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Acidentes graves fatais no trabalho de corte mecanizado de cana

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1. 146 Do Dados Gel dls esmeibesisiiha do des A sro Sia a Dia DE 146 D022 DESCHICAO AO AC IG CIS catia ciento aa an anos aa O dana Da 146 5 5 3 Observa es e achados quando da an lise pelo Auditor Fiscal c 148 5 5 4 Fatores causais do acidente inseridos no SFIT ou erre 150 5 5 5 Reestudo do acidente utilizando o m todo MAPA erre 151 5 6 Discuss o dos resultados encontrados nos reestudos dos acidentes de trabalho com a uico do MM Odo MAPA aaa didi ON cad ds a ds 161 SOC nas cantando Esta Ta E N 169 CONSIDERA ES TINA SE ssa urso cect s sia doi naaso Sds i 174 REFERENCIAS O nego eaen eee ne ree eee ee me cee ee 179 ANEX O Derren aa eee Sere tare Bey een nn OR tr ORIEN A E ATER Cn nese or ner ear Seve 196 AANE O ora nae ne aie eer rer SP eer Tere one et A oe ee enn ee ener re Ne er meres 201 ANE X ae he Mew etch T Gate aeectes eet aw hate teeta teen ene 205 NERO le apm erry eee eee mE ne ree eter ee ate arene e ee arene Te mre Neen Tr ean 206 INT ODD ae a 208 ANE ACO ara aos IO a ach tac potas go ae we ners ed TR eee 209 LISTA DE TABELAS Tabela 1 Acidentes de Trabalho no Brasil e no Estado de S o Paulo segundo o tipo 2009 2011 Tabela 2 Distribui o dos Acidentes de Trabalho no Brasil segundo o motivo e a atividade econ mica 2011 39 LISTA DE FIGURAS Figura 1 Thustra o da Teoria dos domin s sauna dada asi Da dead a Saude 25 Figura 2 Explica o do acidente seg
2. Em 2003 foi publicado o livro Caminhos da An lise de Acidentes do Trabalho pelo Minist rio do Trabalho e Emprego sob a organiza o do Prof Dr Ildeberto Muniz de Almeida O Prof Dr Ildeberto Muniz de Almeida e a Profa Dra Maria Cec lia Pereira Binder do Departamento de Sa de P blica da Faculdade de Medicina de Botucatu UNESP t m contribu do com a capacita o dos AFT s atrav s da realiza o de cursos palestras orienta es elabora o de material t cnico pedag gico sobre o tema al m de auxiliar o MTE na realiza o de a es que visem o aprimoramento das an lises dos AFT 90 do acidente apenas itens de norma regularizados na a o fiscal autuados interditados ou embargados O relat rio de an lise de acidente n o padr o sendo realizado pelo Auditor Fiscal de forma livre assim alguns dados adicionais que constam neste estudo foram extra dos destes relat rios que est o de posse da autora pois disponibilizados pela Se o de Seguran a e Sa de da SRTE SP A autora tem acesso s informa es deste banco de dados pois integra o quadro de Auditores Fiscais do Trabalho do referido rg o e possui autoriza o da Superintend ncia Regional do Trabalho e Emprego do Estado de S o Paulo SRTE SP para acesso e consulta ao banco de dados do SFIT para coleta e an lise das informa es e acesso aos relat rios de acidentes de trabalho elaborados pelos Auditores Fiscais do Estado ANEXO 4
3. A posi o transversal do elevador em rela o m quina colhedora de cana associada aos problemas el tricos no elevador denunciados no relat rio de manuten o indicam falha no gerenciamento da gest o de seguran a A aus ncia de manuten es e limpezas realizadas conforme a periodicidade indicada pelo fabricante tamb m apontam falhas organizacionais e gerenciais que n o levaram em considera o o trabalho real e suas variabilidades Por fim vale salientar que esse quinto acidente teria se dado durante interven o de recupera o manual de incidente no elevador de cana picada da colhedora que estava ligado mas travado pelo excesso de ciscos palhas e toletes de cana localizado na por o traseira do corpo da m quina Essa localiza o indica outra parte da m quina que exige melhorias de preven o 161 5 6 Discuss o dos resultados encontrados nos reestudos dos acidentes de trabalho com a utiliza o do m todo MAPA A quest o principal que se coloca que quatro dos casos reestudados se deram em situa es de incidentes t cnicos que ensejaram a sua recupera o manual e o quinto caso tamb m n o se deu durante a opera o normal da colhedora Foi observado que o trabalho real dos operadores abrange a necessidade de realiza o de corre es que n o est o associadas a defeitos ou manuten es das m quinas pois a tarefa consiste na recupera o de um incidente t cnico Por exemplo no caso 2 o ac
4. O Anu rio da Ind stria Automobil stica Brasileira publicado pela Associa o Nacional dos Fabricantes de Ve culos Automotores Brasil ANFAVEA edi o 2013 mostra mais uma vez o crescimento do mercado interno Conforme dados da ANFAVEA em rela o s m quinas agr colas houve em 2012 um acr scimo de 6 2 nas vendas se comparado ao ano anterior saindo de 65 323 para 69 374 unidades No Gr fico 1 pode se observar a intensidade de investimentos do setor agr cola em raz o do n mero de colhedoras de cana de a car vendidas no mercado dom stico Gr fico 1 Numero de colhedoras de cana de a car vendidas no mercado brasileiro entre os anos 1995 2012 Vendas de colhedoras por ano Fonte ANFAVEA 2013 Ap s o pico de vendas de colhedoras de cana em 2004 houve uma redu o nos anos de 2005 e 2006 que se deve principalmente a baixa renova o dos canaviais e adversidades clim ticas Com a assinatura do Protocolo Agro ambiental em 2007 e em raz o do processo continuo de adequa o e reformula o dos canaviais para a colheita mecanizada verificou se novamente um aumento das vendas Neste contexto de acordo com o Departamento Intersindical de Estat stica e Estudos Socioecon micos DIEESE entre 2000 e 2012 as vendas de maquin rios e implementos 50 agr colas tiveram aumento de 115 O Programa de Moderniza o de Frota de Tratores Agr colas e Implementos Associados e Colhedoras Moderfrota
5. lt http www scielo br pdt pab v43n8 v43n8a05 pdf gt Acesso em 31 dez 2013 SILVA C B VOLPATO C E S ANDRADE L A B BARBOSA J A Avalia o ergon mica de uma colhedora de cana de a car Ci ncia e Agrotecnologia v 35 n 1 p 179 185 2011 SOUZA Z M PRADO R M PAIXAO A C S CESARIN L G Sistemas de colheita e manejo da palhada de cana de a car Pesquisa Agropecu ria Brasileira v 40 p 271 278 2005 Dispon vel em lt http www scielo br pdf pab v40n3 al 1v40n3 pdf gt Acesso em 08 set 2013 SPAROVEK G ALLEONI L PEREIRA J ROSSETO R Aptid o das terras de Piracicaba para o corte mecanizado de cana de a car STAB v 15 p 14 17 1997 STAR M quinas Agr colas lan a colhedora de cana de a car para pequenos e m dios produtores na Agrishow 2007 Jornal Cana 18 abr 2007 Dispon vel em lt http jcana info noticia Jornal Cana 36557 Star Maquinas Agricolas lanca co lhedora de cana de acucar para pequenos e medios produtores na Agrishow 2007 gt Acesso em 20 jan 2014 SUMER S K SAY S M EGE F SABANCI A Noise exposed of the operators of combine harvesters with and without a cab Applied Ergonomics v 37 p 749 756 2006 SZMRECSANYI T Tecnologia e degrada o ambiental o caso da agroind stria canavieira no Estado de S o Paulo Informa es Econ micas v 24 p 73 78 1994 TAVARES V E A gest o do risco na terceiriza o de atividades de
6. o das v timas pelo acidente de trabalho Com este estudo procurou se mostrar que a an lise de acidente de trabalho com base no m todo MAPA um instrumento eficaz para combater os agravos sa de dos operadores de m quinas colhedoras de cana situados na esfera gerencial e organizacional do processo de trabalho de forma a questionar o m todo tradicional de seguran a comportamental reproduzido nas empresas e at mesmo nos cursos de forma o de profissionais da sa de Como visto o processo de g nese dos acidentes est presente em uma s rie de fatores em intera o e n o por atos ou condi es inseguras que s o insuficientes para explicar o processo causal dos acidentes o que limita as a es de vigil ncia e preven o em sa de do trabalhador De outra feita aparentemente entre os principais limites que podem ser apontados neste estudo merecem destaque os seguintes a a casu stica explorada foi de apenas 01 um caso de incidente em cada parte da colhedora Mais exemplos de acidentes em corre es de incidentes t cnicos no despontador no triturador no elevador etc poderiam permitir por exemplo maior riqueza de informa es sobre origens desses incidentes e estrat gias adotadas para sua corre o O estudo incluiu apenas 01 um caso de acidente em que a variabilidade presente n o era do tipo 178 incidente t cnico que ocorreu durante a tentativa de desencalhar outro equipamento trator transbordo pres
7. 4 1 Sistema Federal de Inspe o do Trabalho SFIT Caracter sticas gerais e a inser o de informa es e dados da an lise de acidente de trabalho 0 0 0 cece cccecccccseececeeeceeseeeceeaeeeeeeas 78 4 1 1 O projeto an lise de acidentes de trabalho no mbito do rg o do MTE Conter QNaIZA O ria nea a a AR A TOOT ne RE Re Ce ne tee 80 4 2 MAPA Modelo de an lise e preven o de acidentes de trabalho ccc ceecccceeeeeeee eee 83 4 3 Crit rio para a sele o dos acidentes de trabalho a serem reestudados na pesquisa 85 4 3 1 Concentra o dos acidentes nos ltimos anos do per odo abrangido pelo estudo 88 4 4 Procedimento para coleta das infOrmacOes cccccccsesccceceeecceeeececeeeccecueeeceeueeceeaueeeeaees 89 RESULTADOS E DISCUSS ES senai cd fe SD 96 5 1 CASO 1 acidente grave na limpeza dos divisores de linha da colhedora de cana 96 Sil Dados Ceras sirene a asia Tan SS eae ana 96 Dl MICSCHIC AGO AC IGG ING x bet Alia EaD Re La a aaa dp hue cel aa 97 5 1 3 Observa es e achados quando da an lise pelo Auditor Fiscal cccccceeeeeeeee ees 97 5 1 4 Fatores causais identificados pelo Auditor Fiscal na an lise original 100 5 1 5 Reestudo do acidente utilizando o m todo MAPA cceeececcccceeeeeeeeeeaeeeeeeeeeeeas 101 5 2 CASO 2 acidente fatal nos trituradores ou picadores da colhedora de cana 108 E T
8. ASSUN O A A LIMA F P A A contribui o da ergonomia para a identifica o redu o e elimina o da nocividade do trabalho In MENDES R Org A patologia do trabalho S o Paulo Atheneu 2001 p 1768 1789 AYBEK A ATIL KAMER H ARSLAN S Personal noise exposures of operators of agricultural tractors Applied Ergonomics v 41 p 247 281 2010 BACCARIN J G ALVES F J C Etanol da cana de a car considera es sobre o meio ambiente e a ocupa o agricola Cadernos do Ceam v 8 n 33 p 111 148 2008 BALSADI O V BORIN M R SILVA J G BELIK W Transforma es tecnol gicas e a for a de trabalho na agricultura brasileira Revista de Economia Agricola v 49 n 1 p 23 40 2002 BERTAUX D L approche biographique sa validit m thodologique ses potentialit s Cahiers Internationaux de Sociologie v 69 p 197 225 1980 BINDER M C P ALMEIDA I M Estudo de caso de dois acidentes do trabalho investigados com o m todo de rvore de causas Caderno de Sa de P blica v 13 p 749 760 1997 Dispon vel em lt http www scielo br pdf csp v13n4 0158 pdf gt Acesso em 4 mar 2013 BINDER M C P ALMEIDA I M Acidentes do trabalho acaso ou descaso In MENDES R Org A patologia do trabalho S o Paulo Atheneu 2003 v 1 p 769 808 BINDER M C P ALMEIDA I M O M todo de rvore de causas na investiga o de acidentes do trabalho t picos guas de Lind
9. car o trabalhador rural esta sujeito a uma s rie de riscos ocupacionais relacionados ao modo de organizar e realizar a atividade dos quais se pode destacar riscos de acidentes associados principalmente ao manuseio dos instrumentos de trabalho cortes nas m os pernas e p s provenientes da utiliza o do fac o foice ou pod o riscos qu micos decorrentes da poeira e fuligem da queima da palha da cana riscos f sicos derivado das chuvas extremos de temperaturas e exposi o radia o n o ionizante luz solar posturas ergon micas for adas que geram lombalgias dores musculares les es oculares e por fim quedas e ferimentos em geral ALESSI NAVARRO 1997 COUTO 2002 GONZAGA 2002 ROCHA et al 2007 FICARELLI RIBEIRO 2010 LAAT 2010 Os processos convencionais de colheita manual realizados com a queima da palha da cana de a car visam apenas o aproveitamento dos colmos e s o constitu dos de uma sequencia de opera es simples realizadas pelos cortadores de cana tamb m denominados de boias frias que incluem o corte da base do ponteiro e o empilhamento ou enleiramento dos colmos Neste caso o aproveitamento da palha da cana de a car tamb m chamado de palhi o ou palhada n o faz parte do processo de colheita sendo separado dos colmos mesmo que parcialmente e deixado no campo para posterior recupera o SOUZA et al 2005 BRAUNBECK OLIVEIRA 2006 Atualmente esta concep o da colheita manual
10. o deveria ter sido executada com o elevador de cana alinhado com a colhedora como indica o manual da m quina d que o fato de o elevador estar limpo e destravado sugere que a v tima poderia estar sobre o mesmo com a esteira do elevador em movimento ou ter ca do sobre a esteira do elevador desligada quando do acionamento s bito do sistema e e que a m quina n o possu a adesivo de seguran a decalques Os documentos analisados relatam que no dia do acidente a m quina estava colhendo cana do tipo deitada ou seja a cana estava rente ao solo em raz o de condi es clim ticas ou topogr ficas Al m disso foi verificado que a linha da colheita por onde a maquina passava estava amassada ou emaranhada no ch o Por isso foi constatado que a ca amba do transbordo tinha grande quantidade de folhas e ciscos sendo dificil at mesmo a identifica o dos 149 toletes de cana no seu interior De acordo com a an lise dos documentos originais laudo pericial e relat rio de investiga o de an lise de acidente elaborada pela empresa a interven o para desembuchar desobstruir o elevador de cana durante a realiza o do servi o de limpeza ocorreu com a m quina ligada ainda que o elevador de cana estivesse sem movimenta o A an lise da documenta o mostrou que o trabalhador acidentado estava registrado na empresa e que foi emitida a Comunica o de Acidente de Trabalho ao INSS informando a ocorr ncia do ev
11. o negativa do dispositivo e sua n o utiliza o Em sintese a 177 exist ncia isolada do interruptor de assento n o pode ser considerada como solu o a priori para os problemas de seguran a de colhedoras identificados neste estudo Este cen rio traduz um desafio para os projetistas empregadores e tomadores de decis o e para o governo na busca por melhoria das condi es de seguran a do trabalho dos operadores de m quinas colhedoras de cana Essas situa es demandam melhorias de preven o no sentido de aumentar a confiabilidade das colhedoras de modo a evitar ou diminuir consideravelmente os incidentes t cnicos No decorrer da pesquisa foi apurado que a teoria do ato inseguro ainda comumente adotada pelas empresas do setor para configura o da culpa s v timas dos acidentes de trabalho Este estudo se torna til para um di logo com os empregadores e com os profissionais que fazem referidas an lises com o intuito de permitir mostrar a contribui o negativa ineficaz e inadequada da abordagem comportamentalista adotada para resolver os problemas gerenciais e organizacionais que continuam incubados no pr prio sistema da empresa A concep o tradicional ou monocausal dos acidentes infelizmente pelo menos em rela o aos acidentes estudados foi a causa mais difundida entre os profissionais das empresas que ainda se apoiam no ato ou condi o insegura como alicerce da investiga o e a culpabiliza
12. o para o aumento e ou gravidade dos acidentes do trabalho no Brasil Em 2011 por exemplo foram registrados 21 977 acidentes t picos com CAT registrada nas atividades que abrangem o setor sucroalcooleiro conforme se verifica na Tabela 2 Quando analisamos o total de acidentes registrados pela Previd ncia Social com CAT registrada e sem CAT registrada constata se que este setor da agricultura juntamente com os dados do setor sucroalcooleiro tem parcela expressiva dos casos BRASIL 2011b Tabela 2 Distribui o dos Acidentes de Trabalho no Brasil segundo o motivo e a atividade econ mica 2011 Lo Com CAT Registrada Sem CAT registrada Doen as T pico Trajeto do Trabalho Total Todas as atividades 423 167 100 230 15 083 538 48 172 684 711 164 Setor Agricultura 19 399 1 903 21 515 4 790 26 305 684 62 Fabrica o e Refino de A car 12222 12 968 2 243 15 211 Fabrica o de lcool 5 340 o A 5 640 6 349 Cultivo de cana de a car 4 415 4 726 Son Fonte Previd ncia Social Anu rio Estat stico BRASIL 2011b 40 Estes dados se tornam ainda mais preocupantes se considerarmos os sub registros de acidentes de trabalho BINDER CORDEIRO 2003 No meio rural alguns autores defendem que os acidentes s o subestimados em raz o da dificuldade de registro junto aos rg os competentes seja por desconhecimento ou outra dificuldade como dist ncia informalidade entre outras Tamb m n o podemos deixar
13. pelo trabalhador e os modos operat rios e estrat gias utilizados para fazer frente s vari veis da 32 organiza o do trabalho bem como as caracter sticas do trabalhador de modo a melhorar a gest o da atividade ABRAHAO 2000 De acordo com alguns autores ABRAHAO 2000 LAURIG VEDDER 2002 BINDER ALMEIDA 2003 DINIZ et al 2005 OLIVEIRA 2005 a an lise ergon mica do trabalho AET o estudo e a observa o das atividades dos indiv duos em diferentes situa es reais de trabalho para a partir de ent o identificar as variabilidades presente no sistema a fim de serem levadas em considera o quando da ado o de melhorias nas condi es de trabalho Assim a an lise ergon mica baseada na atividade do trabalhador o fazer do trabalhador inserido em um contexto real objetivando compreender o trabalho efetivamente realizado Ela possibilita a compreens o de estrat gias de constru o do problema as limita es da organiza o do trabalho e os elementos a serem incorporados ou modificados no sistema com objetivo de prevenir acidentes do trabalho Segundo Wisner 1994 a AET compreende cinco etapas basicamente a an lise da demanda socialmente estabelecida b an lise do ambiente t cnico econ mico e social ou simplesmente an lise da tarefa c an lise das atividades e da situa o de trabalho e restitui o dos resultados d recomenda es ergon micas e e valida o da efici ncia das
14. perda ou inutiliza o do membro sentido ou fun o IV deformidade permanente V aborto Pena reclus o de dois a oito anos BRASIL 1940 Caracteriza les o corporal seguida de morte 3 Se resulta morte e as circunst ncias evidenciam que o agente n o quis o resultado nem assumiu o risco de produzi lo Pena reclus o de quatro a doze anos BRASIL 1940 Para a legisla o da Previd ncia Social BRASIL 1991 1999 o conceito de acidente de trabalho assemelha se ao do Minist rio da Sa de mas restringe se ao segurado empregado trabalhador avulso m dico residente e ao segurado especial ficando exclu das a categoria de trabalhadores informais e outras 37 Oportuno destacar que os crit rios acima discriminados est o em conson ncia com outros pa ses O Reino Unido por exemplo especifica um conjunto de situa es semelhantes suscet veis de serem consideradas como referencial de les o grave e que devem ser comunicadas ao RIDDOR REPORTING OF INJURIES DISEASES AND DANGEROUS OCCURRENCES REGULATIONS 1995 1 3 Acidentes de trabalho e o setor sucroalcooleiro Os acidentes de trabalho t m um elevado nus para toda a sociedade de um modo geral e sua redu o um direito socialmente garantido aos trabalhadores pois consagrado nos princ pios da dignidade da pessoa humana da preven o e da precau o que est o previstos na Constitui o Federal do Brasil Al m da quest o social como mortes e muti
15. s colhedoras de cana inteira pois permitiu juntar em um nico processo as opera es de corte e carregamento NEVES 2003 Na d cada de 70 as colhedoras fabricadas pela Toft revolucionaram o conceito da m quina com a substitui o dos mecanismos antigos pelos de transmiss o hidr ulica NEVES 2003 RIPOLI RIPOLI 2009 Em 1971 a Austr lia colhia 98 de sua produ o de cana pela via mec nica VEIGA FILHO 1998 Em Cuba a mecaniza o atingiu 42 da cana colhida em 1979 com a utiliza o de m quinas importadas A grande mudan a que acelerou o processo foi a introdu o de uma linha de montagem local que produziu mais de 600 unidades anuais na d cada de 80 A queima do canavial era adotada pela despalha da cana que aumentava o rendimento das m quinas colhedoras VEIGA FILHO 1998 Na d cada de 90 iniciaram se os problemas em raz o da falta cr nica de pe as para reparos ocasionado pelo fim do apoio econ mico dado pela Uni o Sovi tica 55 No ano de 1985 a Toft j com o nome de Austoft lan ou a colhedora que permitia a colheita da cana crua NEVES 2003 Nos EUA a empresa Cameco atualmente John Deere lan ou em 1994 uma colhedora mais robusta e equipada com circuito hidr ulico voltado para servi os mais pesados cuja vantagem era a redu o de manuten es NEVES 2003 No Brasil na d cada de 50 o processo produtivo da cana de a car envolvia o corte manual queimadas e carregamento manual da ca
16. A DANIELLOU F DURAFFOURG J KERGUELEN A Compreender o trabalho para transform lo a pr tica da ergonomia Tradu o de Giliane M J Ingratta e Marcos Maffei S o Paulo Edgard Bl cher Funda o Vanzolini 2001 GUIMAR ES L B M Introdu o ergonomia In Ergonomia de processo 5 ed Porto Alegre FEENG UFRGS 2004 v 1 p 2 11 HEALTH AND SAFETY EXECUTIVE HSE Power presses maintenance and thorough examination London Health and Safety Executive 2003 HOLLNAGEL E Modelos de acidentes e an lises de acidentes Tradu o livre e autorizada pelo autor de Ildeberto Muniz de Almeida In ALMEIDA I M Org Caminhos da an lise de acidentes do trabalho Bras lia MTE SIT 2003 p 99 105 HOLLNAGEL E Barrier analysis and accident prevention Aldershot Ashgate 2004 187 INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA Classifica o Nacional de Atividades Econ micas Pesquisa CNAE Bras lia 2013 Dispon vel em lt http www cnae ibge gov br gt Acesso em 3 fev 2013 KLETZ T Accident investigation keep asking why Journal of Hazardous Materials n 130 p 69 75 2006 LAAT E F VILELA R A G SILVA A J N LUZ V G Impacto sobre as condi es de trabalho o desgaste f sico dos cortadores de cana de a ucar In IBASE Plataforma BNDES org Impactos da ind stria canavieira no Brasil polui o atmosf rica amea a a recursos h dricos riscos para a produ
17. ANEXO 1 fracasso na recupera o do incidente 2020017 improvisa o 2020106 e uso de equipamento defeituoso 2020068 De acordo com os dados lan ados na an lise original a nfase foi dada aos fatores causais relacionados aos fatores da tarefa c digo 202 Os fatores da tarefa est o ligados defini o de trabalho real que indica os comportamentos observ veis do trabalhador na situa o real de trabalho excluindo se as a es de planejamento da tarefa e de decis o gerencial BRASIL 2001 5 4 4 Reestudo do acidente utilizando o m todo MAPA Aspectos da atividade do operador A particularidade em rela o a este acidente a aus ncia de informa es adicionais na an lise original Entretanto a descri o do acidente no SFIT possibilitou uma compreens o de como o acidente ocorreu e mostrou a situa o habitual de trabalho de desencalhe das m quinas que expunha os trabalhadores a riscos de acidentes O tipo de acidente mostrado amplia o n mero de situa es de riscos enfrentadas no uso de colhedoras mantendo em destaque aqueles 139 relacionados a corre o de variabilidades O trabalho real consistia na opera o de promover o desencalhe do trator transbordo com a ajuda de um cabo de a o engatado na colhedora de cana A equipe era formada por trabalhadores terceirizados operadores do transbordo e da colhedora de cana Pelos documentos n o foi poss vel apurar se a m quina pertencia empresa te
18. As bibliotec rias da Faculdade de Medicina de Botucatu pelo aux lio na revis o bibliogr fica RESUMO RODRIGUES D A Acidentes graves e fatais no trabalho de corte mecanizado de cana de a car o olhar atrav s do m todo MAPA 2014 211f Disserta o Mestrado Faculdade de Medicina Universidade Estadual Paulista J lio de Mesquita Filho UNESP Botucatu 2014 O crescimento da ind stria sucroalcooleira no Brasil e em especial no Estado de S o Paulo trouxe tona a problem tica sobre as condi es de seguran a e sa de dos trabalhadores do corte mecanizado das lavouras canavieiras Fatores t cnicos pol ticos e econ micos bem como a proibi o das queimadas da palha da cana no Estado de S o Paulo geraram como consequ ncia a colheita mecanizada de cana de a car crua A quest o que se coloca como essa atividade associada ao ritmo intenso e quase ininterrupto da jornada laboral e s condi es de trabalho influencia no perfil dos acidentes de trabalho AT do setor e nas condi es de sa de dos trabalhadores face as inova es tecnol gicas e organizacionais decorrentes da mecaniza o Pretende se com este estudo de cunho qualitativo compreender os reflexos do processo de mecaniza o da lavoura canavieira no perfil de acidentes do setor sucroalcooleiro reestudar com base no m todo MAPA Modelo de An lise e Preven o de Acidentes cinco casos de acidentes graves ou fatais ocorridos em frente
19. Figura 13 A e B Caso 1 Foto em detalhe da atividade de limpeza do grupo de corte da m quina e posteriormente o estado da m quina com a limpeza conclu da ccci ires 99 Figura 14 Caso 3 Colhedora de cana operada pelo acidentado Vis o geral 122 Figuras 15 A e B Caso 3 Detalhe da pedra que estava no caminho da colhedora e detalhe dos despontadores da maquina embuchado com cana cccseccccceseecceeeeececeeececueecceeueeceesueeeeeeaeeeeas 122 Figuras 16 A e B Caso 3 Detalhe dos despontadores ou trituradores de ponta da colhedora IS ATi TAC AM est it E 123 Figura 17 Ae B Caso 3 Vista lateral do despontador da maquina e vista frontal das carambolas e do local onde ocorre o eMbUCHAMENTO ec eeeecccccceeseeeceeeaeaeeeeeeeeesseeeeeeeeeeeseeeeeeeesaaneeeees 126 Figura 18 A e B Caso 3 Detalhe do local do embuchamento das carambolas do despontador com Pallia de CaMa de ACUCAN nane a A a E 126 Figura 19 Caso 5 Ilustra o de uma colhedora de cana de a car Os detalhes indicam a localiza o do elevador de cana e do extrator secund rio da maquina colhedora 147 Figura 20 A e B Caso 5 Detalhe do elevador de cana picada da m quina colhedora de cana 148 Figura 21 Caso 5 Ilustra o elevador de cana alinhado com a colhedora abaixado em seu curso maximo e o elevador de cana alinhado com a maquina no nivel mais alto es
20. M A A an lise coletiva dos cortadores de cana da regi o de Araraquara 2 ed S o Paulo FUNDACENTRO 2008 Disponivel em lt http www saudeetrabalho com br download cortadores leda pdf gt Acesso em 8 set 2013 FICARELLI T R A RIBEIRO H Queimadas nos canaviais e perspectivas dos cortadores de cana de a car em Macatuba S o Paulo Sa de e Sociedade v 19 n 1 p 48 63 2010 FONTANA G SILVA R P LOPES A FURLANI C E A Avalia o de caracter sticas ergon micas no posto de operador em colhedoras combinadas Engenharia Agricola v 24 n 3 p 684 694 2004 GIELEN A C Health Education and injury control integrating approaches Health Educ Q v 19 n 2 p 203 18 1992 GOBESSO M A Mat ria estranha na colheita mecanizada Ribeir o Preto Santal Equipamentos SA 2013 Dispon vel em lt http stab org br impurezas LIMPEZA pdf gt Acesso em 20 maio 2013 GON ALVES D B A regulamenta o das queimadas e as mudan as nos canaviais paulistas 2001 119f Disserta o Mestrado Instituto de Economia Universidade Estadual de Campinas Campinas 2001 186 GONCALVES D B Mar de cana deserto verde Os dilemas do desenvolvimento sustent vel na produ o canavieira paulista 2005 256 f Tese Doutorado Universidade Federal de S o Carlos UFSCar S o Carlos 2005 GON ALVES C A H VILELA R A G CORDEIRO R Diagn stico e preven o de acidentes do trabalho em Pira
21. O c lculo para avaliar os custos dos acidentes de trabalho leva em considera o os custos para as empresas e os custos para a sociedade Nos custos para as empresas s o somados os valores gastos com seguros de acidentes de trabalho O custo para a sociedade s o os gastos com a previd ncia social com o Sistema Unico de Sa de SUS e os custos judici rios PA S 2011 38 O Gr fico 2 mostra a evolu o do numero de acidentes de trabalho no Brasil a partir de 2001 data em que foi registrada a ocorr ncia de 343 004 acidentes pelo INSS e em 2011 esse n mero foi de 709 404 casos Gr fico 2 Evolu o dos Acidentes de Trabalho no Brasil ano 2001 a 2011 E N mero de acidentes 747 663 125 202 701 496 709 404 659 523 502 446 506 607 468 539 396 962 401 751 343 004 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 Fonte Previd ncia Social Anu rio Estat stico BRASIL 2011b Estes acidentes representam perdas econ micas de aproximadamente 2 3 do PIB e podem chegar a 4 quando considerados os acidentes e doen as que atingem trabalhadores do setor informal da economia do setor p blico e os trabalhadores aut nomos dados que n o s o registrados em estat sticas oficiais WALDVOGEL 2003 Al m dos reflexos econ micos estes infort nios representam problemas sociais incalcul veis cujos nus s o suportados direta ou indiretamente por toda a sociedade A Tabela 1 traz os dados de acide
22. O estudo est dividido em cinco cap tulos al m desta introdu o O cap tulo 1 de cunho conceitual traz algumas teorias e concep es de acidentes de trabalho no intuito de mostrar que as concep es de an lise de acidente evolu ram ao longo da hist ria na propor o em que os estudos sobre o tema avan am Nesta etapa o estudo procura mostrar a contextualiza o socioecon mica do corte de cana de a car e a transforma o do processo produtivo impulsionado pelo avan o tecnol gico pela regulamenta o da queima da palha da cana dentre outros fatores O cap tulo 2 aborda o processo de trabalho do corte mecanizado de cana de a car inclu dos os aspectos t cnicos das colhedoras de cana a legisla o aplic vel e discorre sobre a poss vel influ ncia do pagamento do sal rio por produ o no acidentes de trabalho no setor Em seguida o cap tulo 3 versa sobre os objetivos gerais e espec ficos da pesquisa O cap tulo 4 aborda o percurso metodol gico utilizado para desenvolver a pesquisa No m todo s o apresentadas as caracter sticas gerais do SFIT e como ocorre a inser o de dados e informa es sobre as an lises de acidente de trabalho elaborados pelos AFT s o abordadas as no es sobre o m todo MAPA s o descritos os crit rios utilizados para a escolha dos acidentes de trabalho a serem reestudados e s o apresentadas as fontes de informa es e o procedimento utilizado para a sua obten o O cap
23. a e sa de que constam nas Normas Regulamentadoras expedidas pelo MTE BRASIL s d Esse banco de dados cujo acesso restrito ao corpo fiscal permite a recupera o das informa es dos resultados das fiscaliza es e com a utiliza o de programas espec ficos e de filtros h a possibilidade de sele o dos dados solicitados gerando um arquivo em formato de planilha que depois de trabalhado possibilita seu estudo e interpreta o 19 Quando ocorre um acidente de trabalho grave ou fatal e o rg o regional do MTE informado da sua ocorr ncia a Fiscaliza o do Trabalho acionada para proceder an lise sendo emitida uma ordem de servi o na modalidade acidente de trabalho OS AT Ap s o encerramento da a o fiscal os AFT s t m a obriga o de inserir no sistema os dados verificados e todas as informa es da fiscaliza o BRASIL 2001 Os acidentes de trabalho s o analisados pelos Auditores Fiscais com o objetivo de identificar os riscos que podem afetar a seguran a e sa de dos trabalhadores no ambiente de trabalho Aspectos organizacionais e cognitivos ajudam a compreender o que desencadeou o acidente e a reconhecer poss veis defici ncias no controle de riscos do trabalho de forma a possibilitar altera es e melhorias da gest o de Seguran a e Sa de e tamb m possibilitar a troca de informa es sobre os riscos entre as empresas fabricantes e fornecedores BRASIL 2010b No caso das a es
24. car brasileira com plantio e colheita mecanizados Essas plantas ao contr rio das variedades que chegaram ao mercado recentemente t m menor resist ncia passagem da m quina por isso est o sendo substitu das por variedades pr prias ao corte mecanizado Outra quest o objeto de investimento a necessidade de talh es mais longos passando de 200 a 300 metros de comprimento considerados adequados para o corte manual para 400 metros ou mais a fim de evitar manobras desnecess rias das m quinas que elevam os gastos com combust vel e manuten es VEIGA FILHO 1998 ALVES 2009 No per odo de entressafra os operadores de m quinas desempenham atividades no tratamento do solo gradea o sulcamento subsolagem e aduba o plantio e at mesmo tratos culturais na lavoura de cana de a car S o designados tamb m para trabalhar na manuten o completa das m quinas na oficina da usina e podem at mesmo retirar as pedras e tocos dos talh es que danificam as m quinas Os entrevistados informaram que n o realizam atividades ligadas a agrot xicos pois n o possuem os cursos necess rios sendo esta atividade reservada a uma equipe espec fica Na realidade o que mais incomoda os operadores na entressafra a queda do rendimento salarial pois deixam de receber horas extras adicional noturno e pr mios ou bonifica es Segundo Cortez 1993 a mecaniza o do corte de cana est exigindo a forma o de um novo perfil d
25. de forma bem sucedida sendo portanto transmitida no exerc cio das atividades e pelo enfrentamento das dificuldades como instrumento coletivo da atividade individual LIMA 2007 Visto dessa maneira o erro ativo do trabalhador teria origens em combina o de condi es latentes em especial aquelas das falhas 116 de concep o e de seguran a com pr ticas estabelecidas que podem influenciar processos de tomada de decis es e levar a acidentes entre elas poss vel press o por produ o Reason 1997 sustenta que as decis es tomadas pelos respons veis pelas empresas s o feitas em ambiente marcado geralmente pela tens o entre a produ o e a seguran a Algumas decis es influenciam negativamente na seguran a dos sistemas todavia n o trazem consequ ncias imediatas mas introduzem uma vulnerabilidade fundamental que fica incubada nas opera es das m quinas Os trabalhadores passam a conviver com elas at que uma combina o de fatores desencadeia o acidente No caso analisado a aus ncia de barreiras combinada com a realiza o de manuten o no per odo noturno ocasionou vulnerabilidades que ao serem combinadas geraram o acidente Pelo modelo de acidente organizacional proposto por James Reason 1997 a a o do operador em possivelmente adentrar no interior da colhedora pela porta de manuten o no local denominado de triturador n o explica as origens do acidente Essa a o comportamental na
26. de prorroga o Os rg os governamentais respons veis pela fiscaliza o aplica o utilizaram se do Decreto 42 056 como regulamentador da Lei 10 547 repondo na pr tica seus prazos e protocolos de opera o Novamente houve intensa movimenta o e articula o dos principais atores afetados o que levou a aprovar se a Lei no 11 241 de 19 09 2002 VEIGA FILHO 2006 A introdu o das tecnologias para mecaniza o da colheita foi estimulada pela pol tica de financiamentos com juros baixos pelo Finame Agr cola pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econ mico e Social BNDES e pelo Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar PRONAF em sua finalidade de Investimento com recursos diga se de passagem do Fundo de Amparo ao Trabalhador FAT BALSADI et al 2002 gt As diretivas t cnicas est o descritas no documento Protocolo agro ambiental do setor sucroalcooleiro paulista Dispon vel em lt http www ambiente sp gov br etanolverde files 2011 10 protocoloA groindustriais pdf gt Acesso em jul 2013 A titulo de informa o em mar o de 2008 esse protocolo tamb m foi firmado com os produtores fornecedores de cana de a car representados pela Organiza o de Plantadores de Cana da Regi o Centro Sul do Brasil 49 aperfei oaram e iniciaram projetos para se adequar ao modelo da preserva o ambiental Esta proibi o obrigar o segmento sucroalcooleiro a mecanizar maci amente a colheita de cana
27. desempenhou importante papel nesse ndice de aumento A Moderfrota foi um programa criado pelo governo federal visando renova o de frotas de tratores e colhedoras a baixas taxas de juros e pr fixados DIEESE 2012 Na Figura 3 observa se que o reflexo do crescimento das vendas de colhedoras de cana no mercado interno gerou um aumento da rea de cana colhida crua em especial a partir da safra 2009 2010 e consequentemente uma diminui o da rea colhida oriunda da queima da palha da cana conforme dados do Instituto Nacional de Pesquisas Especiais INPE SILVA 2013 Figura 3 rea de colheita de cana queimada e crua no Estado de S o Paulo da safra 2006 2007 a 2012 2013 Evolu o da colheita crua e queimada SP milh es de toneladas lotal de cana colhida ueimada E rua Fonte Dados do INPE Mat ria publicada no Jornal Globo Rural no dia 11 06 2013 SILVA 2013 Segundo dados da Secretaria do Meio Ambiente do Estado de S o Paulo na safra 2006 2007 o percentual de rea de cana de a car colhida crua alcan ou 34 2 e em 2009 20101 esse percentual foi de 55 8 Na safra 2012 2013 o percentual de rea de cana de a car colhida crua alcan ou 72 6 Isso representa uma rea de 3 38 milh es de hectares mecanizados no Estado Ainda conforme essa Secretaria as usinas signat rias do Protocolo s o respons veis por aproximadamente 96 da produ o paulista e 48 da produ o nacional de
28. disfun o tamb m denominada no meio rural de embuchamento e a maneira de realizar a sua limpeza prescrita nos manuais de opera o das m quinas e em normas ou procedimentos internos da empresa e o trabalho real e habitual dos operadores em campo De acordo com o manual das m quinas colhedoras de cana manual do operador colhedora de cana CASE IH S rie A7000 7700 produzido pelo fabricante da m quina o elevador de cana pode girar para a esquerda ou direita e para cima ou para baixo conforme instru es do fabricante Para as manuten es no elevador de cana picada o manual recomenda abaixar o elevador alinhado com a m quina pois caso contr rio manobras inadequadas podem 152 danificar o bojo do elevador e o alojamento do extrator secund rio A Figura 21 mostra a situa o narrada As recomenda es de manuten o e limpeza s o sempre orientadas no sentido de desligar o motor da m quina e o interruptor de seguran a na caixa de eletricidade do console e manter a chave geral no bolso Figura 21 Caso 5 Ilustra o elevador de cana alinhado com a colhedora abaixado em seu curso m ximo e o elevador de cana alinhado com a m quina no n vel mais alto Elevador alinhado a colhedora abaixado em seu curso maximo Elevador levantado em seu n vel mais alto Fonte Folheto do Fabricante COLHEDORA DE CANA 2008 2012 No manual da m quina h a expressa previs o de limpeza dos elevadores de forma ma
29. e com 4 eletricistas e 4 mec nicos das m quinas Elas foram realizadas no per odo de outubro a novembro de 2012 e nos meses de abril a maio de 2013 durante a jornada de trabalho dos trabalhadores e duraram em m dia 15 minutos cada Os operadores de colhedoras de cana e operadores de transbordo foram abordados 91 individualmente e a entrevista ocorreu no interior das m quinas ou os trabalhadores desligavam o motor e desciam do equipamento para conversar com a autora Os eletricistas e mec nicos foram abordados em grupo geralmente ao redor da m quina em que realizavam a manuten o na frente de trabalho ou pr ximo ao caminh o oficma J os profissionais da area de seguran a das empresas t cnicos e engenheiros foram entrevistados na lavoura na rea de concentra o das m quinas e na rea de viv ncia denominado de malhador ou bat Ap s serem informados da pesquisa eles interrompiam as suas atividades laborais expressando interesse em participar do estudo assinavam o termo de consentimento ANEXO 6 e a entrevista era realizada Cabe salientar que cada entrevistado foi informado de que sua participa o na pesquisa seria volunt ria e foi garantido o sigilo das informa es e o anonimato dos participantes As perguntas foram voltadas para entender os acidentes reestudados nesta pesquisa e foram centradas em aspectos identificados nas descri es dos acidentes registrados pelos AFT e em aspectos da viv ncia dos
30. horas por dia e sofrem corre es e interven es no pr prio campo ap s falhas visando restabelecer as fun es requeridas Neste ponto j merece chamar a aten o pela necessidade de realiza o de manuten es preventivas e corretivas conjuntamente para evitar que os trabalhadores fiquem sujeitos a todos os tipos de acidentes Vilela 2000 salienta que as manuten es preditivas tamb m s o fundamentais para garantir a efetividade dos dispositivos de seguran a Pelas entrevistas realizadas e observa es em campo apurou se que apesar de as m quinas requererem manuten es preventivas e corretivas quase que diariamente justamente pela sua opera o constante as empresas n o adotam programas de manuten es que incluem inspe es planejadas e peri dicas nas m quinas colhedoras de cana Mais do que implementar essas inspe es elas devem ser devidamente documentadas al m de serem efetivamente executadas pelas empresas conforme nos ensinam alguns autores VILELA 2000 MENDES 2001 HSE 2003 TAVARES 2005 Embora n o tenha sido poss vel esclarecer se por ocasi o do acidente havia pr ticas de aumento de press es de produ o capazes de influenciar o comportamento da v tima ou de seus colegas esses achados sugerem que tais pr ticas eram habituais Em busca de esclarecimentos para a preven o dos acidentes questionamentos de t cnicas e m todos surgem como gatilho inicial na busca de condi es seguras de
31. intensifica o ritmo do trabalho na lavoura j que contribui para 2 E As ee Cavalo ou cavalo motor um jarg o utilizado pelos operadores S o caminh es de transporte de cana de a car colhida at a usina Como o pr prio nome diz estes caminh es consistem apenas de um cavalo motor PR e que tem a caracter stica de poder desengatar todas as ca ambas presas e ele diferente do treminh o que tem a ca amba integrada ao seu chassi Portanto apenas o cavalo motor permite a opera o bate volta 74 eliminar as porosidades que ainda podem ocorrer nas jornadas dos operadores de m quinas agr colas por falta de caminh o para o transporte da cana Quer dizer esta uma das estrat gias utilizadas para tentar garantir o funcionamento ininterrupto das colhedeiras mas que submete os trabalhadores a um ritmo muito intenso de trabalho SCOPINHO et al 1999 Nessa forma de pagamento do sal rio est embutida uma heran a do pagamento dos sal rios por produ o do corte manual de cana Neste aspecto a press o por produtividade pode indicar um sistema perverso de gest o de risco na medida em que a organiza o da atividade e da produ o com base no gerenciamento do tempo pode em conjunto com os outros fatores ser uma das causas de acidentes A press o por produtividade se sobressai ainda mais nos dias de hoje se levarmos em considera o que programas e sistemas para monitora
32. leo combust vel e hidr ulico e verificar a necessidade de engraxar a m quina efetuado a cada dois dias ou de realizar pequenos reparos e limpezas para o melhor aproveitamento da colhedora Os operadores tamb m realizam atividades de reparos nas m quinas e em alguns casos quando as m quinas quebram auxiliam os mec nicos da frente e assim aprendem a realizar os consertos gradativamente A organiza o de uma frente de trabalho de corte mecanizado de cana de a car inclui a instala o de rea de viv ncia onde se localizam as instala es sanit rias e os abrigos contra intemp ries por ocasi o das refei es e uma rea descampada denominada de malhador ou bat que geralmente uma clareira aberta em meio lavoura de cana ou rea do talh o j colhido em que o caminh o e demais m quinas de apoio ficam posicionados H casos em que n o h p tio definido ent o a primeira m quina que chega abre o p tio no local previamente definido pelo l der ou encarregado da frente No malhador circulam os maquin rios pesados envolvidos na colheita mecanizada em especial os caminh es ou o trator transbordo os caminh es oficinas os caminh es tanques e os caminh es de transporte de cana para a usina treminh es por isso h a necessidade de uma rea onde seja poss vel realizar as manobras com seguran a precisa ter um bombeiro para controlar a possibilidade de fogo indesejado caminh o tanq
33. o da m quina envolvida no acidente verificou se que ela havia passado por sucessivas panes el tricas no mecanismo de atua o do elevador da cana Em consulta aos documentos n o foi apurado acidentes de trabalho decorrentes de panes el tricas na m quina Os prepostos questionados sobre os problemas no elevador informaram que eles estavam relacionados parte el trica do equipamento Chama aten o o relat rio da empresa por meio da CIPATR e SESMT Referido 150 documento ao concluir pela necessidade de observa o das normas operacionais e procedimentais por parte dos obreiros n o explorou as poss veis causas do acidente de trabalho nem prop s medidas solu es para evitar que novos acidentes venham o ocorrer Na realidade n o houve sequer men o aos relat rios de manuten o da m quina que j indicavam mau funcionamento do sistema Os membros da CIPATR ao entenderem que o motorista do transbordo descumpriu procedimentos e regras de trabalho pois executou atividade para o qual n o tinha sido capacitado emitiram considera es no sentido de julgar e condenar o acidentado sendo o trabalho real totalmente desconsiderado para a an lise do acidente Neste contexto a an lise do acidente de trabalho realizada pelo SESMT e CIPATR focou exclusivamente na conformidade entre os atos praticados pelos trabalhadores e os procedimentos de seguran a que supostamente deveriam ser observados De acordo com Llory 1999a b
34. o de risco b a utiliza o prevista das m quinas c os perigos presentes nas m quinas e d a natureza e frequ ncia de acesso ABNT 2013 Temos tamb m a NBR 14153 que especifica os requisitos de seguran a e estabelece um guia sobre os princ pios para o projeto de partes de sistemas de comando relacionadas seguran a ABNT 1998 Nessa dire o a NBR ISO 12100 da ABNT reconhece que a aprecia o dos riscos nas m quinas n o deve ser realizada de maneira puramente tecnicista necessitando incorporar conceitos ligados intera o de pessoas com a m quina s rela es pessoais entre pessoas inclusive os aspectos relacionados capacidade das pessoas de estarem cientes dos riscos em fun o de sua forma o experi ncia e habilidade aos aspectos psicol gicos inclusive os relacionados ao estresse e aos aspectos ergon micos envolvidos na realiza o dos trabalhos ABNT 2013 Vilela 2000 entende que as avalia es de risco e aplica es das diferentes t cnicas de seguran a em m quinas requer um envolvimento dos operadores fabricantes projetistas e dos Com reda o determinada pela Portaria n 197 de 17 de dezembro de 2010 70 servi os de manuten o 2 4 O pagamento por produ o Contextualiza o Segundo Alves 2006 o pagamento do sal rio por produ o uma forma antiga de remunera o utilizada em culturas como a laranja caf uva algod o amendoim e cana de a car O pagamen
35. v 10 p 905 916 2005 185 DWYER T Vida e morte no trabalho acidentes do trabalho e a produ o social do erro Tradu o de Wanda Caldeira Brant e J Amado S o Paulo Multia o Editorial Unicamp 2006 408 p EVOLU O do plantio e da colheita mecanizados da cana de a car Jornal Novacana 2013 Dispon vel em lt http www novacana com estudos evolucao plantio colheita mecanizados cana de acucar 160813 gt Acesso em 30 jan 2014 FARIA M P Fatores intervenientes na seguran a do trabalho de abatimento mecanizado de rochas inst veis em uma mina subterr nea de ouro 2008 Disserta o Mestrado Faculdade de Medicina Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte 2008 Dispon vel em lt http www bibliotecadigital ufmg br dspace bitstream handle 1843 ECJS 7KDMNT m rio parreiras de faria pdf sequence 1 gt Acesso em 5 nov 2013 FERREIRA M C Atividade categoria central na conceitua o de trabalho em ergonomia Aleth ia V l p 71 82 2000 Dispon vel em lt http www ergopublic com br arquivos 1252861990 arquivo PDF gt Acesso em 18 set 2013 FERREIRA C R P T VEGRO C L R Mercado de m quinas agr colas automotrizes alta dos suprimentos estrat gicos An lises e Indicadores do Agroneg cio v 3 n 7 2008 Dispon vel em lt http www iea sp gov br out verTexto php codTexto 9344 gt Acesso em 9 jun 2013 FERREIRA L L GONZAGA M C BONATELLI S BUSSACOS
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37. Circula o de informa es deficiente entre contratante s e contratada s ES Sos 2060051 Designa o de trabalhador desconsiderando caracter stica psicofisiol gica o JJaseE CO C l y 2070006 Fatores da organiza o e gerenciamento de materiais 2070014 Falta indisponibilidade de materiais acess rios para execu o da atividade 2070022 Equipamento material servindo v rias equipes sem designa o de respons vel 2080001 Outros fatores da organiza o e do gerenciamento da empresa E sa 2090007 Fatores do material m quinas ferramentas equipamentos mat rias primas etc 199 Continua o Tabela dos c digos e descri o dos fatores causais de acidentes de Acidentes utilizados no SFIT C digo do Fator Causal Descri o 2090031 Sistema dispositivo de prote o ausente inadequado por concep o 2090040 Sistema dispositivo de prote o ausente por supress o 2090058 M quina ou equipamento funcionando precariamente desregulado etc 2090104 Material perigoso explosivo radioativo t xico etc 2090112 Combina o perigosa de agentes substancias cidos sais de cianeto etc 2100061 Altera es nas caracter sticas psico fisioldgicas E SMS llf M l l 2110130 Est mulo incentivo para economia indiscriminada de materiais 200 Tabela dos c digos e descri o dos fatores causais de acidentes de Acidentes
38. I equipamento que permite a colheita de cana de modo Promulgada pelo Decreto n 1 255 de 29 de setembro de 1994 69 uniforme gerando maior produtividade por possuir sistema de corte de base capaz de cortar a cana de a car acompanhando o perfil do solo reduzindo a quantidade de impurezas e palha no produto final Possui um sistema de elevador que desloca a cana cortada at a unidade de transbordo BRASIL 2011a Este trabalho ser guiado pelos princ pios e regras de seguran a em m quinas e equipamentos contidos nas Normas Regulamentadoras recentemente atualizadas pelo Minist rio do Trabalho e as normas publicadas pela Associa o Brasileira de Normas T cnicas ABNT sobre seguran a de m quinas Tamb m como prop e o MAPA ser o abordados os aspectos da ergonomia da dimens o gerencial e organizacional e da dimens o cognitiva dos acidentes Em 14 de dezembro de 2011 a NR n 31 do MTE foi atualizada pela publica o da Portaria n 2546 e a partir de ent o esta norma tornou se refer ncia no pa s para a seguran a no trabalho em m quinas e implementos em geral em rela o aos usu rios A NR n 12 do MTE aplica se aos fabricantes de m quinas em geral BRASIL 2010a 2011a Conforme a NBR ISO 12100 da ABNT a sele o das prote es adequadas aos riscos deve atender a crit rios t cnicos levando em considera o a probabilidade e gravidade previs vel de les o de acordo com a a aprecia
39. Mestrado Programa Interunidades de P s gradua o Universidade de S o Paulo S o Paulo 2011 NARIMOTO L R O trabalho dos operadores de m quinas colhedoras de cana de a car uma abordagem ergon mica 2012 186f Disserta o Mestrado Departamento de Engenharia de Produ o Universidade de S o Carlos S o Carlos 2012 189 NASCIMENTO A M Curso de direito do trabalho 3 ed S o Paulo Saraiva 1994 NASSIF M I Os novos e velhos problemas da cana 2007 Dispon vel em lt http www controversia com br blog os novos e velhos problemas da cana gt Acesso em 15 ago 2013 NEBOIT M Abordagem dos fatores humanos na preven o de risco do trabalho Tradu o Ildeberto Muniz de Almeida In ALMEIDA I M Caminhos da an lise de acidentes do trabalho Bras lia MTE SIT 2003 p 85 98 NEVES J L M Avalia o de perdas invis veis em colhedoras de cana de a car picada e alternativas para a sua redu o 2003 223 f Tese Doutorado Faculdade de Engenharia Agr cola Universidade Estadual de Campinas Campinas 2003 NEVES M R BATALHA M O Desenvolvimento e novas tend ncias do setor sucroalcooleiro In ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODU O 17 1998 Gramado Anais Gramado 1998 NOVAES J R P Dores e febres nos canaviais paulistas Revista Estudos Avan ados v 21 p 167 177 2007 NYKO D VALENTE M S MILANEZ A Y TANAKA A K R RODRIGUES A V P A evo
