m o direita de P31 alisa o bra o esquerdo levantando sorrateiramente a manga da camisa que forma um tri ngulo fechado no joelho esquerdo Olhar em dire o m o Na palavra Mai meneia a cabe a mais curvada frente estando anteriormente colada no peito At as palavras com uma for a Na palavra for a desliza com for a a m o direita sobre o bra o esquerdo Nas palavras E a professora P31 volta cabe a para o pesquisador mas sem olhar diretamente para ele Na palavra Professora faz movimentos pendulares com o tronco abrindo o peito e colocando a cabe a um pouco a frente e para baixo Entre as express es mul e sinhora vai retomando a cabe a para frente descolada do peito
365. tua se valorar como a capacidade de engendrar insight com estudos te ricos mediados por instrumentos no desenvolvimento da pesquisa de acordo com a necessidade do momento na constru o dos dados de pesquisa Gergen 2014 Nos estudos sobre a produ o de sentidos como forma de compreens o do si na condi o de feixe de inten es humanas realiz veis e a serem realizadas as quest es metodol gicas avan am e se retraem Barbato Mieto e Rosa prelo Trabalha se com media o instrumental e simb lica com o participante direcionado pela pergunta e os objetivos da pesquisa com o enfoque na produ o e significado nas hist rias de vida dos participantes 723 O pesquisador no corpus da pesquisa identifica as posi es de si do outro na tentativa de n o enfocar cada hist ria e explica o exercendo epoch a suspens o do ju zo e expectativas quanto s narrativas Em pesquisas sobre a compreens o de si do outro e do mundo autores como Barbato Mieto amp Rosa prelo e Gergen 2014 utilizam ferramentas como a an lise tem tica com a pragm tica do discurso no estudo do posicionamento e an lise semi tica da produ o de sentidos e significados O pesquisador ao interagir junto aos participantes pode tender a realizar constru es pessoais e anaf ricas pode transformar desta forma sua concep o te rica a respeito da constru o de informa es no campo da pesquisa Estudos sobre a produ o de sentidos em event
366. tuais Vem c tu veio fazer o que aqui Eu digo Vim trabai pag seu dinheiro Ai eu pegava p P P E a vam fazer as contas Eu digo vamos Enunciado 484 P31 E nfase adicionada Outra caracteriza o das pr ticas culturais dos quilombolas era o trabalho no quilombo no per odo p s aboli o com trabalho nas matas distante da fam lia P31 conta que seu pai morreu h trinta anos e faleceu aos 80 anos portanto nasceu em 1904 dezesseis anos ap s o per odo da aboli o Encontramos na narrativa de P31 o modo de trabalho do seu pai distante da fam lia por semanas nas matas conjugado s possibilidades de trabalho livre na regi o Foi duro para pai criar a gente 02 03 a 02 10 A gente saia ia distante era l po Cap o para levar madeira p pud r criar a gente Foi muito apegado ao machado na mata Foi luta pesada no machado para derrubar pau na mata ia no domingo e voltava na sexta de noite Toda semana Enunciado 18 P31 E nfase adicionada 277 O pai de P31 nas matas e as pr ticas culturais da mulher negra com as crian as no quilombo presentes nos relatos de P31 tece enunciados de pr ticas religiosas de culto de matriz africana com sentimentos de medo de P31 e temor pela vida do seu pai Eu tinha uma m e Quando come a aquele som ela come ava a dar aquele neg cio brabo dela aquele caboclo brabo nela ela ia punha um neg cio em p ficava em pezinho dan ando sambando cegava e
367. tudar fica de olho As pessoas que gostam Conseguem Seg de mim 139 A fam lia P1 Sum rio de entrevistas A produ o de sentidos intergeracional dos homens P11 P12 e P13 da fam lia P1 nas entrevistas sobre o planejamento familiar mediada por significados de atividade do trabalho da ro a e a es dos participantes com a sua for a de trabalho Os pais nas a es de cuidado P11 a sa de que em alguns casos significa n o ter dor de cabe a o estar sempre na b ra pois as a es como a ca a exigem estar junto os irm os dirrubano e plantano os filhos P12 os netos P13 os que se foram P12 sustentar significa trabalhar na ro a dar o melhor para eles arrumar o p o deles de cada dia ver as coisas indo bem na mudan a do dia a dia Sustentar a si mesmo fazer dinheiro do p o manter se em atividade um conceito que se origina em P11 no lugar mais perigoso passamos com medo com atividade enunciado 231 P11 E conota a produ o ps quica e as a es humanas o mesmo conceito que une a constru o de estar em atividade com a discuss o sobre estar fora de si enunciado 201 P11 81 P12 E no lic para P11 e enunciado 263 P11 E 127 P12 E no medo da cobra pico de jaca para P11 e da inje o para P13 Na divis o das atividades os mais velhos ajudam com conselhos sobre o jogo o disfarce entre a tranquilidade e o dar duro da roga A paci ncia de esperar o fruto ama