40. S o Carlos 1993 COUTO H A Ergonomia aplicada ao trabalho Belo Horizonte Ergo 2002 DAL ROSSO S Intensidade no trabalho In Mais trabalho a intensifica o do labor na sociedade contempor nea S o Paulo Boitempo 2008 p 19 43 DEKKER S W A The field guide to human error investigations Hampishire Ashgate 2002 DEKKER S W A Accidents are normal and human error does not exist a new look at the creation of occupacional safety International Journal of Occupational Safety and Ergonomics v 9 p 211 218 2003 DELGADO M G Curso de Direito do Trabalho 10 ed S o Paulo LTr 2011 DIEESE Departamento Intersindical de Estat stica e Estudos Socioecon micos Central Unica dos Trabalhadores Terceiriza o e desenvolvimento uma conta que n o fecha S o Paulo DIEESE CUT 2011 Disponivel em lt http www sinttel org br downloads dossie_terceirizacao_cut pdf gt Acesso em 26 abr 2013 DIEESE Departamento Intersindical de Estat stica e Estudos Socioecon micos A situa o do trabalho no Brasil na primeira d cada dos anos 2000 S o Paulo DIEESE 2012 Dispon vel em lt http www dieese org br livro 2012 livroSituacaoTrabalhoBrasil pdf gt Acesso em 26 abr 2013 DINIZ E P ASSUN O A A LIMA F P A Preven o de acidentes o reconhecimento das estrat gias operat rias dos motociclistas profissionais como base para a negocia o de acordo coletivo Ci ncia amp Sa de Coletiva
41. a gest o de seguran a se prop e a controlar a situa o apenas com barreira comportamental sabidamente de tipo mais fr gil que as indicadas A an lise de barreiras nos termos apresentados pela equipe da empresa explicaria esse acidente exatamente pela falha da medida de controle comportamental acima proposta Deixando de explorar as raz es presentes no sistema que poderiam levar omiss o do desligamento do despontador pelo operador Tais origens podem associar caracter sticas t cnicas da colhedora por exemplo a possibilidade de acionamento do sistema de revers o do despontador sem pr vio desligamento que poderia influenciar o comportamento de tentar a recupera o manual tamb m omitindo esse passo prescrito da tarefa No entanto a abordagem da atividade aponta tamb m a exist ncia de outros fatores capazes de influenciar esse comportamento especialmente se o mesmo j foi usado antes no sistema e at em decorr ncia do fato de que se lembrar da necessidade desse passo algo que dependeria exclusivamente da mem ria do operador numa situa o em que seu objetivo principal desfazer manualmente o travamento implica em passos sem nenhuma rela o com a etapa desligar o despontador Pelo contr rio exige mobiliza o da aten o para deslocamento at o lado de fora da m quina onde dever intervir Em colhedoras mais modernas para prevenir a ocorr ncia desse tipo de acidente existe o dispositivo interruptor de asse
42. a perigos e riscos control veis na vis o dos trabalhadores A explora o desses aspectos exige a cria o de ambiente e confian a entre entrevistador e entrevistados que costuma ser dificultado nos casos de acidentes fatais o qual tende a estabelecer se medo de puni es pelos representantes da empresa H uma peculiaridade deste acidente em rela o aos demais analisados anteriormente O acidentado n o pertencia tomadora que contratou uma empresa prestadora de servi o para realizar o corte mecanizado de cana de a car Entretanto pelos documentos e informa es de posse da autora n o foi poss vel identificar se este aspecto foi um fator gerador para a ocorr ncia do acidente na medida em que a empresa contratada poderia n o possuir qualifica o necess ria para atividade ou exercer a atividade em condi es prec rias do ponto de vista da seguran a Mas aqui vale ressaltar a estrat gia adotada pela gest o da empresa tomadora que contratou uma empresa terceira para a realiza o dos servi os merentes sua atividade Do ponto de vista jur dico essa particularidade j seria question vel e demais elementos poderiam configurar a responsabilidade da tomadora dos servi os Pelos documentos n o foi poss vel apurar quais foram as raz es associadas escolha dessa estrat gia adotada pela empresa entretanto o acidente pode indicar falhas da gest o na contrata o de empresa terceirizada Na experi ncia da autora o
43. acidente 27 07 2009 Hora do acidente 10h40min Quantidade de acidentados l Tipo de acidente T pico Acidente fatal Nao Sexo Masculino Data de nascimento da vitima 20 07 1983 Parte do corpo atingida M o amputa o da primeira falange do dedo indicador da m o esquerda Acidentado era registrado na empresa Sim fiscalizada Rela o de Trabalho Celetista Situa o de trabalho Regular Data de admiss o na empresa 06 04 2009 Tempo na fun o na empresa 03 meses Ocupa o Operador de m quina colhedora de cana de a car Horas de trabalho que ocorreu o acidente ap s 02 horas o in cio da jornada 97 5 1 2 Descri o do acidente O acidentado era operador de colhedora de cana e dentre as suas fun es al m de operar a m quina ele tamb m realizava algumas corre es de incidente t cnico Uma delas se referia limpeza dos divisores de linhas tamb m conhecidos como pirulitos De acordo com o relat rio de an lise de acidente de trabalho elaborado pelo AFT foi apurado por meio de entrevistas an lise de documentos e relato do pr prio acidentado que o operador utilizava se de um fac o para cortar as palhas e cip s enroscados no pirulito conforme determina es da empresa Por m ao desferir o golpe com o fac o este veio a escorregar da sua m o direita e acertou sua m o esquerda a qual segurava a palha cip para o corte vindo a amputar lhe a primeira falange do dedo indicador O aciden
44. aliado s extensivas jornadas de trabalho induz fadiga e ao desconforto e os riscos de acidentes se tornam significativos Al m da quest o t cnica n o podemos deixar de levar em considera o que o trabalho noturno influencia a vida social e familiar dos trabalhadores NARIMOTO 2012 Os reparos e corre es de incidentes t cnicos no per odo noturno devem ser evitados pois a despeito de todas as condicionantes que exigem do operador um processo de regula o cont nuo foi observado que os operadores adotam modos operat rios para garantir a produ o o que pode influenciar a ocorr ncia dos acidentes graves e fatais Em rela o aos documentos constantes no material consultado para este estudo foi apurado que as empresas do setor ainda insistem em concluir que os acidentes de trabalho decorrem de erros e falhas das v timas que devem prestar mais a aten o nas normas e procedimentos internos de seguran a As investiga es dos representantes da CIPATR e do SESMT SESTR das empresas de forma corriqueira ainda veem os acidentes como fen menos simples e unicausais centrados na mudan a de comportamento dos trabalhadores O que se observou foi o uso da teoria do ato inseguro para configura o sistem tica da culpa da v tima nos casos de acidentes do trabalho Esta teoria embasa os interesses de descaracterizar a responsabilidade das empresas pelos eventos danosos incutindo a culpa nas pr prias v timas ao deslocar as verdadei
45. as de produ o empurra progressivamente o sistema para as proximidades do seu envelope de seguran a A necessidade de manter a produ o nessas condi es normaliza a repeti o dessa situa o no cotidiano e descrita pelo autor como migra o para o acidente No limite esse processo mostra que as mesmas decis es e pr ticas que passam a ser usadas para produzir sob press o reduzem dia a dia as margens de seguran a do sistema at o momento em que podem disparar acidentes O modelo de migra o do sistema para o acidente chama a aten o para a din mica e variabilidade das atividades j que as mudan as e altera es corriqueiras induzem as frequentes mudan as de estrat gias e ajustes A an lise das causalidades do acidente deve privilegiar o trabalho real e suas variabilidades ou adapta es e ao contr rio do modelo tradicional n o se deve focar no erro humano visto mais como uma tentativa de adapta o sem sucesso do que como causa do acidente RASMUSSEN 1997 Como lembram Gu rin et al 2001 para atender as tarefas propostas os indiv duos elaboram estrat gias originais e as consequ ncias sobre a sa de dos trabalhadores n o devem ser abordadas apenas em termos de fatores de risco Torna se fundamental observar o papel ativo do trabalhador na constru o de modos operat rios que n o sejam desfavor veis sua sa de A ergonomia por sua vez busca entender as variabilidades e ajustes implementados
46. assento por mais de cinco segundos as fun es da m quina s o interrompidas o que a princ pio n o permitiria a realiza o de reparos ou corre es manuais com a m quina ligada ou aparentemente desligada mas fora de opera o por estar travada Para reiniciar as fun es o operador deve retornar posi o sentada e girar o interruptor de redefini o COLHEDORA DE CANA 2008 Pelo exposto com base no MAPA ALMEIDA VILELA et al 2010 foram identificados nesta an lise os aspectos causais discriminados no Quadro 6 119 Quadro 6 Resumo dos aspectos identificados na an lise do acidente de trabalho do Caso 2 usando o MAPA MAPA Resumo do acidente de trabalho Descri o do trabalho prescrito Descri o do trabalho real An lise de barreiras An lise de mudan as Amplia o conceitual Descri o O acidente ocorreu quando o operador da colhedora de cana possivelmente ingressou no compartimento denominado de triturador de cana para provavelmente executar limpeza ou desembuchamento de mat ria prima cana cip s ou gram neas presos nas engrenagens esteiras e facas A atividade de limpeza e corre o de incidentes fazia parte das atribui es dos operadores e pelas normas prescritas em regulamentos a opera o deve ser realizada com a m quina desligada Antes de iniciar opera o o operador realiza checagens na m quina inclusive na c mara do triturador onde tamb m executa
47. ato condi o insegura nos acidentes de trabalho pois o aprimoramento das an lises realizadas pela auditoria fiscal do trabalho tem reflexos na forma de agir das empresas privadas Nos casos reestudados com apoio de categorias do MAPA ALMEIDA VILELA et al 2010 que preconiza as de no es da descri o do trabalho real com suas variabilidades e ajustes do trabalho prescrito ou das an lises de barreiras e de mudan as e da amplia o conceitual foram achados em destaque os aspectos causais relacionados aos fatores da tarefa aos fatores da organiza o e gerenciamento da atividade e da produ o e os relacionados concep o do projeto das m quinas colhedoras de cana A melhoria do meio ambiente de trabalho dos operadores de m quinas para evitar os acidentes de trabalho fatais decorrentes dos fatores organizacionais e gerenciais e da falta de gest o de seguran a eficaz depende ao menos de duas vertentes a primeira um maior comprometimento e conscientiza o dos gestores das empresas da import ncia do investimento em seguran a e sa de para evitar acidentes a outra depende de pol ticas p blicas articuladas em f runs amplos por exemplo envolvendo pesquisadores governo trabalhadores sindicato de trabalhadores projetistas usinas e fornecedores voltados para incentivar a discuss o e implementa o inclusive com a formula o de propostos setoriais ou regionais que visem a melhorias nas condi es de vida
48. aumentar a produ o de lcool combust vel e sua utiliza o em carros fabricados no Brasil Mais informa es podem ser obtidas em VEIGA FILHO RAMOS 2006 SCOPINHO 2003 gt O trabalho de colheita manual da cana de a car certamente uma das atividades laborais mais rduas do meio rural Conforme explica Gon alves 2005 em tal expediente de produ o cada trabalhador respons vel por um conjunto de linhas paralelas de cana plantada conhecidas como eito formadoras do talh o de cana Nesse conjunto de linhas o trabalhador atua cortando as touceiras de cana e avan ando para dentro do talh o O trabalho consiste em abra ar certo n mero de canas de forma a separ las das demais e golpear rente ao solo a base deste conjunto com um fac o afiado denominado pod o Em seguida cortam se as pontas e carrega se este material para a linha central do eito dispondo as em montes como forma de facilitar a opera o das m quinas carregadeiras GON ALVES 2005 p 120 121 46 processo Por m muitas vezes o corte feito com a cana de a car crua principalmente quando esta destinada ao plantio BRASIL 2002 FERREIRA et al 2008 Entretanto a queima da palha da cana para o corte manual provoca a destrui o e degrada o de ecossistemas inteiros sendo nociva ao meio ambiente al m de gerar polui o atmosf rica prejudicial sa de SZMRECSANYI 1994 SPAROVEK et al 1997 No corte manual da cana de a
49. automatizado para efeito de remunera o e vantagens de qualquer esp cie BRASIL 1990 76 P blico do Trabalho como cedi o possui legitimidade para tutelar interesses individuais homog neos al m obviamente dos difusos e dos coletivos 2 In casu n o h de se falar em interesse individual heterog neo tal como pretende a reclamada O fato de todos os trabalhadores serem cortadores de cana e receberem por produ o configura indubitavelmente a origem comum apta a ensejar a aplica o do art 81 unico inc HI do C digo de Defesa do Consumidor O que se pretende na verdade conferir nova nomenclatura a instituto j definido pelo referido dispositivo legal 3 A proibi o do pagamento por produ o no caso espec fico dos cortadores de cana medida impeditiva de retrocesso social Como sabido nesse caso existe um est mulo financeiro capaz de levar o trabalhador aos seus limites f sicos e mentais para que mesmo assim aufira sal rio mensal aviltante e incapaz de suprir as necessidades b sicas pr prias e as de sua fam lia 4 N o se deve concluir pela proibi o do pagamento por produ o para todas as profiss es mas t o somente para aquelas cujas peculiaridades as tornem penosas degradantes e degenerativas do ser humano E o caso dos cortadores de cana embora n o exclusivamente 5 Deve se entender de uma vez por todas que o cortador de cana remunerado por produ o n
50. cabine da m quina colhedora teria ouvido um barulho e notou que a esteira voltou a funcionar Percebeu tamb m que o Sr y havia ca do na esteira do elevador e estava sendo carregado pelo mecanismo Conforme declara es do Sr x ele teria tentado segurar o Sr y com as m os mas devido for a de tracionamento da esteira n o conseguiu quando ent o decidiu desligar o mecanismo Ao retornar ao elevador encontrou o acidentado j preso no final da esteira junto ao capuz do extrator secund rio da colhedora fim de curso da esteira As les es causaram politraumatismos e a morte do trabalhador As Figuras 20 A e B ilustram o elevador de cana da maquina colhedora Ele tem a fun o de conduzir os toletes atrav s da esteira at o extrator secund rio e possui base perfurada para permitir a sa da de terra e outras impurezas 148 Figura 20 A e B Caso 5 Detalhe do elevador de cana picada da maquina colhedora de cana 5 5 3 Observa es e achados quando da an lise pelo Auditor Fiscal O laudo da pol cia t cnico cient fica em raz o do acidente trouxe as seguintes informa es a que toda a extens o do elevador ou bra o de carregamento estava limpa quando da coleta de informa es o que demonstra que o material travado j havia sido conduzido e expelido pela esteira b que os comandos da m quina s o numerosos e as regras devem ser conhecidas e obedecidas pelos trabalhadores c que a manuten
51. caracter sticas temos a repeti o de problemas el tricos no elevador da m quina denunciados no relat rio de manuten o Entretanto pelas entrevistas realizadas n o foi poss vel concluir at onde a situa o afetaria o posicionamento do elevador Embora n o tenha sido identificada contribui o direta de falha de manuten o da colhedora nesse acidente o sistema exclusivo de manuten es corretivas adotado pela empresa pode ter 155 contribuido como fator do acidente A tecnologia existente hoje nas maquinas colhedoras ainda n o evita o embuchamento da esteira do elevador de cana o que pode ser agravado pela aus ncia de manuten es preditivas e preventivas Somente com base nos relat rios de manuten o e nas entrevistas realizadas n o foi poss vel afirmar que o embuchamento do elevador estava relacionado a algum mau funcionamento deste Na realidade o embuchamento obstru o de toletes de cana na esteira do elevador parece mais relacionado ao tipo de cana colhida no dia do acidente cana deitada pois nesta situa o aumentaria a quantidade de folhas e palhas da cana na esteira o que geraria uma sobrecarga do elevador podendo ocasionar o seu travamento O que foi poss vel identificar que a posi o do elevador pode estar associada aos fatores da limpeza que por sua vez est o coligados ao tipo de cana colhida na data do acidente Analise de barreiras Na an lise de barreiras a nfase coloc
52. corte de cana do CAI canavieiro do Estado de S o Paulo 2012 145f Disserta o Mestrado Universidade Federal de S o Carlos S o Carlos 2012 RIDDOR REPORTING OF INJURIES DISEASES AND DANGEROUS OCCURRENCES REGULATIONS 1995 Dispon vel em lt http www hse gov uk riddor gt Acesso em 23 jul 2013 RIBEIRO H Queimadas de cana de a car no Brasil efeitos sa de respirat ria Revista Sa de P blica v 42 p 370 376 2008 RICCI R ALVES F J C NOVAES J R P Mercado de trabalho do setor sucroalcooleiro no Brasil Brasilia IPEA 1994 176 p Estudos de Politica Agricola 15 Documentos de Trabalho 19 RIO GRANDE DO SUL ESTADO Superintend ncia Regional do Trabalho e Emprego do Rio Grande do Sul Analises de acidentes do trabalho fatais no Rio Grande do Sul a experi ncia da se o de seguran a e sa de do trabalhador SEGUR Porto Alegre Superintend ncia Regional do Trabalho e Emprego do Rio Grande do Sul Se o de Seguran a e Sa de do Trabalhador 2008 RIPOLI T C C RIPOLI M L C Sistemas de colheita de colmos In Biomassa de cana de a car colheita energia e ambiente Piracicaba Barros amp Marques 2004 RIPOLI T C C RIPOLI M L C Biomassa de cana de a car colheita energia e ambiente Piracicaba Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz 2009 333 p ROCHA F L R An lise dos fatores de risco do corte manual e mecanizado da cana de
53. de seguran a indica como era o trabalho real da atividade O modo operat rio adotado implicava em aproximar ferramenta cortante fac o de parte do corpo do trabalhador ou seja em risco facilmente reconhecido que a gest o de seguran a formal procurou controlar apenas recomendando o uso de EPI na opera o Do ponto de vista da seguran a a inadequa o da ferramenta disponibilizada pela empresa era flagrante e contribuiu de modo direto para o acidente De acordo com os dados constantes no SFIT e do relat rio de an lise de acidente a empresa fornecia luvas de prote o com fios de a o para a realiza o da atividade Na situa o apresentada o uso do EPI n o evitaria o acidente mas poderia minimizar o potencial de dano Isso porque os divisores de base pirulitos s o constru dos de material met lico e por essa raz o formavam base ou anteparo de corte de modo que o posicionamento das m os ou dedos do operador sobre a sua chapa mesmo protegido pela luva n o impediria uma les o diante de um golpe de fac o desferido pelo trabalhador Esse fato demonstra a fragilidade da gest o de seguran a assumida pela empresa 102 Analise de barreiras A Norma Regulamentadora de Seguran a e Sa de no Trabalho na Agricultura n 31 do MTE vigente poca do acidente orienta as empresas a implementarem a es de seguran a e sa de que visam a preven o de acidentes e doen as A ordem de prioridade atende a se
54. de a o e engat lo colhedora Em seguida ele teria se distanciado posicionando se em um local mais alto a cerca de 12m com a inten o de sinalizar para os operadores da colhedora e do trator facilitando a opera o O operador da colhedora informou que ao iniciar o movimento da m quina percebeu um afrouxamento na tens o do cabo e olhou para fora observando que a v tima estava ca da no 138 ch o Parou a maquina e quando saiu da mesma ouviu os gritos do operador do outro trator que alertava que o colega estava ca do Aproximou se e j o encontrou inconsciente Observaram que havia sangue no peito do colega e acionaram a ambul ncia da empresa que levou a v tima ao hospital Quando da interrup o do trabalho o operador da colhedora pensara que o cabo de a o havia se rompido entretanto posteriormente verificaram a sua integridade e verificaram que o pino utilizado no engate do cabo colhedora havia se rompido ou soltado O cabo de a o ao ser projetado atingiu o peito do acidentado Pelos documentos de posse da autora n o foi poss vel esclarecer se o pino se soltou do lado preso na colhedora no trator ou em ambos os lados ou como era a sua fixa o e quais eram as dimens es do cabo e a dist ncia em que se encontrava a v tima 5 4 3 Fatores causais do acidente inseridos no SFIT O AFT consignou os seguintes fatores causais em sua an lise do acidente de trabalho conforme tabela de c digos que consta no SFIT
55. de cana para muda e o CIV 9000D As colhedoras dispon veis no Brasil apresentam em sua maioria as mesmas caracter sticas e operam no campo segundo o mesmo princ pio de opera o e sistema de 2l Informa o dispon vel no site do fabricante lt http www santal com br produtos gt Acesso em 20 jan 2014 Informa o dispon vel no site do fabricante lt http www caseih com brazil Products Colhedoras e Colheitadeiras Pages Product aspx gt Acesso em 20 jan 2014 Informa o dispon vel no site do fabricante lt http www deere com br wps dcom pt BR products equipment suger cane harvester suger cane harvester pa e gt Acesso em 20 jan 2014 Informa es dispon veis no site do fabricante lt http www civemasa com br impressoes CIV 208500D 20Colhedora 20Cana pdf gt e lt http www civemasa com br impressoes CIV 209000 20D 20Colhedora 20Cana pdf gt Acesso em 20 jan 2014 64 processamento da cana de a car mas com pequenas varia es dependendo do fabricante quanto ao sistema de alimenta o ou transporte do material no interior da colhedora quanto ao tipo de sistema rodante e layout de controle NEVES 2003 seguir As principais caracter sticas destas colhedoras de cana de a car s o listadas a S o autopropelidas com sistemas hidrost ticos e mec nicos para seu deslocamento Disp em de mecanismo para separar as linhas e para levantar a cana deitada transversalmente Com
56. de mencionar e citar a pr tica amplamente utilizada pelas empresas do setor de subnotifica o de acidentes e doen as do trabalho PINHEIRO 1992 ALESSI SCOPINHO 1994 Neste mesmo sentido segundo Corr a et al s d os n meros apresentados pelo setor sucroalcooleiro podem estar subestimados pois o volume de trabalho informal no campo expressivo e os acidentes que ocorrem nem sempre s o comunicados Para fins comparativos interessante abordar a diferen a dos acidentes de trabalho na atividade de corte manual e corte mecanizado de cana de a car No corte manual de cana de a car os riscos presentes no ambiente de trabalho s o oriundos de condi es ambientais de dificil controle tarefas desempenhadas geralmente a c u aberto grande esfor o f sico jornadas de trabalho exaustivas pouca distin o entre condi es de trabalho e de vida e enorme variedade de equipamentos ferramentas utens lios e t cnicas introduzidas de forma sazonal que contribui para o desgaste e ocorr ncia de acidentes e doen as relacionadas ao trabalho SILVA 1981 Neste processo a maior parte dos acidentes decorre da atividade de corte propriamente dita e os equipamentos manuais est o entre os principais fatores respons veis pela ocorr ncia dos acidentes de trabalho Destacam se os cortes nos membros superiores e inferiores provenientes do uso do fac o ferimentos oculares decorrentes das folhas e pontas da cana ou da poeira e fuligem r
57. de prote o ausente inadequado por concep o 2090031 5 2 5 Reestudo do acidente utilizando o m todo MAPA Aspectos da atividade do operador Na an lise do acidente de trabalho devem ser abordadas quest es como por que o trabalhador precisou adentrar no triturador As corre es e reparos no equipamento exigem o contato do trabalhador com os grupos de cortes da m quina Por que ele precisou realizar a atividade com a m quina ligada Era rotina a realiza o da atividade com o equipamento ligado Ap s as entrevistas e an lise de documentos apurou se que a situa o que poderia ensejar a entrada do operador no interior da c mara seria a verifica o das condi es das engrenagens e as facas de corte antes do in cio dos trabalhos Neste caso uma explica o poss vel para o ocorrido que ao constatar a necessidade de limpeza no interior do dispositivo ou de um embuchamento de cana o operador tenha tentado realizar a opera o de corre o do incidente entretanto com a maquina ligada Nesta situa o conforme apurado o desembuchamento ou limpeza pode ensejar o funcionamento sequencial das engrenagens e grupo de cortes da m quina O poss vel sucesso na desobstru o de mat ria prima ou na realiza o da corre o teria feito com que a m quina retomasse suas fun es e como o trabalhador estava no interior da c mara do triturador ocorreu o acidente fatal O trabalho prescrito pela empresa quando da realiza
58. dos canaviais Como neste sistema o corte simult neo ao carregamento para cada colhedora s o necess rios no m nimo dois transbordos que acompanham a m quina em sistema de revezamento 8 O plantio em curva de n vel n o exclusivo do cultivo de cana de a car sendo requerido para conservar a integridade do solo visando principalmente evitar a eros o e a degrada o do terreno Para aumentar a efetividade desse m todo de plantio s o constru das em todos os talh es trincheiras de reten o e direcionamento da gua Estas trincheiras s o eleva es bruscas de cerca de um metro de altura e de aproximadamente seis metros de largura que n o permitem a passagem das m quinas colhedoras mas uma rea pr pria para o cultivo de at quatro ruas de cana REIS 2012 57 e sincronismo para o deslocamento pois enquanto um transporta a cana para o caminh o ou treminh o o outro recebe a cana da colhedora Esse sistema tem o objetivo de manter a colhedora em produ o o maior n mero de horas poss vel no dia A colhedora e o transbordo geralmente operam a uma dist ncia de duas linhas de cana 03 metros em m dia e a comunica o entre eles pode ser via r dio buzina ou sinais No caso de transbordo duplo a pr tica da colheita orienta que os toletes ou rebolos de cana sejam lan ados no transbordo da frente at encherem um ter o da ca amba no m ximo em seguido os toletes s o jogados no transbordo de
59. em que o acidentado veio a bito e estava s no momento do acidente Nestes casos a reconstru o do acidente sempre parcial podendo identificar e explorar algumas hip teses para a presen a ou interven o do operador no local do acidente Oportuno citar que as d vidas encontradas no processo ensejaram a busca de informa es complementares Para tanto a autora realizou contato com colegas participantes da an lise original ou buscou pessoalmente em campo esclarecimentos adicionais Por fim al m do percurso metodol gico acima citado juntamente com o levantamento bibliogr fico pertinente importante esclarecer que este estudo tamb m considerou informa es e o aprendizado obtido de forma habitual e informal quando das fiscaliza es rotineiramente realizadas pela autora ainda que n o documentados para este trabalho desde que ingressou na institui o 96 5 RESULTADOS E DISCUSSOES A seguir ser o apresentados os cinco casos de acidente de trabalho objeto deste estudo Cada caso cont m os dados gerais dos acidentes sua descri o as observa es e achados do AFT quando da realiza o de sua an lise original os fatores causais identificados na an lise original e o reestudo dos acidentes com base no m todo MAPA ALMEIDA VILELA et al 2010 5 1 CASO 1 acidente grave na limpeza dos divisores de linha da colhedora de cana 5 1 1 Dados Gerais N mero de trabalhadores no estabelecimento 3 522 Data do
60. especial na Conven o Internacional n 119 que trata das prote es das m quinas e tamb m nas Conven es n 155 e 161 todas da Organiza o Internacional do Trabalho OIT CHAGAS MIESSA 2013 Uma ideia chave desse estudo abordar as novas concep es de acidentes de trabalho utilizando o Modelo de An lise de Acidente de Trabalho MAPA ALMEIDA VILELA et al 2010 e afastar a abordagem tradicional de acidentes do trabalho centrada na atribui o de culpa s v timas de acidentes de trabalho divulgada na literatura porquanto ela apresenta lacunas em rela o a esses novos aspectos de causalidade e por isso mesmo n o tem representado fonte de contribui es para elabora o de solu es de preven o para os acidentes ALMEIDA 2006a A pesquisa de abordagem qualitativa em raz o da necessidade de obter informa es sobre o processo de mecaniza o no campo de forma a contribuir para a preven o de acidentes de trabalho tem como objetivo investigar as mudan as pela qual o setor passa e sua influ ncia sobre o perfil dos acidentes de trabalho porquanto h ind cios quanto ao aumento da gravidade dos acidentes o que estaria relacionado ao modo de organizar e realizar a atividade al m de aspectos relacionados dimens o cognitiva nos acidentes Dessa forma o trabalho se prop e a reestudar os casos de acidentes graves ou fatais ocorridos em frentes de trabalho de corte mecanizado de cana de a car no Est
61. est sofrendo modifica es em fun o de restri es legais e ambientais ao processo de queima da palha da cana de a car Aliado a estes aspectos temos a dimens o pol tica marcada em especial pela desregulamenta o do setor pelo Governo brasileiro e os aspectos econ micos alicer ado no bin mio redu o dos custos e aumento da produtividade aus ncia de m o de obra manual local e reaproveitamento da palha da cana de a car utilizado na gera o de energia e cobertura vegetal para agricultura convencional ou org nica 10 O rendimento operacional de um trabalhador cortando cana pode ser triplicado ou mesmo quadruplicado quando a queima do canavial feita antes do corte ORLANDO FILHO et al 1994 l Para saber mais sobre a desregulamenta o do setor sucroalcooleiro recomenda se a leitura de Moraes 2000 47 Ao encontro dos aspectos acima citados h os movimentos sociais que visam combater a situa o degradante dos trabalhadores de corte manual da cana boias frias Um primeiro passo no sentido da mecaniza o da colheita de cana foi a introdu o do carregamento mec nico dos colmos inteiros realizado com a ajuda de m quinas p s carregadeiras na colheita da cana o chamado corte semi mecanizado de cana que apresenta corte manual e carregamento e transporte mecanizado O operador da m quina p carregadeira tamb m chamado de guincheiro com a ajuda das garras localizadas na parte frontal da m
62. etanol SAO PAULO 2013a 51 De acordo com balan o divulgado em dezembro de 2012 pela Uni o da Ind stria de Cana de a car UNICA com base em censo do Centro de Tecnologia Canavieira CTC referente apenas aos canaviais de propriedade das usinas excluindo a planta fornecida por terceiros o ndice de mecaniza o no Estado de S o Paulo j tinha chegado a 87 A regi o de Ribeir o Preto 313 km da capital uma das maiores produtoras a que tem o maior ndice de mecaniza o 94 MECANIZA O 2013 Na Figura 4 pode se observar a porcentagem de rea colhida de forma mecanizada na regi o Centro Sul e nas regi es mais produtoras do Estado de S o Paulo Um dos fatores que explicam o crescimento do ndice de mecaniza o a aproxima o da validade dos Protocolos Agro ambientais al m de quest es econ micas redu o de custos e aumento de produtividade e sociais Tamb m observa se que em toda a regi o Centro Sul a expectativa que a safra 2012 2013 feche com a moagem de 532 milh es de toneladas de cana 7 9 a mais que a temporada anterior mas ainda abaixo de 2010 11 Figura 4 Propor o de rea colhida de forma mecanizada na regi o Centro Sul do Brasil e nas regi es mais produtoras do Estado de S o Paulo COLHEITA DE CANA MECANIZADA Propor o de rea colhida mecanicamente Produ o de cana no centro sul Em milh es de toneladas No centro sul Mato Grosso do Sul Ss 95 556 94 Mat
63. extraordin rias da Comiss o Interna de 44 Preven o de Acidentes do Trabalho Rural CIPATR percebe se que mesmo nos dias de hoje a concep o de an lise de acidente de trabalho adotada pela maioria das usinas ainda centrada na ideia ultrapassada de ato inseguro e condi o insegura As recomenda es s o centradas na mudan a de comportamento ou ado o de capacita o e uso de Equipamentos de Prote o Individual EPI como solu es preventivas dos acidentes e doen as do trabalho Entretanto os acidentes de trabalho relacionados aos novos riscos oriundos do processo de mecaniza o do segmento sucroalcooleiro precisam ser analisados e entendidos de forma ampla incorporando as concep es modernas e m todos de an lises que possam subsidiar melhorias nas condi es das presta es laborais dos trabalhadores E o que se prop e neste estudo O SESMT e suas caracter sticas est o dimensionados na NR n 04 do MTE a CIPATR e o SESTR est o previstos na NR n 31 do MTE BRASIL s d 45 2 CORTE DE CANA DE ACUCAR PROCESSO DE TRABALHO MECANIZADO 2 1 Transforma o e contextualiza o socioecon mica do corte de cana de a car O sistema agroindustrial da cana de a car um dos mais antigos e de enorme import ncia para o Brasil O pa s juntamente com a ndia o maior produtor mundial de cana de a car isoladamente o maior produtor de a car e de lcool bem como o maior exportado
64. gerado desemprego e o uso da tecnologia no processo produtivo 53 pode significar um aumento do controle patronal sobre a produ o modificando por um lado as rela es sociais como a intensifica o do ritmo de trabalho e o descumprimento de direitos trabalhistas e por outro as condi es do ambiente de trabalho de forma a afetar seriamente a sa de e a seguran a no trabalho causando impactos sociais negativos SCOPINHO 1995 1996 2003 SCOPINHO VALARELLI 1995 ALESSI NAVARRO 1997 Silva 1981 afirma que o progresso t cnico na agricultura ao mesmo tempo subordina as for as da natureza e o trabalho l gica de valoriza o do capital Embora o autor frisasse que a aplica o do progresso t cnico no processo produtivo n o feita no sentido de contrariar ou prejudicar os trabalhadores mas principalmente para favorecer os capitalistas atrav s da eleva o da taxa de lucro ele afirma que as inova es tecnol gicas nas agroind strias sucroalcooleiras t m sido sin nimo de deteriora o das rela es e condi es de trabalho A mecaniza o da agricultura trouxe a conforma o do novo rural e mudan as no trabalho e nas rela es laborais no espa o rural O trabalho baseado na utiliza o intensiva de mao de obra cedeu lugar a ocupa es intensivas em capital tal qual a utiliza o de m quinas e equipamentos e de produtos qu micos de trabalhos antes tipicamente urbanos SILVA 1997 Neste mesmo
65. humanos para prevenir o acidente VILELA 2003 A no o de falha segura surge para indicar que os sistemas devem ser concebidos de modo a tolerar a ocorr ncia de falhas VILELA 2003 ALMEIDA 2006a Segundo Vilela 2000 pode se afirmar que uma m quina segura aquela prova de erros e falhas humanas Os dispositivos de seguran a tem que ser pensados e elaborados com base no princ pio da falha segura imposs vel supor que um trabalhador capaz de manter elevado grau de vig lia durante toda a sua jornada de trabalho dada a incompatibilidade com as caracter sticas biol gicas fisiol gicas e psicol gicas do ser humano Assim independente do comportamento do 3 Atualizada pela Portaria n 2546 de 14 de dezembro de 2011 o princ pio de falha segura requer que um sistema entre em estado seguro quando ocorrer falha de um componente relevante seguran a A principal pr condi o para a aplica o desse princ pio a exist ncia de um estado seguro em que o sistema pode ser projetado para entrar nesse estado quando ocorrerem falhas O exemplo t pico o sistema de prote o de trens estado seguro trem parado Um sistema pode n o ter um estado seguro como por exemplo um avi o Nesse caso deve ser usado o princ pio de vida segura que requer a aplica o de redund ncia e de componentes de alta confiabilidade para se ter a certeza de que o sistema sempre funcione BRASIL 2011a 37 Com reda o d
66. ia 2007 Apostila do curso de An lise de Acidentes do Trabalho M todo rvore de Causas para Auditores Fiscais do Trabalho do Minist rio do Trabalho e Emprego BINDER M C P AZEVEDO N D ALMEIDA I M An lise cr tica de investiga es de acidentes do trabalho t picos realizadas por 3 empresas metal rgicas de grande porte do Estado de S o Paulo Revista Brasileira de Sa de Ocupacional v 85 86 n 23 p 103 115 1986 BINDER M C P CORDEIRO R Sub registro de acidentes do trabalho em localidade do Estado de S o Paulo 1997 Revista de Sa de P blica v 37 p 409 416 2003 Dispon vel em lt http www scielo br pdf rsp v37n4 16774 pdf gt Acesso em 01 jun 2013 BRASIL C digo Penal Brasileiro Decreto Lei n 2 848 de 07 de dezembro de 1940 e altera es Brasilia 1940 Dispon vel em lt http www planalto gov br ccivil 03 decreto lei del2848 htm gt Acesso em jul de 2013 182 BRASIL Mimist rio do Trabalho e Emprego Normas Regulamentadores de Seguran a e Sa de no Trabalho NR 17 Ergonomia Bras lia 1990 Dispon vel em lt http portal mte gov br data files FF80808 1 2BE914E6012BEFBAD7064803 nr_17 pdf gt Acesso em 12 set 2013 BRASIL Lei n 8 213 de 24 de julho de 1991 e altera es Bras lia 1991 Dispon vel em lt http www planalto gov br ccivil 03 1e1s 18213cons htm gt Acesso em 15 jul 2013 BRASIL Minist rio do Trabalho e Emprego Normas Regulamentadores
67. manuten o mec nica um estudo de caso em uma sider rgica de grande porte 2005 Disserta o Mestrado Faculdade de Engenharia Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte 2005 194 A TECNOLOGIA que aumentou a produtividade das usinas Jornal Novacana 19 mar 2013 Dispon vel em lt http www novacana com n cana maquina agricola tecnologia aumentou produtividade usinas 180313 gt Acesso em 30 jan 2014 THOMAZ JUNIOR A Por tras dos canaviais os n s da cana a rela o capital x trabalho e o movimento sindical dos trabalhadores na agroind stria canavieira paulista S o Paulo Annablume Fapesp 2002 TOSIN R C Avalia o do ru do e da vibra o no posto de trabalho de dois tratores agricolas 2009 149 f Tese Doutorado Universidade Estadual Paulista Faculdade de Ci ncias Agron micas Botucatu 2009 UNICA Safra recorde moagem atinge 594 10 milh es de toneladas at 1 de janeiro 2014 Dispon vel em lt http www unica com br noticia 17830428920322101782 safra recorde por cento3 A moagem atinge 594 por cento2C 1 0 milhoes de toneladas ate 1 por centoC2 por centoBA de janeiro gt Acesso em 3 fev 2014 VEIGA FILHO A A Mecaniza o da colheita da cana de a car no Estado de S o Paulo uma fronteira de moderniza o tecnol gica da lavoura 1998 144f Disserta o Mestrado Instituto de Geoci ncias P s Gradua o em Pol tica Cient fica e Tecnol gica Unicamp
68. membro sentido ou fun o 6 perda ou inutiliza o do membro sentido ou fun o 7 deformidade permanente 8 acelera o de parto 9 aborto 10 fraturas amputa es de tecido sseo luxa es ou queimaduras graves 11 desmaio perda de consci ncia provocado por asfixia choque el trico ou outra causa externa 12 qualquer outra les o levando hipotermia doen a induzida pelo calor ou inconsci ncia requerendo ressuscita o ou requerendo hospitaliza o por mais de 24 horas 13 doen as agudas que requeiram tratamento m dico em que exista raz o para acreditar que resulte de exposi o ao agente biol gico suas toxinas ou o material infectado BRASIL 2006 Neste contexto o C digo Penal Brasileiro BRASIL 1940 apesar de n o ser instrumento espec fico para as an lises de acidente de trabalho conceitua les o grave No Cap tulo II que trata das Les es Corporais o art 129 preceitua ofender a integridade corporal ou a sa de de outrem Pena deten o de tr s meses a um ano Ocorre les o corporal de natureza grave 1 Se resulta I Incapacidade para as ocupa es habituais por mais de trinta dias II perigo de vida III debilidade permanente de membro sentido ou fun o IV acelera o de parto Pena reclus o de um a cinco anos BRASIL 1940 H les o corporal de natureza grav ssima 2 Se resulta I incapacidade permanente para o trabalho II enfermidade incur vel III
69. mesmo sendo atendidas documentalmente as exig ncias de qualifica o e capacita o por parte do operador da colhedora elas n o s o suficientes para evitar o acidente de trabalho pois n o ha como dominarmos todas as variabilidades do trabalho real e assim prevermos todos os treinamentos poss veis a serem aplicados nos casos pr ticos VILELA et al 2007 Com efeito os treinamentos e a experi ncia do trabalhador se presentes de forma isolada em um sistema de trabalho s o ferramentas demasiadamente limitantes para a elimina o ou ao menos redu o dos riscos presentes na atividade de trabalho Neste sentido a norma de seguran a em m quina da ABNT NBR ISO 12100 preconiza treinamento forma o experi ncia e habilidade podem afetar os riscos no entanto nenhum desses fatores deve ser considerado em substitui o a uma medida de seguran a inerente ao projeto ou outra medida de seguran a como forma de redu o de risco ou elimina o do perigo sempre que tais medidas possam ser implementadas na pr tica ABNT 2013 114 Analise de mudancas No acidente em quest o a poss vel atividade de limpeza de l minas e a retirada de material obstrutivo das engrenagens devem ser consideradas como uma varia o do trabalho prescrito que est presente na execu o das corre es das m quinas colhedoras de cana como elemento inerente Na realidade sabido que as m quinas colhedoras de cana operam vinte e quatro
70. natureza gerencial BRASIL 2001 A porcentagem dos fatores da tarefa nas an lises originais deste estudo indica que a base da fiscaliza o se centrou na busca pelas diferen as entre o trabalho prescrito e o trabalho real sendo explorados os ajustes variabilidades e os modos operat rios utilizados pelos trabalhadores para desenvolver a atividade Na realidade o grupo de fatores relacionados tarefa indica aspectos ligados realiza o da atividade pelos quais os trabalhadores em muitos casos se exp em a situa es de inseguran a aceitas habitualmente e toleradas pela empresa para atingir a produtividade esperada ou os objetivos previamente tra ados pelos gestores sem que ocorra a sua participa o na organiza o do trabalho e da produ o Esses dados apontam de forma positiva que o objetivo da an lise pela fiscaliza o nos acidentes objeto deste estudo n o restou alicer ado somente na compara o da situa o em que ocorreu o acidente com os requisitos t cnicos e normativos preconizados na legisla o Esse aspecto foi abordado nos acidentes entretanto n o como pilar fundamental A participa o dos fatores da tarefa nas an lises de acidentes est relacionada fortemente a realiza o da atividade de forma insegura ou em situa es em que os acontecimentos indesej veis n o foram detectados pelos trabalhadores na fase de antecipa o dos riscos da atividade Segundo o MTE BRASIL 2001 o fato
71. o avan o da colhedora este mecanismo deita os colmos no sentido do eixo longitudinal da m quina para tornar vi vel o processo de alimenta o depois do corte da base Eliminador de ponteiros situado na parte frontal superior da m quina chamados de despontadores ou trituradores de pontas Mecanismo de corte de base com altura de corte controlada pelo operador que t m a fun o de cortar os colmos em sua base de forma a n o prejudicar as soqueiras Transportador de rolos com as fun es de transportar os colmos at o sistema de picagem e eliminar o grande volume de solo alimentado pelo cortador de base Picador de colmo Sistemas de limpeza composto pelo extrator principal localizado logo ap s a picagem dos colmos respons vel por 90 do processo de limpeza separa o dos colmos das impurezas vegetais e pelo extrator secund rio situado no extremo superior da esteira transportadora antes do produto colhido ser lan ado ao ve culo de transbordo Esteiras transportadoras Na Figura 8 pode se observar de forma did tica e simplificada como ocorre o processo de corte da cana de a car no interior de uma m quina colhedora de cana desde o momento do corte basal at o carregamento no ve culo de transporte 65 Figura 8 Processo de corte de uma colhedora de cana de a car autopropelida EXTRATOR EXTRATOR MOTOR SISTEMA CABINE SECUND RIO EM PRIM RIO DIESE HIDR ULICO COMANDOS ELEVADOR CORTE DE me BRASE
72. o de alimentos rela es de trabalho atrasadas e prote o insuficiente sa de de trabalhadores Rio de Janeiro Ibase Plataforma Bndes 2008 v 1 p 36 46 LAAT E F Trabalho e risco no corte manual de cana de a car a maratona perigosa nos canaviais 2010 207f Tese Doutorado Universidade Metodista de Piracicaba Piracicaba 2010 Dispon vel em lt https www unimep br phpg bibdig aluno visualiza php cod 839 gt Acesso em 28 nov 2013 LAURIG W VEDDER J Ergonomia In ORGANIZA O INTERNACIONAL DO TRABALHO Enciclopedia de Salud y Seguridad en el Trabajo 2002 Dispon vel em lt http www insht es Insht Web Contenidos Documentacion TextosOnline EnciclopediaOIT tomo 1 29 pdf gt Acesso em 1 set 2013 LIEBER R R LIEBER N S R Fatores humanos nos acidentes de trabalho sob a perspectiva tecnol gica causa ou risco In SEMINARIO DE PEDAGOGIA INSTITUCIONAL 1 2004 Rio de Janeiro Anais Rio de Janeiro UERJ NUPPI Petrobras 2004 LIMA M E A Contribui es da cl nica da atividade para o campo da seguran a no trabalho Revista Brasileira de Sa de Ocupacional v 32 p 99 107 2007 LIMA FPA ASSUN O A A Para uma nova abordagem da seguran a do trabalho In LIMA F P A AVILA ASSUN O A An lise dos acidentes Cia de A os Especiais Itabira Belo Horizonte Laborat rio de Ergonomia UFMG 2000 p 83 155 LLORY M Acidentes industriais o custo do sil ncio Rio de Janei
73. o ponto de vista as estrat gias e os modos operat rios do operador que realizava a atividade quando da ocorr ncia do acidente Dessa forma este estudo permitiu mostrar que a estrat gia de reestudo de acidentes apoiada em bases conceituais como as adotadas no m todo MAPA se evidencia til seja como caminho da produ o de conhecimentos relativos a esses eventos seja como fonte de subs dios ao aperfei oamento da seguran a de sistemas s cio t cnicos e ambientais como aqueles da colheita mecanizada de cana de a car Os limites indicados sugerem caminhos a serem explorados em novos estudos 179 REFERENCIAS ASSOCIA O BRASILEIRA DE NORMAS T CNICAS NBR 14153 Seguran a de m quinas princ pios gerais para projeto aspectos funcionais e princ pios para projeto Rio de Janeiro 1998 ASSOCIA O BRASILEIRA DE NORMAS T CNICAS NBR ISO 12100 Seguran a de m quinas Princ pios gerais de projeto Aprecia o e redu o de riscos Rio de Janeiro 2013 ABRAHAO J I Reestrutura o produtiva e variabilidade do trabalho uma abordagem da ergonomia Psicologia Teoria e Pesquisa v 16 p 49 54 2000 Dispon vel em lt http www scielo br pdf ptp v16n1 4387 pdf Acesso em 19 abr 2013 ALESSI N P SCOPINHO R A A saude do trabalhador do corte de cana de acucar In Sa de e trabalho no Sistema Unico de Saude S o Paulo Hucitec 1994 ALESSI N P NAVARRO V L Sa de e trabalho rural o caso do
74. o teve acesso a informa es sobre os motivos que levaram projetistas a incluirem esse dispositivo nas colhedoras e nem sobre testes a que foi submetido o interruptor A literatura recomenda cautela no tocante avalia o da efici ncia do potencial preventivo de medidas de preven o em particular antes de acesso a informa es sobre o seu uso em situa es reais de trabalho Assim poss vel aventar limita es na ades o ao uso do interruptor de assento caso sua utiliza o introduza custo humano adicional para os operadores como exemplo por dificuldades ou aus ncia de feedback das a es adotadas visando a destravar a m quina ou se o trabalho habitual de corre o exige descer da cabme de opera o e deslocar se at o ponto do incidente Neste caso se a decis o de interromper a retirada de material se baseia apenas em inspe o visual do operador sobre a quantidade retirada ou a checagem se o sistema foi destravado exige voltar cabine e religar a m quina ainda mais se aventarmos caso de erros de avalia o ensejando nova retirada e nova tentativa de religa o isso tende a constituir est mulo ao bypasse do mecanismo de interrup o do funcionamento da m quina Em situa es reais aumento de press es de produ o pagamento por produ o uso de recursos t cnicos e humanos contratados frequ ncia de incidentes facilidades na desativa o bypasse do dispositivo podem combinar se para influenciar avalia
75. obra al Db 14 DISTA DE GRAFICOS gire 16 LISTA DE QUADROS pra Aire eee ee ed SR E DD a 17 Od Be DE SIGLAS vereni es DEDE ELA ADS re Se aa a ee en 18 APRESENTA O rronin a e a 20 ME ODU N Oae a a a A Ey ee ee 21 ACIDENTE DE TRABALHO sei beet ote vs aU A O 6 cele ees iy tae ns 24 1 1 Concep es de an lises de acidentes de trabalho c ccc ceccccccsecccceeeceeaeceeseeeceeaaeeeeeas 24 1 1 Acidentes de trabalho graves e fatais Defini es e aspectos gerais cciiiiten 34 1 3 Acidentes de trabalho e o setor sucroalcooleiro 0 eceeccceccceeseeeceeeeeaeeeeceeeeeeaaeeseeeeeeaas 37 2 CORTE DE CANA DE A CAR PROCESSO DE TRABALHO MECANIZADO 45 2 1 Transforma o e contextualiza o socioecon mica do corte de cana de a car 45 2 2 A produ o de cana e o uso de m quinas na colheita Evolu o e processo de trabalho Mecanizado da Cana de ACUCAL soit els ata quado ai Done d o rela dead ai co rr EO 54 2 5 Colhedoras decand de A UIC AN aaa de SS GU Ad od 62 PAS LAS PECIOS TECNICOS ciano re ee ad o ee 62 DO 2 AE CIS IACAO AP ICAV CL iten ad cate adota E cul tay Cds RO cdGE ETA era cui ne 68 2 4 O pagamento por produ o Contextualiza o cccccccccccccccseeecceseeeeceeeaeeecceseaeeseceeeaeeees 70 SOBJETIVOS eta a ute adele ea Pe a a a q LA 77 9 OD UNOS PETAS sas ee as eee ee Sa E eee 77 22DE VOS ESPECI ICOS caa a a a a E a eee 77 APERCUR SO METODOLOGICO nesie E E 78
76. precisa ter seu comportamento controlado porquanto ha uma forma segura e correta para a realiza o do trabalho que est descrita e prescrita em normas e regulamentos Estudiosos do tema lembram que o principal efeito dessa teoria a atribui o de culpa ao trabalhador pelo evento danoso e como consequ ncia as medidas de preven o 26 orientam propor mudan as comportamentais aos trabalhadores o que pouco contribui para a preven o dos acidentes BINDER ALMEIDA 1997 2003 ALMEIDA 2006a OLIVEIRA 2007 A maior cr tica ao superado paradigma monocausal de acidente est na sua utiliza o para fundamentar e embasar os interesses de descaracterizar a responsabilidade das empresas pelos eventos danosos incutindo a culpa nas pr prias v timas ao deslocar as verdadeiras causas do acidente VILELA 2003 VILELA et al 2004 Dwyer 2006 defende a ideia de que algumas teorias de acidentes s o emanadas e recepcionadas pela sociedade n o s pela contribui o na preven o de acidentes mas tamb m pelos benef cios que acarretam aos interessados em utiliz las nas an lises dos acidentes Dessa forma para o autor as contribui es das rela es sociais organizacionais e cognitivas para as origens dos acidentes podem encontrar resist ncias e incompreens es pelos profissionais que adotam a abordagem tradicional Este aspecto traz influ ncias irrevers veis para o investimento na seguran a e sa de dos trabalhadores
77. press o de tempo sobrecarga de trabalho equipamentos inadequados fadiga e inexperi ncia e podem criar buracos ou fraquezas duradouras nas defesas alarmes e indicadores n o confi veis procedimentos n o exequ veis defici ncias de projetos e construtivas dentre outros As condi es latentes como o nome sugere podem permanecer dormentes no sistema por anos antes que se combinem com as falhas ativas provocando acidentes REASON 2000 Essas barreiras na maioria das vezes funcionam bem entretanto h vulnerabilidades que podem se alinhar ou se combinar entre si em um dado momento e gerar a janela de oportunidade e ocasionar o infort nio REASON 1997 Segundo Almeida 2006a essa concep o de an lise busca as causas das causas que em geral s o as causas de origem gerencial ou organizacional Outra contribui o importante para as an lises de acidentes dada pela Ergonomia apresentada como tendo duas abordagens Guimar es 2004 destaca a ergonomia tradicional tamb m chamada de corrente norte americana centrada na adapta o da m quina e do posto de trabalho ao homem e a ergonomia francesa com valores focados na din mica da atividade humana no trabalho Este trabalho se apoia em conceitos dessa segunda abordagem porquanto privilegia o conjunto da situa o do trabalhador inserido no sistema organizacional da empresa para fins de an lise dos fatores de causalidade dos acidentes A corre