368. u orienta es de P31 e P32 sobre pegar o que ocorriam sempre aos s bados com o pai e aos domingos na casa do av enunciado 115 P33 E merendavam e conversavam de tudo Foi dif cil para P33 o pegar o porque as exig ncias nem sempre casavam com o cotidiano reuni es com os pais na escola em hor rios de colheita enunciados 59 87 P33 N o cansa o do dia pesado dos pais para participar das reuni es escolares enunciado 87 P33 N levar o almo o para os mais velhos na ro a enunciado 113 P33 E brigas familiares enunciado 55 P33 N separa o dos pais enunciados 11 13 P33 E estar sozinho com os irm os menores no momento da morte da m e enunciado 83 P33 NJ Aos dezesseis anos ultrapassou a escolariza o do av e do pai est na 6 s rie enunciado 99 P33 N P33 narra tamb m as posi es que toma para continuar o pegar o ao explicar o nunca fui reclamado assim na escola com significados de nunca aconteceu 221 isso Num pode acontecer Na posi o do pegar o P31 posiciona a bagun a que envolve alguns alunos e lhe afastam do foco da escola nunca baguncei para chamarem meu tio na escola O pegar o o Kayr s para a fam lia P3 como na narrativa de P32 a dificuldade de observar homens da sua cor fazer uma faculdade Na poca do av pai de P31 era proibido pegar qualquer coisa com a m o que fosse do outro e o cul gio enunciado 62 P31
369. ua perna Os primeiros cuidados foram dados pelos colegas de trabalho que ao ser colocado de p teve machucado o nervo enunciado 227 P11 NJ O patr o levava diretamente o dinheiro do sustento P12 na juventude aprende a arte de carregar e assim como o pai executa a mesma atividade que realizava quando jovem na ro a do pai enunciados 149 158 P12 E P12 conta que a sua vida foi e clandestina enunciado 178 P12 N Clandestina pois n o se tem o direito a coisa alguma sem trabalho fixo carteira assinada n o tem futuro E assim quando o seu filho P13 come a o trabalho tamb m sem carteira assinada o pai lhe aconselha para que estude porque sair carregando n o era bom n o enunciado 174 P12 E E nesta situa o o filho fala sobre a inten o de arrumar qualquer trabalho desde que este seja de carteira assinada E na produ o de sentidos para P11 pode ser qualquer trabalho desde seja de carteira assinada Logo ele discute o modo como o dinheiro contribui no or amento dom stico e no processo de constitui o da estrutura familiar A produ o de sentidos intergeracional para a fam lia P1 sobre a heran a Observamos o caminho do sentido para P13 P12 e P11 sobre a heran a Em P13 h uma mudan a de g nero lingu stico para dizer o que os familiares esperam que ele fa a da heran a que recebeu e tom conta do que ficou E complementa sobre como deixar para os seus descendentes com utiliza
370. uanto filho declara que estudou na escola do Alto do Morro at a poca do casamento Nesta poca recebeu terrenos como doa o de P31 e construiu a casa a qual significa na comunidade do Alto do Morro possibilidades de vida conjugal e finaliza o dos estudos Dessa forma P32 estudou como indicou seu pai mas observava que apesar de suas inten es pessoais de continuar os estudos a inten o do bem estar na fam lia n o foi alcan ada Na opini o de P32 pessoas negras de cor n o tinham f cil acesso educa o superior o que tornou dif cil alcan ar a pretens o da fam lia Apesar disso inten o de P32 doar em vida as terras e oferecer possibilidades de boa educa o aos filhos Separado da esposa P32 inicia o processo de prepara o de doa o das terras em vida como o av fez com seu pai conselhos sobre as condi es de manuten o da heran a P33 iniciou o processo de receber os bens da fam lia aos dezesseis anos ao cursar a sexta s rie da escola uma s rie n o alcan ada pelos seus familiares antecessores Ele relata as dificuldades pessoais de se manter na escola enquanto outros colegas zombeteiam e abandonam os estudos A doa o das terras de P32 a P33 com empenho de 227 aprendizados na ro a confronta com o tempo de dedica o aos estudos de prepara o para a prova do ENEM e tamb m da complementa o de seus estudos na rea urbana Ainda n o complementou as atividades do cotidiano com