78. quina recolhe as canas depositadas no campo nos montes leiras e as despeja no caminh o que levar a cana para a usina Perfila se dessa forma o in cio de um novo conceito de colheita da cana de a car sem queima pr via por meio de um sistema de produ o de plantio corte e carregamento mecanizado Segundo Scopinho e Valarelli 1995 a tend ncia de mecaniza o da lavoura canavieira ocorre n o somente em raz o da preocupa o com o meio ambiente e as condi es de trabalho dos obreiros boias frias Sobretudo h vantagens operacionais industriais e agron micas que movem as usinas neste sentido Contudo estudos apontam que os trabalhadores assalariados rurais organizados ou n o ressentem se de uma sens vel piora na qualidade das rela es e das condi es de trabalho al m da perda dos postos de trabalho e das quedas salariais SCOPINHO et al 1999 Do ponto de vista ambiental a necessidade de mecaniza o do corte de cana de a car propiciou um di logo entre a iniciativa privada poder p blico e a sociedade civil para estabelecer um prazo para a elimina o definitiva da queima da cana No Estado de S o Paulo esse compromisso originou o Decreto Estadual n 42 056 97 que previa a elimina o em 8 oito anos da queimada nas reas planas e em 15 quinze nas reas acima de 12 doze por cento de declividade Entretanto como as a ee A 13 disposi es legais est o merc das for as soc
79. real verificou se que h situa es que somente o uso do reverso n o suficiente para a desobstru o das caramboladas do despontador o que exige que a opera o seja realizada de forma manual Ademais o trabalho real tamb m demonstrou que o trabalhador foi executar a tarefa com a m quina ligada Aus ncia por concep o de dispositivo de seguran a pois a colhedora operava sem barreiras passivas ou autom ticas de preven o contra acidentes com partes m veis do despontador Esses fatores indicam falhas gerenciais e organizacionais da atividade tanto por parte dos projetistas como pela gest o de seguran a da empresa A principal mudan a identificada no sistema neste acidente foi o embuchamento da cana no despontador da colhedora de forma a exigir uma interven o manual do trabalhador O corte de cana nova e a presen a de pedra perto da colhedora de cana que operava sem manuten o nas condi es indicadas pelo fabricante da maquina tamb m s o varia es identificadas no acidente Aspectos da gest o cognitiva da atividade e pagamento do sal rio por produ o Por fim vale salientar que esse terceiro acidente teria se dado durante interven o de recupera o manual de incidente no local denominado de despontador localizado na por o frontal superior do corpo da m quina na limpeza de partes m veis desprotegidas que estariam paradas em fun o de travamento por ac mulo de palha mas com a m q
80. recomenda es A ergonomia busca fazer um estudo aprofundado da situa o real de trabalho visando conhecer as estrat gias os ajustes e os modos operat rios implementados pelos trabalhadores frente s vari veis da organiza o do trabalho bem como as caracter sticas do trabalhador de modo a melhorar a gest o da atividade com objetivo de prevenir acidentes do trabalho ABRAH O 2000 DINIZ et al 2005 Alguns estudos abordam o aspecto humano e a dimens o cognitiva dos acidentes enfatizando a import ncia de an lises mais detalhadas dos comportamentos adotados nos per odos imediatamente antecedentes e nos mais remotos do acidente Temos ent o a concep o de armadilhas cognitivas que confere nfase ao tema das omiss es de operadores e entende que os passos a executar uma atividade podem influenciar os processos cognitivos dos operadores e aumentar a probabilidade de omiss es REASON 1997 2002 REASON HOBBS 2003 ALMEIDA BINDER 2004 A maneira como s o concebidas as tarefas em especial a sequ ncia de passos estabelecida e aspectos de interfaces oferecidas a operadores podem criar situa es que t m sido 33 chamadas na literatura de armadilhas cognitivas porque influenciam os modos de funcionamento ps quico dos operadores aumentando por exemplo as chances de omiss es ou as de erros associados a incompreens es Essas armadilhas geralmente existem em tarefas ou opera es que envolvem um grand
81. scielo php pid S 1870 350X2006000300012 amp script sci arttext gt Acesso em 10 set 2013 SCOPINHO R A Pedagogia empresarial de controle do trabalho e sa de do trabalhador o caso de uma usina destilaria da regi o de Ribeir o Preto 1995 246f Disserta o Mestrado Centro de Educa o e Ci ncias Humanas Universidade Federal de S o Carlos S o Carlos 1995 SCOPINHO R A Vigil ncia e educa o em sa de o Comando de Fiscaliza o Integrada no setor sucroalcooleiro da regi o de Ribeir o Preto In ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODU O 16 CONGRESSO INTERNACIONAL DE ENGENHARIA INDUSTRIAL 2 1996 Piracicaba Anais Piracicaba 1996 1 CD ROM SCOPINHO R A Vigiando a vigil ncia sa de e seguran a no trabalho em tempos de qualidade total S o Paulo Annablume Fapesp 2003 284 p SCOPINHO R A VALARELLI L L Moderniza o e impactos sociais o caso da agroind stria sucroalcooleira da regi o de Ribeir o Preto SP Rio de Janeiro Fase 1995 SCOPINHO R A VIAN C E F SILVA P R C Novas tecnologias e sa de do trabalhador a mecaniza o do corte da cana de a car Cadernos de Sa de Publica v 15 p 147 161 1999 Dispon vel em lt http www scielosp org pdf csp v15n1 0044 pdf gt Acesso em 18 jul 2013 SILVA E Os desafios das colhedoras de cana 2013 Dispon vel em lt http www novacana com n cana maquina agricola desafios colhedoras cana 110613 gt Acesso e
82. tico N o foi poss vel esclarecer se se trata de dispositivo criado com finalidades operacionais ou de desfazer incidentes Nesse primeiro caso os operadores teriam descoberto e se apropriado de uma nova utilidade do sistema de revers o Tamb m n o foi esclarecido se o acionamento do sistema de revers o pode ocorrer sem desligamento do despontador ou se uma vez acionada a revers o desliga automaticamente ou n o o despontador No entanto de acordo com os operadores h casos em que a tentativa de limpeza com o reverso n o desembucha a m quina Isso se daria principalmente quando a obstru o ocorre no meio das duas carambolas Nesses casos seria necess rio que com a ajuda de alguma ferramenta ou com as m os o operador retirasse o material acumulado A possibilidade dessa ocorr ncia seria conhecida da empresa que teria recomendado que tais interven es fossem realizadas com o despontador desligado A an lise n o evidenciou a exist ncia de registros escritos formalizando essa recomenda o e n o encontrou a ferramenta a ser usada para retirada de materiais Al m disso em nossa opini o caso a revers o possa ser acionada com o despontador ligado se essa manobra n o destravar a colhedora poderiam aumentar as chances do operador n o desligar o despontador antes de tentar a estrat gia manual de limpeza acima descrita As Figuras 17 A e B ilustram os despontadores da m quina colhedora de cana e o local do embuchamento da palh
83. tr s at complet lo e depois retornam para o transbordo da frente para terminar de carreg lo Essa sequ ncia necess ria pois se o transbordo da frente fica totalmente cheio dificulta a visualiza o do tratorista sobre o transbordo de tr s e por outro lado se o transbordo da frente fica vazio enquanto carrega o de tr s o transbordo fica muito leve e impede as manobras Salienta se que os transbordos duplos s o unidos por jun es pinos parafusos e mangueiras e se necess rio podem ser separados a qualquer momento entretanto essa separa o raramente ocorre A Figura 5 ilustra uma colhedora de cana e um trator que traciona um transbordo duplo durante colheita de cana Figura 5 Ilustra o de uma colhedora de cana e um transbordo duplo durante colheita de cana Colhedora de cana Transbordo duplo Trator Toda a cana que passa pela colhedora lan ada no trator que traciona o transbordo ou em alguns casos em caminh es com carroceria adaptada que diretamente transportam a cana para a usina SCOPINHO et al 1999 Ap s o transbordo preenchido a carga colocada nas ca ambas dos caminh es que aguardam fora do talh o atrav s de um sistema hidr ulico de 58 eleva o dos transbordos e em seguida o operador da carregadeira arruma a carga do caminh o As Figuras 6 e 7 ilustram a situa o descrita Figura 6 Ilustra o de um sistema hidr ulico de eleva o dos transbordos que descarregam
84. trabalho dentro da organiza o da empresa Das explica es oferecidas pelos entrevistados e dos dados obtidos nesta an lise foi poss vel identificar que durante o funcionamento da colhedora m quina 38 Nunes 2001 traz a diferencia o entre manuten es preventivas e preditivas Entende se por manuten es preventivas aquelas realizadas antes da ocorr ncia de falhas e com o objetivo de reduzir a probabilidade de seu acontecimento sendo programadas antes da data prov vel do aparecimento das falhas Elas s o divididas em preditivas e por acompanhamento As manuten es preventivas preditivas ocorrem quando h supervis o continua de alguns par metros de controle J a manuten o preventiva por acompanhamento s o as inspe es ou rondas peri dicas 115 ligada n o poss vel a realiza o de nenhum tipo de manuten o no interior do picador suflador com seguran a para o operador Amplia o conceitual Aliada a essa quest o da aus ncia de barreiras temos que considerar as caracter sticas do ambiente em que se desenvolveu a atividade A opera o de limpeza foi realizada no per odo noturno Pelos documentos analisados n o foi poss vel apurar as condi es de ilumina o quando da ocorr ncia do acidente Entretanto pela experi ncia da autora nas fiscaliza es realizadas noite e pelos dados colhidos nas entrevistas a ilumina o no per odo noturno nas frentes de trabalho de corte mecanizad
85. tratores ou caminh es Portanto nessa situa o cada frente de colheita demanda doze operadores sendo tr s operadores por colhedora um para a colhedora e dois para os tratores ou caminh es Como as turmas observadas regra geral trabalham em sistema de folguista denominado de cinco por um jornada de cinco dias de trabalho e um de folga comumente previstas nos acordos ou conven es coletivas do setor estes doze operadores s o na verdade quinze trabalhadores Soma se a esses trabalhadores uma equipe de manuten o composta de um mec nico um soldador e um eletricista caminh o oficina Al m disso cada frente 60 trabalhadores manuais que acompanham as frentes mecanizadas que s o respons veis por recolher a cana que cai dos transbordos no momento de transport la para o treminh o e tamb m eles t m a fun o de engatar as julietas nos transbordos ALVES 2009 Os operadores e os trabalhadores manuais s o transportados at a frente de corte atrav s de um ve culo da usina e o controle do ponto realizado dentro do ve culo ou nas reas de viv ncia localizadas nas frentes de trabalho em geral adotam controle eletr nico da jornada de trabalho Ap s deixar os trabalhadores o ve culo retorna usina com os operadores que finalizaram seu turno e assim sucessivamente Antes do in cio do turno os operadores devem inspecionar as m quinas para verificar aspectos gerais como freios far is gua
86. tulo 5 trata dos resultados da pesquisa e da discuss o do estudo dos casos de acidentes de trabalho usando o m todo MAPA e discute a import ncia das an lises de acidentes de trabalho Por fim o estudo se dedica a apresentar as considera es finais acerca dos resultados encontrados na presente pesquisa 24 1 ACIDENTE DE TRABALHO 1 1 Concep es de an lises de acidentes de trabalho A seguir veremos sem a pretens o de esgotar o assunto e apenas com o intuito de situar o leitor neste estudo algumas teorias e concep es de acidentes Ao analisar a hist ria da g nese dos acidentes de trabalho nota se que a teoriza o acerca do tema ampla e diversificada entretanto percebe se uma evolu o de posicionamento partindo se de um paradigma monocausal para a concep o multicausal ou pluricausal de acidentes do trabalho No in cio a literatura faz refer ncia a estudos fundamentados na Teoria da Propens o ao Acidente emergente em 1919 que procurava provar a exist ncia de trabalhadores que tinham maior probabilidade ou predisposi o de se envolverem em acidentes em fun o de suas caracter sticas pessoais inatas em rela o a outros indiv duos em condi es similares de trabalho NEBOIT 2003 SCHMIDT 2006 Binder et al 1986 estudaram as descri es referentes as investiga es de acidentes de trabalho e Schmidt 2002 2004 analisou as descri es emitidas nas Comunica es de Acidentes do Trab
87. v 12 p 7 11 1994 190 PAIS gasta R 71 bilh es com acidente de trabalho Revista Consultor Jur dico 21 out 2011 Dispon vel em lt http www conjur com br 2011 out 21 economista brasil gasta 7 bilhoes acidentes trabalho gt Acesso em 2 fev 2013 PERROW C Normal accident living with high risk technologies Princeton Princeton University Press Afterword 1999 p 353 387 PINHEIRO S A Estudo do processo trabalho desgaste em trabalhadores de uma destilaria de lcool 1992 Tese Doutorado Faculdade de Medicina Universidade de S o Paulo Ribeir o Preto 1992 RASMUSSEN J Risk management m a dynamic society Safety Science v 27 p 183 213 1997 REASON J Human error Cambridge Cambridge University Press 1990 REASON J Managing the risk of organizational accident Aldershot Ashgate 1997 p 1 20 REASON J Human error models and management British Medical Journal v 320 n 7237 p 768 770 2000 REASON J Combating omission errors through task analysis and good reminders Qual Saf Health Care 2002 REASON J HOBBS A Managing maintenance error a practical guide Hampshire Ashgate 2003 REHN B NILSSON T LUNDSTROM R HAGBERG M BURSTROM L Neck pain combine with arm pain among professional drivers of forest machines and the association with whole body vibration expousure Ergonomics v 52 p 1240 1247 2009 REIS L F Mecaniza o e intensifica o do trabalho no
88. vem sendo aceita pelo ordenamento jur dico se presentes os elementos da subordina o estrutural da rela o de emprego Para a gest o de seguran a a terceiriza o il cita flagrada nas frentes de trabalho implica a precariza o das rela es de trabalho perpetrada pela empresa prestadora de servi o O levantamento e o estudo mais aprofundado desse tema poder ser objeto de um novo projeto de pesquisa Pelo exposto com base no MAPA ALMEIDA VILELA et al 2010 foram identificados nesta an lise os aspectos causais discriminados no Quadro 8 145 Quadro 8 Resumo dos aspectos identificados na an lise do acidente de trabalho do Caso 4 usando o MAPA Resumo do acidente de trabalho Descri o do trabalho real An lise de barreiras An lise de mudan as Amplia o conceitual Descri o O acidente ocorreu quando o trator transbordo encalhou na lavoura e para promover o desencalhe o tratorista engatou um cabo de a o na colhedora de cana Entretanto quando esse cabo foi tracionado o pino utilizado no engate do cabo se rompeu ou se soltou e o cabo de a o ao ser projetado atingiu trabalhador terceirizado que atuava na equipe Consistia na opera o de promover o desencalhe do trator transbordo com a ajuda de um cabo de a o engatado na colhedora de cana Toda a equipe de trabalho era da empresa terceira Pelos documentos n o foi poss vel apurar se a m quina pertencia empresa terceirizada ou se era
89. vincular a remunera o paga aos cortadores quantidade de cana colhida por eles Relator Designado Juiz do Trabalho H lio Grasselli Origem Vara do Trabalho de Mat o Juiz Sentenciante Renato da Fonseca Janon Apesar de o ac rd o tratar dos assalariados rurais da cana j um precedente concreto e uma vit ria na luta pela revers o da explora o sem limites da sa de dos operadores de colhedoras de cana de a car que como visto tamb m est o sujeitos ao ganho por produtividade Segue a transcri o da ementa da senten a confirmada em segunda inst ncia pelo TRT 15 regi o Ementa A o coletiva Interesse individual homog neo Legitimidade ativa do minist rio p blico do trabalho Cortador de cana Pagamento por produ o Proibi o Singularidade da atividade Possibilidade Respeito dignidade da pessoa humana e ao valor social do trabalho 1 O Minist rio 2 A norma vetou para as atividades de processamento eletr nico de dados o pagamento por produ o em raz o da possibilidade de adoecimento Segue transcri o do item 17 6 4 a da NR n 17 do MTE Nas atividades de processamento eletr nico de dados deve se salvo o disposto em conven es e acordos coletivos de trabalho observar o seguinte a o empregador n o deve promover qualquer sistema de avalia o dos trabalhadores envolvidos nas atividades de digita o baseado no n mero individual de toques sobre o teclado inclusive o
90. 00 inicialmente n o existia por aus ncia de concep o no pr prio projeto o que se denomina de interruptor de assento ou sensor do banco mas os modelos mais modernos de colhedoras de cana possuem esse dispositivo que capaz de cortar a igni o do motor da colhedora quando o operador levanta se do banco da m quina No caso em tela mesmo que o dispositivo interruptor de assento existisse na colhedora ele n o evitaria o acidente pois o mesmo ocorreu com o motorista do caminh o transbordo e n o com o operador da colhedora de cana Esse dispositivo apesar de n o ser obrigat rio pela legisla o vigente tem o cond o de evitar acidentes apesar de criar um custo adicional de deslocamento para o operador E um avan o tecnol gico em favor da seguran a do trabalhador que torna obsoleto o projeto das colhedoras que n o o adotam mas como visto n o evitaria por si s o acidente em an lise 157 An lise de mudan as Para a an lise de mudan as a principal varia o presente neste acidente est no fato de o motorista do caminh o transbordo ajudar o operador da colhedora a realizar a limpeza da esteira do elevador de cana embuchado pelo excesso de ciscos e toletes de cana BINDER ALMEIDA 1997 2007 ALMEIDA 2003a Mas neste ponto cabe questionarmos o que se esperava do comportamento do colega de equipe quando a m quina operada pelo companheiro apresentava um problema Diferentemente do que foi a
91. 07 Esses trabalhadores muitos advindos do corte manual de cana carregam a ideia de produ o a todo custo Aliado a essa quest o o conhecimento formal adquirido em treinamentos 75 e o conhecimento t cito adquirido com a experi ncia no trabalho aumentam a compet ncia dos operadores para a se adequar s diversas varia es da atividade o que pode significar assumir riscos em favor da produtividade e levar aos acidentes de trabalho O sal rio por produ o encontra limita es no pr prio ordenamento positivado O item 17 6 3 al nea a da NR n 17 do MTE discutida por trabalhadores governo e empregadores n o admite o pagamento por produ o quando existem riscos sa de dos trabalhadores uma vez que este tipo de pagamento induz o trabalhador a ultrapassar os limites fisiol gicos em busca de um rendimento financeiro extra BRASIL 1990 Recentemente o Tribunal Regional do Trabalho TRT da 15 regi o confirmou em segunda inst ncia a condena o de usina obriga o de n o utilizar a forma de pagamento por produ o para remunerar cortadores de cana O ac rd o publicado em 10 de outubro de 2013 refor a o posicionamento tomado em outubro de 2012 pela Vara do Trabalho em Mat o SP No aresto o desembargador aponta que o pagamento por produ o est relacionado a doen as e acidentes e at casos de mortes de maneira estrutural O caso considerado o primeiro em que uma usina foi impedida de
92. 10 71 6 00 19 31 4 00 e 01 13 0 00 que se referem as empresas com atividades de fabrica o de a car em bruto fabrica o de lcool e cultivo de cana de a car INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTAT STICA 2013 A descri o das atividades mencionadas e suas subclasses est o em anexo ao presente estudo ANEXO 3 2 Foram eleitos para refinar a consulta os trabalhadores acidentados cuja Classifica o Brasileira de Ocupa es CBO era Operador de colhedeira colhedora Outros operadores de m quinas e implementos agr colas Outros trabalhadores agr colas especializados n o classificados Trabalhador agr cola polivalente e Trabalhador agropecu rio polivalente em geral Neste t pico por n o pertencer ao objeto desta pesquisa foram descartados os acidentes envolvendo motoristas de tratores agr colas motorista de caminh o canavierro motorista de nibus trabalhadores bra ais trabalhadores da pecu ria trabalhador da avicultura trabalhador da cultura de laranja e outros c tricos montador de estruturas met licas operador de instala es t rmicas para processamento qu mico mestres e contramestres de estruturas met licas trabalhadores da fabrica o e refina o de a car operadores de m quinas p s carregadeira tamb m chamadas de guincho utilizadas nas frentes de corte semi mecanizado de cana e acidentes envolvendo m quinas na rea industrial da usina 3 Foram buscadas apenas as an lises de ac
93. 152 LISTA DE GRAFICOS Gr fico 2 Evolu o dos Acidentes de Trabalho no Brasil ano 2001 a 2011 38 Gr fico 1 N mero de colhedoras de cana de a car vendidas no mercado brasileiro entre os ANOS oe oe O ae oe nn RO ee ae ee a o en a eae a e ee 49 LISTA DE QUADROS Quadro 1 C digo e Grupo de Fatores Causais dispon veis no SFIT cc eeccccccseeeeeeeeeeeeees 80 Quadro 2 C digo e Grupo de Fatores de morbidade ou mortalidade dispon veis no SFIT 87 Quadro 3 Rela o de documentos analisados em cada caso para o estudo dos acidentes 93 Quadro 4 Etapas e objetivos dos procedimentos utilizados no estudo cccecccceeseeeeceeeeeees 94 Quadro 5 Resumo dos aspectos identificados na an lise do acidente de trabalho do Caso 1 usando o MA PAren hed ston dio n a der td dd ed SS E 107 Quadro 6 Resumo dos aspectos identificados na an lise do acidente de trabalho do Caso 2 Usando o MAPA ana bini nona da lani saio a ida sued de dad EG DlCD ond dra api nat ais 119 Quadro 7 Resumo dos aspectos identificados na an lise do acidente de trabalho do Caso 3 Usando o NDA ti cn a E a E 136 Quadro 8 Resumo dos aspectos identificados na an lise do acidente de trabalho do Caso 4 usando ro NDA aten A TT ee CR ene Teri eT ee fea 145 Quadro 9 Resumo dos aspectos identificados na an lise do acidente de trabalho do Caso 5 SAO O NADO o a Meare tet aCe A ara eT Re Rn E area RE en ROR
94. 362f Tese Doutorado Instituto de Economia UNICAMP Campinas 1991 Dispon vel em lt http www bibliotecadigital unicamp br document code vtls000035593 gt Acesso em 20 de jan 2014 ALVES F J C Por que morrem os cortadores de cana Sa de e Sociedade v 15 p 90 98 2006 ALVES F J C Processo de trabalho e danos sa de dos cortadores de cana InterfacEHS v 3 n 2 p 1 26 2008a ALVES F J C Trabalho e trabalhadores no corte de cana ainda a pol mica sobre o pagamento por produ o e as mortes por excesso de trabalho In BISON N PEREIRA J C A Org Agrocombust veis solu o A vida por um fio no eito dos canaviais S o Paulo CCJ 2008b p 22 48 ALVES F J C Pol ticas p blicas compensat rias para a mecaniza o da cana crua RURIS v 3 n 1 p 153 178 2009 AMALBERTI R La conduite des syst mes a risque Paris Presses Universitaires de France 1996 ASSOCIACAO NACIONAL DOS FABRICANTES DE VEICULOS AUTOMOTORES BRASIL ANFAVEA Anuario da industria automobilistica brasileira maquinas agricolas automotrizes produ o vendas internas e exporta es 2013 cap 3 p 133 Dispon vel em lt http www anfavea com br anuario html gt Acesso em 25 set 2013 181 ANU RIO BRASILEIRO DE PROTE O Mundo tabela bitos e doen as 2013 Dispon vel em lt http www protecao com br materias anuario brasileiro de protecao 2013 mundo J9y4AA gt Acesso em 10 maio 2013
95. AE Atividades Econ micas CNAE 10 71 6 00 19 31 4 00 e 01 13 0 00 das empresas de fabrica o de a car em bruto fabrica o de lcool e cultivo de cana de a car INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTAT STICA 2013 i O 1071 6 00 baga o de cana de a car e outros desperd cios da ind stria do a car obten o de 1071 6 00 caldo de cana fermentado garapa fabrica o de 1071 6 00 melado fabrica o de 1071 6 00 rapadura fabrica o de 1931 4 00 lcool et lico de cana de a car anidro fabrica o de 1931 4 00 lcool et lico de cana de a car hidratado fabrica o de 1071 6 00 caldo de cana n o fermentado fabrica o de C digo 1931400 1071 6 00 mela o de cana resultante da extra o do a car produ o de 1931 4 00 vinha a vinhoto fabrica o de a ANEXO 4 Autoriza o da SRTE SP gis L HOIR ago SERVI O P BLICO FEDERAL MINIST RIO DO TRABALHO E EMPREGO SUPERINTEND NCIA REGIONAL DO TRABALHO E EMPREGO NO ESTADO DE S O PAULO SE O DE SEGURAN A E SAUDE NO TRABALHO SEGUR Declara o DECLARO que tenho ci ncia e autorizo a servidora D bora Andreossi Rodrigues mestranda em Sa de Coletiva do Programa de P s Gradua o da Faculdade de Medicina de Botucatu FMB UNESP que desenvolve o projeto de pesquisa denominado Acidente Fatal em colhedora de cana o olhar atrav s do MAPA orientada pelo Prof Dr Ildeberto Muniz de Almeida a te
96. AT ea ee 160 LISTA DE SIGLAS ABNT Associa o Brasileira de Normas T cnicas AEPS Anu rio Estat stico da Previd ncia Social AFT Auditor Fiscal do Trabalho ANFAVEA Associa o Nacional dos Fabricantes de Ve culos Automotores Brasil AT Acidente de trabalho BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econ mico e Social PR ALCOOL Programa Nacional do lcool PRONAF Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar CAT Comunica o de Acidente de Trabalho CBO Classifica o Brasileira de Ocupa es CLT Consolida o das Leis do Trabalho CNAE Classifica o Nacional de Atividades Econ micas CNPJ Cadastro Nacional de Pessoas Jur dicas CIPATR Comiss o Interna de Preven o de Acidentes do Trabalho Rural CTC Centro de Tecnologia Canavieira DIEESE Departamento Intersindical de Estat stica e Estudos Socioecon micos DOU Di rio Oficial da Uni o EPI Equipamento de Prote o Individual FAT Fundo de Amparo ao Ttrabalhador FGTS Fundo de Garantia do Tempo de Servi o HSE Health and Safety Executive INSS Instituto Nacional de Seguro Social INPE Instituto Nacional de Pesquisas Especiais MAPA Modelo de An lise e Preven o de Acidentes de Trabalho MPAS Minist rio da Previd ncia e Assist ncia Social MS Minist rio da Sa de MTE Minist rio do Trabalho e Emprego NR Norma Regulamentadora OIT Organiza o Internacional do Trabalho OMS Organiza o
97. CORTE DE VISORES PICADORES p PONTAS CONJUNTO DE ROLOS Fonte GOBESSO 2013 No corte mecanizado de cana de a car durante a opera o de colheita o trabalho presumido do operador da colhedora consiste em posicionar a m quina na linha de cana e quando inicia o seu deslocamento em sistema de sincronismo com o trator transbordo o ponteiro da cana cortado pelo despontador O disco de corte lateral corta as pontas das canas emaranhadas e presas que n o foram separadas pelos divisores de linha evitando que as soqueiras das linhas adjacentes sejam arrancadas Os divisores de linha levantam e separam a linha de cana que est sendo colhida das linhas adjacentes e cada divisor de linha composto de dois cilindros que giram em sentidos opostos fazendo a separa o das linhas O sistema de alimenta o da m quina constitu do pelos divisores de linha rolo tombador e rolo alimentador que direcionam o feixe de cana para ser cortado pelo corte de base O corte de base realizado por dois discos rotativos com l minas que corta o feixe de cana ao n vel do solo conduzindo sua extremidade inferior ao rolo levantador O rolo levantador levanta o feixe de cana cortado pelo corte de base orientando o para o interior da m quina at os rolos alimentadores que s o respons veis pelo transporte e distribui o horizontalmente do feixe de cana at os rolos picadores Estes por sua vez cortam a 66 cana e lan am os toletes
98. I 2009 O processo de mecaniza o brasileiro come ou a passos lentos ap s o ciclo de greves iniciado em Guariba em 1984 e Leme em 1986 ALVES 1991 2008a Veiga Filho et al 1994 analisam que a reestrutura o do mercado para o corte mecanizado estaria relacionado TA greve foi iniciada pelos cortadores de cana de Guariba contra o corte em sete ruas e aus ncia de direitos m nimos No corte de sete ruas os trabalhadores t m que andar mais 3 metros lateralmente ao cortar as duas linhas a mais assim trabalham mais e ganham menos Nesta greve foram reivindicados direitos que embora ja existissem nas leis n o eram garantidos aos assalariados rurais como o registro em carteira f rias 13 sal rio descanso semanal remunerado fornecimento gratuito de EPI s corte de cana em 5 ruas e piso salarial Essa greve expandiu para outras regi es como Leme e representou importantes conquistas salariais e trabalhistas para a categoria 56 com a produtividade do trabalho mas tamb m decorre das reivindica es salariais e das greves dos trabalhadores A ado o das m quinas traria estabiliza o de m o de obra e melhor sele o dos trabalhadores Posteriormente a mecaniza o ganhou um aliado no final dos anos 80 e inicio dos anos 90 a luta contra as queimadas entretanto o que se verificou nos canaviais paulistas na d cada de 90 n o foi uma substitui o maci a dos cortadores de cana como se imaginava nem fora
99. I Enfim entender as origens desse acidente exigiria conhecer em profundidade aspectos da atividade do trabalhador An lise de mudan as A mudan a ocorrida neste acidente foi o embuchamento dos divisores de linha da colhedora um incidente t cnico que travou a m quina ensejando recupera o manual por parte 104 do pr prio operador Trata se de variabilidade conhecida na opera o da colhedora e para qual o sistema recomendava recupera o manual por parte do operador As colhedoras atuais n o s o dotadas de mecanismos autom ticos de recupera o desses incidentes Por sua vez as origens do travamento parecem relacionadas forma como se d a alimenta o da colhedora sem mecanismos de filtragem ou sele o das quantidades de materiais empurradas para facas e cilindros Aparentemente a opera o da colhedora n o disp e de mecanismos de controle dessa alimenta o e a frequ ncia de incidentes elevada Havendo interesse em aprofundamento do estudo recomenda se solicitar an lise ergon mica da atividade AET de operadores experientes visando identificar as estrat gias adotadas para lidar com principais variabilidades e dificuldades percebidas na situa o A recomenda o de preven o adotada com uso de ferramenta de corte com cabo longo precisa passar por teste antes de ter seu uso generalizado pois pode introduzir dificuldades que ensejem resist ncia dos trabalhadores ao seu uso No Brasil a cultura predominan
100. IDA VILELA et al 2010 Neste sentido a utiliza o do MAPA para an lise dos acidentes de trabalho graves ou fatais envolvendo m quinas colhedoras de cana se mostrou uma ferramenta eficaz e contribuiu positivamente para revelar as origens dos acidentes incubadas no sistema resultado de escolhas gerenciais seja na manuten o na produ o ou estimulada e tolerada para lidar com variabilidades do trabalho de forma a permitir a possibilidade de visualizar medidas efetivas de preven o Nos casos reestudados tamb m foram exploradas as origens identificadas nas an lises de mudan as e de barreiras O estudo do MAPA por outro lado tamb m revelou para a pesquisadora algumas dificuldades que merecem ser destacadas A primeira diz respeito a sua efetiva aplicabilidade na pr tica da auditoria fiscal do trabalho pois o uso do m todo requer a compreens o do instrumento por parte dos analistas Com base neste estudo e nas pesquisas realizadas no SFIT foi observado que a metodologia do MAPA n o de dom nio da fiscaliza o Esse fator pode ser explicado ao menos pelos seguintes aspectos a um m todo relativamente novo e em per odo de implementa o e b o instrumento n o conhecido pelo corpo fiscal respons vel pelas an lises de acidentes de trabalho justamente pela aus ncia de novos cursos de capacita o e 169 divulga o do m todo pelo rg o do Minist rio do Trabalho Neste aspecto cabe frisar a import n
101. Mundial da Sa de OS Ordem de Servico OS AT Ordem de Servico na Modalidade Acidente de Trabalho RAIS Rela o Anual de Informa es Sociais RBSO Revista Brasileira de Sa de Ocupacional RI Relat rio de Inspe o RIAT Relat rio de Inspe o de Acidente de Trabalho RIDDOR Reporting of Injuries Diseases and Dangerous Occurrences Regulations SEGUR Se o de Seguran a e Sa de do Trabalhador SESMT Servi o Especializado em Engenharia de Seguran a e Medicina do Trabalho SESTR Servi o Especializado em Seguran a e Sa de no Trabalho Rural SRTE SP Superintend ncia Regional do Trabalho e Emprego no Estado de S o Paulo SUS Sistema Unico de Sa de SFIT Sistema Federal de Inspe o do Trabalho TRT Tribunal Regional do Trabalho UNICA Uni o da Ind stria de Cana de a car APRESENTACAO Conclui minha gradua o em Direito pela Faculdade de Direito de Franca em 2003 e minha p s gradua o latu sensu em Direito e Processo do Trabalho em 2006 Ingressei no Minist rio do Trabalho e Emprego em janeiro de 2007 atrav s de concurso p blico para exercer a atividade de Auditor Fiscal do Trabalho e fui lotada inicialmente na regi o de Presidente Prudente SP per odo de 2007 a 2010 Logo que comecei a exercer as atividades do cargo motivada pelos aspectos econ micos e sociais da regi o que contava na poca com mais de 20 usinas de a car e lcool al m de fornecedores de cana e pela atua o cons
102. NHARIA DE PRODU O 23 2003 Ouro Preto Anais Ouro Preto 2003 Dispon vel em lt http www abepro org br biblioteca ENEGEP2003 TRO0408 1745 pdf gt Acesso em 2 out 2013 195 VILELA R A G IGUTI A M ALMEIDA I M Culpa da vitima um modelo para perpetuar a impunidade dos acidentes Cadernos de Sa de Publica v 20 p 570 579 2004 Dispon vel em lt http www scielo br pdf csp v20n2 26 pdf gt Acesso em 10 set 2013 VILELA R A G MENDES R W B GON ALVES C A H Acidente do trabalho investigado pelo CEREST Piracicaba confronto a abordagem tradicional da seguran a no trabalho Revista Brasileira de Sa de Ocupacional v 32 n 115 p 29 40 2007 WALDVOGEL B C A popula o trabalhadora paulista e os acidentes do trabalho fatais S o Paulo em Perspectiva v 17 p 42 53 2003 Dispon vel em lt http www scielo br scielo php pid S0102 88392003000200006 amp script sci_arttext gt Acesso em 13 abr 2013 WISNER A A intelig ncia no trabalho textos selecionados de ergonomia S o Paulo FUNDACENTRO 1994 WOODS D D COOK R I Nine steps to move forward from error Cognition Technology amp Work n 4 p 137 144 2002 ZANCA O The evolution of mechanized sugar cane harvesting in Brazil International Sugar Journal p 7 10 1980 196 ANEXO 1 Tabela dos c digos e descri o dos fatores causais de acidentes de Acidentes utilizados no SFIT L e Codigo do Fator Caus
103. Para melhor aplica o dos elementos foi elaborada uma ficha de roteiro pela autora ANEXO 5 com base na lista de variabilidades identificadas como fatores causais em situa es de acidentes e explorar nos reestudos as estrat gias e modos operat rios usados pelos trabalhadores quando se depararam com os acidentes de trabalho ou as variabilidades do trabalho em si al m da explora o de aspectos cognitivos do acidente Os dados obtidos a partir dos registros inseridos no SFIT foram analisados e os resultados foram comparados com os ensinamentos da literatura de acidentes de trabalho e com os manuais de opera o das m quinas Posteriormente os registros originais foram utilizados para debate face s explica es da autora para o reestudo do acidente de trabalho com base no MAPA Visando subsidiar o estudo a autora entrevistou 30 trabalhadores do sexo masculino de uma usina de grande porte da regi o de Ribeir o Preto e foram ouvidos empregados experientes com no m nimo 03 anos de profiss o e obreiros no inicio da atividade As entrevistas foram feitas com os trabalhadores que exerciam as mesmas fun es dos acidentados 8 operadores de colhedoras de cana de a car destes 02 novatos e 8 operadores de transbordo sendo 2 novatos com profissionais da rea de seguran a e sa de da empresa 2 t cnicos de seguran a do trabalho 2 engenheiros de seguran a do trabalho e 2 coordenadores de frentes de trabalho de colheita mecanizada
104. TO POS ESCLARECIDO Declaro ap s ter sido convenientemente esclarecido a pela pesquisadora que consinto em participar na qualidade de volunt rio a do presente Projeto de Pesquisa data i Nome do trabalhador voluntario Pesquisadora D bora Andreossi Rodrigues Rua Afonso Taranto n 500 Bairro Nova Ribeirania cidade de Ribeir o Preto SP email debora aft gmail com Orientador Prof Dr Ildeberto Muniz de Almeida Distrito de Rubi o Junior Botucatu SP CEP 18618 970 Telefone 14 3882 3309
105. UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA JULIO DE MESQUITA FILHO FACULDADE DE MEDICINA DE BOTUCATU DEBORA ANDREOSSI RODRIGUES ACIDENTES GRAVES E FATAIS NO TRABALHO DE CORTE MECANIZADO DE CANA DE ACUCAR O OLHAR ATRAVES DO METODO MAPA Botucatu 2014 D bora Andreossi Rodrigues ACIDENTES GRAVES E FATAIS NO TRABALHO DE CORTE MECANIZADO DE CANA DE ACUCAR O OLHAR ATRAVES DO METODO MAPA Disserta o apresentada Faculdade de Medicina Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho Campus Botucatu para obten o do t tulo de Mestre em Sa de Coletiva Orientador Prof Dr Ildeberto Muniz de Almeida Botucatu 2014 FICHA CATALOGRAFICA ELABORADA PELA SECAO TEC AQUIS TRATAMENTO DA INFORM DIVIS O DE BIBLIOTECA E DOCUMENTA O CAMPUS DE BOTUCATU UNESP BIBLIOTECARIA RESPONS VEL ROSEMEIRE APARECIDA VICENTE CRB 8 5651 Rodrigues Debora Andreossi Acidentes graves e fatais no trabalho de corte mecanizado de cana de acucar o olhar atraves do metodo Mapa Debora Andreossi Rodrigues Botucatu 2014 Dasserta o mestrado Universidade Estadual Paulista Faculdade de Medicina de Botucatu Orientador Ideberto Muniz de Almeida Capes 40602001 1 Acidentes do trabalho 2 Cana de acucar Colheita 3 Preven o de acidentes 4 M quinas agricolas 5 Mecaniza o agr cola Palavras chave Acidente de trabalho Colheita mecanizada de cana de a car Maquina colhedora de cana de a car Met
106. a car no Brasil segundo o referencial da promo o de sa de 2007 184f Tese Doutorado Escola de Enfermagem Universidade de S o Paulo Ribeir o Preto 2007 ROCHA F L R MARZIALE M H P ROBAZZI M L Poverty as a predisposing factor of illness tendencies in sugar cane workers Revista Latino Americana de Enfermagem v 15 p 736 741 2007 SAO PAULO Decreto Estadual n 47 700 de 11 de marco de 2003 Regulamenta a Lei n 11 241 de 19 de setembro de 2002a que disp e sobre a elimina o gradativa da queima da palha da cana de a car e d provid ncias correlatas Di rio Oficial do Estado S o Paulo SP 12 mar 2003 Se o I p 2 S O PAULO Governo do Estado de S o Paulo Lei Estadual n 11 241 de 19 de setembro de 2002 Disp e sobre a elimina o gradativa da queima da palha da cana de a car e d provid ncias correlatas Diario Oficial do Estado S o Paulo SP 20 set 2002b Se o I p 2 S O PAULO Secretaria do Meio Ambiente Colheita mecanizada da cana cresce em S o Paulo S o Paulo 2013a Dispon vel em lt http www ambiente sp gov br acontece colheita mecanizada da cana cresce em sao paulo gt Acesso em 15 set 2013 S O PAULO Secretaria do Meio Ambiente Etanol verde S o Paulo 2013b Dispon vel em lt http www ambiente sp gov br etanolverde gt Acesso em 15 set 2013 SALIS H B SANTOS J A S FIGUEIREDO A K PALHANO A N DINIZ R L PORTICH P Aprec
107. a cana na ca amba dos caminh es Eleva o do transbordo para descarregar a carga de cana na ca amba do caminh o Figura 7 Ilustra o de uma opera o de arrumar a carga de cana no caminh o que transporta cana para a usina Operador da m quina carregadeira durante opera o de arrumar a carga de cana Ca amba do caminh o 59 Esses caminh es que realizam o transporte da cana conduzem uma duas ou tr s treminh es ca ambas de cana colhida at o p tio de descarregamento da usina setor de descarga da cana Os caminh es que transportam a cana t m uma ca amba diferente da que utilizada nos sistemas semi mecanizados ca amba fechada pois transportam cana picada Segundo alguns estudos a cana depois de colhida come a a ser afetada pela a o de micro organismos e no caso da colheita mecanizada o corte do colmo em v rios toletes aumenta e possibilidade de infec o e a velocidade de deteriora o Conforme observa es emp ricas h perdas de at 28 de a car durante quatro dias ap s o corte sendo este fato presumidamente maior no caso dos toletes VEIGA FILHO et al 1994 Na experi ncia da autora durante as observa es em campo apurou se que o trabalho dos operadores das m quinas no per odo da safra ininterrupto realizado quase que 24 horas por dia Segundo Ripoli e Ripoli 2004 o per odo da safra uma verdadeira opera o de guerra pois envolve a m
108. a a colhedora de cana de a car envolvida no acidente e acompanhava o na atividade o acidentado Sr y que era motorista do trator transbordo Em dado momento da opera o um dos mecanismos da colhedora acusou mau funcionamento porquanto o elevador de cana picada da m quina travou por excesso de cana no interior do dispositivo Para resolver o problema o operador x basculou abaixou o elevador de cana para um n vel mais pr ximo do solo desceu do posto de opera o da cabme da m quina e subiu no elevador de cana apoiando os p s nas laterais da esteira do equipamento e passou a 147 retirar a cana em excesso da esteira Por sua vez o Sr y operador do transbordo vendo a situa o desceu da cabine do trator e subiu na colhedora posicionando se sobre a esteira do elevador de cana tamb m apoiando se nas travessas de sua lateral e passou a ajudar o Sr x a retirar a cana da esteira O Sr x desceu do elevador e antes de reassumir o posto de trabalho na colhedora de cana pediu para o colega Sr y descesse pois tentaria fazer funcionar a esteira novamente A Figura 19 indica o local dos componentes da m quina Figura 19 Caso 5 Ilustra o de uma colhedora de cana de a car Os detalhes indicam a localiza o do elevador de cana e do extrator secund rio da m quina colhedora Extrator secund rio Elevador de cana 664 9 Ainda segundo o Sr x antes que subisse na
109. a da cana 126 Figura 17 A e B Caso 3 Vista lateral do despontador da maquina e vista frontal das carambolas e do local onde ocorre o embuchamento As Figuras 18 A e B apontam o local onde ocorre o embuchamento no meio das carambolas do despontador Nesse caso o operador da colhedora precisa descer e efetuar o desembuchamento com a m o ou com um equipamento Foi solicitado in loco que um operador mostrasse a regi o em que ocorre referida situa o Figura 18 A e B Caso 3 Detalhe do local do embuchamento das carambolas do despontador com palha de cana de a car Ressalta se que na situa o de simula o o operador usou o procedimento prescrito e o uso do reverso foi suficiente para desembuchar a cana No caso observou se que os despontadores cuja fun o cortar a palha da ponta e o palmito da cana espalhando os uniformemente sobre o solo podem ser ajustados de acordo com a altura da cana a ser cortada Pelas observa es em campo o controle da altura do despontador se baseia muito na experi ncia 127 e na informa o visual do operador de dentro da cabine o que pode ficar comprometida dependendo das caracter stica do canavial como canas mais altas o que pode ser uma condi o adicional de contribui o para o acidente O trabalho prescrito em caso de desembuchamento de acordo com instru es de trabalho para operadores de colhedoras e puxe dadas pela pr pria empresa al m das informa e
110. a da presta o de servi os que aferida de acordo com a dura o do servi o prestado por hora Essa parcela geralmente corresponde ao piso salarial da categoria previstos nos acordos ou conven es coletivas de trabalho Entretanto em algumas empresas do setor foi observado que al m dessa parcela fixa o sal rio tamb m composto de uma parte denominada de remunera o vari vel que inclui pr mios e bonifica es calculados com base na produ o de cana cortada e que pode significar de 25 a 40 vinte e cinco a quarenta por cento do sal rio do trabalhador Os pr mios e bonifica es levam em conta perdas de mat rias primas altura do corte 73 de base altura do desponto rebolos que caem no chao impureza mineral terra ou vegetal gramineas cip s e ervas daninha e quebras na maquina por falhas operacionais Scopinho et al 1999 apontam que sob essas condi es o ritmo de trabalho pode ser intensificado O rendimento depende dos pr prios operadores de colhedoras dos demais componentes da frente de corte mecanizado al m de outros fatores tais como o tipo de cana condi es clim ticas e topogr ficas e condi es da m quina Para a realiza o da colheita as empresas determinam no dia anterior a quantidade de cana de a car necess ria para atingir a meta de produ o e os talh es a serem cortados BACCARIN ALVES 2008 Com base nessa quantidade a remunera o vari vel geralmente calculada da s
111. a do corpo da colhedora eliminando a exig ncias de posicionamento de partes do corpo do trabalhador em zonas de curso de componentes em movimento inclusive por quedas 163 Nos casos reestudados os acidentes ocorridos envolvendo incidentes t cnicos que exigiram a recupera o manual demonstraram a exposi o dos trabalhadores a riscos n o existentes nas condi es de trabalho normal o que se manifestou na forma dos acidentes As exposi es nessas situa es n o foram consideradas nos programas de preven o de acidentes dessa forma a seguran a dos operadores era bastante fr gil e na literatura essas situa es J foram tratadas como acidentes esperando para acontecer Entretanto por outro lado apesar de o interruptor de assento trazer inova es e melhorias esse dispositivo continua a exigir o destravamento manual para a recupera o do incidente t cnico e pode criar um custo adicional para o operador pois ele precisa retornar ao assento e ligar a maquina para verificar se o desembuchamento ocorreu com sucesso Ou seja o inconveniente do interruptor de assento que ele cria um est mulo adicional e n o traz um feedback para informar ao operador quando ele desfez o travamento ao realizar a recupera o manual do incidente o que pode estimular o comportamento de bypassar a prote o existente MEISENBACH 2003 ainda mais se levarmos em conta os constrangimentos de aumento das press es de tem
112. a do sal rio pago em raz o da produtividade o nimo de realizar a atividade pode resultar em adapta es que n o privilegiam a seguran a e por outro lado exp e o trabalhador ao acidente Nas entrevistas a autora encontrou dificuldades em conhecer as variabilidades do trabalho de limpeza de l minas e a retirada de material obstrutivo das engrenagens no interior do triturador os modos operat rios e as estrat gias que o operador acidentado se utilizou para realizar a atividade ABRAHAO 2000 O problema que se vislumbra s o as reais condi es de execu o das atividades de corre es de incidentes t cnicos no campo porquanto sabido que as condi es de trabalho se modificam pela pr pria natureza da atividade na rea rural An lise de barreiras Este acidente permite apontar exist ncia de risco de queda no interior da c mara do soprador picador sem as devidas barreiras de preven o No entanto trata se de risco presente apenas de modo limitado no tempo nas situa es em que o operador adentrasse na c mara do picador numa situa o em que o problema mais evidente era a possibilidade de entrada com a m quina ligada A abordagem tradicional poderia nessa situa o apontar inadequa o de an lise do risco da tarefa desempenhado pelos operadores Al m da falta de barreiras f sicas que impedissem a entrada do operador no interior da colhedora no local chamado de picador ou triturador tamb m inexistiam barreira
113. a organiza o e gerenciamento de materiais Outros fatores da organiza o e do gerenciamento da empresa Fatores do material m quinas ferramentas equipamentos mat rias primas etc Fatores do indiv duo Fonte BRASIL 2001 As informa es dispon veis no SFIT ser o utilizadas para o reestudo dos acidentes e reclassifica o dos fatores causais pela autora de modo a contribuir para a preven o de acidentes de trabalho com base no m todo MAPA 4 1 1 O projeto an lise de acidentes de trabalho no mbito do rg o do MTE Contextualiza o Em 2009 a Secretaria de Inspe o do Trabalho SIT coordenou a discuss o que culminou com a publica o da Portaria n 546 de mar o de 2010 do MTE que reformulou os m todos de atua o da inspe o do trabalho e a elabora o do planejamento da fiscaliza o O novo modelo consagrou a preval ncia da fiscaliza o planejada de forma a privilegiar a qualidade das a es fiscais com o foco na mudan a sustent vel das situa es problemas identificadas al m do atendimento das metas f sicas definidas no Plano Plurianual PPA e na lei or ament ria anual BRASIL 2011c 2013 Em 2012 ocorreu uma vincula o direta entre a participa o dos Estados para o alcance da meta Ministerial prevista no PPA e a meta estadual atribu da pela SIT aos Projetos de Fiscaliza o As a es da Se o de Seguran a SEGUR foram direcionadas em projetos e para os setores con
114. a outra via do pesquisador respons vel Em caso de recusa voc n o ser penalizado s de forma alguma Nome do Trabalhador Pesquisadora respons vel D bora Andreossi Rodrigues T tulo do projeto Acidentes Graves e Fatais no trabalho de corte mecanizado de cana de a car o olhar atrav s do m todo MAPA Modelo de An lise e Preven o de Acidentes Objetivos da pesquisa e justificativa O estudo explora casos de acidentes graves ou fatais ocorridos no setor sucroalcooleiro em frentes de trabalho de corte mecanizado de cana de a car As entrevistas t m como objetivo entender a atividade desenvolvida pelos operadores de m quinas colhedoras de cana de a car e a funcionalidade das m quinas EXPLICA ES DO PESQUISADOR AO PACIENTE 1 Recebi esclarecimentos sobre a garantia de resposta a qualquer pergunta e a qualquer d vida acerca dos procedimentos e assuntos relacionados com a pesquisa e fui orientado sobre a liberdade de retirar meu consentimento 2 Recebi esclarecimentos sobre a garantia de sigilo quanto s informa es oferecidas 3 Recebi esclarecimentos e garantias de que os documentos referentes s entrevistas ser o devidamente acondicionados em local seguro e incinerados ao final da pesquisa 5 Recebi esclarecimentos de que n o haver nenhum tipo de pagamento ou gratifica o financeira pela minha participa o 6 O tempo de dura o da entrevista n o exceder 15 minutos CONSENTIMEN
115. a seguran a prescrita n o seguran a pois na maioria dos casos ela n o cont m as condi es psicol gicas sociais e organizacionais de sua aplica o Os procedimentos n o podem gerir a multiplicidade de situa es psicossociais que os operadores podem viver porque a maior parte do tempo essas condi es n o podem ser decretadas O olhar da empresa n o contribui para a preven o de novos acidentes pelo contr rio pois deixou de apurar as causas latentes presentes na ordem da empresa com o objetivo de afast las ou minimiza las para evitar que novos acidentes ocorressem Ali s como j abordado neste trabalho infelizmente essa situa o ainda recorrente nas empresas do setor que insistem em atribuir as causas do acidente neglig ncia ou imprud ncia dos trabalhadores em detrimento da busca das condi es latentes envolvidas na g nese do acidente 5 5 4 Fatores causais do acidente inseridos no SFIT O AFT consignou os seguintes fatores causais em sua an lise do acidente de trabalho conforme tabela de c digos que consta no SFIT ANEXO 1 meio de acesso tempor rio inadequado a seguran a 2010135 fracasso na recupera o de incidente 2020017 modo operat rio inadequado a seguran a perigoso 2020092 falha na antecipa o detec o de risco perigo 2020114 limpar regular lubrificar maquina equipamento n o bloqueado 2020165 premio pagamento por produtividade 2040247 produto defeituoso exigin