371. uatorze irm os Ficou com os quatro filhos ap s casar e separar E assim retorna para o Morro no terreno do pai onde al m de cuidar dos quatro filhos ainda cuida dos irm os na posi o de filho do pai A condi o de P23 aos 22 anos foi tamb m de cuidado de filhos e irm os como o pai Na condi o de pai P23 cuidou dos filhos que C tinha com outro homem enunciados 7 17 P23 E Na situa o de filho da ro a ensinou o irm o E a profiss o de borracheiro enunciado 430 P23 E E n o larga nem despreza os irm os em especial T com quem mora junto mais o pai enunciado 328 P23 E O av P21 tamb m cuidou dos 14 filhos e 14 irm os os irm os morreram entre os meses de outubro a fevereiro ligeiro e os outros morreram mais compassado enunciados 784 844 P21 N Os filhos ele d consei a um e d um consei a outro n de veiz ajuda argu m ajuda argum enunciado 75 P21 N Na produ o de sentidos intergeracional sobre a procria o de que eles moram tudo junto de eu que P21 entende eles como os quatorze filhos que tem enunciados 20 57 190 P21 N Posiciona que a quantidade de filhos media o trabalho duro na roga com a mandioca e a farinha e quem n o tem uma quantidade de filhos t fechando a casa de farinha pois est velho e n o aguenta o trabalho duro da casa de farinha A luta pela sobreviv ncia tamb m ocorreu com o seu pai com quinze filhos entre os quais P21 Entre os filho
372. ue muitos jovens e adultos negros procurem a Educa o de Jovens e Adultos para conclu rem a escolariza o b sica como P11 P12 P21 e P22 As m ltiplas formas discursivas de manifesta o do preconceito tnico racial est o nos limites das pol ticas universalistas e das intera es entre participantes e gestores p blicos Entendemos que a educa o n o suficiente para reparar as desigualdades na agenda hist rica das desigualdades raciais no Brasil e no mundo com discute Piketty 2014 Ao se examinar a EJA observa se um canal para o enfrentamento hist ricos dos ndices das desigualdades exclus o discrimina o tnico racial e injusti a nas trajet rias e escolariza o de significativa parcela da popula o negra o que coloca a oportunidade de outras pol ticas p blicas se unirem ao EJA como explica Passos 2012 As organiza es negras se mantiveram na luta anti racista com a redemocratiza o da sociedade brasileira os militantes do movimento negro denunciam o mito da democracia racial O mito est na substitui o da defesa da possibilidade do povo negro pela unidade do povo brasileiro como produto das ra as A igualdade substancial e material tratadas com mais proximidades um modo de direcionar para rumos mais igualit rios a perpetua o de desigualdades engendradas na pr pria sociedade Sen 2000 Piketty 2014 Encontramos na pesquisa de campo pessoas idosas menos favorecidas que foram entregues por s
373. ugal com o consenso do homem e da mulher como tamb m em pessoas absolutamente incapazes mediante autoriza o judicial 105 Pol tica nacional de aten o integral sa de do homem Os resultados indicaram temas como pol tica de sa de sa de sexual e reprodutiva os homens afro descendentes de acordo com o apresentado a seguir Quadro 6 An lise de conte do tem tica do Plano Nacional de Aten o Integral Sa de do Homem 2008 Tema Defini o Subtema Detalhamento Pol ticas de Estudos Fundamenta o Observa o de incid ncia de sa de sistematizados patologias Poucas s ries hist ricas de programas informa es sobre sa de masculina diretrizes a es e Implementa o Aten o prim ria como a porta de servi os que t m entrada priorit ria no Sistema de sa de como objetivo aten o prim ria Promo o da sa de promover a sa de como mudan as comportamentais da popula o Atores diretos e Poder P blico profissionais de sa de masculina indiretos sociedade civil organizada pesquisadores popula o masculina Diretrizes Linhas de a es a serem seguidas Tr nsito de usu rios nos n veis de aten o disponibilidade de recursos coer ncia e possibilidades de execu o Sa de Equil brio Sexualidade e Direito participa o no planejamento sexuale funcional do estado reprodu o reprodutivo Pr ticas sexuais e suas reprodutiva f sico sexual e