116. acidentes que envolvessem o estudo de diferentes partes das m quinas colhedoras de cana de modo que a pesquisa abarcasse o estudo da m quina como um todo e n o somente um setor espec fico Como a proposta se baseia em um estudo qualitativo e em casos de acidentes graves e fatais foram selecionados cinco acidentes de trabalho analisados por AFT envolvendo m quinas colhedoras de cana levando se em considera o os aspectos e crit rios acima citados Ressalta se que o n mero citado corresponde ao n mero de acidentes registrados no SFIT com rela o ao objeto desta pesquisa que foram filtrados e selecionados visando este estudo 4 3 1 Concentra o dos acidentes nos ltimos anos do per odo abrangido pelo estudo Interessante registrar que durante a sele o dos casos a serem estudados observou se que a maioria dos acidentes analisados por AFT envolvendo m quinas colhedoras de cana de a car no Estado de S o Paulo surge concentrada nos ltimos anos O reduzido n mero de acidentes registrados e analisados no per odo de 2001 a 2007 envolvendo m quinas colhedoras de cana de a car no meio rural pode ser justificado nos anos iniciais pela adapta o do pr prio sistema e dos AFT inser o das an lises no SFIT que passou a ser obrigat ria a partir de junho de 2001 Posteriormente a acumula o dos acidentes nos anos recentes pode ser explicada pelos seguintes fatores a aspectos econ micos das empresas em busca
117. ada em rela o tipologia recupera o manual de incidente t cnico porquanto quatro dos casos reestudados se deram nesta situa o e o quinto caso n o se 92 deu durante a opera o normal da colhedora Importante citar dado a sua relevancia para este estudo que foram realizadas conversas informais com operadores de colhedoras de cana e de transbordo eletricistas mec nicos e profissionais de seguran a e sa de das empresas durante as a es fiscais comumente realizadas pela autora Esses trabalhadores demonstraram interesse em falar sobre as m quinas colhedoras e o trabalho realizado em campo e contribuiram com o estudo Al m da utiliza o das entrevistas a pesquisa foi enriquecida com a t cnica da observa o Para entender o trabalho habitual dos operadores a autora em conjunto com o operador observou da cabine da m quina o seu funcionamento assistiu realiza o da atividade de corte mecanizado conheceu o local de trabalho dos empregados da colheita frente de trabalho de corte mecanizado de cana examinou e conheceu os componentes das colhedoras em conjunto com os entrevistados e tirou fotografias das m quinas das situa es de trabalho e da atividade desenvolvida pelos trabalhadores em campo Essas observa es foram realizadas durante a jornada de trabalho no per odo da manh ou tarde Salienta se que a situa o de trabalho no per odo noturno tamb m foi objeto de observa es por parte da pesquis
118. ada na explora o de barreiras f sicas funcionais simb licas e imateriais que existiam ou deveriam existir no sistema as quais seriam capazes de evitar o acidente ALMEIDA VILELA et al 2010 No caso em an lise pela apura o dos fatos n o havia barreiras f sicas ou funcionais que impedissem a realiza o do servi o de limpeza e manuten o do elevador de cana picada com a m quina ligada Tamb m estavam ausentes barreiras simb licas sinaliza o apesar de o manual do fabricante dar nfase aos s mbolos como meio de comunica o dos riscos na opera o da colhedora sendo o elevador considerado uma fonte de riscos de acidentes Merece reflex o por outro lado os fatores da organiza o e do gerenciamento relacionados ao projeto da m quina No caso do acidente em an lise a colhedora de cana estava operando nos termos da norma legal vigente entretanto mesmo assim o acidente ocorreu Como j abordado neste trabalho o item 31 12 da NR n 31 do MTE regra geral prev que as zonas de perigos de m quinas e implementos devem ser dotadas de prote es fixas ou m veis e dispositivos de seguran a interligados que garantam a seguran a dos trabalhadores item 31 12 10 Entretanto em raz o das caracter sticas t cnicas e do processo de trabalho h exce es prote o de partes m veis e para as colhedoras de cana aplica se essa exclus o para a rea de corte ou recolhimento da cana de a car a ser pro
119. ado de S o Paulo envolvendo m quinas colhedoras de cana analisados por Auditores Fiscais do Trabalho AFT e disponibilizados no Sistema Federal de Inspe o do Trabalho SFIT do Minist rio do Trabalho e Emprego MTE Os casos ser o revistos com uso do MAPA ALMEIDA VILELA et al 2010 buscando colaborar com o aprimoramento do referido m todo testar suas potencialidades como ferramenta de identifica o de aspectos n o identificados em an lises preliminares visando subsidiar melhorias nas condi es de trabalho e sa de dos operadores de m quinas e ampliar o per metro de sugest es de preven o de acidentes com base na explora o de aspectos psico organizacionais e cognitivos do acidente Atualizada pela Portaria n 2546 de 14 de dezembro de 2011 do Minist rio do Trabalho e Emprego publicada no Di rio Oficial da Uni o DOU de 16 12 2011 23 Neste contexto o presente estudo busca acompanhar e entender o r pido processo de transforma o que o segmento atravessa e seus reflexos nas condi es de trabalho com a exposi o dos trabalhadores aos perigos e riscos das intera es com m quinas modernas geralmente concebidas unicamente para a produ o sem levar em considera o as quest es relacionadas seguran a e sa de dos trabalhadores quando inseridas num contexto de alta press o por produ o que o setor atravessa A seguir segue um breve relato da estrutura dos cap tulos desta disserta o
120. adora quando da realiza o de algumas a es fiscais neste per odo em conjunto com membros do grupo m vel rural Ap s a finaliza o do estudo as fotografias ser o deletadas As observa es feitas em campo foram em um primeiro momento anotadas em caderno medida que surgiram os dados em seguida as informa es obtidas foram organizadas em relat rios baseado nas anota es e na interpreta o das observa es pela pesquisadora para posterior utiliza o na escrita da disserta o Para Marconi 2006 a pesquisa de campo utilizada com o objetivo de conseguir informa es e ou conhecimentos da atividade e consiste na observa o de fatos tal como ocorrem espontaneamente As observa es e as entrevistas foram feitas com foco nas caracter sticas permanentes e nas variabilidades presentes em origens de acidentes Foram analisadas as situa es consideradas mais dif ceis e como elas s o aprendidas pelos novatos e quais s o as principais exig ncias cognitivas e habilidades introduzidas com a mecaniza o da colheita Os manuais de opera o das colhedoras de cana de a car fornecidos pelos fabricantes al m de documentos e registros das m quinas tamb m foram analisados e estudados para melhor compreens o da funcionalidade da maquina no intuito de entender como ocorre o 93 corte e movimenta o da maquina e suas principais partes fun es e riscos perigos Cabe ressaltar que al m das c pias dos rel
121. al Descri o 2010259 Mudan a das caracter sticas de ambiente e ou das instala es f sicas 2019990 Outros fatores do ambiente n o especificados 2020009 Fatores da tarefa 2010097 Circuito desprotegido 197 Continua o Tabela dos c digos e descri o dos fatores causais de acidentes de Acidentes utilizados no SFIT C digo do Fator Causal Descri o ES ss 2030004 Fatores da org e gerenciamento relacionados concep o projeto 2030012 Aus ncia de projeto 2040026 Atraso na produ o atividade por insufici ncia inadequa o do efetivo 2020173 Interven o ignorando o estado do sistema 2040115 Tarefa mal concebida 2040123 Falta ou inadequa o de an lise de risco da tarefa 2040131 Falta ou inadequa o de an lise ergon mica da tarefa 2040140 Inexist ncia ou inadequa o de sistema de permiss o de trabalho 2040247 Premio pagamento por produtividade 2040255 Aus ncia insufici ncia de supervis o Continua 198 Tabela dos c digos e descri o dos fatores causais de acidentes de Acidentes utilizados no SFIT C digo do Fator Causal Descri o 2040263 Falhas no transporte de materiais estruturas ou equipamentos 2049996 Outros fatores n o especificados 2050005 Fatores da org e gerenciamento relacionados a contrata o de terceiros 2050013 Subcontrata o de empresa sem a qualifica o necess ria 2050021 Subcontrata o em condi es prec rias 2050030
122. al de opera o ou em uma tabela que indicaria tipo de terreno versus variedade de cana e velocidade a ser seguida Os trabalhadores entrevistados informaram que de acordo com a experi ncia eles sabem qual a velocidade ideal para cada terreno e variedade de cana a ser colhida c caracter stica do terreno d condi es clim ticas Quando h maior umidade devido a chuvas ou orvalho no in cio da manh aumentam as possibilidades da cana embuchar e e m quina em mau estado de uso sem as revis es em dia Na situa o do acidente foi apurado que o tipo de cana que estava sendo colhido era a denominada precoce colhida no in cio da safra o que pode ter contribu do para o acidente porquanto esse tipo de cana embucha mais por ser mais forte Os entrevistados informaram que a informa o visual e experi ncia aliada ao controle de velocidade s o estrat gias para minimizar poss veis incidentes Na realidade essas estrat gias apesar de minimizarem os acidentes pois sem elas os embuchamentos seriam mais frequentes elas s o consideradas fr geis do ponto de vista da preven o pois centradas unicamente na a o comportamental do operador Na an lise do acidente n o foi poss vel apurar se o operador usava de estrat gias bem sucedidas no passado e se sim o que explicaria o fracasso na situa o do acidente Embora n o tenha sido identificada contribui o direta de falha de manuten o da colhedora nesse acidente foi ap
123. alho CAT registradas no Setor de Benef cios de uma ag ncia da Previd ncia Social Nesses estudos os autores se depararam com avalia es de cunho ideol gicas pautadas na culpabilidade do trabalhador pelas ocorr ncias do acidente rotulando as a es dos trabalhadores como imprudentes negligentes e irrespons veis frente aos acidentes de trabalho Na d cada de 30 foi publicado o livro Industrial accident prevention A cientific approach de Herbert William Heinrich cujas ideias ficaram conhecidas como a Teoria do Domin que merece ser destacada pela grande influ ncia que exerce na an lise da causalidade dos acidentes de trabalho at os dias de hoje De acordo com esta teoria existem cinco fatores na sequ ncia do acidente personalidade e ambiente social as condi es que nos levam a aceitar o risco falhas humanas atos ou condi es inseguras acidente e les o Estes cinco elementos est o organizados numa din mica de domin em que a queda da primeira pe a desencadeia a queda da sequ ncia inteira levando ao acidente Entretanto o acidente seria evitado se fosse retirada qualquer pedra de forma a impedir a cadeia de eventos posterior pedra retirada o que implica Para maiores informa es hist ricas sobre as teorias da causalidade dos acidentes de trabalho recomenda se a leitura de Carmo et al 1997 25 dizer que o acidente provocado por uma nica causa Esta Teoria enfatiza a retirada da ter
124. ao norma regulamentadora n 12 span class destaque novo span htm gt Acesso em 11 set 2013 BRASIL Minist rio do Trabalho e Emprego Guia de an lise de acidentes de trabalho Bras lia SIT DSST MTE 2010b BRASIL Minist rio do Trabalho e Emprego Secretaria de Inspe o do Trabalho Instru o Normativa n 88 de 30 de novembro de 2010 2010c Dispon vel em lt http portal mte gov br data files 8 A7C8 12D3066DDD701306BF8FFA527A7 in_ 20101130 88 pdf gt Acesso em 12 jun 2013 183 BRASIL Minist rio do Trabalho e Emprego Normas Regulamentadoras de Seguran a e Sa de no Trabalho NR 31 Seguran a e sa de no trabalho na agricultura pecu ria silvicultura explora o florestal e aquicultura Bras lia 201la Dispon vel em lt http portal mte gov br data files 8 A7C8 16A3E7A205F013F8B36877275CD NR 31 20 atualizada 20201 1 20 20Sem 2018 20meses pdf gt Acesso em 11 set 2013 BRASIL Minist rio da Previd ncia Social Anu rio Estat stico da Previd ncia Social Acidentes do trabalho Brasilia 2011b v 20 se o IV cap 31 Dispon vel em lt http www mpas gov br arquivos office 1_121023 162858 947 pdf gt Acesso em 15 set 2013 BRASIL Minist rio do Trabalho e Emprego Secretaria de Inspe o do Trabalho Relat rio de gest o 2003 2010 Bras lia 201 1c Disponivel em lt http www3 mte gov br fisca trab fiscatrab relatorio gestao 2003 2010 pdf gt Acesso em 8 jan 2014 BRASIL M
125. ara que os defeitos do gerenciamento operacional e os de concep o sejam descobertos corrigidos e acima de tudo evitados d em sistemas mecanizados envolvendo incidentes t cnicos que exigem a recupera o manual devem se discutir entre os gestores e projetistas da m quina mecanismos de prote es para as situa es com acidente de trabalho e eventuais mudan as devem ser seguidas e testadas no tempo e e as falhas de gest o de seguran a relacionadas a aspectos organizacionais e cognitivos dos acidentes devem ser alvos de medidas de preven o 5 6 1 Categorias causais do SFIT Do ponto de vista dos fatores causais ANEXO 1 os resultados deste estudo qualitativo apontam que o grupo dos fatores relacionados tarefa s o os que se destacaram nas an lises originais inseridas no SFIT fontes de informa es prim rias deste estudo seguidos dos fatores relativos ao meio ambiente em que se desenvolveu a atividade e dos fatores da 170 organiza o e do gerenciamento da atividade e da produ o Os fatores da tarefa c digo 202 s o relacionados ao desenvolvimento da atividade ou trabalho real e n o aos aspectos normativos ou trabalho prescrito Inclui a es ou comportamentos observ veis do obreiro no trabalho bem como alguns aspectos cognitivos ps quicos e ou estrat gias de regula o adotadas pelos trabalhadores para fazer face s variabilidades presentes na atividade Exclui planejamento da tarefa e decis es de
126. as concep es de acidentes utilizadas pelas empresas Outro procedimento utilizado para a coleta das informa es foi a an lise das normas 94 legais positivadas no nosso ordenamento jur dico e aplicadas ao objeto deste estudo materializadas pelas regras e princ pios contidos nas Normas Regulamentadoras expedidas pelo MTE e nas normas publicadas pela ABNT sobre seguran a em m quinas O Quadro 4 cont m as principais etapas e objetivos dos procedimentos do estudo com as respectivas perguntas da investiga o Quadro 4 Etapas e objetivos dos procedimentos utilizados no estudo Qual o procedimento Como conseguiu as Com quem obteve as Para que buscou as utilizado informa es informa es informa es Sele o dos dados das an lises inseridos no SFIT e dos relat rios de acidentes de trabalho realizados pelos AFT Entrevistas Observa es em campo An lise de documentos Acesso ao banco de dados do SFIT sobre os acidentes de trabalho no setor sucroalcooleiro As entrevistas foram realizadas durante a jornada de trabalho dos empregados e colhidas por meio de TCLE Coleta dos dados nas frentes de trabalho de corte mecanizado de cana A chefia estadual autorizou o acesso aos relat rios de acidentes elaborados pelos AFT Registros e c pias dos relat rios dos acidentes de trabalho selecionados para este estudo Com operadores de colhedoras de cana e operadores de transbordo p
127. as empresas do setor Durante as observa es em campo an lise de documentos e entrevistas com os trabalhadores e respons veis pela rea de seguran a e sa de foi apurado que os operadores de colhedoras s o mais qualificados se comparados com os assalariados rurais entretanto laboram em atividades que exigem observa es constantes das varia es de temperatura e ventila o da m quina altura e press o do corte de base n vel de combust vel e rota o do motor press o do rolo picador velocidade da m quina regulagem de despontador alinhamento da colhedora com o trator ou caminh o de transbordo e ajuste da posi o dos despontadores e das laminas para n o prejudicar as soqueiras Como visto o processo de trabalho dos cortadores complexo e inclui corre es e reparos nas m quinas Foi verificado que os obreiros sofrem com as jornadas exaustivas caracterizadas pelos excessos de horas extras aus ncia de descanso semanal supress o dos per odos para repouso e alimenta o aus ncia de per odos legais de descanso entre uma jornada e outra al m de serem submetidos s jornadas em turno de revezamento que implicam em trabalhos noturnos e em sistema de escala de trabalho Pela observa o das condi es reais de trabalho apurou se que a remunera o por produtividade estimula a cad ncia acelerada do trabalho e potencializa os riscos inerentes da atividade aumentando o esfor o f sico e mental o que causa danos
128. ase da competitividade e sobreviv ncia das usinas no mercado interno e externo 54 tais como caminh es treminh es tratores rebocadores ou de transbordo ca ambas para conter a cana cortada caminh es oficina caminh es tanque para gua e para combust vel al m das colhedoras introduziram novos riscos atividade dos trabalhadores do setor e consequentemente a exposi o dos obreiros a este novo padr o de perigos laborais associado as atuais caracter sticas das rela es laborais como o pagamento por produ o tende a refletir no perfil dos acidentes do setor 2 2 A produ o de cana e o uso de m quinas na colheita Evolu o e processo de trabalho mecanizado da cana de a car No cen rio internacional em meados da d cada de 50 o Hava e a Louisiana estavam em est gio avan ado de mecaniza o da cana de a car se comparado com outras reas canavieiras do mundo Isso era explicado pela escassez de m o de obra alto custos do corte manual empresas produtoras de m quinas colhedoras trabalhadores qualificados e reas de cana preparadas para o corte mec nico CARDOSO 1952 VEIGA FILHO 1998 A Austr lia tamb m enfrentou problemas de m o de obra principalmente com o fim da II Guerra Mundial o que for ou os fornecedores a inventar m quinas para colher cana NEVES 2003 Em 1968 na Austr lia a empresa dos irm os Toft lan ou a colhedora de cana picada o que representou uma evolu o frente
129. at rios e dos dados obtidos no SFTT sempre que poss vel foram consultados fotografias e documentos relacionados aos acidentes obtidos na a o fiscal original e utilizados pelo Auditor Fiscal para a an lise do acidente Esses documentos compreendem dependendo do caso estudado a ata de reuni o extraordin ria da CIPATR em raz o do acidente laudos periciais do instituto de criminalistica da pol cia t cnico cient fica an lise do acidente elaborada pelo SESMT SESTR das empresas e procedimentos ou normas internas de seguran a e opera o de m quinas elaboradas pelas empresas O Quadro 3 relaciona para cada caso os documentos de posse da pesquisadora e que serviram de base para o reestudo dos acidentes com o uso do m todo MAPA Quadro 3 Rela o de documentos analisados em cada caso para o estudo dos acidentes Documentos Re a Da se Relat rio acidente elaborado pelo AFT o RES ES ES Ordens de Servi o REI Procedimentos ou normas internas elaboradas pelas empresas Manual de opera o da colhedora Atas de reuni o da CIPATR An lise do acidente elaborada pelo SESMT SESTR das empresas Laudo pericial do instituto de criminalistica Fotografias Os documentos emitidos pelas empresas an lise dos acidentes elaborada pelo SESMT SESTR ata de reuni es da CIPATR em fun o do acidente procedimentos e normas internas e ordens de servi o foram analisados no sentido de apurar as recomenda es os resultados e
130. atualmente utilizadas destacamos aquela que busca explicar a ocorr ncia do acidente como origin rio das mudan as ocorridas no sistema organizacional da empresa Esta ideia fundamenta o m todo de an lise de acidentes denominado rvore de Causas ADC o qual entende o acidente de trabalho como um fen meno complexo pluricausal que revela disfun es existentes no pr prio sistema da empresa originado de fatores gerenciais e de organiza o do trabalho que culminam no desencadeamento do acidente BINDER ALMEIDA 1997 2007 ALMEIDA 2003a De acordo com Binder e Almeida 1997 o m todo rvore de causas adota como um dos seus pilares principais de sustenta o o conceito de varia o entendida como a mudan a ocorrida em rela o ao funcionamento habitual do sistema em que se busca identificar em cada um dos componentes do sistema o que variou ou o que mudou em rela o situa o sem acidente A nfase da varia o deve se basear na no o de trabalho real em detrimento das normas regras ou prescri es impostas pelo sistema Nessa concep o s o explorados os 28 conceitos de trabalho prescrito o que o trabalhador deve e como faz lo com os meios oferecidos pelo sistema para a sua execu o e trabalho real como a tarefa executada e o que o trabalhador faz para atingir os objetivos dela ou seja caracteriza se pelo trabalho efetivamente realizado RASMUSSEN 1997 GUERIN et al 2001 Perrow 1999 t
131. bserva es e achados quando da an lise pelo Auditor Fiscal A Figura 14 ilustra o local e a m quina envolvida no acidente ap s sua ocorr ncia que foram cedidas pela empresa 122 Figura 14 Caso 3 Colhedora de cana operada pelo acidentado Vis o geral Colhedora de cana operada pelo acidentado Foi apurado que a m quina estava levemente posicionada para a direita o que permitia a sa da do operador e que a colhedora de cana trabalhava na parte superior de um desn vel do terreno de no m nimo 60 cm de altura As Figuras 15 A e B demonstram que havia uma pedra solta sobre a palha da cana no caminho da maquina De acordo com informa es documentais h ind cios de que al m de desembuchar o despontador o acidentado tamb m iria retirar a pedra que estava no caminho da m quina que as carambolas do despontador estavam abaixadas pelo menos a 1 5m de dist ncia do solo Figuras 15 A e B Caso 3 Detalhe da pedra que estava no caminho da colhedora e detalhe dos despontadores da m quina embuchado com cana Pedra solta no caminho da colhedora Despontador da m quina embuchado com cana 123 A Figura 16 A ilustra o local dos despontadores ou trituradores de ponta de colhedora de cana J a Figura 16 B traz a vis o frontal das carambolas do despontadores A palha de cana de acucar encontrada nas carambolas dos despontadores indica vestigios de embuchamento Restos de sangue e massa encefalica foram enco
132. ceira pedra da sequencia linear que corresponderia aos atos inseguros e condi es inseguras A Figura l ilustra a situa o descrita BINDER ALMEIDA 2003 ALMEIDA 2001 2006a Figura 1 Ilustra o da Teoria dos domin s FALHAS HUMANAS E F curas Pan ie ATOS INSEGUROS ACIDENTE uu O ol a T S ur Es i CONDIGOES INSE a A dissemina o dessa teoria forjou na sociedade e entre os profissionais da rea a compreens o at hoje arraigada de que os acidentes s o eventos simples ou monocausais que privilegiam as falhas dos operadores ou o descumprimento de normas legais ou prescri es internas de empresa como causas dos acidentes Essa concep o de an lise tamb m conhecida como o paradigma monocausal ou tradicional destaca os fatores imediatamente precedentes as les es como a causa do acidente e que as a es dos trabalhadores exercem papel de destaque no infort nio BINDER ALMEIDA 2003 VILELA et al 2004 A concep o tradicional enfoca o erro humano e os atos inseguros e caracteriza se por apresentar um modelo unicausal de fatores em que o comportamento humano foi determinante para o acidente BINDER ALMEIDA 1997 MENDES 2006 A ideia de seguran a comportamental por sua vez destaca o erro humano ou os atos inseguros nas origens dos infort nios Esta corrente coloca o ser humano como o elo fraco do sistema organizacional e que por isso
133. ceis de manobrar e mais confort veis embora sejam mais inst veis em especial em terrenos com declividade Outra evolu o diz respeito ao elevador de cana picada Anteriormente o elevador de era fixo a um dos lados da m quina colhedora mas a partir de uma demanda dos propriet rios as montadoras de colhedoras de cana modificaram sua estrutura para possibilitar o seu posicionamento em ambos os lados da colhedora REIS 2012 Atualmente no mercado interno as colhedoras autopropelidas s o fabricadas pelas empresas Santal CASE IH Jonh Deere Star M quinas Agr colas e Civemasa A Santal conta com o modelo Santal SII com transmiss o em pneus e frente intercambi vel para uma ou duas linhas e o recente lan amento modelo S5010 com sistema rodante de esteiras A CASE IH disponibiliza atualmente da linha 8000 modelo A8000 de pneus A8800 de esteiras e A8800 multi row lan ada em 2010 para substituir a linha 7000 que ficou no mercado por mais de 25 anos A John Deere possui os modelos 3520 colheita de uma linha de cana e 3522 para duas linhas de cana ambas com op o de transmiss o em pneus ou esteira que substitu ram o modelo 3510 lan ado em 2006 A Star possui a colhedora C701 lan ada em 2007 mais simples se comparadas com as outras para colheita com uma linha de cana e com transmiss o em pneus voltadas para pequenos e m dios produtores STAR 2007 A Civemasa disp e dos modelos CIV 8500D ideal para colheita
134. cessada e rea de descarregamento do 156 material picador e transportador de material BRASIL 201 1a Entretanto pela an lise deste acidente o conhecimento aponta para um perigo a aus ncia de prote o dos elevadores de cana picada ou aus ncia de um dispositivo que impe a que o trabalhador execute tarefas de recupera o manual de incidente t cnico com a m quina ligada mas fora de opera o por estar travada Veja que a an lise aqui busca aperfei oar a norma com sugest es para melhorar a seguran a e sa de dos operadores de m quinas colhedoras de cana de a car Temos que considerar a hip tese de problemas de concep o no equipamento ou comando erro de concep o e neste caso a prote o n o foi prevista pelos fabricantes e projetistas Devem se discutir entre os gestores e projetistas da m quina quais s o as implica es para a seguran a do trabalhador quando h a necessidade de recupera o manual de um incidente t cnico ainda mais quando pensado somente na op o de recupera o autom tica deste incidente por meio da automa o e tamb m quais s o as implica es deste trabalho manual para a seguran a A atual NR n 12 do MTE determina aos fabricantes que a concep o das m quinas deve atender ao princ pio da falha segura item 12 5 da NR n 12 do MTE O mesmo princ pio adotado no Anexo I da NR n 31 do MTE BRASIL 2010a 2011a No caso da colhedora de cana CASE IH A77
135. cia do investimento em capacita o dos AFT para a realiza o de an lises de acidentes de trabalho pois como visto nos casos objetos deste estudo os acidentes complexos demandam e exigem dos analistas conhecimentos t cnicos e a aplica o de metodologias de concep es de acidentes atualizadas A outra dificuldade cronol gica porquanto diz respeito ao tempo e dedica o para a an lise o que muitas vezes n o poss vel na pr tica da fiscaliza o dada a demanda de processos distribu dos mensalmente aos fiscais e os prazos para o encerramento da fiscaliza o Esses fatos aliados complexidade dos acidentes de trabalho envolvendo as m quinas colhedoras de cana podem dificultar a ado o por completo do m todo pelo corpo fiscal Pelo estudo dos casos com apoio em categorias do MAPA podem ser recomendadas as seguintes estrat gias para melhoria da opera o nas m quinas colhedoras de cana a os tomadores de decis o precisam se conscientizar sobre as normas de seguran a e permitir a participa o dos operadores na gest o da produ o pois suas experi ncias n o devem ser ignoradas para a preven o de acidentes b aos projetistas e planejadores cabe a incorpora o de dispositivos de seguran a pensados para as situa es com acidentes de trabalho envolvendo incidentes t cnicos e n o somente para o trabalho normal da m quina c os gestores precisam observar mais intensamente o trabalho habitual dos operadores p
136. cicaba In ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODU O 23 2003 Ouro Preto Anais Ouro Preto 2003 Dispon vel em lt http www cerest piracicaba sp gov br site images Diagnstico _ e Preveno de AT em Piracicaba pdf gt Acesso em 23 set 2013 GONZAGA M C O uso dos equipamentos individuais de prote o e das ferramentas de trabalho no corte manual da cana de a car S o Paulo FUNDACENTRO 2002 39 p GRAZIANO DA SILVA J A moderniza o dolorosa estrutura agr ria fronteira agr cola e trabalhadores rurais no Brasil Rio de Janeiro Zahar Editores 1982 GUANAIS J B O sal rio por produ o enquanto uma estrat gia empresarial est mulo intensifica o do trabalho dos cortadores de cana brasileiros International Journal on Working Conditions n 3 2002 Dispon vel em lt http ricot com pt artigos 1 J Guanais pp 65 84 pdf gt Acesso em 29 jan 2014 GUANAIS J B No eito da cana a quadra fechada estrat gias de domina o e resist ncia entre patr es e cortadores de cana em Cosm polis SP 2010 232 f Disserta o Mestrado IFCH UNICAMP Campinas 2010 GUANAIS J B Degenera o f sica acidentes de trabalho e mortes o nexo causal entre o pagamento por produ o e o adoecimento dos cortadores de cana Sa de Coletiva em Debate v 1 p 40 53 2011 Dispon vel em lt http fis edu br revistaenfermagem artigos vol01 guanais2011 pdf gt Acesso em 29 jan 2014 GUERIN F LAVILLE
137. cords and reports from serious and fatal accidents analyzed by Labour Auditors b the interviews realized with 30 workers being machine operators professionals from the health and security area of the company electricians and machine mechanicals c the observations of the activity and work situations at mechanized harvesting fronts of sugarcane d the documents obtained by the Labour Inspection in the original analysis e the operating manuals of the machines f the legal norms applicable to the object of this research The conclusion from the results obtained is that the mechanization of sugar cane cutting in Sao Paulo has been printing important changes in labour relationship however such changes have not achieved substantial improvements in working conditions and are accompanied by serious or fatal occupational accidents The study pointed out that the analysis of workplace accidents supported the MAPA method showed encouraging results regarding to the expansion of the scope of investigation of the accident s causal factors and effective interventions of security measures based in the cognitive dimension and in the organizational perimeter of the companies socio technical system Keywords Work Accident Mechanized harvesting of sugar cane MAPA method Analysis and Prevention of Accidents Model Harvester machine for sugarcane SUMARIO ISP DE TABELA ssa Rae A ee A E ee ey As 13 ES DE GS RA S reire e abrir io ue ab ad Bd a O
138. creveram as cargas laborais que os operadores est o sujeitos inerentes ao processo de colheita O uso das colhedoras contribui para diminuir as cargas laborais do tipo f sico qu mico e mec nico mas acentuou a presen a daquelas do tipo ps quico e fisiol gico SCOPINHO et al 1999 No Brasil h estudos envolvendo m quinas colhedoras de arroz SALIS et al 2002 sobre as caracter sticas dos postos de trabalho de colhedoras de milho FONTANA et al 2004 de m quinas da colheita florestal MINETTE et al 2008 e de tratores TOSIN 2009 Existem tamb m v rios estudos e m todos de prote es das m quinas que previnem o acesso s reas de risco e as vari veis como tamanho forma m todo de utiliza o e manipula o e definem as prote es apropriadas e efetivas Almeida e Binder 2004 em estudo sobre o caso das omiss es 68 na g nese dos acidentes de trabalho exploram os aspectos das armadilhas cognitivas em m quinas surpresa autom tica Almeida 2004 comenta as situa es de desprote o ecol gica na medida em que as inova es tecnol gicas ou os dispositivos autom ticos impedem os trabalhadores de utilizar diferentes fontes de informa o para monitorar e compreender os processos que est o controlando captadas muitas vezes via rg os dos sentidos Faria 2008 em trabalho abordando os aspectos e fatores de seguran a no abatimento mecanizado de rochas inst veis em uma mina subterr nea d
139. d as a consequence the mechanized harvesting of raw sugarcane The question that arises is how this activity associated with the intense pace and almost uninterrupted work hours during a day and with labour conditions influences the profile of workplace accidents in the sector and in worker s health conditions in view of technological and organizational innovations resulting from mechanization It 1s intended with this study of qualitative nature to understand the reflexes of the mechanization process of the sugarcane fields in the accidents profile from the sugar and alcohol sector restudy based m MAPA method Analysis and Prevention of Accidents Model five serious or fatal accidents occurred in workfronts of mechanized sugarcane cutting previously analyzed by Labour Auditors from Work and Employment Ministry and inserted in the Federal Labour Inspection System recommend based on the restudies of the five cases realized by the MAPA method prevention and improvement measures of the health and work conditions of the machine operators and discuss the contributions and limits of using the referred method In this context work accidents related to new risks arising from the process of mechanization of the sugar alcohol sector need to be analyzed with the incorporation of modern concepts and methods of analysis which start from a global analysis of work situations and multi causal view of accidents The study has as source of information a re
140. da A n o utiliza o mostrou se associada a falhas na gest o de seguran a Os travamentos s o frequentes e conhecidos Aparentemente suas origens est o ligadas a falhas na concep o das colhedoras especialmente no sistema de alimenta o ou capta o da cana e na falta de dispositivos autom ticos de desbloqueio Houve naturaliza o da pr tica de desbloqueio com uso de modo operat rio perigoso A teoria do controle ajuda mostrar que al m de propor barreira de preven o fr gil a gest o de seguran a n o criou constrangimentos visando for ar o uso dos trabalhadores e nem mecanismos de acompanhamento seja dessa ades o a uso seja da efic cia dos resultados obtidos A limpeza se d em campo sem exist ncia de posto de trabalho para a tarefa o que tende a impor constrangimentos a modo operat rio j prec rio As fragilidades da gest o de seguran a assumida pela empresa materializadas no uso do fac o e na n o cobran a ou orienta o para o usa da luva de seguran a foram fatores desencadeantes do acidente Tais fatos se deram em contexto de fragilidade da gest o de seguran a da tarefa e os meios disponibilizados impunham a utiliza o de recupera o manual do incidente com o modo operat rio perigoso Por associar a an lise de barreiras o MAPA permite apontar comportamentos da equipe de gest o de seguran a da empresa como t picos de descumprimento de normas de 108 seguran a em especial aq
141. da colheita sem passar por cima das soqueiras resolver diversas varia es e problemas naturais da opera o de maquin rio como verificar o n vel de combust vel e gua a temperatura do leo a incid ncia de fagulhas e focos de inc ndio obst culos no canavial como postes rvores buracos e afloramentos rochosos e por fim realizar pequenas manuten es di rias nas m quinas como lubrificar as pe as m veis fazer limpeza externa limpar o filtro de ar do motor e tirar as bolhas de ar que entram no cubo da esteira rolante e da caixa hidr ulica REIS 2012 Estudos acad micos j trazem os efeitos do processo de trabalho sobre os operadores de 42 colhedoras de cana NARIMOTO 2012 Na verdade a mecaniza o ou a moderniza o do corte de cana n o foi acompanhada de melhorias significativas nas condi es de trabalho do segmento Autores defendem a hip tese de que a mecaniza o que trouxe importantes mudan as nas rela es e nas condi es de trabalho na lavoura n o significou melhorarias substanciais nas condi es de vida e de trabalho dos assalariados porquanto as mova es tecnol gicas incorporadas no processo n o alteraram pelo contr rio manteve em sua ess ncia e aperfei oou a din mica de intensifica o e press o decorrente do pagamento por produ o SCOPINHO 1995 2003 SCOPINHO VALARELLI 1995 SCOPINHO et al 1999 O risco de acidente acentuado pelas m quinas perigosas por um la
142. da de preven o recomenda se a realiza o de an lise ergon mica da atividade de embuchamento do elevador de cana da maquina sem a situa o de acidente de trabalho com o objetivo de conhecer as variabilidades e os riscos inerentes ao trabalho real Na usina em que ocorreu o acidente pelos documentos analisados foi poss vel inferir como ind cio que o trabalho real adotado pelos operadores daquela empresa era realizar a limpeza com o elevador situado de forma transversal colhedora Foi poss vel apurar tamb m que no dia do acidente a m quina estava ligada e o elevador estava abaixado de forma transversal colhedora de cana Em rela o posi o do elevador de cana picada encontrada no dia do acidente transversal colhedora e a situa o prevista no manual da m quina que indica que as manuten es e limpezas devem ser realizadas com o elevador de forma alinhada com a colhedora n o h como auferir de forma isolada que esta situa o influenciou no acidente An lises ergon micas da atividade costumam revelar descompasso entre manuais e prescri es e situa es de trabalho real ou seja indicar que os respons veis por tais indica es desconhecem variabilidades do trabalho real deixando a cargo dos operadores o preenchimento de dist ncias ou lacunas com estrat gias e modos operat rios que tanto podem criar seguran a como riscos por m se revelam necess rias ao funcionamento do sistema Coligado a estas
143. da tomadora dos servi os usina Aus ncia de barreiras f sicas contra o risco de libera o ou lan amento de pe as na tarefa de desencalhe Ind cios de falhas na gest o de seguran a na contrata o de servi os de terceiros As principais mudan as nesse caso foram o trator encalhar o pino do engate soltar se e a presen a de terceiros na equipe A an lise n o esclareceu adequadamente as origens dessas mudan as mas sugere contribui es de constrangimentos temporais e de press o de produtividade associados a falhas de concep o dos equipamentos Aspectos da gest o cognitiva da atividade porquanto a aparente omiss o da empresa materializada na aus ncia de normas prescritas de forma documental obrigava os trabalhadores a mobilizarem os seus conhecimentos para analisar o problema e definir um plano de a o A atitude de retomada da produ o pode ser explicada pela press o por produtividade Contrata o de empresa terceira como estrat gia para a colheita mecanizada Por fim vale salientar que diferentemente dos tr s primeiros acidentes que se deram durante interven o de recupera o manual de incidente esse quarto acidente se d durante ajustes adotados para lidar com variabilidade que apesar de interromper a atividade normal do sistema n o envolve incidente t cnico O chamado acidente propriamente dito ou fator imediato de mortalidade n o a retomada de movimento de parte desprotegida da m q
144. dados primeiramente realizou se pesquisa no sistema SFIT MTE compreendendo o per odo de inser o de dados de janeiro de 2001 a junho de 2013 de todas as an lises de acidentes de trabalho realizadas pelos Auditores do Minist rio do Trabalho e Emprego no Estado de S o Paulo Os crit rios utilizados para a pesquisa foram 1 Acidentes ocorridos no Estado de S o Paulo 2 Local da Ger ncia do Regional do Trabalho e Emprego GRTE onde ocorreu o acidente 3 Ano e m s de t rmino da fiscaliza o 4 Raz o Social da empresa e o Cadastro Nacional de Pessoas Jur dicas CNPJ do empregador 5 Descri o da Classifica o Nacional de Atividades Econ micas CNAE e subclasse do CNAE 6 Descri o do fator imediato de morbidade e o seu c digo conforme Tabela do SFIT ANEXO 2 7 Ocupa o do acidentado conforme C digo Brasileiro de Ocupa es CBO 8 Quantidade de trabalhadores acidentados 86 9 Numero do Relat rio de Inspe o do Trabalho gerado quando da inser o dos dados da an lise de acidente de trabalho no SFIT Pela utiliza o dos crit rios discriminados resultou se no quantitativo de 628 acidentes de trabalho Essa rela o corresponde ao total de acidentes sem a utiliza o de filtros espec ficos Posteriormente e em conjunto foram aplicados os seguintes filtros 1 Foram selecionados apenas os acidentes envolvidos com o c digo da Classifica o Nacional de Atividades Econ micas CNAE
145. das colhedoras foi mostrada como caracter stica da introdu o do corte mecanizado Esteja a inova o no uso em si de maquina antes n o utilizadas ou em mudan a em algum de seus componentes os operadores v o se deparar com novos perigos e riscos seja na opera o seja na manuten o desses equipamentos 43 Nas fases iniciais torna se necess rio desenvolver novas estrat gias e modos operat rios Por extrapola o em rela o a outros tipos de acidentes com m quinas em geral poss vel afirmar que entre os modos operat rios mais arriscados estar o aqueles de recupera o manual de incidentes t cnicos por exemplo embuchamentos ou travamentos do corte especialmente se as interven es corretivas permitirem retomada autom tica do funcionamento da m quina Acidentes assemelhados podem acontecer na manuten o Vilela 2000 em estudo sobre o papel das m quinas nos acidentes de trabalho salienta que no Brasil as m quinas s o concebidas sem a preocupa o com a prote o do trabalhador que ir operar o equipamento sendo vendidas sem os requisitos m nimos de seguran a e colocadas em uso nestas condi es Conforme o autor uma m quina segura aquela a prova de erros e falhas humanas Esse princ pio pode e deve ser aplicado com rela o as m quinas agr colas como veremos ao longo deste estudo Segundo Monteiro s d estudos da OIT revelam que a utiliza o de tratores e equipamentos agr colas est entre a
146. de Seguran a e Sa de no Trabalho NR 09 Programa de Preven o de Riscos Ambientais Bras lia 1994 Dispon vel em lt http portal mte gov br data files FF80808 12 BE914E6012BE F1CA0393B27 nr 09 at pdf gt Acesso em 12 set 2013 BRASIL Minist rio da Previd ncia Social Decreto n 3 048 de 06 de maio de 1999 e altera es Bras lia 1999 Dispon vel em lt http www planalto gov br ccivil 03 decreto d3048 htm gt Acesso em 15 jul 2013 BRASIL Minist rio do Trabalho e Emprego Manual de inclus o da investiga o de acidentes do trabalho no SFIT Bras lia DSST SIT MTE 2001 BRASIL Minist rio do Trabalho e Emprego Manual de auditoria em seguran a e sa de no trabalho rural Bras lia MTE SIT 2002 BRASIL Minist rio do Trabalho e Emprego Caminhos da an lise de acidentes do trabalho Bras lia MTE SIT 2003 BRASIL Minist rio da Sa de Secretaria de Aten o a Sa de Departamento de A es Program ticas Estrat gicas Notifica o de acidentes do trabalho fatais graves e com crian as e adolescentes Bras lia Minist rio da Sa de 2006 BRASIL Minist rio do Trabalho e Emprego Sistema federal de inspe o do trabalho manual do usu rio Brasilia SIT MTE 2008 BRASIL Minist rio do Trabalho Emprego Normas Regulamentadoras de Seguran a e Sa de no Trabalho NR 12 Seguran a no Trabalho em M quinas e Equipamentos 2010a Dispon vel em lt http portal mte gov br legislac
147. de acidentes de trabalho a partir de 2001 foi criado um m dulo espec fico para a inclus o dos resultados das an lises de acidente de trabalho realizadas pelos AFT s gerando ap s sua conclus o um relat rio denominado de Relat rio de Inspe o de Acidentes de Trabalho RIAT Salienta se que o AFT tem um prazo de 04 quatro meses ap s in cio da a o fiscal para concluir a an lise e investiga o do acidente BRASIL 2001 Os Relat rios de Inspe o de Acidentes de Trabalho inseridos no SFIT permitem acesso direto aos dados e informa es gerais do acidente do acidentado e da empresa contratante aos c digos de fatores causais e tamb m descri o da situa o geradora do acidente de trabalho Neste contexto as informa es relativas ao acidente denominadas de Descri o do Acidente abrangem a descri o detalhada do acidente e as medidas adotadas pela fiscaliza o Em rela o aos fatores causais h uma tabela de c digos e grupo de fatores causais previamente registrados no SFIT na qual o analista deve inserir os dados Ressalta se que o SFIT permite que se insira at 10 fatores causais relacionados com a ocorr ncia do acidente de trabalho Para visualiza o o Quadro 1 traz o grupo dos fatores causais dispon veis no SFIT O detalhamento encontra se no ANEXO 1 80 Quadro 1 C digo e Grupo de Fatores Causais dispon veis no SFIT Fatores da organiza o e gerenciamento de pessoal Fatores d
148. de acidentes e sistemas de gest o de sa de e seguran a do trabalho InterfacEHS v 1 n 2 p 1 27 2006b De acordo com a Associa o Brasileira de Normas T cnicas NBR 6023 180 ALMEIDA I M BINDER M C P Metodologia de an lise de acidentes investiga o de acidentes de trabalho In Combate aos acidentes fatais decorrentes do trabalho Brasilia MTE SIT DSST FUNDACENTRO 2000 p 35 51 Dispon vel em lt http www segurancaetrabalho com br textos acidentes trabalho 1 htm gt Acesso em 29 jul 2013 ALMEIDA I M BINDER M C P Armadilhas cognitivas o caso das omiss es na g nese dos acidentes de trabalho Cadernos de Sa de P blica v 20 p 1373 1378 2004 Dispon vel em lt http www scielo br pdf csp v20n5 32 pdf gt Acesso em 10 out 2013 ALMEIDA I M JACKSON FILHO J M Acidentes e sua preven o Revista Brasileira de Sa de Ocupacional V 32 p 7 18 2007 Disponivel em lt http bvsms saude gov br bvs periodicos RBSO_115 pdf gt Acesso em 12 set 2013 ALMEIDA I M VILELA R A G et al Modelo de an lise e preven o de acidentes de trabalho MAPA Piracicaba CEREST 2010 Dispon vel em lt http www cerest piracicaba sp gov br site images images MAPA IMPRESSO CERTO240810 _PDFX pdf gt Acesso em 04 fev 2013 ALVES F J C Moderniza o da agricultura e sindicalismo lutas dos trabalhadores assalariados rurais da regi o canavieira de Ribeir o Preto 1991
149. de maior produtividade e redu o de custos b cobran a social dos grupos engajados na melhoria das condi es de trabalho do setor e necessidade de promover redu o dos riscos ocupacionais e melhorias nas condi es de sa de para os trabalhadores rurais boias frias c incentivos do governo para o setor que teve in cio com o Pro lcool d investimentos na renova o do canavial e na produ o de a car e lcool e cobran a ambiental para o fim da queima da palha da cana de a car e por fim f o processo de mecaniza o da cana que teve origem no Protocolo Agro ambiental do setor sucroalcooleiro assinado em 2007 que estabeleceu uma s rie de princ pios e diretivas t cnicas de natureza ambiental a serem observadas pelas usinas processadoras de cana de a car do 89 Estado de S o Paulo Salutar relembrar que a partir de 2003 o rg o do Minist rio do Trabalho criou programas de fiscaliza es espec ficos para an lise de acidentes de trabalho que culminaram em a es de treinamento e incentivo s an lises inclusive com publica es sobre o assunto O tema ganhou espa o e import ncia dentro da institui o devido contribui o que as an lises de acidentes ocasionam na gest o de seguran a e sa de do trabalhador modificando ou alterando o meio ambiente de trabalho na busca de condi es seguras de trabalho Neste aspecto merece destaque a publica o pelo MTE do Manual de An lises de Acid
150. de transbordo como visto nos casos analisados O pagamento por produ o aliado ao excesso de jornada e s opera es do tipo bate volta do ponto de vista organizacional tem impacto sobre a sa de dos operadores e influencia o processo de regula o Para Dal Rosso 2008 quando se exige um empenho maior dos trabalhadores tanto f sico intelectual ou ps quico ocorre a intensifica o do trabalho e uma fadiga mais acentuada As margens para a gest o da fadiga e da queda da vigil ncia s o menores aumentando a carga de trabalho e os acidentes Desatrelar pagamento e produ o uma das maneiras de garantir uma jornada de trabalho mais saud vel e com menos riscos de acidentes e doen as decorrentes do trabalho Em seus trabalhos Alves 2006 2008a b defende essa ideia para os cortadores de cana com a qual simpatizo e defendo que seja aplicada aos operadores de m quinas colhedoras de cana Como visto nos casos reestudados essa forma de pagamento representa um dos fatores poss veis dos acidentes de trabalho e por isso deve ser combatida O recente posicionamento do TRT da 15 regi o que apesar de abranger os cortadores de cana abre um precedente que pode ajudar a reduzir acidentes no corte mecanizado de cana al m de ser um est mulo a favor do fim do pagamento por produ o que causa sofrimento adoecimento e mortes Em rela o ao trabalho no per odo noturno o principal entrave opera o com seguran a a vis
151. desrespeitaria a norma que n o exige corre o Vislumbra se que as prote es pensadas foram para as situa es de trabalho normal sem as variabilidades do trabalho real Contudo pela an lise deste acidente o conhecimento aponta para um perigo a aus ncia de prote o dos despontadores ou aus ncia de um dispositivo que impe a que o trabalhador saia da m quina com ela em funcionamento o que pode futuramente demandar altera o das normas vigentes Veja que a an lise aqui j indica necessidade de aten o das normas vigentes na busca pelo aperfei oamento da norma com sugest es para melhorar a seguran a e sa de dos operadores de m quinas colhedoras de cana de a car 133 An lise de mudan as A principal mudan a identificada no sistema neste acidente foi o embuchamento da cana no despontador da colhedora de forma a exigir uma interven o manual do trabalhador aparentemente depois de n o ter sido foi poss vel a corre o do incidente com a utiliza o do sistema de revers o da m quina O embuchamento da cana dos despontadores depende de v rios fatores a tipo variedade de cana que ser colhida As canas de primeiro corte e as canas precoces colhidas no in cio da safra embucham mais pois s o mais fortes b a velocidade de opera o da m quina A recomenda o dada de forma geral de operar a m quina a uma velocidade de no m ximo 2 km h Contudo referida orienta o n o consta em documentos manu
152. di o de est mulo a interven o com o sistema ligado tr s condi es podem ser apontadas como de desest mulo ao desligamento a saber a operando nas condi es atuais n o ha feedback ou informa o indicadora de desbloqueio do despontador ou seja o operador levado a retirar a maior quantidade poss vel de material at avaliar com base em sua experi ncia e inspe o visual se teria alcan ado seu objetivo b a localiza o do sistema liga desliga do despontador no interior do corpo da colhedora exige custo adicional do tipo deslocamento do operador ao decidir pela 129 interven o A localiza o da ferramenta a ser usada na corre o pode criar custo adicional Essa situa o seria agravada caso em algum momento o encarregado do desbloqueio tenha errado em sua avalia o e tentado religar despontadores ainda mantidos bloqueados por ac mulo de material c desobstruir o sistema com o despontador ligado pode implicar em pequeno ganho de tempo por parte da equipe e por isso mesmo comportamentos desse tipo costumam ser tolerados pelas chefias encarregadas de pressionar o sistema visando intensifica o de ritmos de produ o Enfim o fato que a declara o de integrantes da empresa sobre a exist ncia de recomenda o de limpeza com o sistema desligado pode n o passar de norma alibi e que o trabalho real na empresa estivesse se dando com o sistema ligado inclusive com o conhecimento e anu ncia de ch