374. ugu is lucros e formas de aposentadoria para o momento em que as for as biol gicas da pessoa n o lhe permitem o exerc cio do trabalho Nesse sentido considere que a renda do trabalho no grupo familiar se direciona de alguma forma para a forma o da heran a econ mica como estrutura da sociedade No grupo que forma uma microcultura familiar o planejamento familiar tem rela o com a circula o das pr ticas culturais conhecidas e novas em condi es situadas e narr veis de socializa o de transforma es e perman ncias entre as gera es v g Piketty 2014 Entre as tradi es da microcultura familiar est o a perman ncia e ao mesmo tempo as mudan as que ocorrem de uma gera o para a pr xima que nos estudos te ricos sobre fam lia s o classificadas como intergeracionalidade ou transgeracionalidade Lisboa F res Carneiro amp Jablonski 2007 Penso amp Costa 2008 Alguns autores relacionam 26 intergeracionalidade com a transmiss o de epis dios normativos Chi 2013 e outros com modifica o do que transmitido nas gera es Santos amp Gazzi 2012 Quanto transgeracionalidade alguns estudos se direcionam presen a de elementos estressores na fam lia isto s quest es opressivas de outras gera es que interferem na fam lia atual Carter amp McGoldrick 2008 Santos amp Freitas 2011 e transmiss o de conte do tende a n o se modificar atravessa gera es e se imp e f
375. ui o de preservativos aos adolescentes A descreve o exame de pr stata e relata que os jovens e homens v o poucas vezes ao Posto de Sa de para fazer o exame o qual muitas vezes realizado s escondidas de outros homens por temerem as piadas a respeito do toque retal para que se observem os n veis do Ant geno Prost tico Espec fico PSA Muitos homens no hor rio de atendimento t o na ro a trabalhando na casa de farinha ou em outro local enunciado 4 A afirma haver pouco ou nenhum servi o espec fico sa de do homem dispon vel entre tantos que s o oferecidos popula o adstrita O servi o de sa de trata dos casos de hipertens o diabetes c ncer de pr stata tuberculose e tamb m d orienta es de como olhar o a car ter h bitos saud veis na alimenta o e fazer exerc cio f sico enunciado 19 e 79 Quanto ao c ncer A diz ser favor vel notifica o dos casos de c ncer de pr stata prevalente na popula o masculina com mais de 40 anos A descreve o que observa em sua pr tica sobre os homens na situa o como o homem raramente vai ao posto enunciado 9 s o sempre 113 mais resistentes enunciado 43 tem preconceito pelo dedo o exame de toque retal sorrisos de A enunciado 43 s faz mesmo o exame no ltimo caso mesmo assim escondido enunciado 53 A descri o do cotidiano dos servi os dispon veis ao homem e das
376. ui como significados sobre os filhos na vida dos pais conselho de fam lia vergonhas O conselho de fam lia se constitui na narrativa de P31 P33 e P32 nas cerim nias f nebres no momento de mortes e nascimentos enunciado 83 P33 N enunciados 49 65 P31 E enunciados 318 333 P31 E enunciado 50 P32 E em que as pessoas mais velhas aconselham um ou mais sobre heran as familiares culturais e de terras P31 descreve que seus familiares estavam presentes para as pr ticas f nebres de construir o caix o com divis es de tarefas entre os familiares vizinhos e compadres P33 descreve a presen a de familiares nos conselhos para ele e os irm os sobre onde morar com quem e como prosseguir a vida com honestidade e manuten o do bom nome da fam lia Encontramos o significado de vergonha presente na explica o sobre a pouca conversa com os pais como respeito e honestidade que abrange a manuten o do bom nome 224 da fam lia avesso roubos n o difama o respeito a privacidade e confidencialidade das pessoas enunciado 87 P31 N enunciados 39 77 P32 N enunciados 67 93 P33 E A produ o de sentidos de P32 da vergonha est nas descri es de si e dos filhos sobre a pouca conversa com os pais nas de P33 e os irm os filhos de P32 nas dificuldades de di logos entre a professora e os filhos de P31 que constru am desentendimentos com palmat rias surras e uso da capoeira P33 j descreve indiretamente a vergonha nas na
377. uidado de si e do outro P11 construiu as fun es do homem na fam lia como o cuidado pela casa alimento e manuten o da uni o familiar No mesmo tema constituiu o neto sob sua responsabilidade que chegou doentinho cheio de carogos mas no presente passa bem est obediente e segue as tradi es da ben o para o cumprimento aos av s Quadro 9 Posicionamento P11 Namoro Junho 2014 P11 Posicionamento Significados Eu Namorado Namoro casamentos vida 2 E E 8 E d Y o estruturada companheiro a S Em uc E E e 9 o o S Passado calma da vida no casamento o 8 Es E O c gs 2 PS md o C intenc o do homem com o ES E El 299620 s 2 c Q a o o Presente H pedido de namoro mudan as Aus TE EZATE EE E 0O 0 K R no namoro o juntar o morar e E Hp gds 9 5 Ss e A E i UA s S e O nos pais impaci ncia para a 9 A E E 3 9 0 2 B E E d set d T m n Futuro N atividade sexual BESqSs5228 22838 os E fo O SS cBEESEESESS o O3gSuSEsERNS IOoSHDAEB 5 S SoS EGU aw AaB Dla e O Gc 5 1 5 As os av a a E o G Outro neto E t c o eg D 5 E 5D M e iB Dm DUE Lar o290g8978ZN O S so o o o E RnTASE RS SOS EEESS ASCRDSES Outro cachorro g e D E osso Es EA OU sa S265 ORES Ai n Kayr s Ai n Kayr s 121 Paternidade 1 Na posi o eu P11 construiu os significados do tema paternidade como conselheiro levar os filhos na calma sem estupidez segu
378. ul da Bahia como Gandu A produ o de sentidos intergeracional sobre o cuidado na fam lia P2 A produ o de sentidos intergeracional para P23 P22 P21 sobre o cuidado constitui significados como aten o na sa de na educa o amparo financeiro fam lia e n o dar preocupa es aos pais Nos discursos sobre o cuidado aos filhos e netos P22 tem a inten o de morar na cidade como o local seguro enunciado 38 P22 E A diferen a entre a ro a e a cidade est presente em outras afirma es da fam lia P2 j meus filhos foram acabar de estudar na rua enunciados 192 197 P21 N a rua como a possibilidade de complementa o dos estudos da escola na ro a E voc v l na rua o pinto cum dois meis e j t dano t s quato quilo Em cima do rem dio da inje o enunciado 44 P21 E A rua como o espa o da tecnologia da ind stria e com rcio A gente sa a daqui p rua A gente chega no a gue pra comp uma carne NUM chega cum o ch ro da carne de boi mais enunciado 44 P21 E A rua como o disfarce do gosto o cheiro diferente da ro a Se for daqui pra rua um pre o entendeu Depende do lugar enunciado 117 P23 N A rua como significado dos pre os diferenciados da comunidade do Alto do Morro 188 Na perspectiva da diferen a entre ro a o trabalho e a cidade o estudo P22 afirma que s faz assinar documentos pois na escola estava preocupado que a casa d
379. ulturais situadas nas atividades do grupo Engestr m 2009 na cultura um ambiente din mico que os significados podem envolver a reconstru o da atividade psicol gica com base nas opera es com signos Os significados se formam e se dirigem ao conceito das coisas sendo um dos significados o pr prio ser humano Assim entende se que n o h o outro sem significados e assim n o h perman ncia h transforma o cont nua de significados na forma o de novos conceitos O significado o tecido que forma o pensamento e o ve culo atrav s do qual a comunica o circula Rodriguez amp Moro 1998 Gra as aos significados que v o se entretecendo na intersubjetividade e assim modelam se se configuram se transformam Compreender o signo entender como a pessoa compreende o posicionamento do humano no seu contexto sociocultural Os significados sinalizam tamb m em como a pessoa interpreta e reinterpreta a si mesma nesta hist ria simb lica que se autoreferencia e permite definir a si mesmo As narrativas de si Caixeta 2006 contam como as pessoas d o sentido em suas vidas e de outro modo quando ouvem hist rias aprendem na forma poss vel de expressar seu ponto de vida A hist ria de vida mais utilizada para adultos e 53 adolescentes Caixeta pois envolve processos psicol gicos como a mem ria individual e coletiva resultantes de fatores individuais e sociais O significado se constr i no signo e sem