153. do 151 retrabalho 2080044 e outros fatores ligados a concep o projeto n o especificados 2039990 5 5 5 Reestudo do acidente utilizando o m todo MAPA Aspectos da atividade do operador O acidente ocorreu durante recupera o manual de incidente t cnico na esteira do elevador de cana picada da colhedora de cana realizada com a maquina ligada mas fora de opera o por estar travada O trabalho prescrito indicava que o operador da m quina colhedora de cana deveria seguir as instru es do manual de opera o da m quina ou seja deveria desligar a m quina abaixar o elevador alinhado colhedora e efetuar as manuten es e limpezas dos toletes e impurezas Neste ponto interessante entendermos o local onde ocorreu o acidente e suas caracter sticas Segundo relatos em resumo o operador do transbordo ao tentar desobstruir a esteira do elevador travada pelo excesso de palha ciscos e toletes de cana sofreu o acidente Pois bem o elevador de cana da m quina um mecanismo respons vel por transportar os toletes de cana picada at o cesto do transbordo ca amba e permite tamb m a queda livre de impurezas Figuras 20 A e B O caminh o transbordo por sua vez o ve culo que acompanha a m quina colhedora de cana lado a lado e que recebe a cana picada vinda do elevador da colhedora Uma das quest es levantadas para este estudo foi tentar entender o processo de travamento do elevador de cana picada da colhedora
154. do agravado pela gest o de m o de obra caracterizada por exemplo pelo pagamento do sal rio por produ o Neste mesmo sentido Schlosser et al 2002 comenta que antes do processo de moderniza o da agricultura brasileira os acidentes de trabalho estavam restritos a quedas ferimentos com algumas ferramentas de trabalho e envenenamento por animais pe onhentos Com as tecnologias colocadas disposi o do trabalhador na agricultura a utiliza o de m quinas e de agrot xicos aliada gest o de manuten o das rela es de produ o ampliou os riscos de acidentes Em rela o aos acidentes de trabalho no corte mecanizado de cana h ind cios de que a introdu o das m quinas est gerando mudan as no que diz respeito diminui o da sua frequ ncia e aumento da gravidade e o padr o de adoecimento apresenta estreita liga o com o modo de organiza o e gest o da atividade SCOPINHO et al 1999 SCOPINHO 2003 ROCHA 2007 Ainda segundo os autores os trabalhadores entrevistados informaram que os acidentes ocorrem com mais frequ ncia quando s o realizados os trabalhos de manuten o nas m quinas troca de l minas dos cortes por exemplo e tendem a ser graves No corte manual predominam os acidentes leves com tempo de afastamento menor que quinze dias e a maioria dos ferimentos eram nos membros inferiores e superiores ocasionados pelo uso dos instrumentos de trabalho A busca de aperfei oamentos continuo
155. e 03h35min de trabalho Despontador em movimento da colhedora de cana 121 5 3 2 Descri o do acidente A v tima operava uma m quina colhedora de cana de a car da marca CASE IH modelo A7700 Conforme informa es obtidas no sistema SFIT MTE e no relat rio de an lise de acidente de trabalho elaborado pelo AFT o acidente ocorreu quando o operador da colhedora Sr x desceu da m quina para desembuchar o despontador opera o de retirada de palhas de cana que ficam presas na pe a denominada despontador impedindo a de funcionar corretamente sendo atingido na cabe a pelas carambolas em movimento do referido equipamento da colhedora 664 99 de cana A v tima Sr x teria se comunicado via r dio e avisado ao operador de puxe transbordo Sr y que iria descer da m quina para desembuchar o despontador O operador do trator ao alinhar se com a colhedora de cana percebeu que o Sr x estava ca do no solo em frente m quina se debatendo O operador do trator se dirigiu at o local e encontrou a v tima no ch o com um grave ferimento na cabe a e sangrando Neste momento ele chamou socorro e se comunicou via r dio com o lider de turma e a v tima foi transportada ao hospital pela ambul ncia da empresa Ressalta se que o Sr y operador do puxe vendo que a m quina colhedora de cana estava em funcionamento motor ligado inclusive com o despontador desligou o equipamento 5 3 3 O
156. e CTCL AIS cuidar ts al da a a 108 22 DESCRI O OAC 1G SING sata na ed ah O Ra a ea ga Ta 108 5 2 3 Observa es e achados quando da an lise pelo Auditor Fiscal cc 109 5 2 4 Fatores causais do acidente inseridos no SFIT ooo eee eccccccceseeecceeeeeeceeaeeeeeeeeeaees Ho 5 2 5 Reestudo do acidente utilizando o m todo MAPA cc erre 110 5 3 CASO 3 acidente fatal no despontador ou triturador de pontas da maquina 120 De So MD AOS Ger dis tere usadeae ate desespero SE a Ra ED E AS SS 120 D2 DESCHICAO AO AC IGS INS casta taeda ain eich ee las aa a cede an Sans gwen 121 5 3 3 Observa es e achados quando da an lise pelo Auditor Fiscal ccceccecceeeecee eee es 121 5 3 4 Fatores causais do acidente inseridos no SFIT 2 0 ccc cece cc cece erra 124 5 3 5 Reestudo do acidente utilizando o m todo MAPA rrenan 124 5 4 CASO 4 acidente fatal no desencalhe do trator transbordo com a ajuda da m quina CON CO base CANA ss aa O ae letter ateladdtl 137 ba O RIOS MEC TS a nas ead E E A EE E custom aude E A E 137 DAZ Descri o do AC IG CIN C sua vase nrsotaacdcdu sable antiaisaednesvacotiivetaveuhes E AES 137 5 4 3 Fatores causais do acidente inseridos no SFIT oo erre 138 5 4 4 Reestudo do acidente utilizando o m todo MAPA ccceecccceceeeeeeeeeeeesaeeeeeseeeas 138 5 5 CASO 5 acidente fatal no elevador de cana picada da colhedora de cana
157. e caso n o houve interrup o de funcionamento de partes e ou do subsistema t cnico O deslocamento do trator interrompido geralmente por irregularidades ou caracter sticas do terreno O uso da colhedora como meio de desencalhe nessas situa es costuma ser explicado pela disponibilidade e facilidade de uso do equipamento uma vez que os cabos de a o tamb m est o m o Seu uso agiliza a retomada da colheita e da produ o e ap s dar certo sem rejei o por parte dos superiores tende a ser repetido 140 Analise de barreiras O perigo identificado nesse acidente era o da ruptura ou soltura do cabo de aco usado para liberar o trator principalmente em caso de solavancos durante a interven o Estando o cabo sob tens o ao soltar se o mesmo move se rapidamente como sob efeito mola podendo atingir pessoas pr ximas Em outros casos o pino de engate do cabo que pode ser liberado e ser lan ado dist ncia podendo atingir pessoas Nos dois casos a dire o assumida e a dist ncia que podem ser atingidas associam contribui o do acaso ao acidente em particular na escolha e localiza o assumida pela v tima Exatamente aquela em que se deslocam o cabo de a o ou o pino que se solta No acidente de trabalho em quest o pelas observa es realizadas nas frentes de trabalho foi apurado que poss vel uso de cabo de a o para o desencalhe do trator teria uma conex o de simples encaixe e por isso solavancos poderiam soltar o
158. e de na esteira do elevador de cana picada da colhedora de cana realizada trabalho com a m quina ligada mas fora de opera o por estar travada A opera o de desembuchamento do elevador de cana picada deve Descri o do trabalho ser realizada por trabalhador qualificado e habilitado com a prescrito m quina desligada e com o elevador posicionado de forma alinhado a colhedora O desembuchamento do elevador foi realizado com a ajuda do Descri o do trabalho operador do transbordo profissional n o qualificado com a real m quina ligada mas fora de opera o por estar travada e com o elevador de cana posicionado de forma transversal colhedora de cana Aus ncia de barreiras f sicas funcionais ou simb licas que An lise de barreiras impedissem a realiza o do servi o de limpeza do elevador com a m quina ligada Operador de colhedora e motorista do transbordo n o qualificados An lise de mudan as religa o inadvertida do sistema tipo de cana colhida conforme verificado a m quina estava colhendo cana do tipo deitada ou emaranhada que pelas suas caracter sticas dificulta o corte podendo sobrecarregar o elevador de cana e consequentemente ocasionar o seu travamento Aus ncia de an lise de risco da tarefa aspectos da gest o cognitiva Amplia o conceitual da atividade pagamento do sal rio por produ o teoria de controle mostra falhas na gest o de seguran a com medidas comportamentais
159. e de trabalho conforme tabela de c digos que consta no SFIT ANEXO 1 falta ou inadequa o de an lise de risco da tarefa 2040123 premio pagamento por produtividade 2040247 modo operat rio inadequado a seguranca perigoso 2020092 improvisa o 2020106 falha na antecipa o detec o de risco perigo 2020114 falha na elabora o do projeto 2030020 dificuldade de circula o 2010119 e terreno irregular 2010232 5 3 5 Reestudo do acidente utilizando o m todo MAPA Aspectos da atividade do operador 125 O embuchamento do despontador outra das variabilidades conhecidas no funcionamento da colhedora de cana Trata se de incidente t cnico que interrompe a atividade sem quebra da m quina Por isso mesmo a corre o desse tipo de evento cabe ao operador da colhedora Neste caso foi apurado que via radio o acidentado teria se comunicado com operador de transbordo companheiro de equipe avisando o que iria descer da colhedora de cana para desembuchar o despontador Depois disso esse mesmo operador do transbordo encontrou o corpo do operador nas proximidades da colhedora ligada com o despontador em movimento situados a cerca de 1 5 m de dist ncia do solo Havia vest gios de sangue nas pontas das duas carambolas do despontador e fragmentos de ossos sobre o disco da carambola do lado esquerdo A primeira estrat gia usada visando ao desembuchamento dos despontadores o uso do sistema de revers o da m quina autom
160. e fatais pois al m do fator psicol gico negativo entre os demais trabalhadores do grupo de trabalho o fato pode representar uma diminui o de produtividade e tamb m prejudicar a imagem da empresa no mercado de trabalho O estudo possibilitou trazer tona que as an lises dos acidentes de trabalho apoiadas no m todo MAPA mostraram resultados animadores no que se refere amplia o do per metro 175 de investiga o dos fatores causais do acidente e um caminho a amplia o de medidas de seguran a alicer adas no per metro organizacional do sistema s cio t cnico das empresas na dimens o cognitiva dos acidentes e nos aspectos de gest o de seguran a O m todo permitiu avan ar e identificar pontos nas origens dos acidentes com apoio de no es como o trabalho real e suas variabilidades e ajustes a an lise de barreiras e de mudan as a amplia o conceitual Foi apurado que as colhedoras de cana de a car modernas operam com relativa seguran a quando no trabalho normal mas ao mesmo tempo s o perigosas quando da ocorr ncia de variabilidades em especial aquelas que assumem o formato de incidentes t cnicos ou seja interrup o do funcionamento sem quebra do equipamento exigindo recupera o manual a ser executada pelo pr prio operador ou colega de equipe Os casos estudados foram marcados notadamente por problemas relacionados recupera o manual de incidente t cnico e a fatores organizacionais e gerencia
161. e n mero de informa es ou quando da ocorr ncia de situa es novas inesperadas e pouco usuais no sistema As an lises devem buscar esclarecer as origens das omiss es e erros com o intuito de melhorar a gest o de seguran a REASON 1997 2002 REASON HOBBS 2003 ALMEIDA BINDER 2004 Merece destaque tamb m a concep o de gest o cognitiva da atividade que centrada na compreens o do trabalho e no controle da atividade desenvolvida pelo operador Segundo Almeida 2004 a incorpora o da automa o e da inform tica no desenrolar da atividade pode gerar incompreens es para os operadores que dificultam a utiliza o das prote es naturais ou ecol gicas anteriormente desenvolvidas pelos trabalhadores contra seus pr prios erros Os sistemas que eliminam ou fragilizam essas prote es criam riscos potenciais que podem contribuir para o acidente Neste sentido a abordagem recomenda a utiliza o da an lise ergon mica da atividade de modo a identificar os mecanismos utilizados pelos operadores na atividade cotidiana quando se deparam com variabilidades no trabalho ALMEIDA 2004 Outras reas do conhecimento na busca pela amplia o conceitual das an lises de acidente com o objetivo de melhorar o ambiente de trabalho e colaborar para a preven o dos acidentes contribuem para o entendimento dos acidentes incorporando o car ter interdisciplinar na forma de olh los No Brasil recentemente a equipe d
162. e ouro tamb m explora a dimens o da desprote o ecol gica Almeida ao comentar texto de Meisenbach 2003 discute os acidentes em m quinas com todas as prote es e resgata a ideia de bypasses previs veis e razoavelmente antecip veis Oportuno pontuar que a pesquisadora tamb m encontrou obst culos ao tentar procurar sobre trabalhos em l ngua estrangeira que abordassem a quest o dos acidentes de trabalho com as m quinas colhedoras de cana Na opera o de m quinas agr colas em geral na literatura internacional h estudos de colhedoras de trigo SUMER et al 2006 de m quinas florestais REHN et al 2009 e principalmente de tratores MAYTON et al 2008 AYBEK et al 2010 2 3 2 Legisla o aplic vel Ser o apresentados os conceitos de m quina e as normas regulamentadoras aplic veis ao presente estudo Em rela o aos aspectos legais a Conven o n 119 da OIT sobre Prote o das M quinas define m quina como aquela movida por for as n o humanas CHAGAS MIESSA 2013 A NR n 31 do MTE atualizada pela Portaria n 2546 de 14 de dezembro de 2011 no item 31 12 anexo I traz a defini o de m quina automotriz ou autopropelida a maquina que desloca sobre meio terrestre com sistema de propuls o pr prio tais como tratores colhedoras e pulverizadores BRASIL 2011a Com efeito referida normatividade tamb m traz a defini o de Colhedora de cana de a car no item 31 12 anexo
163. e pesquisa do Projeto A es Interinstitucionais para Diagn stico e Preven o de Acidentes do Trabalho Aprimoramento de uma Proposta para Regi o de Piracicaba apresentou uma contribui o para o entendimento dos acidentes do trabalho Trata se de um modelo de an lise de acidente denominado de MAPA ALMEIDA VILELA et al 2010 que objeto deste estudo e ser abordado nos pr ximos cap tulos 34 1 1 Acidentes de trabalho graves e fatais Defini es e aspectos gerais Acidente de trabalho pode ser entendido como sendo todo acontecimento inesperado e imprevisto incluindo os atos de viol ncia derivado do trabalho ou com ele relacionado do qual resulta uma les o corporal uma doen a ou a morte de um ou v rios trabalhadores OIT 1998 Entretanto referida defini o n o un nime na literatura Almeida e Binder 2000 defendem que os acidentes de trabalho s o acontecimentos socialmente determinados previs veis e preven veis na medida em que os fatores capazes de desencade los encontram se presentes no sistema gerencial e organizacional de trabalho pass veis de identifica o muito tempo antes de serem desencadeados A elimina o ou neutraliza o de tais fatores capaz de evitar ou limitar a ocorr ncia de novos epis dios semelhantes Conforme disp e o Art 19 da Lei n 8 213 91 acidente de trabalho o que ocorre pelo exerc cio do trabalho a servi o da empresa ou pelo exerc cio do trabal
164. e sa de dos operadores de m quinas em geral e dos envolvidos nas frentes de trabalho de corte mecanizado de cana Neste contexto a amplia o do complexo agroindustrial canavieiro por meio da mecaniza o deve ser acompanhada tamb m de melhorias das condi es de trabalho e de 173 propostas de pol ticas p blicas como o fim do pagamento por produ o com a introdu o do pagamento de sal rio fixo de forma negociada entre as partes sindicatos e usinas respeito aos ditames legais sobre as jornadas de trabalho e ao cumprimento da legisla o trabalhista e implementa o de uma gest o organizacional do trabalho voltada para a seguran a na opera o das m quinas colhedoras de cana Essas pol ticas devem ser elaboradas e executadas sob a responsabilidade de toda a sociedade 174 CONSIDERACOES FINAIS A industria canavieira ocupa um papel importante na economia nacional e tem passado por mudan as significativas nos ltimos anos e a mecaniza o do corte de cana de a car se tornou uma realidade nos canaviais Dado o contexto atual do setor a pesquisa teve como foco o estudo dos acidentes de trabalho na opera o com m quinas colhedoras de cana com base no m todo MAPA Buscou se identificar atrav s das an lises dos acidentes estudados as situa es reais de trabalho os ajustes e modos operat rios adotados pelos operadores os aspectos cognitivos que engendram a atividade bem como a influ ncia dos aspectos
165. e seu patrim nio assim como o ocorrido no trajeto da resid ncia para o trabalho ou vice versa Referido protocolo tamb m traz as defini es de acidentes de trabalho graves e fatais Acidente de trabalho fatal aquele que leva a bito imediatamente ap s sua ocorr ncia ou que venha a ocorrer posteriormente a qualquer momento em ambiente hospitalar ou n o desde que a causa b sica intermedi ria ou imediata da morte seja decorrente do acidente BRASIL 2006 Acidente de trabalho grave aquele que acarreta mutila o f sica ou funcional e o que leva les o cuja natureza implique comprometimento extremamente s rio preocupante e que pode ter consequ ncias nefastas ou fatais BRASIL 2006 O Decreto n 3048 de 06 de maio de 1999 que regulamenta os benef cios da Previd ncia Social no cap tulo III define acidente de trabalho sua caracteriza o e discorre sobre a CAT BRASIL 1999 Dispon vel em lt http www planalto gov br ccivil 03 1eis 8213cons htm gt Acesso em 01 set 2013 36 Para afastar interpreta es d spares esse Protocolo traz alguns crit rios objetivos para a defini o dos casos de acidentes graves bastando a exist ncia de pelo menos um se n o vejamos 1 necessidade de tratamento em regime de interna o hospitalar 2 incapacidade para as ocupa es habituais por mais de 30 dias 3 incapacidade permanente para o trabalho 4 enfermidade incur vel 5 debilidade permanente de
166. e trabalhador rural polivalente apto e capaz de desempenhar diferentes atividades ao longo do ciclo produtivo da cana per odo de safra e entressafra O autor aponta para uma tend ncia da multifuncionalidade do trabalhador j percebida no campo pois em 62 algumas usinas os operadores de colhedoras executam tamb m atividades de limpeza manuten es e pequenos reparos nas m quinas A quest o que se coloca como essa exig ncia de m ltiplas tarefas associada ao ritmo intenso e quase ininterrupto da jornada laboral e as condi es de trabalho influ ncia no perfil dos acidentes de trabalho do setor Essa quest o ser abordada com mais profundidade nos pr ximos cap tulos 2 3 Colhedoras de cana de a car 2 3 1 Aspectos t cnicos Este t pico aborda os aspectos t cnicos das m quinas e apresenta o processo de funcionamento mec nico das m quinas colhedoras conforme prescrito em normas e procedimentos operacionais das empresas fabricantes porquanto ser til no momento da an lise qualitativa dos acidentes de trabalho objeto deste trabalho A tecnologia do processo de colheita mecanizada foi aprimorada nos ltimos 50 anos Em rela o capacidade produtiva as colhedoras eram capazes de colher apenas 15 toneladas de cana queimada por hora ao passo que atualmente as mais modernas colhem 70 toneladas de cana crua por hora NYKO et al 2013 A evolu o da performance das colhedoras de cana propiciou melh
167. e transporte 1010115 Ocupante de um ve culo especial a motor de uso essencialmente agr cola traumatizado em um acidente de transporte CJJ JJ J J G G J Q J 202 Tabela do c digo e da descri o do Fator Imediato de Morbidade e Mortalidade utilizado no SFIT C digo do fator imediato Descri o do fator imediato lj Z 1030035 Impacto acidental ativo ou passivo causado por equipamento esportivo 1030043 Impacto acidental ativo ou passivo causado por outros objetos 1030051 Apertado colhido comprimido ou esmagado dentro de ou entre objetos 1030205 Contato com motosserra 1030221 Contato com segadeira motorizada para cortar ou aparar a grama 1030191 Contato com dobradeiras 1030230 Contato com maquinaria agricola 1030272 Contato com outras m quinas e com as n o especificadas 1030078 Contato com vidro cortante 1030086 Contato com faca espada e punhal 1030140 Contato com prensas em geral exceto Injetoras 1030213 Contato com ferramenta port til com forca motriz 1030256 Contato com m quina de embalar ou empacotar 1030264 Contato com m quina de minera o e perfura o 1030280 Proj til de arma de fogo 1030299 Explos o ou ruptura de caldeira 1030060 Contato com elevadores e instrumentos de transmiss o n o classificados em outra parte 1030302 Explos o ou ruptura de cilindro de g s 1030248 Contato com m quina t xtil 203 Tabela do c digo e da descri o do Fator Imediato de Mo
168. e trazer novas contribui es nesse caso Analise de barreiras Do ponto de vista da an lise de barreiras merece reflex o os itens de seguran a 130 existentes ou ausentes por concep o na maquina colhedora de cana envolvida no acidente O acidente ocorreu em junho de 2010 e sua an lise deve ser feita sob a gide das Normas Regulamentadoras do MTE vigente poca do acidente que no caso em especial era a NR n 12 com reda o determinada pela Portaria n 12 de 06 de junho de 1983 cuja ltima atualiza o foi determinada pela Portaria n 4 de 28 de janeiro de 1997 Cabe frisar que o MTE poca do acidente em conjunto com outras entidades j estava em fase de discuss o da chamada nova NR 12 publicada pela Portaria SIT n 197 de 17 12 2010 Posteriormente houve a publica o da Portaria n 2546 de 14 de dezembro de 2011 que alterou a Norma Regulamentador n 31 com a cria o do item 31 12 que trata da Seguran a no Trabalho em M quinas e Implementos Agr colas BRASIL 2010a 2011a No caso do acidente em an lise a colhedora de cana estava operando nos termos da norma legal vigente entretanto mesmo assim o acidente ocorreu A colhedora comercializada e operada com as partes m veis do despontador e dos rolos de alimenta o de sua parte dianteira desprotegidos representando portanto perigos ou sistemas com potencial de causar les es em trabalhadores O fato de o trabalho habitual se
169. eciclagem das normas procedimentais por meio dos Di logos de Seguran a Em rela o Ata da Reuni o Extraordm ria da CIPATR Comiss o Interna de Preven o de Acidentes do Trabalho Rural para discutir o acidente cabe as seguintes observa es a A CIPATR ap s iniciar os trabalhos descreveu o acidente de trabalho ocorrido com o Sr x b Ao final foi ressalvada a import ncia do cumprimento das normas procedimentais para a preven o dos acidentes de trabalho A empresa em virtude do acidente contratou os servi os de um perito aut nomo para a realiza o de laudo pericial que em resumo consignou que o sinistro ocorreu por falha de procedimento do operador uma vez que ele deveria proceder opera o de desembuchamento do despontador com tal pe a desligada Alguns coment rios s o imperativos neste momento O relat rio da CIPATR n o explorou as poss veis causas do acidente de trabalho Nesta mesma linha a investiga o de an lise de acidente de trabalho pelo SESMT em que se conclui que a causa do acidente foi falha no procedimento do operador n o contribuiu para a preven o de novos acidentes pelo contr rio pois deixou de apurar as causas latentes presentes na ordem da empresa com o objetivo de afasta las ou minimiz las para evitar que novos acidentes ocorressem 5 3 4 Fatores causais do acidente inseridos no SFIT O AFT consignou os seguintes fatores causais em sua an lise do acident
170. efias e trabalhadores envolvidos As dificuldades de acesso a informa es nesse caso podem ter origens diversas De um lado rea o defensiva estimulada organicamente por n veis hier rquicos superiores da empresa notadamente de sua rea jur dica em resposta a acidente grave ou fatal Acresce aqui a fragilidade de v nculos entre integrantes de equipe de an lise externa empresa e os principais interlocutores portadores de respostas s quest es suscitadas durante a an lise Sentir se vontade para descrever detalhes de trabalho real por vezes revelando ajustes que contrariem normas formais enfim colaborar abertamente em processos s vezes tratados no cotidiano por denomina es que remetem s pr ticas policiais como o caso de investiga o de acidentes s tende a acontecer quando existe confian a entre as partes A limpeza manual com despontadores ligados mas inicialmente travado implica na ado o de modo operat rio que embora possa criar falsa ideia de seguran a aproxima a m o do operador de componente met lico tipo faca capaz de reiniciar sem aviso pr vio giros de alta rota o e disparar o acidente A ocorr ncia do acidente revela falhas dos controles adotados no sistema inicialmente sem permitir conclus es sobre tratar se de ocorr ncia isolada em sistema com boa gest o de seguran a ou ind cio de falhas sist micas a merecerem esfor os de preven o mais amplos A continuidade da an lise pod
171. eguinte forma as toneladas de cana colhidas acima da meta s o convertidas em horas destas s o subtraidas as perdas de mat ria prima e quebras de m quinas e ent o chega se a um n mero de horas que multiplicado pelo valor da hora do operador obtendo se assim o valor do pr mio ou bonifica o Como os descontos podem afetar consideravelmente o valor da remunera o vari vel os operadores evitam desperd cios de cana paradas da m quina no canavial por muito tempo e se concentram em todos os detalhes da opera o A opera o bate volta al m do sal rio misto tamb m intensifica o ritmo de trabalho dos operadores de m quinas que comp e a frente de trabalho mecanizado pois submete as colhedoras a um ritmo intenso de trabalho Essa opera o descrita pelos autores como envolve caminh es do tipo cavalo que permitem o engate de ca ambas ou julietas que recebem a cana do transbordo Enquanto o cavalo transporta a s ca amba s para o p tio de descarregamento de cana na usina outras ca ambas vazias est o sendo preenchidas pelo transbordo no talh o No p tio o cavalo transportador deixa as ca ambas cheias e volta para a frente de trabalho na lavoura com outras ca ambas vazias para depois retornar com as cheias e assim por diante Se por um lado esta opera o otimiza o uso dos recursos porque economiza tempo custo do transporte e o desgaste dos equipamentos por outro lado
172. ende aos interesses do empregado N o se pode esquecer que quanto mais elevada a m dia de produ o di ria haver uma tend ncia de menor pre o por unidade de produ o Com isto frustra a expectativa de se obter maior ganho di rio Este sistema de remunera o acaba por pressionar o trabalhador a obter maior produ o di ria sem considerar o esfor o exigido muitas vezes al m dos limites de sua capacidade f sica que fica exaurida no final da jornada O trabalho em excesso de jornada di ria ou semanal ser sempre desrespeito aos limites constitucionais art 7 XIII Constitui o Federal 88 e legais art 58 da CLT seja para o trabalhador remunerado por unidade de tempo hora dia ou m s seja para aquele remunerado por unidade de produ o ou tarefa Estabelecendo a Constitui o um adicional m nimo de 50 por hora de trabalho extraordin rio sem fazer distin o N o pode o int rprete fazer distinguir a pretexto de forma de remunera o TRT SP 15a Regi o Ac 47 568 98 Proc 11 372 97 DOE 26 1 99 pag 27 Rel Jos Ant nio Pancotti 2a T 72 deslocamentos que esse tipo de trabalhador faz durante um dado espaco de tempo O desgaste f sico e mental di rio dos trabalhadores comparado a de atletas profissionais que disputam uma maratona contudo enquanto este um corredor de alto n vel com roupa e alimenta o adequada o cortador de cana n o tem a alimenta o adequada e deve usar os EPI s que aumentam e
173. ente na frente de trabalho A casu stica explorada n o incluiu casos de acidentes na manuten o das colhedoras Um caso desse tipo de acidente que se tornou do conhecimento da autora ap s o encerramento da coleta de dados do estudo mostrou ind cios de falha de concep o da m quina por exigir posicionamento de parte do corpo do trabalhador sob parte m vel numa situa o em que o ponto de interven o poderia facilmente ser mudado de forma a eliminar esta condi o Esse mesmo caso ocorreu em equipamento terceirizado ensejando d vidas n o esclarecidas sobre como s o tomadas as decis es de contrata o desses recursos que condi es s o exigidas no tocante ao estado de seguran a e manuten o de m quinas ou de sele o de operadores de pol ticas e pr ticas de seguran a da contratada e de acompanhamento de suas atividades por parte da gest o de seguran a da contratante Outros dois tipos de acidentes citados na literatura e n o explorados neste estudo s o aqueles que envolvem inc ndios ou capotamento dos equipamentos Uma das maiores contribui es da utiliza o do m todo MAPA foi exatamente o fato de ele direcionar a an lise do acidente s causas mais distantes do evento de forma a n o parar a an lise diante do julgamento superficial que a informa o inicial incentiva O m todo p e em relevo a necessidade de reconstruir as circunst ncias operacionais em que surge o comportamento de operador de modo a recuperar
174. entes do Trabalho Fatais no Rio Grande do Sul a experi ncia da Se o de Seguran a e Sa de do Trabalhador SEGUR RIO GRANDE DO SUL 2008 a Instru o Normativa n 88 de 30 de novembro de 2010 que estabelece diretrizes para as an lises de acidentes de trabalho efetuadas por Auditor Fiscal do Trabalho e modelos de relat rios BRASIL 2010c e o Guia de An lise de Acidente de Trabalho publicado pelo MTE voltado para auxiliar os Auditores Fiscais empresas e profissionais da rea de seguran a e sa de BRASIL 2010b Ademais a SRTE SP desenvolveu em especial a partir de 2007 a es de capacita o dos AFT para an lise de acidentes e promoveu cursos e reuni es para discuss es sobre o tema inclusive com a participa o de professores universit rios o que ajudou a melhorar as an lises realizadas no Estado a partir de ent o 4 4 Procedimento para coleta das informa es As informa es resultantes dos dados das an lises de acidentes extra dos dos SFIT e dos relat rios de an lise de acidentes foram armazenadas em meio eletr nico e posteriormente foram selecionadas e transferido o conte do necess rio para este estudo Os dados que o SFIT possibilita recuperar s o as informa es gerais do acidente do acidentado da empresa contratante os fatores causais do acidente e sua descri o O sistema n o possibilita extrair as recomenda es notifica es orienta es ou conclus es da auditoria acerca
175. ento O Relat rio de Acidente elaborado pelo SESMT concluiu pela ocorr ncia de ato inseguro por parte do trabalhador que assumiu posi o ou postura inadequada para realizar o servi o Em rela o Ata da Reuni o Extraordin ria da CIPATR para discutir o acidente cabe as seguintes observa es a a CIPATR ap s iniciar os trabalhos descreveu o acidente de trabalho ocorrido com o Sr y b os membros ap s indagados informaram que n o tinham presenciado situa o parecida sobre o procedimento de subir no elevador da colhedora c foi questionado se faltava alguma orienta o quanto conscientiza o dos trabalhadores em praticar as atividades com seguran a e os presentes informaram que foram realizados diversos treinamentos visando a capacita o e seguran a no trabalho d um membro da CIPATR informou que para desembuchar o elevador de cana a m quina tem que estar desligada caso contr rio o desembuchamento faz com que o elevador funcione sequencialmente pois est ligado e que o motorista do transbordo jamais deveria ter realizado atividade para o qual n o tinha sido treinado pois ele n o era operador de colhedora e sim de transbordo e dessa forma descumpriu procedimentos e regras de trabalho e por fim f os membros acordaram em dedicar mais empenho para as a es de seguran a do trabalho e no cumprimento dos procedimentos e normas sobre seguran a no trabalho Pela an lise do relat rio de manuten
176. ento das normas como um dos fatores presentes na ocorr ncia do acidente A prescri o do uso do equipamento de prote o individual barreira como medida unica de prote o do trabalhador n o foi eficaz para evitar o acidente de trabalho Na atividade habitual e tolerada pela empresa o corpo do trabalhador aproximado de fac o e de partes cortantes da m quina colhedora de cana Sabendo disso e do desfecho negativo na atividade o analista tradicional estimulado a concluir pela exist ncia de falha da equipe de seguran a na fase de antecipa o dos riscos da atividade O modo operat rio perigoso vem tona apenas ap s a ocorr ncia do acidente Reda o determinada pela Portaria n 86 de 03 de mar o de 2005 103 No entanto an lises de acidente apoiadas em enfoque s cio sist mico chamam a aten o para o fato da conclus o acima ser influenciada por vi s retrospectivo e destacam a quest o de que na maioria das vezes o tipo de conclus o citada falha na antecipa o dos riscos ser apontada sem que a equipe de investiga o sequer averigue se houve mesmo alguma tentativa de an lise preliminar de perigos e riscos O fato de saber que a situa o resultou em acidente leva conclus o de exist ncia de falha Em situa es assemelhadas a eventual subordina o da rea de seguran a e sa de no trabalho pode determinar que a equipe do SESTR tenha exist ncia meramente formal e que sequer tenha preocupa o co
177. ento de press o por produtividade pr mio ou pagamento por produtividade al m da falta ou inadequa o da an lise de risco da tarefa e an lise ergon mica da tarefa A leitura das descri es da situa o que desencadeou o acidente e os dados constantes no SFIT em rela o ao objeto deste estudo indicam descri es e an lises alicer adas na incorpora o de conceitos mais atuais sobre os acidentes de trabalho como os de trabalho prescrito e trabalho real e suas variabilidades Esse fato pode estar ligado aos cursos de capacita o oferecidos aos Auditores Fiscais e do investimento do Minist rio do Trabalho em um programa espec fico de preven o de acidentes de trabalho inclusive com a publica o de material did tico e a edi o de portarias manuais e guias de an lises de acidentes BRASIL 2001 2002 2003 2008 2010b c 2011b Segundo Almeida 2001 os cursos oferecidos aos AFT enfatizaram a an lise dos acidentes como resultado de uma rede multifatorial em intera o ocorrido em um sistema s cio t cnico aberto Conforme o autor os cursos tiveram como base a cr tica s pr ticas de atribui o de culpa s pr prias v timas dos acidentes de trabalho e real aram a necessidade de incorpora o de conceitos mais modernos existente na literatura nacional e internacional Por outro lado nas an lises armazenadas no SFIT foi observada a inser o de fatores causais que em algumas situa es n o apresentaram re
178. equencialmente O elevador estava travado por isso n o operava apesar de estar em funcionamento para o sistema o que ocasionou uma situa o de desprote o cognitiva para os trabalhadores Essa situa o conhecida como surpresa autom tica pois o sistema opera exatamente da forma para a qual foi programado por m em situa o ou momento inesperado para os operadores envolvidos DEKKER 2002 ALMEIDA 2004 Alguns casos s o relatados na literatura de acidentes VIDAL GOMEL SAMUR AY 2002 ALMEIDA BINDER 2004 A opera o com sucesso de limpeza do elevador de cana fato este apurado no laudo t cnico da pol cia cient fica reativou o elevador que voltou a funcionar pois a m quina n o estava desligada o que resultou no acidente j descrito Para an lise deste acidente n o podemos deixar de citar os fatores relacionados ao ambiente de trabalho em especial a dificuldade de circula o e o terreno irregular pois o acidente ocorreu no campo e em condi es desfavor veis para circula o ocasionada pela palha de cana que torna o solo escorregadio Pelo exposto com base no MAPA ALMEIDA VILELA et al 2010 foram identificados nesta an lise os aspectos causais discriminados no Quadro 9 160 Quadro 9 Resumo dos aspectos identificados na an lise do acidente de trabalho do Caso 5 usando o MAPA Descri o O acidente ocorreu durante recupera o manual de incidente t cnico Resumo do acident
179. er sido influenciada pela press o de tempo para a execu o da atividade e pelo pagamento por produtividade No caso analisado o operador tinha capacita o para lidar com a atividade de desembuchamento dos despontadores da m quina Tamb m foi apurado que o acidentado n o tinha se envolvido com acidente parecido nos anos em que trabalhou na empresa onde ocorreu o acidente e era trabalhador experiente pois tinha mais de cinco anos de tempo na fun o s na empresa onde o acidente ocorreu o que leva a ideia de ruptura da compreens o da atividade e do compromisso cognitivo usado pelo operador na atividade de desembuchar o despontador da colhedora de cana A mesma estrat gia utilizada pode ter tido sucesso em outras situa es sem o 128 acidente entretanto o acidente mostrou o momento em que o compromisso cognitivo foi rompido mas n o informa em que consistia esse compromisso A compreens o do acontecimento traduzida pela poss vel habilidade do operador em controlar o risco em conjunto com um controle contextual est presente na atividade real de trabalho Entretanto quando essa habilidade fracassa e o plano de a o e compreens o da atividade mostra se inadequado pode gerar o acidente ALMEIDA 2004 No caso analisado a a o de desembuchar os despontadores com a m quina ligada se mostrou uma estrat gia perigosa e inadequada para a seguran a do trabalhador gerando o acidente fatal Ali s as variabilidades individua
180. es fatais em que ha o predom nio de est mulo ao medo e at de intimida es por parte de integrantes da empresa temerosos por puni es Neste caso aparentemente n o foi poss vel estabelecer uma rela o de confian a com os operadores de modo que eles se sentissem vontade para relatar as estrat gias que realmente utilizam em situa o semelhantes Diante da possibilidade de respostas influenciadas por poss veis medos a autora questionou se poss vel saber quando o embuchamento desfeito medida que se retiram os materiais Eles informaram que o material retirado e depois a colhedora ligada para verificar o funcionamento do elevador e apurar se houve ou n o o desenbuchamento 154 Percebe se pois que o destravamento manual do elevador cria um custo adicional da tarefa do tipo deslocamento do operador ao decidir pela interven o pois ele precisa retornar ao assento e ligar a m quina para verificar se o desembuchamento ocorreu com sucesso Al m disso a m quina n o possui um dispositivo de feedback para informar ao operador quando ele desfez o travamento ao realizar a recupera o manual do incidente Nessas condi es apenas o conhecimento pr vio das caracter sticas da m quina poderia proteger o trabalhador Vale lembrar que a press o de tempo para a execu o da atividade e o pagamento por produtividade pode influenciar e estimular o comportamento de n o desligar a m quina Nestes casos como medi
181. essidade de informa es que viessem a contribuir para a preven o de acidentes de trabalho no corte mecanizado de cana e melhorias das condi es de trabalho e sa de dos trabalhadores ser o reestudados 05 cinco acidentes graves e fatais analisados por AFT do Estado de S o Paulo do MTE e inseridos no SFIT do per odo de janeiro de 2001 a junho de 2013 envolvendo m quinas colhedoras de cana de a car Isso poss vel pois o sistema possibilita com o uso de um programa espec fico e mediante autoriza o da chefia estadual o acesso e a recupera o das informa es dessas an lises permitindo sua utiliza o como proposto na presente pesquisa A data inicial se justifica pois foi a partir de 2001 que foi criado um m dulo espec fico para a inclus o no SFIT dos resultados das an lises de acidente de trabalho realizadas pelos AFT s 4 1 Sistema Federal de Inspe o do Trabalho SFIT Caracter sticas gerais e a inser o de informa es e dados da an lise de acidente de trabalho O SFIT criado em 1994 um banco de dados do MTE que armazena os resultados das a es fiscais dos AFT s Dentre as informa es armazenadas est o as an lises dos acidentes de trabalho realizados al m de dados referentes a atributos de legisla o trabalhista como registro jornada de trabalho sal rio Fundo de Garantia do Tempo de Servi o FGTS Rela o Anual de Informa es Sociais RAIS e tamb m os aspectos de seguran
182. etanto em nao havendo o reconhecimento ao segurado fica resguardado o direito ao aux lio doen a Assim a emiss o da CAT registra e reconhece oficialmente o acidente estabelecendo o direito do trabalhador ao seguro acident rio junto ao INSS De acordo com a Lei de Benef cios da Previd ncia Social Lei n 8 213 de 24 de julho de 1991 n o se enquadram na obrigatoriedade da emiss o da CAT funcion rios p blicos civis e militares estatut rios trabalhadores previdenci rios aut nomos empregados dom sticos propriet rios al m de todos os trabalhadores do setor informal da economia Em conson ncia com o objeto deste estudo cabe ainda delimitar o que se entende por acidentes graves e fatais No Brasil acidente de trabalho pode ser definido segundo o Protocolo de Notifica o de Acidentes do Trabalho Fatais Graves e com Crian as e Adolescentes do Minist rio da Sa de BRASIL 2006 como o evento ocorrido no exerc cio de atividade laboral independentemente da situa o empregat cia e previdenci ria do acidentado e que acarreta dano sa de potencial ou imediato provocando les o corporal ou perturba o funcional que causa direta ou indiretamente a an lises de acidentes do trabalho fatais morte ou a perda ou a redu o permanente ou tempor ria da capacidade para o trabalho Inclui o ocorrido em situa o em que o trabalhador esteja representando os interesses da empresa ou agindo em defesa d
183. etec o de risco perigo 2020114 O grupo de fatores relacionados tarefa c digo 202 se destacou na an lise original mostrando uma preocupa o excessiva da empresa em seguir normas e regulamentos positivados no ordenamento jur dico ou em regras internas sem levar em considera o o trabalho real dos trabalhadores Essa quest o ser debatida a seguir 101 5 1 5 Reestudo do acidente utilizando o m todo MAPA Aspectos da atividade do operador O acidente de trabalho ocorreu com a maquina desligada na corre o de variabilidade previs vel embuchamento dos divisores de linhas e do corte de base pelo excesso de gram neas e cip s Tamb m a limpeza exigida n o est associada a defeitos da m quina porquanto a tarefa consiste na recupera o de um incidente t cnico O trabalho normal do operador compreendia em utilizar o fac o como ferramenta para realizar a limpeza e retirada de gram neas e cip s dos divisores da colhedora e dos grupos de corte corte de base rolo levantador e rolo alimentador com o uso de luvas de seguran a Essa era a atividade prescrita pela empresa nos procedimentos e normas operacionais No dia do acidente o trabalho real apontou que a tarefa foi realizada sem o uso das luvas de seguran a conforme reconhecido pelo acidentado A a o de limpeza dos divisores de linhas com o uso do fac o como estrat gia assumida no sistema de gest o de seguran a da empresa realizada sem o uso das luvas
184. eterminada pela Portaria n 197 de 17 de dezembro de 2010 113 trabalhador em face de situa o de trabalho as medidas de prote es t m que evitar que o acidente ocorra quando h falha humana De acordo com Lima e Assun o 2000 as decis es humanas geram falhas e elas fazem parte do cotidiano do sistema s cio organizacional da empresa A a o do operador est conectada sistematicamente a aspectos da tarefa e do ambiente de trabalho operacional DEKKER 2003 Nesta perspectiva os processos seguros s o aqueles que abrigam poss veis erros com mecanismos de prote o de modo a impedir que referidos erros resultem em acidentes A aus ncia de barreiras permitiu que o trabalhador adentrasse no interior da c mara com ela em funcionamento Conforme os entrevistados a manuten o e a limpeza de l minas e a retirada de material obstrutivo das engrenagens do triturador realizada comumente nas frentes de trabalho entretanto n o com a m quina ligada Pela an lise de documentos identificou se que o operador da colhedora de cana recebeu treinamento e capacita o para a opera o da m quina e para a realiza o de ajustes e corre es quando necess rio Tamb m observou se que ele era um trabalhador experiente porquanto trabalhava a mais de tr s anos na fun o e tinha conhecimentos de como realizar a atividade de limpeza das engrenagens e grupo de cortes do triturador da colhedora de cana Cabe ressaltar que
185. eventiva ou corretiva do acidente a conscientiza o a todos os operadores para que prestassem mais aten o quando fossem realizar a atividade de limpeza dos divisores de linha pois o fac o afiado uma fonte geradora de acidentes VILELA et al 2004 DWYER 2006 REASON ROBBS 2003 A empresa partiu do pressuposto de que a engenharia de seguran a essencialmente fundada em normas e prescri es de atos seguros por isso a sua an lise desembocou na concep o racionalista de que o comportamento humano aus ncia de aten o e descuido ou imprud ncia foi determinante para a falta de consci ncia do risco gerando o acidente Essa gest o de seguran a centrada na pessoa denominada de gest o do erro por Hollnagel 2003 na medida em que pouco contribui para a preven o dos acidentes Mais do que 1sso esse modelo tornou se util nos processos para descaracterizar a responsabilidade civil e penal das empresas e portanto de dificil supera o VILELA et al 2004 5 1 4 Fatores causais identificados pelo Auditor Fiscal na an lise original O AFT consignou os seguintes fatores causais em sua an lise do acidente de trabalho conforme tabela de c digos que consta no SFIT ANEXO 1 Terreno irregular 2010232 Posto de trabalho ergonomicamente inadequado 2020025 Uso impr prio incorreto de equipamentos materiais ferramentas 2020050 Modo operat rio inadequado a seguran a perigoso 2020092 e Falha na antecipa o d
186. forma es visando a responsabiliza o dos empregadores em casos de acidentes causados por falta de seguran a no trabalho Os relat rios de an lise de acidentes do trabalho em especial os graves e fatais em que foi apurada descumprimento de normas de prote o do meio ambiente laboral subsidiam as a es regressivas cujo objetivo punir e prevenir acidentes de trabalho A a o regressiva acident ria o instrumento pelo qual o INSS busca o ressarcimento dos valores despendidos com presta es sociais acident rias a segurados v timas de acidentes de trabalho e doen as ocupacionais por exemplo pens es por morte e aposentadoria por invalidez 30 Art 341 par grafo nicodo Decreto n 3048 de 1999 art 120 da Lei n 8 213 de 1991 e artigos 927 e 932 ambos do C digo Civil Brasileiro 31 Conforme disp e a Portaria conjunta PGF INSS n 6 de 18 de janeiro de 2013 Dispon vel em lt http www010 dataprev gov br sislex paginas 64 INSS PGEF 2013 6 htm gt Acesso em 05 fev 2014 83 nos casos de culpa das empresas quanto ao cumprimento das normas de seguran a e sa de do trabalho Em raz o da relev ncia social do tema as a es regressivas acident rias tem car ter priorit rio por todas as unidades da PGF nos termos da Portaria CGCOB n 03 de 27 de agosto de 2008 A an lise dos acidentes de trabalho realizada pelos AFT do MTE do ponto de vista legal est em conson ncia compromisso nacional a
187. gilizadoras da atividade mesmo que custa de maior risco 141 Essa situa o teria persistido apesar da variabilidade encalhe de equipamentos ser relativamente frequente no sistema N o foi verificado se havia registros e an lises de acidentes assemelhados no sistema o que em caso afirmativo poderia revelar seja as causas identificadas seja as medidas de preven o recomendadas pela equipe Em caso de predom nio de concep es tradicionais de seguran a relativamente comum encontrar conclus es de atribui o de culpa s v timas deixando o sistema intocado Em s ntese do que dependia a seguran a dos operadores envolvidos na atividade de desencalhe Apenas da confiabilidade dos dispositivos e da n o ocorr ncia de variabilidades daquelas mais conhecidas como capazes de soltar o pino de engate do cabo de a o N o existiam barreiras f sicas atuando na conten o do cabo An lise de mudan as As mudan as mais evidentes ocorridas nesse caso foram o encalhe do trator e a libera o do pino de engate do cabo de a o Os encalhes t m origens relativamente bem conhecidas das equipes e incluem caracter sticas de solo e terreno por condi es clim ticas e de concep o dos equipamentos usados Por usa vez a libera o do pino de engate pode ter origem em falha de concep o assim como de manuten o ou opera o do dispositivo Nesse ltimo caso poderia ter ocorrido contribui o da qualidade da ilumina o
188. gistrado como operador de m quina e implementos agr colas Restaram 16 acidentes analisados levando se em considera o os filtros utilizados Posteriormente ap s an lise dos 16 casos foram exclu dos por n o ser objeto desta pesquisa os acidentes com colhedoras de forragem tamb m denominadas de m quinas forrageiras para corte de cana de a car Os 09 acidentes restantes foram analisados detalhadamente inclusive com o intuito de buscar acidentes que permitissem uma discuss o sobre as quest es de seguran a e sa de do meio ambiente laboral no cen rio atual do setor sucroalcooleiro Dessa forma foram exclu dos desta pesquisa os acidentes analisados e registrados no SFIT que n o permitiram pelos dados inseridos um estudo mais abrangente devido exist ncia de descri es incompletas ou em alguns casos nem havia a descri o do acidente somente da les o ocorrida sendo imposs vel um estudo mais detalhado Registra se que este problema dificultou a realiza o da pesquisa Almeida 2003b ao tecer considera es sobre os relatos dos acidentes inclu dos no 88 SFIT j tinha mencionado esta situa o Segundo o autor grande parte das descri es n o possibilitou a compreens o de como o acidente aconteceu al m disso as descri es n o explicitavam se a forma habitual de realiza o da atividade j expunha os trabalhadores a risco O ltimo crit rio utilizado para a sele o dos casos foi tentar abranger
189. guinte cronologia elimina o dos riscos ado o de medidas de prote o coletiva para controle dos riscos na fonte e ado o dos equipamentos de prote o individual BRASIL 2011a Neste mesmo sentido de forma subsidi ria e complementar temos a NR n 09 do MTE que estabelece no caso de inviabilidade t cnica da ado o de prote o coletiva ou quando n o forem suficientes ou encontra se em fase de estudos a ado o de medidas obedecendo a seguinte hierarquia medidas de car ter administrativo ou de organiza o do trabalho e posteriormente ado o dos equipamentos de prote o individual BRASIL 1994 O simples descumprimento das normas de seguran a e sa de acima mencionadas n o foi o nico fator do acidente N o vamos aqui cair na armadilha da an lise simplista do acidente de trabalho de modo a atribuir a ocorr ncia do acidente ao n o cumprimento de determinadas regras e normas ALMEIDA 2001 BRASIL 2003 Tamb m n o h interesse em explicar este acidente somente pelo descumprimento das normas t cnicas vigentes porquanto este estudo n o possui car ter legalista ou seja n o se busca explicar o acidente na compara o da situa o em que ocorreu o acidente com os requisitos t cnicos preconizados na legisla o vigente A metodologia adotada busca aspectos organizacionais presentes no sistema da empresa e que s o respons veis pelo infort nio Entretanto n o podemos deixar de mencionar o descumprim
190. hipot tico cada camada de defesa barreira ou salvaguarda deveria estar integra entretanto via de regra elas s o mais como as fatias de um queijo su o cheias de buracos Por m de forma diferente do queijo esses buracos est o continuamente abrindo e fechando em diferentes momentos Como estamos pensando em camadas estes buracos em uma camada s o inofensivos mas quando ocorre um alinhamento deles nas diferentes camadas do sistema de defesas ou barreiras ocorre a possibilidade de ocorr ncia de um evento perigoso A Figura 2 traz o modelo do queijo su o e mostra como as barreiras podem ser penetradas por uma trajet ria de acidente Figura 2 Explica o do acidente segundo o modelo do queijo su o Fonte REASON 2000 30 Os buracos nas defesas surgem por duas raz es falhas ativas e condi es latentes As falhas ativas s o representadas pelos atos inseguros cometidos pelas pessoas que est o em contato direto com o sistema podendo assumir diferentes formas deslizes lapsos perdas erros e viola es de procedimentos As condi es latentes s o representadas pelas patologias intr nsecas do sistema e surgem a partir de decis es dos projetistas construtores elaboradores de procedimentos e do n vel gerencial mais alto Tais decis es podem se constituir de erros ou n o As condi es latentes t m dois tipos de efeitos adversos podem contribuir para o erro no local de trabalho como por exemplo