380. unciado O impl cito se apresenta como condi o de exist ncia do ato de enuncia o na medida em que s legitimado sob certas condi es Diz se impl cito quando se refere a forma de como se pode dizer alguma coisa sem contudo aceitar a responsabilidade de t lo dito beneficiando se da efic cia da fala e da inoc ncia do sil ncio O sil ncio impl cito uma forma de responsabilizar o ouvinte pelo que dito qualquer que seja o esquema utilizado o impl cito aparece em movimentos discursivos operados pelo destinat rio ou quando lhe atribu do H ainda o modo de estar em sil ncio na incompletude da linguagem que significa estar no silenciamento o processo de produ o de sentidos que s o silenciados Assim estamos no sil ncio da perspectiva hist rico cultural da din mica dos sentidos da intencionalidade da unidade de significa o do posicionamento do sentido do sem sentido O sil ncio que atravessa as palavras que existe entre as mesmas que indica que o Z sentido pode ser outro ou ainda que aquilo que mais importante nem sempre se diz a 287 garantia do movimento dos sentidos do dizer a partir do sil ncio Laplane 1997 Silenciamento decorrente da pol tica do sil ncio que se encontra no poder dizer na tomada da fala na sua interdi o na censura na legitima o de certos sentidos no apagamento de outros O silenciamento admite duas formas de exist ncia a constitutivo no que
381. untos 186 A produ o de sentidos intergeracional do namoro da fam lia P2 P21 P22 e P23 contam sobre os namoros o ficar casamento o juntar as separa es amorosas Nos enunciados sobre namoro P21 construiu os significados de namoro com festeiro tocador de viol o seguido pelo neto que tamb m toca viol o desde pequeno e tem o gosto por festas enunciado 28 P23 E enunciado 86 P22 N P21 conta que o namoro com sua esposa foi conjugado com o casamento e neste curso de vida se declarou respons vel como pai e chefe de fam lia enunciado 494 P21 N As explicag es sobre o namoro partem sobre a inseguranga na velhice pois quando jovem destemido aventureiro corajoso passava por caminhos cercado de matas para ficar enunciado 34 P21 com uma mulher Nesta poca como violeiro era convidado para festas como a de S o Jo o As aventuras e coragem tanto est o presentes no relato de P23 como tamb m na solicita o ao m dico que lhe recupere os dedos ap s um acidente na m quina de moer mandioca na casa de farinha da fam lia P23 justificou ao m dico que era tocador de viol o fato que lhe rendeu uma platina nos dedos da m o esquerda O viol o divide com a mulher A as boas recorda es de P23 enunciado 541 P23 N tatuadas no bra o esquerdo P23 declara que conhece A desde a inf ncia e que sempre fica com ela como no ltimo S o Jo o enunciado 176 P23 N P23 afirma que a resid ncia de A distante geografic
382. upado Tudo isso se contrap e quanto ao sustento familiar de que naquela regi o os fazendeiros n o pagavam o dia portanto P22 e outros homens viajavam para o sul da Bahia a procura por trabalho livre remunerado que se constitu a transi es de rota de trabalho para a fam lia P2 Neste momento n o se falava ainda em carteira assinada na ro a como em P23 Quadro 19 Posicionamento P21 Paternidade Junho 2014 Po Posicionamento Significa espora bilidade no sustento da fam Seguran a com os filhos homens com as casas ao redor dos pais conselheiro e ajudador dos filhos Tempo dificil com 14 filhos e Oz Omuuno aposentado mesmo enxada Lutador para poder criar os filhos Distante da familia nas matas por semanas apegado ao machado juam ajuda acapan Ain Kayros Ai n Kayr s na dificuldades de manuten o na casa de farinha Luta pesada carga nacosta dos animais para o com rcio de farinhas ra cidade de Nazar Divis o de trabalho com os 14 filhos arriscado desvalorizado Escolha do melhor Trabalho Mangan s Risco de morte iminente perigoso enfrentamento do risco pela sobreviv ncia Busca por trabalhos no sul Gandu Habuna aa E om j E it mp otn EE Ho Es SE ig E E T s EE Bh us E E E 167 Paternidade 2 Neste quadro cruzamos os significados da paternidade em rela o heran a familiar que se constitui de mudan as nas pr ticas culturais dos po
383. utos dos 19 explica o sobre o bicho do barbeiro A produ o de sentidos sobre o epis dio das mortes dos irm os inicia com a discuss o sobre o nome e finaliza com Jesus me curou de barbeiro 194 An lise microgen tica P22 sobre Kayr s da fam lia Enunciados 40 44 P22 N RAPAZ minha hist ria de vida por que Eu n EU NASCI aqui me criei aqui mermo EU J SAI pra trabai fora assim mai RETUMEI fiquei aqui mermo no mermo local TRABAIEI muitcho mar meus PAI ajudei criar meus irm o como mais vei eu dos home eu Mexia com SAIA pero mundo Trabalhano por FAZENDA ajudava meu pai a cri meus irm o 7 45 A entrevista se d pr ximo uma parede sem chapisco P22 e P est o sentados em um sof de dois lugares com um forro amarelo estampado de flores vermelhas e folhas verdes com o gravador entre eles Por baixo do bra o de P22 h uma sacola pl stica transparente usado para guardar a c mera P22 est usando um bon com estampa camuflada camisa branca com uma faixa laranja da altura do peito at os ombros shorts laranja com detalhes amarelados apoiado no encosto do sof os bra os de p22 est o apoiados nas coxas P est usando camisa branca com uma cal a jeans desbotada a pasta transparente com a folha A4 com as orienta es da entrevista em seu colo P23 passou a entrevista com sua via do TCLE em m os P pergunta a hist ria de vida de P22 com o bra o esquerd
384. va do jeito que estiver sem correc o do portugu s pois uma comunidade quilombola com varia es lingu sticas Ad que o uso do sinal e 2 na voz de comando no imperativo 97 Houve problemas na transcri o devido varia o lingu stica dos moradores da regi o Alto do Morro afrodescendentes distantes do meio urbano em torno de 40 km em estrada de vicinal com hist rias de vida marcada em intera es comerciais com outros quilombos na regi o com diferen as de vocabul rio pros dia e fon mica Obtivemos as primeiras degrava es atrav s de tentativas avulsas realizadas por degravadores de Santo Ant nio de Jesus Bahia alguns membros do grupo de pesquisa Sa de Educa o e Desenvolvimento SAED da Universidade Federal do Rec ncavo da Bahia com aproximadamente 10 horas degravadas Apesar do quilombo Alto do Morro estar na cidade ainda h pouca intera o entre a linguagem dos degravadores e os participantes Foram feitas tentativas com duas empresas devido a dificuldades na compreens o da varia o lingu stica Especificaram que o uso das varia es lingu sticas no quilombo por exemplo o athe h ou o dizoitho ao inv s de at ou dezoito eram inating veis segundo os melhores transcritores da mesma empresa Os degravadores relataram que n o chegariam linguagem em uso do quilombo mesmo que revisassem durantes semanas Para avan ar na degrava o distribu mos as entr
385. vel defici ncia dos programas de planejamento familiar em se comunicar com os homens mostra desigualdades nas a es como indiferen a nas implica es do atendimento individual em detrimento das necessidades coletivas Rodrigues amp Ribeiro 2012 Na perspectiva coletiva o planejamento familiar atua tendo a fisiologia humana como foco incidindo sobretudo em como as pessoas escolhem o uso dos m todos contraceptivos que mais se ad qua s suas necessidades como agentes das suas transforma es pessoais nas indiferen as sociais Incorporam a lista destas indiferen as os baixos investimentos no mobili rio em locais de dif cil acesso aos grandes centros urbanos que promoveriam a educa o de sa de aos homens e tamb m aos casais nas quest es reprodutivas A diferen a entre reprodu o social e humana estabelece experi ncias distintas com alguns dados estat sticos sobre os grupos tnicos sobre seu lugar no planejamento familiar Passos 2012 Marcondes 2008 Ao considerarmos a sociedade dos negros como na cidade de Santo Ant nio de Jesus BA as mulheres dos homens negros s o as que mais morrem por gravidez parto e puerp rio MS Brasil 2012 A Bahia que concentra 53 do total de afrodescendentes do Brasil possui os maiores n meros de maternidade por adolescente afrodescendente UNFPA CEPAL 2011 diferen as que se tornam mais evidentes em algumas cidades como Santo Ant nio de Jesus Santos 2011 22 Outros d