191. ho dos segurados referidos no inciso VII do art 11 desta lei provocando les o corporal ou perturba o funcional que cause a morte ou a perda ou redu o permanente ou tempor ria da capacidade para o trabalho Essa a defini o de acidente t pico A normatividade legal acima citada considera acidente de trabalho a doen a profissional e a doen a do trabalho Equiparam se tamb m ao acidente de trabalho o acidente ligado ao trabalho que embora n o tenha sido a causa nica haja contribu do diretamente para a ocorr ncia da les o certos acidentes sofridos pelo segurado no local e no hor rio de trabalho a doen a proveniente de contamina o acidental do empregado no exerc cio de sua atividade e o acidente sofrido a servi o da empresa ou no trajeto entre a resid ncia e o local de trabalho do segurado e vice versa BRASIL 2011b As estat sticas oficiais brasileiras de acidentes do trabalho s o elaboradas a partir das informa es obtidas da Comunica o de Acidente de Trabalho CAT desenvolvido pela Previd ncia Social com fins securit rios Em raz o do acidente de trabalho reconhecida pela per cia m dica do Instituto Nacional do Seguro Social INSS a incapacidade para o trabalho e o nexo entre o trabalho e o agravo ser o devidas as presta es acident rias a que o benefici rio Dispon vel em lt http www planalto gov br ccivil_03 leis I8213cons htm gt Acesso em 10 set 2013 35 tenha direito Entr
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194. iais esse prazo foi prorrogado O Decreto foi 12 A mecaniza o teve um forte impacto no volume da m o de obra nos ltimos anos Em 2007 no Estado de S o Paulo os trabalhadores n o qualificados da lavoura que incluem os cortadores de cana eram 284 600 segundo o Minist rio do Trabalho Em 2012 o n mero caiu para 189 200 uma queda de 37 3 em cinco anos SILVA 2013 I3 O decreto sendo uma norma espec fica para a queima tinha efeito imediato e sua aplica o provocou uma intensa movimenta o dos segmentos diretamente atingidos como os produtores de a car e de lcool e os fornecedores de cana Por for a disso alguns anos depois a Assembleia Legislativa do Estado de S o Paulo aprovou nova legisla o vetada pelo governador O veto foi derrubado passando ent o a vigorar a Lei no 10 547 de maio de 2000 O objetivo dela era adequar os prazos de elimina o aos limites vigentes em lei federal estendendo para 20 48 atualizado e posteriormente foi publicada a Lei Estadual n 11 241 02 regulamentada pelo Decreto n 4 700 2003 que tornou mandat rio o fim da queima de cana no Estado de S o Paulo at 2021 para as reas com declividade inferior a 12 e at 2031 para as reas acima de 12 de declividade S O PAULO 20024 b Com a expans o intensa de novas reas de cana e com a tecnologia bastante melhorada os olhos do mercado internacional se voltaram para a qualidade ambiental da commodity etilica Pass
195. ibilidade limitada que propicia maiores riscos de acidentes fato este que pode ser agravado por neblinas e n voas durante as madrugadas em determinadas pocas do ano O trabalho noturno elimina a barreira natural da luminosidade necess ria durante o trabalho apesar de as colhedoras serem equipadas com sistemas de ilumina o que por melhor que seja restringe o campo de vis o Os entrevistados relataram que geralmente os talh es mais f ceis talh es mais planos e menos acidentados sem pedras e sem curvas de n vel s o deixados para os trabalhadores do per odo noturno entretanto nem sempre essa orienta o aplicada na pr tica Tamb m segundo os profissionais da rea as manuten es e reparos devem ser realizados preferencialmente no per odo diurno entretanto no caso dos acidentes analisados poss veis 166 tentativas de recupera o de um incidente t cnico de forma manual ou regula es do processo de trabalho foram realizadas noite Uma das explica es pode ser a press o por produtividade e o pagamento do sal rio por produ o que incentiva os trabalhadores a resolverem os problemas mesmo que isso signifique ren ncia s normas de seguran a Em dois acidentes reestudados esta condi o do trabalho noturno estava presente Casos 2 e 4 e em um deles Caso 2 representou maiores riscos para a execu o dos incidentes t cnicos que ensejaram a recupera o manual Pelas entrevistas o trabalho noturno
196. ibilizam aos AFT s um instrumental rico em informa es para intervir no ambiente de trabalho antes mesmo de iniciar a a o fiscal pois ele tem acesso se j ocorreu acidente naquela empresa ou setor se ja foi feita alguma an lise e quais os tipos de interven es realizadas Esses dados aperfei oam a gest o das a es fiscais voltadas para o ambiente de trabalho Como pol tica institucional a an lise do acidente de trabalho uma ferramenta auxiliar de grande import ncia na redu o dos fatores de riscos determinantes de acidentes e de agravos sa de do trabalhador e na preven o de novos acidentes O conhecimento dos erros do passado acidentes e incidentes deve ser utilizado para rever e melhorar as medidas de controle existentes de modo a evitar acidentes similares Uma an lise consistente oferece base s lida para fundamentar os atos de gest o tanto em rela o a medidas operacionais mais imediatas quanto em termos de investimento em estrat gia de seguran a A an lise do acidente baseada em uma metodologia formal a via mais r pida para o aprendizado e para a execu o de an lises de riscos com mais qualidade e realismo Al m de contribuir para a gest o de seguran a e sa de as an lises de acidentes realizadas pelos AFT do MTE s o encaminhadas Procuradoria Geral Federal PGF em face de conv nio firmado com o referido rg o e de disposi es legais Esses conv nios viabilizam a troca de in
197. idente com fator imediato de morbidade ou mortalidade relacionado com m quinas e equipamentos em especial as m quinas colhedoras de cana de a car Para esses fatores h uma tabela de c digos e grupo de fatores previamente registrados no SFIT na qual o analista deve inserir os dados sendo que o sistema permite a inclus o de apenas 01 um fator imediato de morbidade ou mortalidade por acidente informado Para cada grupo selecionado o sistema disponibiliza a tela contendo os fatores imediatos de 87 morbidade ou mortalidade BRASIL 2001 Para visualiza o o Quadro 2 traz o grupo dos fatores causais dispon veis no SFIT O detalhamento encontra se no ANEXO 2 Quadro 2 C digo e Grupo de Fatores de morbidade ou mortalidade dispon veis no SFIT 107 108 109 Exposi o a agentes qu micos e biol gicos Fonte BRASIL 2001 Com a utiliza o dos tr s filtros acima citados o sistema apontou uma rela o de 64 registros de an lises de acidentes de trabalho Com base nos dados foram exclu dos da sele o os acidentes com trabalhadores agropecu rios polivalentes os trabalhadores agr colas polivalentes cujos subgrupos de CNAE remetiam para os trabalhadores agropecu rios e os trabalhadores do CNAE da cultura de cana de a car que tinham como subgrupos a cultura de gram neas Essa sele o resultou em 26 acidentes de trabalho analisados Desses foram exclu dos os acidentes com transporte em que o trabalhador era re
198. idente teria se dado durante interven o de recupera o manual de incidente dentro de c mara de triturador da m quina provavelmente na limpeza de partes m veis desprotegidas que estariam paradas em fun o de travamento por ac mulo de materiais no caso 3 o embuchamento dos divisores de linha da colhedora foi um incidente t cnico que travou a m quina ensejando recupera o manual por parte do pr prio operador j no caso 5 o embuchamento da esteira do elevador de cana exigiu que os trabalhadores realizassem a desobstru o do elevador de forma manual Acidentes nessas interven es tendem a ocorrer em sistemas que melhoram a seguran a na chamada opera o normal propriamente dita e tamb m tendem a ser mal compreendidos por parte de equipes de seguran a das empresas Afinal este estudo mostra que a opera o da colhedora est associada a grande n mero de variabilidades em cuja corre o podem acontecer acidentes graves e fatais Nos casos citados o poss vel sucesso de desembuchamento ou limpeza de mat ria prima ensejou o funcionamento sequencial das fun es da m quina pois a colhedora n o estava desligada mas apenas fora de opera o por estar travada Trata se de variabilidade conhecida na opera o da colhedora e para qual o sistema recomendava recupera o manual por parte do operador As colhedoras atuais n o s o dotadas de mecanismos autom ticos de recupera o desses incidentes Nos casos analisados as co
199. igada mas fora de opera o por estar travada evidenciou um plano de a o e compreens o da atividade inadequado que gerou o rompimento do compromisso cognitivo 158 Aliada a essa quest o temos uma situa o de desprote o cognitiva pois tanto o operador da colhedora de cana como o operador do transbordo eram trabalhadores n o qualificados para realizar a atividade Apesar de a an lise documental mostrar que o operador da maquina era habilitado para a fun o ela denunciou tamb m que ele n o era qualificado tecnicamente para operar a colhedora de cana envolvida no acidente Foi poss vel apurar que o operador da colhedora de cana possu a habilita o para trabalhar com m quinas CASE IH s rie A8000 8800 por m no dia do acidente estava operando maquina da s rie A7000 7700 H diferen as entre os modelos pois as m quinas da s rie A7000 s o eletromec nicas e as da s rie A8000 possuem comandos eletr nicos e automatizados No caso em an lise o operador n o possu a habilita o t cnica espec fica para operar o modelo ou s rie da m quina colhedora envolvida no acidente CASE IH s rie A7000 7700 A designa o de trabalhador n o qualificado demonstra uma falha de organiza o e gerenciamento de pessoal pela empresa No Brasil comum que em rela o seguran a se considere suficiente a realiza o de treinamentos Em alguns casos os trabalhadores devem assinar comprovante de recebimento de c pia des
200. individual Do ponto de vista da ergonomia entre a tarefa e a atividade o trabalhador da colhedora poderia ter se utilizado de um processo de regula o que se expressou pela constru o do modo operat rio no dia do acidente sendo este processo influenciado pelos meios oferecidos pela organiza o do trabalho e os objetivos tra ados para a execu o da tarefa que privilegiaram a produ o em detrimento de sua seguran a individual OLIVEIRA 2005 Conforme informa es constantes no relat rio de an lise de acidente elaborado pelo Auditor Fiscal logo ap s o acidente o empregador providenciou a instala o de dispositivo eletr nico barreira funcional na porta de entrada do interior da c mara que impedia o funcionamento da colhedora desligava o motor quando a porta fosse aberta Na experi ncia da autora e pelas entrevistas colhidas em campo verificou se que as m quinas colhedoras de cana mais modernas j possuem barreiras de prote o na entrada do picador ou s o adotadas do sistema denominado interruptor de assento ou interruptor de parada r pida da fun o de 118 colheita e durante as inspe es em campo n o foram verificados dispositivos de burla a estes dispositivos Segundo o manual de uma m quina colhedora de cana o operador deve sentar no banco e ativar o interruptor de assento tamb m chamado de interruptor de redefini o e depois iniciar as fun es de colheita Se o operador se ausenta do
201. infort nio de forma a aumentar as chances de identifica o neutraliza o e elimina o das causas envolvidas na sua g nese BINDER ALMEIDA 2003 ALMEIDA 2003a 2006a A aplica o da Teoria de Sistemas ao estudo dos acidentes de trabalho tem contribu do sobremaneira para a compreens o desses fen menos As empresas s o consideradas sistemas s cio t cnicos porquanto s o constitu das de dois subsistemas t cnico e social com a finalidade de produ o de bens e servi os em cujo interior podem ocorrer perturba es capazes de desencadear os acidentes de trabalho Entende se por sistema t cnico o ambiente f sico as m quinas e equipamentos as instala es f sicas a gest o tecnol gica e a produ o O subsistema social compreendem os trabalhadores com diferentes qualifica es e caracter sticas f sicas e psicol gicas e as rela es sociais e hier rquicas Esses dois sistemas interagem entre si e recebem influ ncia e s o influenciados pelo meio que se inserem podendo gerar o acidente ALMEIDA BINDER 2003 CHIAVENATO 2004 Concebendo a empresa como um sistema s cio t cnico aberto e o acidente como um sinal de mau funcionamento desse sistema investig lo implica analisar aspectos do subsistema t cnico e social da empresa visando identificar os fatores causais organizacionais e cognitivos que contribu ram para o acidente para que as medidas de preven o sejam efetivas e duradouras Dentre as concep es
202. inist rio do Trabalho e Emprego Anu rio Estat stico de Acidente do Trabalho AET 2011 Bras lia MTE MPS 2012 Disponivel em lt http www mps gov br arquivos office 1_130129 095049 870 pdf gt Acesso em 5 mar 2013 BRASIL Minist rio do Trabalho e Emprego Secretaria de Inspe o do Trabalho Diretrizes para o Planejamento 2012 2015 Bras lia 2013 BRASIL Minist rio do Trabalho e Emprego Secretaria de Inspe o do Trabalho Escola Nacional de Inspe o do Trabalho Grupo de Estudos Estat sticos Aplicados Boletim informativo Dezembro Janeiro 2014 Bras lia 2014 BRASIL Minist rio do Trabalho e Emprego Portarias s d Bras lia Dispon vel em lt http portal mte gov br legislacao portarias htm gt Acesso em 01 out 2013 BRAUNBECK O A OLIVEIRA J T A Colheita de cana de a car com aux lio mec nico Engenharia Agr cola V 26 p 300 308 2006 Dispon vel em lt http www scielo br scielo php script sci arttext amp pid S0100 6916200600010 0032 amp Ing en amp nrm iso gt Acesso em 24 set 2013 BUESCU M Evolu o econ mica do Brasil 4 ed Rio de Janeiro APEC 1977 CARDOSO E A motomecaniza o dos canaviais paulistas Brasil A ucareiro v 39 n 2 p 67 68 1952 CARMO J C ALMEIDA I M BINDER M C P SETTIMI M M Acidentes do trabalho In MENDES R Org A patologia do trabalho S o Paulo Atheneu 1997 p 431 453 CHAGAS G L T MIESSA E Legisla o de d
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204. is ditas condi es latentes refletindo a prec ria gest o de seguran a das empresas O estudo mostrou que a opera o da colhedora est associada a grande n mero de variabilidades em cuja corre o podem acontecer acidentes graves e fatais Quatro dos casos reestudados se deram em situa es de incidentes t cnicos que ensejaram a sua recupera o manual e o quinto caso tamb m n o ocorreu durante a opera o normal da colhedora Os acidentes envolvendo a tipologia recupera o manual de incidente t cnico podem acontecer em praticamente todo o corpo da colhedora sendo que em nenhum dos casos o equipamento era dotado de dispositivos autom ticos de recupera o dos incidentes e em todos eles a interven o com a m quina ligada apresenta caracter sticas j descritas na literatura como de incentivo a bypasses previs veis de recomenda es de seguran a As estrat gias usadas para recupera o desses incidentes tendem a ser as mesmas usadas com sucesso em situa es anteriores e quando fracassam se mostram associadas a acidentes fatais ou graves Os achados do estudo sugerem que tanto os envolvidos na concep o desses equipamentos como aqueles que lidam com a gest o de seguran a na sua utiliza o desconhecem ou subestimam riscos que se manifestam quando os trabalhadores passam a lidar com variabilidades do sistema Embora essa situa o possa em parte ser explicada pelo fato das interven es de recupera o manual ocorre
205. is t m papel importante na ocorr ncia do acidente em especial quando presente a famosa correr riscos ou arriscar se NEBOIT 2003 O arriscar se uma situa o em que h tomada de decis o para agir por parte do trabalhador e ha uma probabilidade de sucesso entretanto o insucesso pode prejudicar a seguran a do trabalho O trabalhador por ser experiente na fun o elegeu estrat gias que embutia mecanismos de nega o do risco ou como tinha a confian a necess ria para arriscar optou por realizar a atividade com a m quina ligada tanto para desembuchar as carambolas do despontador como para retirar a pedra que estava perto do despontador Pode se inferir tamb m que neste caso apesar de o acidentado ter forma o adequada capacita o e habilita o para operar a colhedora de cana press es de produtividade e qualidade levaram a ado o do modo operat rio inadequado para a realiza o da atividade Nas conversas com colegas da v tima e outros operadores de colhedoras n o foi poss vel esclarecer como se dava historicamente na empresa o desembuchamento do despontador especialmente no tocante ao cumprimento ou n o da suposta norma de limpeza com o sistema desligado A similaridade do sistema permite aventar a possibilidade de que a desobstru o ocorra antes da retirada de todo o material e de que deixar o despontador ligado facilite ao operador a percep o de sucesso na tarefa realizada Al m dessa con
206. iscos de queda pois a fuligem deixa a cana escorregadia riscos de acidentes derivados de animais pe onhentos e ferimentos em geral pelo uso inadequado dos equipamentos de prote o individual PINHEIRO 1992 ALESSI SCOPINHO 1994 COUTO 2002 ROCHA 2007 Os operadores das colhedoras e do transbordo est o sujeitos ao menos aos seguintes riscos ocupacionais a risco de inc ndio das m quinas que pode ser desencadeado pela presen a de grande quantidade de palha de cana nas engrenagens das m quinas ou pode ocorrer devido ao superaquecimento porquanto as m quinas operam quase que 24 horas por dia seguem o ritmo da moenda da ind stria parando apenas para reparos e manuten es corretivas b riscos f sicos de 41 ru do e vibra o provenientes do pr prio funcionamento da m quina no campo c risco qu mico decorrentes de poeiras res duos de agrot xicos e outros produtos qu micos utilizados no plantio d riscos biol gicos em raz o da presen a de animais pe onhentos cobras nas lavouras e riscos mec nicos ocasionados pelo manuseio das m quinas e equipamentos f riscos ps quicos oriundos do ritmo acelerado de trabalho aten o e concentra o constantes monotonia repetitividade press o por produtividade que gera amea a de desemprego e redu o de sal rios e aus ncia de controle da atividade pois o ritmo de trabalho determinado pela m quina e por fim g riscos el tricos ocasionados pelas redes de fo
207. la es de oper rios a import ncia econ mica tamb m crescente porquanto al m de causar preju zos s for as produtivas os acidentes geram despesas tais como pagamento de benef cios previdenci rio recursos que poderiam estar sendo canalizados para outras pol ticas sociais Portanto extremamente importante reduzir o custo econ mico mediante medidas de preven o GON ALVES et al 2003 MENDES 2001 SCHLOSSER et al 2002 Segundo a OIT mortes por doen as e acidentes de trabalho aumentaram no mundo entre 2003 e 2008 de 2 31 milh es para 2 34 milh es Portanto 6 3 mil trabalhadores morreram diariamente por causas ligadas s suas atividades laborais ANU RIO BRASILEIRO DE PROTE O 2013 No Brasil os dados da Previd ncia Social apontam para a tend ncia de crescimento da ocorr ncia de acidentes laborais desde 2001 mostrando que apesar dos esfor os de diversos rg os governamentais das entidades sindicais de empregadores e dos trabalhadores e de diversas institui es que se dedicam preven o os acidentes de trabalho ainda representam um problema grave para a sociedade BRASIL 2011b O custo total dos acidentes atinge aproximadamente R 71 bilh es anuais representando cerca de 9 da folha salarial anual do trabalho formal no Brasil conforme declarado pelo Prof Jos Pastore em Seminario de Preven o de Acidentes de Trabalho realizado pelo Tribunal Superior do Trabalho em 2011 PA S 2011
208. la o com o acidente de trabalho O leque de fatores causais por vezes n o se justifica pois n o foi apurada rela o entre a identifica o desses fatores como presente nas origens dos acidentes com as informa es constantes nas descri es dos acidentes e nos dados analisados Oportuno levar em considera o que o SFIT s permite a inser o de descri es do acidente com at 25 linhas fato que limita relatos mais completos dos acidentes induzindo o analista a inserir em alguns casos a vers o resumida dos 172 casos Outro aspecto importante a limita o de fatores causais em no maximo 10 causas prejudicando por vezes uma an lise mais aprofundada da situa o que gerou o acidente A aus ncia de rela o de fatores causais com as informa es do acidente constantes no SFIT pode estar associada disposi o e a maneira de inser o de dados no sistema Isso porque a tabela de fatores disposi o da fiscaliza o n o orienta ou explica o significado dos fatores causais dando margem a subjetividades e ambiguidades na escolha dos fatores causais pelo AFT o que reduz a qualidade das an lises Merece destaque que nas an lises em especial na descri o dos acidentes n o foram encontradas men es ocorr ncia de acidentes como fruto de atos inseguros condi es inseguras ou de outras express es similares Este fato representa um avan o aos que lutam pela desconstru o da concep o dicot mica
209. lhedoras de cana envolvidas nos acidentes n o possu am por aus ncia de concep o no pr prio projeto o que se denomina de interruptor de assento ou sensor de presen a que desliga o sistema de colheita ap s cinco segundos caso n o detecte a presen a do operador no banco da colhedora Foi observado que esta prote o inicialmente n o tinha sido prevista pelos fabricantes e projetistas Na experi ncia da autora e 162 pelas entrevistas colhidas em campo verificou se que as maquinas colhedoras de cana mais modernas s o dotadas desse sistema interruptor de assento Embora esse tipo de dispositivo aparentemente aumente a seguran a das colhedoras sua efici ncia precisa ser testada em situa es de trabalho real Al m disso evidente que o interruptor de assento n o atuaria no caso 4 que envolvia o desencalhe de trator como tamb m n o evitaria o acidente do caso 5 pois o mesmo n o ocorreu com o operador da colhedora de cana e sim com o operador de transbordo que estava posicionado em cima do elevador de cana para ajudar no seu desembuchamento Percebe se por um lado a import ncia de sua implementa o nas m quinas colhedoras de cana porquanto este equipamento impede que o operador deixe a cabine de comando sem desligar a m quina um avan o tecnol gico para a melhoria das condi es de trabalhado dos operadores das colhedoras que tornou obsoleto o projeto das colhedoras que n o os adota Esse fato ilu
210. limpeza quando ocorrem embuchamentos por excesso de cana ou material No dia do AT a m quina estava ligada e a opera o de limpeza de l mimas e a retirada de material obstrutivo das engrenagens ocorriam em per odo noturno A c mara de pequenas dimens es e a limpeza com m quina ligada exige modo operat rio que aproxima partes do corpo de partes m veis ou contidas pelo embuchamento ou seja que retomar o atividade t o logo se desfa a o travamento A m quina opera por tempo dia superior ao preconizado pelo fabricante recebendo apenas manuten es corretivas H pagamento por produ o No compartimento do triturador da colhedora n o havia barreira f sica funcional intertravamentos ou bloqueios ou simb lica sinaliza o visando impedir a entrada do operador no local A aus ncia de barreiras se deve a falhas na gest o de seguran a e a aparente conflito entre produ o e seguran a de modo que privilegia interesses imediatistas de redu o de custos A colhedora foi comprada e colocada em uso sem as barreiras t cnicas indicadas H ind cios de que a atua o da gest o de seguran a seja meramente cartorial Quantidades consider veis de gram neas e cip s na lavoura Ind cios de que o desrespeito a normas tenha origens em pr ticas conhecidas e habituais na empresa provavelmente mais usadas em per odos diurnos Desse modo as estrat gias que teriam falhado a noite seriam as mesmas usadas com sucesso durante
211. locamento da m quina d displays que podem ficar distribu dos nas duas colunas laterais das cabmes ou concentrados em uma depende do layout da m quina e possuem indicativos de temperatura do motor n vel de leo e gua press o do corte de base dentre outros COLHEDORA DE CANA 2008 2012 Apesar da import ncia das m quinas uma das dificuldades encontradas neste trabalho foi a aus ncia de estudos dedicados aos sistemas de prote o das colhedoras de cana prejudicando a dissemina o do conhecimento t cnico sobre seguran a na opera o destas m quinas Verificou se que poucas pesquisas v m sendo executadas na rea com o intuito de caracterizar os acidentes de trabalho com colhedoras de cana de a car identificando sua natureza tipo bem como suas causas com o objetivo de contribuir com sugest es para diminui o dos riscos gerados nos modelos futuros Na realidade a maioria dos estudos de m quinas colhedoras de cana existentes voltada para adapta es nas colhedoras com vista a maior produtividade em campo redu o dos preju zos das soqueiras e de compacta o do solo elimina o de ru dos e mecanismos de elimina o de ndices de impurezas na carga para aumentar a qualidade da mat ria prima fornecida para moagem Em rela o especificamente ao trabalho dos operadores de m quinas colhedoras de cana de a car Silva et al 2011 avaliaram as caracter sticas de uma colhedora e Scopinho et al 1999 des
212. lu o das tecnologias agr colas do setor sucroenerg tico estagna o passageira ou crise estrutural Bioenergia V 37 p 399 442 2013 Dispon vel em lt http www bndes gov br SiteB NDES export sites default bndes_pt Galerias Arquivos conhecim ento bnset set3710 pdf gt Acesso em 31 jan 2014 NUNES E L Manuten o centrada na confiabilidade MCC an lise de implanta o de uma sistem tica de manuten o preventiva consolidada 2001 Disserta o Mestrado Universidade Federal de Santa Catarina Florian polis 2001 ORGANIZA O INTERNACIONAL DO TRABALHO OIT Resolu o sobre as estat sticas das les es profissionais devidas a acidentes do trabalho 1998 Dispon vel em lt http www ilo org public portugue bureau stat res accinj htm gt Acesso em 7 jun 2013 OLIVEIRA F A persist ncia da no o de ato inseguro e a constru o da culpa os discursos sobre os acidentes de trabalho em uma ind stria metal rgica Revista Brasileira de Sa de Ocupacional V 32 p 19 27 2007 Dispon vel em lt http bvsms saude gov br bvs periodicos RBSO 115 pdf gt Acesso em 15 jun 2013 OLIVEIRA P A B Ergonomia e a organiza o do trabalho o papel dos espa os de regula o individual e social na g nese das Ler Dort Boletim Sa de v 19 2005 ORLANDO FILHO J CARMELLO Q A C PEXE CA GLORIA A M Aduba o de soqueiras de cana de a car sob dois tipos de despalha cana crua x cana queimada STAB
213. m 25 jun 2013 SILVA J G O novo rural Nova Economia n 7 p 43 81 1997 Dispon vel em lt http www geografia fflch usp br graduacao apoio Apoio Apoio Valeria Pdf O novo rural br asileiro pdf gt Acesso em 24 abr 2013 193 SILVA M R C Coord Estudos de alternativas ergon micas para a colheita na lavoura de cana de a car Rio de Janeiro Funda o Get lio Vargas Instituto Superior de Estudos e Pesquisas Psicossociais ISOP Centro Brasileiro de Ergonomia e Cibern tica 1981 97 p SILVA M A M Trabalho e trabalhadores na regi o do mar de cana e do rio do lcool Agraria n 2 p 2 39 2005 Dispon vel em lt http www ribeiraopreto sp gov br cerest publicacoes mar cana pdf gt Acesso em 29 jan 2014 SILVA M A M Trabalho e morte dos Severinos nos canaviais paulistas In SYDOW E MENDON A M L Org Relat rio Direitos Humanos no Brasil 2006 S o Paulo Rede Social de Justi a e Direitos Humanos 2006 SILVA M A M Sabe o que ficar borrado no eito da cana Estudos Sociedade e Agricultura V 21 n Pa p 359 391 2013 Dispon vel em lt http r1 ufrrj br esa V 2 o0js index php esa article view 373 368 gt Acesso em 4 fev 2014 SILVA M A JERONIMO E M L CIO A D C Perfilhamento e produtividades de cana de a car com diferentes alturas de cortes e pocas de colheita Pesquisa Agropecu ria Brasileira V 43 n 8 p 979 986 2008 Dispon vel em
214. m a an lise da situa o de seguran a no trabalho real Vale destacar que identificar o n o uso da barreira preconizada ou seja a luva de fios de a o n o deve ser tomada como etapa final e sim como ponto de partida para a an lise de barreiras Ou seja o importante esclarecer as raz es presentes no sistema que expliquem a falha da barreira proposta para controle do risco A explora o n o evidenciou nem a exist ncia de constrangimentos visando impor aos trabalhadores a utiliza o da luva e nem medidas de acompanhamento da eventual ades o Isso sugere que a recomenda o de preven o adotada pela empresa n o passasse de mera formalidade ou libi a ser apresentado ap s o acidente visando atribuir culpa v tima O esclarecimento desses aspectos exige explora o mais detalhada do trabalho real nessas atividades e sistemas Afinal h quanto tempo a atividade era realizada no sistema Ha quanto tempo existia a recomenda o de uso da luva de fios de a o Como se dava o trabalho real para a maioria dos operadores O n o uso da luva era conhecido e tolerado pelas chefias de campo e equipes de seguran a Qual a opini o dos trabalhadores sobre o uso do EPI Havia queixas de interfer ncias na realiza o da atividade Havia press es de produ o associadas O que pensavam os trabalhadores sobre a real prote o oferecida pela luva Havia descren a formal ou relato de acidentes anteriores afetando trabalhador que usava o EP
215. m muito o esfor o realizado LAAT 2010 Pelo que foi visto no corte manual da cana de a car o pagamento por produ o elemento determinante da carga de trabalho e do desgaste dos trabalhadores e possui forte rela o com os acidentes e doen as do trabalho A mecaniza o da cana de a car n o mudou o cen rio remunerat rio A forma de pagamento varia de acordo com o crit rio de cada usina podendo ser exclusivamente por horas trabalhadas ou compostas por uma parcela fixa e outra vari vel Apesar de as pesquisas neste campo em rela o ao corte mecanizado se mostrarem escassas as reflex es a seguir trar o importantes contribui es e dados para a an lise dos acidentes de trabalho objeto deste estudo quanto ao aspecto do pagamento do sal rio por produ o como um dos fatores causais dos acidentes No trabalho manual o sal rio depende da agilidade e destreza do trabalhador e a forma de pagamento utilizada para intensificar o ritmo da produ o No corte mecanizado o ritmo de trabalho intensificado pelo uso da m quina geralmente em sistema de turnos ininterruptos e alternados de trabalho o que permite remunerar o trabalho pelo tempo e n o mais pela produ o fato este que inclusive controla o desempenho do operador SCOPINHO et al 1999 De forma geral o pagamento dos operadores de m quinas colhedores de cana e operadores de puxe corresponde a uma contrapresta o econ mica mensal devida em decorr nci
216. m supridas as queimadas do processo produtivo ALVES 2008a De acordo com o referido autor o que motivou verdadeiramente o adiamento do fim da queima foi o barateamento da m o de obra e o aumento da produtividade do corte manual ALVES 2008a Somente com a assinatura do protocolo Agro ambiental no ano de 2007 associado aos fatores sociais avan os tecnol gicos e vantagens de ordem econ mica como visto no t pico anterior que foi concretizado o processo de mecaniza o da cana iniciado nas d cadas anteriores O m todo australiano de colheita mecanizada de cana picada foi o que prevaleceu no Brasil Nos dias de hoje o modelo adotado pela agroind stria canavieira utiliza m quinas colhedoras de cana picada e trabalhadores para o corte de cana nas reas em que as colhedoras de cana n o podem atuar em raz o da inclina o do terreno da exist ncia de trincheiras em curva de nivel no talh o ou da exist ncia de pedras no canavial O corte mecanizado de cana de a car realizado por m quinas colhedoras de cana autopropelidas operadas por trabalhadores qualificados e habilitados e ocorre no per odo da safra que na regi o Centro Sul do Brasil compreende os meses de abril a novembro com pequenas varia es SILVA et al 2008 J para as regi es Norte e Nordeste a safra acontece entre novembro e abril de cana ano Nos per odos em que n o h colheita denominado entressafra e neles em que h o plantio e a reforma
217. manho devem ser retiradas pois podem danificar a m quina Na situa o do acidente o procedimento utilizado pelos trabalhadores para a retirada de pedras era recolh las ou avisar o l der da frente sobre a exist ncia de corpos estranhos na lavoura Os entrevistados tamb m informaram que em algumas usinas ha uma equipe designada para localizar a retirar essas pedras Na situa o do acidente n o havia essa equipe Pelas informa es analisadas o operador teria descido da colhedora para desembuchar as carambolas do despontador e tamb m n o podemos deixar de levar em considera o que o trabalhador teria descido para possivelmente retirar a pedra no caminho da m quina O sistema sujeito a variabilidades que estabelecem inadequa es entre os meios dispon veis para realizar a atividade e a demanda do trabalho o que pode criar uma nova demanda No caso do acidente a pedra era uma variabilidade e ao checar o que os operadores fazem nessas situa es foi constatado que o comportamento habitual inclu a descer da m quina para retirar o objeto Dessa forma as caracter sticas do sistema denunciam como varia es o corte de cana precoce o embuchamento do despontador da colhedora de cana e a presen a de pedra perto da colhedora de cana que operava sem manuten o nas condi es indicadas pelo fabricante da m quina levando o trabalhador a a o de descer da m quina Esses fatores coligados em conjunto com as falhas de ge
218. mas regulamentadoras pois o m todo adotado neste trabalho orienta para uma an lise na busca de aspectos ergon micos organizacionais e da gest o da produ o al m de caracter sticas cognitivas dos acidentes Entretanto n o podemos deixar de levar em considera o a normatividade positivada vigente ao menos como guia de princ pios e regras m nimas que devem ser seguidas pela empresa e tamb m como balizador para a an lise de barreiras Este m todo busca entre outros aspectos analisar os acidentes por falta ou falha de barreiras cujas origens devem ser explicadas O modelo tem como vantagem se comparado a outros m todos que consideram a multicausalidade a busca das origens ou raz es envolvidas na g nese do acidente estimulando a procura de determinantes do acidente das causas das causas ou das condi es latentes geralmente situadas em fatores organizacionais e gerenciais do processo produtivo ou de sistema de gest o de seguran a al m de aspectos relacionados dimens o cognitiva nos acidentes Ressalta se que de acordo com os idealizadores do m todo podem ocorrer situa es em que o estudo identificar aspectos contributivos que n o necessariamente devem ser investigados pois fora do alcance do controle do sistema entretanto podem ser utilizados como recomenda o de preven o Com base nas concep es de acidentes j difundidas no meio acad mico e entre os profissionais da rea e levando
219. mento da colheita e do transporte do produto j fazem parte do dia a dia de algumas usinas Os softwares t m a capacidade de passar informa es sobre o tipo de solo a geografia do terreno a velocidade da colhedora a quantidade de cana colhida o tempo que a m quina fica em funcionamento o tempo das pausas quantidade de combust vel dispon vel etc Verifica se pois a possibilidade real de um controle do operador e da produ o pois segundo os fornecedores desses softwares poss vel identificar o comportamento do trabalhador e reduzir tempos de paradas n o planejadas A TECNOLOGIA 2013 Neste contexto de posse das informa es acima citadas aliada a quest o do pagamento por produ o poss vel as usinas realizarem compara es de produtividade entre os operados ou entre frentes de trabalho A a o dos operadores de m quinas no nimo de retomar a atividade frente as variabilidades encontradas realiza o de pequenos reparos limpezas ou revis o nas m quinas e para tentar resolver os problemas encontrados o mais r pido poss vel pode resultar em adapta es que geram os acidentes de trabalho Essas adapta es muitas vezes obrigam os trabalhadores a fazer escolhas entre de um lado a es que visem retomar o processo de trabalho e a produ o por m contrariam normas de seguran a e de outro a es que privilegiam a seguran a e implicam em atraso na retomada dos trabalhos ALMEIDA JACKSON FILHO 20
220. n lise de acidente de trabalho que com referido instrumento a opera o tornou se mais segura Apurou se tamb m que nos testes iniciais houve ades o dos trabalhadores ao novo instrumento Pelo exposto com base no MAPA ALMEIDA VILELA et al 2010 foram identificados nesta an lise os aspectos causais discriminados no Quadro 5 107 Quadro 5 Resumo dos aspectos identificados na an lise do acidente de trabalho do Caso 1 usando o MAPA Resumo do acidente de trabalho Descri o do trabalho real An lise de barreiras An lise de mudan as Amplia o conceitual Descri o O acidente ocorreu com a m quina desligada na a o de limpeza ou desembuchamento dos divisores de linhas e grupos de cortes dado o excesso de gram neas e cip s A opera o normal da colhedora apresenta como uma de suas variabilidades o embuchamento dos divisores de linha e prev sua limpeza com uso de fac o e luva de seguran a aproximando partes do corpo e ferramenta cortante A atividade habitual era feita sem o uso das luvas de seguran a em contexto de press es de produ o N o foi poss vel identificar estrat gias adotadas pelos trabalhadores para reconhecer e lidar com situa es tipo de grama presen a de cip s caracter stica da cana etc que aumentem chances de incidentes Indicada a An lise Ergon mica do Trabalho A luva de prote o preconizada n o fornecia a prote o adequada e esperada e n o era usa
221. na c mara do extrator prim rio que faz a limpeza dos toletes retirando a palha e outras impurezas Em seguida os toletes s o transportados atrav s da esteira at o extrator secund rio que faz uma segunda limpeza dos toletes retirando a sujeira remanescente Por fim ap s passar pelo extrator secund rio a cana picada descarregada no ve culo de transporte COLHEDORA DE CANA 2008 2012 A Figura 9 ilustra os principais componentes descritos acima de uma colhedora autopropelida de cana de a car Figura 9 Localiza o dos componentes de uma m quina colhedora de cana de a car autopropelida 1 Desapontador 10 Bojo 2 Disco de Core Lateral 11 Extrator Primaria Fonte Folheto do Fabricante COLHEDORA DE CANA 2012 O operador sentado no banco da maquina tem possibilidade de acionar e regular todos os implementos da colhedora de cana A cabine conta com ao menos os seguintes componentes a painel de controle localizado a direita do operador o acesso a cabine pela esquerda onde se localizam as alavancas e bot es que acionam ou regulam os despontadores 67 rolo tombador corte de base rolo picador extrator primario e secundario cortadores laterais divisores de linha flap elevador e componentos como freio e acelara o etc b pedais para giro do elevador de cana c controle de coluna ou tamb m chamados de coluna de dire o que s o alavancas ou volantes para o direcionamento do des
222. na nos caminh es que transportavam a produ o para a usina MORENO 2011 apud SCOPINHO 1994 Neste per odo as primeiras m quinas cortadoras de cana inteira foram importadas dos EUA entretanto n o houve aceita o do mercado em raz o da grande oferta de m o de obra baixos custos de produ o e elevado investimento envolvido VEIGA FILHO 1998 Na d cada de 60 o carregamento da cana passou a ser feito por guindastes mec nicos GRAZIANO DA SILVA 1982 e come aram as melhorias no corte mecanizado com a importa o das primeiras m quinas vindas da Austr lia mas tais m quinas ainda exigiam a queimada da cana de a car Na poca esse procedimento n o era visto como um problema ainda sem a preocupa o ambiental de hoje NYKO et al 2013 EVOLU O 2013 Nos anos 70 as primeiras configura es de m quinas como as de hoje come aram a ser produzidas no Brasil pela empresa Santal Equipamentos S A segundo a mesma tecnologia australiana da d cada de 1950 com colheita de cana picada MORENO 2010 As pesquisas bibliogr ficas indicam que no final da d cada de 70 estavam presentes nos canaviais paulistas m quinas automotoras importadas da Austr lia tais como a Massey Fergusson e Toft Em 1978 a empresa brasileira SANTAL produziu a Santal Amazon que permitia separar a palha e terra da cana por meio de um sistema de ventiladores e discos de corte basal princ pio usado at os dias atuais ZANCA 1980 RIPOLI RIPOL
223. no campo uma vez que o acidente ocorreu no periodo noturno Embora n o tenha havido medi o de condi es de ilumina o quando da ocorr ncia do acidente a experi ncia da autora em fiscaliza es realizadas noite e os dados colhidos em entrevistas indicam que a ilumina o no per odo noturno nas frentes de trabalho de corte mecanizado prec ria A ilumina o existente costuma ser a proveniente dos far is das m quinas e dos caminh es transbordo que operam no local sendo insuficiente ou inadequada para a realiza o de opera o de desencalhe de m quinas Por fim vale salientar que a situa o de desencalhe de tipo que pode for ar deslocamentos bruscos e sobressaltos capazes de facilitar a libera o de pinos simplesmente encaixados Nesse tipo de acidente pode ser til explorar em que consistem os cuidados preventivos adotados no sistema para evitar acidentes envolvendo a ruptura de cabos de a o A terceira mudan a importante nesse acidente refere se ao fato de a v tima ser um 142 trabalhador terceirizado contratado por empresa prestadora de servi os Essa mudan a embora identificada na an lise n o foi explorada no tocante identifica o de suas origens e nem tampouco no tocante aos equipamentos e pr ticas habituais na empresa Afinal embora seja presum vel que a contrata o desses recursos tenda a ocorrer em resposta a press es de tempo n o foram coletadas informa es que esclarecessem o oc
224. nte francesa privilegia a din mica da atividade humana do trabalho e as estrat gias dos operadores frente s tomadas de micro decis es n o previstas nas normas de seguran a para resolver os pequenos problemas do cotidiano da produ o e a forma de adapta o ao ambiente no sentido de intera o entre o operador e sua tarefa ASSUN O LIMA 2001 GUIMAR ES 2004 31 Rasmussen 1997 enfatiza a necessidade de conhecer o trabalho real com nfase na variabilidade e nas estrat gias mecanismos adaptativos utilizadas pelos operadores descritas pelo autor como adapta es locais que n o est o previstas em normas ou procedimentos mas que na pr tica eliminam reduzem ou at aumentam os riscos de acidentes O autor tamb m traz a no o de migra o do sistema para o acidente frente a um cen rio de vulnerabilidades e da natureza din mica da atividade em que as mudan as e adapta es s o insuficientes para garantir a seguran a do sistema Se por um lado os gestores tomam decis es que levam em considera o a necessidade de produ o e n o a seguran a os operadores por outro lado em face de escassez de recursos e de press es por produtividade e qualidade tomam decis es que criam conflitos de metas e interesses Dessa forma o sistema passa a produzir de modo que n o mais corresponde situa o ideal de gest o de seguran a Trabalhar sem os melhores meios com ritmos acelerados e constantes cobran
225. ntes de trabalho no Brasil e no Estado de S o Paulo segundo o motivo Percebe se que o Estado de S o Paulo constitui uma parcela significativa dos acidentes de trabalho no mbito nacional No per odo de 2009 a 2011 os dados previdenci rios mostram que o Estado registrou mais de 35 dos acidentes t picos ou de trajeto e mais de 30 das doen as do trabalho BRASIL 2011b Importante esclarecer que o Minist rio da Previd ncia Social e o MTE adotam alguns crit rios para a classifica o dos motivos de acidente acidentes t picos s o aqueles que ocorrem em fun o da atividade profissional desempenhado pelo segurado acidentes de trajeto s o 39 aqueles que ocorrem no trajeto entre sua resid ncia e o local de trabalho do segurado e vice versa e doen a do trabalho s o aquelas produzidas ou desencadeadas pelo exerc cio do trabalho BRASIL 2011b 2012 Tabela 1 Acidentes de Trabalho no Brasil e no Estado de S o Paulo segundo o tipo 2009 2011 Fonte Previd ncia Social Anu rio Estat stico BRASIL 2011b Neste cen rio o setor rural em especial a ind stria sucroalcooleira que engloba as atividades de fabrica o de a car em bruto fabrica o de lcool e cultivo de cana de a car representada respectivamente com a Classifica o Nacional de Atividades Econ micas CNAE 10 71 6 00 19 31 4 00 e 01 13 0 00 INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTAT STICA 2013 vem ganhando import ncia na contribui
226. nto ou seja um dispositivo disparado quando o operador levanta de seu assento que desliga automaticamente todas as fun es da m quina No caso da colhedora de cana envolvida no acidente CASE IH A7700 esse tipo de barreira inicialmente n o existia por aus ncia de concep o no pr prio projeto Mas depois do acidente foi instalado nos bancos das m quinas colhedoras de cana um sistema de seguran a denominado modulo heb hidraulic circuit break que tinha como objetivo impedir que o trabalhador sa sse da m quina com os comandos ligados A falta desse tipo de barreiras na colhedora envolvida no acidente pode ser discutida como problema de concep o no equipamento ou comando erro de concep o e neste caso a prote o n o foi prevista pelos fabricantes e projetistas A atual NR n 12 do MTE determina aos fabricantes que a concep o das m quinas deve atender ao princ pio da falha segura item 12 5 da NR n 12 do MTE O mesmo princ pio adotado no Anexo I da NR n 31 do MTE 132 BRASIL 2010a 201 1a O item 31 12 da NR n 31 do MTE regra geral prev que as zonas de perigos de m quinas e implementos devem ser adotas de prote o fixas ou m veis e dispositivos de seguran a interligados que garantam a seguran a dos trabalhadores item 31 12 10 da NR n 31 do MTE Entretanto em raz o das caracter sticas t cnicas e do processo de trabalho h exce es a prote o de partes m veis e
227. ntrados no despontador Figuras 16 A e B Caso 3 Detalhe dos despontadores ou trituradores de ponta da colhedora Vista frontal Conforme apurado a equipe que realizava tarefa de corte mecanizado de cana de acucar no momento do acidente era composta por operadores de colhedoras tratoristas operadores de comboio mecanicos e operador de moto bomba A empresa possu a poca do acidente 05 cinco frentes de corte mecanizado de cana sendo que o acidente de trabalho ocorreu na frente n 02 composta por 08 oito maquinas colhedoras de cana e 12 doze transbordos puxe O operador da m quina Sr x de acordo com os documentos apresentados possuia capacita o e era habilitado para operar a m quina colhedora de cana envolvida no acidente A an lise da documenta o mostrou que as colhedoras de cana da empresa eram todas de um mesmo padr o e eram submetidas revis o corretiva antes do in cio dos trabalhos em campo ou durante a jornada de trabalho quando havia necessidade O Relat rio de Acidente elaborado pelo SESMT da empresa apresentou as seguintes caracter sticas 1 Relata que o acidente de trabalho ocorreu quando o trabalhador a servi o na colheita mecanizada de cana desceu da m quina e aproximando do despontador em movimento foi atingido na cabe a 2 Aponta como plano de a o a ser implementado pela empresa a 124 instala o de dispositivos de seguran a nas m quinas colhedoras de cana e r
228. nual com indica o do seu posicionamento na lavoura Segundo o manual quando abaixar o elevador verificar se ele esta alinhado com a colhedora Se isso n o for feito o bojo do elevador e o alojamento do extrator poder o ser danificados O sistema de abaixamento do elevador deve ser usado para facilitar a manuten o N o dirigir a colhedora com o elevador abaixado pois poder danificar o elevador ao fazer uma curva COLHEDORA DE CANA 2012 O trabalho real por sua vez foi realizado pelo operador da colhedora com a ajuda do motorista do caminh o transbordo Tamb m foi realizado com a maquina ligada e com o elevador abaixado de forma transversal colhedora de cana Visualiza se no trabalho habitual que o comportamento do operador de transbordo ao subir na m quina para ajudar a desembuchar a cana da esteira foi uma rea o esperada e normal frente s dificuldades que o 153 companheiro de equipe enfrentava para a limpeza do elevador de cana da colhedora Esse exemplo de comportamento de coopera o entre colegas sugere que pelo menos na situa o do acidente de trabalho o motorista tinha margens de manobra para agir daquela maneira Geralmente esses comportamentos passam a ocorrer quando a equipe conhecida trabalha junto h algum tempo ou teve experi ncias anteriores de beneficiar se desse tipo de pr tica e n o sofreu repres lias de suas chefias imediatas No dia do acidente pela an lise do material dispon
229. o prec ria A ilumina o que existe geralmente s o as provenientes dos far is das m quinas e dos caminh es transbordo que operam no local sendo insuficiente ou inadequada para a realiza o da opera o de manuten o e limpeza das engrenagens caso seja necess rio As reduzidas dimens es da c mara e as condi es de m ilumina o noite poderiam ter contribu do para o acidente de outra maneira Imaginemos tratar se de trabalhador habituado a adentrar o espa o com a m quina ligada em per odo diurno tendo nessas ocasi es sua seguran a baseada em sua habilidade apoiada na vis o para manter se sem contato com as partes m veis perigosas O sucesso nessas entradas na c mara se daria ent o em situa o de perigo evidente que poderia estimular sua eventual repeti o No hor rio noturno apesar do escuro ser suficiente para mudar radicalmente a seguran a na situa o poderia n o ser percebido como tal por parte do operador E uma vez no interior da c mara mudan as m nimas na amplitude de gestos quando comparados com aqueles do per odo diurno poderiam desencadear o acidente Em outras palavras num primeiro momento de trabalho diurno o trabalhador teria realizado a atividade de desobstru o ou limpeza das engrenagens esteiras e facas do triturador com a colhedora ligada Nas origens dessa pr tica poderia estar o fato de saber que a mesma j era adotada por colegas mais experientes e em situa es similares
230. o Grosso E 90 Goi s EN amp 7 Minas Gerais NS 87 S o Paulo NS amp 7 M dia do centro sul A ss No Estado de SP Ribeir o Preto O 94 Assis A 91 Ara atuba E 90 S Jos do Rio Preto A 34 S o Carlos NS 63 Piracicaba NS 75 493 15 Safra Safra Safra Safra Safra 2008 09 2009 10 2010 11 2011 12 2012 13 wy A Es ORE O ae ss sos gt O uq Hane einai Fonte Dados da UNICA e CTC Materia publicada no Jornal Folha de S Paulo no dia 07 01 2013 MECANIZACAO 2013 52 Conforme levantamento da UNICA no acumulado da safra 2013 2014 at 1 de janeiro de 2014 iniciada em abril a moagem das unidades produtoras da regi o Centro Sul do Brasil alcan ou o recorde hist rico de 594 10 milh es de toneladas de cana de a car Este volume 11 82 maior comparativamente aquele observado no mesmo per odo da safra 2012 2013 UNICA 2014 Pelo ritmo apontado nos referidos balan os o governo paulista acredita que 100 das reas plantadas de cana estar o mecanizadas at o final do ano de 2014 conforme o cronograma do Protocolo Agro ambiental da cana de a car Moraes 2007 amparada em informa es dos sindicatos patronais afirma que em S o Paulo o carregamento transporte e cultivo da cana de a car j eram em 2007 etapas do processo de produ o 100 mecanizadas MORAES 2007 p 881 Estes n meros mostram aspectos das mudan as que o setor vem experimentando nos ltimos anos e consequen
231. o de corre es envolve a realiza o da atividade com a m quina desligada inclusive com a chave no bolso N o foi poss vel fazer a an lise do trabalho real do operador de modo a esclarecer se entrou ou costumava entrar na c mara do triturador com a colhedora funcionando Tamb m em entrevista com trabalhadores n o foi poss vel esclarecer essa quest o Questionados os trabalhadores entrevistados afirmaram n o saber explicar quais os motivos que poderiam ter 111 levado o acidentado a adentrar no triturador da m quina com ela ligada e declararam que n o rotina a realiza o de corre es no triturador com a m quina em funcionamento Um trabalhador indagou se n o seria o caso de o operador ter pensado em checar a m quina sem a inten o de realizar corre es ou limpezas das engrenagens e por isso t la deixada ligada E ao notar a necessidade realizou a manobra com a m quina ligada Em casos de acidentes fatais n o f cil obter colabora o s press es de empregadores soma se medo de envolvimento em processos judiciais e nesse caso n o s o fato do entrevistador ser claramente identificado como agente externo empresa e ligado a organismo conhecido como fiscalizador como ainda o fato de n o ter vinculos pr vios que permitissem seu reconhecimento como digno de confian a pelos trabalhadores Neste caso desligar a m quina poderia implicar em atraso na produ o Como os trabalhadores recebem uma parcel
232. o dia em repetidas ocasi es 120 Por fim vale salientar que esse segundo acidente ocorreu no periodo noturno durante interven o de recupera o manual de incidente dentro de c mara de triturador na por o central ou corpo da m quina provavelmente na limpeza de partes m veis desprotegidas que estariam paradas em fun o de travamento por ac mulo de materiais cortados mas com a m quina ligada uma vez que o acesso zona de perigo n o desligava o sistema Essa localiza o indica segundo parte da m quina que exige melhorias de preven o 5 3 CASO 3 acidente fatal no despontador ou triturador de pontas da m quina 5 3 1 Dados Gerais N mero de trabalhadores no estabelecimento 4 357 Data do acidente Hora do acidente Quantidade de acidentados Tipo de acidente Acidente fatal Data do bito Causa da morte Sexo Data de nascimento da v tima Parte do corpo atingida Acidentado era registrado na empresa fiscalizada Rela o de Trabalho Situa o de trabalho Data de admiss o na empresa Tempo na fun o na empresa Ocupa o Ap s quantas horas de trabalho ocorreu o acidente Agente causador 03 06 2010 10h35min l T pico Sim 07 06 2010 Traumatismo cr nio encef lico de acordo com o Laudo de Exame de Corpo de Delito Masculino 03 05 1981 Cabe a e pesco o Sim Celetista Regular 28 03 2005 05 anos e 02 meses Operador de colhedora de cana de a car Aproximadament
233. o trabalha a mais porque assim deseja Muito pelo contr rio ele trabalha a mais chegando a morrer nos canaviais unicamente porque precisa Sua liberdade de escolha aqui flagrantemente tolhida pela sua necessidade de sobreviver e prover sua fam lia 6 A dignidade da pessoa humana e o valor social do trabalho Fundamentos da Rep blica Federativa do Brasil devem impedir a manuten o de uma situa o que remonta aos abusos cometidos durante a 1 Revolu o Industrial de modo que a coisifica o do ser humano que trabalha nos canaviais realidade que n o se admite h muito tempo Oportuno esclarecer que com a proibi o do trabalho por produ o n o se est negando vig ncia ao principio da livre iniciativa ou da legalidade art 5 II CF 88 Entretanto na colis o entre princ pios constitucionais diante da necessidade de pondera o os princ pios do direito vida sa de da fun o social da propriedade e da dignidade da pessoa humana devem prevalecer em detrimento daqueles H uma rela o de preced ncia condicionada ou seja o princ pio da livre iniciativa continua v lido muito embora com sua incid ncia restringida SARLET et al 2013 I 3 OBJETIVOS 3 1 Objetivos gerais Compreender os reflexos do processo de mecaniza o na colheita de cana de a car no perfil de acidentes de trabalho no setor 3 2 Objetivos espec ficos a Descrever principais achados do processo causal do
234. obiliza o sincronizada das m quinas e trabalhadores envolvidos para garantir um fluxo constante de mat ria prima para a moenda da usina Durante conversa informal com um representante de umas das marcas de colhedoras de cana ele explicou que no Brasil muito alto o ndice de manuten es e problemas mec nicos nas m quinas e isso ocorre principalmente porque em raz o da organiza o da atividade elas s o conduzidas por um tempo superior quele projetado para suportar em m dia de 20 a 22 horas por dia o que requer cuidados constantes Cada frente de trabalho de corte mecanizado de cana geralmente composta por um l der operadores das colhedoras de cana operadores de trator ou caminh o de transbordo da cana motoristas dos caminh es em geral e do caminh o tanque estocam combust vel para abastecimento das m quinas e grande quantidade de gua em caso de inc ndio mec nicos eletricistas e soldadores sendo que estes ltimos laboram nos caminh es oficmna realizando reparo nas colhedoras de cana ALVES 2009 Al m desses trabalhadores existem dois a tr s Pelas observa es da autora em campo apurou se regra geral que o corte mecanizado realizado em frentes de colheita Cada frente tem geralmente quatro colhedoras entretanto esse n mero n o fixo e dependendo da gest o de cada empresa Cada colhedora precisa ter a ela associados pelo menos dois conjuntos de transbordo que podem ser operados por
235. odo MAPA DEDICATORIA AOS meus pais Jo o Carlos Buzzi Rodrigues Ivani Andreossi Rodrigues pelos ensinamentos pela forma o de car ter e exemplo de vida e dignidade AGRADECIMENTOS Ao Prof Dr Ildeberto Muniz de Almeida meu orientador pelos ensinamentos de grande valor por acreditar em mim e que com muito carinho paci ncia educa o e simpatia sempre demonstrou disposto a colaborar com meus estudos Aos membros da banca Prof Dr Rodolfo Andrade Gouveia Vilela Profa Dra Maria Dionisia do Amaral Dias Dra Maria de Lourdes Moure e Profa Dra Cristiane Murta Ramalho Nascimento que com muita gentileza contribu ram com minha qualifica o com sugest es e orienta es valiosas para este estudo A Se o de Seguran a e Sa de do Trabalhador da SRTE SP em especial ao Celso de Almeida Haddad e Viviane de Jesus Forte pelo incentivo e colabora o com o presente trabalho Ao meu namorado Caio pela ajuda companhia paci ncia e compreens o durante a realiza o dos estudos A minha fam lia e amigos pelo apoio e incentivo no dia a dia Aos colegas do curso de mestrado pela agrad vel conviv ncia e amizade Aos colegas Auditores Fiscais que contribuiram com sugest es material de estudo e troca de experi ncia Aos funcion rios da Se o T cnica de P s gradua o da Faculdade de Medicina de Botucatu pelo tratamento cordial que sempre recebi e aten o durante o per odo do curso
236. olhedora As Figuras 12 A e B ilustram a situa o narrada Figuras 12 A e B Caso 1 Detalhe do equipamento tipo foice utilizado para realizar a limpeza dos divisores da maquina e ilustra o da atividade em campo As Figuras 13 A e B demonstram sequencialmente a atividade de limpeza dos cilindros da m quina com o equipamento tipo foice at a sua conclus o Mesmo com o uso do equipamento foice em algumas situa es restam cip s e palhas que est o cortados nos cilindros Nesse caso necess rio o uso do sistema de revers o com a m quina ligada para que o material seja jogado para fora e a limpeza seja conclu da Figura 13 A e B Caso 1 Foto em detalhe da atividade de limpeza do grupo de corte da m quina e posteriormente o estado da m quina com a limpeza conclu da 100 No documento Relat rio de Investiga o de Acidente de Trabalho elaborado pela empresa a Fiscaliza o percebeu equ vocos no enfoque dado no que tange s a es preventivas ou corretivas propostas para o acidente ocorrido pois a conclus o sobre o acidente foi Conscientizar a todos para que prestem mais aten o quando forem fazer limpeza do divisor de linha pois o fac o bem afiado si transforma numa fonte geradora de acidentes sic Nota se que o desfecho conferido inicialmente pela empresa foi o de atribui o de culpa ao acidentado ao propor no Relat rio de Investiga o de Acidente de Trabalho como medida pr
237. operadores com o tema dos acidentes respeitando as opini es avalia es e situa es vivenciadas no cotidiano Os questionamentos iniciais versavam sobre a ocupa o do trabalhador hor rio de trabalho tempo de servi o na empresa e na fun o atual e sobre o trabalho que realizava em campo a fim de obter dados sobre a atividade e identificar a tarefa as estrat gias ou os modos operat rios e comportamentos usados na execu o do trabalho Em seguida as perguntas foram voltadas para compreender os acidentes de trabalho reestudados e para entender que motivos o acidentado teve para considerar adequada a forma de agir na situa o que antecedeu o acidente Foram evitados questionamentos do tipo como ou por que o acidentado agiu da forma que originou o acidente DEKKER 2002 No decorrer das entrevistas verificou se que as falas dos trabalhadores se repetiam e n o acrescentavam informa es novas em rela o ao funcionamento das colhedoras e seus componentes descri o do modo operat rio e os aspectos relacionados aos acidentes no sentido de entender o ocorrido e o que teria levado o acidentado a adotar a a o no dia do acidente Dessa forma foi utilizado o princ pio da satura o nas entrevistas BERTAUX 1980 A satura o ocorreu quando passado certo n mero de entrevistas novas n o acrescentaram informa es diversas ao menos em rela o ao objeto da pesquisa Acrescenta se que a satura o tamb m foi verific
238. organizacionais e de gest o de seguran a que influenciam na g nese dos acidentes de trabalho A mecaniza o do corte de cana para os produtores t m significado aumento de produtividade com melhoria da qualidade da mat ria prima diminui o de custos de produ o e maior agilidade na amortiza o do capital investido em renova o dos canaviais e inova es tecnol gicas Entretanto para os trabalhadores rurais as condi es de trabalho impostas al m de deteriorar a sa de e seguran a no trabalho est o ocasionando acidentes de trabalho graves ou fatais Pelos resultados apresentados neste estudo a mecaniza o do corte de cana de a car no Estado de S o Paulo tem imprimido importantes mudan as nas rela es de trabalho porquanto foi observado que os acidentes tendem a ser mais graves O que se buscou demonstrar que a tecnologia e a mecaniza o do corte de cana de a car com a introdu o de m quinas pura e simplesmente sem estar acompanhada de mudan as na gest o da atividade e da organiza o do trabalho em nada contribui para a melhora das condi es de trabalho Como visto a aus ncia de planejamento e gest o de seguran a traz novos riscos sa de dos trabalhadores em detrimento do processo produtivo Na realidade a sa de do trabalhador das frentes de trabalho de corte mecanizado de cana deixada para segundo plano ganha import ncia com a ocorr ncia dos acidentes de trabalho em especial os graves
239. orias na produtividade e baixo custo operacional que ocorreu principalmente para atender a demanda de mat ria prima e produ o das usinas Segundo Narimoto 2012 as m quinas colhedoras podem ser classificadas de quatro maneiras a quanto fonte de pot ncia podem ser autopropelidas ou montada lateralmente ao trator b quanto ao rodado s o de esteiras ou pneus c quanto ao n mero de linhas de cana cortadas por vez s o de uma ou duas ruas e d quanto ao tipo de mat ria fornecida pode ser colmos inteiros ou fracionados As m quinas em geral colhem apenas uma linha de cana de a car Apenas recentemente entraram em opera o m quinas capazes de colher duas linhas ruas de cana por vez entretanto ainda se discute a sua viabilidade de produ o pois se tornariam mais pesadas e maiores podendo gerar dificuldades de locomo o e danos ao solo NYKO et al 2013 A medida que os estudos avan avam as condi es de opera o s o aprimoradas rolo 63 picadores com di metro maior introdu o de 4 facas picadoras ao inv s de 3 ventilador do extrator prim rio com 4 p s introdu o dos trituradores de ponta aprimoramento dos circuitos e componentes el tricos e hidr ulicos etc NEVES 2003 Para operar em terrenos mais pantanosos e com o objetivo de reduzir a compacta o do solo foram lan adas m quinas com sistema rolante de esteiras em op o transmiss o com pneus As colhedoras com pneus s o mais f
240. orrido poss vel que isso tenha sido influenciado por falta de experi ncia da equipe no uso dos conceitos adotados no MAPA Amplia o conceitual Do ponto de vista da amplia o conceitual para o MAPA importante entender o trabalho prescrito e o trabalho real com suas variabilidades e ajustes A pr tica de engatar um cabo de a o colhedora de cana para promover o desencalhe do trator transbordo foi utilizada antes inclusive no mesmo dia do acidente An lise complementar pode revelar que essa escolha tem origens na hist ria do sistema sendo as mesmas adotadas em situa es em que seu uso resolveu variabilidades presentes A maneira de fazer o trabalho de desencalhar o trator era considerada normal e aceita pelos trabalhadores da equipe sendo realizada de forma habitual pois era bem sucedida E no trabalho real que se situa a explica o dos fatores causais do acidente ABRAH O 2000 FERREIRA 2000 ASSUN O LIMA 2001 LAURIG 2002 Durante as observa es e entrevistas os trabalhadores foram un nimes em n o cogitar o uso da m quina colhedora para o desencalhe de equipamentos na lavoura canavieira Eles informaram que em caso de encalhe de maquin rios seriam utilizados tratores ou caminh es para efetuar o desencalhe e n o as m quinas colhedoras que n o possuem for a ou estrutura para tal opera o Tais falas mostram coer ncia com comportamento comum em situa es p s acidente qual seja a de reme
241. ou se a discutir os chamados Protocolos Agro ambientais uma nova edi o da discuss o entre governo organiza es sindicais e empresariais para englobar boas pr ticas de produ o sucroalcooleira O intuito dos protocolos minimizar os impactos ambientais da atividade canavieira e implica na ado o da colheita mecanizada que como ja especificado na legisla o citada acima consiste em uma tecnologia que apresenta limita es quanto declividade do solo No Estado de S o Paulo o protocolo foi assinado em 2007 entre as usinas os produtores e fornecedores de cana e o Governo do Estado e estipulou metas para antecipa o do fim da queimada da palha de cana at o final de 2014 em reas com declividade menor que 12 doze por cento e para 2017 para as reas com declividade superior a 12 De acordo com dados da Secretaria do Meio Ambiente do Estado de S o Paulo ltima atualiza o em 01 11 2013 o Protocolo Agro ambiental do Setor Sucroalcooleiro Paulista estabelecido em 2007 j contava com a ades o de 151 usinas e de 27 associa es de fornecedores e plantadores de cana S O PAULO 2013b Apesar de o protocolo n o ter for a de lei ou seja n o substituir a Lei Estadual n 11 241 2002 e n o ser obrigat rio as usinas aderiram e houve grande aceita o A partir de 2007 as empresas do setor programaram anos 25 da meta a cada 5 anos com inicio do prazo a contar da vig ncia da lei ou seja ganhando se 4 anos
242. para as colhedoras de cana aplica se essa exclus o para a rea de corte ou recolhimento da cana de a car a ser processada e rea de descarregamento do material picador e transportador de material BRASIL 2011a A an lise de barreiras tamb m inclui checagens de pr ticas da gest o de seguran a da empresa sendo uma delas a investiga o realizada para esse acidente que concluiu atribuindo o ocorrido a falha no procedimento do operador deixando de explorar origens dessa suposta falha e por isso mesmo pouco contribuindo para a preven o de eventos assemelhados Nesse contexto o peso atribu do neglig ncia imprud ncia descuido e exposi o desnecess ria ao perigo evid ncia emiss o a priori de ju zo de valor em detrimento de busca dos reais fatores envolvidos na g nese do acidente de trabalho resultado que aponta infelizmente para uma vis o monocausal do acidente j ultrapassada em detrimento de fen menos sabidamente pluricausais ALMEIDA 2003a 2006a Na an lise de barreiras o importante na an lise do acidente de trabalho n o identificar os erros do trabalhador como apontado pela empresa mas conhecer as raz es que tornaram os erros ou viola es poss veis e os fatores organizacionais e de gest o de produ o presentes no sistema que possibilitaram o desencadeamento do acidente Pela norma alguns itens das colhedoras de cana n o estariam protegidos e a aus ncia de barreiras de seguran a n o
243. po e de produ o Deve se pensar ent o em como proceder nos casos de recupera o manual de incidente t cnico para retomar o sistema A primeira solu o seria a mecaniza o da recupera o manual com a introdu o por exemplo de dispositivos de recupera o mec nica com a finalidade de desfazer o travamento pois o ideal n o depender do sistema manual Reason 2000 com raz o enfatiza que mais f cil mudar as condi es do trabalho do que o comportamento do trabalhador Outra hip tese seria a elimina o do embuchamento ou introdu o de mecanismos que melhorem a confiabilidade da m quina de modo a evitar ou diminuir consideravelmente os incidentes t cnicos embuchamentos Em outra vertente pelo reestudo dos casos a cr tica que se faz a ado o pelos tomadores de decis es de gest es comportamentais sabidamente pouco eficazes em termos de preven o para solucionar problemas graves principalmente para as atividades de recupera o manual do incidente Em rela o colheita mecanizada de cana foi apurado que os trabalhadores nesta atividade s o os cortadores manuais de cana boias frias que passaram por uma requalifica o com a realiza o de cursos profissionalizantes para exerceram as novas fun es e 164 em alguns casos at mesmo alfabetiza o H tamb m os empregados que j operavam m quinas da pr pria empresa e foram qualificados e t m os que s o advindos de outr
244. pois ao inv s de as empresas investirem em medidas efetivas de preven o adotam posturas camufladas que n o analisam as reais causas do acidente no mbito tecno organizacional e acabam privilegiando a es que atuam na penaliza o dos comportamentos dos trabalhadores portanto inadequadas e ineficazes Estudiosos do tema t m criticado duramente as an lises de acidentes conduzidas n o s no mbito das empresas como tamb m de inst ncias governamentais que identificam o comportamento do trabalhador como o fator do acidente Esses acidentes deixam de ser compreendidos como sinal de disfun o do sistema e portanto n o s o analisados de forma a contribuir para a seguran a do mesmo WOODS COOK 2002 ALMEIDA JACKSON FILHO 2007 Em contraposi o abordagem tradicional novos modelos de an lise de acidentes de trabalho surgiram na literatura acad mica e t m ganhado for a e reconhecimento por parte dos pesquisadores do tema al m dos profissionais respons veis pelas an lises de acidentes de trabalho ALMEIDA 2003b Neste contexto a literatura vem consagrando a concep o multicausal de acidentes de trabalho ampliando os horizontes das an lises e minimizando a import ncia conferida aos fatores humanos Os acidentes de trabalho passam a ser vistos como consequ ncias de intera es sociais 21 e t cnicas que ocorrem nos sistemas produtivos resultado de fatores m ltiplos para explicar a ocorr ncia do
245. r a pr ximas ao solo Ha tamb m as inadequacdes ergon micas decorrentes de posturas for adas motivadas pelo pagamento por produ o e impr prias formas de gest o e organiza o do trabalho SCOPINHO et al 1999 ALVES 2006 ROCHA 2007 NASSIF 2007 Pelo exposto percebe se que a introdu o das m quinas colhedoras de cana diferentemente do que se pensava est imprimindo novos perigos ao setor sucroalcooleiro e n o os minimizando Alterou se o ritmo de trabalho o per odo de trabalho em turnos noturnos e em escala de revezamento e a forma de organiza o e gest o da atividade no geral Se por um lado o corte mecanizado de cana contribui para diminuir os riscos f sicos radia o solar calor frio mudan as de temperaturas qu micos poeira e fuligem da cana e mec nicos por outro n o eliminou os riscos biol gicos e qu micos e acentuou as cargas laborais do tipo ps quica e f sicas e novos elementos de risco como ru do e vibra es surgiram Do ponto de vista da atividade para se ter uma ideia do desgaste ps quico cotidiano que enfrentam os operadores de colhedoras segue a descri o resumida das fun es m nimas que eles desempenham controlar a velocidade da m quina para evitar o seu embuchamento modificar a altura do corte basal de acordo com a cana a ser cortada alinhar a m quina com a movimenta o do transbordo que opera ao seu lado modificar a altura das l minas de desponte da cana seguir a linha
246. r mundial de a car BUESCU 1977 A transforma o da cana de a car respons vel pela defini o do modelo agroexportador brasileiro BUESCU 1977 A partir dos anos 70 com o Programa Nacional do Alcool PR ALCOOL e com o incentivo e regulamenta o do setor pelo Governo a agroind stria canavieira passou por importante transforma o pois deixou de ser exclusivamente voltada para o setor de alimentos energ ticos e passou a fomentar a produ o de combust vel Neste contexto a produ o e moagem de cana de a car cresceram consideravelmente impulsionadas pelos subs dios e prote o do Estado e em pouco tempo o pa s criou uma ampla rede de distribui o de lcool hidratado adaptou ve culos e desenvolveu tecnologias para o uso do lcool anidro como aditivo para combust veis A partir de ent o os principais produtos gerados pelo sistema agroindustrial da cana de a car s o o a car o lcool e outros subprodutos NEVES BATALHA 1998 Em rela o colheita da cana de a car esta foi processada historicamente de forma totalmente manual desde o corte da base at o carregamento valendo se de uma grande demanda de for a de trabalho Regra geral na colheita manual o corte precedido da queima da palha da planta que ocorre de 24 a 48 horas antes cujo principal objetivo facilitar e baratear o Pro lcool um programa de incentivo federal criado durante o regime militar com a finalidade de
247. r realizado a maior parte do tempo sem operadores atuando nas proximidades desses pontos permite afirmar que nesse per odo n o haveria pessoas expostas ao risco de acidentes nesses pontos da m quina Conforme j mostrado o risco passa a existir naquelas situa es do trabalho real em que variabilidades do funcionamento normal da colhedora passam a exigir interven es nas proximidades de partes m veis desprotegidas Uma eventual an lise preliminar de perigos e riscos que desconsiderasse esses momentos da atividade n o poderia deixar de registrar o perigo presente na situa o mas poderia desconsiderar a exist ncia de risco A an lise de barreiras nesse caso encontra refer ncia exist ncia de suposta recomenda o de seguran a n o escrita determinando que em caso de tentativa de recupera o manual de embuchamentos de despontadores o sistema deveria ser previamente desligado Merece registro o fato de que alega es semelhantes s o comuns em casos de acidentes fatais buscando desse modo explicar o ocorrido como resultado de falha ou erro da v tima que uma vez reconhecida como culpada permitiria tamb m que o sistema fosse mantido intocado como se seguro fosse Nas condi es do acidente a colhedora operava sem barreiras passivas ou autom ticas 131 Gielen 1992 de preven o contra acidentes com partes m veis do despontador Ou seja trata se de sistema em que h risco potencial de acidente grave operado em que
248. r acesso ao banco de dados do Sistema Federal de Inspe o do Trabalho SFIT do Minist rio do Trabalho e Emprego para coleta e an lise das informa es sobre os acidentes de trabalho no setor sucroalcooleiro em especial com as m quinas colhedoras de cana de a car e afins Observamos que vedado identificar direta ou indiretamente os empregadores que sofreram a a o fiscal bem como informar individualizar os resultados da fiscaliza o nas referidas empresas s o Paulo 25 de junho de 2012 i Pal A lin A kek Viviane J Forte Chefe do Setor de Controle e Avalia o SECAV SEGUR SRTE SP Vinane J Porte AFT thre SECA SEGURA CH 20507 3 206 Servi o P blico Federal Minist rio do Trabalho Emprego Superintend ncia Regional do Trabalho e Emprego no Estado de S o Paulo se o de Seguran a Sa de no Trabalho SEGUR S o Paulo 13 de agosto de 2012 Declara o DECLARO que tenho ci ncia e autorizo a servidora D bora Andreossi Rodrigues mestranda em Sa de Coletiva do Programa de P s Gradua o da Faculdade de Medicina de Botucatu FMB UNESP que desenvolve o projeto de pesquisa denominado Acidente Fatal em colhedora de cana o olhar atrav s do MAPA omentado pelo Prof Dr Ideberto Muniz de Almeida a ter acesso aos relat rios de an lise de acidentes efetuados pelos Auditores Fiscais do Estado de S o Paulo bem como ao banco de dados do Sistema Federal de Inspe o do T
249. r do ambiente c digo 201 se refere ao local em que se desenvolve a atividade e incluem aspectos como caracter sticas das edifica es instala es el tricas presen a de ru do calor frio umidade condi es de ventila o condi es de circula o estado de organiza o e limpeza espa os de trabalho etc Neste estudo os fatores do ambiente est o relacionados principalmente s condi es de ilumina o e terreno irregular nas lavouras de cana de a car Em outro diapas o de forma preponderante nas an lises inseridas no SFIT temos os fatores da organiza o e gerenciamento das atividades e da produ o c digo 204 que est o 171 relacionados s decis es adotadas pelos diversos escal es da empresa incluindo os locais para suas instala es tecnologias e meios a serem utilizados fornecedores de mat rias primas pr ticas gerenciais e estrat gias dos processos decis rios al m das formas de organiza o das atividades e da produ o BRASIL 2001 Para contextualizar este grupo de fatores est ligado ao conceito de condi es latentes defendida por Reason 1997 resultantes de decis es gerenciais que em muitos casos n o se manifestam instantaneamente no sistema mas inserem vulnerabilidades fundamentais que em determinado momento interagem e criam condi es para a ocorr ncia do acidente Nos casos estudados a presen a dos fatores organizacionais e gerenciais est influenciada por aum
250. r excesso de trabalho em raz o do pagamento do sal rio por produ o e tamb m para atingir as metas fixadas pelas usinas e assim garantir vaga na pr xima safra De acordo com os pesquisadores ha forte rela o entre o pagamento por produ o e os acidentes doen as e morte de trabalhadores SILVA 2005 ALVES 2001 2006 LAAT et al 2008 NOVAES 2007 RIBEIRO 2008 LAAT 2010 GUANAIS 2002 2010 2011 REIS 2012 Na realidade o cortador de cana submetido modalidade de pagamento por produ o n o trabalha mais porque quer e sim porque precisa pois sub remunerado Em geral o metro de cana cortada pago em centavos de Real valores que em 2009 variaram entre R 0 18 a R 0 30 aproximadamente a depender do tipo da cana o que obriga o cortador a laborar muito al m do que deveria para auferir um sal rio mensal razo vel SILVA 2013 A liberdade de escolha flagrantemente tolhida pela sua necessidade de sobreviver e prover sua fam lia Se o trabalhador que est submetido a est mulo financeiro para trabalhar mais e mais o maior e nico benefici rio o setor produtivo que se favorece deste trabalho Alves 2008b descreve e calcula minuciosamente todos os movimentos e 7 O TRT 15 regi o j h muito tempo decidiu N o h d vida de que remunera o por unidade de produ o estimule o trabalhador a produzir mas interpreta o avessa l gica econ mica e ao direito que o excesso de jornada s at
251. rabalho SFIT do Minist rio do Trabalho e Emprego para coleta an lise das informa es sobre os acidentes de trabalho no setor sucroalcooleiro em S o Paulo em especial com as m quinas colhedoras de cana de a ear e afins Observamos que vedado identificar diretamente os empregadores que sofreram a a o fiscal bem como informar individualizar os resultados da fiscaliza o nas referidas empresas Att 4 Celso de Almeida Haddad Chefe Estadual da Se o de Seguran a e Sa de no Trabalho SEGUR SRTE SP 207 208 ANEXO 5 Ficha de roteiro elaborado pela autora com base no MAPA Dados gerais do acidente Identifica o Descri o do Trabalho habitual situa o sem acidentes Trabalho prescrito Descri o do acidente Trabalho real com suas variabilidades e ajustes na busca de identifica o de estrat gias e modos operat rios Utiliza o do conceito de An lise de mudan as Utiliza o do conceito de An lise de barreiras explorar falhas e inexist ncias de barreiras Busca da amplia o conceitual da an lise Poss veis recomenda es para preven o 209 ANEXO 6 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido Voc est sendo convidado a para participar como volunt rio em uma pesquisa Ap s ser esclarecido a sobre as informa es a seguir no caso de aceitar fazer parte do estudo assine ao final deste documento que est em duas vias Uma delas sua e
252. ral A evolu o de condi es ou fatores interinos produto de uma s rie de decis es ou aus ncias delas cria uma situa o desfavor vel no qual o acidente pode se desenvolver ALMEIDA 2006b Reason 1997 tamb m defende a concep o de que os acidentes s o resultados de fatores do contexto organizacional Entretanto o autor alinha se com o conceito de que os acidentes s o desencadeados por uma libera o de energia potencialmente perigosa que ultrapassa as barreiras existentes no sistema fruto dos erros ativos e condi es latentes Assim o acidente apresentado como consequ ncia das falhas ativas e condi es latentes REASON 1997 ALMEIDA 2003b 2006b VILELA et al 2007 Ao explorar os conceitos de erros ativos comportamentos do operador em um 29 momento de proximidade imediata do desfecho do acidente e condi es latentes causas gerenciais organizacionais ou de projeto presentes no sistema o autor conclui que os erros ativos s o pouco importantes para a preven o de acidentes pois s o mais efeitos do acidente do que causas As condi es latentes devem ser o alvo priorit rio dos programas de preven o REASON 1990 1997 Reason 1990 1997 adota o modelo do queijo su o para explicar o acidente O sistema se protege por meio de barreiras f sicas funcionais simb licas ou imateriais medidas de prote o existentes dificultando a ocorr ncia do acidente Em um contexto
253. ras causas do acidente VILELA 2003 VILELA et al 2004 O resultado apresentado pelos tomadores de decis es mostra se circunscrito a acontecimentos situados nas proximidades da les o e do acidente propriamente dito privilegiando o uso da ultrapassada teoria do domin como de representa o do acidente resultando em conclus o que responsabilizou o operador pelo infort nio A explica o para o acidente se mostra incompleta pois fundada apenas no comportamento da v tima O desfecho mais gravoso desta conduta a interrup o precoce da an lise do acidente e a inibi o pela 167 melhoria das condi es de trabalho j que as reais causas dos acidentes deixaram de ser analisadas Neste sentido o MAPA contribui para a desconstru o das an lises que visavam atribui o de culpa aos acidentados pois propiciou uma releitura dos comportamentos dos participantes da situa o do acidente e do meio ambiente de trabalho com apoio de conceitos de diferentes campos do conhecimento especialmente da ergonomia da psicologia cognitiva e da engenharia de sistemas Durante as an lise buscou se esclarecer as raz es para a ocorr ncia do acidente e n o julgar o comportamento dos acidentados Nos casos reestudados com apoio de categorias do MAPA o m todo permitiu uma investiga o mais ampla Os resultados do estudo juntamente com os achados previamente descritos forneceram confirma o suficiente de que as causas dos acidente
254. raz a no o de acidente normal ou sist mico Em sua obra publicada em 1984 Normal accidents living with high risk technologies ele enfatiza que os sistemas possuem fortes e complexas interliga es que em um dado momento se unem e desencadeiam o acidente Segundo o autor sistemas complexos t m maior probabilidade de intera es mesperadas que a princ pio seriam de dif cil compreens o pois o trabalhador n o consegue elaborar representa o que lhe permita compreender o que est ocorrendo para guiar sua interven o ALMEIDA 2004 Neste conceito os sistemas t m a possibilidade de gerar uma intera o n o esperada entre fatores elementos ou componentes e quando isso acontece praticamente imposs vel impedir o processo at o desfecho final Por mais que os itens de seguran a sejam implementados os acidentes seriam considerados normais n o por serem frequentes mas por serem inerentes ao sistema tendo origens em sua interatividade complexa ALMEIDA 2006b No modelo de acidente organizacional Llory 1999a b entende que o acidente produto de uma organiza o sociot cnica e n o como sendo resultado de uma combina o azarada de falhas passivas e latentes com falhas ativas e diretas O acidente n o corresponde ao resultado de uma combina o espec fica de erros humanos e de falhas materiais pois para o autor o acidente est incubado no sistema no seu contexto gerencial institucional e cultu
255. rbidade e Mortalidade utilizado no SFIT C digo do fator imediato Descri o do fator imediato 1030396 Exposi o a outras for as mec nicas inanimadas e as n o especificadas 1040006 Exposi o a forcas mec nicas animadas 1040014 Golpe pancada pontap mordedura ou escoria o infligidos por outra pessoa 1040022 Esmagado empurrado ou pisoteado por multid o ou debandada em massa de pessoas 1040081 Contato com espinhos de plantas ou com folhas agu adas 1040090 Exposi o a outras for as mec nicas animadas e as n o especificadas 1040103 Contato com animais marinhos 1050001 Riscos acidentais a respira o E 1060120 Exposi o a outros fatores ambientais artificiais e aos n o especificados 1070045 Contato com ar e gases quentes 1070053 Contato com aquecedores radiadores e tubula o 1060074 Sobrecarga t rmica pelo calor E l lfTf Q Mrrr JJJJ J Z t lfl l l i fl Y 204 Tabela do c digo e da descri o do Fator Imediato de Morbidade e Mortalidade utilizado no SFIT C digo do fator imediato Descri o do fator imediato 1080024 Contato com plantas venenosas 1090003 Exposi o a agentes qu micos e biol gicos 1090062 Exposi o a outras substancias qu micas nocivas e as n o especificadas 1090011 Exposi o a solventes org nicos e hidrocarbonetos halogenados 205 ANEXO 3 Tabela da Classifica o Nacional de Atividades Econ micas CN
256. rceirizada ou se era da tomadora dos servi os usina e de quem era a responsabilidade de levar a m quina at a lavoura Para essa atividade em particular n o havia uma forma prescrita para a realiza o do trabalho A an lise n o conseguiu informa es capazes de esclarecer quais as estrat gias e modos operat rios habitualmente usados pelo conjunto dos trabalhadores ou por sua maioria e que pudessem ser comparados com aqueles usados pela equipe envolvida no acidente Seria importante esclarecer como era fixado o cabo de a o tanto no trator a ser puxado como na colhedora ou outro meio usado para pux lo Nas entrevistas a autora encontrou dificuldades em conhecer as variabilidades os modos operat rios e as estrat gias que o operador acidentado se utilizou para realizar a atividade de desencalhe do trator com um cabo de a o engatado m quina colhedora Nestes casos importante recomendar a realiza o de an lise ergon mica do trabalho do operador de trator puxe sem a situa o de acidente de trabalho com o objetivo de conhecer as variabilidades e os riscos presentes ao trabalho real A an lise do trabalho durante a coleta de dados para o estudo n o evidenciou o uso de m o de obra terceirizada na atividade como variabilidade presente no sistema e por isso mesmo essa condi o n o foi explorada Merece destaque o fato de que em sua an lise o AFT usa equivocadamente a categoria recupera o de incidente t cnico Ness
257. re aqueles da seguran a Conforme os entrevistados a necessidade de limpeza dos divisores de base influenci vel pelo tipo e variedade de cana topografia e condi es clim ticas n o sendo uma situa o corriqueira nas frentes de trabalho de colheita mecanizada apesar de presente de forma constante dado a crescente utiliza o de m quinas nas lavouras do Estado de S o Paulo Assim n o h repeti o excessiva capaz de prejudicar a estrutura osteomuscular e articula es dos trabalhadores todavia a atividade em raz o das condi es acima descrita pode prejudicar a precis o dos golpes de fac o e ser fator causal de acidente Na experi ncia da autora e pelas entrevistas colhidas em campo verificou se que a exist ncia das gram neas depende muito de vari veis em especial do controle por meio de herbicidas ou do uso anterior do terreno Segundo os entrevistados a palha da cana resultante do corte mecanizado impede a presen a de determinadas plantas no canavial entretanto por outro 106 lado ela permite a prolifera o de outras principalmente cip s que requerem um controle espec fico De acordo com relat rio de an lise do Auditor Fiscal durante a a o fiscal a empresa foi notificada e desenvolveu um instrumento tipo foice de corte por fric o ou por tracionamento de l minas que eliminaram os riscos de golpeamento acidental de partes da m o e membros superiores e inferiores Foi constatado conforme a
258. rem de forma limitada no tempo dificultando sua detec o em alguns sistemas os exemplos encontrados no estudo poderiam ser facilmente identificados caso os encarregados da seguran a explorassem minimamente as variabilidades 176 mais frequentes na opera o de colhedoras Atualmente deixar de considerar essas situa es na gest o de seguran a falha inadmiss vel Outro aspecto que tamb m sugere melhoria da seguran a na opera o normal de colhedoras o fato de que um dos acidentes inclu dos no estudo n o envolvia a tipologia recupera o manual de incidente t cnico pois ocorreu durante a tentativa de solu o de outro tipo de variabilidade na situa o de trabalho a saber desencalhar um trator transbordo operado por colega na mesma frente de trabalho no per odo noturno O estudo identifica que novos tipos de colhedoras j presentes no mercado s o dotadas de barreira de preven o dita interruptor de assento que aparentemente pode contribuir para evitar acidentes assemelhados aos descritos uma vez que inibe a religa o autom tica em resposta a corre o do embuchamento ou travamento que paralisou a opera o da m quina Cabe obsevar que no caso 5 o interruptor de assento n o evitaria o acidente pois havia a presen a do operador do transbordo na esteira do elevador de cana e n o do operador da m quina Referido dispositivo tamb m n o evitaria o acidente abordado no caso 4 A pesquisadora n
259. rente de trabalho de colheita mecanizada de cana De acordo com os dados documentais quando do in cio dos procedimentos para colheita do talh o e ap s definida a rea pelo apontador denomina o dada ao funcion rio respons vel por coordenar a frente um dos 109 operadores do transbordo foi chamado pelo acidentado para iniciar a colheita mecanizada de cana O operador de transbordo posicionou se ao lado da colhedora do acidentado e o apontador dirigiu se ao caminh o oficina volante Aguardaram por cerca de 5 minutos e a colhedora que estava ligada n o se movimentou Estranhando o fato o apontador dirigiu se m quina e ao adentrar na cabine n o encontrou o operador Ele ent o desligou o implemento e passou a procurar ao redor o operador quando encontrou parte do seu corpo debaixo do implemento Buscou por socorro acionando o resgate da usina Pelas informa es dispon veis nos documentos possivelmente o acidentado adentrou no interior do implemento pela porta de manuten o para provavelmente executar limpeza ou desembuchamento de mat ria prima e entrou em contato com as facas de corte e demais engrenagens do interior da colhedora tendo seu corpo retalhado em pequenas partes pela m quina 5 2 3 Observa es e achados quando da an lise pelo Auditor Fiscal A seguir s o descritas algumas informa es para o reestudo do acidente coletadas pelo Auditor Fiscal do Trabalho quando da an lise de acidente O aciden
260. resultados obtidos que a mecaniza o do corte de cana de a car no Estado de S o Paulo tem imprimido importantes mudan as nas rela es de trabalho por m tais mudan as n o t m logrado melhoras substanciais nas condi es de trabalho e est o acompanhadas de acidentes de trabalho graves ou fatais O estudo apontou que as an lises dos acidentes de trabalho apoiadas no m todo MAPA mostraram resultados animadores no que se refere amplia o do per metro de investiga o dos fatores causais do acidente e de interven es eficazes de medidas de seguran a alicer adas na dimens o cognitiva e no per metro gerencial organizacional do sistema s cio t cnico das empresas Palavras chave Acidente de Trabalho Colheita mecanizada de cana de a car M todo MAPA Modelo de An lise e Preven o de Acidentes Maquina colhedora de cana de a car ABSTRACT RODRIGUES D A Severe and fatal accidents at mechanized cutting of sugar cane work the view through method MAPA 2014 211f Thesis s Dissertation Faculdade de Medicina Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho UNESP Botucatu 2014 The growth of the sugarcane industry in Brazil and specially in the State of S o Paulo brought up the issue about the safety and health conditions of workers in mechanized cutting of sugarcane plantations Technical political and economic factors as well as the prohibition of sugarcane s straw burning generate
261. rigir aquele tipo de incidente t cnico As origens dessa a o n o estavam em suposta vontade do operador de expor se a perigo nem do fato de que ele tenha sido descuidado A origem do comportamento do operador est enraizada em circunst ncias materiais e sociais do contexto do trabalho como fator que esteve adormecido no sistema Merece ser abordado o posto de trabalho do operador da colhedora ao realizar a limpeza dos divisores de base tendo em vista impossibilidade de sua regula o frente s caracter sticas da atividade exigindo a manuten o de segmentos corporais em posturas for adas angula es ou inclina es que exigem esfor o f sico Na opera o da colhedora em campo n o existe posto de trabalho formal a ser assumido quando da corre o do incidente O operador para realizar a tarefa deve se posicionar da melhor maneira poss vel para realizar o corte da palha cip presos nos divisores de base assumindo posi es do ponto de vista biomec nico inadequadas Uma an lise normativa poderia tentar explicar o evento atribuindo o a falta de an lise ergon mica da tarefa mas conforme discutido na an lise de mudan a e do trabalho real o caminho recomendado o de revelar em que consistiam os meios disponibilizados e as pr ticas gerenciais adotadas para manter a produ o com a colhedora O que aparentemente parece emergir como fator contributivo para esse acidente a predomin ncia dos interesses de produ o sob
262. ro MultiMais Editorial 1999a LLORY M L accident de la centrale nucl aire de Three Mile Island Tradu o de Ildeberto Muniz de Almeida Paris LHarmattan 1999b MARCONI M A LAKATOS E M T cnicas de pesquisa planejamento e execu o de pesquisas amostragens e t cnicas de pesquisa elabora o an lise e interpreta o de dados S o Paulo Atlas 2006 188 MAYTON A G KITTUSAMY N K AMBROSE D H JOBES C C LEGAULT M L Jarring jolting exposure and musculoskeletal symptoms among farm equipment operators International Journal of Industrial Ergonomics v 38 n 9 10 p 758 766 2008 MECANIZACAO atinge 81 da safra de cana no Estado de SP Folha de S o Paulo S o Paulo 7 jan 2013 Dispon vel em lt http www novacana com n cana maquina agricola mecanizacao safra cana estado sp 070113 gt Acesso em 10 set 2013 MEISENBACH J Accidents despite protective devices mistakes by the user or by the designer In DEFREN W KREUTZKAMPF F Org Machine safety in the European Community Tradu o livre de Ildeberto Muniz de Almeida Duisburg Schmersal 2003 p 193 199 Disponivel em lt http www moodle fmb unesp br file php file 2F52 2FMultiplicadores Pira 2FAcidentes Envolvendo Maquinas com Dispositivos de Protecao pdf gt Acesso em 1 out 2013 MENDES R M quinas e acidentes de trabalho Bras lia MTE SIT MPAS 2001 v 13 Cole o Previd ncia Social Dispon vel em lt
263. rofissionais da rea de seguran a da empresa e com eletricistas e mec nicos Pela observa o das colhedoras em funcionamento e pelo exame dos componentes das m quinas Conforme Tabela 5 Realizar um reestudo dos acidentes com base no m todo MAPA Obter dados sobre a atividade e o trabalho desenvolvido pelos operadores de m quinas e os fatores de riscos relacionados com os acidentes de trabalho Identificar a tarefa as estrat gias ou os modos operat rios e comportamentos usados na execu o do trabalho Agregar informa es para o reestudo dos casos com base no m todo MAPA Os procedimentos utilizados serviram para explorar como prop e o MAPA os aspectos da dimens o gerencial organizacional e da dimens o cognitiva ou cultural dos acidentes na busca pelos fatores causais do acidente e medidas de controles eficazes Necess rio informar que as observa es mesmo que n o realizadas no local exato dos acidentes n o influenciaram negativamente os reestudo dos casos e a avalia o das condi es ambientais pois a colheita mecanizada realizada em terrenos com razo vel uniformidade quanto s condi es t cnicas da lavoura e sua topografia e tamb m as m quinas 95 colhedoras de cana possuem certa uniformidade quanto a seu funcionamento e principios A perda principal refere se a poss vel n o esclarecimento da tarefa ou da opera o propriamente dita nos casos reestudados
264. s SRTE s de forma a avaliar a redu o dos acidentes e doen as do trabalho BRASIL 2013 O projeto An lise de Acidente se insere no esfor o de diminuir as condi es de risco ao trabalhador nos ambientes de trabalho De natureza final stica atua sobre as causas dos agravos sa de do trabalhador com o objetivo de prevenir acidentes e doen as relacionadas ao trabalho BRASIL 2011c No boletim informativo janeiro dezembro 2014 o grupo de estudos estat sticos aplicados inspe o do trabalho que realiza an lise estat stica das informa es constantes nos bancos de dados disponibilizados ao MTE busca por meio de ferramentas relacionadas intelig ncia fiscal promover a es fiscais para e melhoria das condi es de trabalho BRASIL 2014 Um dos trabalhos finalizados pelo grupo de estat stica foi mapear a distribui o dos acidentes de trabalho propiciando identificar os setores econ micos priorit rios em cada regi o do Brasil bem como as principais situa es geradoras destes acidentes O relat rio cont m a descri o detalhada de tr s dimens es 1 onde mais se acidenta 2 quem mais se acidenta e 3 como se acidenta 82 Na realidade as diretrizes de fiscaliza o de an lise de acidentes de trabalho associadas as an lises de acidentes realizadas e dispon veis no SFIT e as propostas de mapeamento contendo informa es sobre localiza o geogr fica dos acidentes e as situa es geradoras dispon
265. s acidentes objeto deste estudo ocorridos em frentes de trabalho de corte mecanizado de cana de a car conforme registrados em relat rios de an lises inseridos no SFIT pelos AFT do MTE no per odo de janeiro de 2001 a junho de 2013 b Identificar em reestudo dos casos aspectos do processo causal de acidentes envolvendo m quinas colhedoras de cana de a car e demais equipamentos utilizados em frente de corte mecanizado de cana de a car destacando aqueles identificados com apoio das no es de trabalho normal ou atividade do operador an lises de barreiras an lises de mudan as e amplia o conceitual apresentada no MAPA c Recomendar com base nos reestudos dos cinco casos realizados pelo m todo MAPA medidas de preven o e melhoria das condi es de sa de e trabalho dos operadores de m quinas d Discutir contribui es e limita es da utiliza o do MAPA em acidentes no meio rural nas frentes de colheita mecanizada de cana de a car e seu potencial como ferramenta para a preven o de acidentes no uso de m quinas colhedoras de cana 78 4 PERCURSO METODOLOGICO No Brasil os acidentes de maior gravidade tendem a ser analisados por AFT s da Superintend ncia Regional do Trabalho e Emprego antiga Delegacia Regional do Trabalho ou por integrantes da rea de Vigil ncia Sanit ria ou de Sa de do Trabalho de servi os vinculados ao SUS No presente estudo de abordagem qualitativa em raz o da nec
266. s atividades mais perigosas para o trabalhador rural Para cada tr s acidentes ocorridos no meio rural um deles envolve maquin rios O autor afirma que estudos envolvendo esse tipo de acidente ainda s o escassos no Brasil Os acidentes presentes no corte mecanizado de cana de a car devem ser encarados como um problema de sa de p blica pois tendem a ser graves ou fatais apesar de em menor n mero se comparados com os acidentes oriundos do corte manual De acordo com os dados pr vios pesquisados no SFIT para levantamento qualitativo deste estudo e com base nas entrevistas realizadas os acidentes no corte mecanizado de cana geralmente decorem de manuten es no grupo de cortes ou em demais partes das m quinas durante as atividades em campo Os entrevistados apontaram tamb m a possibilidade de ocorrer acidentes relacionados a tombamentos devido a irregularidades do solo colis es ocorridas principalmente no per odo noturno j que a visibilidade fica limitada e inc ndios causados por superaquecimento das m quinas Nas a es fiscais desenvolvidas pela autora quando da ocorr ncia de acidentes de trabalho no meio rural refor ada pela an lise de documentos e relat rios de acidentes elaborados pelo setor de seguran a e sa de das empresas Servi o Especializado em Engenharia de Seguran a e Medicina do Trabalho SESMT ou Servi o Especializado em Seguran a e Sa de no Trabalho Rural SESTR inclusive das atas de reuni es
267. s constantes nos manuais de opera o consistiria em desligar a esteira do elevador desligar o grupo de corte abaixar a rota o do motor erguer a plataforma dar marcha r e ligar a reversao Essa sequencia de tarefas envolve uma carga elevada de informa es sobretudo depende da mem ria dos operadores o que pode aumentar a probabilidade de omiss es e influenciar no processo cognitivo dos operadores REASON 1997 2002 REASON HOBBS 2003 ALMEIDA BINDER 2004 Se mesmo com a omiss o de alguns passos a tarefa de desembuchamento for bem sucedida a atitude vai se repetir provavelmente no futuro e esse fato n o constar em documentos Desfazer manualmente o travamento nos casos de insucesso do uso do sistema de revers o al m de ser uma mudan a em rela o ao habitual constitui um passo funcionalmente isolado e sem conex o com os passos prescritos o que pode permitir ao operador realizar a opera o sem mobilizar aten o para ela e aumentar a probabilidade de omiss es No acidente verificou se que a omiss o ocorreu quando o trabalhador n o desligou a m quina e os despontadores ao descer da colhedora para possivelmente tentar realizar a atividade de desobstru o das carambolas do despontador Al m disso a m quina n o oferece feedback do comando n o utilizado Nessas condi es apenas o conhecimento pr vio das caracter sticas da m quina poderia proteger o trabalhador Vale lembrar que a omiss o tamb m pode t
268. s de trabalho de corte mecanizado de cana de a car anteriormente analisados por Auditores Fiscais AFT do Minist rio do Trabalho e Emprego MTE e inseridos no Sistema Federal de Inspe o do Trabalho SFIT recomendar com base nos reestudos dos cincos casos realizados pelo m todo MAPA medidas de preven o e melhoria das condi es de sa de e trabalho dos operadores de m quinas e discutir as contribui es e limita es da utiliza o do referido m todo Neste contexto os acidentes de trabalho relacionados aos novos riscos oriundos do processo de mecaniza o do segmento sucroalcooleiro precisam ser analisados de forma a incorporar as modernas concep es e m todos de an lises que partem de uma an lise global das situa es de trabalho e da vis o pluricausal dos acidentes O estudo tem como fonte de informa o a os registros e os relat rios de acidentes de trabalho graves e fatais analisados por AFT b as entrevistas realizadas com 30 trabalhadores sendo operadores de colhedoras de cana de a car operadores de transbordo profissionais da rea de seguran a e sa de da empresa eletricistas e mec nicos das m quinas c as observa es da atividade e das situa es de trabalho nas frentes de colheita mecanizada de cana d os documentos obtidos pela Inspe o do Trabalho na an lise original e os manuais de opera o das m quinas e f as normas legais aplic veis ao objeto desta pesquisa Foi apurado pelos