386. vos afrodescendentes da festa de S o Cosme e S o Dami o S o Jo o para a religi o crist doa es de terras aos filhos em vida tanto quanto do nome herdado do pai com muitos irm os Quadro 20 Posicionamento P21 Paternidad e Junho 2014 na o Seguran a co com os filhos 3 com as casasao redor dos pais pi E ajudador dos filhos Tempo dificil com 14 filhos batalha na cria o dos filhos luta pela familia Obediente lideranga do pat Prontid o para a ajuda ocupados Comiv ncia co entendimento desentendimentos entre irm os Lutador para poder criar os filhos Distante da fimilia nas matas por semanas apegado ao machado Heran a T rd a a E T pu T A c ri a p Ea rg a r7 Constru o da casa de farinha no terreno Doa o de terras aos filhos em vida nome r he rdado do pai junto com v rios inn os a sogra aprendizado de modo de c como tocador de viol o ritmo samba mudan a cultural da religi o de matriz Ain Kavros Ai n Kavr s Mapa tem tico P21 Quilombo Alto do Morro 168 Entrevistas Junho 2014 Pr roubar D veas ue Dero Pra atacar x Tudo E caminho Deir pee Muito Chegava para Venho Sobreviv lutando Fez Gr vida O casamento Fez Apareceu Antes de De anim um ano Largou Na casa da m e i Pouca hora i uu vaho 2 RT ezoitho Trabaiando i Ante
387. ww UNIVERSIDADE DE BRAS LIA INSTITUTO DE PSICOLOGIA Programa de P s Graduac o em Processos de Desenvolvimento Humano e Sa de A PRODUCAO DE SENTIDOS INTERGERACIONAL DE HOMENS SOBRE O PLANEJAMENTO FAMILIAR J lio C sar Santos Orientadora Dr Silviane Bonaccorsi Barbato Bras lia Margo de 2015 p UNIVERSIDADE DE BRAS LIA INSTITUTO DE PSICOLOGIA Programa de P s Gradua o em Processos de Desenvolvimento Humano e Sa de A PRODU O DE SENTIDOS INTERGERACIONAL DE HOMENS SOBRE O PLANEJAMENTO FAMILIAR J lio C sar Santos Tese apresentada ao Programa de P s Gradua o em Processos de Desenvolvimento Humano e Sa de do Instituto de Psicologia da Universidade de Bras lia rea de concentra o Desenvolvimento Humano e Educa o Orientadora Dr Silviane Bonaccorsi Barbato Esta tese foi financiada pelo programa Prodoutoral Capes 357 2013 da UFRB Pro no 23038 001435 2013 72 vi Ficha catalogr fica elaborada automaticamente com os dados fornecidos pelo a autor a SANTOS JULIO CESAR DOS A produ o de sentidos intergeracional de homens sobre o planejamento familiar JULIO CESAR DOS SANTOS orientador Silviane Bonaccorsi Barbato Bras lia 2015 312 p Tese Doutorado Doutorado em Processos d Desenvolvimento Humano Sa de Universidade d Bras lia 2015 1 produ o de sentidos 2 planejamento familiar 3 homens 4 intergeracionalidade 5 pol ti
388. zia uma rede de meus irm os sa a mais eu brincando pelo terreiro Enunciado 93 P11 E nfase adicionada Em conversas na feira livre na cidade de Santo Ant nio de Jesus os feirantes discriminavam os moradores da comunidade do Alto do Morro Na constitui o do contexto de pesquisa observamos um conflito tnico como trata Ferreira e Pilla 2004 no qual as pessoas pouco se reconheciam como quilombolas e portanto n o deram in cio ao reconhecimento da comunidade nos rg os correspondentes O reconhecimento lhe conferiria algumas prote es previstas na Constitui o Federal Alternativamente os participantes no quilombo se engajam na constru o de ferramentas para o uso cotidiano composta de significados intergeracionais presentes nos posicionamentos que mediam instrumentalizam as a es entre os humanos como tratou Engestr m 2006 Estes artefatos t m a possibilidade de capacitar o ser humano de habitar o mundo dos significados a exemplo da bainha do fac o mais vis vel na an lise microgen tica de P11 A bainha do fac o o recipiente de coro que guarda o fac o na cintura do trabalhador rural nas narrativas ressignificado como o objeto que mediou os sil ncios e discursos de tratar os outros bem na dial tica dos enunciados de tratar bem aos outros conforme sum rio das entrevistas de P11 O fac o tamb m a ferramenta de uso na ro a na produ o social como ferramenta do materialismo hist rico O mesm

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