269. s est o relacionadas principalmente a aspectos organizacionais e gerenciais a aspectos da dimens o cognitiva ou cultural dos acidentes e a problemas de concep o nas m quinas colhedoras de cana As falhas dos operadores foram ajudadas incentivadas ou ainda possivelmente provocadas por erros de concep o al m de aspectos gerenciais As an lises apontaram que as prote es existentes nas m quinas colhedoras de cana foram pensadas para o trabalho normal e n o para as situa es envolvendo incidentes t cnicos que exigem a recupera o manual H lacunas da norma motivadas pela aus ncia de di logo entre quem concebe as m quinas projetistas e t cnicos das empresas com os operadores das m quinas e at com as empresas do setor que convivem com o trabalho real e as variabilidades resultantes da atividade Evidenciou se a inexist ncia da participa o dos trabalhadores na organiza o do trabalho e na concep o das m quinas Para os acidentes analisados que resultaram em bito foi recomendada a realiza o de an lise ergon mica do trabalho AET sem a situa o do acidente de trabalho com o objetivo de conhecer as variabilidades e riscos existentes na atividade porquanto nestes casos a autora encontrou dificuldades no sentido de conhecer os modos operat rios e entender as estrat gias utilizadas pelos operadores A utiliza o do MAPA possibilitou a descoberta n o s das causas imediatas e bvias mas tamb m do
270. s estudos evidenciam os agravos sa de dos trabalhadores na produ o e no corte mecanizado de cana de a car no Estado de S o Paulo e dentre estes est o os acidentes de trabalho SCOPINHO et al 1999 A moderniza o do setor sucroalcooleiro impulsionada pela regulamenta o das queimadas trouxe a mecaniza o do plantio e do corte e consequentemente a exposi o dos trabalhadores a perigos existentes nas m quinas e equipamentos que geralmente s o concebidos sem incorporar os requisitos de seguran a necess rios pois as prote es s o pensadas para o trabalho prescrito em detrimento do trabalho real Tal situa o acarretou um novo perfil de acidentes ou seja os acidentes com m quinas de grande porte espec ficas do setor As m quinas colhedoras de cana t m relev ncia nos acidentes e s o consideradas agentes envolvidos nestes infort nios na medida em que assumem um papel de destaque no estudo dos acidentes com m quinas agr colas em fun o de seu potencial de gerar situa es acidentog nicas e fatais ou das sequelas deixadas nas v timas geralmente amputa es ou mutila es que as acompanham pelo resto da vida 22 A norma Regulamentadora NR n 31 do MTE BRASIL 2011a tem o m rito de acolher o item 31 12 que trata da Seguran a no trabalho em m quinas e implementos agr colas Referida norma concretiza o cumprimento de medidas pol ticas sociais e econ micas que est o previstas em
271. s fatores distantes presentes no pr prio sistema de trabalho e da organiza o chamadas de causas remotas ou distantes do acidente 168 Com base no MAPA as coletas de informa es e sua interpreta o foram feitas com apoio em conceitos da ergonomia da atividade porquanto de grande import ncia a descri o do trabalho real e habitual que foi explorado em especial em suas variabilidades mais frequentes para tentar entender as implica es que as estrat gias e modos operat rios adotados pelos trabalhadores nas regula es t m para a seguran a do sistema O m todo MAPA revelou fatores causais relacionados dimens o organizacional que normalmente s o camuflados pelos representantes das empresas e s o invis veis aos observadores externos e aos rg os de fiscaliza es quando das inspe es de rotinas Outro aspecto marcante no reestudo dos casos de forma extremamente positiva foi a possibilidade de aplicar o m todo em todas os acidentes de trabalho objeto desta pesquisa pois ele funciona como um roteiro aberto e uma ferramenta conceitual a ser ajustada singularidade de cada acidente No MAPA os processos de explora o das causas dos acidentes e incidentes baseiam se em quest es abertas cujas respostas remetem a novas perguntas e assim sucessivamente na busca incessante das causas das causas que em geral s o as causas de origem gerenciais ou organizacionais e cognitivas do acidente ALMEIDA 2006a ALME
272. s funcionais 112 intertravamentos ou bloqueios ou simb licas sinaliza o VILELA 2000 Esse registro importante uma vez que sua exist ncia costuma ser a regra quando se trata de m quinas em geral Se as exig ncias n o se d o nas colhedoras prov vel que isso decorra de iniciativas pol ticas de empres rios rurais e at de fabricantes a t tulo de suposta redu o de custos econ micos na atividade A fragilidade pol tica de trabalhadores poderia atuar como facilitador da vit ria dessa l gica que desconsidera os custos humanos associados a esse tipo de pr ticas A legisla o vigente poca do acidente preconizava a necessidade de prote es fixas ou m veis dotadas de intertravamento na porta de entrada da c mara para evitar que o trabalhador adentrasse no seu interior com a m quina em funcionamento BRASIL s d Entretanto referido dispositivo estava ausente porquanto n o previsto pelo fabricante e tampouco adotado pelo empregador pois a prote o n o existia no projeto da m quina conforme informa es constantes na an lise original do AFT A atual NR n 31 do MTE BRASIL 2011a no item 31 12 anexo I traz a defini o de falha segura Neste sentido a NR n 12 do MTE BRASIL 2010a tamb m adotou expressamente o princ pio no item 12 5 Segundo referido princ pio os processos e sistemas de trabalho devem ser concebidos de forma a antecipar e prever as poss veis falhas e erros
273. s proximidades imediatas do desfecho do acidente corresponde aos erros ativos As condi es latentes se materializam na aus ncia de barreiras no sistema fruto de decis es de projeto ou aus ncia delas e aus ncia de um gerenciamento de seguran a pensado nas variabilidades da atividade em especial quando desenvolvida no per odo noturno Em verdade o acidente est enraizado no contexto organizacional institucional e cultural do sistema LLORY 1999a Do ponto de vista da perspectiva tecnol gica o operador da colhedora pode ter agido sobre o problema conforme pr ticas adquiridas sem question las na condu o do seu agir o que teria desencadeado o acidente LIEBER e ROMANO LIEBER 2004 Entretanto esse comportamento humano como fator da origem do acidente no que tange as vari veis individuais em especial as relacionadas personalidade a atitude em rela o ao risco a idade e sexo n o pode ser considerado em si como fator preponderante para o acidente NEBOIT 2003 Para fins de preven o e gest o de seguran a as limpezas e manuten es sempre devem ser realizadas com a m quina desligada para evitar em especial o seu funcionamento sequencial quando da desobstru o dos equipamentos Tamb m crucial que barreiras de seguran a sejam pensadas tanto no sentido de impedir que a m quina permane a ligada se o trabalhador se ausenta do assento ou por outro lado que sejam previstas as instala es de dispositi
274. s trabalhadores contratados por empresas terceiras encontrados no corte mecanizado de cana de a car geralmente laboram em condi es de precariza o se comparados com os trabalhadores da empresa tomadora que exercem a mesma fun o e portanto sujeitos a acidentes graves na lavoura canavieira A pr tica da terceiriza o tem evidenciado com frequ ncia cada vez mais 144 constrangedora a ocorr ncia de efeitos danosos como o foco na redu o de custos de m o de obra e de direitos minimos assegurados no ordenamento jur dico vigente e o descuido com o meio ambiente do trabalho Estudos mostram que de cada dez acidentes de trabalho oito s o registrados em empresas terceirizadas e de cada cinco mortes decorrentes destes acidentes quatro s o de terceirizados DIEESE CUT 2011 Nas li es de Delgado 2011 o modelo de terceiriza o sofre restri es da doutrina e jurisprud ncia trabalhista que nele tendem a enxergar uma modalidade excetiva de contrata o da for a de trabalho Tem se que as situa es de terceiriza o l citas est o previstas de forma Clara no texto da S mula n 331 do Tribunal Superior do Trabalho A problem tica da terceiriza o da colheita mecanizada de cana de a car e o seu impacto nos acidentes de trabalho uma quest o real e presente nos dias de hoje na lavoura canavieira Uma das implica es para os trabalhadores de cunho jur dico porquanto esse tipo de terceiriza o n o
275. s trabalhadores da cultura canavieira na regi o de Ribeir o Preto Cadernos de Sa de P blica v 13 p 111 121 1997 ALMEIDA I M Construindo a culpa e evitando a preven o caminho da investiga o de acidentes do trabalho em empresas de munic pios de porte m dio Botucatu S o Paulo 1997 2001 243f Tese Doutorado Faculdade de Sa de P blica Universidade de S o Paulo S o Paulo 2001 Dispon vel em lt http www teses usp br teses disponiveis 6 6134 tde 01112001 145305 gt Acesso em 13 fev 2013 ALMEIDA I M Quebra de paradigma contribui es para amplia o do per metro da an lise de acidentes do trabalho In Caminhos da an lise de acidentes do trabalho Brasilia MTE SIT 2003a p 67 84 ALMEIDA I M A an lise de acidentes do trabalho como ferramenta auxiliar do trabalho de Auditores Fiscais do Minist rio do Trabalho In Caminhos da Analise de acidentes do trabalho Bras lia MTE SIT 2003b p 13 39 ALMEIDA I M A gest o cognitiva da atividade e a an lise de acidentes do trabalho Revista Brasileira de Medicina do Trabalho v 2 p 275 282 2004 ALMEIDA I M Trajet ria de an lise de acidentes o paradigma tradicional e os prim rdios da amplia o da an lise Interface Botucatu v 10 p 185 202 2006a Dispon vel em lt http www scielo br scielo php pid S 1414 32832006000100013 amp script sci arttext gt Acesso em 20 maio 2013 ALMEIDA I M Abordagem sist mica
276. sa de f sica e mental dos trabalhadores e propicia o acidente de trabalho Essa situa o se torna ainda mais penosa quando as normas m nimas de seguran a e sa de n o s o observadas como por exemplo aus ncia de local seguro para repouso e alimenta o gua pot vel instala o sanit ria equipamentos de prote o individual e transporte Esses trabalhadores advindos do corte manual de cana carregam a ideia de produ o a todo custo e de naturaliza o dos riscos porquanto s o trabalhadores vencedores que sobreviveram ao corte manual e podem enfrentar as variabilidades no trabalho mecanizado de cana E 1sso pode significar assumir riscos em favor da produtividade o que ocasiona os acidentes de trabalho 3 Segundo dados da UNICA Uni o da Ind stria da Cana de a car 22 700 mil cortadores de cana foram capacitados nos ltimos tr s anos no Estado de S o Paulo para assumir novas fun es e 5 700 mil ex cortadores de cana foram requalificados pelo projeto Renova o mantido pela entidade que representa cerca de 190 usinas do Centro Sul e por parceiros Outros 17 mil foram treinados dentro das pr prias usinas SILVA 2013 165 Na realidade o sistema de pagamento por produ o no corte mecanizado em conjunto com a forma de organiza o do trabalho e da produ o se torna elemento determinante da carga de trabalho e pode agravar os riscos de acidentes envolvendo operadores de m quinas colhedoras de cana e
277. sa tal norma e podem existir cartazes como lembretes adicionais Apenas em rar ssimas situa es existem avalia es da efici ncia de treinamentos ou medidas propostas A teoria de controle sugere que em tais situa es as equipes especifiquem perigos e riscos que se quer combater atuadores a serem usados nesse combate assim como indicadores a serem usados no seu acompanhamento do processo que se quer controlar e feedback a serem recebidos pelos controladores seja da ades o ou n o s tais medidas seja de seu impacto efetivo ALMEIDA 2006b A aus ncia de qualifica o t cnica pode ter influenciado o comportamento do operador materializada pela atitude de tentar desobstruir a esteira do elevador de cana com a m quina ligada e em cima do elevador No caso em an lise a limpeza realizada no equipamento ligado ainda que o elevador estivesse sem movimenta o por estar travado deve ser identificada como um dos fatores determinantes para o acidente e as variabilidades previs veis ou n o est o presentes na execu o das limpezas e manuten es mec nicas das m quinas colhedoras de cana como elementos inerentes A partir do momento que os trabalhadores realizavam a manobra de desobstruir o 159 elevador de cana e antes mesmo de o operador retornar para a cabine de opera o o elevador de cana voltou a funcionar Como a m quina estava ligada e a partir do momento em que houve o desenbuchamento o elevador passou a funcionar s
278. se em considera o essa nova metodologia de an lise de acidente de trabalho denominada de MAPA ser o reestudados os casos de acidentes como proposto neste estudo de forma a contribuir para a preven o de acidentes e para o aprimoramento do m todo 85 4 3 Crit rio para a sele o dos acidentes de trabalho a serem reestudados na pesquisa Inicialmente oportuno esclarecer que a op o de realizar o estudo no Estado de S o Paulo foi motivada pelos seguintes aspectos a o Estado de S o Paulo o maior produtor de a car e lcool da regi o Centro Sul e do Brasil e a cana para a ind stria a principal cultura SCOPINHO 2003 b a autora tem conhecimento do setor e seus problemas no Estado de S o Paulo pois realizou fiscaliza es na regi o de Presidente Prudente no per odo de 2007 a 2010 e atualmente atua na regi o de Ribeir o Preto c a autora tamb m participa de fiscaliza es em feiras de exposi o e nas demais regi es do Estado desde 2007 pois integra o grupo m vel de fiscaliza o rural do Estado e d a facilidade de contato com colegas para dirimir d vidas e solicitar esclarecimentos sobre o acidente caso necess rio Outro aspecto importante que contribuiu para a escolha dos acidentes de modo geral foi o fato de que a descri o do infort nio inserida pelo AFT no SFIT permitiu entender o acidente e seu contexto e possibilitar a discuss o objeto deste estudo Para a sele o dos casos a serem estu
279. sentido Scopinho 1995 assinala que a moderniza o da agricultura canavieira fora das empresas evidencia se pela concentra o de capital fechamento de usinas e diversifica o dos investimentos Nas frentes de trabalho ela caracteriza se pela automa o industrial mecaniza o agr cola flexibiliza o da produ o agr cola e industrial com o advento da terceiriza o em algumas fases do ciclo produtivo no rigor do controle de qualidade e redu o de custos e na moderniza o tecno organizacional Na realidade a moderniza o da agricultura trouxe consigo mudan as no trabalho e nas rela es de trabalho na lavoura canavieira O trabalho baseado na utiliza o intensiva de m o de obra cedeu lugar a ocupa es em capital e produtividade tal qual a utiliza o de m quinas e equipamentos e de produtos qu micos de trabalhos antes tipicamente urbanos A conforma o do novo rural leva a aproxima o e mesmo a jun o do rural e urbano como espa os contiguos SILVA 2005 A despeito dos benef cios do corte mecanizado a utiliza o de diversas m quinas A qualidade se expressa pela necessidade de obten o de certificados para os sistemas de gest o e controle de qualidade do produto atrav s de formas de certifica o nacionais e internacionais como os padr es normativos ditados pela Internacional Standards Organization ISO O bin mio qualidade produtividade nesse novo cen rio representa a b
280. siderados priorit rios pela maior incid ncia de ocorr ncia de agravos sa de e seguran a da popula o trabalhadora de acordo com dados fornecidos pela Previd ncia Social e tamb m pelo hist rico de fiscaliza es Dentre os segmentos priorizados e abordados pelos 81 programas de fiscaliza o est a An lise de Acidentes de Trabalho como um projeto obrigat rio BRASIL 2011c Para o cumprimento das metas o atual planejamento prioriza a es fiscais em empresas que apresentaram acidentes do trabalho fatais exclu dos os de trajeto nos dois ltimos anos e nas empresas com maior n mero de acidentes e doen as do trabalho por Estado segundo dados do INSS BRASIL 2013 A fiscaliza o orientada a inspecionar os itens de normas de NR s mais significativos para a preven o de acidentes e doen as na atividade econ mica inspecionada O planejamento da fiscaliza o baseado no diagn stico e na avalia o das situa es de risco seguran a e sa de dos trabalhadores especialmente as que resultem em doen as e acidentes graves e fatais Em conson ncia com as metas do PPA foi publicada a Instru o Normativa n 88 de 30 de novembro de 2010 do MTE BRASIL 2010c que estabelece diretrizes para as an lises de acidentes de trabalho efetuadas por AFT que prioriza a an lise de acidentes graves e fatais Os resultados das a es de protagonismo na preven o de acidentes de trabalho s o analisadas pela
281. ssumido pela conven o n 155 da OIT A conven o ratificada pelo Brasil torna obrigat ria a ado o de pol ticas p blicas coerentes em mat ria de seguran a e sa de dos trabalhadores e meio ambiente de trabalho com o objetivo de prevenir os acidentes e os danos para a sa de dos trabalhadores que guardem rela o com o trabalho de forma a reduzir ao m nimo os riscos inerentes ao ambiente de trabalho Neste contexto outras raz es legais justificam a realiza o das an lises as normas regulamentadoras do MTE s o de observ ncia obrigat ria pelas empresas exigem que os empregadores planejem controlem e monitorem as condi es de seguran a e sa de do ambiente de trabalho a legisla o previdenci ria prev a majora o das al quotas do Seguro de Acidente do Trabalho SAT em fun o da incid ncia de acidentes e doen as relacionados ao trabalho na empresa e a Constitui o Federal Brasileira em seu artigo 7 inciso XXVIII estabelece indeniza o por danos decorrentes do trabalho BRASIL 2010b 4 2 MAPA Modelo de an lise e preven o de acidentes de trabalho De acordo com Almeida Vilela et al 2010 p 09 o MAPA pode ser descrito como um guia pr tico de condu o da an lise com apoio de conceitos da Ergonomia da Atividade da Engenharia de Seguran a da Psicologia Cognitiva e da an lise de acidentes em Sociologia e Antropologia entre outras disciplinas O m todo prop e a an lise do
282. st o de seguran a foram determinantes para a ocorr ncia do 135 acidente Amplia o conceitual Os itens anteriormente explorados relacionados a omiss o de passos da tarefa e armadilhas cognitivas fazem parte do conceito de amplia o conceitual Para an lise deste acidente n o podemos deixar de citar os fatores relacionados ao ambiente de trabalho em especial a dificuldade de circula o e o terreno irregular Esses fatos podem ter contribu do para a ocorr ncia do acidente de trabalho j que tudo indica que o acidentado saiu da maquina e esteve em contato com o solo Pelo exposto com base no MAPA ALMEIDA VILELA et al 2010 foram identificados nesta an lise os aspectos causais discriminados no Quadro 7 136 Quadro 7 Resumo dos aspectos identificados na an lise do acidente de trabalho do Caso 3 usando o MAPA Resumo do acidente de trabalho Descri o do trabalho prescrito Descri o do trabalho real An lise de barreiras An lise de mudan as Amplia o conceitual Descri o O Acidente ocorreu com o despontador ligado mas fora de opera o por estar travado em situa o de recupera o manual de incidente t cnico para desembuchar os despontadores que interrompem a atividade sem quebra da m quina A atividade de desembuchamento dos despontadores deve ser realizada com a m quina desligada e com a utiliza o do sistema de revers o da m quina automa o No trabalho
283. stra bem as potencialidades das an lises de acidentes como fontes de informa es em busca do aperfei oamento de pol ticas programas e pr ticas de preven o de acidentes Ademais as an lises e descobertas realizadas pela auditoria fiscal do trabalho e por outros rg os permite a incorpora o de novos conhecimentos e a possibilidade de altera o das normas t cnicas vigentes de forma a contribuir para a preven o de acidentes Os casos dos acidentes analisados demonstraram que as regulamenta es t cnicas de seguran a e sa de normas regulamentadoras expedidas pelo MTE sobre m quinas agr colas necessitam estar em constante aprimoramento face aos avan os tecnol gicos visando incorpora o de requesitos de seguran a que a pr tica j indicou como necess rios como o caso dos interruptores de assentos nas colhedoras de cana Nota se que h dificuldade burocr tica do poder p blico em acompanhar os avan os da automa o das m quinas frente aos riscos ja existentes e incubados no sistema mas que se tornam mais vis veis face as variabilidades e modos operat rios dos trabalhadores Comentando a preven o de acidentes em manuten o Meisenbach 2003 elenca cuidados a serem adotados na concep o de m quinas em geral que tamb m se aplicam a colhedoras Um deles refere se localiza o das unidades a serem acessadas em caso de manuten o facilitando lubrifica es e checagens com o operador situado for
284. tado relatou ainda que n o utilizava o equipamento de prote o individual prescrito pela empresa uma luva de prote o com fios de a o para prote o do dedo indicador A v tima foi socorrida pelo servi o m dico emergencial da empresa 5 1 3 Observa es e achados quando da an lise pelo Auditor Fiscal O acidente ocorreu na opera o de retirada de palha e cip s do divisor de linha da colhedora atividade que denominada pelos operadores de limpeza do pirulito Neste ponto importante destacar e detalhar a opera o dos divisores de linha tamb m chamados de divisores de cultura O divisor de linha como o pr prio nome indica separa a linha de cana a ser colhida das linhas adjacentes e conduz a cana para a zona do corte de base da m quina Cada divisor composto de dois cilindros que giram em sentidos opostos fazendo a separa o das linhas Assim ele empurra a cana que n o ser colhida para fora da colhedora e a que ser no centro da linha para a zona de corte Os divisores de linhas por possuir um cilindro rotativo deitam a cana ao toc la e conduzem o feixe de cana para o centro da colhedora onde realizado o corte Durante a colheita dependendo das condi es da lavoura como tipo de cana a ser colhida terreno e condi es clim ticas pode haver palha em excesso ou at mesmo ervas daninhas chamadas de cip s que se enroscam nos divisores de linhas e que podem requerer a sua limpeza Neste contex
285. tante e comprometida da regional do Minist rio do Trabalho na melhoria das condi es deste setor me interessei pela fiscaliza o na rea rural Foi quando comecei a fazer parte do grupo m vel de fiscaliza o rural do Estado de S o Paulo formada por Auditores Fiscais de diversas regi es que mensalmente durante uma semana se re nem e se deslocam para uma determinada localidade para se dedicar as fiscaliza es no setor sucroalcooleiro dentre outras culturas como laranja tomate e caf Concomitantemente s fiscaliza es rurais passei a fazer parte do projeto An lise de Acidente de Trabalho da SRTE SP Ap s os cursos oferecidos pelo MTE que ampliaram a minha vis o sobre a mat ria passei a me interessar e dedicar ao estudo dos acidentes de trabalho sua preven o e as concep es de an lise sempre na perspectiva de contribuir para as melhorias das condi es de trabalho e sa de dos trabalhadores Atualmente desenvolvo minhas atribui es em Ribeir o Preto uma das maiores regi es produtores de a car e lcool do Estado de S o Paulo Ao longo dos anos notei uma sens vel mudan a dos aspectos organizacionais da atividade no setor sucroalcooleiro em que as contrata es maci as de trabalhadores rurais para o corte manual da cana de a car foram sendo gradativamente substitu das pela introdu o das m quinas Essas mudan as me instigaram ao estudo das transforma es pela qual o setor atravessa e os aciden
286. te n o foi presenciado por nenhum dos componentes da frente de trabalho Conforme declara es dos operadores de colhedoras da empresa poca do acidente quando do in cio dos trabalhos al m da opera o da m quina propriamente dita cabem a eles a realiza o de pequenas vistorias e corre es na colhedora visando o seu perfeito funcionamento tais como limpeza de l minas e retirada de material obstrutivo das engrenagens em passagens por onde a cana conduzida Nestes casos segundo os entrevistados necess rio o ingresso do operador no interior da colhedora num local chamado de suflador ou picador ou ainda de soprador ou triturador Este local pode ser descrito como uma c mara onde ap s a cana ser direcionada ao interior da colhedora e sofrer o primeiro corte na base ela passa a ser picada e em seguida soprada para a retirada de palha residual No interior desta c mara existem rolos engrenagens laminas e uma esteira utilizada como elevador para a cana picada ser conduzida ao caminh o transbordo que segue lateralmente colhedora e coleta a cana picada em sua ca amba 110 5 2 4 Fatores causais do acidente inseridos no SFIT O AFT consignou os seguintes fatores causais em sua an lise do acidente de trabalho conforme tabela de c digos que consta no SFIT ANEXO 1 meio de acesso tempor rio inadequado a seguran a 2010135 falha na antecipa o detec o de risco perigo 2020114 e sistema dispositivo
287. te nos locais de trabalho a falta de autonomia do trabalhador diante das determina es normativas impostas pelos empregadores ou seja a organiza o da produ o e o que dela decorre definida pelo n vel gerencial pelas empresas e n o pelos trabalhadores Dessa forma o modo de realiza o da tarefa est ligado aos fatores organizacionais oferecidos pela empresa e ao trabalhador cabe apenas obriga o de execut la sem margem de escolha pessoal Amplia o conceitual O m todo MAPA prop e a amplia o conceitual da an lise Neste caso considerando o modelo de acidente organizacional proposto por James Reason 1997 os comportamentos do operador utilizando o fac o para a limpeza dos divisores de base da colhedora de cana devem ser vistos como exemplos de erros ativos que n o explicam as origens do acidente Por outro lado as decis es gerenciais ou organizacionais denominadas de condi es latentes REASON 1997 que levaram ado o do fac o como suposto instrumento adequado para referida atividade deve ser objeto de questionamento e revis o metodol gica por parte da empresa e dos representantes da seguran a haja vista que a gest o de seguran a assumida n o se mostrou eficaz para evitar o acidente 105 Ainda do ponto de vista da ergonomia foi poss vel mostrar o comportamento de usar o fac o para desfazer o travamento dos cilindros era a estrat gia habitual usada e conhecida no sistema para cor
288. temente com reflexos nas condi es de trabalho dos trabalhadores do segmento Tanto inova es tecnol gicas quanto mudan as no ambiente institucional t m impactos importantes sobre o emprego Ricci et al 1994 destacam que na rea agricola pode se citar tr s n veis de inova es tecnol gicas com impactos sobre o mercado de trabalho a inova es mec nicas afetam a intensidade e ritmo da jornada de trabalho b inova es f sico qu micas modificam as condi es naturais do solo e elevam a produtividade do trabalho e c inovacoes biol gicas interferem na velocidade de rota o do capital e do trabalho Os autores citam quatro impactos principais na lavoura canavieira decorrentes das inova es mec nicas redu o do tempo das tarefas realizadas redu o da demanda por m o de obra residente na propriedade e mudan a qualitativa na demanda por trabalhadores j que as novas atividades tratoristas motoristas operadores de m quinas requerem maior grau de especializa o dos trabalhadores Importante destacar que a mecaniza o do corte e o plantio da cana de a car no Estado de S o Paulo se encontram em est gio avan ado e tem gerado pol micas entre os diferentes grupos sociais envolvidos com as problem ticas do trabalho da sa de e principalmente do meio ambiente SCOPINHO et al 1999 A mecaniza o da colheita de cana o desenvolvimento tecnol gico e as inova es organizacionais no setor t m
289. ter se a suposto jeito certo de fazer a opera o Agindo dessa maneira o sistema perde a chance de procurar entender que raz es teriam os operadores envolvidos no acidente de trabalho para ter agido da maneira que fizeram Buscar essas raz es deveria ser a tarefa das equipes de an lises de acidentes DEKKER 2002 poss vel tamb m que o recurso s explica es comportamentalistas tenha origens nas pr ticas enraizadas comumente adotadas nas empresas inclusive com est mulo ao medo visando dificultar a 143 possibilidade de di logo entre equipe de an lise e colegas ou v timas de acidentes A tentativa dos trabalhadores de desencalhar o trator com o uso de cabo de a o engatado na colhedora de cana visava acelerar a retomada da colheita mas fracassou Essa situa o pode ter sido influenciada por press es por produtividade e pagamento por produ o A necessidade de uma maior produtividade costuma estar associada ao uso de condutas arriscadas pelos trabalhadores de modo geralmente conhecido e tolerado por suas chefias imediatas e colegas e que por isso mesmo v o sendo assumidas como normais Segundo Amalberti 1996 o operador ao assumir riscos os gerencia de forma a controlar o medo de errar e o medo de perder o controle da atividade com nfase na compreens o da atividade e na gest o para a confiabilidade e seguran a do sistema O comportamento bem sucedido tende a ser repetido mesmo que 1sso acarrete exposi o
290. tes relacionados aos novos riscos oriundos do processo de mecaniza o Com a ajuda do Prof Dr Ildeberto que sempre se mostrou disposto a me orientar neste tema delineamos este trabalho com o objeto de estudar o perfil e as causas dos acidentes de trabalho no corte mecanizado de cana envolvendo m quinas colhedoras de cana de a car 21 INTRODUCAO O setor sucroalcooleiro no Brasil e em especial no Estado de Sao Paulo impulsionado por fatores econ micos t cnicos ambientais sociais e pelo crescimento das vendas de m quinas colhedoras de cana de a car autopropelidas ocorrido a partir da d cada de 1990 FERREIRA VEGRO 2008 ASSOCIA O NACIONAL DOS FABRICANTES DE VE CULOS AUTOMOTORES BRASIL ANFAVEA 2013 alterou o seu processo produtivo para se adaptar aos avan os tecnol gicos Segundo dados da Secretaria do Meio Ambiente do Estado de S o Paulo na safra 2012 2013 o percentual de rea de cana de a car colhida crua alcan ou 72 6 S O PAULO 20134 Perfila se neste contexto o in cio de um novo conceito de colheita da cana de a car por meio de um sistema de plantio corte carregamento e transporte mecanizado As mudan as fizeram surgir novas fun es na agricultura canavieira desencadeando tarefas e opera es at ent o desconhecidas que criam a necessidade de prote o e amparo ao trabalhador e colocam em discuss o as condi es de seguran a e sa de laborais dos empregados do setor Diverso
291. to a Figura 10 ilustra os componentes da colhedora de cana limpa 98 Figura 10 caso 1 Detalhes de uma colhedora de cana limpa antes do inicio das atividades Detalhes da colhedora totalmente limpa antes de iniciar suas atividades Nas laterais os divisores deglinhas pirulito e no centro o corte de base o rolo levantador 0 rolo alimentador Durante o uso da colhedora de cana influenciado pelo terreno e condi es da lavoura como acima alguns componentes da m quina podem ficar encobertos por palhas cip s e gram neas prejudicando o seu desempenho Figura 11 Neste caso a dificuldade de corte obstru o de condu o da cana para o corte de base alerta que o operador precisa interromper a opera o e retirar o material enroscado nos divisores de linhas ou corte de base utilizando se de fac es para cortar o material conforme determina o da empresa Conforme relat rio elaborado pelo Auditor Fiscal a fiscaliza o determmou a modifica o da tarefa de limpeza dos divisores de linha pirulitos das m quinas em substitui o ao fac o anteriormente utilizado A realiza o de limpeza dos cilindros passou a ser realizada com a ado o de procedimento de corte embutido em uma esp cie de foice de seguran a produzida pela empresa e com o uso de luvas de seguran a de raspa iniciando se 99 pelos cilindros mantendo se sempre distancia das laminas de cortes do equipamento e da c
292. to institu do para aferi o dos cortadores de cana tamb m chamados de boias frias decorre de sua produ o Do ponto de vista jur dico o Direito do Trabalho compreende substancialmente as seguintes formas de contrapresta o salarial sal rio por unidade de tempo e sal rio por unidade de obra sendo que este ltimo pode ser aferido por tarefa por pe a ou por comiss o No sal rio por unidade de obra a princ pio o tempo disposi o do empregador n o relevante para o c lculo da retribui o que tem como base substancialmente a produ o do trabalhador NASCIMENTO 1994 O sal rio por produ o uma forma espec fica de remunera o que atrela o pagamento quantidade de cana cortada e n o s horas trabalhadas quanto mais se corta cana maior o rendimento mensal Sob o est mulo financeiro na corrida pelo aumento do ganho di rio os trabalhadores tendem a ultrapassar os limites fisiol gicos de forma impercept vel Salienta se que aqui refutamos a argumenta o de que o pagamento por produ o tem o efeito de evitar des dia ou corpo mole por parte dos trabalhadores A Consolida o das Leis do Trabalho CLT prev expressamente a possibilidade de dispensa por justa causa nessa situa o art 482 al nea e da CLT A partir da d cada de 90 houve um grande aumento de produtividade do trabalho e os cortadores de cana para garantir o emprego e mesmo recebendo baixos sal rios precisa
293. trabalho habitual an lise de mudan as an lise de barreiras e tamb m sugere a explora o e investiga o do acidente com apoio de conceitos de diferentes reas do conhecimento ou de teorias que possam ser aplicadas ao acidente em estudo amplia o conceitual da an lise Dentre as concep es de acidentes sugeridas destacam se em especial a teoria da Ergonomia da Atividade ASSUN O LIMA 2001 GUERIN et al 2001 a teoria de acidente normal ou sist mico com base na complexidade interativa de Charles Perrow 1999 a perda de compreens o e ruptura do compromisso cognitivo AMALBERTI 84 1996 os modelos de acidente organizacional como os de James Reason 1997 e Michel Llory 1999a b de ideias de migra o do risco de Jens Rasmussen 1997 an lise de barreira HOLLNAGEL 2004 ou de armadilhas cognitivas REASON HOBBS 2003 ALMEIDA BINDER 2004 A amplia o conceitual e an lise de gest o que se apoia na coleta e an lise de dados com base em conceitos de diferentes reas do conhecimento deve ser explorada para embasar a formula o da conclus o da an lise Nesta etapa s o consolidadas as informa es obtidas pela an lise de barreiras e an lise de mudan as ALMEIDA VILELA et al 2010 O instrumento MAPA no item an lise de barreiras estimula a compara o com as normas vigentes Merece ressalva que os casos objeto desta pesquisa n o se amparam em uma checagem detalhada dos itens de nor
294. u at mesmo romper o pino A an lise mostra que n o teria havido ruptura e sim libera o do cabo em seu ponto de fixa o que aparentemente n o travou o conjunto a ser submetido tra o Embora n o tenham sido exploradas as raz es da soltura do cabo poss vel inferir pelo menos tr s hip teses A primeira de que a equipe de seguran a n o tenha identificado o perigo e por isso mesmo n o tenha sugerido barreiras adicionais de preven o uma vez que as mesmas n o foram instaladas quando da fabrica o do sistema Poderia contribuir para isso abordagem que considerasse o encaixe apenas como necessidade operacional desconsiderando o fato de que acidentes em tais circunst ncias sejam relativamente frequentes e bem conhecidos A segunda de que a equipe tenha avaliado como confi vel a forma habitual de simples encaixe do pino e tenha sido surpreendida pelo acidente A terceira hip tese refere se gest o de seguran a quando do uso de servi os terceirizados como ocorreu no acidente No pior dos cen rios os meios e estrat gias usados pelos prestadores de servi os s o desconsiderados pela equipe de seguran a da empresa Assim ficam sem respostas quest es como ser que o equipamento usado tinha o mesmo tempo de uso dos recursos habituais Passava por pr ticas de manuten o e cuidados distintos Ser que os trabalhadores terceirizados eram submetidos a constrangimentos capazes de estimular pr ticas consideradas a
295. ue para gua e combust vel Portanto cada frente requer no m nimo 19 operadores especializados por turno Como s o tr s turnos trata se de 57 operadores por frente de colheita neste exemplo 2 Foi observado em campo que cada transbordo composto por um trator e duas julietas As julietas s o duas ca ambas acopladas ao trator que possuem um sistema hidr ulico para serem erguidas para facilitar a passagem da cana para o treminh o 61 Ap s definida a rea do malhador ou p tio as m quinas devem abrir o eito que consiste em dividir o eito em quadras para iniciar o corte Os operadores das colhedoras trabalham em estos diferentes geralmente distantes um dos outros Gon alves 2001 enumera as principais vantagens e desvantagens do uso das m quinas na opera o de colheita mecanizada de cana crua e considera a topografia como um dos grandes fatores de entrave e restri o mecaniza o total das lavouras Entretanto foi observado em campo e pelas entrevistas realizadas que atualmente as empresas t m investido maci amente na renova o e readequa o dos canaviais em especial dos talh es que precisam ser previamente preparados para receber as m quinas a fim de se obter melhor desempenho operacional e menores perdas em mat ria prima para a ind stria A rea plantada com cana ainda ocupada por variedades antigas de 30 anos pouco adequadas ao novo perfil de produ o de cana de a
296. uele de privilegiar o uso de equipamentos de prote o individual em detrimento da elimina o dos riscos da atividade de embuchamento dos divisores de linhas Por fim vale salientar que esse primeiro acidente se d durante interven o na por o dianteira da m quina na limpeza dos divisores de linha e rolos desprotegidos mantidos desligados durante a opera o O acidente se d durante o uso de meios prec rios que facilitam ao a perda de controle na atividade Essa localiza o indica uma das partes da m quina que venham a exigir melhorias de preven o 5 2 CASO 2 acidente fatal nos trituradores ou picadores da colhedora de cana 5 2 1 Dados Gerais N mero de trabalhadores no estabelecimento Data do acidente Hora do acidente Quantidade de acidentados Tipo de acidente Acidente fatal Sexo Data de nascimento da vitima Parte do corpo atingida Acidentado era registrado na empresa fiscalizada Rela o de Trabalho Situa o de trabalho Data de admiss o na empresa Tempo na fun o na empresa Ocupa o Horas de trabalho que ocorreu o acidente ap s o in cio da jornada 5 2 2 Descri o do acidente 7 491 27 10 2008 01h00min l T pico Sim Masculino 19 03 1982 Todo o corpo Sim Celetista Regular 1 1 04 2005 03 anos e 06 meses Operador de colhedora de cana de a car 03 horas O acidentado era operador de colhedora de cana de a car da marca Claas modelo Ventor em f
297. uina e sim componente introduzido como elemento de conex o durante tentativa de desencalhe de um dos tratores Nesse caso aparentemente houve contribui o dos dispositivos de conex o usados assim como falhas da gest o na contrata o de empresa terceirizada e falhas de gest o de seguran a em sistema com falhas de concep o no tocante fixa o de conex es entre componentes 146 5 5 CASO 5 acidente fatal no elevador de cana picada da colhedora de cana 5 5 1 Dados Gerais Numero de trabalhadores no estabelecimento 2533 Data do acidente 11 12 2012 Hora do acidente 09h30min Quantidade de acidentados l Tipo de acidente T pico Acidente fatal Sim Sexo Masculino Data de nascimento da v tima 01 07 1981 Parte do corpo atingida Todo o corpo Acidentado era registrado na empresa Sim fiscalizada Rela o de Trabalho Celetista Situa o de trabalho Regular Data de admiss o na empresa 18 03 2011 Tempo na fun o na empresa 01 ano e 07 meses Ocupa o Motorista de transbordo Horas de trabalho ap s o in cio da jornada de 02 horas trabalho 5 5 2 Descri o do acidente O acidente ocorreu em uma frente de trabalho de colheita mecanizada de mudas de cana de a car Como j vimos na introdu o deste trabalho neste tipo de atividade h o uso com destaque de dois equipamentos a colhedora de cana de a car e o caminh o ou trator de transbordo Na ocasi o do acidente o Sr x operav
298. uina ligada uma vez que o acesso zona de perigo n o desligava o sistema Essa localiza o indica terceira parte da m quina que exige melhorias de preven o 137 5 4 CASO 4 acidente fatal no desencalhe do trator transbordo com a ajuda da maquina colhedora de cana 5 4 1 Dados Gerais Numero de trabalhadores no estabelecimento 689 Data do acidente 23 08 2009 Hora do acidente 03h30min Quantidade de acidentados l Tipo de acidente T pico Acidente fatal Sim Sexo Masculino Data de nascimento da v tima 08 02 1964 Parte do corpo atingida T rax Acidentado era registrado na empresa N o fiscalizada Rela o de Trabalho Celetista Situa o de trabalho Registrado na empresa prestadora de servi o Data de admiss o na empresa 07 05 2007 Tempo na fun o na empresa 02 anos Ocupa o Operador de m quina e implementos agr colas Horas de trabalho ap s o in cio da jornada de 04 horas trabalho 5 4 2 Descri o do acidente O acidente ocorreu em uma frente de colheita mecanizada de cana de a car composta por uma m quina colhedora e dois tratores de transbordo puxe Por volta das 00hs00mim o trator operado pela v tima do acidente encalhou e o pr prio operador esticou um cabo de a o e engatou o colhedora que o tracionou promovendo o desencalhe Mais tarde por volta das 03hs00mim o outro trator encalhou Conforme relatam as testemunhas novamente a v tima executou a opera o de esticar um cabo
299. undo o modelo do queijo SUICO cceeceseseeeeeeeeeeeeees 29 Figura 3 rea de colheita de cana queimada e crua no Estado de S o Paulo da safra 2006 2007 BM NDA O DA ES RENA ARE RR MR E DR DD ND NR E 50 Figura 4 Propor o de rea colhida de forma mecanizada na regi o Centro Sul do Brasil e nas regi es mais produtoras do Estado de S o Paulo 2 0 0 0 cccceccccccccaeccceeceeeeceecaeeeccesaeeeceeeeeeeees 51 Figura 5 Ilustra o de uma colhedora de cana e um transbordo duplo durante colheita de cana 57 Figura 6 Ilustra o de um sistema hidr ulico de eleva o dos transbordos que descarregam a cana nacacamba dos caminhOES sanita da ia a Ti aati 58 Figura 7 Ilustra o de uma opera o de arrumar a carga de cana no caminh o que transporta CANADA RA US aid ANE EE N A ATEOS E E a ir saeeeaues 58 Figura 8 Processo de corte de uma colhedora de cana de a car autopropelida 65 Figura 9 Localiza o dos componentes de uma m quina colhedora de cana de a car ZAI DIO DO I ie a Os A dA AR RSRS 66 Figura 10 caso 1 Detalhes de uma colhedora de cana limpa antes do in cio das atividades 98 Figura 11 Caso 1 Detalhe dos divisores de linha e corte de base encobertos por palha e cip 98 Figuras 12 A e B Caso 1 Detalhe do equipamento tipo foice utilizado para realizar a limpeza dos divisores da m quina e ilustra o da atividade em campo cccc cr eeerrreeerereeem 99
300. urado que a empresa operava apenas em sistema de manuten es corretivas sendo poss vel que nesse caso essa situa o tenha contribu do como fator do acidente A tecnologia existente hoje nas m quinas colhedoras ainda n o d conta de diminuir o embuchamento o que pode ser agravado pela aus ncia de manuten es preditivas e preventivas 134 Conforme j comentado o acidente se deu durante recupera o manual de incidente realizada sem desligamento do despontador A an lise do trabalho real e a de barreiras apontaram poss veis raz es para o ocorrido Cabe esclarecer como j explorado no trabalho que a situa o normal ou padr o de compara o necess ria identifica o das mudan as o trabalho real ou seja a atividade desempenhada pelo operador da colhedora de cana quando da ocorr ncia de embuchamento do despontador e n o o trabalho prescrito em normas ou procedimentos operacionais da empresa GUERIN et al 2001 ALMEIDA 2006a Os achados da situa o real de trabalho devem ser comparados com os achados da situa o presente no acidente de modo a permitir a identifica o de varia es BINDER ALMEIDA 1997 Outra mudan a identificada neste caso foi a presen a de corpo estranho pedra no caminho da colhedora de cana As fotos cedidas pela empresa denunciam a situa o Figuras 15 A e B Na experi ncia da autora as mat rias primas pedras e tocos de madeiras encontradas na lavoura dependendo do ta
301. utilizados no SFIT C digo do Fator Causal Descri o 2110172 Falha no diagnostico da situa o origens de panes ou defeitos 2110180 Mudar readaptar manuten o em curso por indisponibilidade de recursos 2110199 Fatores clim ticos que tornam fr gil a seguran a 2110202 Falta insufici ncia de sinaliza o 2119994 Outros fatores n o especificados da manuten o 201 ANEXO 2 Tabela do c digo e da descri o do Fator Imediato de Morbidade e Mortalidade utilizado no SFIT C digo do fator imediato Descri o do fator imediato 1010000 Acidentes de transporte 1010018 Pedestre traumatizado em um acidente de transporte 1010026 Ciclista traumatizado em um acidente de transporte 1010034 Motociclista traumatizado em um acidente de transporte 1010042 Ocupante de um autom vel traumatizado em um acidente de transporte 1010050 Ocupante de um ve culo de transporte pesado traumatizado em um acidente de transporte 1010069 Ocupante de um nibus traumatizado em um acidente de transporte 1010077 Pessoa montada em animal ou ocupante de um ve culo a tra o animal traumatizado em um acidente de transporte 1010085 Ocupante de um trem comboio ou um ve culo ferrovi rio traumatizado em um acidente de transporte 1010093 Ocupante de um bonde carro el trico traumatizado em um acidente de transporte 1010107 Ocupante de um ve culo especial a motor usado principalmente em reas industriais traumatizado em um acidente d
302. vam cortar mais toneladas de cana por dia e o excesso de trabalho e a fadiga incentivado pelo pagamento por produ o e por premia es para os trabalhadores mais produtivos foram acompanhados por acidentes perda precoce da capacidade laboral e at mortes dos trabalhadores THOMAZ JUNIOR 2002 ALVES 2006 GUANAIS 2011 A pesquisadora Silva 2006 relata que na d cada de 1980 a m dia produtividade exigida era de 5 a 8 toneladas de cana cortada dia em 1990 passa para 8 a 9 em 2000 para 10 e em 2004 para 12 a 15 toneladas Atualmente o desempenho do trabalhador fica na media de 15 71 toneladas por dia Segundo a Pastoral do Migrante de Guariba SP entre as safras de 2004 e 2008 foram confirmadas 21 mortes de cortadores de cana de acucar entre 24 e 50 anos migrantes de outras regi es do pais Nos atestados de bitos as mortes eram inconclusas constando como parada card aca insufici ncia respirat ria acidente vascular cerebral mas o motivo real era excesso de esfor o f sico LAAT et al 2008 Por que morrem cortadores de cana ALVES 2006 Os estudos e pesquisas acad micas de dom nio p blico elaborados com o rigor da metodologia cient fica respondem ao questionamento morrem porque n o suportam o esquema adotado pelas empresas para remunerar seu trabalho dentre outras quest es como trabalho insalubre penoso degradante e alimenta o inadequada Trata se de trabalhadores for ados e conduzidos exaust o po
303. vel para este reestudo apurou se que o elevador foi baixado em posi o transversal m quina e n o de forma alinhada como recomendado no manual Nas inspe es em campo foi solicitada aos entrevistados uma reconstitui o da situa o do acidente A demonstra o da situa o possibilitou apurar que o elevador quando posicionado de forma alinhada com a maquina colhedora facilitava a manuten o e limpeza pois ele se encontra pr ximo ao solo O elevador posicionado de forma transversal como no dia do acidente dificulta o acesso e a limpeza da esteira em raz o da altura que o equipamento atinge e tamb m prejudica a circula o do trabalhador em meio lavoura Os trabalhadores entrevistados informaram que eventuais limpezas na esteira do elevador de cana s o feitas com o elevador abaixado de forma alinhado com a m quina e com ela desligada A autora encontrou dificuldades em conhecer as variabilidades os modos operat rios e as estrat gias que o operador acidentado se utilizou para realizar a atividade Em entrevista com os obreiros n o restou esclarecido o que levou os trabalhadores a optarem por descer o elevador de forma transversal m quina e n o de forma alinhada como recomendado no manual e tamb m se era habitual a atividade de desembuchar o elevador com os trabalhadores sobre o mesmo Como esclarecido nos acidentes anteriores n o f cil obter a colabora o dos entrevistados ainda mais nos casos de acident
304. ventado pelos membros da CIPATR a rea o do motorista do transbordo em ajudar o operador da m quina era esperada na situa o descrita Outra mudan a importante nesse caso foi o religamento da m quina com o trabalhador nas proximidades de partes m veis desprotegidas do elevador O tipo de cana colhida tamb m uma varia o importante No dia do acidente a m quina estava colhendo cana do tipo deitada Segundo os entrevistados a cana deitada de dif cil operacionaliza o tanto pelos trabalhadores do corte manual como para as pr prias m quinas colhedoras de cana Isso porque com a cana ca da o operador tem mais dificuldade em ajustar a altura do corte de base para evitar perdas de mat ria prima al m do que neste tipo de lavoura n o h como utilizar o benef cio dos despontadores de cana Sem cortar as pontas da cana de a car o sistema fica sobrecarregado de folhas e palhas da cana e nesta situa o o extrator prim rio n o consegue eliminar a maior parte das impurezas o que gera o envio de grande quantidade de ciscos e palhas ao elevador da esteira que fica sobrecarregado podendo travar Amplia o conceitual Pela amplia o conceitual o embuchamento da esteira do elevador de cana levou os trabalhadores a tomarem decis es com o objeto de retomar a atividade entretanto a decis o de abaixar o elevador de forma transversal colhedora aliado a estrat gia de subir na esteira do elevador com a m quina l
305. vo na porta de entrada do interior da c mara que impe a a sua abertura quando a 117 maquina estiver ligada As caracter sticas do sistema aus ncia de barreiras e ilumina o inadequada n o impediram o ingresso do trabalhador no interior da colhedora com ela ligada Esse modo operat rio adotado pelo trabalhador gerou a realiza o da tarefa nas condi es da situa o de trabalho mesmo que isso implicasse em assumir riscos com o objetivo de desenvolver mecanismos de regula o para o exerc cio da atividade AMALBERTI 1996 ALMEIDA BINDER 2004 Kletz 2006 afirma que as escolhas feitas pelos trabalhadores s o influenciadas pela avalia o que fazem sobre a as rea es de seus chefes b as atitudes e os comportamentos em rela o seguran a na empresa e c ao que conhecem sobre as a es j realizadas ou observa es feitas em outras situa es Por isso mesmo a gest o organizacional da empresa tem grande carga de responsabilidade pelo pensamento de que correr risco algo leg timo A a o do operador da colhedora de cana diferentemente do mundo idealizado presente no discurso normativo caracter stico da seguran a tradicional n o foi capaz de antever os acontecimentos indesej veis frente s variabilidades e os imprevistos da situa o de trabalho o que resultou no acidente Neste contexto s o vislumbrados tamb m ao adotarmos a amplia o conceitual do MAPA os pap is dos espa os de regula o

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